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• A noção de uma carreira profissional estável, previsível entrou em erosão, na medida em que
as relações entre capital e trabalho foram individualizadas e as relações contratuais do
segundo escapam à negociação coletiva.
• A maior parte dos trabalhadores ainda não está num emprego que aproveite o máximo das
suas capacidades, mas são meros executantes ao longo de linhas de disciplina industrial
tradicional. Neste caso, eles são trabalho genérico, e podem ser substituídos por máquinas ou
por trabalho mais barato no próprio país (imigrantes, mulheres, minorias) ou por todo o globo.
Nestas condições, as empresas tendem a limitar os compromissos a longo prazo com o
trabalho genérico, optando por subcontratar, por empregar temporariamente ou por trabalho
a tempo parcial. Por outro lado, estes trabalhadores tendem a endurecer o seu poder de
negociação através da negociação colectiva e da sindicalização. Mas sendo a força de trabalho
mais vulnerável, cada vez mais enfrentam a batalha da deslocalização da mão-de-obra
industrial e do trabalho rotinizado.
2. Para Moreira e Monteiro (2013) “(…) o blended learning ou blended (e)learning, pode ser
entendido como um processo de comunicação altamente complexo que promove uma série
de interações que podem ser bem sucedidas, desde que sejam incorporados todos estes
recursos tecnológicos” (p. 86).
• Oliver e Trigwell (2005) critica tais utilizações do conceito de blended learning, uma vez que,
segundo estes autores, têm todos a perspetiva do ensino e não a do processo de
aprendizagem: Defendem, desta forma, estes últimos autores a reconstrução do conceito a
partir das teorias da aprendizagem.
3. Oliveira (2015) aborda diversas tendências para a educação com implicações para o
ensino-aprendizagem, entre as quais a que designa “Repensar o papel dos professores” (p.
19).
A. Explique a tendência para a educação “Repensar o papel dos professores”, abordada pela
autora.
• Por sua vez, os estudantes no seu dia-a-dia usam as ferramentas tecnológicas para socializar
e aprender informalmente, o que suscita em muitos líderes escolares a convicção de que as
escolas deviam proporcionar meios para que os estudantes continuem a envolver-se em
atividades de aprendizagem, formal e não-formal, para além do habitual dia escolar. Neste
sentido, os professores são compelidos a compreender como usar essas ferramentas e a
integrá-las, privilegiando aprendizagem autêntica, focada em problemas complexos do mundo
real e nas formas de os resolver, usando tarefas baseadas em problemas, estudos de caso e
participação em comunidades virtuais de prática. Acresce a tudo isto, a evidência de que os
professores não são mais as principais fontes de informação e conhecimento para os
estudantes, se se atender à cada vez maior acessibilidade à Internet. Estes fatos provocam
mudanças profundas nos paradigmas tradicionais e, neste sentido, interessa proporcionar aos
professores o máximo de oportunidades para o seu desenvolvimento profissional.
Em relação aos desafios para os próximos cinco anos, The Horizon Report Europe: 2014
Schools Edition distingue os desafios “solucionáveis”, onde inclui a baixa competência digital
dos estudantes e a integração das TIC’s na formação dos professores, dos desafios
“perversos”, relacionados com a aceitação dos estudantes como codesenhadores do seu
percurso de aprendizagem e com a sustentabilidade do pensamento complexo e da
comunicação;
• É essencial que a escola proporcione ferramentas intelectuais aos estudantes que os habilite
na compreensão do mundo em rede em que estão a crescer.
• O passo para a participação dos estudantes no desenho dos seus percursos de aprendizagem
não se revela fácil, por ser inerentemente disruptivo, ou seja, implica a aceitação por parte das
instituições de um currículo flexível assente numa educação orientada mais para a procura do
que para a oferta, baseada num currículo fixo, onde os estudantes se tornam mais
responsáveis pelo seu próprio processo de aprendizagem e o professor os incentiva e orienta
no desenvolvimento do seu percurso de aprendizagem (KOENEN; DOCHY; BERGHMANS, 2015).
Esta opção prende-se com o papel mentor dos professores, segundo o qual, estes encorajam
os estudantes na explicitação das suas necessidades de aprendizagem através da
autorregulação e da reflexão, tornando-os responsáveis no seu próprio processo de
aprendizagem. Nesta perspetiva, assume relevância a criação de um ambiente de
aprendizagem construtivista em que os estudantes têm um papel ativo no desenho, progresso
e avaliação do processo de aprendizagem; o professor assume o papel de orientador que
apresenta questões críticas promotoras de processos reflexivos nos estudantes. O feedback
torna-se primordial pois ajuda-os a tomar consciência da décalage entre as competências a
adquirir e as competências atuais. Por um lado, o feedback orienta os estudantes que, assim,
se apercebem das ações a desenvolver visando o alcance das competências desejadas e, por
outro, encoraja a autorregulação do estudante e torna o processo de aprendizagem mais
transparente (BOUD, 2010).
4. Silva et al. (s.d), consideram a cidadania uma complexidade dinâmica, que abrange
múltiplos lugares e dimensões. Para aqueles autores “a educação para a cidadania há-de ser,
pois, a educação para a complexidade e abertura” (p. 211).
Fundamente a afirmação dos autores de que a educação para a cidadania se caracteriza pela
complexidade e pela abertura.
• No primeiro quartel do séc. xx,, com a crise do liberalismo democrático, a cidadania de cívica
e democrática, torna-se também social, com a afirmação dos direitos de 3ª geração, em que o
sujeito destes direitos é o cidadão trabalhador ou produtor, a quem o Estado passa a estar
obrigado a fazer prestações. A cidadania integra para além da liberdade e da participação,
também a solidariedade.
• Deste processo evolutivo, com o alargamento dos direitos fundamentais, reconhece-se que
eles abarcam três dimensões articuladas da vida social, que integram o exercício mais
adequado da cidadania:
No entanto, múltiplos direitos e dimensões se cruzam entre si, tornado a educação para a
cidadania, uma educação para a complexidade e abertura, onde têm entrado eixos
problemáticos da nossa vida em comum, designadamente entre o reconhecimento da
dignidade de todos e o respeito pelas diferentes culturas; a segurança e os direitos do e ao
ambiente; o direito à satisfação das necessidades básicas sem o redefinir como direito à
qualidade de vida e ao cuidado de uns com os outros e de todos com o futuro; a igualdade
perante a lei e o igual acesso a oportunidades e bens básicos e a divisão entre a esfera privada
e esfera pública, profissional ou cívica; separação estanque dos papéis reservados aos géneros
e a discriminação das mulheres; direitos sociais sem os enriquecer com os direitos culturais, os
direitos à identidade, à língua, à memória e à história, à conservação e usufruto do património,
à criação e fruição cultural, ao lazer e ao ócio.
5. De acordo com Pureza (2001) “a Educação para a Cidadania não pode ser percebida
como uma estabilizada área de conhecimento, passível de um qualquer trabalho
exegético, mas sim como o desenvolvimento de potencialidades de produção de práticas
e atitudes em contextos diversificados” (p. 37).
Explicite a afirmação do autor.
• Por outro lado, sem investir em saberes e nomeadamente em conhecimentos que permitem
aos cidadãos uma consciência de si próprios e do mundo em que vivem, é grande o risco de
formarem cidadãos pouco preparados para debater e tomar parte nas questões cívicas do
quotidiano do seu país e do mundo. Daí a importância dos projectos que ampliam os saberes
dos jovens.
• Finalmente, a Cidadania não tem lugar se não se criarem condições para o desenvolvimento
das competências que nos permitem reflectir, comunicar e participar na vida em sociedade,
pelo que a inclusão desta dimensão de formação pessoal e interpessoal é decisiva para uma
efectiva afirmação da Educação para a Cidadania. Por outras palavras, não é possível conceber
comportamentos efectivamente democráticos sem a assimilação de um conjunto de
competências democráticas básicas.
6. Segundo Pureza (2001) “É a dinâmica de cada escola que deve ser geradora de
hipóteses de trabalho, pelo que as sugestões a fazer para todas as instituições não
podem deixar de ser genéricas, não gerando um "modelo" mas um ponto de apoio, uma
abertura para hipóteses possíveis” (p. 44).
Esclareça a afirmação do autor e descreva os possíveis pontos de apoio/partida para as
escolas desenharem um projeto concreto de “Educação para a Cidadania”.
• Para desenhar um Projeto de Educação para a Cidadania, a escola deve escolher assuntos
que numa determinada comunidade de jovens são significativos para eles, havendo que
analisar as razões destes comportamentos de risco em conjunto com os próprios jovens. Nessa
análise, deve facultar-se informação a vários níveis e deve promover-se reflexão e discussão
tendo por base quer essa informação, quer as experiências dos próprios jovens.
• Assim, tal como refere Pureza (2003) é na dinâmica de cada escola que se deve procurar
assuntos que são significativos para os alunos e assim desenhar-se planos de Educação para a
Cidadania, pelo que as sugestões a fazer para todas as instituições não podem deixar de ser
genéricas, não gerando um "modelo" mas um ponto de apoio, uma abertura para hipóteses
possíveis.
• Uma proposta dos alunos. Por exemplo, uma necessidade e/ou uma aspiração dos alunos,
despoletada no seio da turma, em relação com o programa (discutir o papel do artista) ou com
a vida coletiva do grupo (antecipar calendarização adequada dos testes) ou nascida no
reconhecimento das insuficiências da instituição (inexistência de um jornal escolar) ou da
comunidade (inexistência de uma consulta de planeamento familiar no Centro de Saúde);