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do tempo, é o Rádio. Não necessariamente o aparelho que emite o som, mas a forma de
comunicação em massa, ali estabelecida.
Estima-se que a primeira transmissão de rádio no Brasil ocorreu em 1922, para celebrar o
centenário da proclamação da república, e foi protagonizada pelo pronunciamento do
presidente da época, Epitácio Pessoa. Desde então o meio de comunicação ganhou o país,
sendo construído de formas diferentes por todo território.
Duas das rádio-amplificadoras destacáveis são: a Rádio Propaganda Sonora Rianil, que
surgiu para publicizar a marca Rianil, originalmente carioca, mas possuía uma filial em
Teresina; e a Rádio Amplificadora Teresinense, cujo arro chefe era a retransmissão de
partidas de futebol que aconteciam em outros estados, os dois veículos eram concorrentes e já
chegaram a ter equipamentos de difusão no mesmo espaço, o que acirrava a ‘competição’.
Nas praças Pedro II, Rio Branco e Saraiva não se experimenta sequer 10 minutos de
silêncio, porque as amplificadoras, azucrinam os ouvidos do povo, de 7 às 22 horas do dia
(O DIA, 1951, p. 4)
De fato o primeiro impulso à rádio com princípios jornalísticos, ocorreu em Parnaíba, que
também é pioneira na difusão de outros meios de comunicação, como o impresso. A presença
de investidores interessados aprimorou a capacidade técnica e informacional dessa tecnologia
em outras cidades do estado, incluindo Teresina.
No que tange o papel informativo da rádio, podemos citar o Grande Jornal Q-3, produto da
Rádio Difusora, como fundamental na construção do radiojornalismo piauiense. Apesar de
outros grandes radiojornais alcançarem a frequência da região, ninguém melhor do que
nativos para comunicar as notícias do seu território. Esse programa especificamente
permaneceu como um dos mais ouvidos até o início da década de 1960, valendo-se
estrategicamente da proximidade do ouvinte ao aparelho de rádio, o programa era transmitido
logo após o jornal “Hora do Brasil” de relevância nacional.
Além da RDT, outro veículo radiofônico que se destaca na história teresinense, é a Rádio
Pioneira, que tem o pioneirismo no nome por se voltar a um foco essencialmente educacional
e cultural. Por ser uma emissora ligada diretamente à igreja católica e ter acesso à
investidores, ela já iniciou seus trabalhos com equipamentos de boa qualidade, sendo
inclusive importados da Alemanha. Dentre outros elementos que compunham o
profissionalismo da Pioneira, estava a prática da radioescuta, que se comprometia em ouvir o
espectador, e conectá-lo às instituições e autoridades, e não apenas noticiar os fatos, mas
fiscalizava e cobrava solução deles. A participação dos ouvintes também se deu de outras
formas, como através do Clube dos Ouvintes, em que eles participavam da montagem dos
programas. Na Pioneira também marcava-se também a presença de programas de variedades,
música, radiojornalismo, esporte, e obviamente, programas religiosos, visto que a emissora
tem viés e vínculo religioso.