BLOCO B - PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO DAS ESCOLAS
PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA– 1/2020 06 créditos
Profa. Dra. Renata Maria Moschen Nascente
Nome: Bruna Magalhães Dester RA: 745302
ATIVIDADE 02: SÍNTESE
CHICHAVEKE, Ester; MARTINS, Marcos Francisco. Tendências educativas e
perspectivas de atuação da supervisão de ensino. Cadernos de Pesquisa: Pensamento Educacional, Curitiba, v. 14, n. 38, p.141-160 set./dez. 2019.
O objetivo do texto é apresentar resumidamente as proposições das tendências
educativas críticas e não críticas, e sua repercussão na atuação do supervisor escolar, explicitando as diferentes formas de atuação em cada tendência apontada. Em primeira instância, os autores apresentam o critério de criticidade definido por Saviani, distinguindo quais são as tendências críticas e as não críticas, a partir daí relaciona-se a supervisão de ensino ao contexto das tendências já mencionadas, demonstrando no final um quadro síntese com a correlação das tendências pedagógicas e a atuação da supervisão de ensino.
O presente artigo, a partir das formulações de Saviani entende como teoria
crítica, aquela que se vê formulada a partir do interesse dos dominados, sendo assim o processo educativo deve constituir-se como passagem da desigualdade à igualdade (SAVIANI, 2013, p. 237 apud CHICHAVEKE, 2019, p.143). Com base nisso, Saviani agrupa ao conjunto de tendências não críticas as Pedagogias Tradicional, Nova e Tecnicista, e no de tendências críticas a Pedagogia Socialista, Libertária, Comunista, Libertadora e Histórico-Crítica.
Primeiramente, analisa-se a função atribuída a supervisão de ensino nas
teorias não críticas, a tendência tradicional predominante na historia brasileira durante o período do Brasil colônia marcado pela conservação de valores e educação dos filhos da elite, marca a função do supervisor ato de fiscalizar, observar e controlar, assumindo a missão de resguardar a ordem. Já na década de 20 e 30 começa a propagar-se o ideário liberal, com uma teoria educacional de promoção da mudança social, sendo esta a pedagogia renovada ou nova, propagada no Brasil pelo Manifesto dos pioneiros da educação nova de 1932. O ambiente escolar passa a ser reorganizado para estimular os alunos, sendo agora o professor considerado um facilitador do conhecimento, tendo como lema o “aprender fazendo”, desta maneira a ação da supervisão passa como monitor do padrão educacional, tendo como objetivo os interesses da política socioeconômica, através treinamento aos educadores nas questões de métodos e técnicas. Na década de 60 começou o esgotamento de teoria renovadora, após não ter atingido os ideais pretendidos, surgindo então a tendência tecnicista, articulado na época de 60, durante o Regime Militar, seus pressupostos defendiam a educação como “teoria do capital humano”, ou seja, o processo educativo deveria estar atrelado as necessidades da economia e ser a ela subordinada, neste contexto o inspetor torna-se um técnico, um inspetor da nova formação do estudante, entendido como um recurso formado para se engajar o mais rápido e eficientemente no mercado de trabalho.
De frente as desigualdades sociais que a escola capitalista produziu, surge no
meio do século XX tendências críticas, como a Pedagogia Libertadora, tendo como protagonista Paulo Freire, esta teoria postula a educação como prática de liberdade, aumentando a ideia da pedagogia como meio para emancipação das classes populares pela conscientização da realidade social, afim de transforma-las, por meio da inclusão delas na comunidade letrada, a partir disso Freire crítica o trabalho do supervisor-bancário, e diz que antes de tudo o supervisor é um educador que a partir do dialogo coletivo e horizontal deve construir junto com docentes e alunos uma parceria para atender as necessidades da própria unidade escolar. No final da década de 70, surge com Saviani, a Pedagogia Histórico-Crítica, que se mostra desempenhada por uma metodologia que visa a superação da sociedade de classes, através de uma pedagogia voltada as classes populares onde o objetivo é introduzir a cultura erudita juntamente com trabalho da cultura popular, já que os dominados não se libertam sem que dominem aquilo que os dominantes já dominam. Por isto, o supervisor nesta tendência deve problematizar o espaço escolar, para entender as contradições da escola ele deve entender o funcionamento da sociedade capitalista, e entender a escola como parte desse sistema, para promover nos educadores momentos de formação critica trazendo à tona questões teóricas e didáticas da pratica docente junto com pratica social.
Ao longo do tempo várias atribuições diferentes foram dadas a função do
supervisor, que hoje em dia se misturam e algumas prevalecem, como: fiscalizador, avaliador, controlador, orientador, formador. Dentro destes conceitos, entendemos como o supervisor é visto pela sociedade e principalmente pelos docentes, ainda sim prevalece a visão do fiscal, uma figura de autoridade que não representa a escola, mas os desafios apresentados pela escola exigem do supervisor uma posição crítica, compreendendo sua posição de educador. O encontro síncrono revelou as atribuições do supervisor dentro do sistema de ensino, ele é um mediador e articulador das politicas publicas educacionais e as propostas pedagógicas de cada escola, ou seja, seu trabalho precisa ser articulado com os docentes da instituição, espera-se que ele aja com o fim de gerar coletividade entre os educadores para problematizar os problemas apresentados e enxergar uma solução para atingir o objetivo fundamental da escola que é a aprendizagem de jovens, crianças e adultos.