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Disciplina Interprofissional: Educação em Saúde

Docente: Loiana Gomes Silva

FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS PARA AS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE METODOLOGIAS EDUCACIONAIS


CARACTERIZAÇÃO DOS MODELOS TEÓRICOS DO
PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

Tradicional Condicionamento

Foco Conhecimento Treinamento


Característica principal Transmissão de Ambiente modela o
conhecimento e comportamento e
memorização desenvolve habilidades.
Autonomia do aprendiz Baixa Baixa
Função do professor Prover o conhecimento e Dar reforço e recompensa,
verificar se foi assimilado maior controle do processo
ensino-aprendizagem
CARACTERIZAÇÃO DOS MODELOS TEÓRICOS DO PROCESSO
ENSINO-APRENDIZAGEM
Humanista Cognitivista Sociocultural
Foco Desenvolvimento humano Capacidade de Desenvolvimento de
resolver problemas visão crítica para
mudança de realidades
Característica Escolhas pessoais Considera um Interação social,
principal direcionam o aprendizado aprendiz como um histórica, cultural e
sistema aberto que política, entre
passa por professor, aprendiz e
reconstruções objeto de estudo
sucessivas,
Autonomia do Alta Alta Alta
aprendiz
Função do Facilitador Facilitador Mediador
professor
CONSIDERANDO OS DIVERSOS MODELOS TEÓRICOS
EXISTENTES QUAL (QUAIS ) O(OS) MAIS ADEQUADO(OS)
ÀS PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE?
PLANEJAMENTO EDUCACIONAL E MODELOS TEÓRICOS

 Mudanças ocorridas a partir da segunda metade do século XX, no entendimento do


processo de adoecimento como multicausal e a consequente visão integralizada do
cuidado, o expressivo aumento da produção de novos conhecimentos, surgimento de
novas tecnologias de comunicação e novas expectativas tanto por parte dos pacientes
como dos estudantes, demandaram transformação no processo educacional nas áreas
de saúde de tal forma que atualmente existem direcionamentos nacionais (Diretrizes
Curriculares Nacionais ) e internacionais para que o Planejamento de Projetos
Educacionais seja pautado em métodos de ensino-aprendizagem centrados no
estudante, na prática profissional e na realidade de saúde da população, possibilitando
a mobilização do estudante a partir da prática para a reflexão e ação transformadora
da realidade, todas elas admitidas como características da aprendizagem social
( TEMPSKI E MARTINS, 2017)
A EDUCAÇÃO CRÍTICA E SUAS POSSÍVEIS CONTRIBUIÇÕES PARA
AS PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE (PES)

 Diante da complexidade da vida e dos sujeitos e de uma política de saúde mais justa e
igualitária parece não haver mais espaços para concepções fragmentadas nas PES
dissociem sujeito e objeto, teoria e prática;
 A educação crítica traz contribuições importantes para se repensar as PES pois propõe
a reflexão sobre a realidade do indivíduo e a relação dela com a organização da
sociedade na qual os sujeitos estão inseridos;
 Com base na pedagogia problematizadora as PES são concebidas como práticas
sociais com a finalidade de contribuir para a compreensão de realidades, das causas
dos problemas de saúde e de suas soluções;
A EDUCAÇÃO CRÍTICA E SUAS POSSÍVEIS CONTRIBUIÇÕES PARA
AS PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE (PES)

 As PES podem exercer papeis democráticos considerando a visão multidimensional


do ser humano, isto é, recuperando as dimensões históricas, sociais, culturais,
políticas, biológicas e éticas;
 A PES pode contribuir para o empoderamento dos sujeitos com vistas a conscientizá-
los sobre a importância do controle de seu próprio corpo e de sua saúde.
A EDUCAÇÃO CRÍTICA E SUAS POSSÍVEIS CONTRIBUIÇÕES PARA
AS PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE (PES)

 Para Freire, ensinar não é apenas transferir conhecimentos, mas criar possibilidades
para sua produção ou para sua construção e esse processo não se dar em apenas uma
direção ( do professor ao estudante), pois quem ensina aprende ao ensinar e quem
aprende ensina ao aprender.
 A dicotomia entre ensinar e aprender ou entre professor e estudante praticamente
inexiste e o processo educativo se dá nas relações sociais ao longo da história
 Não se restringir aos saberes técnicos e científicos e buscar por meio de uma
pedagogia problematizadora a compreensão de contextos em sua multiplicidade.
 Problematizar não implica apenas verificar situações reais e realizar perguntas, mas
transformar questões em problemas, desafiar o sujeito em prol da participação e
transformação de seus contextos.
ARCO DE MAGUEREZ: PROBLEMATIZAÇÃO
PEDAGOGIA CRÍTICA E PRATICAS EDUCATIVAS

• Como realizar?
• Para que realizar?
• Para quem realizar?
• Quais os objetivos e por que realizar?
Preciso
• Quais os conhecimentos a serem trabalhados?
pensar... • Qual o papel dos trabalhadores de saúde
nesse processo?
PEDAGOGIA CRÍTICA E PRATICAS EDUCATIVAS

Mas como posso fazer isso?


 Utilizando estratégias educativas que utilizem a escuta, a problematização de
situações do dia-a-dia da população, ou seja, envolvendo o usuário na produção do
seu autocuidado.
Por exemplo:
 Realização de grupos (gestantes, hipertensos etc)
 Ações em espaços públicos na comunidade
 Rodas de Conversa
ANDRAGOGIA

 A arte e a ciência de ajudar os adultos a aprender (KNOLLES, 1970);


 Prefixo andr-o origina-se do grego andrós relacionado ao adulto.
 O termo foi popularizado pelo educador alemão Alexander Kapp no século XIX, mas
foi o educador norte-americano Malcolm Knowles que o popularizou ainda mais a
partir da década de 1970.
 Knowles é muitas vezes considerado o pai da andragogia moderna por sua pesquisa e
defesa de métodos de ensino que reconhecem e respondem às necessidades
específicas dos adultos em seu processo de aprendizagem.
ANDRAGOGIA: EIXOS

Auto- Experiência
Orientação à
aprendizagem
Motivação
conceito
AUTO-CONCEITO

 O conceito de um adulto em relação a sua própria aprendizagem costuma estar relacionado com a experiência que
teve como estudante na infância e adolescência.
 Seu auto-conceito desenvolve-se a partir de uma posição de dependência para a de um ser humano autodirigido..
 O professor tradicional prejudica o desenvolvimento do adulto, pois coloca num plano inferior de dependência,
reforçando, com isso, seu desejável comportamento reativo próprio da fase infantil.
EXPERIÊNCIA

 Durante a vida escolar, a experiência do aluno geralmente não é considerada. Na vida adulta, a constante conexão
entre vida prática e novos conteúdos é essencial à aprendizagem.
 A troca de experiências entre aprendiz e facilitador estabelece uma relação de confiança e maior
comprometimento para o processo de aprendizagem.
 A aprendizagem se potencializa quando tem como eixo orientador as situações reais.
 Compartilhar experiências é fundamental para o adulto, tanto para reforçar suas crenças, como para influenciar a
atitude dos outros
ORIENTAÇÃO À APRENDIZAGEM

 Crianças e adolescentes são dirigidos a aprender conteúdos pré-definidos. O adulto possui outra orientação para a
aprendizagem, e pode não se satisfazer com organizações curriculares fechadas.
 A aprendizagem é focada na resolução de problemas e não apenas nos conteúdos.
 Aprendem quando reconhecem a necessidade de aprender
 O centro das atividades educacionais do adulto é na aprendizagem e jamais no ensino.
 Sua prontidão para aprender o torna de modo crescente orientado para tarefas com potencial de desenvolvimento
em seu papel social
• MOTIVAÇÃO

 Enquanto o desenvolvimento escolar da criança e do adolescente passa por motivação externa (notas, aprovação,
castigos, pressões da família), o adulto depende de motivação interior (melhora salarial, necessidade de
reconhecimento, qualidade de vida, autoestima) para prosseguir nos estudos.
 Motivação para aprender aquilo que vai ajudar a resolver problemas do cotidiano e melhorar o desempenho no
trabalho e na vida.
 A experiência é o melhor elemento motivador do adulto, portanto o ambiente deve ser permeado de liberdade e
incentivo para cada indivíduo falar de sua história, ideias, opiniões, compreensão e conclusões sobre os temas
trabalhados.

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