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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO


RIO GRANDE DO SUL – UNIJUI
CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS

GÉSSICA SANABRIA CARLOTO

CARNE BOVINA:
EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO, DAS EXPORTAÇÕES E FATORES QUE LEVARAM
O BRASIL A SER O MAIOR EXPORTADOR MUNDIAL

Ijuí,
2014
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GÉSSICA SANABRIA CARLOTO

CARNE BOVINA:
EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO, DAS EXPORTAÇÕES E FATORES QUE LEVARAM
O BRASIL A SER O MAIOR EXPORTADOR MUNDIAL

Monografia apresentado ao Curso de


Ciências Econômicas da Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio
Grande do Sul- UNIJUI, como requisito
parcial à obtenção do título de Bacharel
em Ciências Econômicas.

Orientador: Argemiro Luís Brum

Ijuí,
2014
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Agradecimentos

Ao meu Pai João Adelto e minha mãe Valquiria pelo apoio, incentivo,
confiança e carinho. Vocês são meu alicerce.

Aos meus irmãos Verônica e João Adelto, pela alegria e


companheirismo.

A todos os professores do curso de Ciências Econômicas da UNIJUÍ,


pelo profissionalismo e dedicação. Em particular ao meu orientador
Argemiro Luís Brum, pelas orientações e paciência, que foram
fundamentais para a conclusão desta pesquisa.

Aos meus amigos, pelo incentivo e apoio. Que ao meu lado me


trouxeram alegria.
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RESUMO

Este estudo tem como objetivo analisar a evolução da produção e da exportação


brasileira de carne bovina e os fatores que levaram o Brasil a ser um dos maiores exportadores
mundiais do produto. Neste sentido será identificada a importância das exportações de carne
bovina na balança comercial do Brasil. Trabalho este referente à Monografia II do curso de
Ciências Econômicas da UNIJUÍ. Neste sentido para subsidiar essa pesquisa, o referencial
teórico baseia-se nos conceitos de Maia (2007); Krugman e Obstfeld (2010) e Carvalho e
Silva (2007). Em seguida, foi feito a coleta e análise dos dados fornecidos pela Associação
Brasileira das Indústrias Exportadoras de carnes- ABIEC (www.abiec.com.br), ANUALPEC,
Informa Economics FNP (1997, 2004, 2013 e 2014) e Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior- MDIC (www.mdic.gov.br). Através dos dados coletados
foram feitas tabelas e gráficos para auxiliar na análise das mesmas. Analisados os dados
obtidos, pode-se verificar que fatores como alimentação do gado com pasto natural,
combinado com semi-confinamento e/ou confinamento, proporcionam um ganho de produção
de carne bovina. Outros fatores também contribuem, como o melhoramento das raças e
técnicas de aprimoramento genético. Esses fatores, aliado ao aumento da demanda
internacional, o crescimento de mercados emergentes, aquecimento do mercado interno e
ciclo pecuário favorável consolida o Brasil no cenário mundial.

Palavras- chave: Carne bovina, exportação, Balança Comercial.


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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Lista de tabelas:

Tabela 1. Consumo per capita mundial de carne bovina (Kg/ pessoa/ ano).............................28
Tabela 2. Rebanho bovino brasileiro (Milhares de cabeças)....................................................33
Tabela 3: Rebanho bovino por regiões brasileiras (Cabeças)...................................................34
Tabela 4: Pastagens de inverno no Brasil (Cabeças)................................................................35
Tabela 5: Confinamento no Brasil (Cabeças)...........................................................................37
Tabela 6: Semi-confinamentos no Brasil (Cabeças).................................................................38
Tabela 7: Produção de carne bovina brasileira (Mil toneladas de equivalente- carcaça).........40
Tabela 8: Produção de carne bovina por regiões brasileiras (Toneladas Equivalente-
carcaça).....................................................................................................................................40
Tabela 9: Abate de gado bovino no Brasil (Milhares de cabeças)............................................42
Tabela 10: Abates de bovinos por regiões brasileiras (Cabeças)..............................................43
Tabela 11: Consumo per capita no Brasil de carne bovina (KG/ pessoa/ano)..........................43
Tabela 12: Exportações brasileiras de carne bovina (Mil toneladas equivalente- carcaça)......45
Tabela 13: Exportações brasileiras de carne bovina (Equivalente- carcaça)............................48
Tabela 14: Exportações brasileiras de carne bovina industrializada por destino......................51
Tabela 15: Exportações brasileiras de carne bovina industrializada por destino......................52
Tabela 16: Exportações brasileiras de carne bovina “in natura” por destino............................54
Tabela 17: Exportações brasileiras de carne bovina “in natura” por destino............................55
Tabela 18: Exportações brasileiras de carne bovina na Balança Comercial do Brasil.............56
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Lista de gráficos:

Gráfico 1: Rebanhos mundiais de gado bovino no ano de 1988...............................................20


Gráfico 2: Rebanhos mundiais de gado bovino no ano de 2000...............................................21
Gráfico 3: Rebanhos mundiais de gado bovino no ano de 2013...............................................22
Gráfico 4: Produção mundial de carne bovina no ano de 1988 ...............................................23
Gráfico 5: Produção mundial de carne bovina no ano de 1996................................................24
Gráfico 6: Produção mundial de carne bovina no ano de 2013................................................25
Gráfico 7: Abates mundiais de gado bovino no ano de 1988...................................................26
Gráfico 8: Abates mundiais de gado bovino no ano de 2003...................................................27
Gráfico 9: Abates mundiais de gado bovino no ano de 2013...................................................27
Gráfico 10: Exportações mundiais de carne bovina no ano de 1988........................................29
Gráfico 11: Exportações mundiais de carne bovina no ano de 1999........................................30
Gráfico 12: Exportações mundiais de carne bovina no ano de 2007........................................31
Gráfico 13: Exportações mundiais de carne bovina no ano de 2013........................................32
Gráfico 14: Evolução do rebanho bovino no Brasil..................................................................34
Gráfico 15: Evolução da produção de carne bovina brasileira.................................................39
Gráfico 16: Evolução de abates de gado bovino no Brasil.......................................................41
Gráfico 17: Evolução do consumo brasileiro de carne bovina.................................................44
Gráfico 18: Evolução das exportações brasileiras de carne bovina..........................................46
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................................9

1.CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO..............................................................................10
1.1. Delimitação do tema..........................................................................................................10
1.1.2 Problema..........................................................................................................................10
1.2 Objetivos.............................................................................................................................11
1.2.1 Objetivo geral...................................................................................................................11
1.2.2 Objetivos específicos.......................................................................................................11
1.3 Justificativa.........................................................................................................................11
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................................12
2.1 Conceitos de Economia internacional.................................................................................12
2.2 Políticas comerciais.............................................................................................................13
2.3 Produção e rebanho bovino brasileiro.................................................................................13
2.4 Produção e rebanho por regiões brasileiras.........................................................................15
2.5 Abates de bovinos no Brasil em relação a países concorrentes..........................................15
2.6 O volume de exportações brasileiras de carne bovina em relação a países
concorrentes..............................................................................................................................15
2.7 Balanço das exportações e importações brasileiras de carne bovina................................16
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...........................................................................17
3.1 Tipo de Pesquisa.................................................................................................................17
3.2 Coleta de dados...................................................................................................................17
4 DIAGNÓSTICO E RESULTADOS......................................................................................18
4.1 Algumas políticas comerciais praticadas sobre a carne bovina brasileira..........................18
4.2 O mercado da carne bovina.................................................................................................19
4.2.1 Rebanhos mundiais de gado bovino.................................................................................20
4.2.2 Produção mundial de carne bovina..................................................................................22
4.2.3 Abates mundiais de gado bovino.....................................................................................25
4.2.4 Consumo mundial de carne bovina..................................................................................28
4.2.5 Exportações mundiais de carne bovina............................................................................29
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4.3 Mercado brasileiro e algumas de suas caracteristicas........................................................32


4.3.1 Análise da evolução do rebanho bovino brasileiro..........................................................33
4.3.2 Formas de engorda do gado bovino no Brasil..................................................................35
4.3.3 Pastagens de inverno........................................................................................................35
4.3.4 Confinamento no Brasil...................................................................................................36
4.3.5 Semi-confinamentos no Brasil.........................................................................................37
4.3.6 Produção de carne bovina brasileira................................................................................38
4.3.7 Números de abates de bovinos no Brasil.........................................................................41
4.3.8 Consumo per capita no Brasil de carne bovina................................................................43
4.4 Exportações brasileiras de carne bovina.............................................................................44
4.4.1 Exportações brasileiras em volume de carne bovina.......................................................45
4.4.2 Exportações brasileiras de carne bovina em valores........................................................48
4.4.3 Exportações brasileiras de carne bovina por destino.......................................................50
4.4.3.1 Exportação de carne bovina industrializada..................................................................51
4.4.3.2 Exportação de carne bovina “in natura”........................................................................53
4.4.4 Exportações brasileiras de carne bovina na Balança Comercial do Brasil......................56
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................61
APÊNDICES.............................................................................................................................62
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INTRODUÇÃO

A carne bovina brasileira, além de ter um consumo interno expressivo, ganhou força
no mercado internacional com o aumento contínuo das exportações, apresentando no decorrer
dos anos um crescimento na produção para atender a demanda deste mercado.

O produto ganhou mercado por possuir alguns atributos que o tornam mais favorável
ao consumo, como por exemplo, a alimentação com pasto natural e também por ganhar maior
produtividade por não depender de confinamento, ao contrário de muitos países produtores.
Esses fatores, aliado ao aumento da demanda internacional, o crescimento de mercados
emergentes, aquecimento do mercado interno e ciclo pecuário favorável consolida o Brasil no
cenário mundial.

Nesse contexto, este estudo busca analisar a evolução da produção e do rebanho


bovino, números de abates, as exportações em volume e valores, assim como também as
políticas comercias que possam favorecer o setor. Com esses fatores foi possível perceber a
importância das exportações de carne bovina na balança comercial do país.

Para a coleta e análise dos dados foram utilizadas pesquisas bibliográficas e


documentais. O trabalho está estruturado em quatro capítulos. O primeiro apresenta a
contextualização de estudo, que define a delimitação do tema e a questão de estudo, os
objetivos e a justificativa. O segundo capítulo aborda a revisão da literatura, referenciais
teóricos sobre economia internacional, carne bovina, entre outros itens. A terceira parte
aborda a metodologia utilizada no trabalho. O quarto capítulo apresenta os resultados obtidos
na coleta dos dados, sistematizados em tabelas e gráficos para uma melhor interpretação. Este
item também aborda as considerações finais e sugestões que podem trazer benefícios para o
mercado exportador de carne bovina brasileira.
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1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

O contexto deste estudo se baseia na evolução da exportação brasileira de carne bovina


e os fatores que levaram o Brasil a ser um dos maiores exportadores mundiais do produto.
Neste sentido será identificada a importância das exportações de carne bovina na balança
comercial do Brasil.

1.1 Delimitação do Tema

A carne bovina assumiu relevante importância nas exportações brasileiras a partir dos
anos de 1990. Assim, o tema ora estudado leva em consideração a evolução da produção, das
exportações e fatores que levara o Brasil a ser o Maior exportador mundial de carne bovina.
Serão analisados dados em volume e valor no período de 1988 a 2013 para se verificar a
evolução da produção e da exportação da mesma, buscando destacar o momento em que as
exportações assumiram um caráter decisivo na economia nacional, assim como destacar as
regiões brasileiras que contribuem para as exportações e os principais países importadores do
produto brasileiro.

1.1.2 Problema

A produção de carne bovina no Brasil, entre 1990 e 2007, praticamente dobrou. Essa
realidade teria levado o Brasil a se tornar o maior exportador mundial do produto.

O desafio brasileiro hoje é manter sua liderança mundial no setor, assim como ampliar
o seu mercado externo. Aspectos do comércio exterior, o ambiente institucional, a evolução
macroeconômica, a inspeção, fiscalizações sanitárias, legislações, disponibilidade e
confiabilidade de dados e informações, sistemas de inovações, mecanismos de rastreabilidade
e certificação, são alguns dos fatores que ganharam relevância nos últimos anos em busca de
uma consolidação nacional no mercado exportador de carne bovina.

Nesse sentido, o presente estudo busca responder ao seguinte problema: como se deu a
evolução da produção e exportação da carne bovina brasileira, no período considerado, e
quais os seus principais mercados?
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1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Analisar a evolução da exportação brasileira de carne bovina e os fatores que levaram


o Brasil a ser um dos maiores exportadores mundiais do produto. Neste sentido é identificada
a importância das exportações de carne bovina na balança comercial do Brasil.

1.2.2 Objetivos específicos

Analisar a evolução da produção e exportação da carne bovina, com destaque para o


abate, volume e valores exportados;

Detectar quais são as principais regiões brasileiras que contribuem nas exportações de
carne bovina;

Verificar quais são os principais mercados externos da carne bovina brasileira e como
os mesmos evoluíram com sua demanda no período considerado.

1.3 Justificativa

O Brasil possui um dos maiores rebanhos de bovinos do mundo, registrando entre os


anos de 1990 e 2007 um aumento significativo na produção de carne. Além de um consumo
interno expressivo de carne bovina, o produto ganhou força no mercado internacional e com o
tempo aumentou o volume das exportações.

A carne bovina brasileira ganhou mercado por possuir alguns atributos que a tornam
mais favorável ao consumo, como por exemplo, a alimentação do gado com pasto natural e
também por uma maior produtividade por não depender de confinamento, ao invés de muitos
países produtores, assim atingindo uma qualidade maior e com menos riscos a doenças.

A carne bovina inseriu o Brasil no cenário internacional e assim o tornou um país


competitivo diante dos demais produtores e exportadores do produto. Trouxe benefícios para
os produtores e para os exportadores, gerando ao país, de uma forma geral, empregos,
tributos, competitividade e ganho no PIB (Produto Interno Bruto).

O interesse pela investigação desse estudo está em função dos benefícios que a
exportação de carne bovina oferece para o Brasil.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico se constrói a partir de leituras de pesquisas, por meio de


monografias, TCCs, livros, internet etc. Desta forma, este item apresenta contribuições
literárias importantes sobre economia internacional, carne bovina, e temas afins.

2.1 Conceitos de Economia internacional

A economia internacional, não é apenas trocas de bens e serviços. Para Maia (2007) a
economia internacional considera as exportações e importações, os serviços, transferências de
rendas e unilaterais, como também, os movimentos de capitais. “Não só o comércio se tornou
internacional. Também outros atos humanos, relacionados com a atividade econômica, não
respeitaram as fronteiras nacionais formando um conjunto de atividades que constituem a
Economia Internacional” (MAIA, 2007, p. 4).

Para Krugman e Obstfeld (2010, p. 3) para analisar a economia internacional se aplica


as mesmas regras de análise das diversas subáreas da economia, pois os indivíduos possuem o
mesmo comportamento e motivações.

“Porém, a economia internacional envolve preocupações novas e diferentes,


já que o comércio e o investimento internacional ocorre entre nações (...)”.
Os mesmos autores abordam que o assunto de interesse da economia
internacional consiste em questão levantadas pelos problemas especiais da
interação econômica entre Estados soberanos. Krugman e Obstfeld (2010,
p.3).

Para Carvalho e Silva (2007, p. 1, p. 4, p. 9) momentos históricos foram importantes


para a economia internacional, situando alguns momentos históricos, como o mercantilismo
que era uma corrente de pensamento protecionista e via o comércio e seus benefícios de forma
limitada. Criticando este pensamento Adam Smith criou a teoria das vantagens absolutas, com
a hipótese que para haver comércio cada país deveria ter vantagem absoluta na produção de
um bem. Assim a troca deveria beneficiar as duas partes envolvidas. Para David Ricardo, com
a teoria das vantagens comparativas, haveria comércio entre as nações mesmo sem vantagem
absoluta na produção de nenhum bem.
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2.2 Políticas comerciais

O comércio internacional é influenciado por várias medidas de comércio, que podem


favorecer ou não o exportador, importador, consumidor, e de forma geral o país. A seguir
serão abordadas algumas políticas comerciais que podem influenciar no comércio externo de
carne bovina.

Carvalho e Silva (2007, p. 55, 56), abordam a tarifa que é um imposto sobre
importações, cobrado quando a mercadoria entra no país. Podendo ser específico, ad valorem
ou misto. Atualmente a mais usual é a cobrança ad valorem, o imposto é calculado por uma
porcentagem do preço do produto, como por exemplo, a TEC (Tarifa Externa Comum). Para o
sistema misto a cobrança é feita sobre a quantidade do produto que será importado, e ainda é
cobrado um percentual sobre seu preço. A tarifa especifica é fixada por unidade ou quantidade
do bem importado, é umas das preferidas pelos países, por ser de fácil administração.

Segundo Carvalho e Silva (2007, p. 66), o subsídio pode ser concedido por meio de
pagamentos em dinheiro, redução de impostos e ainda por financiamentos a taxas de juros
inferiores a do mercado.

“O subsídio , quando empregado como instrumento de política comercial,


consiste em pagamentos, diretos ou indiretos, feitos pelo governo, para
encorajar exportações ou desencorajar importações. Em ambos os caos,
equivale a um imposto negativo e representa, portanto, uma redução de custo
para o produtor. Carvalho e Silva (2007, p. 66)”.

Ainda Carvalho e Silva (2007, p. 70 a 73), as quotas de importação que são restrições
quantitativas impostas sobre o volume ou ainda sobre o valor das importações. Países podem
fixar acordos ou por decisão unilateral. Outras formas de intervenção no comércio são:
Controles Cambiais, Monopólio Estatal, Leis de Compras de Produtos Nacionais, Proibição
de Importação, Depósitos Prévio à Importação e ainda Barreiras Não- Tarifárias.

2.3 Produção e rebanho bovino brasileiro

Segundo ANUALPEC (2013), estima-se que o Brasil em 2013 tenha atingido em


torno de 209,8 milhões de cabeças de gado bovino, ficando em segundo lugar no mundo. O
primeiro lugar sendo ocupado pela Índia com cerca de 329,6 milhões de cabeças (de bovinos
e de bubalinos que é a espécie de búfalos).
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Segundo pesquisas apresentadas pelo site ABIEC o Brasil tem o maior rebanho
comercial do mundo, em torno de 209 milhões de bovinos, a maioria criada no pasto (estima-
se em 3% do total o rebanho terminado em sistema intensivo). Em torno de 20% da sua área é
ocupada por pastagens e possui uma grande variedade climática que reflete na produção.

Em torno de 80% do rebanho são animais de raças zebuínas, por serem de


características rústicas e de fácil adaptação ao ambiente e ao sistema de produção. Também
destaca-se o Nelore nesse contexto. São criados principalmente a pasto e com suplementação
mineral, que supre a carência de nutrientes que não existem no pasto (geralmente nos períodos
de seca).

As pastagens da região do Sul do Brasil possuem alto valor nutritivo e, por


conviverem com baixas temperaturas em determinada época do ano, encontram os nutrientes
necessários e melhor possibilidade de controle de ecto e endo parasitas. Isso faz com que
raças taurinas de origem europeia se adaptem bem ao ambiente.

Segundo ANUALPEC (2013), o gado tratado com pastagem de inverno entre os anos
de 1994 e 2001 era um número significativo, mas nos anos seguintes houve uma queda na
quantidade de gado tratado com pastagens, fechando 2013 em torno de 845 mil cabeças
apenas.

Novas técnicas estão sendo utilizadas pelos criadores para ter uma melhor qualidade
de carne em ambientes rústicos, como cruzamento de raças, entre animais de zebuínos e
europeus, se tem um ganho genético com a combinação das características nobres das raças.

Para aumentar a produtividade e ganhar mais eficiência dos bovinos de corte, os


criadores estão optando pelo confinamento para terminação, o semi-confinamento, e ainda a
suplementação (geralmente em períodos secos), contribuem para a redução do clico de
produção, obtenção de uma carcaça melhor acabada e sucessivamente uma utilização
sustentável da terra e de recursos naturais.

Para ANUALPEC (2013), em torno de 4,27 milhões de cabeças são criados em


confinamento no Brasil, um aumento de quatro vezes sua quantidade em comparação aos anos
1996 e o dobro em comparação ao ano de 2003. O semi-confinamento ganhou proporções
maiores a partir do ano de 2000, chegado em 2013 com a média de 2,72 milhões de cabeças
de gado nesta modalidade de tratamento.
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No contexto de sustentabilidade, mantendo a maioria das suas áreas de florestas


preservadas, o Brasil se tornou o segundo maior exportado de carne bovina do mundo.

2.4 Produção e rebanho por regiões brasileiras

A partir de dados analisados da ANUALPEC (1997/ 2004/ 2013), a região Norte e


Centro-Oeste obtiveram uma grande evolução no rebanho desde os anos de 1988, sendo
esperado para 2013 cerca de 41,11milhões de cabeças e 60,94 milhões de cabeças de gado
para o Norte e Centro-Oeste. A região Nordeste também aumentou, mas não tão
significativamente, fechando 2013 em 31,82 milhões de cabeças de gado. As regiões Sudeste
e Sul aumentaram sua produção, mas em pequeno volume, havendo, em 2013, 34,04 milhões
e 25,48 milhões de cabeças de gado bovino respectivamente.

Quanto à produção de carne bovina no Brasil, todas as regiões evoluíram no decorrer


dos anos, mas cabe destacar o Centro-Oeste com maior produção, fechando o ano de 2013
com cerca de 2,55 milhões toneladas equivalente-carcaça estimadas, seguido pela região
Sudeste com 1,77 milhões de toneladas, Norte com 1,54 milhões de toneladas, o Sul com 1,30
milhões de toneladas, e o Nordeste com 1,22 milhões toneladas equivalente-carcaça.

2.5 Abates de bovinos no Brasil em relação a países concorrentes

Segundo ANUALPEC, a quantidade de cabeças abatidas de gado bovino no Brasil a


partir do ano de 1988 vem evoluindo, sendo esperado para o ano de 2013 em torno de 40,3
milhões de abates de gado bovino. Com este volume o país se encontrava em terceiro lugar
mundial. Outros países destaques são Índia ocupando o primeiro lugar com cerca de 42,1
milhões cabeças em 2013, seguido pela China com aproximadamente 40,9 milhões de
cabeças, Estados Unidos e União Europeia, com cerca de 32,6 e 27,3 milhões cabeças
respectivamente.

2.6 O volume de exportações brasileiras de carne bovina em relação a países concorrentes

Dados abordados pela ANUALPEC (1997/ 2004) mostram que as exportações


brasileiras de carne bovina, a partir do ano de 1988, não apresentaram aumento. Pelo
contrário, houve uma redução na quantidade exportada, fechando o ano de 1998 com 370 mil
toneladas equivalente-carcaça. Países concorrentes, como por exemplo, Estados Unidos e
Austrália tiveram um aumento significativo nas exportações, fechando o ano de 1998 com
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985 mil e 1,27 milhões de toneladas equivalente- carcaça respectivamente. A Argentina


apresentou um aumento no decorrer dos anos, mas fechou 1998 com 303 mil toneladas
equivalente- carcaça, ou seja, em queda em comparação aos anos anteriores.

ANUALPEC (2004/ 2013) mostra que as exportações brasileiras a partir do ano de


1999 obtiveram aumentos significativos com estimativas para fechar o ano de 2013 em torno
de 1,45 milhão de toneladas equivalente-carcaça. Os países concorrentes como os Estados
Unidos tiveram um decréscimo nas exportações entre os anos de 2004 e 2009, mas voltaram a
apresentar crescimento, fechando o ano de 2013 com 1,11 milhão de toneladas equivalente-
carcaça, a Austrália manteve seu crescimento, fechando ao ano de 2013 ao redor de 1,41
milhão de toneladas equivalente-carcaça.

Dados da ANUALPEC apontam a Índia como maior exportadora do produto,


ganhando destaque a partir do ano de 2005. Seu auge foi atingido em 2011, alcançando cerca
de 2,16 milhões de toneladas em 2013. Outro mercado internacional importante de carne
bovina, a Argentina enfrenta uma longa crise no setor. Após se manter estável até 1997, seu
mercado reagiu entre 2004 e 2007, perdendo força posteriormente.

O Brasil vem ganhando espaço nos últimos anos no cenário das exportações de carne
bovina. Ao longo da pesquisa foram analisados alguns fatores, tantos internos como externos,
que levaram o país a ter destaque junto com outros concorrentes no setor exportador de carne
bovina, como por exemplo, países como a Índia, Austrália e Estados Unidos.

2.7 Balanço das exportações e importações brasileiras de carne bovina

Segundo ANUALPEC (1997/ 2004/ 2013), as exportações brasileiras a partir do ano


de 1988 tiveram aumentos gradativos no decorrer dos anos. Mas foi no ano de 2002 que
ganharam mercado, e desde então evoluíram de forma muito significativa, fechando o ano de
2012 com um total de US$ 5,13 bilhões em equivalente-carcaça.

ANUALPEC (1997/ 2004/ 2013) relaciona ainda os valores importados de carne


bovina desde os anos de 1988. Do período em questão até 1998, as importações não tinham
muitas variações, fechando o ano de 1998 com US$ 156.362,00. A partir de então os valores
importados decresceram, reagindo a partir do ano de 2008 até 2012, ao chegarem em US$
292.640,00. Nota-se que os valores são pouco significativos em relação aos valores
exportados de carne bovina pelo Brasil.
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Depois de descrita a parte teórica que fundamenta esta pesquisa, parte-se para
definição dos procedimentos metodológicos. Neste item são apresentados os métodos e
recursos utilizados para a realização da coleta de dados e quais os procedimentos que foram
adotados para a realização da pesquisa.

3.1 Tipo de Pesquisa

Para definição do plano de pesquisa realizada sobre as exportações de carne bovina


brasileira, foram utilizados os critérios apresentados por Gil (1999, p. 65- 66) para classificar
os tipos de pesquisas utilizados:

- Pesquisa bibliográfica: é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído


principalmente de livros e artigos científicos.

- Pesquisa documental: vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento


analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.

3.2 Coleta de dados

Este item apresenta os procedimentos adotados para fazer a coleta dos dados e quais os
métodos utilizados para conseguir obter os dados necessários.

Os dados utilizados foram materiais bibliográficos, que conforme Pádua (2004, p. 55),
“a pesquisa bibliográfica e fundamentada nos conhecimentos biblioteconomia, documentação
e bibliografia; sua finalidade é colocar o pesquisador em contato com que já se produziu e
registrou a respeito do seu tema de pesquisa”.

Para complementar, foi necessária a utilização de pesquisa documental, que para


Pádua (2004, p. 68), “é aquela realizada a partir de documentos, contemporâneos ou
retrospectivos, considerados cientificamente autênticos”.
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4 DIAGNÓSTICO E RESULTADOS

A concorrência internacional está cada dia mais acirrada. Os países buscam se


aprimorar e tornar seus bens e serviços sempre mais competitivos e atraentes para os outros
mercados. Sabe- se que um país não é autossuficiente em tudo e, por este motivo, precisa
manter comércio com os demais países.

Por sua vez, existe sempre forte preocupação em proteger seus mercados internos
diante da concorrência internacional, fato que leva ao uso de diversas políticas comerciais
protecionistas, eliminando parcialmente o efeito positivo do livre-mercado. Igualmente são
usadas políticas de incentivo às exportações, gerando seguidamente uma competitividade
artificial e tornando o comércio desleal.

4.1 Algumas políticas comerciais praticadas sobre a carne bovina brasileira

O comércio internacional é influenciado por várias medidas de proteção, as quais


podem favorecer ou não o exportador, o importador, o consumidor e, de forma geral, atingir o
país comprador e o país vendedor. No caso da carne bovina pode-se destacar algumas
medidas e ações que ajudaram ou prejudicaram as exportações de carne bovina brasileira no
decorrer do período de estudo.

As exportações brasileiras de carne bovina enfrentam barreiras sanitárias como as da


Febre Aftosa e Vaca Louca (BSE- Encefalopatia Espongiforme Bovina). Segundo
ANUALPEC (2004) o Brasil busca desde 1994 campanhas de vacinação para combate a febre
aftosa, conta ainda com o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa
(PNEFA) para controle e erradicação da doença no país.

Por sua vez, o ano de 1999 foi marcado por mudanças na política cambial (o Real é
fortemente desvalorizado). Este processo foi muito importante, pois tornou os produtos
exportados pelo Brasil mais competitivos no cenário mundial, particularmente a carne bovina.

A carne bovina brasileira também sofreu proibição de importação por alguns países,
como em fevereiro de 2001 por parte do Canadá que alegava que o produto brasileiro poderia
estar contaminado pela EEB como mostra ANUALPEC (2004). Isso causou questionamentos
sobre as condições de sanidade e de segurança do rebanho brasileiro, mas logo foi constatado
19

que o Brasil não apresentava a doença. Aliás, esse fato permitiu ao Brasil mostrar ao mundo
que sua carne era produzida à pasto, criando-se a imagem do “boi verde”, fato que auxiliou
em muito o avanço da carne nacional no mercado internacional.

Em 2002 conforme pesquisa da ANUALPEC (2004) foi criado pelo Ministério da


Agricultura o Sisbov- Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e
Bubalina, que visa rastrear todos os bovinos e bubalinos no país.

Em 2010, segundo ANUALPEC (2013), o Brasil enfrentou um caso clássico da


doença conhecida como vaca louca. Este caso se deu em um animal no Estado do Paraná em
função de sua avançada idade. Isso bastou para que vários embargos tenham sido realizados
contra a carne brasileira. Alguns países suspenderam as importações do produto nacional,
dentre eles: África do Sul, Arábia Saudita, Belarus, China, Coreia do Sul, Japão, Qatar e
Taiwan. Outros restringiram parcialmente ou temporariamente as importações, caso do Chile,
Jordânia, Líbano e Peru. Lembrando que o Brasil apresenta a maior parte do seu rebanho
criado a pasto e que aplica medidas de vigilância e mitigação de risco o que dificulta a doença
da vaca louca.

Pelo lado do auxílio às exportações, uma medida que ajudou às mesmas, segundo
ANUALPEC (2004), foi o desenvolvimento de ações de marketing e promoção junto aos
mercados de destino, sendo criado o selo “Brazilian Beef” com o objetivo de identificar e
reconhecer a carne bovina brasileira pelos importadores (pelas suas qualidades, alimentação a
pasto, segurança alimentar e sanidade).

Enfim, pode- se notar que o país sofreu e ainda sobre com restrições às exportações de
carne bovina. Mas também se verifica que, com o passar dos anos, o Brasil está investindo
mais em programas e ações para garantir um produto com qualidade e segurança , e assim
manter e conquistar mercados importadores pela diferenciação que seu produto oferece.

4.2 O mercado da carne bovina

A partir deste subcapítulo o estudo aprofundará as questões relativas ao mercado da


carne bovina, com ênfase sobre o rebanho, produção de carne, abate de animais, consumo e as
exportações. Dados em valores nominais se encontram nos apêndices.
20

4.2.1 Rebanhos mundiais de gado bovino


O gráfico 1 mostra o rebanho bovino no ano de 1988, neste período ganham destaque
países como a Índia que lidera com 36% do rebanho bovino, em seguida o Brasil com 19% do
rebanho, Estados Unidos com 14% e a União Europeia com 12% do rebanho de gado bovino
mundial.

Gráfico 1: Rebanhos mundiais de gado bovino no ano de 1988

Inclui gado bubalino.


Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

A Índia apresenta o maior rebanho, mas a maioria dele é composta por bubalinos, já
que por questões religiosas o seu gado bovino não é utilizado para fins comerciais. Levando
em consideração este fato, o Brasil apresenta já neste período o maior rebanho de gado bovino
frente aos demais exportadores de carne bovina.

O rebanho bovino brasileiro evoluiu no decorrer dos anos, atingindo 151,49 milhões
de cabeças de gado no ano de 1992, representando 20% do rebanho mundial. Ainda neste ano
a Índia se manteve com cerca de 36% do rebanho mundial, e os Estados Unidos e a União
Europeia diminuíram seu rebanho. A Argentina tinha 7% do rebanho mundial, Austrália e
México possuíam 4%, Canadá com 2%, Uruguai e Nova Zelândia possuíam 1% do rebanho
cada.

No ano de 1996 o rebanho bovino do Brasil se mantinha em torno de 20% do total


mundial, enquanto a Índia aumentou sua participação, atingindo 39% do rebanho mundial,
21

com 299,8 milhões de cabeças de gado. Os Estados Unidos manteve em torno de 13% e a
União Europeia teve perda de seu rebanho fechando o ano com 11%. O rebanho bovino da
Austrália e México diminuiu, e os demais países mantiveram-se estáveis.

Em 2000, como mostra o gráfico 2, o rebanho bovino dos países analisados era
caracterizado por: um aumento no rebanho da Índia com 40% e do Brasil com 21% do
rebanho bovino mundial, já Estados Unidos com 12% e União Europeia com 10%
apresentaram uma diminuição do rebanho. O rebanho da Austrália aumentou sua participação
no contexto mundial, atingindo 4% no período analisado, a Argentina sua participação no
contexto mundial, os demais mantiveram seu percentual anterior.

Gráfico 2: Rebanhos mundiais de gado bovino no ano de 2000

Inclui gado bubalino.


Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

No ano de 2004 os rebanhos bovinos que ganharam destaque são: o brasileiro que
aumentou em relação a anos anteriores, representando 22% do rebanho mundial; da Índia com
a redução de 37%, Estados Unidos manteve em torno de 12% e a União Europeia voltou a
crescer atingindo 11% do rebanho mundial.

Em 2008 o rebanho de gado da Índia aumentou. O rebanho do Brasil, Estados Unidos


e União Europeia se mantiveram ou variaram muito pouco. Os demais países não tiveram
variações ou tiveram muito pouca variação em seus rebanhos.
22

Durante o ano de 2012, o rebanho do Brasil e da Índia aumentaram, com 24% e 39%
sucessivamente. Os rebanhos dos Estados Unidos e da União Europeia diminuíram ainda

mais. Os demais países analisados não apresentaram muitas variações na sua


participação mundial.

Como mostra o gráfico 3, o rebanho bovino brasileiro é marcado pelo aumento de


produção em 2013, atingindo 208,6 milhões de cabeças, representando 25% do rebanho
mundial no ano. A Índia, Estados Unidos e União Europeia mantiveram o seu rebanho, com
39%, 11% e 10% do rebanho mundial. A Austrália diminuiu sua participação no contexto
mundial, os outros países analisados continuaram com as mesmas participações em relação ao
período anterior analisado.

Gráfico 3: Rebanhos mundiais de gado bovino no ano de 2013

Inclui gado bubalino.


Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

Pode-se concluir que o rebanho de gado bovino esta presente em maior quantidade em
três principais países, que são: Índia, Brasil e Estados Unidos, Também ganha destaque o
rebanho da União Europeia.

4.2.2 Produção mundial de carne bovina

No ano de 1988 os Estados Unidos possuía o terceiro maior rebanho mundial, mesmo
assim, é o destaque na produção mundial daquele ano, responsável por 33% da produção de
23

carne bovina. A União Europeia com 27% da produção mundial. O Brasil possuía o segundo
maior rebanho bovino, mas tinha 14% da produção mundial, o que mostrava um cenário de
atraso no processo de produção, como falta de investimentos em processos de engorda e
melhoramento genético. Como mostra o gráfico 4.

Gráfico 4: Produção mundial de carne bovina no ano de 1988

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

A Índia que possuía o maior rebanho mundial de gado bovino neste período
apresentava apenas 2% da produção mundial. Argentina com 8%, México e Austrália tinham
5% cada da produção mundial de carne bovina. Canadá com 3%, Nova Zelândia com 2% e
Uruguai com 1% da produção mundial de carne bovina fecham esse cenário.

O cenário mundial dos anos seguintes foi marcado pela evolução contínua da produção
de carne bovina no Brasil, alcançando 19% da produção mundial em 1996. Essa marca foi
alcançada pelo aumento no rebanho de gado bovino, evolução nos processos de confinamento
e semi-confinamentos, maior número de cabeças de gado bovino em processos como estes
para engorda e melhoramentos da carcaça. A Índia também apresentou melhoras, mas fechou
o ano considerado com 3% da produção mundial, uma queda em relação a períodos
anteriores. A produção de carne dos Estados Unidos teve altos e baixos no período
considerado, mesmo assim se manteve como maior produtor, como mostra o gráfico 5.
24

Gráfico 5: Produção mundial de carne bovina no ano de 1996

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

No entanto, a Argentina e União Europeia apresentaram queda em relação a anos


anteriores em sua produção de carne bovina, atingindo naquele ano 7% e 22%,
respectivamente, da produção mundial. Os demais países indicados tiveram pouca variação na
sua produção no decorrer dos anos, mantendo a mesma participação da produção mundial
desde o início do período de análise.

Nos anos seguintes a produção brasileira de carne bovina passou por oscilações, mas
em 2006 passou a ser a segunda maior produtora de carne bovina com 22% da produção
mundial, passando na frente da União Europeia, mas ainda atrás dos Estados Unidos com
29% da produção mundial.

Atualmente, como mostra o gráfico 6, o cenário mundial ainda é caracterizado por três
grandes produtores de carne bovina, sendo os Estados Unidos o maior com 28%, o Brasil
mantendo em segundo lugar com 23% e União Europeia com 18% da produção mundial.
25

Gráfico 6: Produção mundial de carne bovina no ano de 2013

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

Atualmente os Estados Unidos possui o terceiro maior rebanho de gado bovino, mas é
destaque com a maior produção global de carne bovina, isso se deve a técnicas de criação,
como confinamentos, raça do gado, hormônios para crescimento e alimentação.

4.2.3 Abates mundiais de gado bovino

No cenário mundial de abates de gado bovino em 1988, se destacam os Estados


Unidos com 28% dos abates, 24% a União Europeia e o Brasil com 18% de abates mundiais.
Ainda, neste período os maiores exportadores de carne bovina eram a União Europeia,
Austrália e Brasil, apesar da Austrália representar apenas 6% dos abates mundiais.

Como mostra o gráfico 7, a Índia com o maior rebanho de gado bovino é responsável
apenas por apenas 3% do abate mundial, vale lembrar que a maioria do seu rebanho é
composto por bubalinos e o país ainda não era destaque nas exportações de carne bovina.
26

Gráfico 7: Abates mundiais de gado bovino no ano de 1988

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

No decorrer dos anos seguintes o cenário mundial de abates de gado bovino


apresentou mudanças. Em 1995 os Estados Unidos continuou em primeiro, porém reduziu o
número de cabeças de gado abatidas. O Brasil aumentou o número de abates, atingiu 25% de
abates mundiais, passando a União Europeia com 19% de abates mundiais.

No ano de 2003 o Brasil foi o país com maior índice de abates, responsável por 26%
do total mundial. Neste ano a Índia também aumenta o número de abates, atingindo 10%, o
mesmo ocorrendo com a Nova Zelândia. Como mostra o gráfico 8, os demais países
diminuíram os números de abates mundiais.
27

Gráfico 8: Abates mundiais de gado bovino no ano de 2003

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

Em 2013 o cenário de abates de gado bovino é outro, o país que ganha destaque é a
Índia com 21% dos abates mundiais, um aumento significativo em relação aos anos
anteriores. Neste mesmo ano o Brasil continua com o maior índice de abates, os demais
países, com destaque para os Estados Unidos e União Europeia tiveram uma redução nos
abates, como mostra o gráfico 9.

Gráfico 9: Abates mundiais de gado bovino no ano de 2013

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.


28

4.2.4 Consumo mundial de carne bovina

O consumo de carne bovina no Brasil no ano de 1988 era caracterizado por 27,6 Kg/
pessoa/ ano. O maior consumidor de carne bovina é o país Argentino com 72,6 Kg/ pessoa/
ano, seguido pelo Uruguai com 64,9 Kg/ pessoa/ ano, porém estes países não são grandes
exportadores do produto. Austrália e Estados Unidos também se destacaram como grandes
consumidores de carne bovina.

Tabela 1. Consumo per capita mundial de carne bovina (Kg/ pessoa/ ano)

Países 1988 1992 1995 2000 2004 2008 2013


Índia 0,6 0,9 1 1,3 1,5 1,6 1,7
Brasil 27,6 26,8 42,6 35,7 34,4 36,9 39,1
Austrália 40,2 36,9 35,3 33,7 40,2 34 35,8
Estados Unidos 47,3 43,6 44 44,3 43,2 40,8 36,8
Nova Zelândia 38,5 28,4 31,4 30,1 31,3 - -
Canadá 39,8 35 31,5 31,7 32 31,2 29,4
Uruguai 64,9 76,8 60,6 61,2 49,4 - -
União Europeia - - - - 17,6 17 15,4
Argentina 72,6 67,3 58,5 67,8 65 68,1 61,5
México 21,1 20,2 20,5 23,1 20,7 18,5 15,1
Quilos de equivalente- carcaça (com osso).
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

Como mostra a tabela 1, a Índia não é o país que menos consome carne bovina, por
motivos religiosos a maioria dos seus estados proíbe o abate de bovinos. O país permite o
consumo de carne de búfalos, mas com algumas restrições. A Índia mostra uma evolução no
consumo interno de carne bovina desde o ano 1988 até 2013, mas nada muito significante.

A Argentina diminuiu o consumo interno, mas ainda em 2013 é o país em destaque de


consumo. O Uruguai também teve uma queda no consumo interno, no entanto continua como
um dos maiores consumidores. Por falta de dados em alguns anos, como em 2013, não se
pode analisar o consumo interno nestas datas.

Nos Estados Unidos o consumo variou entre 40 e 45 Kg/ pessoa/ ano, e em 2013
atingiu 36,8 Kg/ pessoa/ ano uma queda em relação a anos anteriores da análise. O consumo
interno de carne bovina da Austrália também merece destaque, fechando o ano de 2013 com
35,8 Kg/ pessoa/ ano.
29

O maior consumo interno de carne bovina no Brasil se deu no ano de 1995, com 42,6
Kg/ pessoa/ ano. Nos demais anos analisados o consumo oscilou entre 20 a 43 kg/ pessoa/
ano. O país em 2013 apresenta o segundo maior consumo interno em relação aos demais
países, com 39,1 kg/ pessoa/ ano.

O consumo de carne bovina varia e depende de vários fatores, como por exemplo,
renda, disponibilidade do produto, preço, gosto do consumidor, entre outros.

4.2.5 Exportações mundiais de carne bovina

As exportações de carne bovina (em volume) no ano de 1988, como mostra o gráfico
10, destaca quatro grandes exportadores: União Europeia com 25%, Austrália com 23%,
Brasil com 15% e Nova Zelândia com 11% do total. Portanto, o Brasil naquele ano foi o
terceiro maior exportador. A Argentina com 8% das exportações mundiais mostrou um
mercado tímido frente aos quatro maiores exportadores do produto, como também a Índia
com apenas 4% das exportações mundiais.

Gráfico 10: Exportações mundiais de carne bovina no ano de 1988

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

Nos anos seguintes o cenário das exportações de carne bovina passou por várias
mudanças. As exportações brasileiras tiveram quedas muito relevantes, voltando mostrar uma
recuperação discreta em 1999 com 10% do mercado mundial da carne bovina, um percentual
baixo em relação ao período inicial de análise.
30

A União Europeia e a Argentina tiveram oscilações de autos e baixos no decorrer dos


anos, mas em 1999 perderam mercado. Ainda, como mostra o gráfico 11, os Estados Unidos
representou 19% das exportações, o país aumentou as suas exportações do produto no
decorrer dos anos. Já Austrália teve variações em suas exportações do produto, mas neste ano
atingiu 23% das exportações mundiais.

Gráfico 11: Exportações mundiais de carne bovina no ano de 1999

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

O cenário neste ano destacou a Austrália como maior exportadora, em seguida os


Estados Unidos, a União Europeia em terceiro, uma perca significativa das exportações para
quem era em alguns anos anteriores a maior exportadora, e o Brasil apesar de demostrar uma
recuperação, caiu para o quarto maior exportador. Segundo ANUALPEC (2004) a União
Europeia apresentou potencial limitado e se inseriu no cenário mundial da carne bovina
devido a fortes subsídios.

O Brasil apresentou relevantes melhoras no decorrer dos anos e em 2004 se torno o


maior exportador em volume de carne bovina. Em 2007 atinge o maior volume exportado,
responsável por 31% das exportações mundiais.

Por causa de alguns fatores adversos, como preços das commodities das rações para
engorda como as de milho e soja, uma seca e custo alto para a produção fizeram com que os
Estado Unidos tivessem falta de carne bovina com o preço competitivo, perdendo mercado
para os demais exportadores do produto, segundo ANUALPEC (2004).
31

Ainda, como mostra o gráfico 12, a Austrália, União Europeia e Estados Unidos
tiverem suas exportações reduzidas. Ao contrário da Índia com 10% das exportações
mundiais, um ganho de mercado em relação a períodos anteriores. Segundo ANUALPEC
(2004) a Austrália enfrentou problemas climáticos, como secas que ocorrem desde 1999,
tendo como efeitos a redução do seu rebanho (nos anos 2002 e 2003) e consequentemente
uma redução na quantidade de carne bovina.

Gráfico 12: Exportações mundiais de carne bovina no ano de 2007

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

A partir de 2007 até 2010 o Brasil foi o país que mais exportou carne bovina. No
entanto em 2011 teve uma queda no volume exportado sendo superando pela Austrália com
19% das exportações contra 18% do Brasil. A Índia merece destaque neste ano, pois
aumentou suas exportações e atingindo também 18% das exportações de carne bovina
(lembrando que a maioria do rebanho comercial da índia era composto por búfalos). E os
Estados Unidos com 17% das exportações mundiais do produto.
32

Gráfico 13: Exportações mundiais de carne bovina no ano de 2013

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

Em 2013, como destaca o gráfico 13 acima, o Brasil voltou a aumentar o volume


exportado, estando novamente em primeiro lugar nas exportações de carne bovina. Em
seguida se consolidou a Índia com 21%, Austrália com 19% e Estados Unidos com 14% das
exportações mundiais.

Segundo ANUALPEC (2013), os EUA enfrentaram efeitos da seca que prejudicou


pastagens e a falta de água em regiões importantes para a produção de gado, o que gerou
queda no rebanho do país. A Austrália e Uruguai estavam com seus rebanhos saturados o que
limitou as exportações. A maioria da carne exportada da índia é de búfalo, o seu rebanho de
gado bovino é utilizado principalmente para a produção de leite. Argentina enfrentou uma
crise no setor, fazendo com que o governo argentino intervisse no controle de preços e
inflação, causando uma desordem no setor e desestimulando os produtores.

4.3 O mercado brasileiro e algumas de suas características

Este sub-capítulo trata dados sobre rebanho, processos utilizados para engorda do
gado, produção de carne bovina, abates, consumo, as exportações em volume, valores e
destino, como também a importância das exportações de carne bovina na balança comercial
do Brasil.
33

4.3.1 Análise da evolução do rebanho bovino brasileiro

A tabela 2 mostra o rebanho bovino brasileiro desde o ano de 1988 até 2013. Verifica-
se que período que antecede 1990 tem pouca variação no número de cabeças de gado. Em
1990 e 1991 era caracterizado com aproximadamente 150,16 e 152,44 milhões de cabeça de
gado respectivamente.

Tabela 2. Rebanho bovino brasileiro (Milhares de cabeças)

1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
142.542 145.728 150.159 152.439 151.494 150.509 150.790 155.035 153.863 153.746 156.131 157.693 161.483

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
164.904 168.364 168.119 169.567 172.111 173.830 175.437 179.540 185.159 190.925 197.550 203.715 208.628

Ano de 2013 Preliminar.


Inclui gado bubalino.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

A partir do ano de 1992 o rebanho bovino brasileiro começou a decrescer, essa queda
pode ser caracterizada por fatores como, o país apresentava um atraso no processo causando
uma baixa produtividade, perda de rentabilidade, e ainda após vigorar o Plano Real a
rentabilidade agravou-se mais. Também com altos custos de produção, a rentabilidade tornou
a cair, causando venda dos rebanhos pelos criadores. Outro fator foi a seca nordestina nos
anos de 1992 e 1993, que caracterizou mortes de gados, como também a migração de animais
da região. Todos esses fatores causaram queda no rebanho bovino, que fechou o ano de 1994
com 150,79 milhões de cabeça de gado como apresentado na tabela 2 à cima.

Os anos de 1995 a 1996 são caracterizados por queda no ciclo da pecuária, nestes
casos se pode ter mais abates de matrizes que são geralmente causados pela desvalorização de
bezerros, isto leva a uma diminuição na capacidade de novos bezerros, já que as matrizes
estão sendo abatidas ao invés de estar se reproduzindo.

Além disso, o período é composto também pela tendência técnica, abate de animais
precoces, a categoria do gado gordo perdeu espaço para bovinos leves e com menor idade.
Com esta nova técnica a produção de carne aumentou, porém a antecipação do abate causou a
redução do rebanho. Isso mostra o porquê da evolução negativa de 0,76% do ano de 1995
34

para 1996, se mantendo até 1997 como mostra o gráfico 14, que apresenta a evolução do
rebanho bovino desde 1988 até o ano de 2013.

Gráfico 14: Evolução do rebanho bovino no Brasil

Ano de 2003 Preliminar.


Inclui gado bubalino.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

A partir do ano de 1998 o rebanho bovino começa a demonstrar uma recuperação,


crescendo de 1 a 2% ao ano. Em 2002 fechou o ano com 168,36 milhões de cabeças de gado,
e a partir deste ano o rebanho bovino brasileiro vem aumentando significativamente,
atingindo o ano de 2013 com cerca de 208,63 milhões de cabeça de gado.

Na tabela 3 a seguir verifica-se o rebanho bovino brasileiro por regiões no ano de 1988
e 2013. São destaques em 1988 a região Centro Oeste e Sudeste.

Tabela 3: Rebanho bovino por regiões brasileiras (Cabeças)

Regiões 1988 2013


Centro Oeste 44.715.929 61.398.555
Norte 15.060.752 41.417.083
Sudeste 35.519.947 34.291.360
Nordeste 21.685.801 32.062.314
Sul 24.378.271 25.674.526
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.
35

Ganha destaque no cenário atual da pecuária brasileira a região Centro Oeste com
aproximadamente 61,40 milhões de cabeças, seguida pela região Norte com 41,42 milhões de
cabeças de gado, regiões que obtiveram uma grande evolução no rebanho desde 1988. A
região Sudeste com 34,30 milhões, Nordeste com 32,06 e Sul com 25,67 milhões cabeças de
gado.

4.3.2 Formas de engorda do gado bovino no Brasil

O Brasil apresenta algumas vantagens, como aspectos climáticos que facilita a criação
de gado bovino. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de
Carnes (ABIEC, 07.09.2014), as pastagens compõem cerca de 20% da sua área. Além dos
aspectos climáticos, a maioria do rebanho bovino brasileiro é composta por animais de raças
de fácil adaptação ao ambiente e aos processos de produção do país, os principais são animais
de raças zebuínas e raças de origem europeias, sua a alimentação se dá basicamente a pasto e
com algumas suplementações para complemento.

4.3.3 Pastagens de inverno

Na região Sul se encontra pastagens de autovalor nutritivo e baixas temperaturas, o


que facilita a criação de animais de raças europeias por se adaptarem muito bem ao ambiente
que supre suas necessidades e ainda ajuda ao combate de parasitas.

Na tabela 4, podemos avaliar a utilização de pastagens de inverno para a engorda de


bovinos, essas pastagens podem ser do tipo de azevém, aveia e milheto. As pastagens de
inverno são encontradas principalmente na região Sul do país.

Tabela 4: Pastagens de inverno no Brasil (Cabeças)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
425.000 555.000 745.000 895.000 1.135.000 1.390.000 685.000 1.090.000 1.330.000 1.130.000 1.345.000 1.277.000

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
830.000 799.000 - 872.000 849.990 805.001 893.000 806.754 822.943 830.482 833.361 843.225
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

Como se pode verificar desde 1990 o número de gado em pastagens de inverno


demostram aumentos anuais, mas é no ano de 1995 que se verifica o maior número de cabeças
de gado em pastagens de inverno, com cerca de 1,39 milhões de cabeças de gado.
36

Ainda a partir de 1997 as pastagens são importantes no processo de produção,


fechando o ano de 2001 com cerca de 1,28 milhões de cabeças de gado. Mas em 2002
verifica-se uma queda significativa na quantidade de gado em engorda com pastagens de
inverno, e a partir de então vem se mantendo sem muitos crescimentos, fechando o ano de
2013 com aproximadamente 843,23 mil cabeças de gado.

Vale lembrar que o Brasil conta não apenas com pastagens de inverno, mas também
com pastagens que são para o ano todo.

Com a finalidade de aumentar a produtividade da bovinocultura no Brasil, estão sendo


utilizadas algumas melhorias pelos produtores, como o confinamento, semi-confinamentos e a
suplementação nos períodos de seca. Nesse estudo foi abordado o confinamento e o semi-
confinamentos como estratégia para ganhar eficiência. Esses fatores contribuem para uma
melhoria no produto e causa antecipação no abate dos bovinos, ou seja, o gado ganha mais
peso em menos tempo.

4.3.4 Confinamento no Brasil

O confinamento é o tratamento de animais em lugares fechado como piquetes ou em


currais de áreas restrita, em que eles recebem a alimentação e água em cochos, podendo ser de
forma integral ou apenas no período que antecede o abate.

Nos Estados Unidos, por exemplo, no período de inverno a neve encobre os pastos,
tornando o confinamento uma alternativa para suprir a falta dos pastos e continuar com a
produção bovina. No Brasil isso não acontece, pois as regiões que possuem inverno
disponibilizam pastos que se adaptam ao clima e são de grande importância na produção
bovina.

Os custos do confinamento em comparação ao semi-confinamentos são maiores,


principalmente se forem em tempo integral.

Conforme dados da tabela 5, o confinamento no Brasil começa a ganhar mais espaço a


partir dos anos de 1994 atingindo aproximadamente 1,01 milhão de cabeça de gado em
regime de confinamento.
37

Tabela 5: Confinamento no Brasil (Cabeças)

1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
640.000 935.000 755.000 785.000 825.000 810.000 1.005.000 1.240.000 1.435.000 1.590.000 1.415.000 1.570.000 1.950.000

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
1.868.000 1.906.000 2.006.558 - 2.305.000 2.317.999 2.572.984 2.989.008 2.901.734 2.756.201 3.377.311 3.737.862 4.249.650
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

Ainda na tabela 5, pode verificar uma grande preferência pelo confinamento. No ano
2013 com cerca de 4,25 milhões de cabeça de gado em relação ao ano de 2003 com 2,01
milhões de cabeça de gado, o volume de animais em confinamento dobrou.

Verifica-se um aumento contínuo no número de gado criado em confinamento, e que


estão associando cada vez mais a alimentação a pastos com o confinamento. Tendo algumas
vantagens como, ganho na eficiência na produção, liberação da área para novas pastagens e
criação de mais gados, disponibilidade em tempo menor de carne bovina para o mercado.

Os estados brasileiros com maior número de cabeças de gado em confinamento no ano


de 2013 são o estado do Mato Grosso com aproximadamente 1,06 milhões de cabeças, Goiás
com 785,30 mil cabeças e São Paulo com 692,25 mil cabeças de gado.

4.3.5 Semi-confinamentos no Brasil

Os produtores estão sempre buscando alternativas para aumentar a produção e melhor


os resultados, mas de preferência que tenha custos baixos. O semi-confinamento é mais
eficiente no processo final de engorda, os bovinos são tratados a maior parte do tempo com
pasto e os concentrados são oferecidos em cochos de forma a complementar a alimentação.

No entanto, as pastagens devem possuir um manejo adequado e com disponibilidade


de forragens que possuem maior quantidade de nutrientes. Em períodos de seca, que
prejudicam os pastos, o semi-confinamento ajuda a suprir a quantidade de pastos disponíveis
e a perda de nutrientes que o pasto sofre, evitando uma perda maior do desempenho do
rebanho.

Uma fase importante do semi-confinamento é antes do abate, pois proporciona um


ganho maior (se utilizado de forma correta) e mais rápido de peso, reduzindo o período de
38

terminação, o que proporciona uma melhora no acabamento das carcaças e ainda libera o
pasto mais rápido para novas pastagens e criação de novos bovinos.

Na tabela 6 podemos verificar o número de bovinos que utilizam o semi-


confinamento. Os números mostram um crescimento considerável a partir do ano de 1993 até
o ano de 1996 com 985 mil cabeças de gado, mas foi a partir do ano de 1997 com 1,32
milhões de cabeças, e posteriormente em 2001 com 2,56 milhões de cabeças que a quantidade
de gado semi-confinado cresceu, praticamente dobrando no período. Após, somente em 2008
o número de animais semi-confinados voltou a crescer, atingindo a aproximadamente 2,80
milhões de cabeças. Nos anos seguintes ocorre uma diminuição no número de gado em semi-
confinamentos, voltando a crescer apenas em 2012 e 2013.

Tabela 6: Semi-confinamentos no Brasil (Cabeças)

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
115.000 175.000 250.000 355.000 515.000 715.000 985.000 1.315.000 1.850.000 1.670.000 2.440.000 2.560.000

2002 2003 2004 2205 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
2.432.000 2.357.000 - 2.481.000 2.365.160 2.504.000 2.804.000 2.533.191 2.583.042 2.564.146 2.653.589 2.730.584
Inclui todas as suplementações de mais de 0,5 kg/ cabeça/ dia de concentrado.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

4.3.6 Produção brasileira de carne bovina

Como mostra o gráfico 15, produção de carne bovina no ano de 1990 começa a
crescer, atingindo o ano de 1994 com 5,73 milhões de toneladas equivalente a carcaça.
Verifica-se que neste mesmo perído teve uma aumento do rebanho bovino e principalmente
um ganho na produção através do semi-confinamentos. No ano de 1995 em relação ao ano de
1994 a produção aumentou em 18,2%, e desde então até 2000 cresceu muito pouco.
39

Gráfico 15: Evolução da produção de carne bovina brasileira

Ano de 2003 Preliminar.


Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

Em 2001 o número de bovinos confinados aumentou, e no semi-confinamento cresceu


mais que o dobro em relação a 1994. E até 2013, o semi-confinamento aumentou pouco, mas
o confinamento teve aumentos anuais significativos, atingiu 4,25 milhões de cabeças de gado
em 2013.

O confinamento é ideal para se obter um aumento na produção da pecuária de corte,


mas no Brasil ele é caracterizado por pequenos confinamentos. O importante seria intensificar
este processo para ter ganhos na pecuária. O gado criado somente a pasto apresenta um ciclo
de criação muito longo, neste caso poderiam optar pelo confinamento ou semi-confinamentos
nos últimos anos de terminação ou ainda em perído que entercalam os cultivos de grão.

Outro fator importante é os custos que o processo de confinamento apresenta por


depender de produtos como milho, cana, soja, entre outros, pois nem todos os estados
disposnibilizam destes produtos e que ainda que possam ser de boa qualidade. A boa
qualidade destes produtos são fatores decissivos no processo de engorda do gado.

Esses processos são muito importantes no aumento da produção, e se pode verificar


que a produção aumentou no decorrer dos anos e em 2013 atingiu 9,6 milhões de toneladas
em equivalente a carcaça, como mostra a tabela 7.
40

Tabela 7: Produção de carne bovina brasileira (Mil toneladas de equivalente- carcaça)

1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
4.407 4.937 5.008 5.481 5.725 5.653 5.725 6.768 6.794 6.413 6.528 6.582 6.567

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
6.911 7.155 7.629 7.975 8.592 9.025 9.303 9.024 8.935 9.115 9.030 9.210 9.600
Ano de 2003 Preliminar.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

A pecuária brasileira nos últimos anos ganhou novas formas de manejo, teve avanços
sanitários e ainda ganhou mercado internacional. Apresenta uma alta produtividade que está
relacionada com programas de melhorias, como por exemplo, Integração Lavoura- Pecuária-
Florestas- ILPF, mais viável e rápida a engorda do gado.

Além disso, os produtores brasileiros estão utilizando a inseminação artificial e o


melhoramento genético do rebanho para ter animais com maior eficiência produtiva, que se
adaptem bem ao ambiente de criação e adequado a produção de carne.

No período inicial dos dados analisados, as regiões brasileiras de destaque eram a


região Sudeste com aproximadamente 1,38 milhões de toneladas e a região Centro Oeste com
1,13 milhões de toneladas equivalente-carcaça. A região Sul apresentava 828,51 mil
toneladas, Nordeste com 677,19 mil toneladas e Norte com 389,33 mil toneladas equivalente-
carcaça. Conforme mostra tabela 8.

Tabela 8: Produção de carne bovina por regiões brasileiras (Toneladas Equivalente-carcaça)


Regiões 1988 2013
Centro Oeste 1.129.056 2.529.626
Norte 389.330 1.531.395
Sudeste 1.382.592 1.761.165
Nordeste 677.190 1.212.532
Sul 828.511 1.287.998

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

No Brasil em 2013 a região que se destaca na produção é a região Centro Oeste com
cerca de 2,53 milhões de tonelada equivalente-carcaça. Também nesta região se encontra o
41

maior rebanho brasilerio de bovinos, a seguir vem a região Sudeste com 1,76 milhoes de
toneladas equeivalente a carcaça.

4.3.7 Números de abates de bovinos no Brasil

A quantidade de bovinos abatidos cresceu 9,96% em 1991 em relação ao ano anterior.


Com uma baixa produtividade os produtores abatem mais gado e consequentemente isso foi
uma das causas da redução no rebanho bovino brasileiro até o ano de 1994. Em 1995 cresceu
32,52% em relação a 1994, um aumento de cerca de 9 milhões de cabeças de gado a batidas a
mais. Isso se deve por maior número de matrizes abatidas entre o ano de 1995 e 1996, mas
esse aumento não se manteve nos anos seguintes, conforme gráfico 16.

Gráfico 16: Evolução de abates de gado bovino no Brasil

Ano de 2003 Preliminar.


Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

O abate volta a crescer a partir de 2001, tendo destaque para os anos de 2003,
atingindo 40,36 milhões cabeças abatidas, 2006 com 41,23 e 2007 com 42,35 milhões cabeças
abatidas. Conforme tabela 9, nos anos seguintes os abates diminuiram, e em 2013 começou
mostrar uma melhora com 41,06 milhões cabeças de gado abatidas.
42

Tabela 9: Abate de gado bovino no Brasil (Milhares de cabeças)

1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
24.137 23.948 24.160 26.567 28.013 27.828 27.837 36.889 36.711 34.219 34.751 34.925 35.107

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
36.340 37.834 40.358 36.955 39.430 41.225 42.345 40.438 39.466 39.400 39.100 39.785 41.060
Ano de 2003 Preliminar.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

O número de cabeças de gado em processo de confinamento vem apresentando um


crescimento a partir dos anos 2000 o que disponibilizou para o mercado maior número de
carne, com maior qualidade e ainda com prazos menores ou definidos, o que intensificou o
número de abates.

O consumo interno de carne bovina evoluiu no decorrer dos anos, mas o principal
aumento foi no volume exportado do produto que teve uma evolução contínua até 2007, tanto
o consumo interno como o consumo externo são alguns dos fatores responsáveis pelo
aumento no abate de bovinos para suprir o mercado interno e principalmente o mercado
estorno. Este ano foi o ano que registrou mais abates de gado bovino brasileiro.

A partir de 2008 muitos dos países importadores de carne bovina brasileira reduziram
ou deixaram de importar o produto, um dos fatores responsável por isso, foi a crise financeira
internacional que afetou direta ou indiretamente todos os países. Com isso, houve uma
redução nos abates, notada também nos anos seguintes, ou seja, com um menor consumo não
se faz necessário tanta produção de carne bovina.

Em 2013 o número de cabeças de gado abatidas voltou a apresentar crescimento, isso


pode ser explicado pelo aumento das exportações, que neste ano também voltou a apresentar
maior volume exportado de carne bovina. Alguns países voltaram a importar, outros
aumentaram o volume importado e isso refletiu nos abates de gado no Brasil, visto que o país
é maior exportador de carne bovina.

Em 1988 a região responsável pelo maior número de abates era a Sudeste, com cerca
de 7,77 milhões de cabeças de gado, seguida da região Centro Oeste com 6,21 milhões de
cabeças de gado, conforme mostra a tabela 10.
43

Tabela 10: Abates de bovinos por regiões brasileiras (Cabeças)


Regiões 1988 2013
Centro Oeste 6.206.868 12.768.277
Norte 1.921.948 7.745.916
Sudeste 7.765.213 9.358.265
Nordeste 3.558.162 6.421.702
Sul 4.685.157 6.651.313
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

A região brasileira Centro Oeste se destaca em números de abate com


aproximadamente 12,77 milhões de cabeças abatidas, no ano de 2013. Logo em seguida com
9,36 milhões de cabeças abatidas esta a região Sudeste, Norte com 7,75 milhões de cabeças,
Sul com 6,65 milhões de cabeças e por último esta a região Nordeste com 6,42 milhões de
cabeças de gado.

4.3.8 Consumo per capita no Brasil de carne bovina

Na tabela 11, é apresentado o consumo per capta interno no Brasil de carne bovina
desde o ano de 1988 até 2013. A partir de 1988 até 1991 o consumo da carne bovina evoluiu
ano a ano, neste período o Brasil não exportava grandes quantidades do produto, apesar de ter
um dos maiores rebanho.

Tabela 11: Consumo per capita no Brasil de carne bovina (KG/ pessoa/ano)

1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
27,6 33,8 34,6 35,7 26,8 34,6 35,4 42,6 42,4 39 38,2 36,6 35,7

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
35,7 35,8 36,3 34,4 36 36,4 36,8 36,9 37,1 37,8 39,3 39,6 39,1
Ano de 2003 Preliminar.
Quilos de equivalente- carcaça (com osso).
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

Nos anos de 1995 e 1996 em comparação a anos anteriores o volume de carne


consumida internamente no país aumentou significativamente. As exportações de carne
bovina brasileira apresentava com uma queda no volume exportado, mas continuava com os
mesmos número de países importadores de anos anteriores, ou seja, apenas houve redução no
volume exportado pelos países, como também houve queda no rebanho, mas a produção se
manteve.
44

Como mostra o gráfico 17, até 2001 o consumo interno de carne bovina diminuiu ano
a ano, mas o número de cabeças de gado abatidas e a produção apresentaram crescimento,
esse aumento era direcionado para dar conta das exportações.

Gráfico 17: Evolução do consumo brasileiro de carne bovina

Ano de 2003 Preliminar.


Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

O consumo interno mostra uma melhora em 2002 e 2003, mas no ano seguinte volta a
cair em torno de 5%. E a partir de 2005 o consumo de carne bovina volta a crescer, um
crescimento contínuo até 2012, e uma leve queda em 2013, fechando o ano com 39,1 Kg por
pessoa. O consumo de carne bovina brasileira é afetado tanto pelo preço interno como
também pela renda dos consumidores.

4.4 Exportações brasileiras de carne bovina

Este sub-capítulo aborda as exportações brasileiras em volume, valores, as exportações


por destinos, ou seja, os principais importadores de carne bovina brasileira, como também a
importância das exportações de carne bovina brasileira na Balança Comercial do Brasil.
45

4.4.1 Exportações brasileiras de carne bovina em volume

O Brasil esta entre os maiores produtores de carne bovina e dispõe do maior rebanho
de gado do mundo, com um diferencial no seu produto. O país possui alguns benefícios, como
por exemplo, possui um vasto território, clima, também produz uma gama de grãos e ainda
possui pastos/ pastagens de boa qualidade que podem ser em determinadas épocas como
também para o ano todo. Essas são algumas das características que fazem com que o Brasil
ganhe competitividade no mercado internacional da carne bovina.

As exportações brasileiras de carne bovina enfrentam barreiras sanitárias como as da


Febre Aftosa e Vaca Louca (BSE- Encefalopatia Espongiforme Bovina). Segundo ANULPEC
(2004), o Brasil busca desde 1994 campanhas de vacinação para combate a febre aftosa.
Conta ainda com o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA)
para controle e erradicação da doença no país.

Aqui serão analisadas as exportações de carne bovina brasileira em volume exportado


desde o período de 1988 até o ano de 2013, como mostra a tabela 12.

Tabela 12: Exportações brasileiras de carne bovina (Mil toneladas equivalente- carcaça)
1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
579 345 249 335 442 451 376 287 280 287 370 541 554

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
789 929 1.208 1.610 1.845 2.084 2.189 1.801 1.596 1.558 1.340 1.394 1.800

Ano de 2003 Preliminar.


Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

As exportações brasileiras de carne bovina a partir de 1988, período inicial de análise,


até 1990 eram caracterizados por um volume baixo de carne bovina. Também neste mesmo
período o rebanho era composto entre 142 e 146 milhões de cabeças e a produção de carne era
entre 4,4 à 5 milhões toneladas equivalentes-carcaça, e ainda o abate de um ano para o outro
tinha uma variação negativa.

A partir dos anos de 1990 a 1993 a carne bovina brasileira vem ganhando mercado
mundial como mostra o gráfico 18, da evolução das exportações. O rebanho de corte evoluiu
neste período, o que proporcionou maior número de cabeças abatidas e ainda houve um ganho
46

contínuo na produção de carne bovina, que pode ser caracterizado pelo semi-confinamento
que evoluiu nos anos analisados combinado com o melhoramento em pastagens, podendo
assim suprir o mercado interno e principalmente possibilitou atender o mercado externo do
produto.

Gráfico 18: Evolução das exportações brasileiras de carne bovina

Ano de 2003 Preliminar.


Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

No entanto, de 1994 até o ano de 1996, os números apresentam queda de suas


exportações, mas com aumentos do rebanho. Na produção o destaque é o grande avanço no
número de cabeças de gado em confinamentos e semi-confinamentos, complementando a
alimentação do rebanho em pastagens. Consequentemente, o número de abastes também
aumentou, mas para suprir o mercado interno que foi caracterizado por um aumento no
consumo de carne bovina no decorrer dos anos analisados.

Segundo ANUALPEC (2004), a partir de 1994 iniciaram importantes mudanças na


pecuária brasileira por cauda do Plano Real. Possibilitou um aumento na renda dos
consumidores, e consequentemente o consumo interno de carne bovina aumentou.

As exportações de carne bovina voltam a crescer a partir do ano de 1997, e em 1998


segundo ANUALPEC (2004), o país enfrentou preços internacionais abaixo da média por
causa da crise sanitária na Europa, mas por causa da produção no Brasil ter custos baixos (a
maioria do gado criado a pasto) manteve o crescimento nas exportações.
47

Em 1999 o ano foi marcado por mudanças na política cambial e desde então o país
começou a ganhar mercado internacional de carne bovina, atingindo neste ano 541mil
toneladas equivalentes-carcaça.

De 2000 até 2007 as exportações brasileiras apresentaram crescimentos contínuos. Em


2002 conforme pesquisa da ANUALPEC (2004), foi criado pelo Ministério da Agricultura o
Sisbov - Sistema Brasileiro de identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina, que
visa rastrear todos os bovinos e bubalinos no país.

A carne bovina brasileira sofreu proibição em fevereiro de 2001 por parte do Canadá
que alegava que o produto brasileiro poderia estar contaminado pela EEB como mostra
ANUALPEC (2004), isso causou questionamentos sobre as condições de sanidade e de
segurança do rebanho brasileiro, mas logo foi constatado que o Brasil não apresentava a
doença.

Além destas medidas, outro fator importante que ajudou nas exportações segundo
ANUALPEC (2004), foi o desenvolvimento de ações de marketing e promoção juntamente
com os mercados de destinos, sendo criado o selo “Brazilian Beef” com o objetivo de
identificar e reconhecer a carne bovina brasileira pelos importadores, pelas suas qualidades
como, a alimentação a pasto que deu origem ao sistema de produção a pasto “Boi Verde” e a
segurança alimentar e sanidade.

Ainda 2007, o volume exportado foi de 2,19 milhões de toneladas, foi o maior volume
exportado considerando o período de análise da pesquisa. Neste mesmo ano, segundo o site
ABIEC, o Brasil recebeu da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) a primeira
classificação como um país de risco controlado.

O ano de 2008 foi marcado por uma crise internacional que refletiu também nas
exportações. Os países com menos capacidade financeiras importaram menos ou até mesmo
deixaram de importar. Neste ano foi exportado o volume de 1,80 milhões de toneladas e até
2011 apresentou um decréscimo no volume exportado.

Ainda, como mostra pesquisas da ANUALPEC (2013), no ano de 2010 o Brasil


enfrentou um caso clássico da doença conhecida como vaca louca. Este caso ocorreu em um
animal no estado do Paraná. Neste mesmo ano o país sofreu vários embargos, fazendo com
que alguns países suspendessem as importações do produto brasileiro, que são eles: África do
48

Sul, Arábia Saudita, Belarus, China, Coreia do Sul, Japão, Qatar e Taiwan. Outros
restringiram parcialmente ou temporariamente as importações, são os casos do Chile,
Jordânia, Líbano e Peru. Lembrando que o Brasil apresentava a maior parte do seu rebanho
criado a pasto e que aplica medidas de vigilância e mitigação de risco o que dificulta a doença
vaca louca.

Em 2013 o país começou a mostrar recuperação no volume exportado, tendo neste ano
vendido ao exterior 1,8 milhões de toneladas equivalente-carcaça. A produção de carne
bovina neste ano atingiu 9,6 milhões toneladas equivalente-carcaça, também atingindo o
maior rebanho com 208,63 milhões de cabeças de gado. O ganho na produção pode ser
destacado pelo confinamento, atingindo em 2013 um total de 4,25 milhões de cabeças. Ainda
se verificou que o número de abates no Brasil voltou a crescer tendo, em 2013, chegado a
41,06 milhões de cabeças.

4.4.2 Exportações brasileiras de carne bovina em valores

Neste sub-capítulo serão analisadas as exportações de carne bovina brasileira em


valores desde 1988 até o ano de 2013, conforme tabela 13.

Tabela 13: Exportações brasileiras de carne bovina (Equivalente- carcaça)

Ano M US$ Ano M US$


1988 634.000 2001 990.903
1989 324.000 2002 1.074.857
1990 234.000 2003 1.492.854
1991 432.617 2004 2.410.086
1992 564.644 2005 2.943.815
1993 574.836 2006 3.788.678
1994 557.578 2007 4.179.682
1995 474.983 2008 4.859.578
1996 430.628 2009 3.671.638
1997 428.112 2010 4.359.286
1998 572.829 2011 4.784.624
1999 761.941 2012 5.130.520
2000 755.180 2013 5.954.604
1000 US$ FOB.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

No ano de 1988 foram exportados 579 mil toneladas equivalente-carcaça, o que rendeu
para o país US$ 634.000 milhões. Nos períodos posteriores o volume exportado diminuiu e
49

consequentemente o valor recebido também é menor. Mas em 1991 o país volta a aumentar o
volume exportado, arrecadando US$ 432.617 milhões.

Em 1992 e 1993 o Brasil exportou mais o produto, chegando a receber em 1993 US$
574.836 milhões. Nestes anos se destacam como importadores de carne bovina brasileira
industrializada o Reino Unido e os Estados Unidos. E de carne bovina “in natura” a
Alemanha, Itália, Israel e Espanha.

De 1994 até 1997 há uma redução no volume exportado e consequentemente uma


redução no valor arrecadado. Os principais países importadores de carne bovina
industrializada, como Reino Unido e EUA diminuíram ano a ano o volume importado do
produto, já as exportações de carne bovina “in natura” também sofreram alterações A
Alemanha que era a maior importadora em 1992 reduziu muito suas importações ao longo dos
anos. Outro país que também teve uma redução grande no volume de carne bovina importada
foi Israel, Itália, Espanha e os Países Baixos variam entre quedas e aumentos.

Nos dois anos seguintes houve aumentos no valor exportado pelo Brasil, seguido de
uma pequena queda em 2000 e logo volta a crescer no ano seguinte. Estes períodos foram
caracterizados por aumentos no volume de exportação do produto em questão.

De 2001 a 2008 o país ampliou suas exportações, e em 2008 atingiu US$ 4.859.578
bilhões. Apesar de ter exportando em menos quantidade, o país conquistou mercados
importantes. Nestes anos se inseriram como consumidores de carne bovina industrializada o
Japão e Angola que já exportavam, mas tinham ficado uns anos sem adquirir o produto e
Suécia que começou em 2005. Os demais países aumentaram o volume exportado. Em 2008
eclode a crise financeira internacional e neste ano tanto EUA como Reino Unido, com as
estruturas financeiras limitadas, reduziram o volume importado do produto.

O país obteve ganhos muito relevantes na exportação de carne bovina “in natura”, se
destacam alguns países importadores responsáveis por estes ganhos, como Chile se tornou
importador em 1997 e em 2001 foi o segundo país que mais exportou responsável por 40,17
mil toneladas de carne bovina, suas importações evoluíram até 2004. Em primeiro lugar esta o
Egito com 49,56 mil toneladas, expandiu suas importações nos decorrer dos anos seguintes,
tendo importado em 2004 112,14 mil toneladas. A Rússia começou a importar a partir de
50

2001 e aumentou expressivamente as importações durante os anos, e em 2007 atingiu 447,27


mil toneladas.

O valor exportado pelo Brasil em 2009 foi de US$ 3,67 bilhões enquanto o volume
exportado neste ano chegou a 1,6 milhão de toneladas equivalente-carcaça. Os maiores
importadores de carne bovina industrializada, como EUA, Reino Unido, Itália, Países Baixos
reduziram o volume importado, isso pode explicar o menor valor das exportações. As
exportações de carne bovina “in natura” neste período foram caracterizadas por queda no
volume por alguns países e aumentos do volume por outros, dando destaque para Rússia,
Hong Kong, Irã e Egito como os maiores importadores.

A partir de 2010 as exportações brasileiras apresentaram um crescimento ininterrupto


até 2013, atingindo seus maiores valores de exportação desde o período analisado, fechando
2013 com US$ 5,95 bilhões. Porém o volume total exportado tem uma redução nos ano de
2010 e 2011, mas voltam a crescer 2012.

No caso das exportações de carne bovina brasileira industrializada, sofreram redução


no volume exportado por parte do Reino Unido que reduz ano a ano até 2013 o volume
consumido pelo país, os EUA também, mas voltam aumentar aos poucos a partir de 2012.
Mas entram no cenário importador países como o Canadá, França, Suécia e Chile.

Nas exportações de carne bovina “in natura” ainda se destacam Rússia, Egito, Hong
Kong e Irã como maiores importadores. A Venezuela e o Chile aumentaram
consideravelmente o volume importado.

4.4.3 Exportações brasileiras de carne bovina por destino

Fatores citados anteriormente foram essenciais para o crescimento das exportações


brasileiras, como também novos mercados e fatores diversos enfrentados por outros países
que influenciam na criação e produção. Neste sub-capítulo serão abordados os diversos
destinos da carne bovina brasileira desde o ano de 1992 até 2013 (não será abordado o
período anterior a 1992 por falta de disponibilidade de dados), tanto da forma industrializada
como “in natura”.
51

4.4.3.1 Exportação de carne bovina industrializada

No ano de 1992 o Brasil tinha dois grandes importadores de carne bovina


industrializada. O Reino Unido era o maior com 67,40 mil toneladas e em seguida os Estados
Unidos com 16,93 mil toneladas, conforme tabela 14.

Tabela 14: Exportações brasileiras de carne bovina industrializada por destino

Países 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Estados Unidos 16.928 27.444 25.874 14.630 19.351 22.041 31.178 47.108 37.407 37.500 46.286
Reino Unido 67.395 56.456 45.208 42.672 32.448 36.081 39.495 50.384 48.358 51.535 55.302
Itália 7.025 7.379 5.046 5.674 4.332 1.420 3.135 3.473 2.707 2.737 3.405
Países Baixos 4.580 4.490 4.870 3.429 4.452 2.287 2.839 3.174 2.958 4.103 5.811
Alemanha 9.302 8.615 6.610 4.564 4.213 4.031 4.521 4.265 3.702 2.284 3.099
Canadá 3.448 2.246 2.224 1.059 1.889 2.554 1.479 2.957 2.920 1.212 2.394
França 1.582 2.359 1.484 1.204 743 2.960 3.100 3.825 3.524 2.336 3.007
Porto Rico 2.343 3.850 3.025 2.496 2.826 2.606 3.413 4.171 3.800 4.192 4.023
Jamaica 1.964 3.136 2.099 2.651 1.834 3.294 3.641 4.227 2.873 2.226 3.480
Jordânia - - - - - - - - 906 871 1.391
Bélgica - - - - - 42 337 789 1.246 1.346 1.038
Egito 3.433 1.298 785 2.439 1.259 - - - - - -
Emirados Árabes Unidos 104 146 123 72 52 - - - - - -
Japão 744 1.067 722 256 615 677 625 1.061 - - -
Arábia Saudita 649 2.039 1.309 987 941 - - - - - -
Uruguai 70 128 285 15 17 - - - - - -
Bahrein 59 85 18 41 30 - - - - - -
Outros 8.014 8.882 10.702 13.719 10.510 9.602 12.288 12.575 13.009 13.944 18.532

Quantidades em toneladas.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

No ano seguinte os Estados Unidos passou a importar mais e o Reino Unido reduziu o
volume exportado. De 1994 até 1995 ambos os países reduziram suas importações de carne
bovina industrializada brasileira. A partir de 1996 os Estados Unidos voltou a importar mais e
o Reino Unido reduziu mais o volume exportado.

A partir de 1997 o Brasil perdeu alguns mercados, como Egito, Emirados Árabes
Unidos, Arábia Saudita, Uruguai e Bahrein. A Bélgica começou a importar em pequenas
quantidades o produto brasileiro. O mais importante é que os Estados Unidos e Reino Unido
voltaram a aumentar o volume exportado até 1999.

Em 2000 o Japão deixou de importar o produto. Já a Jordânia se inseriu no mercado


importador e a Bélgica aumentou suas importações. Os demais países diminuíram as
exportações de carne bovina industrializada. Segundo ANUALPEC (2001), neste ano o
produto foi exportado para 84 países.
52

Canadá, Alemanha e França foram alguns dos países que diminuíram o volume
importado em 2001. Segundo ANULAPEC (2001), alguns enfrentaram queda no consumo
interno por motivo de medo entre os consumidores de surtos de “vaca louca” e febre aftosa,
mas no caso do Canadá praticou embargo no mês de fevereiro de 2001 ao produto brasileiro.

Como mostra a tabela 14, em 2001 e 2002 o Reino Unido e os Estados Unidos ainda
são os países que mais importam o produto brasileiro. É importante notar que os demais
países aumentaram o volume de importação em 2002 em relação ao ano anterior, apenas com
exceção de Porto Rico que teve leve diminuição no volume importado.

Tabela 15: Exportações brasileiras de carne bovina industrializada por destino

Países 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Estados Unidos 49.709 55.407 51.598 62.876 62.517 51.179 43.200 13.531 12.261 17.823 22.608
Reino Unido 54.349 59.563 52.510 51.244 60.191 50.730 45.594 42.476 33.210 32.680 30.756
Itália 4.641 6.217 8.201 8.805 10.253 10.615 6.336 5.443 3.244 4.040 3.218
Países Baixos 6.134 6.317 8.205 14.001 13.695 14.518 8.444 8.876 10.350 4.930 5.019
Alemanha 3.841 4.404 4.815 4.701 4.869 5.356 - - - - -
Canadá 4.209 2.022 - - - - - 3.372 1.767 2.299 2.277
França 3.203 2.138 - - - - - 2.365 1.922 2.135 1.543
Porto Rico 3.615 - - - - - - - - - -
Jamaica 3.384 4.871 4.942 2.536 4.298 4.421 2.753 2.313 3.319 3.398 2.267
Jordânia 2.777 1.478 - - - - 3.994 - - - -
Bélgica 1.560 1.812 4.173 2.890 2.719 3.559 3.812 4.006 722 3.268 3.313
Libano - - - - - - 956 - - - -
Egito - - - - - - 2.154 4.601 4.149 2.890 2.800
Emirados Árabes Unidos - - - - - - 1.224 - - - -
Gâmbia - - - - - - 530 - - - -
Japão - 2.564 3.499 2.195 2.006 3.396 4.553 - - - -
Suécia - - 1.662 2.615 2.485 3.054 - 2.119 1.306 840 1.513
Chile - - - - - - - 1.492 1.235 2.361 1.482
Angola - - 704 686 2.892 5.579 - - - - -
Honh Kong - - 264 196 1.540 2.738 - - - - -
Outros 23.341 24.382 38.028 50.338 42.024 48.268 39.814 33.808 29.245 30.332 23.665

Quantidade em toneladas.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

Como mostra a tabela 15, até 2005 o Reino Unido ainda era o principal mercado
importador da carne bovina brasileira, mas em 2006 os Estados Unidos foi o maior
importador com 62,56 mil toneladas de carne bovina e se manteve como maior consumidor
até 2008. Nos anos seguintes, principalmente a partir de 2008 ambos começaram a reduzir o
volume exportado, isso pode ser reflexões da crise financeira mundial de 2008.

A partir do período inicial de análise das exportações, o Canadá, França e Porto Rico
eram importadores da carne bovina industrializada, porém Canadá e França ficaram sem
53

importar de 2005 até 2009. Ambos voltaram a importar em 2010, já Porto Rico parou
definitivamente a partir de 2004.

Os Países Baixos aumentaram suas importações de carne bovina e em 2008 foi o ano
em que mais importou com 14,52 mil toneladas de carne bovina. A Itália também aumentou
as importações até 2008, mas nos anos seguintes o volume importado de carne bovina
brasileira diminuiu.

Outro aspecto importante foi que a partir de 2009 a Alemanha deixou de importar, mas
em anos anteriores havia aumentado o volume importado. A Jamaica entre 2005 e 2013
importou apenas no em 2009 o volume de 3.994 mil toneladas. O Egito voltou a importar em
2009 e se mantem até 2013.

Países como Suécia e Chile se inseriram neste período analisado como novos
consumidores de carne bovina brasileira. Suécia a partir de 2005 e Chile a partir de 2010, e o
Japão que ficou um período sem importar volta em 2004, mas em 2009 para novamente.

Nota-se que o Brasil possui quatro mercados principais que importaram desde o
período inicial da análise até o final. Destacam-se o Reino Unido, Estados Unidos, Países
Baixos e Itália. Merece destaque também a Jamaica que também sempre importou
(considerando o período analisado), mesmo não sendo em volume alto. Os demais países
importadores de carne bovina brasileira industrializada são mercados volúveis, isto é,
importam em determinados anos.

4.4.3.2 Exportação de carne bovina “in natura”

De acordo com a tabela 16 abaixo, os principais destinos da carne bovina brasileira “in
natura” em 1992 foi a Alemanha com aproximadamente 18,91 mil toneladas, seguida por
Itália com 14,91 mil toneladas, Israel com 14,61 mil toneladas e Espanha com 10,10 mil
toneladas de carne bovina.
54

Tabela 16: Exportações brasileiras de carne bovina “in natura” por destino
Países 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Chile - - - - - 890 2.333 18.871 18.536 40.167 55.723
Líbano - - - - - - - - 3.584 2.616 4.606
Países Baixos 5.149 8.911 12.915 8.269 9.968 13.703 19.529 29.369 25.659 28.297 34.536
Arábia Saudita - 21 - - - - - - 2.345 24.546 40.614
Reino Unido 6.577 5.972 3.461 3.425 3.915 5.282 4.906 12.621 18.611 23.759 22.316
Alemanha 18.911 9.453 7.952 3.157 2.415 1.550 2.490 7.272 4.468 11.257 7.998
Espanha 10.098 9.546 5.523 3.042 6.423 4.808 7.545 12.996 15.222 12.194 14.300
Suíça 2.353 3.759 1.770 1.018 813 750 1.073 1.438 - - -
Itália 14.913 9.706 13.023 6.130 10.168 11.606 13.935 19.079 19.616 22.351 24.803
Israel 14.605 20.386 12.540 991 1.701 4.134 7.112 5.704 - - -
Cingapura 4.318 5.005 3.623 1.475 1.603 - - - - - -
Rússia - - - - - - - - - 2.013 39.025
Egito - - - - - - - - 2.392 49.561 47.229
Hong Kong 9.856 9.750 8.401 4.204 2.648 2.559 3.332 12.643 - - -
Irã - - - - - - - - 1.580 27.151 8.375
Outros 8.504 16.668 9.508 5.794 7.003 7.131 18.461 30.562 76.389 123.907 130.309

Quantidades em toneladas.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

Até 1996 os destinos eram praticamente os mesmos, mas o que mudava era o volume
enviado para estes países. A Alemanha que era a maior importadora reduziu ano por ano o
volume, o mesmo ocorrendo com Israel. Itália e Espanha variaram o volume com altos e
baixos.

Entre o período de 1997 e 2002 se inseriram no mercado importador o Chile, Líbano,


Arábia Saudita, Egito e Irã. Mas o Brasil perde países importadores do produto como Suíça,
Israel, Cingapura e Hong Kong.

O Chile se manteve como importador até 2004 quando chegou a importar cerca de
86,63 mil toneladas de carne bovina “in natura”, estando em terceiro lugar de maior
importadora. A Rússia esteve em primeiro com 154,24 mil toneladas e Egito em segundo com
112,14 mil toneladas. Como mostra a tabela 17, a maioria dos demais países aumentou o
volume exportado.
55

Tabela 17: Exportações brasileiras de carne bovina “in natura” por destino
Países 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Chile 76.408 86.628 - - - - 5.251 18.559 28.413 62.058 68.182
Líbano 7.787 9.189 11.170 13.736 15.630 16.856 24.118 18.182 14.257 7.771 14.202
Países Baixos 37.781 47.636 21.857 24.158 26.146 2.971 5.741 6.216 6.248 11.297 11.823
Arábia Saudita 39.404 - 8.706 10.107 9.901 8.671 29.252 29.882 27.049 30.284 33.949
Argélia - 38.542 41.597 47.277 51.316 48.247 800 2.042 4.458 3.243 8.447
Lemen - - - - - - - - 22 6.254 8.265
Reino Unido 34.214 39.858 - - - - - - - - -
Bulgária - 20.550 - - - - - - - - -
Alemanha 8.676 11.440 12.905 10.933 13.885 1.312 - - - - -
Espanha 15.756 - - - - - - - - - -
Itália 27.694 41.863 8.646 11.721 12.058 2.282 13.276 14.991 17.243 14.523 16.823
Emirados Árabes Unidos - - 1.918 3.014 4.113 4.546 - - - - -
Israel - - 20.597 30.631 30.389 32.060 - - - - -
Rússia 83.461 154.238 294.318 317.309 447.271 381.907 326.841 284.171 228.282 250.682 295.151
Egito 76.185 112.141 146.301 198.142 174.176 64.919 71.955 113.228 96.811 99.500 215.514
Hong Kong - 22.841 21.387 26.642 39.615 63.244 100.483 65.632 73.099 87.182 156.902
Venezuela - - 8.353 13.536 45.934 96.215 38.183 38.972 70.901 132.837 133.475
Irã 35.616 - 6.908 44.985 61.252 81.202 88.827 191.157 130.649 67.768 58.963
Líbia - - - - - - 19.277 16.259 5.239 18.810 15.547
Outros 176.564 338.732 112.543 48.978 46.487 14.113 203.933 166.927 135.100 145.777 137.039

Quantidades em toneladas.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

A partir de 2005 a Rússia aumentou as suas importações de carne bovina, e se


destacou em 2007 como a maior importadora com 447,27 mil toneladas. O Egito também
aumentou, mas até 2006; e o Chile não apareceu como importador até 2008. A maioria dos
outros países também aumentaram as importações do produto brasileiro.

Em 2008 os países que eram destaques reduziram e muito suas importações, uns dos
motivos pode ter sido a crise financeira mundial que eclodiu em 2008. O cenário das
exportações mudam e outros países que aumentaram o volume exportado merecem destaque,
são eles: Venezuela, Irã, Hong Kong, Israel e Líbano.

O Israel, Emirados Árabes Unidos, Alemanha não constam mais como importadores
de 2009 até 2013. Entre este período o Lemen e Líbia começaram a importar carne bovina
brasileira “in natura”.

Até 2013, alguns países tiveram crescimento contínuo no volume importado, sendo
eles, Venezuela que terminou o ano com aproximadamente 133,47 mil toneladas, Chile com
68,18 mil toneladas e Países Baixos com 11,82 mil toneladas. O Irã desde 2010 diminuiu todo
o ano o volume, a Rússia voltou a aumentar a partir de 2012 e os demais países tiveram anos
com quedas, mas a maioria dos anos com aumentos. Os principais mercados importadores de
carne bovina “in natura” em 2013 foi a Rússia com 295,15 mil toneladas, em seguida o Egito
56

com 215,51 mil toneladas, Hong Kong com 156,90 mil toneladas e Venezuela com 133,48
mil toneladas.

4.4.4 Exportações brasileiras de carne bovina na Balança Comercial do Brasil

Este sub-capítulo aborda a importância das exportações brasileiras de carne bovina na


Balança Comercial do Brasil desde o ano de 1998 até 2013, como segue a tabela 18.

Tabela 18: Exportações brasileiras de carne bovina na Balança Comercial do Brasil

% Participação Balança Carne de bovina, congelada, Total de Exportações


Anos
Comercial fresca ou refrigerada Balança Comercial

1998 0,54 276.595.358 51.139.861.545


1999 0,92 443.835.136 48.011.444.034
2000 0,91 503.295.923 55.085.595.326
2001 1,27 738.805.417 58.222.641.895
2002 1,29 776.318.285 60.361.785.544
2003 1,58 1.154.508.640 73.084.139.518
2004 2,03 1.963.065.617 96.475.238.342
2005 2,04 2.419.103.224 118.308.387.113
2006 2,27 3.134.506.032 137.807.469.531
2007 2,17 3.485.726.478 160.649.072.830
2008 2,02 4.006.139.123 197.942.442.909
2009 1,98 3.022.565.838 152.994.742.805
2010 1,91 3.861.061.382 201.915.285.335
2011 1,63 4.169.285.494 256.039.574.768
2012 1,85 4.494.880.017 242.578.013.546
2013 2,21 5.358.664.288 242.178.649.273
US$ FOB
Fonte: Elaboração própria a partir de dados do MDIC, 2014.

No ano de 1998 as exportações de carne bovina brasileiras representavam 0,54% na


Balança Comercial do Brasil com um valor de aproximadamente US$ 276,60 milhões. No
período seguinte o valor exportado foi cerca de US$ 443,84 milhões, aumentando sua
participação na Balança Comercial do país para 0,92%.

Como mostra a tabela 18, a participação das exportações do produto na Balança


Comercial aumentou ano a ano, atingindo em 2004 uma participação de 2,03% com o valor de
aproximadamente US$ 1,96 bilhões em exportações de carne bovina brasileira.
57

As exportações brasileiras de carne bovina até 2006 ganharam mais relevância na


Balança Comercial do país, representou 2,27% das exportações brasileiras com um valor de
US$ 3,13 bilhões, entre o período abordado, foi neste ano que atingiu maior representação na
Balança Comercial do Brasil.

No entanto, nos anos seguintes começou a demonstrar menor participação na Balança


Comercial, mas em valores obteve aumentos, chegando atingir em 2008 US$ 4,0 bilhões. A
crise financeira mundial de 2008 atingiu mercados importantes, como Estados Unidos e Reino
Unido que eram os principais importadores de carne bovina brasileira industrializada, e desde
então reduziram o volume importado do produto. As exportações de carne bovina “in natura”
também foram prejudicadas, seus maiores mercados como Rússia e Egito também reduziram
o volume importado. No entanto, o país conquistou outros mercados importadores o que
ajudou a compensar a queda no volume exportado para os maiores mercados consumidores de
carne bovina brasileira.

Em 2011 o valor exportado voltou a atingir em torno de 4 bilhões de dólares, e nos


anos seguintes o valor das exportações de carne bovina retomou um crescimento contínuo,
chegando a exportar em 2013 US$ 5,36 bilhões, o maior valor desde 1998. E sua participação
na Balança Comercial brasileira tornou-se mais representativa, alcançando 2,21% de
participação das exportações. As exportações de carne bovina industrializada, e
principalmente a exportações de carne bovina “in natura” voltaram a ganhar mercado, tendo
um maior volume do produto exportado.

Nota-se que as exportações de carne bovina brasileira veem ganhando espaço na


Balança Comercial do Brasil. Entre o período analisado, 2006 foi o ano que mais se destacou
em questão de participação com 2,27%, mas em 2013 as exportações atingiram pouco mais de
US$ 5,35 bilhões, sendo esse o maior valor exportado.
58

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo procurou mostrar o avanço que Brasil teve nas exportações de carne
bovina desde 1988, a ponto de se tornar o maior exportador mundial de carne bovina na
primeira década dos anos 2000. Nesse sentido, verificou-se como evoluiu a produção e a
exportação da carne bovina brasileira e quais os seus principais mercados.

Nota-se que o país possui algumas vantagens que contribuem para a criação de gado
bovino, como por exemplo, um vasto território, clima em geral propício, produz uma gama de
grãos, particularmente soja e milho, e ainda possui pastagens de boa qualidade durante
praticamente todo o ano, conforme as diferentes regiões de criação animal. Essas
características permitem que o Brasil ganhe competitividade no mercado internacional da
carne bovina.

Nesse contexto, o Brasil apresenta o maior rebanho comercial do mundo, com 208,6
milhões de cabeças em 2013, sendo que as regiões que possuem maior rebanho são o Centro-
Oeste e o Norte com, respectivamente, 61,4 milhões e 41,4 milhões de cabeças. Por outro
lado, as raças de gado bovino desenvolvidas no país se adaptam bem ao ambiente e aos
processos de produção, sendo que a alimentação é principalmente a pasto, o que oferece
menos riscos de doenças. Tal característica é muito prezada pelo mercado mundial.

Além destes aspectos, os produtores estão combinando a alimentação a pasto com o


semi-confinamento, confinamento e suplementação em períodos de seca. Estes fatores
contribuem para uma melhoria do produto e causa antecipação no abate dos bovinos, isto é, o
ganho de peso em menos tempo reduz o período de terminação e proporciona um
melhoramento no acabamento das carcaças. Ainda, está sendo utilizada a inseminação
artificial e o melhoramento genético do rebanho para que se obtenha animais com maior
eficiência produtiva, que se adaptem bem ao ambiente de criação e adequados à produção de
carne.

A produção brasileira de carne bovina evoluiu no decorrer dos anos, e estes processos
foram essenciais para tal evolução. A produção de carne bovina no país chegou a 9,6 milhões
59

de toneladas em 2013, tornando o país o segundo maior produtor mundial, atrás apenas dos
Estados Unidos.

A conquista do mercado internacional, pela carne brasileira, se dá a partir dos anos de


1990. Mas foi especialmente a partir de 1999 que os volumes exportados se tornaram mais
expressivos, graças também a uma nova política cambial posta em prática. Na oportunidade, o
país exportou 541 mil toneladas equivalente-carcaça.

Em 2007 o volume exportado já chegava a 2,19 milhões de toneladas, sendo recorde


de vendas ao exterior no período analisado pela pesquisa. Neste mesmo ano, segundo o site
ABIEC, o Brasil recebeu da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) a primeira
classificação como um país de risco controlado. Atualmente (2013), o país começa a mostrar
recuperação no volume exportado, após apresentar quedas desde 2008, ano em que eclodiu a
grande crise econômico-financeira internacional, tendo atingido o volume de 1,8 milhão de
toneladas equivalente-carcaça exportadas.

Pode-se verificar que em 2008 o valor das exportações chegou a US$ 4,86 bilhões,
apesar de o volume ter sido menor do que o registrado no ano anterior. Nesse ano, o país já
atingia mercados importantes. Inseriram-se como consumidores de carne bovina
industrializada brasileira o Japão e Angola, enquanto os demais países aumentaram o volume
importado. No entanto, com a crise financeira internacional os principais importadores de
carne bovina industrializada, EUA e Reino Unido, reduziram o volume adquirido do Brasil.
Todavia, os preços mundiais sofreram uma elevação, sendo que em 2013 o país atingiu seu
maior valor em exportações de carne bovina, com US$ 5,95 bilhões.

Nota-se que o Brasil possui quatro principais mercados importadores de carne bovina
industrializada: o Reino Unido, os Estados Unidos, os Países Baixos e a Itália, com
respectivamente 30.756 toneladas, 22.608 toneladas, 5.019 toneladas e 3.218 toneladas
equivalente-carcaça em 2013. Já os principais mercados importadores de carne bovina
brasileira “in natura”, no mesmo ano, foram: a Rússia, com 295.151 toneladas; o Egito, com
215.514 toneladas; Hong Kong, com 156.902 toneladas; e a Venezuela, com 133.475
toneladas equivalente- carcaça.

Outro aspecto importante é a representação das exportações brasileiras de carne bovina


na balança comercial do país. Nota-se que as exportações de carne bovina brasileira vêm
60

ganhando espaço nesta balança. No período analisado, 2006 foi o ano em que a carne bovina
mais se destacou em termos de participação junto ao total exportado pelo país, com 2,27%.

Assim, desde o início dos anos 2000 o Brasil se consolidou como o maior exportador
de carne bovina no mundo, dispondo do maior rebanho comercial, com um diferencial no seu
produto que é a criação a pasto. A pecuária brasileira nos últimos anos ganhou novas formas
de manejo, teve avanços sanitários e ainda ganhou mercado internacional. Apresenta uma alta
produtividade que está relacionada aos programas de melhorias.

Enfim, a partir da análise dos dados é possível fazer algumas sugestões que podem
contribuir para o Brasil continuar sendo o maior exportador de carne bovina e ganhar ainda
mais mercados. Em primeiro lugar, continuar investindo em inseminação artificial e no
melhoramento genético do rebanho, para aprimoramento do seu gado, focando na produção
de carne bovina de boa qualidade. Em segundo lugar, aumentar os investimentos em semi-
confinamentos, confinamentos e outras estratégias de complementação alimentar. São formas
de alimentação do gado que, combinadas corretamente com o pasto, garantem um ganho de
peso maior em um período menor, e ainda proporcionam um melhoramento no acabamento
das carcaças. Em terceiro lugar, continuar os investimentos em programas que visam o
combate e prevenção de doenças como a Febre Aftosa e a Vaca Louca (EEB - Encefalopatia
Espongiforme Bovina). Por último, ampliar o mercado importador de carne bovina brasileira,
além de garantir os mercados importadores do produto através de um processo de fidelização.
61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABIEC, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS EXPORTADORAS DE


CARNES. Disponível em <www.abiec.com.br>. Acesso em 3. Mai. 2014.

ANUALPEC, Informa Economics FNP. 1997, 2004, 2013 e 2014 Ed. São Paulo.

CARVALHO, Maria Auxiliadora; SILVA, Cesar Roberto Leite. Economia Internacional. 4.


Ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. Ed. São Paulo: Atlas S.A.,
1999.

MAIA, Jayme de Mariz. Economia Internacional e Comércio Exterior. 11. Ed. São Paulo:
Atlas S.A., 2007.

MDIC, MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO


EXTERIOR. Disponível em ˂www.mdic.gov.br˃. Acesso em 26. Set. 2014.

OBSTFELD, Krugman. Economia Internacional. 8. Ed. Pearson, 2010.

PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini. Metodologia da Pesquisa: Abordagem teórico-


prática. 10. Ed. São Paulo: Papirus, 2004.

ZAMBERLAN, Luciano; RASIA, Pedro Carlos; SOUZA, José Dalmo Silva de; GRISON,
Antonio José; GAGLIARDI, André de Oliveira; TEIXEIRA, Enise Barth; DREWS, Gustavo
Arno; VIEIRA, Eusélia Paveglio; BRIZOLLA, Maria Margarete Baccin; ALLEBRANDT,
Sérgio Luís. Pesquisa em Ciências Sociais Aplicadas. Ed. Ijuí: UNIJUÍ, 2014.
62

APÊNDICES
63

Apêndice 1:
Rebanho bovino mundial de 1988 até 2000 (Milhares de cabeças)
Países 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
Índia 264.860 269.200 270.070 272.300 271.200 271.255 272.655 296.462 299.802 303.030 306.967 312.572 313.774
Brasil 142.542 145.728 150.159 152.439 151.494 150.509 150.790 155.035 153.863 153.746 156.131 157.693 161.483
Austrália 23.469 23.938 24.673 25.026 25.857 25.182 25.758 26.500 26.780 26.710 26.688 27.588 27.720
Estados Unidos 99.622 99.180 98.162 96.393 97.556 99.176 100.988 103.548 101.656 99.744 99.115 98.198 97.277
Nova Zelândia 7.999 8.057 7.828 8.034 8.100 8.144 8.308 9.272 9.020 9.158 8.870 8.960 9.020
Canadá 10.863 11.016 11.220 11.289 11.713 11.786 12.254 13.402 13.412 13.360 13.211 13.201 13.608
Uruguai 10.306 10.548 9.377 9.431 9.508 10.093 10.477 10.451 10.651 10.553 10.402 10.557 10.423
União Européia 89.414 88.376 90.145 89.017 85.750 83.579 82.737 84.855 84.526 83.271 82.850 82.235 81.337
Argentina 50.782 50.782 56.482 56.982 55.229 55.577 54.875 53.569 51.696 49.238 49.437 49.832 50.167
México 35.378 34.999 31.747 29.847 30.232 30.649 30.702 28.140 26.822 25.628 24.859 23.715 22.551
Inclui gado bubalino.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

Apêndice 2:

Rebanho bovino mundial de 2001 até 2013 (Milhares de cabeças)

Países 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Índia 317.000 323.000 327.250 286.200 291.700 297.700 304.418 309.900 316.400 320.800 323.700 327.300 329.775
Brasil 164.904 168.364 168.119 169.567 172.111 173.830 175.437 179.540 185.159 190.925 197.550 203.715 208.628
Austrália 27.870 26.900 26.500 27.465 28.183 28.393 28.037 27.321 27.906 27.550 28.506 29.710 28.365
Estados Unidos 96.704 96.106 95.133 95.018 96.342 96.573 96.035 94.521 93.881 92.682 90.769 89.700 88.300
Nova Zelândia 9.280 9.614 9.591 9.415 9.465 9.610 9.730 9.715 9.917 9.864 10.057 10.253 10.127
Canadá 13.762 13.454 14.500 14.925 14.655 14.135 13.755 13.030 12.670 12.155 12.215 12.545 12.325
Uruguai 11.667 12.257 12.465 12.546 12.334 11.915 11.869 11.950 11.828 11.241 11.232 11.302 11.604
União Européia 80.184 78.944 78.081 89.319 89.672 88.463 89.043 88.837 88.300 87.437 86.209 85.320 87.600
Argentina 50.369 50.869 51.119 53.767 54.266 55.664 55.662 54.260 49.057 48.156 49.597 51.097 52.195
México 21.296 20.519 19.524 24.309 23.669 23.316 22.850 22.666 22.192 21.456 20.090 18.570 17.637
Inclui gado bubalino.
Ano de 2003 Preliminar.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.
64

Apêndice 3:

Produção mundial de carne bovina de 1988 até 2000 (Mil toneladas de equivalente- carcaça)

Países 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
Índia 550 670 915 920 935 945 1050 1.100 925 1.430 1.593 1.660 1.700
Brasil 4.407 4.937 5.008 5.481 5.725 5.653 5.725 6.768 6.794 6.413 6.528 6.582 6.567
Austrália 1.533 1.565 1.718 1.735 1.838 1.806 1.829 1.717 1.736 1.942 1.989 1.956 1.988
Estados Unidos 10.880 10.633 10.464 10.534 10.613 10.584 11.194 11.585 11.749 11.714 11.804 12.124 12.298
Nova Zelândia 562 550 471 524 518 575 566 630 631 664 620 558 580
Canadá 973 980 924 867 898 860 903 928 998 1.075 1.150 1.238 1.246
Uruguai 321 376 349 315 365 309 368 344 410 468 454 425 440
União Européia 8.962 8.419 8.670 9.099 8.726 8.042 7.753 7.964 7.950 7.889 7.624 7.569 7.462
Argentina 2.610 2.600 2.650 2.650 2.520 2.550 2.600 2.600 2.580 2.975 2.600 2.840 2.880
México 1.754 2.140 1.790 1.580 1.660 1.710 1.810 1.850 1.800 1.795 1.800 1.900 1.900
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

Apêndice 4:

Produção mundial de carne bovina de 2001 até 2013 (Mil toneladas de equivalente- carcaça)

Países 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Índia 1.770 1.810 1.960 2.130 2.170 2.375 2.413 2.552 2.514 2.842 3.244 3.643 3.750
Brasil 6.911 7.155 7.629 7.975 8.592 9.025 9.303 9.024 8.935 9.115 9.030 9.210 9.600
Austrália 2.049 2.089 1.946 2.113 2.090 2.188 2.169 2.138 2.106 2.129 2.129 2.140 2.270
Estados Unidos 11.983 12.427 12.226 11.261 11.318 11.980 12.097 12.163 11.891 12.046 11.988 11.709 11.702
Nova Zelândia 609 589 635 697 661 648 607 644 624 643 601 627 650
Canadá 1.250 1.295 1.210 1.500 1.470 1.329 1.278 1.289 1.252 1.273 1.154 1.060 1.015
Uruguai 317 425 484 544 600 640 560 535 580 530 510 520 550
União Européia 6.896 7.456 7.360 8.245 8.090 8.150 8.188 8.090 7.913 8.048 8.023 7.815 7.690
Argentina 2.640 2.700 2.650 3.130 3.200 3.100 3.300 3.150 3.380 2.620 2.530 2.620 2.800
México 1.925 1.930 1.950 1.900 1.725 1.550 1.600 1.667 1.705 1.745 1.804 1.815 1.775
Ano 2003 Preliminar.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.
65

Apêndice 5:

Abates mundiais de gado bovino de 1988 até 2000 (Milhares de cabeças)

Países 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
Índia 5.000 6.000 6.100 6.150 6.220 6.300 7.000 10.710 8.800 10.999 12.250 12.750 13.000
Brasil 24.137 23.948 24.160 26.567 28.013 27.828 27.837 36.889 36.711 34.219 34.751 34.925 35.107
Austrália 7.770 7.486 8.166 8.271 8.480 8.357 8.332 7.917 7.970 9.161 9.324 8.759 8.642
Estados Unidos 37.889 36.329 35.277 34.369 34.489 34.746 35.691 37.295 38.576 38.111 37.136 37.642 37.588
Nova Zelândia 3.042 3.282 2.780 2.870 2.816 3.060 2.945 3.104 3.858 3.803 3.704 3.485 3.602
Canadá 3.703 3.760 3.354 3.157 3.238 3.036 3.083 3.146 3.506 3.631 3.768 3.959 3.836
Uruguai 1.458 1.827 1.550 1.306 1.385 1.315 1.612 1.506 1.813 2.109 1.955 1.810 1.950
União Européia 32.681 31.215 32.716 34.230 32.309 29.543 28.262 28.796 28.502 28.889 27.877 27.500 27.060
Argentina 12.200 12.200 12.500 12.650 11.900 12.100 12.400 12.300 12.500 14.100 12.300 13.000 13.200
México 8.468 10.702 8.720 7.450 7.770 7.870 8.310 8.551 8.259 8.258 8.075 8.085 8.200
Inclui gado bubalino.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

Apêndice 6:

Abates mundiais de gado bovino de 2001 até 2013 (Milhares de cabeças)

Países 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Índia 13.600 14.250 15.450 21.500 21.700 23.500 23.750 25.600 25.500 28.710 32.760 36.800 37.825
Brasil 36.340 37.834 40.358 36.955 39.430 41.225 42.345 40.438 39.466 39.400 39.100 39.785 41.060
Austrália 8.636 9.079 8.550 8.803 8.467 8.854 8.900 8.652 8.411 8.273 7.943 7.865 8.600
Estados Unidos 36.577 36.970 36.991 33.759 33.311 34.597 35.209 35.508 34.468 35.324 35.115 33.559 33.205
Nova Zelândia 3.396 3.533 3.934 4.043 3.800 3.723 3.562 3.907 3.825 3.991 3.939 4.120 4.164
Canadá 3.805 3.837 3.600 4.450 4.400 3.972 3.820 3.849 3.705 3.745 3.391 3.000 3.000
Uruguai 1.322 1.720 2.000 2.220 2.450 2.700 2.300 2.250 2.325 2.280 2.096 2.130 2.230
União Européia 25.230 26.643 26.464 30.107 29.221 29.270 28.818 28.919 28.457 28.524 28.397 27.700 27.300
Argentina 12.300 12.300 12.300 14.800 14.600 13.700 15.200 14.800 16.100 11.900 11.060 11.700 12.500
México 8.300 8.310 8.320 6.775 6.150 5.475 5.690 5.815 5.897 6.050 6.347 6.375 6.200
Inclui gado bubalino.
Ano de 2003 Preliminar.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.
66

Apêndice 7:
Exportações mundiais de carne bovina de 1988 até 200 (Mil toneladas equivalente- carcaça)

Países 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000
Índia 132 126 85 95 110 120 110 196 204 215 245 222 365
Brasil 579 345 249 335 442 451 376 287 280 287 370 541 554
Austrália 890 872 1.064 1.080 1.191 1.169 1.168 1.109 1.026 1.184 1.268 1.270 1.338
Estados Unidos 313 464 456 539 601 578 731 826 851 969 985 1.094 1.119
Nova Zelândia 435 435 359 428 426 448 466 497 520 530 509 462 505
Canadá 86 108 110 109 159 191 220 245 319 382 428 492 523
Uruguai 132 177 192 117 123 105 152 149 192 251 218 189 236
União Européia 982 1.267 1.128 1.330 1.219 1.107 1.084 1.199 1.101 1.092 780 994 644
Argentina 320 360 451 390 296 280 376 535 496 458 303 359 357
México 0 4 5 4 1 1 1 4 7 6 6 8 11

Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

Apêndice 8:
Exportações mundiais de carne bovina de 2001 até 2013 (Mil toneladas equivalente- carcaça)

Países 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Índia 370 416 465 492 617 681 678 672 609 917 1.294 1.680 1.650
Brasil 789 929 1.208 1.610 1.845 2.084 2.189 1.801 1.596 1.558 1.340 1.394 1.800
Austrália 1.398 1.365 1.250 1.369 1.388 1.430 1.400 1.407 1.364 1.368 1.410 1.380 1.530
Estados Unidos 1.029 1.110 1.192 209 316 519 650 905 878 1.043 1.263 1.124 1.115
Nova Zelândia 516 503 535 594 577 530 496 533 514 530 503 521 547
Canadá 575 610 425 603 596 477 457 494 480 523 426 395 320
Uruguai 145 259 314 354 417 460 385 361 376 347 320 365 380
União Européia 575 512 456 363 253 218 140 204 148 338 449 310 260
Argentina 168 348 330 616 754 552 505 396 621 277 213 170 180
México 10 10 12 19 32 39 42 42 51 103 148 200 205
Ano 2003 Preliminar.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados da ANUALPEC, 2014.

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