Você está na página 1de 11

Universidade Zambeze Disciplina: Física I

Lição n0 4: Dinâmica de uma


Faculdade de Ciência e Tecnologia Partícula

Cursos: Engenharias Eléctrica e Civil Semana: 04-08/03/22


Aula Teórica
Docente Responsável: Msc. Enfraime Jaime Valoi (valoi.enfraime@gmail.com)
Subtemas:
 Introdução á Dinâmica  Força de Atrito
 Leis de Newton  Movimento Curvilíneo e Circular
Mecânica
Quantidade
comode ciência
Movimento  Momentos Angular e de Força
 Representação de Forças  Forças Centrais

III. Introdução

No capítulo anterior (cinemática), estudamos o movimento dos corpos, sem se interessar com as
causas desse movimento. Neste capítulo (dinâmica), é importante avaliar as tais causas, é por via
disso que, entende-se por dinâmica, o ramo da física que se dedica ao estudo do movimento dos
corpos e das suas causas.
Pela experiência diária vários exemplos podem ser citados, pois sabemos que o movimento de
um corpo é resultado directo da sua interação com outros corpos que o cercam, por exemplo,
quando um jogador chuta uma bola.
Agora podemos ver que a compreensão destas causas (interações) ajudam-nos a ter um
conhecimento básico da natureza. As interações são convenientemente descritas por um conceito
matemático, chamado força, por isso o estudo da dinâmica é basicamente a análise da relação de
forças, e é governada pelas leis de Newton.

III.1 Leis de Newton

Newton estudou e desenvolveu as ideias de Galileu sobre o movimento e estabeleceu três leis
que têm hoje o seu nome.

III.1.1 Primeira lei (lei da inércia)

Uma partícula livre (isenta a interação) sempre se move com velocidade constante, isto é, com
aceleração nula. Por via disso, uma partícula livre ou se move em linha recta com velocidade
constante ou está em repouso (com velocidade nula). Ainda pela 1a lei podemos concluir que:

Outros docentes: Nenhum Page 1


 Quando um corpo está em repouso, não actua nenhuma força, ou actua um sistema de
forças cuja resultante é nula;
 Um corpo em movimento rectilíneo uniforme não actua nele nenhuma força ou actua um
sistema de forças cuja resultante é nula.

É importante salientar que na verdade não existe uma partícula livre, porque toda partícula está
sujeita a interações com o resto das partículas do universo.
De lembrar que o movimento é um conceito relativo, portanto, quando enunciamos a lei da
inércia devemos indicar a quem ou do que o movimento da partícula é referido. Por exemplo, se
admitirmos que o movimento da partícula é relativo a um observador que seja ele próprio uma
partícula ou sistema livre e, é chamado observador inercial, então o refencial por ele usado será
denominado referncial inercial.

III.1.2 Quantidade de movimento (momento cinético).


A quantidade de movimento é uma grandeza vectorial que tem a mesma direção que a da
velocidade.
𝑃⃗ = 𝑚𝑣 (3.1)
A quantidade do movimento é uma grandeza dinâmica mais informativa do que a velocidade
sozinha. Por exemplo, é mais difícil parar ou acelerar um camião carregado do que um camião
vazio, mesmo que a velocidade seja a mesma para os dois casos, isto porque, a quantidade de
movimento do primeiro é maior do que o segundo (𝑃1 > 𝑃2 ). Contudo, outra definição à lei de
inércia pode ser dada, a saber,

 Uma partícula livre move-se sempre com quantidade de movimento constante.



III.1.2.1 Princípio de conservação de momento.

Levando em consideração duas partículas com massas m1 e m2 em interações mútuas.

𝑣1 O momento total será dado por,


𝑣1 𝐴′ 𝑣′1
𝐴
𝑣′2
𝑡: 𝑃 = 𝑃1 + 𝑃2 = 𝑚1 𝑣1 + 𝑚2 𝑣2 (3.2)
𝑣2 𝐵′
𝐵
𝑡 ′ : 𝑃′ = 𝑃′ 1 + 𝑃′ 2 = 𝑚1 𝑣 ′1 + 𝑚2 𝑣 ′ 2 (3.3)
Figura 3.1 Interação de duas partículas
Outros docentes: Nenhum Page 2
Considerando massas que não dependem do estado, então, a quantidade de movimento total de
um sistema composto por duas partículas sujeitas somente às suas interações mútuas permanece
constante.

𝑃 = 𝑃′ = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡. (3.4) 𝑒 𝑃1 + 𝑃2 = 𝑃′1 + 𝑃′2 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡. (3.5) 𝑃1 = −𝑃2 (3.6)


Para n partículas em interações mútuas, o momento total será:

𝑃 = ∑ 𝑃𝑖 = 𝑃1 + 𝑃2 + 𝑃3 + ⋯ + 𝑃𝑛 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡. (3.7)
𝑖=𝑛

III.1.3 Segunda e Terceira Lei

Em muitos casos, observamos o movimento de uma só partícula, ignorando as outras que com
ela podem estar a interagir e, nesses casos torna-se difícil utilizar o princípio de conservação da
quantidade de movimento, daí que, introduz-se o conceito de força.
∆𝑃⃗1 ∆𝑃⃗2
Dividindo os membros da relação (3.6) pela variação do tempo, resulta, =− (3.8)
∆𝑡 ∆𝑡

Segundo (3.8), as quantidades das variações (vectoriais) médias de momento das partículas no
intervalo de tempo ∆𝑡 são iguais em módulos e sentidos opostos.
𝑑𝑃⃗1 𝑑𝑃⃗2 𝑑𝑃⃗
Calculando limite da relação (3.8), quando ∆𝑡 → 0, temos, =− (3.9), 𝐹 = (3.10)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡

De relação (3.10), uma nova definição para força pode ser enunciada, a saber,

 Força é igual a variação temporal de quantidade de movimento de uma dada partícula.

Pela definição da quantidade de movimento (3.1), podemos reescrever a equação (3.10) na forma
𝑑
𝐹= (𝑚𝑣) (3.11)
𝑑𝑡

𝑑𝑣
Se a massa for constante (𝑚 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡. ), então, 𝐹 = 𝑚 𝑑𝑡 (3.12) ↔ 𝐹 = 𝑚𝑎 (3.13)

De refirir que a relação (3.13), nos leva a definição da segunda lei de Newton, isto é,

 A força é igual ao producto da massa pela aceleração, e, tem a mesma direção da


aceleração.

Outros docentes: Nenhum Page 3


Para além disso, utilizando o conceito de força podemos reescrever a equação (3.9) na forma,
𝐹1 = −𝐹2 (3.14)
De relação (3.14) chegamos ao enunciado da terceira lei de Newton, isto é,

 Quando duas partículas interagem, a força sobre uma partícula é igual em módulo e de
sentido contrário, á força sobre a segunda.

Neste caso pode-se concluir que para uma força constante, temos uma aceleração também
constante, movimento uniformemente acelerado. Este fenômeno pode ser assistido nos corpos
em queda livre, pois são acelerados com a mesma aceleração g, e, assim o peso (força de atração
gravitacional da Terra), será dado pela expressão, 𝑃 = 𝑊 = 𝑚𝑔 (3.15)

III.2 Representação de Forças

𝐹
𝑇 𝑇
𝑚1
𝑚2
𝑃1
𝑃2
Figura 3.2 Corpo Subindo o Plano Inclinado Figura 3.3 Corpo Descendo o Plano Inclinado Figura 3.4 Corpos ligados

Antes de mais, é preciso recordar que uma força representa a acção de um corpo sobre outro e é
representada pela sua intensidade, ponto de aplicação, direcção e sentido. A força é representada
por um segmento de recta orientada (denominado vector) e, o módulo do vector representa a
intensidade da força. No sistema internacional (SI) a unidade de força é o Newton (N).

Para que seja possível realizar o cálculo nas situações apresentadas nas figuras 2 e 3 devemos
estabelecer algumas relações, isto é,

 Definir o plano cartesiano com o eixo x formando um ângulo igual ao do plano, e o eixo
y, perpendicular ao eixo x;
 A força normal (N) será igual à decomposição da força Peso no eixo y;

Outros docentes: Nenhum Page 4


 O ângulo formado entre a força Peso e a sua decomposição no eixo y será igual ao ângulo
formado entre o plano e a horizontal;
 Se houver força de atrito, esta será oposta ao movimento, neste caso, apontará para cima,
se o corpo estiver a descer o plano e, para baixo em situação contrária.

Tomando como referência a figura 3.2, temos:


𝑜𝑥: 𝐹 − 𝑃𝑥 = 𝑚𝑎 (3.16) 𝑜𝑥: 𝑃𝑥 = 𝑃𝑠𝑒𝑛𝜃 (3.18) 𝐹 − 𝑃𝑠𝑒𝑛𝜃
{ {𝑜𝑦: 𝑃 = 𝑃𝑐𝑜𝑠𝜃 (3.19) 𝑎= (3.20)
𝑜𝑦: 𝑁 − 𝑃𝑦 = 0 (3.17) 𝑦 𝑚

O módulo de 𝐹 pode variar dependo do sentido, bem como da direção de aplicação. Se o corpo
em vez de subir, estivesse a descer o plano (figura 3.3), a decomposição da força Peso no eixo x
(𝑃𝑥 ) será a responsável pelo deslocamento do bloco, dai, 𝐹 = 0, e reescrevemos (3.20) na forma,
𝑃𝑠𝑒𝑛𝜃
𝑎= (3.21)
𝑚

Para além das equações anteriores, uma outra pode ser encontrada se, em vez de uma caixa
tivermos um carro subindo o plano com movimento uniforme (𝑎 = 0𝑚/𝑠 2 ), então na relação
(3.16) fica,
𝐹 − 𝑃𝑥 = 0 ↔ 𝐹 = 𝑃𝑠𝑒𝑛𝜃 (3.22)
Para analisar as forças na figura (3.4), devemos levar em consideração que o fio é inextensível de
modo que, as massas se movam com a mesma aceleração e ignorar a massa da polia de modo
que as forças tensoras no fio sejam iguais.
1: 𝑇 − 𝑃1 = 𝑚1 𝑎 (3.23) 𝑃 −𝑃
+{ → 𝑃2 − 𝑃1 = (𝑚1 + 𝑚2 )𝑎 ↔ 𝑎 = (𝑚2 +𝑚1 (3.25)
2: 𝑃2 − 𝑇 = 𝑚2 𝑎 (3.24) 1 2)

Onde, 𝑇 −Força de tensão exercida pelo fio e 𝑃2 , 𝑃1 −Pesos dos corpos 1 e 2 respectivamente

Outras Situações Possíveis

𝑚2
𝐹
𝑚1
𝐹12 𝐹21
𝐹

Figura 3.5 Corpos em Contacto

𝑃
Outros docentes: Nenhum Page 5
Figura 3.5 Corpo Preso a uma Mola 1: 𝐹21 = 𝑚1 𝑎
Análise da Fig. 3.5: 𝐹 − 𝑃 = 𝑚𝑎 +{ →
2: 𝐹 − 𝐹12 = 𝑚2 𝑎
𝐹 = 𝑘𝑥 𝑒 𝑃 = 𝑚𝑔 𝑎(𝑚1 + 𝑚2 ) = 𝐹 ↔
𝐹
𝑘𝑥 − 𝑚𝑔 𝑎= (∗∗)
𝑎= (∗) (𝑚1 + 𝑚2 )
𝑚

Nota: Apesar de termos definido as expressões anteriores em ordem a aceleração, elas também
são válidas para calcular qualquer uma das grandezas envolvidas na equação.

Exercício de Aplicação

Uma partícula de 10kg de massa, sujeita á força 𝐹 = (120𝑡 + 40)𝑁, move-se em linha recta. Num instante 𝑡0 = 0𝑠 , 𝑥0 =
5𝑚 𝑒 𝑣0 = 6𝑚/𝑠. Achar a velocidade e a posição em qualquer instante.

Resolução

Levando em consideração a relação (3.12), por via de integração podemos encontrar a


velocidade, isto é,
𝑣
1 𝑡 1 𝑡
∫ 𝑑𝑣 = ∫ 𝐹𝑑𝑡 → 𝑣(𝑡) = 𝑣0 + ∫ (120𝑡 + 40)𝑑𝑡 ↔
𝑣0 𝑚 𝑡0 𝑚 0
1
𝑣(𝑡) = 6 + (60𝑡 2 + 40𝑡) 𝑣(𝑡) = 6𝑡 2 + 4𝑡 + 6 ⌈𝑚/𝑠⌉
10
Ainda por via de integração do resultado anterior (da velocidade), podemos determinar a posição
𝑥 𝑡
𝑑𝑥
𝑣(𝑡) = = 6𝑡 + 4𝑡 + 6 → ∫ 𝑑𝑥 = ∫ (6𝑡 2 + 4𝑡 + 6 )𝑑𝑡 →
2
𝑑𝑡 𝑥0 0

𝑥(𝑡) = 𝑥0 + (3𝑡 3 + 2𝑡 2 + 6𝑡) ↔ 𝑥(𝑡) = 3𝑡 3 + 2𝑡 2 + 6𝑡 + 5 ⌈𝑚⌉

III.3 Força de atrito

Quando empurramos um livro ao longo da mesa, comunicamos-lhe assim uma velocidade, mais,
depois que o largamos, ele diminui de velocidade até parar. Essa perda de quantidade de
movimento indica que uma força opõe-se ao movimento, força essa chamada, atrito de
escorregamento. É importante sublinhar que o atrito pode ser estático e cinético.

Outros docentes: Nenhum Page 6


⃗ 𝒂𝒆 ) - Quando não existe movimento relativo entre as duas superfícies em
Atrito Estático (𝑭
contacto. A força de atrito estático pode ser nula, ou pode estar orientada em qualquer direcção
tangente às superfícies em contacto.
⃗ 𝒂𝒄 ) - Quando as duas superfícies em contacto deslizam entre si. A força de
Atrito Cinético (𝑭
atrito cinético é sempre oposta ao movimento e tem módulo constante que depende da reacção
normal (N)
A interação entre os corpos as vezes é chamada de coesão ou adesão, dependendo dos corpos
serem ou não do mesmo material.

𝑁 ⃗ 𝒂𝒆 ) = 𝜇𝑒 𝑁
(𝑭 (3.36𝑎)
𝐹 Linha de Actuação
𝐹𝑎 ⃗ 𝒂𝒄 ) = { 𝑜
(𝑭
, 𝑠𝑒 𝑣 = 0
(3.26𝑏)
−𝜇𝒄 𝑁, 𝑠𝑒 𝑣 ≠ 0
Figura 3.6 Forças que actuam em corpo em contacto com uma superfície

Onde, 𝜇𝑒 𝑒 𝜇𝑐 − Coeficientes dos atritos estático e cinético, respectivamente.


Os valores dos coeficientes de atrito dependem dos materiais das duas superfícies que tendem a
deslizar entre si. A tabela 1 fornece valores dos coeficientes de atrito para alguns materiais.

Tabela1 Coeficientes de atrito para alguns materiais


Materiais 𝝁𝒆 𝝁𝒄
Cobre e ferro 1,1 0,3
Aço e Aço 0,7 0,5
Aço e Madeira 0,4 0,2
Aço e Teflon 0,04 0,04

III.3.1 Força de atrito em fluidos

Quando um corpo se move através de um fluido com velocidade relativamente baixa, a força de
atrito é aproximadamente proporcional á velocidade, actuando no sentido contrário, isto é,
𝐹𝑎 = −𝑘𝜂𝑣 (2.27)
𝑘 − é o coeficiente que depende da forma do corpo, para uma esfera por exemplo, 𝑘 = 6𝜋𝑅

𝜂 −é o coeficiente de viscosidade e 𝑣 − é a velocidade.

Outros docentes: Nenhum Page 7


Definido a força de atrito, se consideramos um corpo que se move através de um fluído visco sob
acção de uma força 𝐹, então, a força resultante será, 𝐹 − 𝑘𝜂𝑣, e a equação de movimento dada
na forma,
𝐹 − 𝑘𝜂𝑣 = 𝑚𝑎 (3.28)

III.4 Movimento Curvilíneo.

III.4.1 Componentes de Força.

No capítulo 2 (cinemática), deduzimos as equação para as acelerações normal (2.26) e tangencial


(2.27), dai que, se levarmos em conta a definição da segunda lei de Newton, podemos chegar
também as componentes das forças normal e tangencial,
𝑑𝑣 𝑣2
𝐹𝑇 = 𝑚𝑎 𝑇 𝑜𝑢 𝐹 = 𝑚 (3.29) 𝑒 𝐹𝑁 = 𝑚𝑎𝑁 𝑜𝑢 𝐹𝑁 = 𝑚 (3.30)
𝑑𝑡 𝜌
Quanto ao sentido físico temos,
𝐹𝑇 − Força responsável pela variação do módulo da velocidade.
𝐹𝑁 − Força responsável pela variação da direção.

Uma análise simples nos faz concluir que, se 𝐹𝑇 = 0, então 𝑎 𝑇 = 0 e o movimento é uniforme,
enquanto que, se 𝐹𝑁 = 0, 𝑎𝑁 = 0, então o movimento é rectilíneo.

III.5 Movimento Circular

No caso particular do movimento circular, 𝜌 é o raio R da circunferência e 𝑣 = 𝜔𝑅, de modo que


a força normal (3.30), também denominada força centrípeta, pode ser escrita na forma,
𝐹𝑁 = 𝑚𝜔2 𝑅 (3.31)
Se o movimento circular é uniforme, então, 𝑎 𝑇 = 0 𝑒 𝑎𝑁 = 𝑎 = 𝜔𝑥𝑣 e pela segunda lei de
Newton, resulta,
𝐹 = 𝑚(𝜔𝑥𝑣), 𝐹 = 𝜔𝑥(𝑚𝑣) ↔ 𝐹 = 𝜔𝑥𝑃 (3.32)
No caso do movimento no plano, a equação da segunda lei de Newton, pode ser decomposta em,
𝑑𝑣𝑥 𝑑𝑣𝑦
𝐹𝑥 = 𝑚𝑎𝑥 𝑜𝑢 𝐹𝑥 = 𝑚 (3.33) 𝑒 𝐹𝑦 = 𝑚𝑎𝑦 𝑜𝑢 𝐹𝑦 = 𝑚 (3.34)
𝑑𝑡 𝑑𝑡

Outros docentes: Nenhum Page 8


 Fica como tarefa para o estudante, encontrar por via de integração das relações (3.33) e
(3.34), as equações de velocidade e de posição num instante qualquer.

Exercício de Aplicação
(*) Determine o ângulo 𝛼 que a corda faz com a vertical de um péndulo𝐹cômico, ver a figura𝑃ao lado.
Pela figura temos, 𝑠𝑒𝑛𝛼 = 𝑇𝑁 (1), 𝑐𝑜𝑠𝛼 = 𝑇 (2)𝑒 𝑅 = 𝐿𝑠𝑒𝑛𝛼 (3)
𝛼 Substituindo (3) em (3.31), tem-se, 𝐹𝑁 = 𝑚𝜔2 𝐿𝑠𝑒𝑛𝛼 (4),
𝑇
𝛼 𝐿 𝑠𝑒𝑛𝛼 𝐹𝑁 𝑚𝜔 2 𝐿𝑠𝑒𝑛𝛼 𝑠𝑒𝑛𝛼 𝑚𝜔 2 𝐿𝑠𝑒𝑛𝛼
𝑡𝑔𝛼 = = = → 𝑐𝑜𝑠𝛼 =
𝑐𝑜𝑠𝛼 𝑃 𝑃 𝑚𝑔
𝐹𝑁 𝑣
𝑔 𝑔
𝑐𝑜𝑠𝛼 = ↔ 𝛼 = 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑠 ⌈ ⌉ (5)
𝜔2𝐿 𝜔2𝐿
𝑃
Figura 3.7 Pêndulo Cónico

⃗)
III.6 Momento Angular (𝐿

Em física, momento é uma grandeza que representa a magnitude da força aplicada a um sistema
rotacional a uma determinada distância de um eixo de rotação.
O momento angular também é denominado momento orbital ou momento de quantidade de
movimento. É a quantidade de movimento associado a um objecto que executa um movimento
de rotação em torno de um ponto fixo. ⃗
𝐿


𝐿 ⃗
𝐿

𝑂 𝑣𝜃
𝑟 𝑣
𝑂 𝑣 𝑥
𝑟 𝑣𝑟
𝑟 𝐹 𝑣
𝑚 𝑚 Figura 3.10 Componentes da
Velocidadde
Figura 3.8 Movimento Curvilíneo Figura 3.9 Movimento Circular

⃗ = 𝑟𝑥𝑃⃗ (3.35), e, se levarmos em


Definindo analiticamente o momento angular temos, 𝐿
⃗ = 𝑚𝑟𝑥𝑣 (3.36).
consideração a definição da quantidade de movimento, resulta, 𝐿
O momento angular é um vector perpendicular ao plano 𝑣, 𝑟 e varia de módulo e direção durante
o movimento.

Outros docentes: Nenhum Page 9


Analisando o movimento circular (figura 3.9), visto que 𝑣, 𝑟 são perpendiculares, então, 𝑣𝑥𝑟 =
|𝑣|. |𝑟|. 𝑠𝑒𝑛900 = 𝑟. 𝑣, e 𝑣 = 𝜔𝑟, logo, de relação (3.36), tem-se, 𝐿 = 𝑚𝑟 2 𝜔 (3.37)
Quando o movimento plano, é curvilíneo, mas não é circular (3.10), então decompõe-se a
velociddae em componentes radial e transversal, respectivamente, 𝑣 = 𝑣𝑟 + 𝑣𝜃 (3.38)
Se levarmos em consideração esta relação, então, reescrevemos a equação do momento na forma,

𝐿 = 𝑚𝑟𝑥(𝑣𝑟 + 𝑣𝜃 ) = 𝑚𝑟𝑥𝑣𝑟 + 𝑚𝑟𝑥𝑣𝜃 (3.39)


O primeiro aditivo da expressão anterior é igual a zero, isto porque, 𝑣𝑟 tem a mesma direcção de
⃗ = 𝑚𝑟𝑥𝑣𝜃
𝑟 (paralelos), e, o produto vectorial é nulo (𝑟𝑥𝑣𝑟 = 0), então, 𝐿 (3.40)
𝑑𝜃
O módulo do momento angular pode ser escrito da seguinte maneira, 𝐿 = 𝑚𝑟𝑣𝜃 , onde, 𝑣𝜃 = 𝑟
𝑑𝑡
𝑑𝜃 𝑑𝜃
𝐿 = 𝑚𝑟 2 𝑑𝑡 (3.41) =𝜔 (∗∗)
𝑑𝑡

𝑖 𝑗 ⃗
𝑘 𝑦 𝑧 𝑥 𝑧 𝑥 𝑦
⃗ = 𝑟𝑥𝑃⃗ = | 𝑥
𝐿 𝑧 | = 𝑖 |𝑃 ⃗
𝑦
𝑦 𝑃𝑧 | − 𝑗 |𝑃𝑥 𝑃𝑧 | + 𝑘 |𝑃𝑥 𝑃𝑦 | =
𝑃𝑥 𝑃𝑦 𝑃𝑧
⃗ (𝑥𝑃𝑦 − 𝑦𝑃𝑥 ) = 𝐿𝑥 𝑖 + 𝐿𝑦 𝑗 + 𝐿𝑧 𝑘
= 𝑖(𝑦𝑃𝑧 − 𝑧𝑃𝑦 ) − 𝑗(𝑥𝑃𝑧 − 𝑧𝑃𝑥 ) + 𝑘 ⃗

𝐿𝑥 = 𝑦𝑃𝑧 − 𝑧𝑃𝑦 (𝑎), 𝐿𝑦 = 𝑧𝑃𝑥 − 𝑥𝑃𝑧 (𝑏) 𝑒 𝐿𝑧 = 𝑥𝑃𝑦 − 𝑦𝑃𝑥 (𝑐) (3.42)

No caso do movimento no plano (por exemplo xy), 𝑧 = 𝑃𝑧 = 0, logo, 𝐿𝑥 = 𝐿𝑦 = 0, e, apenas


𝐿𝑧 ≠ 0, então, o momento angular neste é perpendicular ao plano xy (pode-se ver nas figuras 3.7
e 3.9).

III.7 Momento de força (Torque)

Para definir o momento de força, vamos derivar a relação (3.35) em função ao tempo, isto é,

𝑑𝐿 𝑑𝑟 𝑑𝑃⃗ 𝑑𝑟 𝑑𝑃⃗
= 𝑥𝑃⃗ + 𝑟𝑥 (3.43) 𝑥𝑃⃗ = 𝑣 𝑥𝑃⃗ = 𝑚𝑣𝑥𝑣 = 0 (3.44) = 𝐹 (3.45)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝑃⃗ ⃗
𝑑𝐿
𝑟𝑥 = 𝑟𝑥𝐹 = 𝜏 𝑜𝑢 =𝜏 (3.46)
𝑑𝑡 𝑑𝑡
Dada a relação (3.46), podemos definir o momento de força como,

 A variação temporal do momento angular de uma partícula é igual ao momento da


força aplicada na partícula.

Outros docentes: Nenhum Page 10


III.8 Forças Centrais


𝑑𝐿
Quando o momento de força é nulo, o momento angular da partícula é constante (𝜏 = 0, 𝑑𝑡 = 0)

e, essa condição é satisfeita no caso de 𝐹 = 0 (partícula livre).


Para além disso, a condição 𝑟𝑥𝐹 = 0 é satisfeita quando 𝑟, 𝐹 , são paralelos, isto é, se a direcção
de F passa pelo centro. E desta forma podemos definir a força central como sendo aquela cuja
direcção passa sempre por um ponto fixo.

Quando a força é central, o momento angular relativo ao centro de força é uma constante de
movimento. Como exemplo podemos citar a Terra que se move em torno do sol sob influência
de uma força central cuja direção passa sempre pelo centro do sol. Assim, o momento angular da
Terra relativo ao sol é constante.

Outros docentes: Nenhum Page 11

Você também pode gostar