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Resumo
O nervo facial consiste no VII par de nervo craniano, e sua ação predominantemente motora,
permite a realização das expressões faciais. Este trabalho utilizou os meios eletrônicos, bancos
de dados específicos (PUBMED, SCIELO, LILACS) e o acervo da biblioteca da Faculdade São
Paulo (FSP). Selecionou-se um total de 17 trabalhos (3 livros, 7 artigos, 5 monografias e 2
documentos eletrônicos), os quais contemplaram o assunto e atenderam aos requisitos de
inclusão. O nervo facial origina-se no sulco bulbo-pontino (tronco encefálico) e percorre um
caminho tortuoso até os locais de sua inervação – face e pescoço. No decorrer do seu trajeto, o
nervo facial subdivide-se em duas porções: temporafacial e cervicofacial, os quais emitem
ramos terminais que inervam os músculos faciais. Portanto, a compreensão da anatomia e
fisiologia do nervo facial, permite, mediante as circunstâncias patológicas, a aplicação ou
utilização de recursos terapêuticos de forma mais específica e adequada para cada caso.
Abstract
The facial nerve consists of the VII cranial nerve pair, and its predominantly motor action,
allows the realization of facial expressions. This work uses electronic means, applicable
databases (PUBMED, SCIELO, LILACS) and the collection of the library of Faculdade São
Paulo (FSP). Select a total of 17 papers (3 books, 7 articles, 5 monographs and 2 electronic
documents), which are the issues covered or the subject and met the inclusion requirements.
The facial nerve originates in the bulb-pontine groove (brain stem) and travels a tortuous path
to the sites of its innervation - face and neck. In the course of its traffic, the facial nerve is
divided into two parts: temporafacial and cervicofacial, which emit terminal branches that
innervate the facial muscles. Therefore, understanding the anatomy and physiology of the facial
nerve allows, using pathological conditions, the application or use of therapeutic resources in a
more specific and appropriate way for each case.
_______________________________________________
1
Acadêmico do 8º Período do Curso de Bacharelado em Odontologia da Faculdade São Paulo – FSP – Rolim de
Moura-RO. E-mail: eduardokailanrm@gmail.com.
2
Acadêmica do 5º Período do Curso de Bacharelado em Fisioterapia da Faculdade São Paulo – FSP – Rolim de
Moura-RO. E-mail: taissenarm@gmail.com
3
Mestra em Ciências Ambientais, Coordenadora do Curso de Bacharelado em Fisioterapia da Faculdade São Paulo
– FSP – Rolim de Moura-RO, E-mail: jessicajlira@gmail.com.
4
Mestra em Fisioterapia Cardiorrespiratória, Professora da Faculdade São Paulo – FSP – Rolim de Moura-RO. E-
mail: n_g_ribeiro@hotmail.com.
Revista Saberes da Faculdade São Paulo – FSP
INTRODUÇÃO
Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 12, n. 1, jun, 2020. ISSN: 2358-0909.
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1. REFERENCIAL TEÓRICO
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um isolante elétrico. Além disso, quando a fibra nervosa é envolvida por bainha de mielina, os
axônios são denominados de fibras mielínicas (diâmetro maior, entre 1 e 20 m, a condução
ocorre de maneira mais rápida, sendo de aproximadamente 100m/s) e, na ausência desta, as
fibras nervosas são nomeadas de amielínicas (apresentam um diâmetro entre 0,5 e 2 m a
condução se propaga em uma velocidade média de 10m/s). Ressalta-se que ambas as fibras
estão presentes tanto no sistema nervoso central e periférico, porém, no primeiro a bainha de
mielina é formada por células do oligodendrócito, enquanto que no segundo são as células de
Schwann (CASTRO, 2010; PARREIRAS et al., 2010; ROBERTO, 2015).
Os feixes de fibras nervosas, que correspondem aos nervos periféricos, formam cordões
esbranquiçados envolvidos por tecido conjuntivo e, funcionalmente e morfologicamente,
permitem a conexão entre o sistema nervoso central e sistema nervoso periférico e demais
estruturas orgânicas (PARREIRAS et al., 2010).
Referente aos envoltórios que suportam estruturalmente e nutrem regionalmente os
nervos periféricos, eles são denominados como: Epineuro (camada externa); Perineuro (camada
intermediária) e Endoneuro (camada interna) (COLI, 2007; SIQUEIRA, 2007; LUIZ, 2015;
TEIXEIRA; ALMEIDA, YENG, 2016).
Em suma, a função dos nervos, encontra-se estritamente relacionada à condução de
impulsos nervosos, através de seus componentes funcionais ocorrendo no sentido bidirecional
(aferente e eferente) (LIMA et al., 2013).
2. METODOLOGIA
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Estado de Rondônia – José Mastrangelo Alves, onde foram incluídos os livros que abordaram
o contexto do trabalho em questão.
Para a busca nos bancos de utilizou-se como palavras-chave os descritos em ciência da
saúde (DeCS) nos idiomas português e inglês, sendo elas: Nervo Facial / Facial Nervo;
Anatomia / Anatomy; Neuroanatomia / Neuroanatomy; Sistema Nervoso / Nervous System.
3. RESULTADOS
4. DISCUSSÃO
Os nervos cranianos são aqueles que estabelecem conexão direta entre o encéfalo e as
estruturas periféricas e, correspondem à um total de 12 pares de nervos enumerados em
algarismos romanos em sequência crânio-caudal, sendo que a maioria deles (10 pares – do III
ao XII) originam-se no tronco encefálico, e os demais [(olfatório (I par) e óptico (II par)]
emergem a partir do telencéfalo e diencéfalo, respectivamente (Figura 1) (CORRÊA, 2011).
O presente trabalho deu enfoque ao VII par de nervo craniano – Facial e, este origina-
se na região ventral do tronco encefálico, especificamente a partir do sulco bulbo-pontino e,
percorre um caminho tortuoso para alcançar seus locais de inervação na face. Além disso,
constitui-se de um nervo misto, por desenvolver as seguintes funções: a) motoras (responsável
por 80% das expressões faciais), b) sensitivas (através do nervo intermediário de Wrisberg, o
qual emerge entre a raiz motora do nervo facial e o nervo vestibular) que estão relacionados
com a gustação) e, c) parassimpáticas (autonômicas) – consiste de neurônios colinérgicos que
originam fibras parassimpáticas pré-glanglionares eferentes viscerais gerais e relaciona-se com
a inervação de glândulas salivares e lacrimais (JANUÁRIO, 2011).
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Figura 1 - Apresentação dos pares de nervos cranianos com destaque para o VII par – Nervo facial.
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De acordo com Cauás et al. (2004) o nervo facial e o nervo intermediário de Wrisberg
embora são descritos em conjunto, suas funções são diversas e, além disso, o nervo
intermediário não pode ser identificado em cerca de 20% dos casos, visto que encontra-se
aderido ao nervo acústico em todo seu percurso até juntar-se ao nervo facial no interior do canal
do facial.
Os componentes funcionais do nervo facial incluem: a) Fibras eferentes viscerais
especiais – são denominadas braquiomotoras, emergem do núcleo do VII par de nervo craniano
e, portanto, constitui o próprio nervo e, após sua origem distribui-se para a musculatura da face,
pescoço e couro cabeludo, bem como, ao músculo estilohioideo e ao ventre posterior do
músculo digástrico; b) Fibras eferentes viscerais gerais: constituem a inervação parassimpática
das glândulas lacrimais, submandibulares, sublinguais e pequenas glândulas presentes na
mucosa nasal e bucal; c) Fibras aferentes viscerais especiais: são responsáveis por conduzirem
impulsos condizentes à sensação gustativa dos 2/3 anteriores da língua e de algumas regiões da
orofaringe, por meio do nervo lingual, corda do tímpano, nervo intermédio e trato solitário,
onde terminam e, d) Fibras aferentes somáticas: conduzem impulsos nervosos exteroceptivos
conexos à sensibilidade profunda da face através de seguimentos centrais constituintes do nervo
intermediário e parte do trato solitário, finalizando neste trato (CAUÁS et al., 2004;
SIQUEIRA; COSTA, FLORENTINO, 2017).
Lima e Cunha (2011) descreveram que o VII par de nervo craniano apresenta duas
partes, sendo uma parte maior, responsável pela inervação dos músculos da expressão da face,
e a parte menor – denominada nervo intermédio ou glossopalatino – contém fibras gustatórias
para os 2/3 anteriores da língua e também fibras secretomotoras destinadas às glândulas
lacrimais e salivares, principalmente a glândula parótida.
O VII par de nervo craniano emerge da borda inferior da ponte (tronco mesencefálico)
denominado angulopontocerebelar, surgindo lateral à saída do VI nervo craniano (abducente) e
medialmente ao VIII nervo craniano (vestibucoclear) e, posteriormente, junto com o nervo
vestíbulo-coclear, adentra o meato auditivo interno na parte petrosa do osso temporal, e forma
o gânglio genicular ou facial (contém células gustatórias, fibras secretoras para as glândulas
lacrimais e nasais) ou tronco único com o nervo intermédio. Em seguida, perfura as meninges
e transfere seu trajeto para o canal de mesmo nome ou aqueduto de falópio, onde percorre um
trajeto de pelo menos 35 milímetros estando propenso a processos infeciosos e compressivos
variados; nesta posição, o nervo facial caminha até sua terminação no forame estilomastoideo,
tornando-se em extracraniano (DRAKE; VOGL; MITCHELL, 2015).
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Inicia a partir da segunda volta que o nervo faz dentro do canal facial,
quando segue o curso inferior para atingir o forame estilomastolideo.
Segmento Mastoideo
Este segmento forma três outros ramos do nervo facial: nervo para o
músculo estapédio; um ramo sensitivo e um nervo da corda do tímpano.
Fonte: Madeira (2016), p. 194; Netter (2012), p.60.
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quase sempre menor, emitindo de 3 a 5 ramos (um bucal, três marginais mandibulares e um
cervical) que também criam anastomoses entre si e todos apresentam o mesmo comprimento
(Figura 2) (ABOUDIB-JÚNIOR, 2017).
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/590745676101335573/.
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nervo facial, distribuídos entre os lobos superficial e profundo da glândula parótida, conforme
segue descrição na Figura 3 (COLOSSI, 2016; ABOUDIB-JÚNIOR, 2017).
Embora o VII par de nervo craniano (nervo facial) seja misto, 80% de sua função condiz
com a regulação da atividade motora da face e pescoço, sendo, portanto, um nervo
imprescindível para a expressão facial como auxílio na comunicação não verbal, possibilitando
a apresentação do ser ao mundo e, sobretudo a exposição de suas distintas emoções (SANTOS;
GANDA; CAMPOS, 2009). O controle preciso da musculatura facial permite variações sutis
na fisiologia muscular, necessárias para a expressividade facial e para as funções de mastigação,
deglutição e fala (TESSITORE; MAGNA; PASCHOAL, 2010).
Todos os músculos faciais são inervados pelo VII par de nervo craniano (Facial), exceto
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o músculo levantador da pálpebra superior, o qual é inervado pelo nervo óculo-motor (III par
de nervo craniano) (TESSITORE; PFELSTICKER; PASCHOAL, 2008).
Para a realização de uma expressão facial simétrica, espontânea e apropriada é
necessária a interação de treze pares musculares distintos arranjados em quatro camadas, todos
inervados pelo nervo facial. Esse intrincado sistema neuromuscular com conexões
supranucleares do nervo facial, em múltiplas regiões cerebrais, permitem contrações musculares
voluntárias e involuntárias que tornam possível a expressão através da face (RIOS, 2014).
Os músculos faciais ou também denominados como mímicos, apresentam sua origem
nos ósseos do víscerocrânio e a sua inserção ocorre na camada profunda da pele. Deste modo,
eles promovem a mobilidade da pele do escalpo e, sobretudo, da face, modificando as
expressões faciais que decorrem ações combinadas da contração concomitante de vários
músculos, levando em consideração o estado emocional (Quadro 2) (PARREIRAS et al., 2010).
QUADRO 2 - Apresentação dos músculos faciais responsáveis pela mímica inervados pelo VII par de nervo
craniano, com suas respectivas funções.
Músculo Facial Função
Mirtiforme ou Depressor do Septo Atrair as aletas nasais para baixo e diminuir a abertura das
Nasal narinas.
Levantador do lábio superior e Elevar o lábio superior e a asa do nariz, como ocorre numa
aletas nasais situação de “nojo”.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
COLI, B. O. Aspectos gerais das lesões traumáticas agudas dos nervos periféricos. 2007.
Disponível em: < https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4176024/mod_resource/content/6/
texto1.pdf>. Acesso em 22 de maio de 2020.
Rev. Saberes, Rolim de Moura, vol. 12, n. 1, jun, 2020. ISSN: 2358-0909.
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NETTER, N. N. S. Atlas de Cabeça e Pescoço. 2ª edição. Rio de Janeiro – RJ: Elsevier, 2012.
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<http://www.efdeportes.com/>. Acesso no dia 20 de maio 2020.
SIQUEIRA, R. Lesões nervosas periféricas: uma revisão. Rev Neurocienc. v.15, n.3, p.226–
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SNELL, R. S. Neuroanatomia clínica. 7ª. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2013.
TEIXEIRA, M. J.; ALMEIDA, D. B.; YENG, L. T. Concepto f acute neuropathic pain. The
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Revista Saberes da Faculdade São Paulo – FSP
TESSSITORE; A.; MAGNA, L. A.; PASCHOAL, J. R. Medida angular para aferição do tônus
muscular na paralisia facial. Pró-Fono Revista de Atualização Científica. v.22, n.2, p.119-
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