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FRANCO, Candido. CARDOSO, Haderlann.

“Problemáticas da interpretação extensiva


da Lei de Interceptação Telefônica”.

A notícia intitulada como “Problemáticas da interpretação extensiva da Lei de


Interceptação Telefônica” foi postado no dia 31 de Maio de 2019 às 06h e 23m no site Jota
pelos os autores Ivan Candido da Silva de Franco e Haderlann Chaves Cardoso.

O autor Candido da Silva de Franco é formado em direito, no qual exerce sua função
como sócio na empresa Mudrovitsch Advogados. O autor Haderlann Chaves Cardoso, assim
como Candido é formado em direito e trabalha como advogado na empresa Mudrovitsch
Advogados.

A notícia aborda a temática sobre a intercepção telefônica e fonética e suas


complexidades, tendo aprofundamento no caso dos aplicativos de comunicação instantânea. A
intercepção telefônica é um meio pela qual é utilizada para obtenção de provas e recursos
necessários para uma investigação criminal. A constituição da República de 1988 do inciso
XII no artigo 5º prevê a inviolabilidade do sigilo das comunicações telefônicas, salvo quando
permite a intercepção através de uma decisão judicial ou instrução processual penal, na forma
da lei. No entanto, com o avanço constate da tecnologia e o aumento de meios de
comunicação que possuem diversas formas de envio e recebimento de mensagens, vem
dificultando o controle da intercepção fonética, sendo necessária uma análise da situação
pelos operadores do direito.

Na atualidade há distintas maneiras de serem feitas comunicações interpessoais e


ainda há possibilidade de haver mais mudanças, mas mesmo com esta ocorrência a legislação
de regência para as investigações criminais não apresentam modificações que acompanhem
esse processo de comunicação. A notícia dar destaque a uma discussão acerca da quebra de
sigilo de informações que transitam por meio do aplicativo de comunicação instantânea
chamada WhatsApp. Este tipo de comunicação se tornou o maior meio de troca de mensagens
no dia a dia de cada indivíduo, no entanto tal aplicativo desfruta de características distintas
das comunicações telefônicas. De acordo com as regras internacionais as mensagens estão à
salvas pela criptografia de a ponta a ponta, no qual não é permitido o armazenamento da
conversa pela empresa responsável.

Tendo em vista as diferenças entre os meios de comunicação telefônica e de


aplicativos de mensagens instantâneas, o texto evidência uma discussão em julgamento no
qual é posto em pauta a possibilidade do espelhamento via WhatsApp web que permite o
acesso de todas as mensagens do usuário, dando acesso ilimitado à autoridade policial. A
notícia ainda destaca sobre a impossibilidade de implementar as analogias para que haja
permissão do acesso ao WhatsApp web, visto que o instrumento é extremamente diferente de
uma conversa telefônica. Ademais, a legislação atual sobre a quebra de sigilo não possuem a
possibilidade de acessar as conversas através do WhatsApp web.  Em suma, a abordagem
feita no texto refere-se ao grande desafio das ordens competentes em evoluir para conseguir
acompanhar os novos meios de comunicação, mantendo a proteção dos direitos de cada
cidadão.

O autor evidencia a problemática de maneira clara dando destaque a necessidade de


uma análise critica sobre a presente situação. O julgamento citado na notícia é em relação à
analogia em comparação a intercepção telefônica com o espelhamento de conversas usada por
intermediação do whatsApp, entretanto, o fato abordado e de grande relevância é que não há
semelhança entre as formas de comunicação telefônica e por aplicativos de mensagens
instantâneas. Diante desta complexidade fica uma interrogação buscando ser superada com a
resposta de como as autoridades irão se adaptar perante a evolução nas relações de
comunicação.

É imprescindível pontuar que a criminalidade aumenta a cada dia e assim as ordens


competentes que visam à segurança pública precisam estar conveniente ao número de
incidências. Tendo em vista que a intercepção telefônica objetiva o auxilio na obtenção de
provas em uma investigação criminal, é de extrema necessidade que a legislação acompanhe
as mudanças ocorridas no mundo cibernético que a todo estante criam aplicativos de
comunicação instantânea criptografada.

A criptografia permite que o individue envie uma mensagem com um código, no qual
durante a sua transição é formada por letras e números embaralhados que impede o
entendimento da informação até chegar ao receptor que irá decodificar a mensagem. Entrou
em discussão acerca da possibilidade de quebrar a criptografia, ou seja, é desejável que
suspenda a criptografia de a ponta a ponta quando for através de uma decisão judicial. No
entanto, é invalido essa possibilidade, uma vez que enfraquece um direito fundamental da
intimidade prevista na Constituição Federal (CF) no inciso X do artigo 5º, no qual diz “São
invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o
direito de indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.
Compreende que para ter acesso algum conteúdo de conversas armazenadas em um
aparelho, é necessário de uma autorização judicial. Contudo, nos casos em que os aparelhos
são apreendidos por uma ordem de busca, não se vê a imprescindibilidade de uma autorização
judicial, pois se entende que a apreensão do aparelho já está subtendida a quebra dos dados de
conversação.

Na atualidade, comumente são feitos investigações criminais que utilizam a


intercepção telefônica, primordialmente relacionada ao tráfico de drogas. Porém, hoje em dia
o uso de aplicativos que possuem criptografia redobrou para o uso de trocas de mensagens
instantâneas, devido à gratuidade do serviço e a segurança ofertada. Para que isso não
atrapalhasse as investigações, a policia pediu um tipo de intercepção telefônica, no qual o
WhatsApp fornecia uma versão web do WhatsApp do individuo investigado, dando assim,
total liberdade de enviar e excluir mensagens. No entanto, este tipo de intercepção não é
permitido mesmo com uma autorização judicial, tonando-se ainda este ato ilegal.

Este tipo de intercepção é preocupante, pois a policia goza da liberdade de se passar


pela pessoa, sendo uma situação inteiramente antagônica no caso da intercepção clássica, no
qual a polícia pode realizar de maneira indireta sem participação ativa. Por isso se torna uma
problemática, visto que é possível acontecer uma arbitrariedade pelas ordens competentes.

Em suma, diante da compreensão da notícia, cabe aqui fazer algumas observações. A


presente situação pontuada na obra se torna preocupante diante da necessidade de agir contra
a criminalidade de maneira segura e respeitando os direitos fundamentais de cada cidadão.
Por isso, é de extrema necessidade uma discussão acerca da problemática abordada na noticia
“Problemáticas da interpretação extensiva da Lei de Interceptação Telefônica”, sendo
relevante para manter a segurança pública.

Enquanto a estrutura do texto está apresentada de maneira clara e objetiva ao qual se


torna de fácil compreensão, o autor traz argumentos validos que firmam a tese defendida,
trazendo uma discussão necessária indicada principalmente para estudantes da área do
Direito.

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