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UNEB – Universidade do Estado da Bahia

Departamento de Ciências da Vida Curso: Fonoaudiologia


Componente: Neurociências Semestre 2017.1
Docente: Hilda Ferreira Discente: Leidna da Silva Santos

Resenha: Glia: dos velhos conceitos às novas funções de hoje e as que ainda virão

GOMES, Flávia Carvalho Alcantara; TORTELLI, Vanessa Pereira; DINIZ, Luan. Glia: dos
velhos conceitos às novas funções de hoje e as que ainda virão . Estudos Avançados, São
Paulo, v. 27, n. 77, p. 61-84, jan. 2013.

Flávia Carvalho Alcantara Gomes é professora titular do Instituto de Ciências


Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro e chefe do Laboratório de
Neurobiologia Celular do ICB/UFRJ. Desde 2011, é coordenadora do Instituto da Glia
(iGLIA), rede temática sulamerica para o estudo das células gliais e patologias associadas.
Vanessa Pereira Tortelli é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Morfológicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Luan Diniz é mestrando
do Programa de Pós-Graduação em Ciências Morfológica da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ).
O presente artigo faz parte de umas das publicações da Revista Estudos Avançados
do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, e é uma referência para
profissionais, estudantes, docentes e pesquisadores que se interessam por Neurociências.
Os autores trazem a discussão um assunto que por muito tempo não era levado em
consideração quando se falava do funcionamento do Sistema Nervoso Central, que é, o
papel das células glias, principalmente dos astrócitos, os quais desempenham uma série de
funções essenciais para a homeostase do sistema, desde a manutenção dos níveis iônicos
a formação e funcionamento das sinapses.
Os constituintes celulares mais numerosos do sistema nervoso central são as células
não neurais, as neuroglias que ocupam espaços entre os neurônios, são elas as células
ependimárias, os oligodendrócitos e os astrócitos. Por tanto, muito pouco ainda se sabe
sobre essas células e o Brasil é pioneiro nos estudos com células gliais, criou-se então, o
Instituto Sulamericano da Glia (IGliA) com o objetivo de integrar grupos de pesquisas. E
recentemente nos revelam que os astrócitos assim como qualquer outra célula que sofre
alterações funcionais são participativos ou determinantes nos casos de doenças
neurodegenerativas, nas desordens neurológicas e nas disfunções gliais.
As alterações astrocitárias são centrais para a compreensão de uma série de
distúrbios neurológicos como o Distúrbio de Alzheimer, Parkison, Esclerose Lateral
Amiotrófica e Epilepsia, e a neurociências atual busca identificar os sistemas transmissores
específicos que estão envolvidos nessas doenças para a partir daí intervir apropriadamente
nessas patologias.
O artigo é muito interessante, pois foi escrito de forma clara, objetiva, com uma
linguagem que permite que até mesmo o leitor que não tem nenhum conhecimento de
neurociência compreenda a informação. E para aqueles que já estudam esse campo da
ciência, a leitura possibilita ampliar a visão crítica sobre o funcionamento do Sistema
Nervoso, de forma que sejamos capazes de refletir mais sobre a importância das células
que além dos neurônios, também estão presentes no sistema, contribuindo com o
desenvolvimento e a definição da nossa natureza humana, afinal é a capacidade de pensar,
de se comunicar, de memorizar, de aprender e de se emocionar são fundamentais a nossa
espécie.
Que novas pesquisas continuem sendo realizadas para que possamos sanar as
dúvidas que ainda norteam o funcionamento da mente humana e principalmente as funções
dos oligodendrócitos e dos ependimócitos, pois estes também fazem parte das neuroglias.

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