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INSTITUTO DO EMPREGO E

FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Delegação Regional do Norte

Centro de Emprego e Formação


Profissional do Porto

Cultura,
Língua e
comunicação
CLC 6 – Culturas de
Urbanismo e Mobilidade

AÇÃO:

FORMADOR: Diana Guimarães


FORMANDO:

AÇÃO:

FORMADOR:
FORMANDO:
CLC6 – CULTURAS DE URBANISMO E MOBILIDADE
Instituto de Emprego e Formação Profissional, IP

CULTURAS DE URBANISMO E
MOBILIDADE

URBANISMO: É a actividade relacionada com o estudo, regulação, controlo,


planeamento da cidade e da urbanização que relaciona principalmente a arquitectura (no
seu sentido mais comum), com a arquitectura paisagística, com o design e a política. Em
relação à arquitectura urbana, visa definir os lugares onde se deve circular, habitar,
trabalhar e passear.

MOBILIDADE: De forma sintética a mobilidade, nas ciências sociais, designa


formas de movimento de homens, bens ou ideias. É a característica do que é móvel ou do
que é capaz de se movimentar.
- Possibilidade de ir para outro lugar rapidamente
- Passagem de indivíduos ou famílias de uma classe social para outra, acima da sua ou abaixo;
- Possibilidade que o individuo tem, numa sociedade, de mudar de lugar, de cidade, de
emprego;
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1. CRITÉRIOS DE QUALIDADE NO PLANEAMENTO HABITACIONAL

1.1. O lar

Todo o ser humano vive num espaço privilegiado que constitui a "sua
casa" e que designamos de maneira geral pelo termo de lar. Esta palavra, que
tem uma forte ressonância emocional e social, evoca para cada um o facto de,
entre todos os espaços, um deles ser mais que todos os outros, o seu lugar de
vida.
FISHER, Gustave-N., Psicologia Social do Ambiente, Lisboa, Instituto Piaget, 1994 (adaptado). 2

A habitação é uma questão que muita preocupa os portugueses, pois ao lado da ambição
profissional e familiar surge quase sempre a de possuir casa própria. Essa casa será tanto mais a
casa sonhada quanto mais tiver prestado atenção ao espaço onde a mesma está integrada, se há ou
não um plano de desenvolvimento sustentável, se há zonas verdes que promovam o recreio, o
convívio, práticas de desporto, enfim, equipamentos que caracterizam aquilo que consideramos
corresponder à qualidade de vida.

CASA E LAR
Casa é uma construção de cimento e tijolos.
Lar é uma construção de valores e princípios.
Casa é o nosso abrigo das chuvas, do calor, do frio.
Lar é o abrigo do medo, da dor e da solidão.
Casa é o lugar onde as pessoas entram para dormir, usar o quarto de banho, comer.
Onde temos pressa para sair e retardamos a hora de voltar.
O lar é o lugar onde os membros da família anseiam por estar nele,
onde refazem as suas energias, alimentam-se de afeto e encontram o conforto do
acolhimento.
É onde temos pressa de chegar e retardamos a hora de sair.
Numa casa criamos e alimentamos problemas.
O lar é o centro de resolução de problemas.
Numa casa moram pessoas que mal se cumprimentam e se suportam.
Num lar vivem companheiros que, mesmo na divergência, se apoiam e nas lutas se
solidarizam.
Casa é local de dissensões, conflitos, discórdia.
No lar as dissensões, os conflitos, existindo, servirão para esclarecer e engrandecer.
Numa casa desdenha-se dos nossos valores.
No lar sonhamos juntos.
Numa casa há azedume e destrato.
Num lar sempre há lugar para a alegria.
Numa casa nascem muitas lágrimas.
Num lar plantam-se sorrisos.
A casa é um nó que oprime, sufoca.
O lar é um ninho que aconchega.
Abigail Guimarães
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Sentido Próprio e Figurado das palavras ou expressões

Sentido literal - é o sentido próprio, ou seja, o sentido comum que costumamos dar a uma palavra e
normalmente pode ser compreendida sem recorrer ao contexto em que é afirmada.

Sentido figurado – são os diversos sentidos que uma palavra ou expressão podem adquirir,
dependendo do contexto em que são aplicadas.
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Ex. 1 - "O Sol ilumina e aquece a terra". / " Tu és o Sol da minha vida."

 No primeiro caso, a palavra está em sentido próprio porque, neste contexto, significa a
estrela.
 No segundo caso, a palavra está em sentido figurado, porque, neste contexto, significa o
mais importante, a razão de ser, o amor.

Ex. 2 - "O livro está em cima da mesa" / "Aquele rapaz é um livro aberto"

 Na primeira frase a palavra significa um objecto de papel com letras impressas que se
podem ler, logo está em sentido literal.
 Na segunda, a palavra significa que o rapaz é muito bem conhecido ou que fala tudo sobre
si, logo, a palavra é usada em sentido figurado

Atividade 1:
Depois da leitura e análise do texto “Lar e Casa”, responda ao questionário que se segue.

1. Os termos lar e casa são considerados pela autora como sinónimos? Justifique a sua
resposta, esclarecendo o sentido que a mesma atribui a cada termo.
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2. Apresente duas características que a autora associa ao termo lar e duas que associa ao
termo casa.
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3. Identifique, no texto, duas expressões cujas palavras sejam usadas no seu sentido literal.
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4. Identifique, no texto, duas expressões que contenham palavras usadas em sentido figurado
e explique o significado que lhes é atribuído.
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1.2. PLANEAMENTO URBANÍSTICO

As pessoas vivem em aldeias, vilas ou cidades, povoações “urbanas”, cada uma com a sua própria
organização de ruas, avenidas, praças e bairros, onde têm as suas casas e locais de trabalho. Nessa
paisagem, terreno ou território, ao longo de estradas e caminhos de rios ou de mar, as pessoas
construíram ruas e edifícios, grandes e pequenos, em função do estatuto e do que representam na
comunidade. Será que a organização urbana da paisagem e do território influencia a vida das
pessoas ou é determinada por ela?

De que nos serve um jardim sem sol ou uma praça com vento? O “bom urbanismo”deve ser feito a
pensar nas pessoas, no seu conforto, na sua utilização. Muitos constroem urbanizações onde as
pessoas não vivem na rua, não passam tempo na rua, (só em casa) porque não têm espaços
exteriores com condições e conforto para as pessoas usarem.
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Planeamento habitacional é a organização de


todas as estruturas necessárias, destinadas à
junção do meio envolvente, pessoas, entidades,
definidas por políticas habitacionais definidas
pelo governo. Consiste assim na elaboração de
propostas estratégicas para o desenho,
5
implementação, monitorização e avaliação de políticas habitacionais no campo do alojamento,
reabilitação e arrendamento.

1.2.1. Terminologia e estrutura de documentos relacionados com a temática do urbanismo

Um glossário é, usualmente, um dicionário de termos técnicos de uma arte ou ciência, mas é


também uma espécie de lista de vocábulos em que se dá a explicação de certas palavras; o glossário
distingue-se do caderno de significados pelo facto de estar organizado por assuntos ou referências
temáticas.
ATIVIDADE:
Construir um glossário, que poderá ser ilustrado com imagens, sobre a seguinte lista de vocábulos:
 Projeto de construção
 Licença de construção
 Caderno de encargos
 Planta
 Mapa
 Carta topográfica
 Equilíbrio paisagístico
 Rutura paisagística
 Plano Diretor Municipal

Documentos de interação formal em processos de planeamento e construção

 Reclamação
 Requerimento
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Reclamação

Nas sociedades em que vivemos, os conflitos são inevitáveis. A qualquer momento, todos podemos
ser confrontados com a necessidade de exigir que os nossos direitos sejam respeitados. Para isso, é
importante que estejamos bem informados e saibamos a quem e como devemos reclamar.
Comece por procurar uma forma justa e amistosa de resolver o conflito, falando com a pessoa ou
entidade em causa. Se não for possível chegar a acordo, escreva, expondo a sua posição de forma
clara e precisa. Uma reclamação escrita dificilmente pode ser ignorada. De preferência, escreva-as à
6
máquina ou num computador, sobretudo se a sua letra não for muito legível.
Guarde sempre uma cópia. Também é importante que a carta respeite algumas regras simples,
apesar de não haver um modelo único pois dependerá sempre do tipo de reclamação.
a) Identifique os intervenientes, indicando os nomes (ou denominação social, no caso de uma
empresa), as moradas completas e, eventualmente, o seu número de telefone, para facilitar
o contacto.
b) Situe os factos. Não se esqueça de mencionar o local e a data da comunicação.
c) Descreva o sucedido de forma clara e precisa e conclua com o que pretende da outra parte.
d) Junte eventuais documentos relevantes para a compreensão do assunto ou para comprovar
os seus direitos (apenas cópias, nunca os originais).
e) Assine a comunicação.

(Nome e morada completa do remetente)


(Nome e morada completa do destinatário)
(Localidade e data)

Carta registada com aviso de recepção

Assunto: Demora na entrega de sofá. (Descrição sucinta do assunto da carta)

Exmo(s). Senhor(es), (fórmula de abertura, saudação inicial)

(Antecedentes: descrição sucinta dos factos que levaram ao envio da carta)


No passado dia 16 de Outubro, dirigi-me ao seu estabelecimento, sito na morada acima indicada,
com a intenção de adquirir um sofá. Após escolher o modelo que me interessava, assinei a nota de
encomenda e paguei o sinal exigido, no valor de € 100
(cem euros). No dia 21, foi-me entregue o sofá encomendado, mas, após breve análise, percebi
que o mesmo tinha um defeito: um dos pés estava rachado!
(Caracterização da situação actual)
Perante tal facto, recusei o sofá, solicitando que me fosse entregue outro, em bom estado, o mais
depressa possível. No entanto, apesar de me dizerem que não haveria problema e que a entrega
seria feita, o mais tardar, até ao final do mês, ainda continuo
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à espera.
(Exposição clara do que se pretende – pedido de regularização/proposta de solução da situação –
indicação das medidas a adotar se situação não for regularizada)
Como é evidente, o atraso na resolução do problema tem trazido diversos transtornos à minha
família. Por isso, venho exigir que o sofá me seja entregue, sem falta, dentro dos próximos oito
dias. Caso contrário, tenciono anular a referida encomenda e exigir a devolução do sinal.

(Fecho)
Sem outro assunto de momento,

(Assinatura) 7
António Luís Guimarães

(Enumeração de eventuais cópias de documentos anexos)


Anexos: Fotocópias da nota de encomenda e do recibo do sinal.

O REQUERIMENTO

Um requerimento é um documento usado por empresas ou particulares para solicitar informações


ou fazer pedidos a um organismo público, a uma instituição ou a uma autoridade.
Um requerimento bem estruturado ajuda a uma melhor compreensão daquilo que é pedido. Deve,
por isso, constar das seguintes partes:
1. Identificação do organismo a que se dirige.
2. Introdução
- contém os dados pessoais que identificam o requerente: nome, naturalidade, idade, profissão,
morada, número do B.I., número de contribuinte, etc..
3. Mensagem
- contém o pedido e as razões que o justificam:
 Exposição: espaço onde se explica detalhadamente o motivo do pedido enumerando, de
forma ordenada os argumentos e as causas (cada argumento pode ser precedido pela
palavra QUE).
 Petição: espaço onde se expressa o que se solicita à pessoa ou entidade a que é dirigido o
requerimento (pode ser, por exemplo, a fórmula: SOLICITO a V. Ex.ª que...)
4. Fecho: consta de três elementos que terminam o requerimento.
 Expressão da conclusão: Pede deferimento
 Data: por extenso, antecedida da indicação do lugar.
 Assinatura do requerente.
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ATIVIDADE
1. A partir do modelo de uma carta de reclamação, escreva uma ao empreiteiro que construiu
a sua vivenda, pois este não concluiu os pavimentos exteriores e já verifica infiltrações das
águas da chuva por todo o telhado.
2. Segundo o modelo de requerimento, escreva um à Câmara Municipal, com o objectivo de
ser feita a última vistoria à sua vivenda o mais atempadamente possível, pois precisa que a
licença de habitabilidade seja emitida com a máxima brevidade.

1.2.2. EQUIPAMENTOS CULTURAIS DE SUPORTE À HABITAÇÃO

A) Planeamento urbano e espaços verdes

Um aspecto importante do planeamento urbano


sustentável é a provisão de espaços verdes a várias escalas.
Espaços Verdes são áreas de terreno onde estão presentes
espécies vegetais, num contexto urbano. A necessidade de espaços
verdes urbanos é uma das consequências da evolução que as
cidades têm sofrido ao longo do tempo.
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Foi a partir da era industrial, com o êxodo da população rural para a cidade, que surgiu o conceito
de “espaço verde urbano”, como espaço que tinha por objectivo recriar a presença da natureza no
meio urbano.
São exemplos de espaços verdes, os parques, os jardins, as praças
e logradouros ajardinados, as alamedas, certos cemitérios. Os
espaços verdes podem ser públicos ou privados, embora muitos
dos privados possam ser de uso público. Estes espaços são zonas
de recreio e lazer por excelência, favorecendo os encontros entre 9

os cidadãos. Espaços de recreio, parques e jardins nas áreas


urbanas e espaços livres periféricos, com fins múltiplos, reduzem
a poluição, criam zonas de vida selvagem e tornam o campo acessível aos habitantes das cidades.
Também contribuem para a saúde física, social e psicológica dos indivíduos e da comunidade.
Os jardins e outros espaços verdes proporcionam descontração visual e física em relação,
por vezes, ao espaço confinado existente dentro do edifício. O desenho dos espaços verdes deverá
tirar partido da paisagem, da água e da vegetação, para modificar a qualidade do ar e as condições
de ruído, vento e abrigo, luz e sombra, proporcionando as melhores condições para os utilizadores
dos edifícios e dos bairros.

ATIVIDADE
Opine sobre a importância das zonas verdes no contexto urbano.

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B) Espaços de interação cultural


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EQUIPAMENTO CULTURAL: Todas as instalações, públicas ou privadas que se destinam
intencionalmente à produção, preservação e divulgação de culturas.
São espaços de acolhimento e divulgação – por vezes também de criação – de práticas, bens e
produtos culturais; espaços geridos normalmente por governos estaduais e municipais, pela
iniciativa privada, por Organizações não Governamentais (ONGs) ou por associações comunitárias
ou culturais.
Enquanto locais privilegiados de consumo cultural, esses equipamentos abrangem uma diversidade
de públicos, com diferentes demandas e formas de se relacionar com as obras e produtos culturais,
conforme a faixa etária, classe, história familiar, experiência cultural, etc.

Exemplos de Espaços de Interacção Cultural

Museu - Instituição permanente sem fins


lucrativos, aberta ao público, que faz
investigação respeitante aos
testemunhos materiais do homem e do
seu meio ambiente, adquire-os,
conserva-os, e divulga-os para fins de
estudo, educação e fruição.
Galeria - Local de exposição e, eventualmente, venda de
obras de arte plásticas com calendarização e temporada
definidas.
Auditório - Sala que se destina à assistência de um
determinado evento por parte de um público específico.
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Realização de conferências e afins mas também de eventos culturais ligados à música e outros.
Biblioteca - Equipamento cultural dirigido ao público em geral ou a públicos específicos que se
destina ao empréstimo de publicações para leitura/consulta e que pode desenvolver também
outras atividades culturais.
Centro de Ciência Viva - Espaço interactivo de ciência e tecnologia, parte integrante da Rede de
Centros Ciência Viva, cujo principal objectivo é promover a difusão da cultura científica e
tecnológica entre os cidadãos.
Espaço Internet - Espaço de acesso público, iniciativa do Ministério da Ciência e da Tecnologia em 11

parceria com as Câmaras Municipais, que visa a divulgação junto dos cidadãos das tecnologias de
informação e da Internet.

PATRIMÓNIO CULTURAL

Castelo de Guimarães Pinturas rupestres em Vestígios romanos em


Foz Côa Conímbriga

O Património Cultural inclui todos os vestígios de actividade humana num território, os


quais constituem importantes fontes de informação sobre a vida e as actividades das pessoas ao
longo dos tempos.
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Património cultural é o conjunto de todos os bens, materiais ou imateriais, que, pelo seu valor
próprio, devem ser considerados de interesse relevante para a permanência e a identidade da
cultura de um povo.

O património é a nossa herança do passado, com que vivemos hoje, e que passamos às gerações
vindouras.

Do património cultural fazem parte bens imóveis tais como castelos, igrejas, casas, praças,
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conjuntos urbanos, e ainda locais dotados de expressivo valor para a história, a arqueologia, a
paleontologia e a ciência em geral. Nos bens móveis incluem-se, por exemplo, pinturas, esculturas e
artesanato. Nos bens imateriais considera-se a literatura, a música, o folclore, a linguagem, os
costumes, lendas, tradições festivas e outras tradições.

Um local denominado património mundial é reconhecido pela


UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura) como tendo importância mundial para a
preservação dos patrimónios históricos e naturais de diversos
países. Na 37.ª sessão do Comité do Património Mundial,
entre Junho e Julho de 2013, passaram a ser 16 os sítios ou
conjuntos de sítios considerados Património Mundial em Portugal.

Portugal é um dos países com maior número de monumentos no mundo classificados como
Património Mundial, o que demonstra a amplitude da sua atuação mundial. Os monumentos
portugueses podem ser encontrados por todo o mundo, o que mostra bem a dimensão e influência
da presença portuguesa a uma escala global. Do Brasil à Tanzânia, do Paraguai ao Sri Lanka, os
portugueses deixaram marcas culturais e de enorme valor, classificadas oficialmente pela UNESCO
em três continentes diferentes.
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Os locais histórico-culturais ou naturais que são património mundial da UNESCO em Portugal são:

 Centro Histórico de Angra do Heroísmo (1983) - Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, Açores
 Mosteiro dos Jerónimos (1983) - Lisboa
 Torre de Belém (1983) - Lisboa
 Mosteiro da Batalha (1983) - Batalha
 Convento de Cristo (1983) - Tomar
 Centro Histórico de Évora (1986) - Évora 13
 Mosteiro de Alcobaça (1989) - Alcobaça
 Paisagem Cultural de Sintra (1995) - Sintra
 Centro Histórico do Porto (1996) - Porto
 Sítios de Arte Rupestre do Vale do Côa
(1998) - Distrito da Guarda
 Floresta Laurissilva da Ilha da Madeira
(1999) - Ilha da Madeira, Madeira
 Centro Histórico de Guimarães (2001)
- Guimarães
 Região Vinhateira do Alto Douro
(2001) - Nordeste de Portugal
 Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico (2004) - Ilha do Pico, Açores
 Cidade Fronteiriça e de Guarnição de Elvas e as suas Fortificações (2012) - Elvas
 Universidade de Coimbra, Alta e Sofia (2013) - Coimbra

PROPOSTA DE ATIVIDADE
1.1. Identifique, ilustrando, os equipamentos culturais existentes na sua localidade (ou outra
com a qual tenha algum tipo de ligação). Caracterize-os, indicando, por exemplo, data da sua
construção, localização, objetivos, atividades desenvolvidas, funções, horário, preço, entre
outros aspetos;
1.2. Identifique, ilustrando, património cultural característico da sua localidade. Proceda do
mesmo modo que na questão anterior, caracterizando o património indicado.
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2. AMBIENTES RURAIS E AMBIENTES URBANOS

Anoitecer

É a hora em que o sino toca,


mas aqui não há sinos:
há somente buzinas, 14
sirenes roucas, apitos
aflitos, pungentes, trágicos,
uivando escuro segredo;
desta hora tenho medo.

É a hora em que o pássaro volta,


mas de há muito não há pássaros;
só multidões compactas
escorrendo exaustas
como espesso óleo
que impregna o lajedo;
desta hora tenho medo.

É a hora do descanso
mas o descanso vem tarde,
o corpo não pede sono,
depois de tanto rodar;
pede paz - morte - mergulho
no poço mais ermo e quedo;
desta hora tenho medo.

Hora de delicadeza,
Gasalho, sombra, silêncio.
Haverá disso no mundo?
É antes a hora dos corvos,
bicando em mim, meu passado,
meu futuro, meu degredo;
desta hora, sim, tenho medo.

Carlos Drummond de Andrade

ATIVIDADE

De acordo com a sua análise do poema, complete as frases que se seguem:


1. Neste poema de Carlos Drummond de Andrade, transparece a oposição entre
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2. Esta contraposição é feita entre elementos típicos e simbólicos da realidade rural, como por
exemplo _____________________________________________ e componentes e símbolos
característicos do panorama urbano, como por exemplo
_________________________________________________________________________________.
3. A par da temática do poema já identificada, existe outra bem patente, trata-se
____________________________________.
4. O poema é constituído por ________ versos e _________ estrofes. Cada estrofe é designada por
_________________, uma vez que todas são constituídas por ________ versos. 15

5. Selecione uma estrofe à sua escolha e explique, por palavras suas, o seu significado.
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6. Procure preencher o quadro que se segue, indicando algumas características que possam
distinguir o meio rural do urbano.

Caracterização do ambiente rural Caracterização do ambiente urbano


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7. Considere uma das citações que se seguem e interprete-a.

«Deus fez o campo e o Homem fez a cidade»


William Cowper, The Task

«Os sentimentos mais genuinamente humanos logo se desumanizam na cidade»


Eça de Queiroz, A cidade e as serras

«Gostava de estar no campo para poder gostar de estar na cidade»


Fernando Pessoa, Livro do desassossego
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COMO EVOLUÍRAM AS CIDADES?

Durante muitos anos, o predomínio da população que habitava no espaço rural,


relativamente àquela que vivia nos aglomerados urbanos, era tão acentuado que retirava todo o
sentido à distinção entre estes dois tipos de espaços.

 As primeiras cidades localizaram-se no Médio Oriente, junto aos principais rios (Tigre,
Eufrates e Nilo) e ainda não
17
contrastavam muito com o
espaço rural envolvente;
destacavam-se apenas pela
concentração populacional e por
serem centros de poder e de
decisão.

 No território europeu, a primeira civilização de destaque foi a grega, cujos registos das
cidades-Estado remontam aos séculos VIII a VI a.C.. As cidades gregas eram centros
comerciais, religiosos, políticos e artísticos,
com autonomia organizacional em relação às
demais. As cidades gregas mais conhecidas
foram Atenas e Esparta, que durante séculos
dominaram o comércio no Mar Egeu e em
parte do Mediterrâneo, deixando também
como importante legado aspetos filosóficos,
políticos (democracia), jurídicos, militares e artísticos que até hoje são perceptíveis.
 Entretanto, o caso de maior notoriedade de uma
cidade da Antiguidade é Roma. Do mito do
surgimento da cidade, a partir dos irmãos gémeos
alimentados por uma loba, formou-se o maior
império do período, cuja capital era Roma. A partir
da República, os romanos expandiram-se por toda a
Europa e grande parte da Ásia, dominando
económica, militar e culturalmente por séculos essas regiões. A civilização romana foi
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aquela que mais impulsionou o crescimento das cidades através da construção de ruas
pavimentadas, de aquedutos, de balneários, etc. No entanto, apenas no centro das cidades
as marcas urbanas eram mais evidentes, sendo que a presença de elementos rurais no
espaço da cidade era ainda uma realidade.
 Curiosamente, é a partir do declínio do
Império Romano que se vê a perda de
importância das cidades no ocidente
europeu. Com as invasões dos povos 18

bárbaros e a destruição que inicialmente


acarretaram, os habitantes destes locais
viram-se forçados a irem para o campo
atrás de refúgio e segurança em terras de latifundiários.
Da criação de comunidades nestes latifúndios verificou-se
a formação dos feudos, que deram o caráter rural ao
período medieval. Na época medieval, houve a
concentração de populações em fortalezas e castelos e as
cidades ficavam dentro das muralhas e em locais altos
para defesa dos ataques inimigos. As muralhas funcionavam como limite claro entre a
cidade e o espaço rural envolvente
 O Renascimento trouxe a valorização das cidades,
com a reanimação do comércio e a construção de
edifícios monumentais. É neste período que muitas
cidades, em especial na Europa, se vão desenvolver
em dimensão e número de habitantes.
 A Revolução Industrial, que ocorreu a partir do século
XVIII, foi responsável pelo grande crescimento urbano,
ou urbanização, que originou a formação de novos e grandes aglomerados urbanos –
Revolução Urbana.
A oferta de emprego na indústria desencadeou o êxodo rural e o crescimento das cidades
particularmente as que se situavam na Europa e na América do Norte.

Com o desenvolvimento dos transportes urbanos (comboio e automóvel), estes aglomerados


urbanos foram, por sua vez, conquistando espaço às áreas rurais, tornando-se cada vez menos
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visível a fronteira entre o espaço urbano e o espaço rural. Surgiram, então, as áreas
suburbanas, as áreas situadas em torno das cidades, mas dependentes destas em vários
aspetos, nomeadamente, o emprego.

O desenvolvimento verificado durante o capitalismo criou metrópoles e megalópoles, sendo as


primeiras grandes cidades de importância nacional e regional, e as segundas, espaços de união de
metrópoles. No ano 2000 metade da população mundial vivia em cidades, e a ONU projeta para o
ano de 2050 a existência de dois terços de população urbana. 19

ATIVIDADE

1 – Das seguintes afirmações, destaque a correcta, assinalando-a com uma cruz (X).

1.1 – As cidades da Antiguidade localizavam-se próximo:

 dos grandes rios.


 das altas montanhas.
 das minas de carvão.

1.2 – A expansão do fenómeno urbano (em número de habitantes e em área) é uma das principais
características do império:

 Muçulmano.
 Romano.
 Egípcio.

1.3 – O desenvolvimento urbano do período medieval foi:

 elevado.
 moderado.
 não se desenvolveu (retrocesso).

1.4 – O acontecimento histórico que esteve na base do grande crescimento populacional das
cidades foi:

 a descoberta da roda.
 a Revolução industrial.
 a explosão demográfica.

1.5 – O desenvolvimento dos transportes permitiu uma maior distância no percurso casa-trabalho-
casa, que grande parte da população urbana realiza diariamente. Este movimento designa-se
por:

 êxodo rural.
 êxodo urbano.
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 migração pendular.

1.6 – O êxodo rural caracteriza-se por:

 movimento diário da população entre o campo e a cidade.


 deslocação definitiva da cidade para o campo.
 deslocação definitiva das áreas rurais para as áreas urbanas.

O QUE É UMA CIDADE? 20

CIDADE - Povoação que corresponde a uma categoria administrativa (em Portugal, superior a vila),
geralmente caracterizada por um número elevado de habitantes, por elevada densidade
populacional e por determinadas infra-estruturas, cuja maioria da população trabalha na indústria
ou nos serviços

"cidade", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

Delimitar uma cidade constitui uma tarefa complexa, pois CONDIÇÕES PARA UMA LOCALIDADE SER
ELEVADA À CATEGORIA DE CIDADE EM
envolve várias componentes e pode assentar em diversos PORTUGAL (LEI N.º 11/82 DE 2 DE JUNHO)
critérios: Uma vila para ser elevada a cidade
necessita de um número superior a 8000
eleitores em aglomerado populacional
contínuo e, pelo menos, metade dos
 Demográfico ou de mínimos populacionais, é o
seguintes equipamentos colectivos:
critério mais geral e de mais fácil utilização, pois
- Instalações hospitalares com serviço de
baseia-se no número de habitantes. Considera-se permanência;
- Farmácias;
que uma cidade possui sempre mais habitantes que - Corporação de bombeiros;
- Casa de espectáculos e centro cultural:
uma vila ou uma aldeia. - Museu e biblioteca;
- Instalações de hotelaria;
 O administrativo e político (histórico) é o critério Estabelecimento de ensino preparatório e
secundário;
aplicado a certos povoamentos, por terem - Estabelecimento de ensino pré-primário e
infantários;
capacidade de decisão, por serem capital regional - Transportes públicos, urbanos e suburbanos;
- Parques ou jardins públicos.
ou distrital, ou por terem beneficiado desse Importantes razões de natureza
histórica, cultural e arquitectónica poderão
estatuto através de forais ou concessões régias. No justificar uma ponderação diferente dos
requisitos enumerados anteriormente.
nosso país, Miranda do Douro ou Pinhel são
Diário da República, 1." série 2 de Junho de 1982
exemplos de cidades baseadas neste critério. (adaptado)
 o funcional, baseia-se no predomínio de
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actividades económicas não agrícolas, nomeadamente a indústria e, sobretudo, os serviços.


 O paisagístico/arquitectónico prende-se com as características do espaço edificado: a
cidade deve ser um aglomerado contínuo, além de se distinguir da paisagem rural.
 O modo de vida baseia-se no vestuário, nos ritmos de vida e nos comportamentos sociais
característicos de quem vive nas cidades.

ATIVIDADE
21
1 - Leia com atenção os textos seguintes.

TEXTO 1 TEXTO 2

Em França, denomina-se cidade Uma cidade é um lugar central para uma


qualquer aglomerado com mais de 2000 região mais ou menos extensa. Os seus
habitantes. habitantes trabalham quase exclusivamente, nos
Na Áustria, são precisos 5000 e, na sectores secundário e terciário.
Islândia, apenas 300.
V. PREVOT, La Nature et les hommes.
MAX DERREAU, Geografia Humana II (adaptado)

TEXTO 3 TEXTO 4

Uma localidade, para ascender a cidade, A cidade define-se pelo seu aspecto
em Portugal, precisa de possuir mais de 8000 exterior, por uma paisagem urbana, que não é
eleitores em aglomerado populacional contínuo. uniforme, mas que se define pela oposição ao
campo circundante, aqui pela existência de
Lei 11782 de 2 de Junho monumentos, de edifícios altos, de automóveis
(…).
MAX DERREAU

1.1 – Identifique o tipo de critério de cada texto:


Texto 1:
__________________________________________________________________________
Texto 2:
___________________________________________________________________________
Texto 3:
___________________________________________________________________________
Texto 4:
___________________________________________________________________________

1.2 - Refira aquele que te parece o mais adequado. Justifique.


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_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

2 – Com base na Lei n.º 11/82, explique por que razão V. N. Gaia é considerada cidade.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ 22

_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
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3. FOMENTO, OPORTUNIDADE E MOBILIDADE LABORAIS ALIADOS À VALORIZAÇÃO DO


PATROMÓNIO RURAL E URBANO

Conceito de Turismo
Actualmente, o turismo é uma das actividades em maior
crescimento no mundo. O avanço tecnológico dos meios de
transporte, o aumento do poder de compra, a acessibilidade de
custos para viajar, como também a diminuição do horário de 23
trabalho e o aumento das horas de lazer são apenas alguns dos
factores que explicam o extraordinário crescimento das
actividades turísticas no mundo.
Embora não haja uma definição única do que seja Turismo, as
Recomendações da Organização Mundial de Turismo/Nações Unidas, definem o de turismo como:
"as atividades que as pessoas realizam durante as suas viagens e permanência em lugares
distintos dos que vivem, por um período de tempo inferior a um ano consecutivo, com fins
de lazer, negócios e outros.”
Como tal, designa-se por “turista” o visitante que se desloca voluntariamente por período de
tempo igual ou superior a 24 horas para um local diferente da sua residência e do seu trabalho, sem
que tenha por motivação a obtenção de lucro.
O conceito de turismo está cada vez mais vasto, abrangendo novas e diferentes áreas de
atenção e fruição. Entre estas destacam-se:
 Turismo urbano
 Turismo de rural
 Turismo de habitação
 Turismo cultural
 Turismo de aventura

Turismo Urbano
• O turismo urbano caracteriza-se por corresponder ao
turismo efetuado em espaços urbanos.
• É sempre orientado para o contacto com as vivências
nesses espaços urbanizados e, em particular, para o
seu património histórico, cultural e artístico.
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• Pode ser definido como a aglomeração de diversas atividades que uma cidade tem para
oferecer e que resulta de um afluxo de turistas.
O turista urbano inclui vários tipos de turistas, como participantes em congressos e eventos
profissionais, culturais e desportistas, apreciadores de edifícios históricos, viajantes a negócios,
assim como pessoas que visitam familiares/amigos.

Turismo rural
• É uma modalidade do turismo cujo objetivo é apresentar 24

como atrações fundamentais as plantações e culturas,


nomeadamente nas áreas do agronegócio.
• Pode também implicar o comprometimento com as
atividades agropecuárias, com a valorização do património
cultural e natural, bem como outros elementos da oferta
turística no meio rural. Assim, este turismo deve contemplar com a maior autenticidade
possível os produtos e práticas regionais (como o folclore, os trabalhos manuais, a
gastronomia…), e primar pela conservação do ambiente natural.
• As actividades turísticas no meio rural incluem serviços como:
 hospedagem
 alimentação
 receção e visita às propriedades rurais
 recreação, entretenimento e atividades pedagógicas vinculadas ao contexto
rural
 outras actividades complementares, desde que praticadas no meio rural, que
existam em função do turismo ou que se constituam como motivo da visita.

Turismo de Habitação
• Corresponde a um serviço de alojamento
prestado em casas antigas particulares
que, pelo seu valor arquitectónico,
histórico ou artístico são representativas
de uma determinada época, sendo
exploradas pelos proprietários do imóvel e
nele residentes. O elemento significativo
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deste tipo de turismo é que, muitas vezes, as famílias ainda vivem nas casas, dando ao
turista uma visão mais profunda dos costumes e modos de vida locais.
• Apresenta como conceito geral preservar as casas, a tradição, a cultura, a arquitectura (quer
clássica, quer rústica) e os modos de vida tradicionais.
As casas devem integrar-se nos estilos arquitectónicos típicos locais, e os proprietários devem
estar disponíveis para contar a história local, bem como a história da casa; e dar informações
sobre a gastronomia local, festas, artesanato, tradições e locais de interesse próximos.
São características fundamentais para o exercício do turismo de habitação: 25

 O estilo arquitectónico do edifício e a sua localização;


 Decoração interior, mobiliário e preservação;
 Valor histórico da casa;
 Infra-estruturas/facilidades, ex.: piscinas, courts de ténis, golfe, pesca, etc.
 Proprietários afáveis: conhecimentos locais, de línguas…
 Atmosfera, hospitalidade, tranquilidade;
 Serviço: pessoal bem treinado;
 Qualidade: refeições bem apresentadas, mudança diária de lençóis, toalhas...

Turismo Cultural
• Está centrado na apreciação do património histórico-cultural e artístico de uma determinada
região e inclui áreas muito diversas, tais como, arte, arqueologia, etnologia, património
monumental e edificado, gastronomia, festas, usos e costumes, património natural e
agrícola, cultura oral….
• Têm sido desenvolvidas localmente
pelo poder político novas ofertas de
lazer que passam, na sua maioria,
pela criação de pequenos núcleos
museológicos e/ou museus, pela
abertura de galerias de exposições
temporárias e pela valorização do
património arqueológico e etnográfico (com o restauro e de sítios arqueológicos e
etnográficos, tais como, moinhos, lagares, forjas e olarias...)
Na implementação de um turismo cultural as visitas a museus, exposições temporárias, sítios
arqueológicos e unidades etnográficas devem ser um complemento ao contacto direto com o
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meio envolvente e com a população local, que é a principal detentora dos usos, costumes e
tradições.

• A Convenção para a Protecção do Património Mundial, Cultural e Natural, aprovada pela


UNESCO em 1972, estabeleceu um sistema de protecção mundial do património cultural e
natural de valor universal excepcional.
• Vantagens de preservação do património arquitectónico:
• Ajudar a encontrar novos usos para os edifícios do passado; 26

• Gerar um ambiente de tolerância e compreensão entre os povos pois, ao


permitir aos visitantes a descoberta de novas culturas e religiões, favorece o
respeito por essas realidades;
• A criação, nas comunidades de acolhimento, de um sentimento de orgulho
pelo seu património, o qual espelha a sua identidade;
• A valorização económica dos locais de visita, através da dinamização do
comércio e dos serviços, criando emprego e riqueza.

Turismo de aventura

• A palavra aventura — do latim adventurus ("o que advirá") - remete para algo diferente,
para o desafio, e para um certo risco capaz de proporcionar a sensação de prazer, liberdade
e superação pessoal, que varia de acordo com a expetativa de cada pessoa e com o nível de
dificuldade de cada atividade.
• O Turismo de aventura compreende então o
movimento de turistas para a prática de
actividades de aventura de carácter
recreativo, podendo ocorrer em qualquer
espaço: natural, construído, rural, urbano,
estabelecido como área protegida ou não.
• Algumas actividades relacionadas:
– Rafting, rapel, mountain bike, montanhismo, mergulho autónomo, mergulho de
apneia, moto4, arborismo, exploração de cavernas, entre outras actividades.
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Técnico de turismo: profissional que organiza e promove a venda e a prestação de serviços turísticos.
Guia-intérprete: profissional que acompanha turistas em visitas a locais de interesse turístico (museus,
palácios, monumentos nacionais, etc.), zelando pelo seu bem-estar.
Correio de turismo: profissional que trabalha como representante das organizações que promovem serviços
turísticos. Este tem de assegurar que o programa elaborado pela agência de viagens corre como previsto,
27
atendendo sempre aos clientes.

ATIVIDADE

2. Redija um artigo de opinião acerca do turismo em Portugal, tendo em conta os seguintes


aspectos. (não tem necessariamente que respeitar esta ordem)
O Turismo em Portugal é de qualidade? É barato? Tem sido feito um investimento nesta área
(requalificação urbana e rural; acessos rodoviários; viagens aéreas; qualificação dos trabalhadores
hoteleiros; legislação)?
O que é preciso mudar?
Explique de que forma o desenvolvimento da atividade cultural contribui para o crescimento
económico de uma região.
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3. Legende os símbolos de indicações turísticas e culturais que se seguem.

a) Símbolos de indicações turísticas

28

b) Símbolos de indicações culturais


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4. PREVENÇÃO RODOVIÁRIA

Prevenção Rodoviária Portuguesa

História:
A Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP) foi fundada em 1965, pelo Lyon Club de Lisboa,
como uma associação portuguesa sem fins lucrativos e com o objectivo de prevenir os
29
acidentes rodoviários e as suas consequências.
Em 1966, é reconhecida pelo Governo como instituição de utilidade pública.
Já nessa altura, a elevada sinistralidade rodoviária preocupava alguns dos sectores da
sociedade e ao Lyon Clube de Lisboa sensibilizou-o, em particular, as crianças vítimas deste
flagelo.
A PRP começa por ser uma pequena associação com apenas seis funcionários que se vai
implementando. Desde o início que uma suas preocupações são as crianças e os jovens.
Assim, nascem as Escolas Móveis de Trânsito que se deslocam às escolas de todo o país dando
formação aos alunos.
Actualmente a PRP é uma associação de referência a nível nacional sem fins lucrativos, com o
objectivo de prevenir os acidentes rodoviários
e as suas consequências, tendo alargado a sua
acção, para além da educação e
sensibilização, à formação nas várias
vertentes quer de professores quer de jovens
quer de técnicos ligados à construção,
sinalização e conservação dos diversos tipos
de vias.

Objetivos:

A Prevenção Rodoviária Portuguesa tem por objectivo a prevenção dos acidentes rodoviários e a
redução das suas consequências.

Para a prossecução dos seus objectivos, compete à PRP nomeadamente:

a) Promover acções de desenvolvimento da educação rodoviária


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b) Coligir, sistematizar e analisar os dados disponíveis referentes ao trânsito rodoviário, não só no


que se refere ao fenómeno em si, mas também aos múltiplos aspectos sociais que o determinam e
condicionam, e bem assim diligenciar para que sejam criadas condições que permitam a obtenção
de novos elementos de informação com vista a facultar um conhecimento tão próximo da realidade
quanto possível

c) Elaborar, tendo em conta os conhecimentos obtidos através da análise da situação, um programa


de segurança rodoviária, atendendo aos vários níveis em que se insere e aos vários aspectos de que 30
se reveste

d) Elaborar estudos específicos, quer por iniciativa própria, quer por solicitação de outrém,
recorrendo a colaboração externa quando tal se torne necessário ou por qualquer motivo se
justifique, sob os diversos aspectos do trânsito rodoviário especialmente aqueles que assumem
maior importância para a segurança

e) Promover a preparação, aperfeiçoamento e actualização de técnicos de segurança rodoviária nas


técnicas mais modernas, através de cursos e seminários, de modo a satisfazer as necessidades
específicas no sector nos seus múltiplos aspectos.

f) Conceber, executar, colaborar na execução e por todas as formas fomentar as acções tendentes a
evitar acidentes rodoviários e a reduzir a gravidade das suas consequências, nomeadamente no
âmbito da formação e informação dos utentes, do ordenamento do trânsito e da promoção da
melhoria das condições da segurança da infra-estrutura, dos equipamentos e dos veículos, tendo
sempre em conta a investigação prévia e a avaliação da eficácia.

g) Conceber, planificar e realizar campanhas de informação e divulgação tendentes a dar a


conhecer, nomeadamente a peões e condutores, recomendações e a fazer chamadas de atenção
para pontos específicos do comportamento na estrada;

h) Promover, em colaboração com entidades ligadas ao sector automóvel, acções de formação


sobre técnicas e regras de condução, designadamente dirigidas a jovens, bem como organizar
acções específicas de formação recorrente para condutores idosos ou que tenham estado
envolvidos em sucessivos acidentes.
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ATIVIDADE:
Após a leitura do texto, indique 10 principais causas dos acidentes rodoviários e proponha 10
medidas que para os evitar/prevenir.

Principais causas dos acidentes: Principais medidas para evitar/prevenir os


acidentes:

31

Descodificação de folhetos informativos e cartazes ligados à prevenção rodoviária.

CARTAZES
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32

PANFLETOS

Um panfleto do ACP, dos anos 50, sobre as regras a serem seguidas por peões.
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33

Autoridade nacional de segurança rodoviária lança campanha de prevenção da sinistralidade


rodoviária
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35

ATIVIDADE:
1. As estatísticas mostram que muitos dos acidentes que envolvem crianças ocorrem nos percursos
diários, como o caminho de ida e volta da escola.
Em 2011, de acordo com dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, 2950 crianças
foram vítimas de acidentes rodoviários em Portugal, das quais 60% na condição de passageiras em
veículos ligeiros e 30% na condição de peões.
Para que as crianças tomem consciência dos perigos que enfrentam quando circulam na via pública
e saibam qual o melhor comportamento a adotar, propõe-se a realização de um panfleto de
sensibilização alusivo ao tema:
“A caminho da escola em segurança”

2. Tendo em conta uma das causas dos acidentes rodoviários (excesso de velocidade, falta de
descanso, consumo de álcool, …) elabore um cartaz de sensibilização, de acordo com as regras
estudadas para a elaboração dos mesmos.
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5. FLUXOS MIGRATÓRIOS

5.1 - Causas e consequências económicas, políticas e culturais dos fenómenos de migração, emigração,
imigração e êxodo

O SER HUMANO tem a possibilidade de decidir, de se deslocar, de concretizar os seus projectos. Isto
explica que tenha concebido a ideia de ENCONTAR NOUTRO LOCAL O QUE LHE FALTA”.
Adaptado da revista “Visão” (Maio de 2000)

EMIGRAÇÃO – movimento de saída de um indivíduo do seu país de origem, para se instalar num país 36
estrangeiro.
IMIGRAÇÃO – movimento de entrada de um indivíduo num país estrangeiro.

CAUSAS
DAS
MIGRAÇÕES

NATURAIS ECONÓMICAS POLÍTICAS BÉLICAS ÉTNICAS RELIGIOSAS

NATURAIS: A ocorrência de catástrofes naturais, como, por exemplo, sismos, vulcões, inundações
ou secas prolongadas, podem ser factor de abandono de determinadas áreas, provocando
movimentos migratórios.
São disso exemplo a saída de muitos açorianos para os EUA e Canadá, nos anos posteriores à
erupção dos Capelinhos (1957), ou a deslocação de milhões de africanos e sul-americanos que, para
fugir às secas prolongadas, foram obrigados a procurar novas paragens.

ECONÓMICAS: Os maiores contingentes migratórios devem-se essencialmente a razões de ordem


económica. Regra geral, a forte pressão demográfica que se faz sentir particularmente nas áreas de
menor desenvolvimento conduz a taxas de desemprego elevadas e a trabalhos mal remunerados, o
que contribui, de forma decisiva, para que as pessoas abandonem estas áreas e procurem outras,
onde as condições de vida sejam mais favoráveis.
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Como exemplo desta situação, foi a deslocação de muitos portugueses para França, Alemanha e
outros países da Europa, após a II Guerra Mundial, ou a entrada de africanos na Europa ou, ainda, a
entrada de indivíduos de Leste no nosso país, à procura de melhores condições económicas.

POLÍTICAS: A inexistência de liberdade e a repressão de alguns regimes políticos podem provocar a


migração de pessoas para áreas onde a democracia e as liberdades fundamentais sejam
respeitadas. É o caso de muitos cubanos que abandonam o seu país e se refugiam nos EUA.
37

BÉLICAS: A existência de conflitos armados e guerras civis que provocam a deslocação de pessoas. É
o caso da guerra existente no Sudão há três anos que já provocou dois milhões de deslocados.

ÉTNICAS: As rivalidades étnicas são outra das causas do movimento de populações, sobretudo das
minorias ou das comunidades mais fracas, pois são frequentemente expulsas dos locais onde
habitam. Como exemplo deste tipo de situação temos as perseguições movidas durante o recente
conflito na ex-Jugoslávia.

RELIGIOSAS: Há áreas onde a perseguição religiosa é uma realidade, provocando grandes


movimentos migratórios. A motivação do povo judeu, devido às perseguições de que foram alvo
durante a II Guerra Mundial, constitui um dos melhores exemplos.

Consequências:

OS MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS PROVOCAM, TANTO NAS ÁREAS DE PARTIDA COMO NAS ÁREAS
DE DESTINO, UMA SÉRIE DE ALTERAÇÕES.
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