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CURSO DE PEDAGOGIA
Memorial:
Roda de Diálogo- Pedagogia e Pedagog@s: caminhos e perspectivas1
Como a educação pode se tornar uma forte aliada para a modificação dos conceitos já
adquiridos em nossa sociedade? Como os profissionais da educação podem se obter de
valores irremediavelmente aceitáveis para a radicalização da sociedade? São indagações que
sempre estiveram presentes em diversos centros acadêmicos e em diversas classes da
comunidade educacional. Entender a educação como um fenômeno social é resgatar as
origens mais profundas da racionalidade e da moral pedagógica, que sempre nos faz refletir
sobre os papéis pré-estabelecidos dentro das práticas pedagógicas. Uma das maiores reflexões
é a busca pelo entendimento sobre onde inicia o nosso limite como profissional formador de
vida e onde começa a nossa obrigação como estabilizador das práticas pedagógicas. Sempre
existirá dúvidas e momentos de debates (sejam eles interpessoais ou propriamente pessoais),
mas é de entendimento geral que, as áreas relacionadas a educação estarão sempre em
modificação e sempre alcançará novos rumos e é de “obrigação” moral e profissional, que
todos o agentes se atenuem e estejam sempre a disposição das revoluções ocasionadas pelas
constantes mudanças educacionais.
A Pedagogia nos exige uma fundamental dedicação em todos os termos possíveis, tanto
para os estudos de suas teorias quanto para a prática em recintos educativos. É necessário
entender quais os fundamentos expressivos das áreas específicas da Pedagogia e quais delas
nos faz querer redirecionar os nossos posicionamentos pessoais e profissionais. A Pedagogia
nunca pode ser vista como algo monótono ou pragmático pois, assim como a completude da
educação, ela é adaptável e consegue ultrapassar barreiras que podem ser impostas e se
demonstrando de forma eficaz sobre o processo de integralidade política.
A roda de diálogo teve início com a apresentação da professora Daiany Santos, filha da
UNIFACOL, moldada por excelentes mestres e dotada de uma oratória mansa e que
impactou todos os que participavam do momento. Iniciando sua fala com o “portfólio da
pedagogia”, foi incisiva em criar um paradoxo entre a Pedagogia e a educação, tentando
levar o discurso para área das práticas educativas como esquema alinhado com a prática
humana. A explicitação do contexto, pode ser vista nas crenças sobre a Pedagogia como
elevação da prática humana em:
A Pedagogia não pode se limitar ao entendimento de
como se dão as relações educativas de fato e ao
estabelecimento de diretrizes gerais para a educação nos
horizontes ampliados da emancipação humana e da
maioridade dos sujeitos. A ela incumbe, em
conseqüência de sua função hermenêutica e
crítico-reflexiva, presidir a organização e condução da
instituição educativa, no sentido de como se vão dar as
relações internas de poder, mediadas pela infra-estrutura
de recursos e controles, e de como se vão relacionar a
gestão institucional, a dinâmica das relações
interpessoais e a produção/circulação dos
conhecimentos. (MARQUES, 1990, p. 24)
A prática educativa nunca poderá ser dominada unicamente por sua integralidade , mas
em sua dialeticidade e nos movimentos da prática social (PIMENTA, 2006, p. 58). Sempre
devemos observar as práticas com olhar afetivo e efetivo de forma com que, todas as
diferenças vistas em sala de aula possam ser ultrapassadas e niveladas com o caráter crítico do
educador, levando também em consideração que, cada aluno possui o seu conhecimento
prático e a dinamicidade social infere nas manifestações individuais dos alunos e que devem
sempre ser reconhecidos e avaliados de forma integral.
Além disto, Dayane continuou suas explanações orientando-nos com os reconhecimentos
das práticas e de como elas possuem diversas possibilidades dentro dos contextos educativos
e profissionais. Os âmbitos relacionados às práticas educativas são bastante vastas e não
possuem limitações em prol do processo de formação e de profissionalização. A ação
educativa se estende das salas de aula, abrangendo ciclos de especialização e de formação
continuada, e disto, tiramos a conclusão de que a singularidade da educação nunca pode estar
resumida a simples atos dentro das salas de aula e que ela possui diversas práticas e
possibilidades e é certo que, a vivência da teoria deve sempre ser levada em conta nos
processos práticos da educação. Educar é impregnar sentido em tudo que fazemos (FREIRE,
1963)
Dando prosseguimento aos caminhos da roda de diálogo, fomos honrados em termos duas
expressões fortemente esclarecedoras, principalmente para as especificidades futuras e para os
caminhos que podem surgir durante o decorrer do curso. A princípio, a professora Malcicleide
da Silva trouxe consigo, uma abrangente bagagem sobre a atuação do pedagogo em clinicas
multiplidisciplinares e a importância de uma educação especial fortemente na compensação
de dificuldades decorrentes da sociedade e de suas transformações. O pedagogo também se
transformou, adequando-se a essa nova realidade, apresentando-se como profissional
capacitado junto à sociedade. É necessário separar o que é escolar do que é educativo. O
pedagogo pode desempenhar suas funções em todas as áreas que requerem trabalhos
educativos, que envolvam processos de ensino-aprendizagem, portanto, pode atuar tanto nas
escolas, quanto em organizações que valorizem a qualificação profissional. O importante é ter
um conhecimento sólido a respeito da atividade que será exercida. Qualquer que seja a área
em que haja a necessidade de conhecimentos do currículo escolar, o pedagogo poderá atuar.
Vale destacar também que essas diretrizes enumeram as competências que um pedagogo deve
ter. Enfatizamos as que comprovam a possibilidade de o pedagogo atuar em grupos
multiprofissionais de atendimentos, conforme a Resolução CNE/CP nº 1 (BRASIL, 2006):
Dar ênfase aos cuidados com as observações de forma humana dentro das salas de aulas e
dos espaços dedicados à especificidades educacionais é extremamente importante, sabendo
que, o “ser pedagogo” é ser ponte de transformação, transmissão de socialização entre as mais
diversas áreas e classes da sociedade. Ser pedagogo, independentemente da área de atuação, é
ser mobilizador de causas, utilizando todas as armas disponíveis para o ato de transmitir
(BOUCHERVILLE, 2019).
Em finalização da roda de diálogo, a professora Márcia Maria de Lima, trouxe uma nova
perspectiva sobre os desafios encontrados e impostos nos caminhos da educação. É de
entendimento que durante o percurso da profissão, os desafios são naturalmente levados em
conta e um dos enormes desafios é em relação ao pedagogo e o conflito de identidade. Pode
ser que ainda de forma errônea, existam interpretações que diferem das verdadeiras
representações práticas da atuação profissional e pessoal do pedagogo.
A responsabilidade da transformação e da transmissão é uma atitude e essa atitude gera um
desafio que deve ser sempre tomado como o diferencial profissional. O papel do professor
(pedagogo) é estabelecer relações dialógicas de ensino e aprendizagem; em que professor, ao
passo que ensina, também aprende. Juntos, professor e estudante aprendem juntos, em um
encontro democrático e afetivo, em que todos podem se expressar. (FREIRE, 1989)
Tendo em vista todos os pontos analisados, é certo que houveram grandes transformações
e manifestações de todos os aspectos por toda a turma. Ao final da roda de diálogo, surgiram
dúvidas, opiniões e expressões que levaremos sempre em nossos corações. A oportunidade de
participar de uma roda de diálogo que nos retirou do conformismo e do pragmatismo natural
de cada aluno, é referência para a formação integral dos profissionais da educação. Somente
pela e na educação que haveremos métodos eficazes de transformação social e de uma nova
oportunidade de abraçar todos os envolvidos.
“Um dia perguntaram a um sábio quantas luzes é necessário para iluminar a noite e um
homem, então ele respondeu: a noite é necessário várias luzes, o homem apenas uma,
educação.” (MARX, 1889)
REFERÊNCIAS