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OU
DUAS RESPOSTAS
CHRISTÃO VELIO
abrina Linna
ลง
RECIFE
ADVERTENCIA
PRIMEIRA RESPOSTA
ARTIGO I
1
11
maior per
edições somente do Novo Testamento , com a maior
feição que é possivel, como se verá do exemplar que ex
pomos ao exame do publico ; e são justamente esses pe
quenos livros, correctos, legitimos e verdadeiros, con
tendo os quatro Evangelhos de Nosso Senhor Jesus Chris
to , que o Sr. Vigario Capitular mandou queimar com tan
9
ARTIGO II
nio Pereira .
No cap. 10 v . 12 da mesma Epistola aos Corinthios,
lá dizem as Biblias de Londres o mesmo que o Padre
Antonio Pereira, sem mais nem menos uma virgula.
« Aquelle, pois, que crê estar em pé, veja não caia .)
Diz ainda o Sr. Arcebispo, que Luthero e Calvino
investirão contra o sacramento do matrimonio ( sempre
Luthero e Calvino para tudo ! pobres diabos !), e por
isso falsificarão o verso 32 do cap. 5.º da Epistola de S.
Paulo aos Ephesios, pondo em lugar de Sacramento a
palavra myslerio ! Eis -ahi a traducção do Padre Anto
nio Pereira . « Este sacramento é grande, mas eu digo
em Christo , e na Igreja. )
Pois bem , Sr. Conego Campos, comparai o Padre
Antonio Pereira com as Bibliás de Londres, que ficam
expostas, e vereis que não ha nellas a menor alteração ,
nem vicio , nem falsificação ; portanto as Biblias de Lon
dres são canonicas, e não lutheranas nem calvinistas .
Quanto á falsidade da Biblia de Nova -Yorck , trocan
do a palavra sacramento pela palavra mysterio, ajustare
mos nossas contas com o Sr. Arcebispo mais adiante .
S. Ex . continuando diz , que o cap. 5.º da primei
ra Epistola de S. João é talvez o que inais falsificado se
acha, porque contem nada menos de oito alterações ;
e então cita verso por verso, comparando o que diz a Bi
blia de Nova - Yorck com a vulgata, que elle traduz, ou
serve-se da traducção do Padre Antonio Pereira, para
mostrar as modificações entre uma e outra .
De qualquer modo, o que se acha na Biblia do Pa
dre Antonio Pereira é justamente , sem um til de diffe
15
ARTIGO III
ARTIGO VIII
Um christão velho .
SEGUNDA RESPOSTA
PREAMBULO
Satanaz !
Poderiamos ir além com o nosso preambulo , como
foi o Sr. padre Campos ; mas para o que temos de dizer,
he mister que sejamos parcos desde principio , reservan
do a sua Introducção para o remate da nossa obra .
Então, como elle hoje, havemos de rir - nos du vai
dade que acompanha o erro, e d'aquellas almas privile
gialas , que nunca faltão no mundo para o livrar das
grandes catastrophes sociaes .
Não diremos, como Tertuliano , ao Sr. padre Cam
pos, que prove a sua missão apostolica : que diga se Je
sus Christo desceo segunda vez , se segunda vez ensinou
verdades novas , se segunda vez foi crucificado, se se
gunda vez foimorto , se segunda vez resuscitou ! Não , não
queremos por ora assustar o nosso antagonista com
perguntas, a que dificilmente responderia, apezar da sua
solidariedade com a doutrina de Jesus Christo .
O Sr. padre Campos , apanhado em flagrante falta
de verdade ácerca das falsificações das Biblias de Lon
dres, e querendo simular uma especie de resposta, co
meçou por uma solemne descompostura contra os here
ges , que vicião as biblias -d'ahi as gentilezas do seo
estilo , as filagranas da sua linguagem . A heresia , diz
elle , sempre que emenda os Evangelhos, os vicia
quando não usa da espada de Marcião, trava do buril de
Valentino ! Sublime rasgo de eloquencia titanica !
Ora, ninguem tratou de corrigir os Evangelhos, nem
de vicial-os ; se houve quem os quizesse corrigir ou vi
ciar forão aquelles que tacharão de falsus as biblias ver
7
50
II
como fomos “ ,
Muitos outros artigos apparecerão neste sentido ,
por que muita gente foi a livraria do Apostolo ver as bi
blias falsificadas do Sr. padre Campos ; até que os re
dactores do Apostolo , corridos de vergonha, tiverão de
declarar, que aquelle aviso não se entendia com elles ,
mas com a livraria do Sr. Figueiroa em Pernambuco .
De sorte que o Sr. Campos não fora mais bem succe
dido no Rio de Janeiro , do que nesta Cidade , com a sua
pia fraude, ou com as suas biblias falsificadas .
Finalmente emprazamos o Sr. padre Campos para
que responda sem subterfugio : se as biblias de Londres
tem o Novo Testamento com os mesmos erros ou vicios
apontados pelo Sr. Arcebispo na do padre Almeida , co
mo asseverou o mesmo Sr. Campos. Sim ou não . Es
ta he a questão , Sr. padre , e fora deste terreno não ad
mittimos outra --responda, se he capaz.
Poderiamos, a respeito de fraude pia , citar um fac
to muito celebre , que conta Apuleio na sua metamor
phose -o asno de ouro- de uma dama romana , tão vir
tuosa como bella , chamada Paulina , mulher de Satur
nino ; a qual era muito fanatica pelo culto da Deosa
Isis — mas deixamos de o fazer para não cortar o fio desta
discussão .
O Sr. dadre Campos continúa a esquadrinhar nas
biblias do padre Almeida o que elle chama horriveis fal
sificações ; até que por fim deparou com um enorme sa
crilegio , com a mais estupenda heresia , que jamais virão
os tempos antigos , nem verão os tempos modernos. No
cap. 3 v . 15 do Genesis elle achou prova bastante para
o seu espanto e para a sua estupefacção ! Horresco re
56
>
IV
motheo, cap. 1 v . 5 .
Outra referencia de Tobias, que faz o Sr. padre Cam
pos, he do mesmo cap. 4 v . 23, e diz que fora citado
por S. Paulo, cap . 8 v. 17. -Ora , S. Paulo tem 14 car
tas , e com quanto poucas tenham 8 capitulos, as per
corremos todas ; e tal referencia só podia dar- se na car
ta aos Romanos, cujo cap . 8 v . 17 diz o seguinte
se somos filhos e tambem herdeiros, herdeiros verda
deiramente de Deus, e coherdeiros de Jesus Christo ;
se he que todavianós padecemos com elle , para que se
jamos com elle glorificados. »
Agora vejamos a coherencia da citação do Sr. pa
dre Campos - Tobias cap . 4 v . 23 — Não temas meu
-
III
cap . 1 v . 8 .
Se Abdias e Sofonias não estivessem citados tantas
vezes por Jesus Christo entre os Prophetas , quão grande
admiração seria que Abdias com 21 versos , e Sofonias
com 33, não fossem expressamente referidos como os ou
tros livros do canon hebreo ? Entretanto he facto in
controverso , que sempre foram aceitos por toda aa chris
tandade, como fazendo parte de um livro canonico .
Que paridade pois pode haver com os livros deutero
canonicos, de que toda a Christandade duvidou até o se
culo 16, e d'ahi por diante ainda duvidaram muitos theo
logos, e todas as seitas dissidentes em muito maior nume
ro do que aquella que os recebe ?
Eis ahi por terra a igrejinha do Sr. padre Campos
ahi estão citados todos os livros, que com singular ar
dimento asseverou que nunca foram citados - 0 Sr. pa
dre Campos nunca compulsou ao menos a traducção da
Vulgata pelo padre Antonio Pereira - se o tivesse feito ,
não cahiria na risivel provocação, que dirige aos Protes
tantes para provarem o que não necessita da menor pro
va ! nem ao menosas notas marginaes da Vulgata ? é deci
dia de mais .
O que é certo ee evidente é que não ha um só livro
proto -canonico do Velho Testamento, que não tenha mui
tas referencias entre os livros do Novo Testamento ;
como fica demonstrado verso por verso , capitulo por ca
pitulo ; e se fôr preciso copiaremos os referentes e refe
ridos para que se veja a identidade de uns com outros.
Entretanto , o que fará agora o Sr. padre Campos de
todos esses apontamentos que lhe deram ? Tome um con
selho :-devolva -os á pessoa que lh'os deu, e diga-lhe
que burel não dá sciencia, porque se desse, toda a gente
andaria vestida de burel .
Do que temos dito até agora resulta : - 1.º que ne
nhum dos livros deutero -canonicos foi citado por Jesus
Christo nem pelos Apostolos : -2.º que todos os livros
17
130
e lá se entendam .
IV
3
() Sr. conego, citando uma longa historia de nomes
em abono dos livros apocryphos, diz :
a Provocamos a todos os christãos velhos e novos
que nos desmintão . )
0 Sr. conego citou o nome de S. Athanasio como
abonando o livro de Baruch .
O mesmo Athanasio que lhe responda :
« Todas as Escripturas de nos outros christãos são
inspiradas e não innumeraveis, mas antes os livros são
definidos e alistados : e são do Velho Testamento estes » :
( citando os 22 livros sem menção de Baruch ) .
Q Além destes ( cklos ) ha outros livros do V. Testa
mento não canonicos ... Sabedoria de Salomão, etc. Estes
não são canonicos » ; e em outro lugar diz elle : Q Além
destes, porém , ha outros do mesmo velho testamento ,
que não são canonicos , que somente se lé aos cathecume
nos , Sabedoria, etc. >>
Athanas. in Synopsis, et in Lit. Festiv . - Dupin, t.
.
11
fogo purificante.
Já antes de Daillé , outros autores , que elle cita , o
haviam dito com referencia aos mesmos Dialogos ; e o
proprio Bergier cita Beausobre, que tambem provou ser
S. Gregorio Magno o primeiro, que definio o Purgatorio.
Pois bem , Sr. padre, ahi tendes esses Dialogos nas obras
de S. Gregor. Mag . 4 Vol. infol. Edic . de 1705, Paris.
Se esta não he a pura verdade, provocamos o Sr.
padre Campos a que nos mostre, antes do 6.º seculo
( 590 ), algum Concilio ou padre, que fallasse de Pur
gatorio , ou de fogo purificünle . Ainda mais, nem mes
mo depois houve quem dissesse, que o Purgatorio era
um lugar de fogo ; nem o proprio Concilio de Trento
definio o que fosse Purgatorio ; e apenas se contentou
de dizer, que havia Purgatorio , e que as almas alli deti
das eram ajudadas com ossuffragios dos fieis, e princi
palmente com o gratissimo sacrificio do altar !!
Reduz-se portanto a doutrina do Purgatorio pelo
Concilio de Trento ao seguinte : « Cuidem pois os bis
epos ( Caveant Consules ! ) que os suffragios dos fieis
« vivos, a saber : missas, orações, esmolas, e outras obras
a de piedade, que uns fieis tem costume de fazer por
a outros fleis defuntos, se façam pia e devotamente , se
« gundo as regras da igreja. »
( Sessão 25, Dec. do Purg. ) Tudo se reduz por
tanto á uma mera exploração do fanatismo religioso !
II
za na historia citada .
E quando S. Domingos não houvesse celebrado os
mesmos aulos com a pompa com que se fizerão do se
culo 15 por diante , ahi estão os autos de Torquemada,
>
a vida dos povos— esse freio, disse elle , devia estar nas
mãos do papa . )
O Sr. padre Campos crê que Voltaire podesse dizer
isto seriamente ou de boa fé ? Para Voltaire foi sem
pre a religião catholica um motivo perenne de chufas e
de picantes sarcarmos ; e o papado para elle era a ori
gem de todos os males, que acabrunhavão a França á
meiado do seculo passado .
Elle gritava contra os reis como contra o Clero-não
ha salvação para os povos, em quanto o ultimo rei não för
enforcado com as tripas do ultimo frade, dizia elle . No se
culo 11 , e dahi por diante qualquer novo Estado, que se
elevava ou constituia ,recorria ao papa para seu reconheci
mento ou confirmação, sem se importar com o reconhe
cimento dos outros soberanos .
Nesse tempo gozava o papa de uma especie de Su
zerania temporal. Pois bem , foi contra essa ordem de
cousas, que se opuserão os Imperadores da Alemanha
e reis daFrança e da Inglaterra - foi por isso que arca
rão contra Gregorio 7.º e seus successores, e afinal se
constituio a autonomia dos differentes povos sem a theo
cracia universal .
Hurter traz parte de uma bulla de Innocencio 3.',
disendo não ser permittido a nenhum christão forçar um
Judeo aa receber o baptismo, visto como aquelle que he le
vado por força não tem fé ! Nunca teve execução se
melhante bulla na Italia nem na Peninsula iberica .
Quando tratarmos da Origem da Inquisição em Portugal
diremos como erão tratados os Judeos na Hespanha e
em Portugal ; e como se lhes arrancavão os filhos para
os baptisarem á força. Parece que o Sr. padre Campos
não tem memoria, e que se não lembra do que tem
passado no meio deste seculo .
Não he permittido forçar os Judeos a se baptisa
rem ! entretanto arrancão-se do poder de seus paes os
meninos Mortara e Cohen para os faser. catholicos a
força ; e quando a Europa indignada se declara em peso
contra essa abominavel tirania , Pio 9.º resiste á Euro
pa christã, e conserva em captiveiro os filhos arranca
dos violentamente do seio paterno !
Sr. padre Campos, he mister que isto acabe ; e ahi
27
210
+
pelo braço secular .
Esses inquisidores assim mortos erão julgados mar
tyres, e os Dominicanos ganhavão de dia em dia uma
consideração e influencia illimitadas ; que os Francisca
nos, seus emulos , procuravão combater, nascendo dahi
disputas vergonhosas entre as duas Ordens . Por esse
tempo procurava o dominico Sueiro Gomes introduzir a
inquisição em Portugal ; mas foi repellido por D. Affon
SO 30
Durante o seculo 14.0 os Dominicos Puigcercos,
Costa , Burguete, Roselli , Gomir, Ermengol , e outros as
>
VI
o desnaturalisou .
Depois de alguma reluctancia vierão a um accordo
( 1 ) Quando Paulo 3.0 fingia recusar a inquisição perma.
nente em Portugal, apparentando grande interesse pulos Chris
>
está a sua vingança, não só nos paes como nos filhos até
a quarta geração.
Dissemos que a igreja tinha prosperado durante 9
seculos sem o colto das imagens e a canonisação dos
Santos . Com effeito, o papa Constantino (708) foi o pri
meiro que decretou o culto das imagens, e era tal a ten
dencia dos Cbristãos de origem pagāa para o politheis
mo , que o Imperador Leão 3.º foi obrigado a proscrever 至
gestade divina.
Diz Bergier, que o culto das imagens data da origem
do Christianismo. Ile tão miseravel esta falsidade, que
basta recordar as datas dos Concilios e dos Papas, que
decretarão semelhante instituição para desmentir formal
mente a Bergier. Ora , o christianismo viveo em Roma nas
Catacumbas, nos subterraneos , nas ruinas durante os qua
tro primeiros seculos ; isto he, até a conversão de Cons
lantino . Os Christãos não linhão , nem podião ter igre
jas nem culto exterior, porque não era tolerado ; e Roma,
que era , por assim dizer, o Pantheon dos Deoses de to
do o mundo, só não admittia o Deos dos Christãos ! On
de estaria pois o culto das imagens ?
Nas proprias catacumbas encontrarao-se depois sig
naes visiveis de um collo, mas sem nenhum objecio ma
terial , que o indicasse, nem de escultura nem de pintu
ra . Foi o primeiro Concilio de Nicea, que decretou a
consubstanciação do verbo com o pae - foi o primeiro
Concilio de Constantinopla , no fim do quarto seculo,
que declarou que Maria era mãe de Deos .
E sem embargo, não ha um só documento, não ha
um só Concilio, um só papa , que decretasse culto para
essas imagens ; nem ellas figurarão nunca até o seculo
9.º, como objecto de culio externo ; com quanto he
de supôr, que os Christãos lhes prestassem o culto in
terno, como expressão de reconhecimento a J. Christo
por ser o mediador entre Deos e os homens, e à Maria
como mãe do redemptor do Genero humano .
Vamos agora occupar-nos do facto , que deu lugar á
uma certa opinião , de que o colto das imagens datava
dos tempos apostolicos. No seculo 9,º um pintor cha
mado Luca, ou da cidade de Luca na Toscana, fez o re
trato de uma mulher com um menino ao collo ( como
291
294
tas gentes, dizendo que não são Deoses os que são fei.
los por mãos de homens. Pelu que não somente correrá
perigo de que esta nossa profissão venha a ficar em descre
dito , senão que o templo deDiana será lido em nada , e co
3
so, que lhe tinha sido marcado por Deos, a igreja pre
tendia communicar a tudo quanto com ella tinha rela
ção , a immortalidade do dogma de que he guarda ; e
por isso via com inquietação o desenvolvimento das in
telligencias, a multiplicação das forças sociaes ; e de
315
41
322
III
O BENEPLACITO IMPERIAL
nho de 1832. )
O Concilio de Trento não regula para isto , porque
não he lei no Brazil, senão o Cap . 1.0 da Sessão 24 de
reformatione matrimonii- (Lei de 3 de Novembro de
1827) . Logo os Bispos não podem sahir das suas dioce
ses em virtude do Cap . 1.0 da Sessão 23 do citado Con
cilio , que não rege no paiz ; e quando regesse ficaria sem
effeito , por ser contrario á leis posteriores.
E fique dito uma vez por todas, que o Concilio Tri
dentino só tem vigor no Brazil , quanto ao fòro interno
>
44
346
.
Em primeiro lugar, diz a cilada lei de 3 de No
vembro apenas , que as disposições do Conc. Trid . na
sessão 24 C. 1.º fiquem em observancia em todos os
bispados do imperio ; procedendo os parochos a receber
os noivos, quando lh'o requererem , etc. Onde falla a
lei dos effeitos civis do matrimonio ? onde diz semelhan
te disparate ?
Pois mandar que se execute como lei do Brazil
uma disposição ecclesiastica , que trata justamente do
recebimento dos noivos á face da igreja, e das palavras
de presente do parocho, o que constitue a fórma do Sa
cramento, é tratar dos effeitos civis ? Pois já vistes
effeitos civis senão do contracto civil , tacito ou expresso ?
e a que viria aqui contracto civil, quando só se tra
ta do Sacramento ? Dizei , onde enxergastes nesta lei
as palavras - effeitos civis ? ( Jornal do Recife de 27 de
Agosto de 1866.)
II
IV
Pag .
Advertencia . 3
Primeira Resposta – Artigo 1 - As biblias de
69B%%%
Londres tambem estão falsificadas .
Art . Il - Não ha erros nas biblias de Londres . 12
Art . III . - Os livros proto e deutero canonicos . 16
Art . ] V -- Qual he a Vulgata authentica ?. 23
Art . V — A leitura das Escripturas he obriga
.
toria 30
Art.VI -- 0 Sacramenio do matrimonio e a pa
lavra Mysterio 35
Art. VII - Oo que foi Luthero ' e a Reforma 're
CC
ligiosa . 40
W &
O .
As Biblias de Londres . 62
Ecumenicidade do Concilio de Trento 101
A Catalogia do Sr. Padre Campos 105
A tradição catholica 114
Oslivros apocriphos não estão citados no Novo
Testamento 116
OsNovo
livros proto-canonicos
- estãotodos citados no 126
Testamento
Rvm . Sr.Conego Pinto de Campos perante
O historia 133
A leitura dos livros sagrados . 139
Da interpretação dos livros sagrados . 146
Furiosa remessa contra o Ephraim . 148
O Purgatorio . 150
.
. 168
A Inquisição religiosa. .
II
III
Prosigamos :
Dos livros do Pentateuco , somente do Genesis se po
de inferir alguma coosa de prophetico acerca de Jesus
Christo, isto he , no C. 28 , em que Jacob vio em sonhos
>
psodia, que será outra victoria , não contra vós , que ape
nas sois ahi um verdadeiro páo de cabeleira , mas contra
o burel, que a está confeccionando ha muito tempo . Di
zei - lhe , porem , que tenha cuidado com os Actos apostoli
cos, e não se vá espetar nelles ; assim como que veja
como salva a chronologia, por que os actos da vida de S.
Pedro são favas contadas, e hei de provar -vos que S. Pe
dro só foi a Roma ( se he que foi ) depois de S. Paulo ,
que foi o unico fundador dessa igreja , ou mentem os AC
tos apostolicos.
VII
de si .
O Sr. Padre Campos lança sobre mim o labeo da
escravidão , ameaçando-me se eu lhe devolvesse a pelle.
Se me não tivesse ameaçado tão grosseira e estupida
mente, declaro-lhe que me calaria ; mas com uma amea
ça flagrante ! um dardo que o atravesse . Oica pois :
O defunto Nogueira Paz, em uma carta com data
de 26 de Março de 1846 , e publicada no Diario Novo
do mesmo mez e anno , disse que a exm.a mãe do Sr.
Padre Campos era escrava , e que nunca fora liberta , o
que constituia o Sr. Padre Campos tambem escravo on
liberlo, porque o filho segue a condição do ventre ! Ora ,
o Sr. Padre Campos não contestou aquella carta , não
chamou a responsabilidade o Diario novo , não protes
tou contra semelhante publicação, nem ameaçon a No
gueira Paz , por que ainda não tinha amor filial - por
tanto be réo convicto e confesso do labeo de escravi .
dão-quem cala , consente .
A mesmaCarta foi transcripta no Echo pernambucano
de 18 de Fevereiro de 1853 ; e ainda na Ordem de 1862, e o
Sr. Padre Campos não respondeo , nem chamou o Echo e a
60
1
01
VIII
mister ser honesto como ella . Eis ahi por que he mais
facil acreditar nas reliquias do que ser homem de bem ,
on mulher honrada !
Em lugar dessas patranhas, por que não ensinaes ao
povo a amar a Deos sobre todas as couzas, e ao pro
ximo como a nós mesmos ? por que não pregaes o amor
ao trabalbo , para que não seja caloteiro ou velhaco ? por
que não aconselhaes o respeito aos mais velhos, e aos
constituidos em autoridade como manda Jesus Christo ?
por que não condemnaes a vingança , a ira , a colera, em
fim todas as paixões ruins , como contrarias a lei evan
gelica ? por que não fulminaes o adulterio , a prostituição ,
a lascivia e a desvergonha ? Por que antes não aconse
lhaes a probidade no homem , e o pudor na mulher, duas
virtudes que formão a baze da sociedade humana ?
Oh ! nada disto vos convem , e as reliquias deixão
dinheiro ! Que vos importa a sociedade , se viveis em luta
.
com ella , se tiraes partido de todos os vicios e de todas
as miserias humanas ? Sr. Padre , dezafio ao demonio
mais atrevido , ao proprio Satanaz , para que venha uivar
agora ou rugir ou berrar ; e a não ser algum diabo de
sctaina, que uiva e berra por que o fustigão ; que ve
nha outro uivar ! E porem para os diabos de sotaina ou
de cazaca temos um acamo para tapar-lhes a boca : he à
imprensa ; e assim he que vos hei de fazer callar ; em
bora chameis em vosso auxilio a escoria do nosso clero ,
que não val mais do que vós .
X
inquisição . ( Id . t. 3 p . 143 )
A's vossas barbas de pez incendiadas opporei o se
guinte : « Se , culpado ou nio , continuava à affirmar
à sua innocencia, retalhavão-lhe as plantas dos pés , un
lavão-lhas com manteiga, e aproximavão- lhas do fogo >
( 10. 1. 3. pag . 167 ) . Quanto a ferocidade dos inquisi
dores pouco basta para proval - a : « Nem a belleza e o
pudor dos annos floridos , nem a velhice, tão digna de
92
9 :3
94
UM LIVRO IMPORTANTISSIMO .
FIM .
800,
ERRATA