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PRINCÍPIOS E MÉTODOS DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL

Profª: Maria Oneide Lino


História da Supervisão
O ensino foi orientado pelo Plano Geral dos Jesuítas, conhecido como
‘Ratio Studiorum’, no qual já se notava a idéia de
supervisão.

• O Ratio previa a figura do prefeito geral de estudos como


assistente do reitor para auxiliá-lo na “boa ordenação dos
estudos”.

• O alvará que instituiu as Reformas, ‘previu o cargo de diretor


geral dos estudos e a designação de comissários para fazer, em
cada local, o levantamento do estado das escolas. ...

• Nesse sentido, a idéia de supervisão englobava os aspectos


político-administrativos (inspeção e direção) ...’
História da Supervisão
• A Lei de 15 de outubro de 1827 instituiu ‘as escolas de primeiras letras
em todas as cidades, vilas e lugares populosos do Império’, sob a
orientação do ‘método do Ensino Mútuo’ pelo qual o professor exerce
as funções de docência e também de supervisão.

• Em 1834 - necessidade de criação de um ‘INSPETOR DE ESTUDOS’.

• As reformas Couto Ferraz, pelo regulamento de 17 de fevereiro de


1854, estabelecem como missão do inspetor geral ‘supervisionar...
todos os estabelecimentos de ensino públicos e particulares’.

• O final do período monárquico assistiu a uma grande quantidade de


reformas no sistema de ensino, no sentido de organizar um sistema
nacional de ensino fundamentado na organização pedagógico-
administrativa do sistema como um todo, enfatizando, desta forma, a
necessidade do serviço de supervisão.
História da Supervisão
• 1896: No início do período republicano, a reforma da instrução
pública paulista, instituiu, entre outros órgãos de educação, o
INSPETOR DE ENSINO, cuja função, que deveria ser orientadora,
caracterizou-se, na época, pela ação burocrática em detrimento das
funções pedagógicas.

• A década de 20 é marcada, na educação brasileira, pelo surgimento


dos profissionais da educação, ou seja, os TÉCNICOS. A reforma
Carneiro Leão de 1928, implementa uma organização de trabalho
marcada pela separaçãoda parte administrativa e técnica.

• A separação entre a parte administrativa e a parte técnica é condição


para o surgimento da figura do supervisor, distinta do diretor e do
inspetor sendo a parte administrativa de responsabilidade do
SUPERVISOR e a parte técnica, do inspetor.
História da Supervisão
• E é quando se quer emprestar à figura do inspetor um papel
predominantemente de orientação pedagógica e de estímulo à
competência técnica, em lugar da fiscalização para detectar falhas e
aplicar punições, que esse profissional passa a ser chamado de
supervisor.

• No contexto do ideário escolanovista, os Pioneiros da Educação em


seu manifesto (1932), sugerem a pretensão de se atingir, na
educação, o estágiotecnológico, pela via da fundamentação científica.

• Neste contexto surgem os técnicos, chamados ESPECIALISTAS EM


EDUCAÇÃO, entre ele, o SUPERVISOR que seria formado pela
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, criada pela reforma
Francisco Campos, em 1931.
História da Supervisão
• A função de supervisão nas escolas de quinta à oitava séries surge
após o golpe de 64. O profissional que exerce essa função é, então,
habilitado pelo curso de Pedagogia, com o objetivo de garantir, nas
escolas, a eficiência e a produtividade do processo educativo.

• No final da década, pelo Parecer nº 252 de 1969, o curso de Pedagogia


foi organizado na forma de habilitações: administração, inspeção,
supervisão eorientação.

• ‘A nova estrutura do curso de Pedagogia decorrente do Parecer


252/69 abria, pois, claramente, a perspectiva de profissionalização da
supervisão educacional na esteira da orientação educacional, cuja
profissão já havia sido regulamentada por meio da Lei nº 5564, de 21
de dezembro de 1968, antecipando-se, portanto, ao próprio Parecer
nº 252/69.’ Saviani (2000)
História da Supervisão

• O caráter tecnicista do método de divisão do trabalho promove no meio educacional,


através dahierarquização das funções.

• o distanciamento entre as etapas de concepção e execução do ensino, colocando o


supervisor numa posição de controle hierárquico, característico do sistema capitalista.

• A utilização da técnica, de forma descontextualizada, mais serviu ao supervisor como


forma de controle de qualidade do que um meio de orientação e atuação pedagógica.

• O conceito de supervisão ‘esteve atrelado ao seu significado na organização industrial


do
trabalho, como atividade técnica especializada.
História da Supervisão
• A década de 80 foi marcada pelo 'movimento crítico' da Educação que
apontou os 'especialistas do ensino', mais especificamente os
supervisores, como responsáveis pelo insucesso escolar.

• O sonho, segundo Mary Rangel, era então revolucionar o pedagógico


e ‘lançar as sementes de uma educação geral, crítica e política’.
Porém, a realidade mostra que a mudança não virá com a extinção do
especialista.

• É orientado o orientador é supervisionado o supervisor.

• A função de supervisão foi extinta. Contudo, a ausência do


profissional foi, negativamente, sentida pelos professores;
História da Supervisão

• Concluiu-se logo que era na prática que o conhecimento do


supervisor tinha origem e finalidade;

• a prática necessitava, não de poder, mas de articulação. Permanecera


a demanda dos professores por um profissional que executasse um
trabalho, coletivo, interdisciplinar e democrático.

• A década de 90 assiste à redescoberta da SUPERVISÃO, apontada


como instrumento necessário para a mudança nas escolas. Contudo,
a educação , como aparelho de um sistema político, enxerga a figura
do supervisor como 'mero intermediário na implantação de novas
propostas curriculares amplamente divulgadas pelos órgãos oficiais'.
História da Supervisão
• A realidade, entretanto, apresentava uma outra demanda, mais
coerente com o momento sócio-político, de inquietação e de quebra
de paradigmas, onde a concepção e a execução do trabalho não se
separam.

• O cunho autoritário do qual a função se revestiu nas décadas


marcadas pelo movimento tecnicista não atendia mais as
necessidades de um sistema aberto de ensino, integrado à sociedade
e com ela comprometido.

• A função supervisora torna-se então 'aglutinadora e impulsionadora'


de um grupo diversificado de pessoas, representantes de um ideário
moderno de educação, cuja forma de conhecimento valorizado era
de emancipação, fundamentado na participação e na solidariedade.

• Como 'mediadora de um sistema' a função não era mais de


subordinação à autoridade e de controle da qualidade do serviço
educacional, mas de 'intérprete' de uma realidade em constante
transformação.
História da Supervisão

• Voltamos então a Mary Rangel para entender, pela descrição do sonho, qual é o
desafio do supervisor:

‘No sonho, desenha-se o supervisor competente, entendendo-se que a competência é,


em si,um compromisso com o público, com a sua etimologia na pólis , ‘cidade’,
coletividade. E o interesse coletivo opõe-se ao interesse individualizado, na educação e no
serviço supervisor.

• A análise da realidade permite ao pesquisador averiguar até que ponto, o sonho da


década de noventa, é realidade no novo século.
SUPERVISÃO: SÉCULO XXI – BRASIL

• LDBEN 9.394 de 1996: Título VI (Art. 61/67): trata dos Profissionais da Educação.
• O artigo 64 institui que a formação de profissionais de educação para
administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para
a educação básica, será feito em cursos de graduação em pedagogia ou em nível
de pós-graduação.
• A redefinição e a busca do curso de pedagogia e a luta dos movimentos sociais dos
educadores por uma proposta curricular para que a formação do pedagogo seja
de caráter cientifico, acadêmico, político, técnico, didático-pedagógico, mas sobre
tudo por ter como base de sua formação a docência como foco importante na
reconstrução de sua identidade.
SUPERVISÃO: SÉCULO XXI – BRASIL

• Campo da Pedagogia:
• A base de sua atuação então, seria a docência na educação infantil, nas séries iniciais do
ensino fundamental e nas disciplinas da formação pedagógica do nível médio, podendo
ainda atuar na organização de sistemas, unidades, projetos e experiências educacionais
escolares e não- escolares; na produção e difusão do conhecimento científico e
tecnológico do campo educacional e nas áreas emergentes do campo educacional.
(ANFOPE, 2004)
A AÇÃO SUPERVISORA

• Pensar a supervisão é também pensar como se intitula: o nome é uma atribuição da


identidade.

• O significado do nome – o significado da função.

• O nome é objeto de estudo e pesquisa.

• Análise do nome supervisão: o prefixo super uni-se a visão para designar o ato de ver o geral.

• Para possibilitar a visão geral é preciso ver sobre – na perspectiva de ângulo de visão
que
possibilite o olhar do conjunto dos elementos e os elos articuladores.
A AÇÃO SUPERVISORA

• SUPERVISÃO EDUCACIONAL: extrapola as atividades da escola para alcançar, em


nível macro, os aspectos estruturais, sistêmicos, da educação.

• SUPERVISÃO ESCOLAR: supõe a supervisão da escola nos


serviços administrativos, de funcionamento geral, como também os pedagógicos.

• SUPERVISÃO PEDAGÓGICA: refere-se à abrangência da função, um olhar sobre


o pedagógico oferece condições de coordenação e orientação.

• COORDENAÇÃO: co-ordenar é organizar em comum, é prever e promover a


integração do trabalho da escola.
Referencia:
NAURA, Syria Carrepeto Ferreira. Supervisão Educacional para uma escola de qualidade: da
formação à ação. 5ª ed. São Paulo: Cortez, 2006.
NAURA, Syria Carrepeto Ferreira. Supervisão Educacional: uma reflexão crítica. Petrópolis:
Editora Vozes, 1987, 11ª e
Muito Obrigada!!!
Profª Oneide Lino

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