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RESUMO: Uma indústria que tem crescido e se adaptado para uma nova realidade é a indústria do
entretenimento. A população, em sua maioria jovem, consome diariamente toda e qualquer forma de
entretenimento. Buscou-se neste artigo uma tentativa, mesmo que de maneira resumida, de encontrar um
caminho para um entendimento, à partir das Escrituras, como essa forma de divertimento pode influenciar
crianças, jovens e adultos. Para esse percurso adotamos como texto teórico o de REINKE (2020). Também
utilizaremos textos que tragam uma definição estético filosófica como a Poética de Aristóteles. O assunto
abordado é de fundamental importância para esclarecer, mesmo que de forma superficial, o que as Escrituras
dizem e quais são os perigos que precisam ser evitados para que não tenhamos uma geração que não saiba
pensar e nem refletir sobre determinados assuntos que a nossa sociedade já banalizou.
RESUMEN: Una industria que ha crecido y se ha adaptado a una nueva realidad es la industria del
entretenimiento. La población, en su mayoría joven, consume diariamente cualquier forma de entretenimiento.
Este artículo es un intento, aunque sea de forma resumida, de encontrar una manera de comprender, desde las
Escrituras, cómo esta forma de entretenimiento puede influir en niños, jóvenes y adultos. Para esta ruta,
adoptamos como texto teórico el de REINKE (2020). También utilizaremos textos que aportan una definición
estética filosófica como la Poética de Aristóteles. El tema abordado es de fundamental importancia para
esclarecer, aunque sea superficialmente, qué dicen las Escrituras y cuáles son los peligros que hay que evitar
para que no tengamos una generación que no sepa pensar o reflexionar sobre ciertos temas que la sociedad ya
banalizada.
1. INTRODUÇÃO
1
Licenciado em Letras Clássicas, com habilitação em latim e grego, pela Universidade Federal da Paraíba.
Estudante do IBRMEC. Professor da turma avançada doutrinas da graça (ICNV-GEISEL) Foi professor de
literatura no ensino médio. Trabalha como ledor/transcritor no ENEM. Atualmente presta consultoria
educacional na Ad Lucem Consultoria.
Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com
Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive,
assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do
alto, não nas que são aqui da terra; porque
morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente
com Cristo, em Deus. (Col 3.1-3; ARC)
Então, podemos fazer uma certa comparação com o que Aristóteles diz em seu
texto com a nossa sociedade pós-moderna. Pois, o que fazemos hoje nada mais é do que
‘imitação’, seja pelo vídeo, pela pintura, pela literatura ou pela música.
Os gregos, em se tratando das várias comunidades da região que conhecemos hoje
como Grécia, utilizavam-se de várias formas para o divertimento ou até mesmo a crítica.
Teremos o teatro, onde eram encenadas os mitos (narrativa) ou trechos de obras
conhecidas, podendo também ser a obra inteira, como por exemplo a tragédia Édipo Rei,
que no auge da apresentação, a cena em que Édipo fura os olhos é capaz de causar
espanto na platéia, o que Aristóteles chamará de catarse, ou a purificação das emoções.
À medida que os séculos passam, as formas de diversão mudam. Hoje temos
várias opções para nossa diversão, e pensando como descrevemos acima: nossa ilusão.
Reinke (2020) vai re-definir a palavra entretenimento pensando nestas formas como
espetáculo. Então, ele define da seguinte maneira
Para o autor espetáculo é algo que captura nossa atenção, e os nossos sentidos,
principalmente os olhos voltam-se para um momento específico, podendo ser, como
acima é dito, fixa-se em uma ‘imagem ou evento específico’.
Essa fixação, ou melhor, as imagens são gravadas em nossa memória e podemos
relembrar até mesmo os momentos ou lugares ou horas ou até mesmo os odores
envolvidos nas situações passadas. Por exemplo, observe as imagens abaixo. Você seria
capaz de descrever os momentos ou as emoções envolvidas? Mesmo se você não
entendesse o que estava passando?
Imagem 12 Imagem 23
2
https://veja.abril.com.br/mundo/20-imagens-que-contam-como-foi-o-ataque-de-11-de-setembro-de-2001
3
https://www.lance.com.br/vasco/meninos-colina-conquista-titulo-inedito-copa-brasil-sub-destaca-forca-sua-base.html
podemos pensar os espetáculos como uma imitação de outra linguagem, como por
exemplo as adaptações para o cinema.
Reinke também ressalta que nesta era de espetáculos as definições de palavras ou
de funções também assumem outras, como por exemplo mentira, chamamos hoje de fake
news; mestre de cerimônias, conhecidos hoje como youtubers; assistir, hoje é visualizar;
aplaudir, hoje é ‘deixar um like’. Até mesmo a linguagem muda, ou melhor, volta para o
que era antigamente. Observe abaixo:
Tiago destaca que o desejo está em nós, e somos atraídos por algo que já está
presente no nosso ser. Assim, é fácil verificar por que algumas pessoas são atraídas para
determinados espetáculos e outras não. Uns podem gostar de luta (UFC, box, etc) e
outros assistirão e não sentirão nenhuma emoção. Da mesma forma o futebol, o teatro, o
cinema, a pintura, etc.
Agora, precisamos levantar alguns questionamentos: 1) existe algum perigo nos
espetáculos? 2) há algo que precisa de uma análise crítica e metódica? 3) a bíblia é contra
o entretenimento? 4) como irmãos em Cristo, podemos fazer acepção de pessoas pelo
fato de alguns gostarem de outras coisas que nós não gostamos?
2. OS PERIGOS DO ENTRETENIMENTO.
O texto revela a perfeição desta criatura angélica que aqui é feita uma comparação
ao rei da cidade de Tiro. Os espetáculos que são veiculados nos meios de comunicação
passam uma falsa sensação de bem estar e conforto, de pessoas que sempre riem, de
homens e mulheres que são a perfeição em corpos físicos. Como espectadores somos
levados a consumir essa falsa sensação de perfeição e queremos pertencer a esta
sociedade.
A idolatria, que é a colocação do ídolo, seja ele qual for, no lugar daquele que
deve ser adorado de maneira perfeita, Deus. Quando colocamos ou atribuímos juízo de
valor mais ao espetáculo do que ao próprio Deus.
André Agassi, famoso tenista em sua autobiografia disse o seguinte
Os que produzem certos espetáculos desejam incutir valores que não são os
valores cristãos, e tem obtido o sucesso desejado. As produções, cinema, música,
literatura, têm sido cada vez mais depravadas. Recentemente a animação da Disney do
personagem de animação do Toy Story foi censurada em alguns países do Oriente por
veicular um beijo de pessoas do mesmo sexo. Precisamos ponderar e pensar criticamente
no que ouvimos, assistimos, lemos, apreciamos, fazendo sempre o caminho que é à partir
da Palavra de Deus
Portas a dentro, em minha casa, terei coração
sincero. Não porei coisa injusta diante dos meus
olhos. (Sl 101.2,3. ARC)
3. CONCLUSÃO.
Não somos tão alienados como muitos dizem. Temos na cristandade grandes
poetas, músicos, teatrólogos, enfim, profissionais que dedicam ou dedicaram suas vidas
na promoção e divulgação do maior espetáculo que a terra já viu, o Cristo crucificado.
Sua humilhação e sua exaltação já foram cantadas e recitadas, provocando uma catarse
nos espectadores que, não podendo resistir, renderam-se aos pés da cruz.
Não somos tão alienados e não negamos a existência de excelentes obras
cinematográficas que provocam em nós o choro, o riso, a reflexão. Quem não se
emocionou com a história dos mártires nas arenas de Roma? Quem não se admirou com
as batalhas travadas em filmes de guerra? Com histórias de soldados que, não disparando
tiro algum, salvaram milhares de companheiros.
Não somos tão alienados que não consigamos interpretar textos literários ou
apreciar uma bela obra de arte ou ouvir uma 9ª Sinfonia.
Para que possamos recuperar nossa visão no belo é preciso que Cristo seja o centro de
toda nossa vida. O que fazemos, o que vemos, o que refletimos devem passar pelo crivo
das Escrituras. Precisamos pensar ou, até mesmo falar, como Davi: não colocarei diante
dos meus olhos coisas injustas.
Portanto, é necessário pensar crítica e biblicamente. Tanto Santo Agostinho como
Lutero se utilizaram da razão simples para expressar suas opiniões e emitirem juízos de
valor sobre determinados assuntos de sua época.
4. BIBLIOGRAFIA.
ARISTÓTELES. A poética clássica. Tradução direta do grego: Jaime Bruna. 7ª ed. São Paulo; Cultrix,
1997. Páginas 19 a 52.
BÍBLIA. Português. Bíblia de estudo de Genebra. 2. ed. Barueri, São Paulo; Sociedade Bíblica do Brasil;
Cultura Cristã, 2009.
DINUCCI, Aldo. Aristóteles e o relacionamento virtual. Socientifica, 2020. Disponível em: <
https://socientifica.com.br/aristoteles-e-o-relacionamento-virtual/> Acesso em: 06, Jul 2022.
REINKE, Tony. A guerra dos espetáculos: o cristão na era da mídia. Tradução: Vinícius Silva Pimentel.
São José dos Campos, SP: Fiel, 2020.
SARAIVA, F. R. dos Santos. Novíssimo dicionário latino-português. 12ª ed. Rio de Janeiro; Livraria
Garnier, 2006.