Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CARNE BOVINA:
EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO, DAS EXPORTAÇÕES E FATORES QUE LEVARAM
O BRASIL A SER O MAIOR EXPORTADOR MUNDIAL
Ijuí,
2014
2
CARNE BOVINA:
EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO, DAS EXPORTAÇÕES E FATORES QUE LEVARAM
O BRASIL A SER O MAIOR EXPORTADOR MUNDIAL
Ijuí,
2014
3
Agradecimentos
Ao meu Pai João Adelto e minha mãe Valquiria pelo apoio, incentivo,
confiança e carinho. Vocês são meu alicerce.
RESUMO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Lista de tabelas:
Tabela 1. Consumo per capita mundial de carne bovina (Kg/ pessoa/ ano).............................28
Tabela 2. Rebanho bovino brasileiro (Milhares de cabeças)....................................................33
Tabela 3: Rebanho bovino por regiões brasileiras (Cabeças)...................................................34
Tabela 4: Pastagens de inverno no Brasil (Cabeças)................................................................35
Tabela 5: Confinamento no Brasil (Cabeças)...........................................................................37
Tabela 6: Semi-confinamentos no Brasil (Cabeças).................................................................38
Tabela 7: Produção de carne bovina brasileira (Mil toneladas de equivalente- carcaça).........40
Tabela 8: Produção de carne bovina por regiões brasileiras (Toneladas Equivalente-
carcaça).....................................................................................................................................40
Tabela 9: Abate de gado bovino no Brasil (Milhares de cabeças)............................................42
Tabela 10: Abates de bovinos por regiões brasileiras (Cabeças)..............................................43
Tabela 11: Consumo per capita no Brasil de carne bovina (KG/ pessoa/ano)..........................43
Tabela 12: Exportações brasileiras de carne bovina (Mil toneladas equivalente- carcaça)......45
Tabela 13: Exportações brasileiras de carne bovina (Equivalente- carcaça)............................48
Tabela 14: Exportações brasileiras de carne bovina industrializada por destino......................51
Tabela 15: Exportações brasileiras de carne bovina industrializada por destino......................52
Tabela 16: Exportações brasileiras de carne bovina “in natura” por destino............................54
Tabela 17: Exportações brasileiras de carne bovina “in natura” por destino............................55
Tabela 18: Exportações brasileiras de carne bovina na Balança Comercial do Brasil.............56
6
Lista de gráficos:
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................9
1.CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO..............................................................................10
1.1. Delimitação do tema..........................................................................................................10
1.1.2 Problema..........................................................................................................................10
1.2 Objetivos.............................................................................................................................11
1.2.1 Objetivo geral...................................................................................................................11
1.2.2 Objetivos específicos.......................................................................................................11
1.3 Justificativa.........................................................................................................................11
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................................12
2.1 Conceitos de Economia internacional.................................................................................12
2.2 Políticas comerciais.............................................................................................................13
2.3 Produção e rebanho bovino brasileiro.................................................................................13
2.4 Produção e rebanho por regiões brasileiras.........................................................................15
2.5 Abates de bovinos no Brasil em relação a países concorrentes..........................................15
2.6 O volume de exportações brasileiras de carne bovina em relação a países
concorrentes..............................................................................................................................15
2.7 Balanço das exportações e importações brasileiras de carne bovina................................16
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...........................................................................17
3.1 Tipo de Pesquisa.................................................................................................................17
3.2 Coleta de dados...................................................................................................................17
4 DIAGNÓSTICO E RESULTADOS......................................................................................18
4.1 Algumas políticas comerciais praticadas sobre a carne bovina brasileira..........................18
4.2 O mercado da carne bovina.................................................................................................19
4.2.1 Rebanhos mundiais de gado bovino.................................................................................20
4.2.2 Produção mundial de carne bovina..................................................................................22
4.2.3 Abates mundiais de gado bovino.....................................................................................25
4.2.4 Consumo mundial de carne bovina..................................................................................28
4.2.5 Exportações mundiais de carne bovina............................................................................29
8
INTRODUÇÃO
A carne bovina brasileira, além de ter um consumo interno expressivo, ganhou força
no mercado internacional com o aumento contínuo das exportações, apresentando no decorrer
dos anos um crescimento na produção para atender a demanda deste mercado.
O produto ganhou mercado por possuir alguns atributos que o tornam mais favorável
ao consumo, como por exemplo, a alimentação com pasto natural e também por ganhar maior
produtividade por não depender de confinamento, ao contrário de muitos países produtores.
Esses fatores, aliado ao aumento da demanda internacional, o crescimento de mercados
emergentes, aquecimento do mercado interno e ciclo pecuário favorável consolida o Brasil no
cenário mundial.
1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO
A carne bovina assumiu relevante importância nas exportações brasileiras a partir dos
anos de 1990. Assim, o tema ora estudado leva em consideração a evolução da produção, das
exportações e fatores que levara o Brasil a ser o Maior exportador mundial de carne bovina.
Serão analisados dados em volume e valor no período de 1988 a 2013 para se verificar a
evolução da produção e da exportação da mesma, buscando destacar o momento em que as
exportações assumiram um caráter decisivo na economia nacional, assim como destacar as
regiões brasileiras que contribuem para as exportações e os principais países importadores do
produto brasileiro.
1.1.2 Problema
A produção de carne bovina no Brasil, entre 1990 e 2007, praticamente dobrou. Essa
realidade teria levado o Brasil a se tornar o maior exportador mundial do produto.
O desafio brasileiro hoje é manter sua liderança mundial no setor, assim como ampliar
o seu mercado externo. Aspectos do comércio exterior, o ambiente institucional, a evolução
macroeconômica, a inspeção, fiscalizações sanitárias, legislações, disponibilidade e
confiabilidade de dados e informações, sistemas de inovações, mecanismos de rastreabilidade
e certificação, são alguns dos fatores que ganharam relevância nos últimos anos em busca de
uma consolidação nacional no mercado exportador de carne bovina.
Nesse sentido, o presente estudo busca responder ao seguinte problema: como se deu a
evolução da produção e exportação da carne bovina brasileira, no período considerado, e
quais os seus principais mercados?
11
1.2 Objetivos
Detectar quais são as principais regiões brasileiras que contribuem nas exportações de
carne bovina;
Verificar quais são os principais mercados externos da carne bovina brasileira e como
os mesmos evoluíram com sua demanda no período considerado.
1.3 Justificativa
A carne bovina brasileira ganhou mercado por possuir alguns atributos que a tornam
mais favorável ao consumo, como por exemplo, a alimentação do gado com pasto natural e
também por uma maior produtividade por não depender de confinamento, ao invés de muitos
países produtores, assim atingindo uma qualidade maior e com menos riscos a doenças.
O interesse pela investigação desse estudo está em função dos benefícios que a
exportação de carne bovina oferece para o Brasil.
12
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A economia internacional, não é apenas trocas de bens e serviços. Para Maia (2007) a
economia internacional considera as exportações e importações, os serviços, transferências de
rendas e unilaterais, como também, os movimentos de capitais. “Não só o comércio se tornou
internacional. Também outros atos humanos, relacionados com a atividade econômica, não
respeitaram as fronteiras nacionais formando um conjunto de atividades que constituem a
Economia Internacional” (MAIA, 2007, p. 4).
Carvalho e Silva (2007, p. 55, 56), abordam a tarifa que é um imposto sobre
importações, cobrado quando a mercadoria entra no país. Podendo ser específico, ad valorem
ou misto. Atualmente a mais usual é a cobrança ad valorem, o imposto é calculado por uma
porcentagem do preço do produto, como por exemplo, a TEC (Tarifa Externa Comum). Para o
sistema misto a cobrança é feita sobre a quantidade do produto que será importado, e ainda é
cobrado um percentual sobre seu preço. A tarifa especifica é fixada por unidade ou quantidade
do bem importado, é umas das preferidas pelos países, por ser de fácil administração.
Segundo Carvalho e Silva (2007, p. 66), o subsídio pode ser concedido por meio de
pagamentos em dinheiro, redução de impostos e ainda por financiamentos a taxas de juros
inferiores a do mercado.
Ainda Carvalho e Silva (2007, p. 70 a 73), as quotas de importação que são restrições
quantitativas impostas sobre o volume ou ainda sobre o valor das importações. Países podem
fixar acordos ou por decisão unilateral. Outras formas de intervenção no comércio são:
Controles Cambiais, Monopólio Estatal, Leis de Compras de Produtos Nacionais, Proibição
de Importação, Depósitos Prévio à Importação e ainda Barreiras Não- Tarifárias.
Segundo pesquisas apresentadas pelo site ABIEC o Brasil tem o maior rebanho
comercial do mundo, em torno de 209 milhões de bovinos, a maioria criada no pasto (estima-
se em 3% do total o rebanho terminado em sistema intensivo). Em torno de 20% da sua área é
ocupada por pastagens e possui uma grande variedade climática que reflete na produção.
Segundo ANUALPEC (2013), o gado tratado com pastagem de inverno entre os anos
de 1994 e 2001 era um número significativo, mas nos anos seguintes houve uma queda na
quantidade de gado tratado com pastagens, fechando 2013 em torno de 845 mil cabeças
apenas.
Novas técnicas estão sendo utilizadas pelos criadores para ter uma melhor qualidade
de carne em ambientes rústicos, como cruzamento de raças, entre animais de zebuínos e
europeus, se tem um ganho genético com a combinação das características nobres das raças.
O Brasil vem ganhando espaço nos últimos anos no cenário das exportações de carne
bovina. Ao longo da pesquisa foram analisados alguns fatores, tantos internos como externos,
que levaram o país a ter destaque junto com outros concorrentes no setor exportador de carne
bovina, como por exemplo, países como a Índia, Austrália e Estados Unidos.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Depois de descrita a parte teórica que fundamenta esta pesquisa, parte-se para
definição dos procedimentos metodológicos. Neste item são apresentados os métodos e
recursos utilizados para a realização da coleta de dados e quais os procedimentos que foram
adotados para a realização da pesquisa.
Este item apresenta os procedimentos adotados para fazer a coleta dos dados e quais os
métodos utilizados para conseguir obter os dados necessários.
Os dados utilizados foram materiais bibliográficos, que conforme Pádua (2004, p. 55),
“a pesquisa bibliográfica e fundamentada nos conhecimentos biblioteconomia, documentação
e bibliografia; sua finalidade é colocar o pesquisador em contato com que já se produziu e
registrou a respeito do seu tema de pesquisa”.
4 DIAGNÓSTICO E RESULTADOS
Por sua vez, existe sempre forte preocupação em proteger seus mercados internos
diante da concorrência internacional, fato que leva ao uso de diversas políticas comerciais
protecionistas, eliminando parcialmente o efeito positivo do livre-mercado. Igualmente são
usadas políticas de incentivo às exportações, gerando seguidamente uma competitividade
artificial e tornando o comércio desleal.
Por sua vez, o ano de 1999 foi marcado por mudanças na política cambial (o Real é
fortemente desvalorizado). Este processo foi muito importante, pois tornou os produtos
exportados pelo Brasil mais competitivos no cenário mundial, particularmente a carne bovina.
A carne bovina brasileira também sofreu proibição de importação por alguns países,
como em fevereiro de 2001 por parte do Canadá que alegava que o produto brasileiro poderia
estar contaminado pela EEB como mostra ANUALPEC (2004). Isso causou questionamentos
sobre as condições de sanidade e de segurança do rebanho brasileiro, mas logo foi constatado
19
que o Brasil não apresentava a doença. Aliás, esse fato permitiu ao Brasil mostrar ao mundo
que sua carne era produzida à pasto, criando-se a imagem do “boi verde”, fato que auxiliou
em muito o avanço da carne nacional no mercado internacional.
Pelo lado do auxílio às exportações, uma medida que ajudou às mesmas, segundo
ANUALPEC (2004), foi o desenvolvimento de ações de marketing e promoção junto aos
mercados de destino, sendo criado o selo “Brazilian Beef” com o objetivo de identificar e
reconhecer a carne bovina brasileira pelos importadores (pelas suas qualidades, alimentação a
pasto, segurança alimentar e sanidade).
Enfim, pode- se notar que o país sofreu e ainda sobre com restrições às exportações de
carne bovina. Mas também se verifica que, com o passar dos anos, o Brasil está investindo
mais em programas e ações para garantir um produto com qualidade e segurança , e assim
manter e conquistar mercados importadores pela diferenciação que seu produto oferece.
A Índia apresenta o maior rebanho, mas a maioria dele é composta por bubalinos, já
que por questões religiosas o seu gado bovino não é utilizado para fins comerciais. Levando
em consideração este fato, o Brasil apresenta já neste período o maior rebanho de gado bovino
frente aos demais exportadores de carne bovina.
O rebanho bovino brasileiro evoluiu no decorrer dos anos, atingindo 151,49 milhões
de cabeças de gado no ano de 1992, representando 20% do rebanho mundial. Ainda neste ano
a Índia se manteve com cerca de 36% do rebanho mundial, e os Estados Unidos e a União
Europeia diminuíram seu rebanho. A Argentina tinha 7% do rebanho mundial, Austrália e
México possuíam 4%, Canadá com 2%, Uruguai e Nova Zelândia possuíam 1% do rebanho
cada.
com 299,8 milhões de cabeças de gado. Os Estados Unidos manteve em torno de 13% e a
União Europeia teve perda de seu rebanho fechando o ano com 11%. O rebanho bovino da
Austrália e México diminuiu, e os demais países mantiveram-se estáveis.
Em 2000, como mostra o gráfico 2, o rebanho bovino dos países analisados era
caracterizado por: um aumento no rebanho da Índia com 40% e do Brasil com 21% do
rebanho bovino mundial, já Estados Unidos com 12% e União Europeia com 10%
apresentaram uma diminuição do rebanho. O rebanho da Austrália aumentou sua participação
no contexto mundial, atingindo 4% no período analisado, a Argentina sua participação no
contexto mundial, os demais mantiveram seu percentual anterior.
No ano de 2004 os rebanhos bovinos que ganharam destaque são: o brasileiro que
aumentou em relação a anos anteriores, representando 22% do rebanho mundial; da Índia com
a redução de 37%, Estados Unidos manteve em torno de 12% e a União Europeia voltou a
crescer atingindo 11% do rebanho mundial.
Durante o ano de 2012, o rebanho do Brasil e da Índia aumentaram, com 24% e 39%
sucessivamente. Os rebanhos dos Estados Unidos e da União Europeia diminuíram ainda
Pode-se concluir que o rebanho de gado bovino esta presente em maior quantidade em
três principais países, que são: Índia, Brasil e Estados Unidos, Também ganha destaque o
rebanho da União Europeia.
No ano de 1988 os Estados Unidos possuía o terceiro maior rebanho mundial, mesmo
assim, é o destaque na produção mundial daquele ano, responsável por 33% da produção de
23
carne bovina. A União Europeia com 27% da produção mundial. O Brasil possuía o segundo
maior rebanho bovino, mas tinha 14% da produção mundial, o que mostrava um cenário de
atraso no processo de produção, como falta de investimentos em processos de engorda e
melhoramento genético. Como mostra o gráfico 4.
A Índia que possuía o maior rebanho mundial de gado bovino neste período
apresentava apenas 2% da produção mundial. Argentina com 8%, México e Austrália tinham
5% cada da produção mundial de carne bovina. Canadá com 3%, Nova Zelândia com 2% e
Uruguai com 1% da produção mundial de carne bovina fecham esse cenário.
O cenário mundial dos anos seguintes foi marcado pela evolução contínua da produção
de carne bovina no Brasil, alcançando 19% da produção mundial em 1996. Essa marca foi
alcançada pelo aumento no rebanho de gado bovino, evolução nos processos de confinamento
e semi-confinamentos, maior número de cabeças de gado bovino em processos como estes
para engorda e melhoramentos da carcaça. A Índia também apresentou melhoras, mas fechou
o ano considerado com 3% da produção mundial, uma queda em relação a períodos
anteriores. A produção de carne dos Estados Unidos teve altos e baixos no período
considerado, mesmo assim se manteve como maior produtor, como mostra o gráfico 5.
24
Nos anos seguintes a produção brasileira de carne bovina passou por oscilações, mas
em 2006 passou a ser a segunda maior produtora de carne bovina com 22% da produção
mundial, passando na frente da União Europeia, mas ainda atrás dos Estados Unidos com
29% da produção mundial.
Atualmente, como mostra o gráfico 6, o cenário mundial ainda é caracterizado por três
grandes produtores de carne bovina, sendo os Estados Unidos o maior com 28%, o Brasil
mantendo em segundo lugar com 23% e União Europeia com 18% da produção mundial.
25
Atualmente os Estados Unidos possui o terceiro maior rebanho de gado bovino, mas é
destaque com a maior produção global de carne bovina, isso se deve a técnicas de criação,
como confinamentos, raça do gado, hormônios para crescimento e alimentação.
Como mostra o gráfico 7, a Índia com o maior rebanho de gado bovino é responsável
apenas por apenas 3% do abate mundial, vale lembrar que a maioria do seu rebanho é
composto por bubalinos e o país ainda não era destaque nas exportações de carne bovina.
26
No ano de 2003 o Brasil foi o país com maior índice de abates, responsável por 26%
do total mundial. Neste ano a Índia também aumenta o número de abates, atingindo 10%, o
mesmo ocorrendo com a Nova Zelândia. Como mostra o gráfico 8, os demais países
diminuíram os números de abates mundiais.
27
Em 2013 o cenário de abates de gado bovino é outro, o país que ganha destaque é a
Índia com 21% dos abates mundiais, um aumento significativo em relação aos anos
anteriores. Neste mesmo ano o Brasil continua com o maior índice de abates, os demais
países, com destaque para os Estados Unidos e União Europeia tiveram uma redução nos
abates, como mostra o gráfico 9.
O consumo de carne bovina no Brasil no ano de 1988 era caracterizado por 27,6 Kg/
pessoa/ ano. O maior consumidor de carne bovina é o país Argentino com 72,6 Kg/ pessoa/
ano, seguido pelo Uruguai com 64,9 Kg/ pessoa/ ano, porém estes países não são grandes
exportadores do produto. Austrália e Estados Unidos também se destacaram como grandes
consumidores de carne bovina.
Tabela 1. Consumo per capita mundial de carne bovina (Kg/ pessoa/ ano)
Como mostra a tabela 1, a Índia não é o país que menos consome carne bovina, por
motivos religiosos a maioria dos seus estados proíbe o abate de bovinos. O país permite o
consumo de carne de búfalos, mas com algumas restrições. A Índia mostra uma evolução no
consumo interno de carne bovina desde o ano 1988 até 2013, mas nada muito significante.
Nos Estados Unidos o consumo variou entre 40 e 45 Kg/ pessoa/ ano, e em 2013
atingiu 36,8 Kg/ pessoa/ ano uma queda em relação a anos anteriores da análise. O consumo
interno de carne bovina da Austrália também merece destaque, fechando o ano de 2013 com
35,8 Kg/ pessoa/ ano.
29
O maior consumo interno de carne bovina no Brasil se deu no ano de 1995, com 42,6
Kg/ pessoa/ ano. Nos demais anos analisados o consumo oscilou entre 20 a 43 kg/ pessoa/
ano. O país em 2013 apresenta o segundo maior consumo interno em relação aos demais
países, com 39,1 kg/ pessoa/ ano.
O consumo de carne bovina varia e depende de vários fatores, como por exemplo,
renda, disponibilidade do produto, preço, gosto do consumidor, entre outros.
As exportações de carne bovina (em volume) no ano de 1988, como mostra o gráfico
10, destaca quatro grandes exportadores: União Europeia com 25%, Austrália com 23%,
Brasil com 15% e Nova Zelândia com 11% do total. Portanto, o Brasil naquele ano foi o
terceiro maior exportador. A Argentina com 8% das exportações mundiais mostrou um
mercado tímido frente aos quatro maiores exportadores do produto, como também a Índia
com apenas 4% das exportações mundiais.
Nos anos seguintes o cenário das exportações de carne bovina passou por várias
mudanças. As exportações brasileiras tiveram quedas muito relevantes, voltando mostrar uma
recuperação discreta em 1999 com 10% do mercado mundial da carne bovina, um percentual
baixo em relação ao período inicial de análise.
30
Por causa de alguns fatores adversos, como preços das commodities das rações para
engorda como as de milho e soja, uma seca e custo alto para a produção fizeram com que os
Estado Unidos tivessem falta de carne bovina com o preço competitivo, perdendo mercado
para os demais exportadores do produto, segundo ANUALPEC (2004).
31
Ainda, como mostra o gráfico 12, a Austrália, União Europeia e Estados Unidos
tiverem suas exportações reduzidas. Ao contrário da Índia com 10% das exportações
mundiais, um ganho de mercado em relação a períodos anteriores. Segundo ANUALPEC
(2004) a Austrália enfrentou problemas climáticos, como secas que ocorrem desde 1999,
tendo como efeitos a redução do seu rebanho (nos anos 2002 e 2003) e consequentemente
uma redução na quantidade de carne bovina.
A partir de 2007 até 2010 o Brasil foi o país que mais exportou carne bovina. No
entanto em 2011 teve uma queda no volume exportado sendo superando pela Austrália com
19% das exportações contra 18% do Brasil. A Índia merece destaque neste ano, pois
aumentou suas exportações e atingindo também 18% das exportações de carne bovina
(lembrando que a maioria do rebanho comercial da índia era composto por búfalos). E os
Estados Unidos com 17% das exportações mundiais do produto.
32
Este sub-capítulo trata dados sobre rebanho, processos utilizados para engorda do
gado, produção de carne bovina, abates, consumo, as exportações em volume, valores e
destino, como também a importância das exportações de carne bovina na balança comercial
do Brasil.
33
A tabela 2 mostra o rebanho bovino brasileiro desde o ano de 1988 até 2013. Verifica-
se que período que antecede 1990 tem pouca variação no número de cabeças de gado. Em
1990 e 1991 era caracterizado com aproximadamente 150,16 e 152,44 milhões de cabeça de
gado respectivamente.
1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
142.542 145.728 150.159 152.439 151.494 150.509 150.790 155.035 153.863 153.746 156.131 157.693 161.483
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
164.904 168.364 168.119 169.567 172.111 173.830 175.437 179.540 185.159 190.925 197.550 203.715 208.628
A partir do ano de 1992 o rebanho bovino brasileiro começou a decrescer, essa queda
pode ser caracterizada por fatores como, o país apresentava um atraso no processo causando
uma baixa produtividade, perda de rentabilidade, e ainda após vigorar o Plano Real a
rentabilidade agravou-se mais. Também com altos custos de produção, a rentabilidade tornou
a cair, causando venda dos rebanhos pelos criadores. Outro fator foi a seca nordestina nos
anos de 1992 e 1993, que caracterizou mortes de gados, como também a migração de animais
da região. Todos esses fatores causaram queda no rebanho bovino, que fechou o ano de 1994
com 150,79 milhões de cabeça de gado como apresentado na tabela 2 à cima.
Os anos de 1995 a 1996 são caracterizados por queda no ciclo da pecuária, nestes
casos se pode ter mais abates de matrizes que são geralmente causados pela desvalorização de
bezerros, isto leva a uma diminuição na capacidade de novos bezerros, já que as matrizes
estão sendo abatidas ao invés de estar se reproduzindo.
Além disso, o período é composto também pela tendência técnica, abate de animais
precoces, a categoria do gado gordo perdeu espaço para bovinos leves e com menor idade.
Com esta nova técnica a produção de carne aumentou, porém a antecipação do abate causou a
redução do rebanho. Isso mostra o porquê da evolução negativa de 0,76% do ano de 1995
34
para 1996, se mantendo até 1997 como mostra o gráfico 14, que apresenta a evolução do
rebanho bovino desde 1988 até o ano de 2013.
Na tabela 3 a seguir verifica-se o rebanho bovino brasileiro por regiões no ano de 1988
e 2013. São destaques em 1988 a região Centro Oeste e Sudeste.
Ganha destaque no cenário atual da pecuária brasileira a região Centro Oeste com
aproximadamente 61,40 milhões de cabeças, seguida pela região Norte com 41,42 milhões de
cabeças de gado, regiões que obtiveram uma grande evolução no rebanho desde 1988. A
região Sudeste com 34,30 milhões, Nordeste com 32,06 e Sul com 25,67 milhões cabeças de
gado.
O Brasil apresenta algumas vantagens, como aspectos climáticos que facilita a criação
de gado bovino. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de
Carnes (ABIEC, 07.09.2014), as pastagens compõem cerca de 20% da sua área. Além dos
aspectos climáticos, a maioria do rebanho bovino brasileiro é composta por animais de raças
de fácil adaptação ao ambiente e aos processos de produção do país, os principais são animais
de raças zebuínas e raças de origem europeias, sua a alimentação se dá basicamente a pasto e
com algumas suplementações para complemento.
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
425.000 555.000 745.000 895.000 1.135.000 1.390.000 685.000 1.090.000 1.330.000 1.130.000 1.345.000 1.277.000
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
830.000 799.000 - 872.000 849.990 805.001 893.000 806.754 822.943 830.482 833.361 843.225
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.
Vale lembrar que o Brasil conta não apenas com pastagens de inverno, mas também
com pastagens que são para o ano todo.
Nos Estados Unidos, por exemplo, no período de inverno a neve encobre os pastos,
tornando o confinamento uma alternativa para suprir a falta dos pastos e continuar com a
produção bovina. No Brasil isso não acontece, pois as regiões que possuem inverno
disponibilizam pastos que se adaptam ao clima e são de grande importância na produção
bovina.
1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
640.000 935.000 755.000 785.000 825.000 810.000 1.005.000 1.240.000 1.435.000 1.590.000 1.415.000 1.570.000 1.950.000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
1.868.000 1.906.000 2.006.558 - 2.305.000 2.317.999 2.572.984 2.989.008 2.901.734 2.756.201 3.377.311 3.737.862 4.249.650
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.
Ainda na tabela 5, pode verificar uma grande preferência pelo confinamento. No ano
2013 com cerca de 4,25 milhões de cabeça de gado em relação ao ano de 2003 com 2,01
milhões de cabeça de gado, o volume de animais em confinamento dobrou.
terminação, o que proporciona uma melhora no acabamento das carcaças e ainda libera o
pasto mais rápido para novas pastagens e criação de novos bovinos.
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
115.000 175.000 250.000 355.000 515.000 715.000 985.000 1.315.000 1.850.000 1.670.000 2.440.000 2.560.000
2002 2003 2004 2205 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
2.432.000 2.357.000 - 2.481.000 2.365.160 2.504.000 2.804.000 2.533.191 2.583.042 2.564.146 2.653.589 2.730.584
Inclui todas as suplementações de mais de 0,5 kg/ cabeça/ dia de concentrado.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.
Como mostra o gráfico 15, produção de carne bovina no ano de 1990 começa a
crescer, atingindo o ano de 1994 com 5,73 milhões de toneladas equivalente a carcaça.
Verifica-se que neste mesmo perído teve uma aumento do rebanho bovino e principalmente
um ganho na produção através do semi-confinamentos. No ano de 1995 em relação ao ano de
1994 a produção aumentou em 18,2%, e desde então até 2000 cresceu muito pouco.
39
1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
4.407 4.937 5.008 5.481 5.725 5.653 5.725 6.768 6.794 6.413 6.528 6.582 6.567
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
6.911 7.155 7.629 7.975 8.592 9.025 9.303 9.024 8.935 9.115 9.030 9.210 9.600
Ano de 2003 Preliminar.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.
A pecuária brasileira nos últimos anos ganhou novas formas de manejo, teve avanços
sanitários e ainda ganhou mercado internacional. Apresenta uma alta produtividade que está
relacionada com programas de melhorias, como por exemplo, Integração Lavoura- Pecuária-
Florestas- ILPF, mais viável e rápida a engorda do gado.
No Brasil em 2013 a região que se destaca na produção é a região Centro Oeste com
cerca de 2,53 milhões de tonelada equivalente-carcaça. Também nesta região se encontra o
41
maior rebanho brasilerio de bovinos, a seguir vem a região Sudeste com 1,76 milhoes de
toneladas equeivalente a carcaça.
O abate volta a crescer a partir de 2001, tendo destaque para os anos de 2003,
atingindo 40,36 milhões cabeças abatidas, 2006 com 41,23 e 2007 com 42,35 milhões cabeças
abatidas. Conforme tabela 9, nos anos seguintes os abates diminuiram, e em 2013 começou
mostrar uma melhora com 41,06 milhões cabeças de gado abatidas.
42
1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
24.137 23.948 24.160 26.567 28.013 27.828 27.837 36.889 36.711 34.219 34.751 34.925 35.107
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
36.340 37.834 40.358 36.955 39.430 41.225 42.345 40.438 39.466 39.400 39.100 39.785 41.060
Ano de 2003 Preliminar.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.
O consumo interno de carne bovina evoluiu no decorrer dos anos, mas o principal
aumento foi no volume exportado do produto que teve uma evolução contínua até 2007, tanto
o consumo interno como o consumo externo são alguns dos fatores responsáveis pelo
aumento no abate de bovinos para suprir o mercado interno e principalmente o mercado
estorno. Este ano foi o ano que registrou mais abates de gado bovino brasileiro.
A partir de 2008 muitos dos países importadores de carne bovina brasileira reduziram
ou deixaram de importar o produto, um dos fatores responsável por isso, foi a crise financeira
internacional que afetou direta ou indiretamente todos os países. Com isso, houve uma
redução nos abates, notada também nos anos seguintes, ou seja, com um menor consumo não
se faz necessário tanta produção de carne bovina.
Em 1988 a região responsável pelo maior número de abates era a Sudeste, com cerca
de 7,77 milhões de cabeças de gado, seguida da região Centro Oeste com 6,21 milhões de
cabeças de gado, conforme mostra a tabela 10.
43
Na tabela 11, é apresentado o consumo per capta interno no Brasil de carne bovina
desde o ano de 1988 até 2013. A partir de 1988 até 1991 o consumo da carne bovina evoluiu
ano a ano, neste período o Brasil não exportava grandes quantidades do produto, apesar de ter
um dos maiores rebanho.
Tabela 11: Consumo per capita no Brasil de carne bovina (KG/ pessoa/ano)
1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
27,6 33,8 34,6 35,7 26,8 34,6 35,4 42,6 42,4 39 38,2 36,6 35,7
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
35,7 35,8 36,3 34,4 36 36,4 36,8 36,9 37,1 37,8 39,3 39,6 39,1
Ano de 2003 Preliminar.
Quilos de equivalente- carcaça (com osso).
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.
Como mostra o gráfico 17, até 2001 o consumo interno de carne bovina diminuiu ano
a ano, mas o número de cabeças de gado abatidas e a produção apresentaram crescimento,
esse aumento era direcionado para dar conta das exportações.
O consumo interno mostra uma melhora em 2002 e 2003, mas no ano seguinte volta a
cair em torno de 5%. E a partir de 2005 o consumo de carne bovina volta a crescer, um
crescimento contínuo até 2012, e uma leve queda em 2013, fechando o ano com 39,1 Kg por
pessoa. O consumo de carne bovina brasileira é afetado tanto pelo preço interno como
também pela renda dos consumidores.
O Brasil esta entre os maiores produtores de carne bovina e dispõe do maior rebanho
de gado do mundo, com um diferencial no seu produto. O país possui alguns benefícios, como
por exemplo, possui um vasto território, clima, também produz uma gama de grãos e ainda
possui pastos/ pastagens de boa qualidade que podem ser em determinadas épocas como
também para o ano todo. Essas são algumas das características que fazem com que o Brasil
ganhe competitividade no mercado internacional da carne bovina.
Tabela 12: Exportações brasileiras de carne bovina (Mil toneladas equivalente- carcaça)
1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
579 345 249 335 442 451 376 287 280 287 370 541 554
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
789 929 1.208 1.610 1.845 2.084 2.189 1.801 1.596 1.558 1.340 1.394 1.800
A partir dos anos de 1990 a 1993 a carne bovina brasileira vem ganhando mercado
mundial como mostra o gráfico 18, da evolução das exportações. O rebanho de corte evoluiu
neste período, o que proporcionou maior número de cabeças abatidas e ainda houve um ganho
46
contínuo na produção de carne bovina, que pode ser caracterizado pelo semi-confinamento
que evoluiu nos anos analisados combinado com o melhoramento em pastagens, podendo
assim suprir o mercado interno e principalmente possibilitou atender o mercado externo do
produto.
Em 1999 o ano foi marcado por mudanças na política cambial e desde então o país
começou a ganhar mercado internacional de carne bovina, atingindo neste ano 541mil
toneladas equivalentes-carcaça.
A carne bovina brasileira sofreu proibição em fevereiro de 2001 por parte do Canadá
que alegava que o produto brasileiro poderia estar contaminado pela EEB como mostra
ANUALPEC (2004), isso causou questionamentos sobre as condições de sanidade e de
segurança do rebanho brasileiro, mas logo foi constatado que o Brasil não apresentava a
doença.
Além destas medidas, outro fator importante que ajudou nas exportações segundo
ANUALPEC (2004), foi o desenvolvimento de ações de marketing e promoção juntamente
com os mercados de destinos, sendo criado o selo “Brazilian Beef” com o objetivo de
identificar e reconhecer a carne bovina brasileira pelos importadores, pelas suas qualidades
como, a alimentação a pasto que deu origem ao sistema de produção a pasto “Boi Verde” e a
segurança alimentar e sanidade.
Ainda 2007, o volume exportado foi de 2,19 milhões de toneladas, foi o maior volume
exportado considerando o período de análise da pesquisa. Neste mesmo ano, segundo o site
ABIEC, o Brasil recebeu da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) a primeira
classificação como um país de risco controlado.
O ano de 2008 foi marcado por uma crise internacional que refletiu também nas
exportações. Os países com menos capacidade financeiras importaram menos ou até mesmo
deixaram de importar. Neste ano foi exportado o volume de 1,80 milhões de toneladas e até
2011 apresentou um decréscimo no volume exportado.
Sul, Arábia Saudita, Belarus, China, Coreia do Sul, Japão, Qatar e Taiwan. Outros
restringiram parcialmente ou temporariamente as importações, são os casos do Chile,
Jordânia, Líbano e Peru. Lembrando que o Brasil apresentava a maior parte do seu rebanho
criado a pasto e que aplica medidas de vigilância e mitigação de risco o que dificulta a doença
vaca louca.
Em 2013 o país começou a mostrar recuperação no volume exportado, tendo neste ano
vendido ao exterior 1,8 milhões de toneladas equivalente-carcaça. A produção de carne
bovina neste ano atingiu 9,6 milhões toneladas equivalente-carcaça, também atingindo o
maior rebanho com 208,63 milhões de cabeças de gado. O ganho na produção pode ser
destacado pelo confinamento, atingindo em 2013 um total de 4,25 milhões de cabeças. Ainda
se verificou que o número de abates no Brasil voltou a crescer tendo, em 2013, chegado a
41,06 milhões de cabeças.
No ano de 1988 foram exportados 579 mil toneladas equivalente-carcaça, o que rendeu
para o país US$ 634.000 milhões. Nos períodos posteriores o volume exportado diminuiu e
49
consequentemente o valor recebido também é menor. Mas em 1991 o país volta a aumentar o
volume exportado, arrecadando US$ 432.617 milhões.
Em 1992 e 1993 o Brasil exportou mais o produto, chegando a receber em 1993 US$
574.836 milhões. Nestes anos se destacam como importadores de carne bovina brasileira
industrializada o Reino Unido e os Estados Unidos. E de carne bovina “in natura” a
Alemanha, Itália, Israel e Espanha.
Nos dois anos seguintes houve aumentos no valor exportado pelo Brasil, seguido de
uma pequena queda em 2000 e logo volta a crescer no ano seguinte. Estes períodos foram
caracterizados por aumentos no volume de exportação do produto em questão.
De 2001 a 2008 o país ampliou suas exportações, e em 2008 atingiu US$ 4.859.578
bilhões. Apesar de ter exportando em menos quantidade, o país conquistou mercados
importantes. Nestes anos se inseriram como consumidores de carne bovina industrializada o
Japão e Angola que já exportavam, mas tinham ficado uns anos sem adquirir o produto e
Suécia que começou em 2005. Os demais países aumentaram o volume exportado. Em 2008
eclode a crise financeira internacional e neste ano tanto EUA como Reino Unido, com as
estruturas financeiras limitadas, reduziram o volume importado do produto.
O país obteve ganhos muito relevantes na exportação de carne bovina “in natura”, se
destacam alguns países importadores responsáveis por estes ganhos, como Chile se tornou
importador em 1997 e em 2001 foi o segundo país que mais exportou responsável por 40,17
mil toneladas de carne bovina, suas importações evoluíram até 2004. Em primeiro lugar esta o
Egito com 49,56 mil toneladas, expandiu suas importações nos decorrer dos anos seguintes,
tendo importado em 2004 112,14 mil toneladas. A Rússia começou a importar a partir de
50
O valor exportado pelo Brasil em 2009 foi de US$ 3,67 bilhões enquanto o volume
exportado neste ano chegou a 1,6 milhão de toneladas equivalente-carcaça. Os maiores
importadores de carne bovina industrializada, como EUA, Reino Unido, Itália, Países Baixos
reduziram o volume importado, isso pode explicar o menor valor das exportações. As
exportações de carne bovina “in natura” neste período foram caracterizadas por queda no
volume por alguns países e aumentos do volume por outros, dando destaque para Rússia,
Hong Kong, Irã e Egito como os maiores importadores.
Nas exportações de carne bovina “in natura” ainda se destacam Rússia, Egito, Hong
Kong e Irã como maiores importadores. A Venezuela e o Chile aumentaram
consideravelmente o volume importado.
Países 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Estados Unidos 16.928 27.444 25.874 14.630 19.351 22.041 31.178 47.108 37.407 37.500 46.286
Reino Unido 67.395 56.456 45.208 42.672 32.448 36.081 39.495 50.384 48.358 51.535 55.302
Itália 7.025 7.379 5.046 5.674 4.332 1.420 3.135 3.473 2.707 2.737 3.405
Países Baixos 4.580 4.490 4.870 3.429 4.452 2.287 2.839 3.174 2.958 4.103 5.811
Alemanha 9.302 8.615 6.610 4.564 4.213 4.031 4.521 4.265 3.702 2.284 3.099
Canadá 3.448 2.246 2.224 1.059 1.889 2.554 1.479 2.957 2.920 1.212 2.394
França 1.582 2.359 1.484 1.204 743 2.960 3.100 3.825 3.524 2.336 3.007
Porto Rico 2.343 3.850 3.025 2.496 2.826 2.606 3.413 4.171 3.800 4.192 4.023
Jamaica 1.964 3.136 2.099 2.651 1.834 3.294 3.641 4.227 2.873 2.226 3.480
Jordânia - - - - - - - - 906 871 1.391
Bélgica - - - - - 42 337 789 1.246 1.346 1.038
Egito 3.433 1.298 785 2.439 1.259 - - - - - -
Emirados Árabes Unidos 104 146 123 72 52 - - - - - -
Japão 744 1.067 722 256 615 677 625 1.061 - - -
Arábia Saudita 649 2.039 1.309 987 941 - - - - - -
Uruguai 70 128 285 15 17 - - - - - -
Bahrein 59 85 18 41 30 - - - - - -
Outros 8.014 8.882 10.702 13.719 10.510 9.602 12.288 12.575 13.009 13.944 18.532
Quantidades em toneladas.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.
No ano seguinte os Estados Unidos passou a importar mais e o Reino Unido reduziu o
volume exportado. De 1994 até 1995 ambos os países reduziram suas importações de carne
bovina industrializada brasileira. A partir de 1996 os Estados Unidos voltou a importar mais e
o Reino Unido reduziu mais o volume exportado.
A partir de 1997 o Brasil perdeu alguns mercados, como Egito, Emirados Árabes
Unidos, Arábia Saudita, Uruguai e Bahrein. A Bélgica começou a importar em pequenas
quantidades o produto brasileiro. O mais importante é que os Estados Unidos e Reino Unido
voltaram a aumentar o volume exportado até 1999.
Canadá, Alemanha e França foram alguns dos países que diminuíram o volume
importado em 2001. Segundo ANULAPEC (2001), alguns enfrentaram queda no consumo
interno por motivo de medo entre os consumidores de surtos de “vaca louca” e febre aftosa,
mas no caso do Canadá praticou embargo no mês de fevereiro de 2001 ao produto brasileiro.
Como mostra a tabela 14, em 2001 e 2002 o Reino Unido e os Estados Unidos ainda
são os países que mais importam o produto brasileiro. É importante notar que os demais
países aumentaram o volume de importação em 2002 em relação ao ano anterior, apenas com
exceção de Porto Rico que teve leve diminuição no volume importado.
Países 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Estados Unidos 49.709 55.407 51.598 62.876 62.517 51.179 43.200 13.531 12.261 17.823 22.608
Reino Unido 54.349 59.563 52.510 51.244 60.191 50.730 45.594 42.476 33.210 32.680 30.756
Itália 4.641 6.217 8.201 8.805 10.253 10.615 6.336 5.443 3.244 4.040 3.218
Países Baixos 6.134 6.317 8.205 14.001 13.695 14.518 8.444 8.876 10.350 4.930 5.019
Alemanha 3.841 4.404 4.815 4.701 4.869 5.356 - - - - -
Canadá 4.209 2.022 - - - - - 3.372 1.767 2.299 2.277
França 3.203 2.138 - - - - - 2.365 1.922 2.135 1.543
Porto Rico 3.615 - - - - - - - - - -
Jamaica 3.384 4.871 4.942 2.536 4.298 4.421 2.753 2.313 3.319 3.398 2.267
Jordânia 2.777 1.478 - - - - 3.994 - - - -
Bélgica 1.560 1.812 4.173 2.890 2.719 3.559 3.812 4.006 722 3.268 3.313
Libano - - - - - - 956 - - - -
Egito - - - - - - 2.154 4.601 4.149 2.890 2.800
Emirados Árabes Unidos - - - - - - 1.224 - - - -
Gâmbia - - - - - - 530 - - - -
Japão - 2.564 3.499 2.195 2.006 3.396 4.553 - - - -
Suécia - - 1.662 2.615 2.485 3.054 - 2.119 1.306 840 1.513
Chile - - - - - - - 1.492 1.235 2.361 1.482
Angola - - 704 686 2.892 5.579 - - - - -
Honh Kong - - 264 196 1.540 2.738 - - - - -
Outros 23.341 24.382 38.028 50.338 42.024 48.268 39.814 33.808 29.245 30.332 23.665
Quantidade em toneladas.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.
Como mostra a tabela 15, até 2005 o Reino Unido ainda era o principal mercado
importador da carne bovina brasileira, mas em 2006 os Estados Unidos foi o maior
importador com 62,56 mil toneladas de carne bovina e se manteve como maior consumidor
até 2008. Nos anos seguintes, principalmente a partir de 2008 ambos começaram a reduzir o
volume exportado, isso pode ser reflexões da crise financeira mundial de 2008.
A partir do período inicial de análise das exportações, o Canadá, França e Porto Rico
eram importadores da carne bovina industrializada, porém Canadá e França ficaram sem
53
importar de 2005 até 2009. Ambos voltaram a importar em 2010, já Porto Rico parou
definitivamente a partir de 2004.
Os Países Baixos aumentaram suas importações de carne bovina e em 2008 foi o ano
em que mais importou com 14,52 mil toneladas de carne bovina. A Itália também aumentou
as importações até 2008, mas nos anos seguintes o volume importado de carne bovina
brasileira diminuiu.
Outro aspecto importante foi que a partir de 2009 a Alemanha deixou de importar, mas
em anos anteriores havia aumentado o volume importado. A Jamaica entre 2005 e 2013
importou apenas no em 2009 o volume de 3.994 mil toneladas. O Egito voltou a importar em
2009 e se mantem até 2013.
Países como Suécia e Chile se inseriram neste período analisado como novos
consumidores de carne bovina brasileira. Suécia a partir de 2005 e Chile a partir de 2010, e o
Japão que ficou um período sem importar volta em 2004, mas em 2009 para novamente.
Nota-se que o Brasil possui quatro mercados principais que importaram desde o
período inicial da análise até o final. Destacam-se o Reino Unido, Estados Unidos, Países
Baixos e Itália. Merece destaque também a Jamaica que também sempre importou
(considerando o período analisado), mesmo não sendo em volume alto. Os demais países
importadores de carne bovina brasileira industrializada são mercados volúveis, isto é,
importam em determinados anos.
De acordo com a tabela 16 abaixo, os principais destinos da carne bovina brasileira “in
natura” em 1992 foi a Alemanha com aproximadamente 18,91 mil toneladas, seguida por
Itália com 14,91 mil toneladas, Israel com 14,61 mil toneladas e Espanha com 10,10 mil
toneladas de carne bovina.
54
Tabela 16: Exportações brasileiras de carne bovina “in natura” por destino
Países 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Chile - - - - - 890 2.333 18.871 18.536 40.167 55.723
Líbano - - - - - - - - 3.584 2.616 4.606
Países Baixos 5.149 8.911 12.915 8.269 9.968 13.703 19.529 29.369 25.659 28.297 34.536
Arábia Saudita - 21 - - - - - - 2.345 24.546 40.614
Reino Unido 6.577 5.972 3.461 3.425 3.915 5.282 4.906 12.621 18.611 23.759 22.316
Alemanha 18.911 9.453 7.952 3.157 2.415 1.550 2.490 7.272 4.468 11.257 7.998
Espanha 10.098 9.546 5.523 3.042 6.423 4.808 7.545 12.996 15.222 12.194 14.300
Suíça 2.353 3.759 1.770 1.018 813 750 1.073 1.438 - - -
Itália 14.913 9.706 13.023 6.130 10.168 11.606 13.935 19.079 19.616 22.351 24.803
Israel 14.605 20.386 12.540 991 1.701 4.134 7.112 5.704 - - -
Cingapura 4.318 5.005 3.623 1.475 1.603 - - - - - -
Rússia - - - - - - - - - 2.013 39.025
Egito - - - - - - - - 2.392 49.561 47.229
Hong Kong 9.856 9.750 8.401 4.204 2.648 2.559 3.332 12.643 - - -
Irã - - - - - - - - 1.580 27.151 8.375
Outros 8.504 16.668 9.508 5.794 7.003 7.131 18.461 30.562 76.389 123.907 130.309
Quantidades em toneladas.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.
Até 1996 os destinos eram praticamente os mesmos, mas o que mudava era o volume
enviado para estes países. A Alemanha que era a maior importadora reduziu ano por ano o
volume, o mesmo ocorrendo com Israel. Itália e Espanha variaram o volume com altos e
baixos.
O Chile se manteve como importador até 2004 quando chegou a importar cerca de
86,63 mil toneladas de carne bovina “in natura”, estando em terceiro lugar de maior
importadora. A Rússia esteve em primeiro com 154,24 mil toneladas e Egito em segundo com
112,14 mil toneladas. Como mostra a tabela 17, a maioria dos demais países aumentou o
volume exportado.
55
Tabela 17: Exportações brasileiras de carne bovina “in natura” por destino
Países 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Chile 76.408 86.628 - - - - 5.251 18.559 28.413 62.058 68.182
Líbano 7.787 9.189 11.170 13.736 15.630 16.856 24.118 18.182 14.257 7.771 14.202
Países Baixos 37.781 47.636 21.857 24.158 26.146 2.971 5.741 6.216 6.248 11.297 11.823
Arábia Saudita 39.404 - 8.706 10.107 9.901 8.671 29.252 29.882 27.049 30.284 33.949
Argélia - 38.542 41.597 47.277 51.316 48.247 800 2.042 4.458 3.243 8.447
Lemen - - - - - - - - 22 6.254 8.265
Reino Unido 34.214 39.858 - - - - - - - - -
Bulgária - 20.550 - - - - - - - - -
Alemanha 8.676 11.440 12.905 10.933 13.885 1.312 - - - - -
Espanha 15.756 - - - - - - - - - -
Itália 27.694 41.863 8.646 11.721 12.058 2.282 13.276 14.991 17.243 14.523 16.823
Emirados Árabes Unidos - - 1.918 3.014 4.113 4.546 - - - - -
Israel - - 20.597 30.631 30.389 32.060 - - - - -
Rússia 83.461 154.238 294.318 317.309 447.271 381.907 326.841 284.171 228.282 250.682 295.151
Egito 76.185 112.141 146.301 198.142 174.176 64.919 71.955 113.228 96.811 99.500 215.514
Hong Kong - 22.841 21.387 26.642 39.615 63.244 100.483 65.632 73.099 87.182 156.902
Venezuela - - 8.353 13.536 45.934 96.215 38.183 38.972 70.901 132.837 133.475
Irã 35.616 - 6.908 44.985 61.252 81.202 88.827 191.157 130.649 67.768 58.963
Líbia - - - - - - 19.277 16.259 5.239 18.810 15.547
Outros 176.564 338.732 112.543 48.978 46.487 14.113 203.933 166.927 135.100 145.777 137.039
Quantidades em toneladas.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.
Em 2008 os países que eram destaques reduziram e muito suas importações, uns dos
motivos pode ter sido a crise financeira mundial que eclodiu em 2008. O cenário das
exportações mudam e outros países que aumentaram o volume exportado merecem destaque,
são eles: Venezuela, Irã, Hong Kong, Israel e Líbano.
O Israel, Emirados Árabes Unidos, Alemanha não constam mais como importadores
de 2009 até 2013. Entre este período o Lemen e Líbia começaram a importar carne bovina
brasileira “in natura”.
Até 2013, alguns países tiveram crescimento contínuo no volume importado, sendo
eles, Venezuela que terminou o ano com aproximadamente 133,47 mil toneladas, Chile com
68,18 mil toneladas e Países Baixos com 11,82 mil toneladas. O Irã desde 2010 diminuiu todo
o ano o volume, a Rússia voltou a aumentar a partir de 2012 e os demais países tiveram anos
com quedas, mas a maioria dos anos com aumentos. Os principais mercados importadores de
carne bovina “in natura” em 2013 foi a Rússia com 295,15 mil toneladas, em seguida o Egito
56
com 215,51 mil toneladas, Hong Kong com 156,90 mil toneladas e Venezuela com 133,48
mil toneladas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo procurou mostrar o avanço que Brasil teve nas exportações de carne
bovina desde 1988, a ponto de se tornar o maior exportador mundial de carne bovina na
primeira década dos anos 2000. Nesse sentido, verificou-se como evoluiu a produção e a
exportação da carne bovina brasileira e quais os seus principais mercados.
Nota-se que o país possui algumas vantagens que contribuem para a criação de gado
bovino, como por exemplo, um vasto território, clima em geral propício, produz uma gama de
grãos, particularmente soja e milho, e ainda possui pastagens de boa qualidade durante
praticamente todo o ano, conforme as diferentes regiões de criação animal. Essas
características permitem que o Brasil ganhe competitividade no mercado internacional da
carne bovina.
Nesse contexto, o Brasil apresenta o maior rebanho comercial do mundo, com 208,6
milhões de cabeças em 2013, sendo que as regiões que possuem maior rebanho são o Centro-
Oeste e o Norte com, respectivamente, 61,4 milhões e 41,4 milhões de cabeças. Por outro
lado, as raças de gado bovino desenvolvidas no país se adaptam bem ao ambiente e aos
processos de produção, sendo que a alimentação é principalmente a pasto, o que oferece
menos riscos de doenças. Tal característica é muito prezada pelo mercado mundial.
A produção brasileira de carne bovina evoluiu no decorrer dos anos, e estes processos
foram essenciais para tal evolução. A produção de carne bovina no país chegou a 9,6 milhões
59
de toneladas em 2013, tornando o país o segundo maior produtor mundial, atrás apenas dos
Estados Unidos.
Pode-se verificar que em 2008 o valor das exportações chegou a US$ 4,86 bilhões,
apesar de o volume ter sido menor do que o registrado no ano anterior. Nesse ano, o país já
atingia mercados importantes. Inseriram-se como consumidores de carne bovina
industrializada brasileira o Japão e Angola, enquanto os demais países aumentaram o volume
importado. No entanto, com a crise financeira internacional os principais importadores de
carne bovina industrializada, EUA e Reino Unido, reduziram o volume adquirido do Brasil.
Todavia, os preços mundiais sofreram uma elevação, sendo que em 2013 o país atingiu seu
maior valor em exportações de carne bovina, com US$ 5,95 bilhões.
Nota-se que o Brasil possui quatro principais mercados importadores de carne bovina
industrializada: o Reino Unido, os Estados Unidos, os Países Baixos e a Itália, com
respectivamente 30.756 toneladas, 22.608 toneladas, 5.019 toneladas e 3.218 toneladas
equivalente-carcaça em 2013. Já os principais mercados importadores de carne bovina
brasileira “in natura”, no mesmo ano, foram: a Rússia, com 295.151 toneladas; o Egito, com
215.514 toneladas; Hong Kong, com 156.902 toneladas; e a Venezuela, com 133.475
toneladas equivalente- carcaça.
ganhando espaço nesta balança. No período analisado, 2006 foi o ano em que a carne bovina
mais se destacou em termos de participação junto ao total exportado pelo país, com 2,27%.
Assim, desde o início dos anos 2000 o Brasil se consolidou como o maior exportador
de carne bovina no mundo, dispondo do maior rebanho comercial, com um diferencial no seu
produto que é a criação a pasto. A pecuária brasileira nos últimos anos ganhou novas formas
de manejo, teve avanços sanitários e ainda ganhou mercado internacional. Apresenta uma alta
produtividade que está relacionada aos programas de melhorias.
Enfim, a partir da análise dos dados é possível fazer algumas sugestões que podem
contribuir para o Brasil continuar sendo o maior exportador de carne bovina e ganhar ainda
mais mercados. Em primeiro lugar, continuar investindo em inseminação artificial e no
melhoramento genético do rebanho, para aprimoramento do seu gado, focando na produção
de carne bovina de boa qualidade. Em segundo lugar, aumentar os investimentos em semi-
confinamentos, confinamentos e outras estratégias de complementação alimentar. São formas
de alimentação do gado que, combinadas corretamente com o pasto, garantem um ganho de
peso maior em um período menor, e ainda proporcionam um melhoramento no acabamento
das carcaças. Em terceiro lugar, continuar os investimentos em programas que visam o
combate e prevenção de doenças como a Febre Aftosa e a Vaca Louca (EEB - Encefalopatia
Espongiforme Bovina). Por último, ampliar o mercado importador de carne bovina brasileira,
além de garantir os mercados importadores do produto através de um processo de fidelização.
61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANUALPEC, Informa Economics FNP. 1997, 2004, 2013 e 2014 Ed. São Paulo.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. Ed. São Paulo: Atlas S.A.,
1999.
MAIA, Jayme de Mariz. Economia Internacional e Comércio Exterior. 11. Ed. São Paulo:
Atlas S.A., 2007.
ZAMBERLAN, Luciano; RASIA, Pedro Carlos; SOUZA, José Dalmo Silva de; GRISON,
Antonio José; GAGLIARDI, André de Oliveira; TEIXEIRA, Enise Barth; DREWS, Gustavo
Arno; VIEIRA, Eusélia Paveglio; BRIZOLLA, Maria Margarete Baccin; ALLEBRANDT,
Sérgio Luís. Pesquisa em Ciências Sociais Aplicadas. Ed. Ijuí: UNIJUÍ, 2014.
62
APÊNDICES
63
Apêndice 1:
Rebanho bovino mundial de 1988 até 2000 (Milhares de cabeças)
Países 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
Índia 264.860 269.200 270.070 272.300 271.200 271.255 272.655 296.462 299.802 303.030 306.967 312.572 313.774
Brasil 142.542 145.728 150.159 152.439 151.494 150.509 150.790 155.035 153.863 153.746 156.131 157.693 161.483
Austrália 23.469 23.938 24.673 25.026 25.857 25.182 25.758 26.500 26.780 26.710 26.688 27.588 27.720
Estados Unidos 99.622 99.180 98.162 96.393 97.556 99.176 100.988 103.548 101.656 99.744 99.115 98.198 97.277
Nova Zelândia 7.999 8.057 7.828 8.034 8.100 8.144 8.308 9.272 9.020 9.158 8.870 8.960 9.020
Canadá 10.863 11.016 11.220 11.289 11.713 11.786 12.254 13.402 13.412 13.360 13.211 13.201 13.608
Uruguai 10.306 10.548 9.377 9.431 9.508 10.093 10.477 10.451 10.651 10.553 10.402 10.557 10.423
União Européia 89.414 88.376 90.145 89.017 85.750 83.579 82.737 84.855 84.526 83.271 82.850 82.235 81.337
Argentina 50.782 50.782 56.482 56.982 55.229 55.577 54.875 53.569 51.696 49.238 49.437 49.832 50.167
México 35.378 34.999 31.747 29.847 30.232 30.649 30.702 28.140 26.822 25.628 24.859 23.715 22.551
Inclui gado bubalino.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.
Apêndice 2:
Países 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Índia 317.000 323.000 327.250 286.200 291.700 297.700 304.418 309.900 316.400 320.800 323.700 327.300 329.775
Brasil 164.904 168.364 168.119 169.567 172.111 173.830 175.437 179.540 185.159 190.925 197.550 203.715 208.628
Austrália 27.870 26.900 26.500 27.465 28.183 28.393 28.037 27.321 27.906 27.550 28.506 29.710 28.365
Estados Unidos 96.704 96.106 95.133 95.018 96.342 96.573 96.035 94.521 93.881 92.682 90.769 89.700 88.300
Nova Zelândia 9.280 9.614 9.591 9.415 9.465 9.610 9.730 9.715 9.917 9.864 10.057 10.253 10.127
Canadá 13.762 13.454 14.500 14.925 14.655 14.135 13.755 13.030 12.670 12.155 12.215 12.545 12.325
Uruguai 11.667 12.257 12.465 12.546 12.334 11.915 11.869 11.950 11.828 11.241 11.232 11.302 11.604
União Européia 80.184 78.944 78.081 89.319 89.672 88.463 89.043 88.837 88.300 87.437 86.209 85.320 87.600
Argentina 50.369 50.869 51.119 53.767 54.266 55.664 55.662 54.260 49.057 48.156 49.597 51.097 52.195
México 21.296 20.519 19.524 24.309 23.669 23.316 22.850 22.666 22.192 21.456 20.090 18.570 17.637
Inclui gado bubalino.
Ano de 2003 Preliminar.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.
64
Apêndice 3:
Produção mundial de carne bovina de 1988 até 2000 (Mil toneladas de equivalente- carcaça)
Países 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
Índia 550 670 915 920 935 945 1050 1.100 925 1.430 1.593 1.660 1.700
Brasil 4.407 4.937 5.008 5.481 5.725 5.653 5.725 6.768 6.794 6.413 6.528 6.582 6.567
Austrália 1.533 1.565 1.718 1.735 1.838 1.806 1.829 1.717 1.736 1.942 1.989 1.956 1.988
Estados Unidos 10.880 10.633 10.464 10.534 10.613 10.584 11.194 11.585 11.749 11.714 11.804 12.124 12.298
Nova Zelândia 562 550 471 524 518 575 566 630 631 664 620 558 580
Canadá 973 980 924 867 898 860 903 928 998 1.075 1.150 1.238 1.246
Uruguai 321 376 349 315 365 309 368 344 410 468 454 425 440
União Européia 8.962 8.419 8.670 9.099 8.726 8.042 7.753 7.964 7.950 7.889 7.624 7.569 7.462
Argentina 2.610 2.600 2.650 2.650 2.520 2.550 2.600 2.600 2.580 2.975 2.600 2.840 2.880
México 1.754 2.140 1.790 1.580 1.660 1.710 1.810 1.850 1.800 1.795 1.800 1.900 1.900
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.
Apêndice 4:
Produção mundial de carne bovina de 2001 até 2013 (Mil toneladas de equivalente- carcaça)
Países 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Índia 1.770 1.810 1.960 2.130 2.170 2.375 2.413 2.552 2.514 2.842 3.244 3.643 3.750
Brasil 6.911 7.155 7.629 7.975 8.592 9.025 9.303 9.024 8.935 9.115 9.030 9.210 9.600
Austrália 2.049 2.089 1.946 2.113 2.090 2.188 2.169 2.138 2.106 2.129 2.129 2.140 2.270
Estados Unidos 11.983 12.427 12.226 11.261 11.318 11.980 12.097 12.163 11.891 12.046 11.988 11.709 11.702
Nova Zelândia 609 589 635 697 661 648 607 644 624 643 601 627 650
Canadá 1.250 1.295 1.210 1.500 1.470 1.329 1.278 1.289 1.252 1.273 1.154 1.060 1.015
Uruguai 317 425 484 544 600 640 560 535 580 530 510 520 550
União Européia 6.896 7.456 7.360 8.245 8.090 8.150 8.188 8.090 7.913 8.048 8.023 7.815 7.690
Argentina 2.640 2.700 2.650 3.130 3.200 3.100 3.300 3.150 3.380 2.620 2.530 2.620 2.800
México 1.925 1.930 1.950 1.900 1.725 1.550 1.600 1.667 1.705 1.745 1.804 1.815 1.775
Ano 2003 Preliminar.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.
65
Apêndice 5:
Países 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
Índia 5.000 6.000 6.100 6.150 6.220 6.300 7.000 10.710 8.800 10.999 12.250 12.750 13.000
Brasil 24.137 23.948 24.160 26.567 28.013 27.828 27.837 36.889 36.711 34.219 34.751 34.925 35.107
Austrália 7.770 7.486 8.166 8.271 8.480 8.357 8.332 7.917 7.970 9.161 9.324 8.759 8.642
Estados Unidos 37.889 36.329 35.277 34.369 34.489 34.746 35.691 37.295 38.576 38.111 37.136 37.642 37.588
Nova Zelândia 3.042 3.282 2.780 2.870 2.816 3.060 2.945 3.104 3.858 3.803 3.704 3.485 3.602
Canadá 3.703 3.760 3.354 3.157 3.238 3.036 3.083 3.146 3.506 3.631 3.768 3.959 3.836
Uruguai 1.458 1.827 1.550 1.306 1.385 1.315 1.612 1.506 1.813 2.109 1.955 1.810 1.950
União Européia 32.681 31.215 32.716 34.230 32.309 29.543 28.262 28.796 28.502 28.889 27.877 27.500 27.060
Argentina 12.200 12.200 12.500 12.650 11.900 12.100 12.400 12.300 12.500 14.100 12.300 13.000 13.200
México 8.468 10.702 8.720 7.450 7.770 7.870 8.310 8.551 8.259 8.258 8.075 8.085 8.200
Inclui gado bubalino.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.
Apêndice 6:
Países 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Índia 13.600 14.250 15.450 21.500 21.700 23.500 23.750 25.600 25.500 28.710 32.760 36.800 37.825
Brasil 36.340 37.834 40.358 36.955 39.430 41.225 42.345 40.438 39.466 39.400 39.100 39.785 41.060
Austrália 8.636 9.079 8.550 8.803 8.467 8.854 8.900 8.652 8.411 8.273 7.943 7.865 8.600
Estados Unidos 36.577 36.970 36.991 33.759 33.311 34.597 35.209 35.508 34.468 35.324 35.115 33.559 33.205
Nova Zelândia 3.396 3.533 3.934 4.043 3.800 3.723 3.562 3.907 3.825 3.991 3.939 4.120 4.164
Canadá 3.805 3.837 3.600 4.450 4.400 3.972 3.820 3.849 3.705 3.745 3.391 3.000 3.000
Uruguai 1.322 1.720 2.000 2.220 2.450 2.700 2.300 2.250 2.325 2.280 2.096 2.130 2.230
União Européia 25.230 26.643 26.464 30.107 29.221 29.270 28.818 28.919 28.457 28.524 28.397 27.700 27.300
Argentina 12.300 12.300 12.300 14.800 14.600 13.700 15.200 14.800 16.100 11.900 11.060 11.700 12.500
México 8.300 8.310 8.320 6.775 6.150 5.475 5.690 5.815 5.897 6.050 6.347 6.375 6.200
Inclui gado bubalino.
Ano de 2003 Preliminar.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.
66
Apêndice 7:
Exportações mundiais de carne bovina de 1988 até 200 (Mil toneladas equivalente- carcaça)
Países 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
Índia 132 126 85 95 110 120 110 196 204 215 245 222 365
Brasil 579 345 249 335 442 451 376 287 280 287 370 541 554
Austrália 890 872 1.064 1.080 1.191 1.169 1.168 1.109 1.026 1.184 1.268 1.270 1.338
Estados Unidos 313 464 456 539 601 578 731 826 851 969 985 1.094 1.119
Nova Zelândia 435 435 359 428 426 448 466 497 520 530 509 462 505
Canadá 86 108 110 109 159 191 220 245 319 382 428 492 523
Uruguai 132 177 192 117 123 105 152 149 192 251 218 189 236
União Européia 982 1.267 1.128 1.330 1.219 1.107 1.084 1.199 1.101 1.092 780 994 644
Argentina 320 360 451 390 296 280 376 535 496 458 303 359 357
México 0 4 5 4 1 1 1 4 7 6 6 8 11
Apêndice 8:
Exportações mundiais de carne bovina de 2001 até 2013 (Mil toneladas equivalente- carcaça)
Países 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Índia 370 416 465 492 617 681 678 672 609 917 1.294 1.680 1.650
Brasil 789 929 1.208 1.610 1.845 2.084 2.189 1.801 1.596 1.558 1.340 1.394 1.800
Austrália 1.398 1.365 1.250 1.369 1.388 1.430 1.400 1.407 1.364 1.368 1.410 1.380 1.530
Estados Unidos 1.029 1.110 1.192 209 316 519 650 905 878 1.043 1.263 1.124 1.115
Nova Zelândia 516 503 535 594 577 530 496 533 514 530 503 521 547
Canadá 575 610 425 603 596 477 457 494 480 523 426 395 320
Uruguai 145 259 314 354 417 460 385 361 376 347 320 365 380
União Européia 575 512 456 363 253 218 140 204 148 338 449 310 260
Argentina 168 348 330 616 754 552 505 396 621 277 213 170 180
México 10 10 12 19 32 39 42 42 51 103 148 200 205
Ano 2003 Preliminar.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.