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AULA __3

DINÂMICA DE UMA PARTÍCULA

Contents

 Introdução sobre a dinâmica do ponto material


 Princípio de inércia
 Momento linear
 Princípio de conservação da quantidade do movimento- quantidade de momento
 Segunda e Terceira leis de Newton

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA DINÂMICA DE UMA PARTÍCULA

Na Dinâmica concentra-se ao estudo das razões pelas quais as partículas se movem segundo
trajectórias descritas na cinemática.

É igualmente interesse da dinâmica investigar:


Porque os corpos próximos da superfície terrestre caem com aceleração constante?
Porque a terre se move em volata do sol descrevendo uma orbita elíptica?
Porque uma mola oscila quando esticada?

 O estudo da relação entre o movimento de um corpo e as causas desse movimento é


chamado de Dinâmica.
Experiência diária diz-nos que o movimento de um corpo é o resultado directo da sua interacção
com os outros corpos que o rodeiam.
Quando um jogador dá um pontapé numa bola, ele interage com a bola modificando o seu
movimento
A terra move-se em volta do sol porque há interação gravitacional entre ambos

Todas estas interações são frequentemente expressas de forma quantitativa por


meio do conceito chamado força.
 Por outras palavras, o estudo da Dinâmica consiste basicamente na análise da relação entre a
força e as variações do movimento de um corpo.

A Lei da inércia

Uma partícula que não está sujeita a nenhuma interação é dita uma partícula livre.
É uma situação ideal, que não existe no Universo, pois todas as partículas interagem com todas as
restantes partículas. Por consequência uma partícula livre deveria estar completamente isolada ou
ser a única partícula do Universo. Tal caso não existe, pois o simples facto de observar pressupõe
uma interação entre o observador e o objecto em estudo.
Lei da inércia_ Isaac Newton

Estabelece que, uma partícula livre move-se sempre com velocidade constante, isto é, sem
aceleração.

Significa que uma partícula livre ou move-se em linha recta com velocidade constante ou
este encontra-se em repouso (velocidade igual a zero), esta lei é também conhecida como 1ª
lei de Newton.
O facto de um corpo se mover ou não em linha recta com velocidade constante depende não
somente de influências externas (forças) mas também do sistema de referência utilizado para
descrever o movimento.
Admitimos que o movimento da partícula é relativo a um observador que seja ele
próprio uma partícula ou sistema livre, isto é, não sujeito a interações com o resto do
mundo. Este observador designa-se observador inercial e o sistema de referência que
utiliza designa-se de sistema inercial de referência.

Diferentes observadores inerciais podem encontrar-se em movimento uniforme relativo. Assim,


uma partícula livre que está em repouso em relação a um observador inercial pode parecer em
movimento com velocidade constante em relação a outros observadores inerciais.
 Na ausência de resultante de forças sobre um ponto material este permanece em repouso ou
em movimento rectilíneo uniforme em relação a um referencial inercial.
Condição de equilíbrio_ Lei da inércia

Massa
Massa é a quantidade de matéria que um corpo possui, valor numérico atribuído a cada corpo ou
partícula.
É a medida da inércia de um corpo, isto é, da dificuldade que temos para produzir nele uma
determinada aceleração.
Grandeza Símbolo Unidade (SI)
Massa m Kilograma (Kg)

Variações das velocidades


Quando se conhece a massa das partículas, a partícula com maior massa sofre uma variação de
velocidade menor em resultado da interação. Mais precisamente, as variações de velocidade são
sempre inversamente proporcionais às massas m1 e m2das partículas, ou seja

|∆ v 1| m1
=
|∆ v 2| m2
A massa inercial de uma partícula é uma propriedade que que determina como varia sua
velocidade quando interage com outros corpos.

Momento linear
A forma como aparece a massa na equação anterior sugere a introdução de uma nova quantidade
física designada momento linear de uma partícula definido como o produto da sua massa pela sua
velocidade.
p=mv
Um conceito muito importante em Física, pois combina os dois elementos que caracterizam o
estado dinâmico de uma partícula (corpo): a massa e a sua velocidade.
No Sistema Internacional (S.I.) é expressa em kg ms−1.
Momento é por sua vez uma quantidade dinâmica que fornece mais informação do que a velocidade
por si só.
Podendo enunciar a lei da inércia como se segue:
Uma partícula livre move-se com velocidade constante em relação a um sistema de referência
inercial
P=const .

Por outro lado, se a partícula não é livre e sua velocidade varia durante um intervalo ∆ t , sua
variação de momento é expressa pela seguinte equação:
∆ P=∆ ( mv )=m ∆ v

Sempre que a massa não varia.

Princípio de conservação momento

Duas partículas com massas m1 e m2 que interagem entre si é valido dizer m1 ∆ v 1=−m2 ∆ v 2 e
podendo reescrever como sendo
∆ P1=−∆ P2

Relação vectorial para duas partículas em interação, indica que a variação de momento de uma
partícula durante um certo intervalo de tempo é igual em módulo, mas tem sentido oposto à
variação do momento da outra durante o mesmo intervalo de tempo.
Uma interação produz uma troca de interação
Momento perdido por uma das partículas na interação é igual ao momento ganho pela partícula com
que interage

Variação do momento partícula 1 no intervalo de tempo ∆ t=t , −t é


,
∆ P1=P 1−P1

Variação do momento partícula 2 durante o mesmo intervalo de tempo é


,
∆ P2=P 2−P2

Deste modo

P 1−P1=( P 2−P2 ) =−P 2 + P2


, , ,

Reordenando os termos
, ,
P 1+ P 2=P1 + P2

Definiremos
P=P1 + P2=m1 v 1 +m 2 v 2

Como o momento total de duas partículas no instante t .

De modo idêntico P, =P,1 + P,2 é o memento total das duas partículas no instante t ,.

Para P, =P

Como esta igualdade é verdadeira, quaisquer que sejam os valores de t e t ,conclui-se que o
momento total do sistemas de duas partículas é o mesmo.
P=P1 + P2=const

Portanto, este resultado constitui o princípio de conservação do momento.

É valido dizer que o momento total de um sistema isolado de partículas é constante pela
seguinte expressão

P=∑ P 1=P1+ P 2+ P3 + …=const .

Exemplo 1

Os carros 1 e 2 encontram-se ligados por uma mola cumprida e o sistema mante-se unida por
uma corta atada aos dois carros. Cortando a corda a mola impulsionará os carros que
m 2
adquirirão as seguintes velocidades v 1=0.6 2 e v 2=0.3 m/s respectivamente.
s
m 2
Se repetirmos a experiência com os carros 1 e 3 as velocidades serão v 1=0.4 2
e v 3=0.5 m/s
s
m
Efectuando a terceira experiência com os carros 2 e 3 teremos v 2=0.8 2 e qual será a
s
velocidade do carro v 3=? m/s 2

Sabendo que a massa do carro 1= 2kg qual serão as massas dos carros 2 e 3.
Considere as velocidades inicais igual a 0

Resolução
∆ v 1=v 1final −v 1inic

m2 v 1 0.6
∆ v 1=v 1 e ∆ v 2=v 2 então m1 v 1=m2 v 2 ou = = =2.0
m1 v 2 0.3
m3 v 1 0.4
E m1 v 1=m3 v 3 ou = = =0.8
m1 v 3 0.5

Finalmente
m2 m2
m 2 v 2=m3 v 3 ou v 3= v 2=0.8
m3 m3

Portanto, nas duas primeiras experiências foi verificado que


m2 m 2/m1 2.0
= = =2.5
m3 m3 /m1 0.8
2m
Assim, v 3=0.8 x 2.5=
s

Desta forma obtemos a velocidade do carro 3 sem achar a respectiva massa.


Para m1=2 kg é fácil verificar que m 2=4 kg e m3=1.6 kg .

Equações de movimento

2ª lei de Newton
Devemos lembrar que a variação do momento de uma partícula é devida a suas interações
com outras partículas. Estas exprimem-se quantitativamente em termos de força. De acordo com
Newton força é a quantidade dinâmica relacionada com a taxa d variação do momento da partícula
por meio da expressão
dP
F=
dt

Esta relação constitui a 2ª Lei do movimento de Newton:


A taxa de variação de momento de uma partícula em relação ao tempo é igual à forca que
actua sobre a partícula.
Em outras palavras, a 2ª Lei diz a forca que actua sobre uma participa determina a taxa de
variação do seu momento.
Se a partícula é livre:
dP
P=const e F= =0
dt

Consequentemente, podemos afirmar que nenhuma força actua sobre uma partícula livre, o que
significa que a partícula ou está em repouso ou se move com velocidade constante em qualquer
sistema de referência inercial de acordo com a 1ª lei de Newton.

 Relação entre força e aceleração - princípio fundamental da Dinâmica

dP d ( mv )
Podemos escrever Força a partir de F=
dt
, como F= e se mfor constante temos
dt
dv
F=m ou F=ma
dt

“Se a massa for constante, a força é igual ao produto da massa pela aceleração”

∑ ⃗F =m. ⃗a

Forças resultantes de uma partícula

Neste caso, nosso interesse não é entrar em conta com as interações mútuas entre todas as
partículas, mas somente a interação sobre a partícula m, de modo a simplificar a sua descrição.
Deste modo podemos discutir o movimento da partícula m, admitindo que a força ⃗ F é somente
função das coordenadas da partícula, ignorando os movimentos das restantes partículas com as
quais interage. Esta aproximação é chamada Dinâmica de uma Partícula
A aceleração é constante se a forca resultante for constante. Assim, a partícula sob ação de
uma forca resultante pode ter seu movimento previsto como uma partícula com aceleração
constante.
Unidade de força

Grandeza Símbolo Unidade (SI)


Força F Newton (N)

Defini-se Newton como a força que ao actuar sobre 1Kg de massa produz uma aceleração
de 1 m/s 2.

Ou pode ser expressa em termos das unidades fundamentais de massa, comprimento e tempo
m
1 N =kg . 2
s

Força grandeza vectorial que pode causar:


 Variações da velocidade vectorial
 Deformações, isto é, alterações da forma e das dimensões de um corpo.

Exemplo 2
Se uma força resultante horizontal for de 132 N e aplicada a uma pessoa com massa igual a 60 kg em
repouso à beira de uma piscina, qual é a aceleração produzida?

Força gravitacional e Peso


Quando falamos em movimento vertical, introduzimos um conceito de aceleração da gravidade, que
sempre atua no sentido de aproximar os corpos em relação à superfície.
A força exercida pela terra sobre um corpo é forca gravitacional Fg, essa força e direcionada para o
centro da terra.
O módulo de Fg é chamado peso do corpo.
Relacionando com a 2ª Lei de Newton, se um corpo de massa m sofre a aceleração da gravidade,
quando aplicada a ele o princípio fundamental da dinâmica, poderemos dizer que:
F g=m. g

Força-peso, e podemos expressa-lo como P=m. g

O quilograma-força (kgf ) é uma unidade frequentemente usada em engenharia, definida como a


força igual ao peso de uma massa de 1 kg. Assim, como o valor da aceleração da gravidade é g =
9,8 m s−2 (valor médio ao nível do mar), temos que o valor de 1 kgf = 9,8 N.

Nota: g é o módulo de ⃗g , a aceleração da gravidade, logo g é sempre um número positivo. Portanto


P , dada pela equação ⃗
P=m⃗ g ,é o modulo do peso também é sempre um numero positivo.

Aceleração de um corpo sujeito a seu peso e à força


Terceira lei de Newton
A terceira lei de Newton transmite sempre a ideia de interação de forças entre dois corpos.

F 1=−F2

d P1
Onde F 1= é a forca que actua sobre a partícula 1 graças à interação sobre a partícula 2 e
dt
d P2
F 2= é a forca que actua sobre a partícula 2 graças à interação sobre a partícula 1.
dt
Conclui-se que:
Quando duas partículas interagem, a forca exercida pela segunda sobre a primeira é igual e
oposta à forca exercida pela a primeira sobre a segunda partícula.
Esta é a terceira Lei do movimento do Newton, consequência da segunda lei do movimento e do
princípio de conservação do momento – lei de ação reação.
Diagrama de corpo livre
Um diagrama de corpo livre é um diagrama que mostro o corpo livre com vectores desenhados para
mostrar o módulo, a direção e o sentido de todas as forças que actam sobre o corpo e que são
resultantes de vários outros corpos que interagem com ele.

Exercícios
1_ Momento
Uma arma de massa 0.80 kg dispara um projéctil de massa 0.016kg com a velocidade de 16 m/s .
Calcule a velocidade de recuo da arma.
1. Relacione as três leis de Newton com os respectivos enunciados.
2. Aplica-se uma força de 20 N a um corpo de massa m. O corpo desloca-se em linha reta com
velocidade que aumenta 10 m/s a cada 2 s. Qual o valor, em kg, da massa m?
3. Uma viatura de 2.49 x 10 4 N em movimentio ao longo do eixo ox para (trava)
repentinamente. O componente x da força resultante que actua sobre o carro é
4
−1.83 x 10 N . Determine a sua aceleração.

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