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Objetivos de Aprendizagem
Vale ressaltar que nesta Unidade você deverá escolher um tema para aprofundar
os seus estudos e preparar a sua argumentação que será apresentada no Fórum
de Debate Online. Fique atento para as datas!
Além do mais, para a composição da sua nota nas atividades, você deverá reali-
zar os exercícios de, pelo menos, UM dos temas escolhidos pela equipe pedagó-
gica: legalização do aborto e o passaporte da vacina.
Bom debate!
O aborto é um dos temas de maior repercussão nos dias de hoje. Não raro, dis-
cussões sobre esta questão terminam recheadas de xingamentos e insultos va-
riados. Não se trata de algo trivial! Mas como se debruçar sobre este tema? Quais
os principais argumentos de cada lado dessa disputa? Cabe à mulher escolher
sobre o que deverá acontecer dentro de seu corpo? O feto deve ser protegido de
qualquer decisão que possa comprometer seu desenvolvimento? Liberdade de
escolha ou assassinato? Qual a política nacional sobre o tema? Como pensar o
papel de um Estado laico diante de uma questão com tamanha bagagem religio-
sa?
3. Meu corpo minhas regras ou Responsabilidade coletiva?
A pandemia de 2020, que já se arrasta por dois longos anos, trouxe consigo um
conjunto de temas inéditos ao senso-comum, embora velhas conhecidas dos fi-
lósofos, sociólogos e pensadores em geral. A (atabalhoada) negação da raciona-
lidade científica enquanto instrumento hegemônico de interpretação da realidade
e as questões dos direitos individuais frente aos interesses coletivos são algumas
delas. Aqui, vamos discutir o passaporte de vacinação! Trata-se de uma proteção
coletiva ou apenas cerceamento das liberdades individuais? Violação de privaci-
dade ou controle sanitário?
Vou começar esta provocação com uma história pessoal: outro dia fui chamado de
“comunista”. Estávamos discutindo sobre política. Confesso que não sabia bem o
que dizer, pois o interlocutor parecia satisfeito com a acusação. Logo depois que
a palavra escapuliu de sua boca, me olhou com aquele misto de culpa e prazer.
Do meu lado, não fosse pela reação do interlocutor, me sentia de alguma forma
elogiado. Este tema é candente nos dias de hoje e aqui temos uma primeira para-
da: não é interessante que, toda vez que alguém reconhece no outro uma opinião
muito diferente da sua, ela deve ser prontamente estigmatizada, rotulada. Rótulos
não faltam. No âmbito da política temos o “comunista” ou o “fascista”. Estes são
os mais pedidos do momento. Basta pensar diferente e pronto, alguém dispara:
VOCÊ É UM FASCISTA!!! COMUNISTA!!! É uma espécie de tarja, que indica nos-
so grau de periculosidade, acho. Se possível fosse, seríamos marcados, na pele,
assim como os judeus nos campos de concentração. Interessante pensar que o
“rótulo” encerra de vez a possibilidade de qualquer diálogo, afinal, ELE já sabe o
que EU sou. Ponto! O meu “lugar de fala” (expressão da moda) já não interessa
mais, pois estaria “poluído” por uma suposta ideologia.
No entanto, existe um aspecto ainda mais interessante neste movimento: o tal
“rótulo” é construído a partir de determinados horizontes de interpretação. Ou
seja, eu era “comunista” a partir dos referenciais de significação de “comunismo”
do meu interlocutor. E quais são eles? Nunca soube. Apenas deduzi que se tra-
tava de algo pejorativo, um xingamento, naquele momento. A mesma arquitetura
acontece com temas como “legalização do aborto” ou “passaporte vacinal”. Slo-
gans como “meu corpo, minhas regras” e “responsabilidade coletiva” já ganharam
vida e força sem que fossem devidamente pensados. A ideia aqui é colocar estes
“preconceitos” sob escrutínio do pensamento. Mas para isso é preciso que nos
desfaçamos desta “armadura” conceitual que carregamos conosco. É um traba-
lho perigoso, afinal, muitas vezes nos identificamos tanto com estes preconceitos
que eles passam a compor nossa própria identidade, não é mesmo!? Bom… va-
mos ao trabalho…
Boas reflexões!!!