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TEXTO DE APOIO
Breve histórico da supervisão escolar
1.Antiguidade

a) Na antiguidade, pela Índia, Pérsia, Egipto e China, a supervisão escolar era entendida por
vigilância. a vigilância das escolas estava a cargo de nobre e sacerdotes, que tinham poderes
para julgar o desenvolvimento da vida escolar.
b) Na Grécia antiga surgiram, no entanto, as primeiras pessoas especificamente encarregadas de
acompanhar o desenvolvimento da vida escolar. Pode-se mesmo dizer que a supervisão
escolar ou melhor, o supervisor escolar como elemento directamente indicado para
acompanhar o funcionamento de uma escola, surgiu na Grécia Antiga.
c) Na Roma imperial, os censores, além de encarregados do recenseamento dos impostos e da
vigilância dos costumes, isto é, da moral pública, eram encarregados, também de fiscalizar as
escolas;

2. Idade Média

Na Idade Média, na área de influência do catolicismo, o serviço de supervisão ou melhor, de


vigilância sobre as escolas era exercido pela igreja, por intermédio de seus bispos.
Posteriormente, no entanto, esta função passou a ser exercida por leigos indicados pela igreja.
Tudo faz crer que a fiscalização realizada sob a égide da igreja centrava-se em questões de
matrículas e pontualidade de alunos e professores.

3. Idade Moderna

Na idade moderna surge a figura do inspector escolar, cuja função era mais de julgar do que
executar tarefas pedagógicas.

Destinava-se mais a julgar a pessoa do professor do que o ensino que estivesse sendo levado a
efeito e o respectivo rendimento apresentado pelos alunos. é de salientar, ainda, que a vida
profissional do professor dependia muito do julgamento desse inspector ...
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Após a revolução francesa, no entanto, surge, por proposta de condorect (1743-1794), a figura do
inspector técnico, devidamente preparado para exercer a função de vigiar a actividade docente e
de fomentar o progresso da educação”. o professor agora, não só passa a ser vigiado no exercício
do magistério, como também, orientado para melhorar o seu desempenho. É fácil perceber, no
entanto, a dependência do professor com relação ao seu inspector técnico de vez que a sua
promoção magisterial dependia, também, desse mesmo inspector técnico.

4. Século xx

Com o desenvolvimento havido nos estudos didácticos pedagógico e nos de divisão do trabalho,
e de administração, graças notadamente, aos trabalhos de Taylor (1856-1915), criador do
taylorismo, o inspector escolar passa, cada vez mais a buscar eficiência no trabalho magisterial,
assumindo, no entanto, mais carácter tecnológico do que humano e a supervisão passa a ser
autoritária...

A partir de 1930, no entanto, por influência do desenvolvimento dos estudos sobre relações
humanos e do fortalecimento dos ideais democráticos da vida, a supervisão escolar começa a
humanizar-se buscando um desempenho do professor com base:

a) Na liderança democrática;
b) Na cooperação; relacionamento humano;
c) No melhor
d) Na visão de todos comprometidos no processo educativo como pessoas, notadamente
os alunos;
e) No incentivo à criatividade e responsabilidade, ao invés de dependência e
conformismo;
f) Na visão do aluno, principalmente, que precisa ser compreendido e adequadamente
orientado, a fim de poder realizar-se como pessoa humana, em função de todas as
suas possíveis potencialidades e limitações;
g) No melhor conhecimento do processo ensino - aprendizagem.
Assim, nos dias actuais o supervisor pedagógico marcha decididamente para uma acção mais
científica e mais humana quanto ao processo educativo, reconhecendo, estimulando, apoiando,
assistindo, sugerindo, participando, inovando ao invés de pura e simplesmente exigir ou dirigir.
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Em outras palavras, procura estimular a criatividade e a responsabilidade, ao invés de


dependência e conformismo por parte do professor, como já foi assinalado acima.

Para EYE e NETZER a supervisão escolar deve buscar:

a) Maturidade profissional;
b) Desenvolvimento do currículo;
c) Aperfeiçoamento do ensino;
d) Consolidação escola - comunidade;
e) Expectativas de emergência, isto é, tentativa de antecipação dos acontecimento,
prevendo demandas e necessidades futuras;
Para JESUS M. ISAÍAS a supervisão se expressa no estímulo, ajuda e coordenação com base em
elementos técnicos e elementos humanos.

4.1. Resumo Supervisão e Inspecção Educacional.

O termo supervisão começou a ser usado na educação como alternativa da designação de


“orientação da prática pedagógica”. Actualmente atribui-se dois sentidos ao termo.

Primeiro: Considera-se a função de fiscalização e superintendência e a outra e a monitoria do


processo de formação.

5. Origem etimológica.

A palavra supervisão provém de dois vocábulos Super e visão que significa acção de ver;
atitude de ver com mais clareza ou ainda olhar de cima a partir disso pode-se chegar a
conclusão de que a supervisão é um processo pelo qual uma pessoa possuidora de
conhecimentos e experiencias assume a responsabilidade de fazer com que as outras pessoas
possuam os mesmos recursos (conhecimentos);

Supervisão escolar é o serviço de assessoramento de todas as actividades que tenham influências


no processo ensino - aprendizagem, visando ao seu planeamento, coordenação e execução para
que mais eficientemente sejam atendidas as necessidades e aspirações do educando e da
comunidade, bem como mais plenamente sejam efectivados os objectivos gerais da educação e
os objectivos específicos da escola.
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É um serviço de carácter técnico e especializado que se baseia na habilidade de um indivíduo


obter resultados satisfatórios na actividade de outros indivíduos que estão sob sua
responsabilidade profissional;

É um processo pelo qual se orienta a escola como um todo para a realização ou alcance de seus
objectivos;

É um trabalho de orientação prática e cientifica do ministério em serviço isto é, é um auxílio


técnico motivador e necessário a professores, quer seja moral, profissional e funcional.

É uma orientação profissional e assistência dadas por pessoas competentes em matéria de


educação, quando e onde forem necessárias, visando ao aperfeiçoamento da situação total ensino
- aprendizagem”.

Esse aperfeiçoamento requer, fundamentalmente:

 Conhecimento da situação em que se efectiva o processo de ensino - aprendizagem;


 Análise e avaliação da mesma em função do que se pretende alcançar;
 Alterações que se fizerem necessárias nas condições materiais do ensino e no modo de
actuar das pessoas envolvidas no processo, notadamente o professor, para que o
educando e o meio sejam mais bem atendidos;

Segundo STONES (1984) para a efectuação do serviço de supervisão, o indivíduo deve reunir os
seguintes requisitos:

 A introvisão – compreensão do significado do que esta a ocorrer;


 A anti-visão – compreensão do que pode vir a suceder;
 A Retrovisão – compreensão do que deveria acontecer mais não chegou de acontecer;

Estes requisitos resumem-se em seguintes competências:

 Visão aprofundada/discernimento – compreender o significado do que está a


acontecer;
 Capacidade de previsão – ver o que poderá acontecer;
 Capacidade de retrovisão – ver o que devia ter acontecido e não aconteceu;
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 Segunda visão/intuição – saber como conseguir que aconteça o que deveria ter
acontecido ou que não aconteça o que realmente aconteceu e não devia ter acontecido.

Portanto, a supervisão envolve uma vasta gama de medidas a serem treinadas pelas entidades
especiais a fim de atingir os objectivos preconizados. Pois é através desta que pessoas
experientes e reconhecidas são indigitados para apoiar outras pessoas, para que estas executem
com sucesso a acção educativa.

6. Características da Supervisão

A supervisão escolar assume as seguintes características:

 Eficiência - Elimina as deficiências técnicas;


 Recurso - ajuda a interpretação dos anseios das necessidades do ambiente;
 Estímulo – facilita a melhoria das relações entre vários componentes do processo
educativo;
 Aconselhamento - Usa metas metódicas e dispositivos didácticos que são a base da
eficiência da acção escolar;
 Apoio – auxilia na análise de soluções de problemas dependendo do contexto;
 Comparticipação – consiste na vivência e consciência de uma actividade única visando
a um objectivo comum;
 Filosofia - Consiste em conduzir a um determinado objectivo da educação;
 Política – consiste em conjugar a finalidade da educação com os interesses do Estado ou
da classe de poder;
 Pedagogia - Consiste em através de métodos equacionar processos aprovados dentro
das coordenadas filosóficas de uma determinada política da educação: a quem ensinar, o
que ensinar, como ensinar e quando ensinar.

6.1. Características do supervisor

No desempenho efectivo da sua função, o supervisor deve assumir as seguintes características:

 Equilibro emocional;
 Compreensão e respeito pelas diferenças individuais;
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 Uso de diferentes métodos e recursos didácticos adequados a cada indivíduo e a cada


situação;
 Conhecimento e exercício constante das funções da liderança democrática;
 Valorização dos aspectos positivos que podem ser encontrados em cada ser humano, para
que, através deles sejam estimuladas capacidades em potenciar;
 Direcção construtiva baseada na justiça, firmeza, na paciência, no bom senso, sem as
quais a supervisão pedagógica não poderá produzir efeitos desejados.

6.2. Funções dos supervisores:

 Ajudar aos professores a melhor compreender os objectivos reais da educação e o papel


especial da escola na consecução dos mesmos;
 Auxiliar aos professores a melhor compreender os problemas e necessidades dos
educandos e atende-los na medida do possível;
 Exercer a liderança democrática Promovendo e aperfeiçoando profissional da escola e
das suas actividades, estabelecer boas relações com o seu pessoal, estimular o
desenvolvimento dos professores em exercício e estabelecer uma aproximação estreita
da escola com a comunidade;
 Proteger os professores das exigências descabidas da parte do público quanto ao
emprego do tempo;
 Estabelecer fortes laços morais entre os professores no trabalho de tal forma que actuem
em estreita cooperação para que os fins sejam atingidos;
 Indicar o tipo de trabalho mais apropriado para cada professor de forma a desenvolver as
suas capacidades noutras direcções promissoras;
 Ajudar os professores a adquirir maior competência didáctica e orientar os principiantes
no sentido de se adaptarem a sua profissão; e
 Ajudar os professores a diagnosticar as dificuldades dos alunos na aprendizagem e a
elaborar planos para a sua superação.

6.3. Objectivos da supervisão:

 Assegurar a qualidade de ensino para manter ou melhorar os resultados da aprendizagem;


 Analisar e avaliar o desempenho dos professores e da escola;
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 Avaliar a instituição;
 Identificar as necessidades da escola;
 Encorajar a mudança e o desenvolvimento;
 Colectar dados;
 Fornecer facilidades de formação profissional aos professores;
 Equipar a escola com recursos necessários;
 Dar reforço a supervisão dos directores;
 Dar relatório da situação ao ministério da tutela e parceiros.
 Fazer a fiscalização e avaliação aplicando a politica educativa de estudo em todos os
seus órgãos;
 Verificar o processo de direcção nos órgãos e instituições de educação;
 Observar aplicação e o comprimento de legislação em vigor no sector da educação;
 Avaliar ate que ponto o processo educativo atinge o seu objectivo e propor a correcção de
falhas;
 Observar a aplicar cumprimento da legislação no sector da educação;
 Avaliar ate que ponto o processo educativo atinge o seu objectivo e propor a correcção de
falhas;
 Avaliar o impacto do funcionamento das estruturas educativas ao nível dos seus sectores;
 Contribuir para o fortalecimento da estrutura laboral da educação

6.4. Supervisão como um processo.

A supervisão comporta três etapas, a saber:

6.4.1. Encontro de pré-observação: Estabelece-se uma relação de confiança mútua entre o


supervisor e o supervisionado; O objectivo principal é de analisar a planificação da aula:
objectivos, materiais, metodologia, informe entre a equipa e o director da escola no inicio
da visita
6.4.2. Observação da aula: Comporta a fase de recolha de evidências das actividades dos
alunos e do professor relacionadas com uma ou mais áreas de observação previamente
acordadas; como por exemplo:
i. O que os alunos fazem durante a aula, observa-se:
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 O que os alunos fazem durante as aulas: actividades práticas, resolução de exercícios,


interpretação de textos, cópias, leituras, ditado e mais;
 Como o fazem: em grupo, individualmente, aos pares, no quadro, nos cadernos, etc.

ii. O que os professores fazem durante a aula, observa-se:

 Estabelece boa interacção com os alunos;


 Valoriza as experiencias dos alunos;
 Verifica através de exercícios se os alunos entendem o que estão a compreender;
 Dá TPC para os alunos exercitarem o que aprenderam

Como é que o professor pode fazer, se:

 Faz bom aproveitamento dos meios utilizados;


 Apresenta as ideias de forma lógica e acessível aos alunos;
 Facilita e orienta as actividades da aula;
 Motiva a participação dos alunos para a descoberta e compreensão dos conteúdos;
 Faz a interligação interdisciplinar.

6.4.3. Encontro pós-observação: Dá-se a possibilidade de o professor supervisionado exprimir


as opiniões em relação a aula que acaba de ministrar. Nesta fase, o objectivo é de analisar os
dados recolhidos segundo os objectivos definidos no encontro pré-observação, verificar se os
objectivos da aula foram atingido, dar um feedback ao supervisionando, deixando algumas
recomendações.

6.5. Tipos de supervisão.

Segundo ANDRADE (1976) apresenta 4 tipos de supervisão.

6.5.1. Supervisão Correctiva - Trata de identificar, localizar erros e deficiências para corrigi-
los. Este tipo de supervisão é desenvolvida quando o supervisor, descobre um problema e
quer agir no sentido de evitar más consequências. A maneira de correcção mais adequada
com o conceito de supervisão é de fazer o estudo da situação na busca cooperativa da
solução atendendo as circunstâncias específicas de cada caso.
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6.5.2. Supervisão Preventiva – visa evitar os problemas antes que apareçam. Seu objectivo é
profilático antes de ser terapêutico; prevenir invés de remediar. Tem vantagem na
manutenção do clima cooperativo e na ajuda do crescimento pessoal do professor.

A supervisão preventiva atende os aspectos importantes exigido pela moderna supervisão, tal
é o caso de:

 Busca de soluções em um trabalho conjunto;


 Actuação democrática e científica;
 Envolvimento de grande número de pessoas;
 Atenção especial a preparação eficiente do professor.

6.5.3. Supervisão construtiva – seu objectivo é muito mais para o desenvolvimento pessoal e
profissional do professor do que a solução de problemas encontrados nas situações de
ensino e aprendizagem; desde que a maior parte destes problemas sejam causados por
deficiências na actuação docente.

Para a sua realização são altamente significativo o estudo e análise das condições ambientais
dos objectivos da educação, da filosofia educacional e da natureza específica do aluno, do
processo de aprendizagem, dos métodos, do processo de ensino.

6.5.4. Supervisão criativa - tem por objectivo primordial, estimular as pessoas para uma acção
criativa. Parte do principio de que cada professor é um artista da educação, conotando-se
a arte como alta qualidade da acção, algo que se elabora com originalidade, emoção,
coerência, precisão e harmonia.

O exercício da criatividade é a preservação da pessoa humana do professor das suas


qualidades básicas, de inteligência, da liberdade ao mesmo tempo para uma garantia de
qualidade da acção educativa por ele exercida.

7. FUNÇÕES DA EQUIPA DE SUPERVISORES AOS DIFERENTES NÍVEIS


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A supervisão na educação constitui um instrumento importante de controlo da qualidade de


ensino, pois ela é vista como um ver crítico, construtivo, vitalizador das acções educativas
colocadas a serviço de indivíduos, orientado a garantir a eficiência do processo educativo e a
eficiência dos resultados.

Assim, segundo MINED, 2003, a supervisão é classificada em seguintes níveis:

7.1. Á nível Nacional – organiza as acções de capacitação com vista a superar as


dificuldades dos professores;
 Elabora fichas modelo de observação das aulas;
 Acompanha as actividades de supervisores;
 Elabora um relatório sobre as actividades e canaliza aos respectivos lugares
supervisionados

Todos os supervisores incluindo o nacional, assistem as aulas dos professores, de forma a ajuda-
los e sugerem ou recomendam as possíveis modificações.

7.2. Á nível Provincial – neste nível, o supervisor concentra-se mais em informar,


consciencializar e co-responsabilizar o supervisionado sobre as estratégias de supervisão,
quanto aos pressupostos, objectivos e formas de realização da supervisão, isto é, fazer com
que as actividades e objectivos pré-estabelecidos a nível nacional possam produzir efeitos
desejados nas províncias.

7.3. Á nível Distrital – o supervisor, de entre as várias funções, deve adoptar as fichas-
modelo de observação das aulas já elaboradas no nível nacional ou provincial consoante a
realidade do distrito, assistir as aulas dos professores de forma a alcançar os objectivos pré-
estabelecidos.

7.4. Á nível da Escola ou ZIP – neste nível, o supervisor tem a função de aplicar a ficha de
observação das aulas fornecida pelo serviço distrital;
 Planificar as acções de supervisão a seu nível;
 Fazer o acompanhamento das acções do professor supervisionado e ajuda-lo se
necessário;
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 Informar, consciencializar e co-responsabilizar o supervisionado sobre as estratégias de


supervisão, quanto aos pressupostos, objectivos e formas de realização de supervisão.

Dentro deste nível, ainda pode-se distinguir duas funções da equipa de supervisão, embora se
confundam com as funções da inspecção:

7.4.1. Nível burocrático – verifica o cumprimento da legislação de ensino e intervém em casos


de haver algumas irregularidades de modo a serem ultrapassadas; observa o cumprimento do
calendário escolar; assessora os agentes administrativos em caso de algumas falhas; articulam as
acções educativas com os demais sectores; participam na elaboração do plano de acção da
directoria com objectivo de fortalecer a autonomia escolar.

7.4.2. Nível pedagógico analisa e apoia o desempenho do docente no pea; acompanha a acção
pedagógica do professor durante a sua actuação no pea, sobretudo em metodologias de ensino;
faz assessoria ao professor na mediação dos conteúdos de ensino; orienta e coordena as acções
educativas da escola de forma a garantir a consecução dos objectivos traçados; garante a
implementação do currículo com sucesso; procura sanar as dificuldades no seio dos professores
durante o pea.

Duma forma geral, os supervisores em geral, devem participar no trabalho dos professores, isto
é, devem assistir as aulas; devem discutir com os professores os aspectos observados, não
somente os pontos negativos, como também devem elogiar os aspectos positivos de forma a
encoraja-los; etc.

8. INTRODUÇÃO A INSPECÇÃO EDUCACIONAL


8.1. Conceito da inspecção

A inspecção é um órgão especial de controlo e supervisão do cumprimento das disposições e


normas pedagógicas, administrativas, jurídicas, financeiras e outras vigentes em todos os órgãos
e instituições do ministério da educação.

Para o efeito, promove a fiscalização da aplicação da política governativa com as seguintes


acções:
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8.1.1. Avaliação e fiscalização da aplicação da política educativa do estado em todos os órgãos e


instituições da educação com base na legislação em vigor e decisões do ministério da educação e
cultura;
8.1.2. Verificação do processo de direcção nos órgão e instituições da educação, bem assim da
existência ou não dos dispositivos legais que se mostrem aplicáveis ao sistema nacional
da educação;
8.1.3. Controlo da aplicação e do cumprimento da legislação em todos os órgãos inerentes ao
processo docente educativo e formulação de propostas para superação e correcção dos
constrangimentos e falhas verificadas;
8.1.4. Avaliação da eficácia do funcionamento das estruturas da educação, em todos os órgãos
e instituições da educação;
8.1.5. Contribuição para o fortalecimento da disciplina laboral em todos os órgãos e
instituições da educação;
Estas acções visam os seguintes propósitos:

 Melhoria da qualidade de ensino;


 Racionalização dos recursos disponíveis;
 Eficiência e funcionamento adequado dos órgãos e serviços instituídos;
 Conformidade dos actos praticados pelos órgãos e agentes da educação a diversos níveis
com a ordem jurídica.

8.2. Inspecção e supervisão

Inspecção e supervisão têm sido definidas de várias maneiras.

O manual de Inspectores de Malawi (1982) define inspecção como:

“Aquela ocasião específica em que uma instituição educacional é examinada e avaliada como um
local de ensino de tal maneira que se possam dar conselhos e se garanta o aperfeiçoamento do
ensino - aprendizagem”.

TAIT (1993) define-a como: “o processo através do qual a autoridade principal representada
pelos inspectores controla e avalia o ensino e a administração nas escolas”.
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Das duas definições poderá notar que a inspecção tem as seguintes características:

 Envolve examinação e avaliação da qualidade de ensino em escolas, com base num critério
estabelecido;
 É de natureza avaliativa;
 Controla as tendências educacionais bem como os padrões nas instituições;
 Verifica a disponibilidade e sustentabilidade de condições físicas, recursos humanos e de
materiais institucionais necessários;
 Verifica o ambiente social da escola.

Por outro lado, a supervisão é definida como “um processo que conduz ao aperfeiçoamento do
ensino e aprendizagem”, MOGOSHA E TSAYANG, 1990)”

“um processo constante e contínuo de orientação individual baseado em visitas frequentes onde
a atenção é concentrada em um ou mas aspectos da instituição educacional e na organização”
(MALAWI HANDBOOK FOR INSPECTORS, 1982);

“a supervisão é um processo através do qual os supervisores visitam escolas trabalham com os


professores e com a direcção, a fim de garantir a qualidade de ensino e administração e ajudá-los
no que for necessário”, (TAIT. 1992).

Poderá notar que a supervisão tem como finalidade dar conselhos, apoio e orientação para o
aperfeiçoamento do seguinte:

 o ensino na sala de aula;


 o desempenho do professor;
 o desempenho da instituição.
Poderá notar que tanto a supervisão assim como a inspecção destinam-se ao aperfeiçoamento do
professor e da instituição, através da observação e avaliação.

O que diferencia a supervisão da inspecção é o facto de a supervisão ser mais constante e regular
que a inspecção a supervisão centra-se na orientação e aconselhamento dos professores,
enquanto a inspecção preocupa-se com a avaliação do cumprimento dos padrões educacionais.
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8.2.1. Objectivos da inspecção e supervisão

Tendo definido os termos supervisão e inspecção, vamos agora mencionar algumas razões pelas
quais a inspecção e a supervisão são consideradas importantes, nomeadamente:
 A garantia da qualidade;
 O aperfeiçoamento e manutenção dos padrões;
 A avaliação do desempenho dos professores e das escolas;
 O controlo da instrução;
 O encorajamento e gestão de mudanças e do desenvolvimento;
 A identificação das necessidades da escola;
 A recolha de dados;
 A provisão do desenvolvimento profissional do professor;
 O aconselhamento as escolas;
 O reforço da supervisão dos directores de escolas;
 O fortalecimento de informações ao MEC e aos outros parceiros.

8.2.2. Diferença e semelhanças entre a inspecção e supervisão.

A diferença existente é pelo facto de supervisão ser mais constante e regular que a inspecção.
A supervisão baseia-se na orientação e aconselhamento dos professores enquanto a inspecção,
cinge-se pela avaliação do cumprimento dos padrões educacionais.
A Semelhança é que tanto a inspecção assim como a supervisão destinam-se a o aperfeiçoamento
do professor e da instituição através da observação e avaliação das aulas.

8.2.3. Competência da Inspecção


No âmbito da sua actividade à inspecção compete:

 Realizar periodicamente de forma planificada, inspecções às estruturas central, locais dos


estabelecimentos de ensino e instituições subordinadas, apresentando, ao ministro da
educação ou ao dirigente máximo do sector, a nível local, os respectivos relatórios,
incluindo sugestões que acham convenientes;
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 Informar sobre o que lhe parecer conveniente e tiver observado sobre as condições de
funcionamento, organização e eficiência técnica dos sectores que inspecciona bem assim
sobre a competência e zelo dos funcionários que exercem funções de direcção e chefia.

8.2.4. Funções específicas do inspector da educação


São tarefas específicas do inspector:

 Conhecer todos os programas de ensino e de formação bem como respectivos currículos


aos diferentes níveis;
 Realizar inspecções regulares às instituições de ensino;
 Contribuir para o aperfeiçoamento contínuo do sistema educativo, difundindo
experiências positivas e inovadoras dos diferentes domínios a todos os órgãos e
instituições da educação;
 Combater todas as violações das normas curriculares de funcionamento da disciplina
laboral, tomando medidas adequadas para a sua prevenção e eliminação;
8.2.5. Causas que determinam a inspecção

Constituem causas que justificam a inspecção a necessidade de:


 Verificar o cumprimento dos planos de estudo e programas de ensino vigentes;
 Verificar a aplicação dos sistemas, instrumentos e critérios de avaliação;
 Verificar o grau de cumprimento dos planos de actividades e de aplicação dos recursos
disponibilizados;
 Verificar a conformidade dos actos administrativos, com os comandos legais, avaliar o
exercício das competências por parte dos funcionários e agentes, incluindo a eficiência do
seu funcionamento;
 Verificar o cumprimento das disposições e normas relativas às provas de passagens de
classe e exame;
 Verificar o cumprimento das disposições e normas relativas à administração e gestão dos
recursos humanos, materiais e financeiros, do ministério da educação e cultura e
instituições subordinadas;
 Responder às petições, averiguar casos de denúncia e queixa apresentadas:
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 Verificar as condições morais e materiais de trabalho no ministério da educação e


instituições subordinadas;
 Verificar o cumprimento da política educativa do estado por parte dos órgãos e
instituições que se ocupam da educação pública e privada bem como a eficácia do
processo docente;
 Verificar outras situações não previstas nas alíneas anteriores que se julgarem pertinentes.

8.2.6. Tipos de Inspecção


Existem quatro diferentes tipos de inspecção:

8.2.6.1. Inspecção Geral - é o momento em que uma escola é examinada e avaliada como
um lugar de aprendizagem em todas as áreas do seu trabalho, de forma a aconselhá-la a
melhorar, através de um relatório avaliação. Os aspectos abrangidos na escola
inspeccionada incluem: os níveis ou resultados alcançados, o currículo, a administração,
as instalações o recinto escolar e o equipamento.
a) Objectivo:

 Examinar, Avaliar, Aconselhar e Fornecer feedback por escrito à escola, governo e outras
entidades interessadas.

8.2.6.2. Inspecção de Controlo - os inspectores podem sentir a necessidade de fazer uma


visita de controlo para verificar o nível de implementação das recomendações deixadas e
avaliar qualquer acção levada a cabo, para atingir os resultados desejados. Esta visita é
uma inspecção de controlo.
a) Objectivos:

 Dar continuidade aos relatórios anteriores; Facilitar a implementação das recomendações


anteriores; Controlar até que ponto as recomendações estão a ser implementadas;
Acompanhar e avaliar o processo de implementação e Dar conselhos.

8.2.6.3. Inspecção Parcial - algumas vezes, os inspectores examinam e avaliam um


número limitado de aspectos da vida da escola, tais como: ensino, sem preocupar-se com
outros aspectos. Esta é uma inspecção parcial.
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a) Objectivos:
 Verificar aspectos específicos da vida da escola; Avaliar áreas específicas da escola e
Transmitir informação de e para as entidades superiores.
8.2.6.4. Inspecção Especial - é o tipo de inspecção que se debruça sobre áreas
específicas da vida da escola, por exemplo:
 Greve numa escola;
 Carta anónima dirigida ao chefe do serviço;
 Um acto de má conduta de um professor.

a) Objectivos:

 Verificar certos factos; Recolher informações para apurar a verdade; Fazer análise
minuciosa e avaliar evidências; e transmitir recomendações e constatações de/e para
entidades superiores.

8.3. Funções específicas do inspector da educação


São tarefas específicas do inspector:

 Conhecer todos os programas de ensino e de formação bem como respectivos currículos


aos diferentes níveis;
 Realizar inspecções regulares às instituições de ensino;
 Contribuir para o aperfeiçoamento contínuo do sistema educativo, difundindo
experiências positivas e inovadoras dos diferentes domínios a todos os órgãos e
instituições da educação;
 Combater todas as violações das normas curriculares de funcionamento da disciplina
laboral, tomando medidas adequadas para a sua prevenção e eliminação;
 Dar a conhecer aos órgãos ou instituições controladas sobre os resultados da inspecção;
 Preparar e organizar profundamente cada actividade de inspecção;
 Estabelecer mecanismos de articulação com os dirigentes dos diferentes sectores da
educação dos vários níveis;
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 Tomar parte nas reuniões, conselhos, seminários, conferências, comissões ou grupo de


trabalho de natureza educacional para que forem superiormente designados ou
convocados;
 Proceder por iniciativa própria, a estudos sobre temas de índole pedagógico,
administrativa, jurídica, financeira e outros que julgar pertinentes e sugerir alterações a
estatutos, regulamentos e demais legislação no domínio da sua actividade para os
propósitos da educação;
 Desempenhar as demais funções que lhe sejam conferidas por lei, regulamento ou
determinação superior;
 Realizar ou colaborar em processos de inquérito, sindicância, disciplinares e de revisão
que lhes forem determinadas;

8.4. Fontes da inspecção


Todo o tipo da inspecção a realizar baseia-se em:

 Ordem de inspecção;
 Plano de actividades da inspecção;
 Petição, denúncia, queixa, ou participação;
 Iniciativa do inspector;
 Convite da instituição objecto ou recomendação de um órgão competente.
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