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As práticas da supervisão Institucional: Uma reflexão a luz do

desenvolvimento profissional e promoção da educação para século XXI

Faculdade de Educação e Comunicação

Autor: Fátima Omar Roda, contactável pelo terminal +258842054624

Faturoda@gmail.com

Resumo

Apos várias horas revisando a literatura de obras no campo pedagógico. Achei leque de
respostas directas, logicas e precisas. Viradas para a formação profissional e serviços
que visa a melhoria da prática da supervisão. Garantindo dessa forma atingir cada vez
mais a satisfação das competências e experiencias profissionais. Nunca foi tarefa fácil
pois, cada povo tem suas origens linguísticas, culturais e seus valores morais. A
supervisão é tida como um instrumento de melhoria e aperfeiçoamento do ensino e
aprendizagem tendo sido colocada em questão a sua tutela desde a antiguidade o cargo
de supervisor foi colocado a prova o seu merecimento. O tema em epigrafe é de caracter
universal e indispensável, inimaginável seria o mundo sem a supervisão pedagógica,
clinica, técnica e profissional, etc. No mundo dos profissionais seria uma floresta isenta
cadeia alimentar especifica que resultaria uma a verdadeira confusão. Globalização
pode ser fruto da supervisão que visa, cultivar as boas práticas de prestar serviços de
qualidade, equidade e igualdade (UNESCO,2005). Este texto que é de natureza teórica e
que procura analisar sob um olhar reflexivo e critico e autocritico, situar o conceito de
supervisão mesmo sabendo que as condições favoráveis a implementação da supervisão,
precisa elaborar uma análise reflectindo sobre o conceito de supervisão e transportando
estes conceitos para um composto que entende: a supervisão pedagógica. o conceito de
supervisão pedagógica tem conhecido uma evolução de significa , alargamento da sua
abrangência. Assim, a segunda etapa deste estudo estrutura-se em três pontos: linha
evolutiva do significado de supervisão no campo pedagógico; relação entre os conceitos
de supervisão, liderança e regulação no campo pedagógico.

PALAVRAS-CHAVE: supervisão, supervisão pedagógica, liderança, regulação


Abstract

After several hours reviewing the literature of works in the pedagogical field. I found a
range of direct, logical and precise answers. Focused on professional training and
services aimed at improving the practice of supervision. Assuring in this way to achieve
more and more the satisfaction of skills and professional experiences. It has never been
an easy task, as each people has its linguistic and cultural origins and its moral values.
Supervision is seen as an instrument for the improvement and improvement of teaching
and learning, having questioned its guardianship since antiquity, the position of
supervisor has been put to the test of its worthiness. The subject in question is of a
universal and indispensable character, the world would be unimaginable without
pedagogical, clinical, technical and professional supervision, etc. In the world of
professionals, it would be a forest exempt from a specific food chain that would result
in real confusion. Globalization can be the result of supervision that aims to cultivate
good practices of providing quality, equity and equality services (UNESCO, 2005). This
text, which is theoretical in nature and which seeks to analyze under a reflective and
critical and self-critical view, situate the concept of supervision even knowing that the
conditions favorable to the implementation of supervision, need to elaborate an analysis
reflecting on the concept of supervision and transporting these concepts for a compound
that understands: pedagogical supervision. the concept of pedagogical supervision has
seen an evolution of meaning, broadening of its scope. Thus, the second stage of this
study is structured in three points: evolutionary line of the meaning of supervision in the
pedagogical field; relationship between the concepts of supervision, leadership and
regulation in the pedagogical field.

KEYWORDS: supervision, pedagogical supervision, leadership, regulation


Introdução

na temática da supervisão e da inspeção institucional de forma abrangente segundo a


percepção geral e a irreversível a perceção de duas perspetivas divergidas na sua
empregabilidade da visão geral e particular do seu objecto. ou seja, de forma sucinta, ao
modo como esse conceito tem vindo a ser entendido no contexto pedagógico. Fazendo
os a respeito da Supervisão pedagógica, uma análise da sua evolução, quer do ponto de
vista de diversos autores cujas teorias recheiam o presente artigo, quer do ponto de vista
da legislação nacional e ou global. Procedendo ainda a uma caracterização da relação
complexa que tem vindo a ser estabelecida entre o conceito de supervisão pedagógica e
outros conceitos, entre os quais destacamos as fases pré-históricas da Supervisão e
estabilidades de uma definição de supervisão pedagógica e aplicabilidades, e sua relação
politica e social.

Marco teórico

Alarcão & Tavares A supervisão na capacidade de agir sobre os elos essenciais do


sistema, de modo a manter a articulação/ligação entre todas as partes da escola, em
contexto de formação, é entendida como um processo em que um profissional, em
princípio mais experiente, mais informado e conhecedor dos segredos da profissão,
orienta outro profissional, no seu desenvolvimento profissional e humano.

a supervisão ainda tem como objectivo o desenvolvimento profissional, situando-se no


âmbito da orientação de uma acção profissional, que, no caso dos professores,
poderemos dizer se trata da orientação da prática pedagógica, intimamente ligada à sua
formação profissional. Contudo, a supervisão pedagógica pode globalmente ser,
também, entendida como teoria e prática da monitorização e regulação dos processos de
ensino e aprendizagem, desenvolvida no quadro de uma visão de educação, como
espaço de transformação pessoal e social, assente na reflexividade profissional e
conducente à autonomia do aluno (Vieira, 1993, 2006,in Moreira, 2009). Segundo
Vieira (idem: 28), a supervisão é entendida como uma acção de “(…) monitorização
sistemática da prática pedagógica, sobretudo através de procedimentos de reflexão e de
experimentação”.
Breve história da supervisão

1.Antiguidade

a) Na antiguidade, pela Índia, Pérsia, Egipto e China, a supervisão escolar era


entendida por vigilância das escolas estava a cargo de nobre e sacerdotes, que
tinham poderes para julgar o desenvolvimento da vida escolar.
b) Na Grécia antiga surgiram, no entanto, as primeiras pessoas especificamente
encarregadas de acompanhar o desenvolvimento da vida escolar. pode-se mesmo
dizer que a supervisão escolar ou melhor, o supervisor escolar como elemento
directamente indicado para acompanhar o funcionamento de uma escola, surgiu na
Grécia antiga.
c) Na Roma imperial, os censores, além de encarregados do recenseamento dos
impostos e da vigilância dos costumes, isto é, da moral pública, eram encarregados,
também de fiscalizar as escolas;

2. Idade Média

Na idade média, na área de influência do catolicismo, o serviço de supervisão ou


melhor, de vigilância sobre as escolas era exercido pela igreja, por intermédio de seus
bispos. Posteriormente, no entanto, esta função passou a ser exercida por leigos
indicados pela igreja, tudo faz crer que a fiscalização realizada sob a égide da igreja
centrava-se em questões de matrículas e pontualidade de alunos e professores.

3. Idade Moderna

Na Idade Moderna surge a figura do inspector escolar, cuja função era mais de julgar do
que executar tarefas pedagógicas.

Destinava-se mais a julgar a pessoa do professor do que o ensino que estivesse sendo
levado a efeito e o respectivo rendimento apresentado pelos alunos. é de salientar, ainda,
que a vida profissional do professor dependia muito do julgamento desse inspector.
Após a revolução francesa, no entanto, surge, por proposta de Condorect (1743-1794), a
figura do inspector técnico, devidamente preparado para exercer a função de vigiar a
actividade docente e de fomentar o progresso da educação”. o professor agora, não só
passa a ser vigiado no exercício do magistério, como também, orientado para melhorar
o seu desempenho. é fácil perceber, no entanto, a dependência do professor com relação
ao seu inspector técnico de vez que a sua promoção magisterial dependia, também,
desse mesmo inspector técnico.

4. Século XX

Com o desenvolvimento havido nos estudos didácticos pedagógico e nos de divisão do


trabalho, e de administração, graças notadamente, aos trabalhos de F. Winlsow Tayor
(1856-1915), criador do Taylorismo, o inspector escolar passa, cada vez mais a buscar
eficiência no trabalho magisterial, assumindo, no entanto, mais carácter tecnológico do
que humano...e a supervisão passa a ser autoritária...

A partir de 1930, no entanto, por influência do desenvolvimento dos estudos sobre


relações humanos e do fortalecimento dos ideais democráticos da vida, a supervisão
escolar começa a humanizar-se buscando um desempenho do professor com base:

a) Na liderança democrática;

b) Na cooperação;

c) No melhor relacionamento humano;

d) Na visão de todos comprometidos no processo educativo como pessoas,


notadamente os alunos;

e) No incentivo à criatividade e responsabilidade, ao invés de dependência e


conformismo;

f) Na visão do aluno, principalmente, que precisa ser compreendido e


adequadamente orientado, a fim de poder realizar-se como pessoa humana, em função
de todas as suas possíveis potencialidades e limitações;

g) No melhor conhecimento do processo ensino-aprendizagem.


Nos dias actuais o supervisor pedagógico marcha decididamente para uma acção mais
científica e mais humana quanto ao processo educativo, reconhecendo, estimulando,
apoiando, assistindo, sugerindo, participando, inovando etc. ao invés de pura e
simplesmente exigir ou dirigir em outras palavras, procura estimular a criatividade e a
responsabilidade, ao invés de dependência e conformismo por parte do professor, como
já foi assinalado acima.

Para Eye e Netzer a supervisão escolar deve buscar:

a) Maturidade profissional;

b) Desenvolvimento do currículo;

c) Aperfeiçoamento do ensino;

d) Consolidação escola-comunidade;

e) Expectativas de emergência isto é, tentativa de antecipação dos acontecimento,


prevendo demandas e necessidades futuras;

Para Jesus m. Isaías a supervisão se expressa de estímulo ajuda e coordenação com base
em elementos técnicos e elementos humanos.

Conceito de supervisão

Diz Anne Hicks que supervisão escolar deve ser entendida como “orientação
profissional e assistência dadas por pessoas competentes em matéria de educação,
quando e onde forem necessárias, visando ao aperfeiçoamento da situação total ensino-
aprendizagem”.

Esse aperfeiçoamento requer, fundamentalmente:

a) Conhecimento da situação em que se efectiva o processo de ensino-


aprendizagem;

b) Análise e avaliação da mesma em função do que se pretende alcançar;


c) Alterações que se fizerem necessárias nas condições materiais do ensino e no
modo de actuar das pessoas envolvidas no processo, notadamente o professor, para que
o educando e o meio sejam mais bem atendidos;

Supervisão, etimologicamente, significa visão sobre.

Logo, supervisão escolar significa visão sobre todo o processo educativo para que a
escola possa alcançar os objectivos da educação e os objectivos específicos da própria
escola.

Good, diz que supervisão representa “todos os esforços de funcionários escolas


regulares cujo objectivo é favorecer a situação dos professores e outros trabalhadores no
melhoramento da educação, incluindo estímulo ao progresso profissional e ao
desenvolvimento de professores, selecção e revisão dos objectivos da educação, dos
materiais e métodos de ensino, bem como a avaliação da instrução”.

Modelos de supervisão Pedagógica

Para raciocinar em um modelo de supervisão requer a necessidade de compreender que


alguns factores são importantes no processo de sistematização. Portanto um modelo de
supervisão, dada a sua complexidade e abrangência, deve ser buscando inicialmente no
esforço para a caracterização da realidade educacional a ser trabalhada, tentando manter
uma relação adequada das proposições teóricas com a realidade circunstancial de cada
espaço escolar. Com base desta lógica tais factores são fundamentais para a
identificação do tipo de supervisão que ira ser adoptado em cada escola, visto que cada
uma possui um modo específico de trabalho.

Segundo Formosinho (2002, cit em Fermanian 2016), um modelo de supervisão é um


modo de compreender a supervisão a qual se pretende conduzir a orientação da acção
pedagógica, onde esta se enquadra num processo progressivo, dinâmico e experimental,
e que seja voltado para atender as necessidades da escola (p.25).

Conforme com autor um modelo de supervisão é uma ferramenta muito imprescindível,


qual a ajuda á o orientar o supervisor. Portanto o modelo considera-se como sendo
guião de um supervisor, Que pretende ser executado no projecto educativo com
objectivo de responder as preocupações da escola. Visto que o papel de supervisor é
desenvolver capacidades e competências nos futuros professores, ensinando-lhe a
explorar os conhecimentos que dispõem, de modo a resolver os problemas que lhes
aparecem, transferindo as mesmas capacidades para os alunos.

Modelo de Sergiovanni e Starratt

Segundo Sergiovanni e Starratt (1993, P.34 cit em Formosinho 2002, p.54):

Ás praticas de supervisão baseavam – se no modelo clinico, contudo os esforços feitos


no sentido do melhoramento do ensino e da renovação das escolas produziram vários
modelos e configurações que incluem aspectos do modelo clinico inicial, embora dele
se diferenciassem. O modelo clinico original foi um marco aos posteriores modelos. A
supervisão clinica é a primeira opção ou modelos oferecida por Sergiovanni e Starratt.

De acordo com os autores citados, o modelo clinico consiste em dar a melhoramento do


ensino, e da inovação das escola, visto que de uma forma geral esse modelo foi a
primeira opção a ser concebida ou seja desenvolvida com Sergiovanni e Starratt. No
processo educativa Com base desta lógica nos podemos decifrar que a supervisão
clinico é uma ferramenta de auxílio que visa a orientar na sala de aula. Todavia
generalizando os modelos servem para despertar o trabalho de professor.

Segundo Alarcão e Canha (2013), o modelo supervisão clinica foi concebido em 1982
na EUA, no âmbito da formação de professores. Permite compreender e transformar as
situações de ensino é o núcleo central da acção docente e consequente da acção
supervisiva (p.7).

Sergiovanni e Starratt (1993), enfatiza ainda a utilização da autoridade profissional


como tema organizador é o reconhecimento de que não existe melhor meio para
efectuar a supervisão, o conhecimento profissional através da prática. Promove um
diálogo entre professor, proporciona -lhes um grau discernimento na supervisão, requer
que se mantenham responsáveis entre si e disponibiliza o apoio (P.58).

A Função da Supervisão numa instituição

Segundo Moreira,M. pela discussão do conceito de qualidade em educação, radicada


numa concepção de educação para o desenvolvimento sustentável e para a
transformação de pessoas e de contextos (UNESCO, 2005), a autora passa para uma
análise do papel das instituições no desenvolvimento de práticas pedagógicas de
qualidade. Embora os contextos de educação e de formação tenham um papel
determinante, os professores, principalmente através das expectativas que detêm face
aos seus alunos, têm um papel crucial no combate a formas de discriminação e de
exclusão nas escolas. O conceito de supervisão que informa este texto também se coloca
ao serviço da qualidade em educação enunciada, ao ser tomado enquanto teoria e prática
de regulação crítica e colaborativa da pedagogia e do desenvolvimento profissional,
numa visão da educação para a transformação e para a sustentabilidade. O texto finaliza
com a ilustração do modo como as narrativas profissionais se constituem enquanto
estratégias de auto supervisão do trabalho docente num contexto de formação pós-
graduada. Desenvolvidas em contextos profissionais, e estabelecendo pontes entre o
conhecimento académico e experiencial, elas incidem na análise dos modos como o
trabalho docente se coloca (ou não) ao serviço de uma pedagogia e de um
desenvolvimento profissional docente assente em valores de sustentabilidade e de
transformação, identificando os constrangimentos estruturais e apontando rumos de
ação.

Supervisão Reflexiva

Como referem Alarcão e Roldão (2008), o trabalho da supervisão pedagógica tem um


reflexo analítico, de interpretação, baseado na teoria e na reflexão. consiste num
processo de acompanhamento e discussão permanente dos seus resultados, constituindo
assim uma base de construção do conhecimento profissional. Com base no descrito,
refere a entrevistada que o educador “é aquele educador que analisa a sua prática,
analisa a sua acção, reflete sobre ela, e consegue mudar, consegue evoluir. Mudança
implica evolução e melhorar as suas praticas” [p. 107]Essa reflexao

Educação para o século XXI

Segundo Bévort & Belloni, 2009, p. 1091).No final do século XX, presenciamos uma
revolução tecnológica, que colocou à disposição da sociedade novas formas de
comunicar, produzir e difundir a informação. Prática da transformação das escolas e
irreversível e mais fácil enquadrar-se duque contornar esta tendência de um modo geral
pode se adequar aos avanços quer que sejam tecnológicos ou humanos.

Supervisão e educação para o século XXI


A interferencia do espaço no tempo houve a excepcao. nos tempos Covid-19, oque
levou a implementacao do uso das TIC’s trazendo uma nova visao, onde um Docente
estando em portugal pode-se lecionar as turmas em Mocambique, lidando com os
factores regionais ou fuso horario tornou-se um passo dado na implementacao de
estudos em varios locais interagindo online. dificeis da pandemia Sarscov-19, levou a
experiencia humana a uma realidade desejada que avansava devagar.a nova perpectiva
de comunicacao do ensino e aprendizagem entre auxiliada por meios e recursos digitais
minimizando assim, os riscos de contagio, numa premissa futurista acomodou a visao e
credibilidade da qualidade em EAD, e-learnig.

Relação da Supervisão e desenvolvimento Profissional

No dizer de Alarcão e Tavares (1987: 34), “ensinar os professores a ensinar deve ser o
objectivo principal de toda a supervisão pedagógica”, devendo a mesma ser levada a
cabo por professores com experiência e competência demonstrada ao longo do seu
percurso profissional, com vista à promoção do desenvolvimento profissional dos
professores. A supervisão pedagógica parece ficar, aqui, limitada à formação de
professores. Alarcão (2002). Monitorização sistemática da prática pedagógica,
sobretudo através de procedimentos de reflexão e de experimentação”. Diferentes
perspetivas têm emergido, associadas à evolução do conceito de supervisão pedagógica,
merecendo destaque aquela que a associa de forma primordial à avaliação de
professores, considerando-a o foco para a defnição do conceito de supervisão no campo
da Educação (Daresh, 2006). Este enfoque na avaliação tende a surgir associado a uma
perspetiva da supervisão como uma actividade técnica especializada, tendo por
finalidade a utilização racional dos factores que intervêm, directa ou indirectamente, na
consecução de produtos, serviços ou bens destinados à satisfação de necessidades
(Chiavenato, 2001, in Trindade, 2007)

Desafio actual da supervisão em Moçambique

Segundo Viera (2010 cit. em Cohen, 2014), a supervisão é entendida como sendo a
teoria e prática de regulação de processo e aprendizagem. De acordo com Alarcão &
Tavares (2003 cit. em Cohen, 2014), a supervisão pedagógica é entendida como o
processo em que um professor, em princípio mais experiente e mais informado, orienta
outro professor ou candidato a professor no seu desenvolvimento humano (p.322).
A supervisão em Moçambique tem que ser enquadrada antes de mais na evolução do
sistema da educação (Mazula, 1995, Cipriano, 2011, cit. em A. G. Barbosa, M. N.
Ibraimo, M. S. V. Laita & I. Mussagy, 2017).

No período colonial (1845-1974), foi fortemente marcado por uma educação virada aos
interesses coloniais, sobretudo para a produção de matérias-primas para as indústrias
portuguesas. Neste período houve forte aliança entre o regime colonial português e a
igreja católica. Na inspecção escolar colonial, o inspector tinha a autonomia de tomar
medidas punitivas contra os infractores da lei referente à educação. Tais medidas
consistiam na suspensão imediata e expulsão, muitas vezes por causa das
irregularidades tais como: falta ao serviço, postura não adequada e a não planificação
das aulas (Barbosa & Mauride, 2017 cit. em A. G. Barbosa, M. N. Ibraimo, M. S.
V.Laita & I. Mussagy, 2017).

No período da luta de libertação nacional, sobretudo nas zonas libertadas, a Frelimo


havia implantado um projecto de educação para os seus guerrilheiros. Nestes locais a
educação era marcada por falta de quadros, professores sem preparação
psicopedagógicas e sem supervisores (Mazula, 1995 cit. em A. G. Barbosa, M.
N.Ibraimo, M. S. V. Laita & I. Mussagy, 2017). Neste âmbito, nas zonas libertadas
passou a vigorar uma espécie de interajuda, ou seja, os professores faziam de
supervisores uns aos outros de modo a melhorarem a qualidade das aulas que
ministravam.

Segundo Mazula (1995 cit. em A. G. Barbosa, M. N. Ibraimo, M. S. V. Laita &


I.Mussagy, 2017). No período do governo de transição (1974-1975) a educação em
Moçambique foi marcada pela transição da inspecção escolar colonial para a inspecção

que se pretendia depois da independência, ou seja, uma inspecção que visava controlar
as políticas do Sistema Nacional de Educação (SNE) (p.83).

Após a proclamação da independência nacional a 25 de Junho de 1975, a Frelimo


assumiu o poder político. No âmbito da implantação do seu governo, concretamente em

1978, através do diploma ministerial 76/ de 11 de Setembro, o Ministério de Educação e


Cultura (MEC) criou a Inspecção Geral da Educação e Cultura (Barbosa &
Mauride,2017 cit. em A. G. Barbosa, M. N. Ibraimo, M. S. V. Laita & I. Mussagy,
2017).

Portanto, em 1978 foram criadas as Comissões de Apoio Pedagógico (CAP’s) que


passaram a actuar tanto ao nível central do Ministério de Educação, quanto no
provincial, nas Direcções Provinciais de Educação e Cultura (DPEC). Nesta
perspectiva, cabia a CAPs supervisionar o processo da divulgação e implementação dos
desígnios e ideais da educação no novo panorama político e ideológico criado pela
independência nacional. As CAPs funcionaram até 1987 e congregavam professores de
diversas áreas curriculares e níveis educacionais. (Selimane, 2015, p.96).

Contudo, antes da implantação do SNE, isto é no período entre (1975-1982) a inspecção

e a supervisão eram realizadas pelos técnicos das Direcções de Educação e Cultura,


considerando ainda um momento de transição da inspecção escolar colonial (Barbosa &

Mauride, 2017 cit. em A. G. Barbosa, M. N. Ibraimo, M. S. V. Laita & I.


Mussagy,2017).

No âmbito da reestruturação da educação, a Lei 4/83 vai marcar um período de


introdução do SNE, considerado na altura como um instrumento político-ideológico e
motor de desenvolvimento (Barbosa & Mauride, 2017 cit. em A. G. Barbosa, M.
N.Ibraimo, M. S. V. Laita & I. Mussagy, 2017).

Em 1991, através do Diploma Ministerial 46/91 de 29 de Maio é aprovado/ criado o


Regulamento da Inspecção da Educação (RIE), onde se enquadra a estrutura como:

inspecção pedagógica, administrativa e financeira. Ao nível provincial a inspecção esta

instituída na DPEC, nos distritos até às escolas, enquanto a supervisão pedagógica ao

nível distrital é coordenada pela repartição de educação geral, que é uma estrutura do

Serviço Distrital da Educação, Juventude e Tecnologia (SDEJT) ao abrigo do Decreto

6/2006 de 12 de Abril que cria SDEJT. (Barbosa & Mauride, 2017 cit. em A.
G.Barbosa, M. N. Ibraimo, M. S. V. Laita & I. Mussagy, 2017).
Com a nova Constituição da República de Moçambique (CRM) aprovada em 1990,
verifica-se várias transformações a nível social, político e económico. O sector da
educação não ficou alheio a estas mudanças. A aprovação da Lei 6/92 de 12 de Abril vai

reformar o SNE que vigorou entre (1983-1991). Na perspectiva de consolidar a


supervisão em Moçambique, decorreu entre 24 de Agosto a 3 de Outubro de 1992, em
Maputo, a primeira Formação em Exercício de Supervisão Pedagógica (FESP), esta

conferência contou com mais de cinquenta formandos, dentre técnicos pedagógicos,

inspectores e instrutores provinciais (Selimane, 2015, p.66).

Assim, na segunda metade da década de 1990, o ensino secundário dava claros sinais de

se estar expandindo e poder vir de expandir ainda mais, o que vinha originando
desfalques na formação, afectação, acompanhamento e apoio do trabalho dos
professores. Foi neste âmbito, que a partir de 1997, a Direcção Nacional do Ensino
Secundário Geral (DNESG) e as DPEC, ambas do Ministério de Educação (MINED),
iniciaram o processo de implementação do Sistema de Supervisão Pedagógica
Provincial, cujo primeiro passo se iniciou com a disciplina de Inglês, no âmbito da
implementação do projecto do ensino do inglês. (Selimane, 2015, p.76).

Selimane (2015), refere que a colocação da Supervisão Educacional (SE) em quase


apenas tarefas viradas para o apoio pedagógico, criou por assim dizer, uma espécie de
monopólio do saber sobre essa área por parte dos técnicos pedagógicos. Mas no ciclo
governativo 2000-2005, acentua-se o discurso da descentralização, o que motivou a
implementação duma supervisão integrada ou multissectorial (p.95). Este autor afirma
ainda, que a partir dai, paulatinamente se passou a assistir a diluição do foco da
supervisão educacional, expandindo a sua área de actuação e abrindo espaço à
participação de profissionais não providos de docência (p.95).

A resolução n° 1/2011, de 14 de Abril, aprova o estatuto orgânico do MINED. Das


áreas de actividades do MINED compreende: a supervisão, controle e regulamentação
da educação no território Moçambicano. Segundo esta resolução, a estrutura do MINED

compreende a Direcção Nacional de Formação de Professores (DNFP), que dentre as


várias funções, promove e coordena a formação de gestores de escolas e dos inspectores
de educação.

Destaca-se ainda, as funções da Direcção de Gestão e Garantia da Qualidade, que tem


como tarefa principal, fazer a supervisão às instituições do sector de educação no
âmbito da melhoria da qualidade de ensino. (Barbosa & Mauride, 2017 cit. em A.
G.Barbosa, M. N. Ibraimo, M. S. V. Laita & I. Mussagy, 2017).

A expansão do ensino superior em Moçambique contribuiu para a aprovação do decreto


27/2011, que estabelece as normas e procedimentos da realização da actividade de
inspecção às Instituições de Ensino Superior (IES). A actividade de inspecção das IES
compreende dois tipos, nomeadamente: ordinária e extraordinária (MINED, 2012).

Conclusão

A supervisão é um dos pilares que defende a doutrina ética e moral das boas praticas de
acções, responsabilidade profissional e desenvolvimento humano. Deste modo podendo
ser o ponto zero do entendimento entre os diferentes povos no mundo, desta forma o
molde padrão dos profissionais e dirigentes, supervisão pedagógica agindo sobre eles na
sua formação humana, influencia na ecologia, na liderança e na politica. a supervisão na
área da educação em Moçambique sempre esteve associada ao regime político. uma vez
atingido a insatisfação do aproveitamento polivalente do conhecimento cientifico, aliado
a monopolização dos interesses nacionais e internacionais na área do saber.

No período da luta de libertação nacional, a supervisão caracterizou-se por uma


interajuda, devido a falta de pessoal qualificado e com prática psicopedagógica, cada
professor supervisionava as aulas do outro. No período pós-independência, adoptou-se o
regime socialista, e foi atribuída também a educação o papel de formar o homem novo,
dotado de ideologias revolucionárias, socialistas e anticoloniais. É neste âmbito, que a
supervisão/inspecção estava virada para a difusão e cumprimento das ideologias
marxistas-leninistas. No âmbito da democratização em vigor no país, a supervisão
passou a ser integrada ou multissectorial. Aliado a isto, devido a crescente expansão do
ensino superior, a inspecção nesta área passou a ser interna e externa.

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