Você está na página 1de 4

Pedagogia

Disciplina: Educação, sociedade e práxis educativa


Aula: 02 – O pensamento sociológico clássico, sociologia crítica - Karl
Marx e Friedrich Engels

Aula Atividade

Objetivo:
Levar o aluno a refletir sobre o seu papel enquanto ser responsável pela
construção de suas próprias ações dentro da sociedade.

Orientações:
Caros alunos,
- Leiam a poesia “Homem em Construção”, de Vinicius de Moraes.
- Logo em seguida, realizem um debate tendo como pano de fundo as questões a
seguir:
• A relação capital X trabalho dentro da sociedade capitalista.
• O trabalhador como produtor da realidade social.
• O papel da escola e do professor no processo de descobrimento da
realidade.
Respondam às questões e criem uma mensagem final que deve ser
encaminhada para o chat atividade.

UNOPAR VIRTUAL
Pedagogia

Observações:
Caro aluno,
• O tutor de sala deverá colocar a mensagem final elaborada pela turma no
chat atividade.
• Peça para o tutor de sala enviar suas dúvidas pelo chat atividade para que
a professora possa esclarecê-las.

Tenham um ótimo trabalho!


Prof.ª Okçana Battini

UNOPAR VIRTUAL
Pedagogia

Era ela que erguia casas Ah, homens de pensamento E o operário disse: Não! E, ainda mais, se
Onde só havia chão Não sabereis nunca o quanto E o operário fez-se forte abandonares.
Como um pássaro sem asas Aquele humilde operário Na sua resolução O que te faz dizer não!
Ele subia com as casas Soube naquele momento! Como era de se esperar Disse, e fitou o operário.
Que lhe brotavam da mão Naquela casa vazia As bocas da delação Que olhava e que refletia
Mas tudo desconhecia Que ele mesmo levantara Começaram a dizer coisas Mas o que o operário
De sua grande missão: Um mundo novo nascia Aos ouvidos do patrão O patrão nunca veria.
Não sabia, por exemplo. De que sequer suspeitava Mas o patrão não queria O operário via as casas
Que a casa de um homem é O operário emocionado Nenhuma preocupação E dentro das estruturas
um templo - “convençam-no” do Via coisas, objetos,
Um templo sem religião Olhou sua própria mão contrário Produtos, manufaturas.
Como tampouco sabia Sua rude mão de operário Disse ele sobre o operário Via tudo o que fazia
Que a casa que ele fazia De operário bem para ela E ao dizer isso sorria E em cada coisa que via
Sendo a sua liberdade Teve num segundo a Misteriosamente havia
Era sua escravidão impressão Dia seguinte, o operário A marca da sua mão
De que não havia no mundo Ao sair da construção E o operário disse: Não!
De fato, como podia. Coisa que fosse mais bela. Viu-se de súbito cercado - Loucura! – gritou o
Um operário em construção Dos homens da delação patrão
Compreender por que um Foi dentro da compreensão Não vês o que te dou
tijolo Desse instante solitário Em sofreu, por destinado eu?
Valia mais que um pão? Que, tal sua construção. Sua primeira agressão. - Mentira! – disse o
Tijolos ele empilhava Cresceu também o operário. Teve seu rosto cuspido operário
Com pá, cimento e esquadria. Cresceu em ato e profundo Teve seu braço quebrado Não podes dar-me o que
Quanto ao pão, ele o comia... Em largo e no coração Mas quanto foi perguntado é meu.
Mas fosse comer tijolo! E como tudo que cresce O operário disse: Não!
E assim o operário ia Ele não cresceu em vão E um grande silêncio se
Com suor e com cimento Pois, além do que sabia. Em vão sofrera o operário fez
Erguendo uma casa aqui - exercer a profissão- Sua primeira agressão Dentro do seu coração
Adiante um apartamento O operário adquiriu Muitas outras se seguiram Um silêncio de martírios
Além uma igreja, à frente. Uma nova dimensão: Muitas outras seguirão Um silêncio de prisão.
Um quartel e uma prisão: A dimensão da poesia Porém, por imprescindível. De um silêncio povoado
Prisão de que sofreria E um fato novo se viu Ao edifício em construção De pedidos de perdão
Não fosse eventualmente. Que a todos admirava: Seu trabalho prosseguia Um silêncio apavorado
Um operário em construção O que o operário dizia E todo o seu sofrimento Com o medo em solidão.
Mas ele desconhecia Outro operário escutava Misturava-se ao cimento
Esse fato extraordinário Da construção que crescia Um silêncio de torturas
Que o operário faz a coisa E foi assim que o operário Sentido que a violência E gritos de maldição
E a coisa faz o operário Do edifício em construção Não dobraria o operário Um silêncio de fraturas
De forma que, certo dia. Que dizia sempre sim Um dia tentou o patrão A se arrastarem no chão.
À mesa, ao cortar o pão. Começou a dizer não Dobra-lo de modo vário. E o operário ouviu a voz
O operário foi tomado E aprendeu a notar coisas De sorte que o foi levado De todos os irmãos
De uma súbita emoção A que não dava atenção: Ao alto da construção Os seus irmãos que
Ao constatar assombrado Notou que sua marmita E num momento de tempo morreram
Que tudo, naquela mesa. Era o prato do patrão Mostrou-lhe toda a região Por outros que viverão.
-Garrafa, prato, facão. Que sua cerveja preta E apontando-a ao operário Uma esperança sincera
Era ele quem os fazia Era o uísque do patrão Fez-lhe essa declaração: Cresceu no seu coração
Ele um humilde operário Que seu macacão de zuarte - Dar-te-ei todo esse poder E dentro da tarde mansa
Um operário em construção Era o terno do patrão E a sua satisfação Agigantou-se a razão
Que o casebre onde morava Porque a mim me foi De um homem pobre e
Olhou em torno, gamela, Era a mansão do patrão entregue esquecido
Banco, enxerga, caldeirão Que seus dois pés E dou-o a quem bem Razão, porém que fizera.
Vidro, parede, janela. andarilhos quiser Em operário em
Casa, cidade, nação! Eram as rodas do patrão Dou-te tempo de lazer construído
Tudo, tudo o que existia. Que a dureza do seu dia Dou-te tempo de mulher Em operário em
Era ele quem o fazia Era a noite do patrão Portanto, tudo o que vês. construção
Ele, humilde operário que Que sua imensa fadiga Será teu se me adorares
sabia. Era amiga do patrão
Exercer a profissão. VINICIUS DE MORAES

UNOPAR VIRTUAL
Pedagogia

UNOPAR VIRTUAL

Você também pode gostar