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2022.1
Após a leitura, um dos pontos centrais percebidos com relação a discussão, é que
o acesso ao ensino superior é fundamental para diminuir as desvantagens de pessoas
com origens nos grupos menos privilegiados, na medida em que aumenta as chances de
mobilidade social ascendente. A literatura sobre estratificação educacional nos ensina
que tanto o acesso aos diferentes tipos de modalidade ofertada (bacharelados,
licenciaturas, cursos tecnológicos) quanto quais cursos são escolhidos (medicina,
administração ou pedagogia) influenciam as chances de alcançar os melhores empregos.
Uma vez que os diferentes diplomas universitários não são iguais em termos das
vantagens que trazem para os diplomados, e que há diferenças de acesso entre os cursos
universitários em termos de classe, gênero e raça, o perfil de acesso a esses cursos deve
ser analisado.
Outro ponto central da discussão é que, enquanto as escolhas são tomadas pelos
próprios estudantes individualmente, as oportunidades que encontram não são decisões
suas porque dependem de condições de vida que não escolhem. Em particular, pode-se
dizer que há oportunidades distintas que se apresentam para homens e mulheres, para
brancos e negros, para pessoas cujos pais tinham graus de escolaridade distintos
(origens de classe distintas). Pessoas com diferentes oportunidades de vida tomam
decisões distintas ao pleitear vagas no ensino superior. Embora todas tenham algo em
comum, na medida em que terminaram o ensino médio, sabemos que as pessoas com
alto nível socioeconômico podem ter um desempenho acadêmico melhor por terem
estudado em melhores escolas e terem acesso a mais informação para calibrar suas
escolhas e, portanto, há uma tendência para escolherem e serem aprovados em cursos
mais seletivos e com maior prestígio. Diferenças nas escolhas de homens e mulheres
também dependem de diferenças culturais e sociais que pessoas de sexos diferentes
encontram ao longo da vida.