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Alessandra A.

– T6

Medida da PA em obesos: em braços com circunferência superior a


50 cm, em que não há manguito disponível, pode-se fazer a medida
A HAS é um grave problema de saúde pública no Brasil, sendo um no antebraço e o pulso auscultado deve ser o radial.
dos fatores mais importantes para o risco de desenvolvimento MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS E A
doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais. Existe grande HIPERTENSÃO ARTERIAL
dificuldade de diagnóstico precoce, visto que é assintomática na
O Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC) foi adotado
maior parte de seu curso.
com o intuito de melhorar a resolutividade do atendimento aos
DIAGNÓSTICO E CLASSI FICAÇÃO usuários.
O diagnóstico se baseia na medida da pressão arterial.

HIPERTENSÃO DO AVENT AL BRANCO


Caracteriza-se pela presença de PA maior que 140x90 mmHg em
pacientes sem lesão em órgão-alvo e que apresenta valores
menores na ausência de um médico ou valores normais durante
visita domiciliar e MAPA. Na Atenção Primária ocorre a estratificação de risco da população.
Ocorre manejo dos pacientes de menor risco e encaminhamento
HIPERTENSÃO MASCARADA dos de maior risco para interconsultas na Atenção Secundária.
É identificada quando os níveis de PA medidos em consultório estão
 A estreita relação entre equipes da Atenção Primária e
normais, porém os níveis no MAPA ou nas visitas domiciliares estão
Secundária é um dos pilares do MACC, pois esses níveis de
elevados. Está associada a maior gravidade de lesão de órgão-alvo
atenção se influencia, são interdependentes e o usuário
e maior incidência de eventos cardiovasculares.
transita entre eles durante o acompanhamento de sua
AVALIAÇÃO CLÍNICA DI RECIONADA condição crônica.
Investigação clínico-laboratorial: confirmar o diagnóstico de HAS ESTRATIFICAÇÃO DO RI SCO CARDIOVASCULAR
através da medida da PA, pesquisar lesões clínicas ou subclínicas em
Leva em consideração os valores da PA, a presença de fatores de
órgãos-alvo, identificar fatores de risco para doenças
risco adicionais, lesões em órgãos-alvo e doenças cardiovasculares.
cardiovasculares e risco cardiovascular global, diagnosticar doenças
associadas à HAS, diagnosticar a causa da HAS, avaliar indícios do O risco cardiovascular global deve ser mensurado em todos os
diagnóstico de hipertensão arterial secundária. indivíduos hipertensos. Com a estratificação de risco realizada, os
pacientes de alto risco devem ser atendidos na APS, que solicitará
 Histórico familiar: atentar para doença arterial exames laboratoriais iniciais e os encaminhará ao MACC para serem
coronariana prematura (menos de 55 anos para homens inseridos na Linha de Cuidado do Hipertenso, em que o paciente é
e menos de 65 anos para mulheres). avaliado por equipe multiprofissional da Atenção Especializada. Os
Medida da PA: é recomendável que seja feita com o paciente pacientes de baixo risco e risco moderado permanecem na APS e
sentado. A medição na posição ortostática deve ser feita pelo podem passar por atendimento da equipe multiprofissional do Nasf.
menos na primeira avaliação (especialmente em idosos, diabéticos,
pacientes com disautonomias, alcoólicos e pacientes em uso de
medicação anti-hipertensiva).
Tamanho do manguito: manguitos com dimensões inferiores às
necessidades resultará em PA superestimada, enquanto que os com
dimensões superiores levará à PA subestimada.

EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Medida da PA em crianças: a largura da bolsa de borracha do Atenção contínua: destinada à usuários não agudizados
manguito deve corresponder a 40% da circunferência do braço. Se estratificados com o mesmo risco. Atendimento individual e
nenhum manguito tiver tamanho adequado, deve-se selecionar o sequencial pela equipe multiprofissional. Interdisciplinarmente é
maior, pois o manguito maior usualmente não mascara uma elaborado um plano de cuidado que será pactuado com cada
hipertensão verdadeira. usuário.

Medida da PA em idosos:
 Maior frequência de hiato auscultatório:
desaparecimento dos sons na ausculta durante a deflação
do manguito, entre o final da fase I e início da fase II. Pode
subestimar a verdadeira pressão sistólica ou superestimar
a pressão diastólica.
 Pseudo-hipertensão: manobra de Osler – inflação do
manguito no braço até o desaparecimento do pulso radial.
Se a artéria radial for palpável, sugerindo enrijecimento, o
paciente é considerado Osler positivo.
Alessandra A. – T6

Atenção compartilhada em grupo: atenção coletiva


multiprofissional e interdisciplinar aos usuários estáveis com risco
semelhante. Compartilhamento de experiências e processo
colaborativo para elaboração ou monitoramento dos planos de
cuidados individualizados. Os profissionais não são os personagens
centrais e não existem palestras.
Grupo operativo: utilizado para mudança de hábitos de um grupo.
Tem duração, temas, tarefas e objetivos definidos e mensuráveis.
Construção de vínculos e trocas de conhecimentos sobre qualidade
de vida e processo saúde-doença – utilizado na APS. Não há
realização de palestras pelos profissionais de saúde.
Plano de cuidado: ferramenta de manejo das condições crônicas.
Permite o cuidado interdisciplinar e agrega o cuidado profissional
ou autocuidado apoiado. Tem o objetivo de mudar a assistência
prescritiva para o cuidado participativo. É um roteiro documental
compartilhado entre usuário, atenção primária e secundária.
Indicado aos usuários com condições crônicas e fatores de risco
modificáveis.
ATENÇÃO AMBULATORIAL ESPECIALIZADA
Autocuidado apoiado: intervenção educacional e de apoio,
A Atenção Ambulatorial Especializada (CEP) recebe pacientes
realizada pela equipe para apoiar o usuário a se autocuidar. Indicada
hipertensos de alto risco. Esse paciente deve retornar aos cuidados
aos usuários com interesse em mudar os hábitos de vida.
da APS contra-referenciado com a linha de cuidado proposta pelo
 Avaliação do conhecimento. CEP. Logo, cabe à APS acompanhar o paciente para implementação
 Aplicação da entrevista motivacional para avaliar a da linha de cuidado proposta.
prontidão para mudança. Os pacientes em seguimento na CEP devem realizar retornos até
 Aconselhamento e orientação. que sua condição esteja controlada e equilibrada. O cardiologista
 Elaboração do acordo do plano de ação, com metas deve liberar a indicativa de “alta” ao paciente e orientar retornos
conforme o estágio de motivação. anuais ao CEP.
 Assistência e acompanhamento periódico do processo de
mudança. Quando o paciente não atinge as metas estabelecidas e a equipe já
realizou todas as medidas possíveis, sem adesão do paciente, a
DECISÃO TERAPÊUTICA E METAS equipe da atenção secundaria deve discutir a “alta” do paciente e a
Medidas não-farmacológicas são muito efetivas para a redução da programação de retornos anuais, visto que não existem novas
PA, apesar de serem pouco implementadas pelas equipes e terem medidas a serem propostas.
baixa adesão dos pacientes. Deve ser instituída a todos os pacientes SAÚDE BUCAL
hipertensos, independentemente da estratificação de risco CV.
As equipes de saúde devem estar cientes das doenças bucais
 Pacientes de baixo e moderado risco podem ser envolvidas na HAS, promovendo assistência odontológicas
encaminhados ao Nasf, que é importante na mudança da adequadas.
dieta, controle do peso e exercício físico.
 Sinais de alerta: dor, sangramento, trauma ou abcesso.
Medidas farmacológicas são indicadas para indivíduos com PA em
estágio 1 e risco cardiovascular baixo e moderado, quando as As manifestações bucais podem ser causadas por medicamentos
medidas não-farmacológicas não surtirem efeito após um período anti-hipertensivos.
inicial de, pelo menos, 90 dias. HIPERTENSÃO ARTERIAL SECUNDÁRIA
LINHA DE CUIDADO NA HAS É o tipo de HAS que possui causas bem estabelecidas, que precisam
A equipe multiprofissional da Atenção Ambulatorial Especializada, ser devidamente diagnosticadas. Com a remoção do agente
além dos médicos especialistas, tem papel fundamental na etiológico, é possível controlar ou curar a hipertensão.
elaboração do Plano de Cuidado do paciente hipertenso de alto
risco e na educação permanente das equipes da APS em relação ao
manejo de todos os riscos.
 O paciente atendido na Atenção Ambulatorial
Especializada continua a ser acompanhado pela equipe da
APS.
O foco é elaborar orientações através do plano de cuidado do
usuário, afim de facilitar o seguimento pela equipe da APS.

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