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História: Lies - Um contrato milionário || Capítulo 1 || Por Ana França

O sol nova iorquino queimava um pouco, afinal o verão já estava chegando e junto com ele
as tão esperadas férias de Bernard. O rapaz que tinha seus recém dezessete anos
caminhava pela calçada da famosa wall street indo em direção ao prédio onde o pai
trabalhava.

No seus fones tocava Bruno Mars. Ele olhava para frente pelos seus óculos escuros Ray
Ban estilo aviador e balançava levemente a cabeça no ritmo da música.

O sol naquela parte da cidade não era tão intenso, mas o calor parecia ser maior. Os
prédios tapavam o sol, mas na sombra o calor parecia quase tão insuportável quanto no sol.
Depois de dez minutos ele chegou ao grande prédio cinza que tinha as iniciais T&J na parte
superior.

Assim que passou pelas portas automáticas e sentiu o ar condicionado o atingindo, ele
pode suspirar aliviado. Pausou a música e tirou os fones da orelha jogando-os em qualquer
canto da mochila.

Continuou o seu caminho até chegar na frente da mesa das recepcionistas. Eram sempre
três que de seis em seis meses mudavam. Uma melhorava o cargo e as outras duas eram
despedidas.

— Oi, preciso de um crachá. — Disse o rapaz apoiando-se sobre o balcão de mármore.

— E quem é o senhor? — Perguntou a loira que estava na sua frente.

— Sou Bernard, Bernard Taylor. — Os olhos da garota pareceram vacilar tentando ter
certeza do que ele falava. — Sou filho do Max Taylor.

Ela assentiu e não demorou a alcançar uma credencial ao rapaz que sorriu mostrando suas
covinhas e lançou uma piscadela antes de passar pelo detector de metais, o qual apitou.
Mesmo querendo, o segurança, apenas ignorou e deixou que o rapaz passasse sem fazer a
revista.

O garoto caminhou tranquilamente até o elevador e esperou que a grande caixa de metal
chega-se. O que não demorou muito. Quando as portas se abriram e revelaram Perrie
Silver, a garota dos cabelos rosa. Um sorriso devasso brincou nos lábios de Bernard.

— Oi, Perrie, como você está? — Questionou o moreno.

A mais velha apenas revirou os olhos azuis e saiu do elevador, ignorando a presença do
filho do seu chefe. Ela passou reto por ele e saiu do prédio, certamente estava indo visitar
algum cliente ou medir a sala que receberia a reforma ou... Ou qualquer outra coisa que
eles faziam lá dentro.

Bernard apertou o botão do quadragésimo segundo andar e esperou chegar a cobertura do


prédio para poder falar com o pai. Ele parou em diversos andares antes de chegar até a tão
esperada cobertura. Entre os andares as pessoas entraram e saíram apressadas, mas
nenhuma chegou ao último andar com ele.

Quando as portas se abriram, Bernard se deparou com um corredor não tão longo de piso
de mármore preto, por onde caminhou tranquilamente escutando o ranger dos seus all stars
indo de encontro com o chão.

— Bernard! — Disse a senhora Holland ao vê-lo. Elena Holland era uma senhora com seus
sessenta anos já e trabalhava com seu pai desde que o menino era pequeno, por conta da
sua competência — e paciência — com as coisas da empresa e de seu pai. Elena era
como a avó que Bernard nunca teve.

— Oi, Elena , como você está? — Perguntou o rapaz sorridente enquanto dava a volta na
mesa para abraçar a idosa.

— Estou bem, e você, meu jovem?

— Estou bem, um pouco nervoso. — Comentou o rapaz.


— Mas por quê?

— Vou apresentar Lynda para o meu pai hoje no jantar, para ele e para o tio Ken e nós
vamos conhecer finalmente a Luana.

Lynda Wilson era a garota por quem Bernard era apaixonado e finalmente, naquele último
ano de colegial, ele criou coragem e foi falar com ela. Uma tentativa bem sucedida, pois
eles estavam juntos desde então e isso faziam três meses. Já Luana, era outra história. Ela
era mulher que Ken Julis queria pedir a mão em casamento.

— Meu pai está muito ocupado, Elena ?

— Está com cliente, querido. Não quer ir até a lanchonete e depois voltar? Ela acabou de
entrar. — Disse a mulher dando uma boa sugestão ao rapaz que estava morrendo de fome.

— Ótima ideia, quando ele terminar, me liga, por favor. — Pediu o rapaz.

— Mas é claro, querido. Ele não falará com ninguém antes de ver você.

O garoto agradeceu e tratou de ir para a lanchonete que tinha dentro do prédio.

***

A mulher terminava de abotoar a camisa que agora estava um tanto quanto amassada,
assim como a camisa do executivo na sua frente. Ela terminou de ajeitar-se e aproximou-se
do empresário na sua frente.

— É sempre um prazer fazer negócios com você, Sr. Taylor. — Disse a mulher cativante
roubando um selinho do homem que terminava de calçar os seus sapatos.

— Eu sei... — Respondeu ele convencido, enquanto fechava o blazer e indicava a porta. —


É um prazer revê-la, Srta. Mozer.

— Espero que os negócios sejam finalizados agora, Sr. Taylor. Meu marido aguarda
ansiosamente pelo resultado da casa.
Droga, ela era casada.

— Estará entregue no final do mês. — Avisou Max apertando a mão da mulher.

A loira assentiu e começou a caminhar para fora da sala do homem. Assim que as portas do
elevador se fecharam, o homem bufou.

— Elena , me lembre de nunca mais me meter com mulher de homem casado, faz o favor.
— Ele pediu enquanto retornava a sala e esperando que a secretária o segui-se, o que não
aconteceu. Estranhando, ele colocou a cabeça para fora da sala mais uma vez, apenas
constatando que ela desligava o telefone. — Alguém ligou?

— Não, Sr. Taylor, apenas fui avisar Bernard que o senhor já está sem clientes.

O homem apenas assentiu e continuou agora seu caminho com a mulher no seu encalço.

— O Bernard quer? Eu preciso trabalhar. — Disse o homem passando as mãos pelos seus
olhos e apertando-os um pouco.

— Ele me disse sobre o jantar de hoje. — Comentou a mulher o que fez com que o patrão
arregalasse os olhos.

— Puta merda! Como que eu fui esquecer desse maldito jantar?! — Reclamou o homem
levantando-se exacerbado da sua cadeira de couro.

— Você esqueceu como sempre, não é?! — Comentou Bernard entrando na sala do pai.

O homem que segurava seu lábio inferior com a ponta dos dedos, virou-se com o calcanhar
até que seus olhos verdes encontrassem com os castanhos do filho.

— Bernard, eu só ando ocupado demais, só isso filho. — Disse o Max observando o homem
que seu filho vinha se tornando.
— Avisou o tio Ken também que você esqueceu? — Debochou o rapaz. — Ah, quer saber?
Deixa pra lá pai, você deve estar muito ocupado mesmo, eu marco pra outro dia com a
Lynda. — Dito essas palavras o rapaz saiu furioso da sala do pai, correu pelo corredor e
apertou o botão do elevador.

— O quê eu faço, Elena ? — Questionou o homem realmente sem rumo.

— Vá atrás dele! — Ordenou a secretária. — Ele é seu filho, Max!

O homem começou a correr para fora da sala, mas quando estava no meio do corredor, viu
seu filho dentro do elevador fazendo o mesmo gesto que a mãe, no dia que foi embora e
sofreu o acidente que a levou para sempre. Ele balançou a cabeça negativamente enquanto
as portas se fechavam.

***

— Você é campeão, Max, o que foi dessa vez? — Questionou Kenneth Julis olhando para o
sócio.

— Não fiz nada! — Alegou do de cabelos cacheados fechando a porta da sala.

— Se não tivesse feito nada eu não teria recebido uma ligação do meu sobrinho favorito
dizendo que não vai mais no jantar hoje a noite.

Max revirou os olhos enquanto servia-se de whisky no canto da sala.

— Eu esqueci o jantar. — Soltou Max de uma vez.

— Por que será que eu não estou surpreso com isso?! — Debochou o amigo.

— Pare, Ken! — Disse o de olhos verdes estalando a língua no céu da boca. — Ele saiu
furioso da minha sala hoje, só faltou dizer o que ela disse.

— O que ele fez?


Max mexeu um pouco o Whisky no copo com gelo, sentando-se na frente do sócio em
seguida.

— Ele negou com a cabeça, igual ela fez quando foi embora.

— Todo mundo nega com a cabeça. — Retrucou Ken.

— Mas ela negou e morreu algumas horas depois. — Soltou Max furioso bebendo o Whisky
todo de uma vez.
O dono da sala suspirou e pegou seu copo com água e tomou um pouco.

— Você deveria superar a morte da minha irmã, Max. — Disse Ken. — Nós somos jovens
ainda. Por quê não arranja uma namorada?

— Não, dispenso. — Respondeu o de olhos verdes.

— A minha irmã não vai voltar, acho que você deveria arranjar alguém.

— Quem sabe se eu me apaixonar, por enquanto não.

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