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1. INTRODUÇÃO
2. EVOLUÇÃO DE CONCEITO
44 Curriculum 2/73
a preocupar os estudiosos. Daí por diante, a supervisão escolar dei-
){a o campo das hipóteses, na didática, para penetrar nas necessi-
dades técnicas, sem nunca esquecer as inter-relações:
Homem
'·/4
Tecmcas .'-M·elO SOCla. 1
Natureza da supervisão 45
De 1930 a 1940, a supervisão reflete as relações humanas demo-
cráticas, em todos os ramos, quer econômico-financeiros, quer de
outras profissões liberais, entre elas o magistério. Professores bus-
cam percepção e emoção para recorrerem à ação.
A sociologia e a psicologia social aproximam-se de outros campos
das atividades humanas. Dá-se ênfase à determinação pessoal dos
fins. O alargamento das escolas e sistemas escolares, com a decor-
rente escassez de professores, adequadamente preparados, aumen-
tou a necessidade de um supervisor escolar. A expansão do currí-
culo criou a necessidade de mais supervisores. Esse aumento tor-
nou a cooperação e coordenação essenciais. É a supervisão como
grupo de esforço cooperativo.
De 1940 a 1962, segundo Lucio e Mc Neil, os métodos de razão e de
inteligência prática dão um novo sentido à supervisão escolar. Na
razão, o guia da percepção e ação. Na inteligência prática, a ex-
periência adaptável às necessidades, dentro do objetivo fundamen-
tal: inquirir. 3
Assim, conforme podemos demonstrar, pelo quadro 1, a supervisão
vem sofrendo modificações constantes em sua função:
..... -----
A - Inspeção administrativa
B - Orientação de eficiência
C - Grupo de esforço cooperativo
D - Orientação de pesquisa
46 Curriculum 2/73
A combinação dos avanços tecnológicos, competição entre nações
em pesquisa espacial, e o despertar público da necessidade de con-
tribuições financeiras a empreendimentos intelectuais, são alguns
dos fatores que encorajam o desejo de um ambiente, em que proble-
mas são solucionados mais pelo estudo do que pela simples negocia-
ção. Hoje, a administração escolar e, conseqüentemente, a super-
visão, estão sendo estudadas com crescente aperfeiçoamento na
investigação de procedimentos e vigor profissional, bem como es-
forços são empregados para determinar a natureza e a razão da
interação entre pessoas e inter-relação entre situações. A ênfase é
no processo total. Administração e supervisão estão voltadas para
a orientação de pesquisa. Com as transformações operadas dentro
da sociedade moderna, há uma nova expectativa para com a pro-
dução da escola.
Natureza da supervisão 47
seu pessoal, colaborando com o progresso social. 4 Uma troca cons-
tante de aperfeiçoamento entre o "eu social" e o "eu individual". É
a antropologia moderna influenciando a reinterpretação das dire-
trizes da educação.
A educação é, essencialmente, uma atividade de um sujeito, mani-
festada por um duplo processo de aprofundamento da experiência
pessoal e da vida social como um todo, traduzindo-se pela partici-
pação, consciente e livre, do indivíduo, em qualquer idade em que se
encontre. ~ No quadro 2, uma tentativa de representação desse am-
plo sistema mostra as interferências de cada subsistema, conside-
rando-se o processo ensino-aprendizagem do educando em fase da
escolarização.
• Trigueiro, D. Um novo mundo, uma nova educação. Revista brasileira de Estudos
Pedagógicos, Rio de Janeiro, v. 51, n. 113; p. 16, jan./mar. 1969.
5 Furter, P. & Bu1tron, A. Educação permanente na perspectiva do desenvolvimento.
Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Rio de Janeiro, v. 51, n. 113, p. 70, jan./mar.
1969.
Ministério
da Comunidade
Educação
Direção
da Família
escola
48 Curriculum 217.1
Quando falamos do sistema educacional em seu conjunto, não po-
demos deixar de pensar, ao mesmo tempo, nos seus diversos com-
ponentes - os subsistemas.
Natureza da supervisão 49
nica que cria condições para que cada um se descubra, aprendendo
a participar, contribuindo para o desenvolvimento dessa cultura. 7
Daí as influências e confluências do sistema.
50 Curriculum 2/73
tuação ensino-aprendizagem. 8 Para Jane Franseth ela é liderança
que encoraja o desenvolvimento contínuo de todo o pessoal da es-
cola, num esforço cooperativo para realizar um programa escolar
mais eficiente. Todos os membros do estafe podem exercer, con-
tinuamente, em seu trabalho diário, sua espécie de liderança. u
Em Luis Arturo Lemus vamos encontrar que o objeto da supervisão
é o melhoramento do trabalho educativo. Em geral, supervisão quer
dizer: coordenar, estimular, dirigir o desenvolvimento dos professcr
res para que, por meio deles, estimule-se cada indivíduo, através do
exercício de seu talento, para a mais completa e mais inteligente
participação na sociedade a que pertence. A supervisão tem por
objetivo o desenvolvimento profissional dos professores para que,
livres da tradição e educação para fazer uso de seu espírito inves-
tigador, possam enfrentar, cientificamente, os problemas que se
apresentam no campo da prática. 10
Segundo Harris, ela se processa numa relação de influências de
uma sociedade dinâmica, caracterizada por acelerado grau de mu-
dança. Consiste em grupo de tarefas, inter-relacionadas, que são
continuadas num sentido de facilitar a manutenção de, ou a mu-
dança em, na função de ensinar. 11
Natureza da supervisão 51
dentro da área pedagógica, e a rede de relações que acompanha
essa atuação.
Do ponto de vista da posição de cada área - direção, supervisão,
corpo docente e serviços especializados - e de sua atuação, pode-
mos analisá-las em duas dimensões: em relação ao aluno e em
relação à instrução.
É claro que essa distinção é formal e para efeito de análise, sendo
que, na realidade, não se acham desligadas, mas em interdepen-
dência, mantendo entre si uma reciprocidade funcional.
-~r-----------------------~~--------------------~
C
~
-...
E
ro
~
CS
Supervisão
Corpo
docente
Serviços
Direção especiais
"O
C
Remotamente Diretamente
~ ________________________ Aluno ____________________ ~.
52 Curriculum 2/73
c) há uma única área que se relaciona diretamente com o aluno
e com a instrução;
Natureza da supervisão 53
o quadro 4 fornece um panorama da área pedagógica e as impli-
cações do trabalho de supervisão, visando constante melhoramen-
to no processo ensino-aprendizagem.
Alunos
nfOcesso
do to'
Natureza da supervisão 55
Quadro 5 - Esboço para um programa de supervisão
segundo Eye e Netzer
Padrões Participantes
! ! !
Suposições Direção e controle Perceptividade
roc:
Princípios Estimulo e iniciativa Autonomia .Q
o
,ro u
~
-Oro Objetivos Análíse e avaliação Relatividade Ql
C.
C. o
6
,ro o
Critérios Planejamento e aperfeiçoamento Flexibilidade
«
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'"c:
~
Procedimentos Criatividade ~
(Critérios de medida)
Consolidação
Maturidade Aperfeiçoamento Expectativas
escola=
Profissiona I do ensino emergentes
comunidade
56 Curriculum 2/73
dança. Pode-se falar, então, de uma graduação entre continuidade
e mudança, colocando-as em dois extremos, cuja manifestação de-
pende não só dos objetivos e valores como das próprias expectati-
vas do grupo sobre o trabalho de supervisão.
Natureza da supervisão 57
cada um. Esses, por sua vez, dependem da expectativa do grupo
em que a supervisão se insere, bem como sobre seu próprio traba-
lho.
o processo de supervisão refere-se, de um lado, a propósitos e, do
outro, a produtos do programa. Esses dizem respeito não a uma
situação imaginária, mas a dado sistema escolar, de acordo com as
condições do trabalho de supervisão (tempo, expectativas, incum-
bências, funções), com as características do sistema escolar e da
própria comunidade, e com os aspectos do processo ensino-apren-
dizagem, enfocados no momento.
Os componentes do processo de supervisão estariam mais relaciona-
dos com o plano total de supervisão do que com a seleção de com-
portamentos dos supervisores. Esses componentes são: direção e
controle, estímulo e iniciativa, análise e avaliação, planejamento
e aperfeiçoamento.
Assim como há certa ação-padrão para desenvolver um plano de
supervisão, deve haver uma consideração, dirigida ao processo to-
tal, que será analisado em termos das características que implicam
balanço operacional. Essas características - perceptividade, auto-
nomia, relatividade, criatividade - referem-se a comportamentos
que envolvem a execução de um ou mais componentes do processo.
Cada uma delas implica uma relação definida com os componentes
do processo e se influenciam mutuamente, embora com intensida-
de diferente.
Os produtos seriam o ponto de conclusão do processo de supervisão,
não se diferenciando muito dos produtos do processo educacional
como um todo, devendo ser o desenvolvimento do aluno o ponto de
referência para a análise deles. Ressalva-se, é claro, a responsa-
bilidade específica de cada setor.
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5. CONCLUSÃO
10 Op. cito
Natureza da supervisão 59
pria escola. Alicerçada em prática e experiência, a supervisão tra-
balha com conhecimento científico, tendo como suporte outras
ciências. Entre elas: filosofia, sociologia, psicologia educacional e
social, antropologia, economia, estatística.
Referências bibliográficas
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From, Erich. Psicanálise da sociedade contemporânea. Trad. L. A.
Bahia e Giasone Rebua. Zahar Editores, 1963.
Bello, Maria José. Hist. da República, São Paulo, Comp. Ed. Nac.,
1956.
interessados:
Congressos
Natureza da supervisão 61