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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

CURSO DE MEDICINA

CAIO CESAR PILA SANTOS DIAS; EMILLY PASCHOAL DE OLIVEIRA;


FABRÍCIO SOUZA; IASMYN BALBI VIEIRA; MARIA BEATRIZ
TAVARES FIGUEIREDO.

INCIDÊNCIA DE DIAGNÓSTICOS TARDIOS DO TRANSTORNO DO


ESPECTRO AUTISTA EM GRUPO DE MULHERES NO MUNICÍPIO DE
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

2022
CAIO CESAR PILA SANTOS DIAS; EMILLY PASCHOAL DE OLIVEIRA;
FABRÍCIO SOUZA; IASMYN BALBI VIEIRA; MARIA BEATRIZ
TAVARES FIGUEIREDO.

INCIDÊNCIA DE DIAGNÓSTICOS TARDIOS DO TRANSTORNO DO


ESPECTRO AUTISTA EM GRUPO DE MULHERES NO MUNICÍPIO DE
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Projeto de pesquisa apresentado ao curso de


medicina da Universidade Anhembi Morumbi do
Campus de São José dos Campos – SP, a ser
utilizado como trabalho de conclusão da disciplina
de metodologia científica.

Orientadora: Paula Vilhena Carnevale Vianna

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

2022
Sumário
RESUMO ............................................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 4
OBJETIVO............................................................................................................................................. 8
METODOLOGIA................................................................................................................................... 9
ETAPAS E CRONOGRAMA ............................................................................................................ 10
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 10
PARTICIPAÇÃO NO TRABALHO .................................................................................................. 12
Incidência de diagnósticos tardios do transtorno do espectro autista em grupo de
mulheres no município de São José dos Campos

RESUMO
O Transtorno do espectro autista-TEA é representado como quatro vezes mais
comum em meninos do que em meninas. Essa proporção de gênero de 4:1, é
mostrada por Fombone, em estudo que calculou a proporção média entre meninos e
meninas a partir de estudos de prevalência populacional de TEA. Porém, há
carência de estudos relacionados ao fator que explica tal proporção. Há uma
distinção quando abordamos a prevalência do autismo no sexo feminino, isto se dá,
pois, a concepção de que há maior prevalência em meninos em relação a meninas
sugere modelos comportamentais diferentes, delineando um fenótipo autista
feminino, caracterizado pela maior capacidade social e menor externalização de
movimentos estereotipados repetitivos, camuflando as dificuldades de interação.
Objetivo: Analisar quais fatores influenciam no não diagnóstico ou diagnóstico tardio
de TEA em mulheres, e desta forma identificar quais são os gargalos no diagnóstico
e propor possíveis melhorias. Metodologia: estudo coorte retrospectivo, através da
aplicação de questionários, a mulheres com diagnóstico de TEA no município de
São José dos Campos

Palavras-chave: Transtorno autista. Diagnóstico precoce. Mulheres

ABSTRACT

The Autism Spectrum Disorder - ASD is represented as four times more common in
boys than in girls. This gender ratio of 4:1, is shown by Fombone, in a study that
calculated the average ratio between boys and girls from population prevalence
studies of ASD. However, there is a lack of studies related to the factor that explains
such a ratio. There is a distinction when we approach the prevalence of autism in
females, because the concept that there is a higher prevalence in boys compared to
girls suggests different behavioral models, outlining a female autistic phenotype,
characterized by greater social ability and less externalization of repetitive
stereotyped movements, camouflaging the difficulties of interaction. Goals: To
analyze which factors influence the non-diagnosis or late diagnosis of ASD in
women, and thus identify the diagnostic bottlenecks and propose possible
improvements. Methodology: retrospective cohort study, by applying questionnaires
to women diagnosed with ASD in the municipality of São José dos Campos.

Palavras-chave: Autism disorder. Early diagnosis. Women


INTRODUÇÃO
O autismo, assim como condições relacionadas (agora amplamente conhecidos
como transtornos do espectro autista, ou TEAs) é definido como uma síndrome
comportamental com etiologias diferentes, na qual o processo de desenvolvimento
infantil encontra-se profundamente distorcido (Gillbert, 1990; Rutter, 1996). Dentre
os principais sintomas amplamente difundidos e mais claros sobre tal condição são
observados a incapacidade dos indivíduos se relacionarem com outras pessoas,
além de severos distúrbios de linguagem afetando diretamente a comunicação e
uma preocupação obsessiva pelo que é imutável, o chamado sameness (Bossa,
Cleonice).

O diagnóstico do autismo, atualmente, é centrado em uma tríade de prejuízos tais


quais observados por Kanner (1943), que são: o prejuízo qualitativo na interação
social, o prejuízo qualitativo na comunicação verbal e não-verbal, e no brinquedo
imaginativo e o comportamento e interesses restritivos e repetitivos. Em vários
países da Europa e da América do Norte, incluindo os Estados Unidos e o Canadá
para que seja realizado um diagnóstico, segundo um modelo categorial, destinado à
prática clínica e à pesquisa em psiquiatria, especialistas na área recomendam que o
diagnóstico seja feito com base nos critérios estabelecidos pelo ICD-10 (WHO,
1992) e/ou pelo DSM-IV-TR (APA, 2003). De acordo com o DSM-IV-TR (Manual
Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais), para que a criança seja
diagnosticada com transtorno autista, ela deve apresentar pelo menos seis da lista
de doze sintomas apresentados na Tabela 1, sendo que pelo menos dois dos
sintomas devem ser na área de interação social, pelo menos um na área de
comunicação, e pelo menos um na área de comportamentos restritos, repetitivos e
estereotipados (Silva, Micheline).

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Há uma distinção quando abordamos a prevalência do autismo no sexo feminino em
comparação ao masculino, isto se dá, pois, a concepção de que há maior
prevalência em meninos em relação a meninas sugere modelos comportamentais
diferentes, delineando um fenótipo autista feminino, caracterizado pela maior
capacidade social e menor demonstração de movimentos estereotipados repetitivos,
camuflando as dificuldades de interação (fator de maior relevância e mais
perceptível durante o diagnóstico de TEA). Esses fatores contribuem para um
diagnóstico tardio ou para o não diagnóstico de TEA em meninas, já quem os
métodos diagnósticos estão voltados para a compreensão e detecção do fenótipo
autista masculino. Existem estudos que sugerem a possibilidade de um viés
masculino nos atuais instrumentos relevantes para a avaliação do TEA, haja vista a
predominância de amostra masculina no primeiro fenótipo de TEA descrito. Assim,
meninas tendem a ter pontuação normal e apenas garotas com déficits graves de
comunicação e comportamento são identificadas (Fink, Beatriz).

Além disso, segundo Puig Jové (2016), em interações sociais, pacientes com TEA
do sexo feminino apresentam maior consciência da necessidade de interação social
e, portanto, um maior desejo de interagir com outras pessoas, também há uma
capacidade de camuflar suas dificuldades em comunicações e copiar pessoas em

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seus modos de expressão e até suas personalidades. É comum que desenvolvam
estratégias para se encaixar em grupos sociais e essas habilidades aprendidas e
imitadas camuflam seus traços autísticos, sendo uma das possíveis explicações
sobre porque pessoas do sexo feminino são diagnosticadas tardiamente com TEA.

A situação descrita por Puig Jové é relatada como um fenômeno chamado de


camuflagem social ou Masking, que é definido com estratégias utilizadas por
pessoas, em sua maioria, mulheres, com autismo, para camuflar ou mascarar
comportamentos característicos do TEA, neste caso, a dificuldade na interação
social, com o objetivo de se adaptar e atender às expectativas dos grupos que estão
inseridos.

Desta forma, o projeto justifica-se, pois, resultados encontrados sugerem que


meninas têm menor probabilidade de atender a critérios diagnósticos para TEA,
refletindo futuramente na qualidade de vida das mesmas (Malagoni, Giulia). A
complexidade do diagnóstico do TEA traz consigo um ponto importante no tocante à
qualidade de vida e à recuperação dos pacientes, visto que as dificuldades desse
processo muitas vezes fazem com que o diagnóstico só aconteça na fase adulta, ou
mesmo nem aconteça, sabe-se que o diagnóstico precoce é o melhor caminho para
promover uma boa qualidade de vida ao indivíduo. Além dos obstáculos clínicos da
identificação de sinais de autismo, sabe-se que o atraso no diagnóstico é
principalmente observado em países de baixa e média renda, como o Brasil, em
razão da fragilidade do acesso à saúde e informação, bem como questões étnicas e
econômicas (Malagoni, Giulia). Além disso, vale ressaltar a influência do gênero na
delonga do diagnóstico, por ser este mais difícil em meninas (Green, Renée M., et
al., 2019).

OBJETIVO
Analisar quais fatores influenciam o diagnóstico incorreto ou tardio de TEA em
mulheres.

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METODOLOGIA
Esta pesquisa será submetida ao comitê de ética em pesquisa antes de ser iniciada
por estar relacionada a seres humanos. Será localizada na cidade de São José dos
Campos - São Paulo.

Para a realização da metodologia será realizado um estudo com o número mínimo


de participantes e com máximo rigor no respeito pelo princípio da procura o
equilíbrio entre os riscos e benefícios, visando o menor mal e o maior benefício às
pessoas, o estudo por meio da aplicação de questionários, pareceu ser a melhor
opção.

Para tal, foram pesquisados dois grupos distintos, sendo estes um grupo de homens
diagnosticados com TEA e mulheres também diagnosticadas com idades entre 25 a
35 anos. A amostragem será colhida por meio de uma técnica aleatória simples.

As perguntas realizadas nos questionários destinadas aos participantes foram:

1. Com qual idade você recebeu o diagnóstico de autismo?


2. Com qual idade houve a procura de auxílio médico destinado a tal condição?
3. Seus pais notaram algum sintoma durante sua infância? Se sim, quais?
4. Você notava/notou sintomas do autismo durante seu desenvolvimento?
5. Você acredita que recebeu um diagnóstico tardio?
6. Se sim, algum aspecto de sua vida sofreu desvantagem por conta do
mesmo? Se afirmativo, quais?

Riscos em participar da pesquisa: Esclarecemos que são previstos riscos mínimos


aos participantes, posto que tal participação consta da realização de questionário a
ser respondido de forma voluntária e anônima. Ainda assim, caso haja necessidade
de apoio emocional durante o preenchimento da pesquisa, você pode entrar em
contato com os autores do projeto pelo email iasmynbalbi@gmail.com. Se mesmo
assim tais procedimentos forem insuficientes, encaminharemos para o setor de
saúde mental do município.

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ETAPAS E CRONOGRAMA

REFERÊNCIAS

10
VIANA, Joana. Uma discussão sobre como as ferramentas de avaliação atuais
impactam no subdiagnóstico de autismo em meninas. Trabalho de conclusão de
residência no Hospital das clínicas de Porto Alegre do programa de residências
médica em neurologia pediátrica, Porto Alegre, 2022. Disponível em:
https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/236486 Acesso em: 6 maio. 2022.

FINK, Beatriz; MOREIRA, Andressa. Transtorno do espectro autista em meninas:


uma análise comparativa envolvendo estudos de gênero e possível sub
reconhecimento na população feminina. Programa de iniciação científica do centro
universitário de Brasília, Brasília, 2021. Disponível em:
https://www.rel.uniceub.br/pic/article/download/8340/5163 Acesso em: 6 maio. 2022.

FOMBONI, E. Epidemiology of pervasive developmental disorders. Pediatr Res.


2009;65:591-59

MALAGONI, G. .; CLARA LUZ, A. . DIFICULDADES NO DIAGNÓSTICO DE


AUTISMO EM MENINAS. Estudos Avançados sobre Saúde e Natureza, [S. l.], v. 1,
2021. Disponível em: tps://periodicojs.com.br/index.php/easn/article/view/362ht
Acesso em: 6 maio. 2022.

GUERRA, Sávia. Há diferenças de gênero na manifestação do autismo?.


Monografia (especialização). Universidade Federal de Minas Gerais no curso de
especialização em Transtorno do Espectro do Autismo do departamento de
psicologia. 14 de março de 2020. Disponível em: http://hdl.handle.net/1843/39263
Acesso em: 6 maio. 2022.
GREEN, Renée M. et al. Women and autism spectrum disorder: Diagnosis and
implications for treatment of adolescents and adults. Current psychiatry reports, v.
21, n. 4, p. 1-8, 2019.

FERRI, Sarah; ABEL, Ted; BRODKIN, Edward. Sex Differences in Autism


Spectrum Disorder: A Review. Author manuscript. Published in final edited form as:
Curr Psychiatry Rep. 2018 Mar 5; 20(2): 9. Published online 2018 Mar 5. Disponível
em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6477922/ Acesso em: 6 maio.
2022.

RYNKIEWICZ, Agniezka; KOZIK, Malgorzata; SLOPIEN; Agnieszka. Girls and


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http://psychiatriapolska.pl/uploads/images/PP_4_2019/ENGver737Rynkiewicz_Psyc
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SILVA, Micheline; MULICK, James A. Diagnosticando o transtorno autista:


aspectos fundamentais e considerações práticas. Psicologia: ciência e profissão, v.
29, p. 116-131, 2009.
11
VASCONCELOS, Vitoria. Meninas e mulheres com transtorno do espectro do
autismo: diagnósticos, reconhecimentos e vivências. Universidade Federal de São
Carlos, centro de educação em ciências humanas, departamento de psicologia. São
Carlos. 2022. Disponível em:
https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/15923/MENINAS%20E%20MUL
HERES%20COM%20TRANSTORNO%20DO%20ESPECTRO%20DO%20AUTISM
O%20DIAGN%c3%93STICOS%2c%20RECONHECIMENTOS%20E%20VIV%c3%8
aNCIAS.pdf?sequence=1&isAllowed=y Acesso em: 6 maio. 2022.

PARTICIPAÇÃO NO TRABALHO

12
Ideia do tema –

Pesquisa de artigos –

Escrita do trabalho –

Abstract –

Formatação do trabalho –

Cronograma –

Slides –

Referências –

Apresentação –

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