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4 de Janeiro de 2020

10 Argumentos que você não deveria usar na sua defesa ou recurso


de multa de trânsito

Olá amigos do Jus Brasil!

Eu sou o Marcelo Vaes, e hoje vou trazer um estudo interessante nesta área do
direito de trânsito, que eu tenho certeza que lhe ajudará muito para aumentar o
seu conhecimento sobre o assunto!

Lembrando que você pode ler outros artigos sobre Direito de Trânsito no blog:
www.blogconsultordetransito.com.br

Dito isso, decidi escrever este artigo porque recebo diariamente várias perguntas
sobre se determinado argumento (ou argumentos), são válidos para usá-los na
defesa e nos recursos administrativos.
Portanto, hoje vou falar sobre 10 ARGUMENTOS QUE VOCÊ NÃO DEVERIA
USAR NA SUA DEFESA OU RECURSO DE MULTA.

Mas antes preciso esclarecer alguns pontos para que você possa compreender o
que vai ser dito aqui, e assim não ter dúvidas sobre o assunto.

Primeiro, esclareço que estes 10 argumentos que você não deveria usar na sua
defesa, não são absolutos, ou seja, você até pode usá-los dependendo das
circunstâncias que ocorreram no momento da autuação, ou no decorrer do
processo administrativo, mas geralmente não serão considerados pelos julgadores
dos órgãos de trânsito, por vários fatores que vou comentar aqui.

Honestamente falando, eu usei cada um destes argumentos nestes mais de 15


anos que estou atuando nesta área do direito, mas com o tempo aprendi que na
maioria deles (ou em todos) não teria qualquer efeito no processo administrativo.

Neste ponto, eu quero enfatizar algo que já disse em outros vários artigos que eu
escrevi aqui no blog, e que repito diariamente quando alguém me pergunta sobre
qual argumento usar na defesa ou no recurso:

Normalmente as multas de trânsito são anuladas


ADMINISTRATIVAMENTE por serem inconsistentes e irregulares,
quando ausentes certos requisitos formais exigidos pela Lei ou pelas
normas infra legais (entenda resoluções ou portarias), no preenchimento no
auto de infração de trânsito ou durante o processo administrativo (erro
processual), ou quando a sinalização for insuficiente ou incorreta e se
consiga comprovar isso, e ainda quando o equipamento usado na autuação não
estiver apto para o serviço ou apresentando irregularidades.

Claro que aqui cabe uma ressalva importante:

Se você não cometeu a infração e tem como comprovar isso, então a


exigência destes requisitos formais na defesa ou recurso, não
precisarão ser usados, pois, você demostrou de forma inequívoca e
irrefutável o erro do agente de trânsito ou do próprio órgão autuador
ao lhe autuar.

Claro que DIFÍCILMENTE se consegue comprovar o não cometimento de uma


infração, e por este motivo é que sempre se busca os erros de formalidade
processual para se defender das multas de trânsito.
Também é importante frisar que estou falando de PROCESSO
ADMINISTRATIVO sob a ótica dos julgadores dos órgãos de trânsito, e não de
processos judiciais, ok?

Dito isso, vamos aos 10 argumentos.

1 º ARGUMENTO: QUE NÃO COMETEU A INFRAÇÃO, MAS NÃO TEM


COMO PROVAR

Precisamos entender uma coisa: no processo administrativo de trânsito nós


tratamos basicamente apenas de matéria de DIREITO, e não de FATOS.

O que isso significa? (para quem é leigo no assunto)

Matéria de Direito é onde questionamos a Lei ou no caso dos órgãos de


trânsito, também as resoluções, deliberações ou portarias baixadas pelos próprios
órgãos.

Matéria de fato, significa que temos alguma prova do não cometimento da


infração, então neste caso não contestamos apenas a Lei, ou as normas
administrativas baixadas pelos órgãos de trânsito.

Mas como disse, os fatos são difíceis de se comprovar, mesmo porque na maioria
dos casos o motorista (ou pedestre se for o caso), cometeu realmente a infração,
então o que nos resta é procurar argumentos de matéria de direito, questionando
a aplicação (in) correta na lei e nas normas.

Mas e se não houver erros de formalidade de acordo com a lei e as normas, o que
fazemos?

Neste caso você pode alegar o que quiser.

Explico: se você alega que não cometeu a infração, mas não tem como comprovar,
e o auto de infração preenche os requisitos da lei, então você pode alegar que não
cometeu a infração.

Está confuso?

Calma que vou continuar a explicação.


Como diz um professor meu: “Se você não tem o que alegar, pode alegar tudo o
que quiser”.

Compreenda que estou falando de ALEGAÇÕES e não de FATOS!

Nós podemos alegar o que quiser na nossa defesa ou recurso, mas isso não muda
o fato de que não temos a prova do não cometimento da infração de trânsito!

Mas então porque mesmo não tendo provas do não cometimento da infração você
pode recorrer?

A resposta é simples:

Porque DURANTE o processo administrativo, (enquanto você está se


defendendo da multa em questão), PODEM ocorrer ERROS
PROCESSUAIS!

Um exemplo de erro processual (durante o processo) seria a prescrição.

Vejamos o que diz a Lei Federal 9.873/99 que estabelece o prazo de prescrição
para o exercício de ação punitiva pela Administração Pública Federal, direta e
indireta, pelo qual os órgãos de trânsito como DETRAN, DER, PRF, DNIT e
outros fazem parte.

Art. 1o

§ 1o Incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por


mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos autos serão
arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem
prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação, se
for o caso.

Veja bem, se você foi autuado numa infração de trânsito, e não tendo
qualquer prova do não cometimento da infração que você está
alegando em sua defesa, mesmo assim a multa pode (e deve) ser
anulada, simplesmente pelo fato do processo ficar parado por mais de
três anos pendente de julgamento ou despacho, esperando a
autoridade de trânsito se manifestar sobre a sua defesa ou recurso!

(Neste caso, entendo que deve o processo ficar paralisado em uma instância).
Veja que este é um caso típico de anular uma multa sem qualquer
prova de que você não tenha cometido a infração!

Existem outros exemplo como nos casos em que houve um julgamento da defesa
ou recurso, mas o órgão de trânsito não notificou o cidadão para interpor outro
recurso, impedindo-o de exercer o seu direito de defesa de acordo com a nossa
Constituição Federal de 1988.

E por ai vai...

Concluindo esta parte, então aprendemos que de nada adianta argumentar que
não cometeu a infração de trânsito, se não tem provas disso (o que é muito difícil
de obter).

Por outro lado, se você não tem o que alegar, então pode dizer que não cometeu a
infração, porque durante o processo podem ocorrer erros que ensejariam a
anulação da multa aplicada.

2º ARGUMENTO: LOCAL PERIGOSO

Acho que perdi a conta, de quantos e-mails recebi me perguntando se uma multa
de trânsito pode ser anulada porque o local da autuação é considerado “perigoso”.

Local perigoso quer dizer um determinado trecho de rua, avenida ou


rodovia onde ocorrem muitos assaltos em determinado horário.

Normalmente são autuações por excesso de velocidade ou ultrapassar o sinal


vermelho de semáforo.

A resposta é: não vai anular a multa pelo fato de ser um local


“perigoso”, porque se fosse assim, o órgão de trânsito retiraria
daquele local o equipamento medidor de velocidade, ou o não
metrológico de fiscalização, pois, se há realmente perigo do motorista
ser assaltado naquele lugar, e se houvesse muitas reclamações ou
registros de assaltos, então por ou questão de bom senso talvez, o
órgão autuador retiraria o equipamento, ou deixaria de autuar em
determinados horários.

Logico, que isso não significa que não houve nenhum caso em que o órgão
autuador tenha anulado uma multa por este motivo!
Pode ser que você conheça alguém que recorreu de uma multa de trânsito usando
este argumento, e que o órgão e trânsito tenha anulado a multa.

Isso pode ocorrer, porque como já referi na introdução deste estudo, estes
argumentos não são absolutos, mas relativos.

Mas normalmente, o que ocorre na prática é que JAMAIS o órgão de


trânsito vai anular a multa se você argumentar que o local da
autuação é perigoso por causa de assaltos!

O que pode acontecer, é o órgão emitir um comunicado que não autuará em


certos horários, (principalmente á noite é claro) justamente por causa de
inúmeros casos de assaltos a mão armada naquele trecho de Rua ou avenida.

Um exemplo aconteceu aqui em Porto Alegre, quando a EPTC (Empresa Pública


de Transportes e Circulação) emitiu um comunicado que não autuaria os
motoristas após certo horário da noite, por causa dos assaltos na cidade.

Mas esta é uma EXCEÇÃO e não a regra!

Concluindo, não adianta alegar que o local da autuação tem perigo de assaltos,
porque a multa não será anulada com este argumento.

3º ARGUMENTO: ESTAVA EM OUTRO LUGAR QUANDO OCORREU A


AUTUAÇÃO

Este argumento é legítimo quando se consegue provar que o VEÍCULO


estava em outro lugar, e não você!

O que ocorre na prática, é que o julgador do órgão de trânsito vai dizer que não
basta você comprovar que estava em outro lugar quando ocorreu a infração, mas
sim que deveria haver indícios convincentes de que o VEÍCULO encontrava-se em
outro local.

Muitas vezes eu acredito que a pessoa estava com o seu veículo em outro local,
mas isso não será suficiente para convencer o julgador.

Então o que fazemos?


Se não tem como provar que o veículo estava em outro local na hora da autuação
e que você é o possuidor e motorista exclusivo do carro, pode ser juntado
declarações de testemunhas que irão empenhar a sua palavra em instrumento
público ou particular, sob pena de crime, conforme o Código Penal (arts. Art. 297
- Art. 298 - Art. 299 – Art. 342).

Junte a ou as declarações na sua defesa, mas não há garantias de que será


deferido.

Mas é bom juntar isso no processo administrativo, porque se tiver que entrar na
justiça para requerer a nulidade do auto de infração após o encerramento da
instância administrativa, o juiz verá as declarações das testemunhas (ou vai ouvi-
las pessoalmente) e poderá considera-las sobe pena de cometerem crime de falso
testemunho (CPC, arts. Art. 400, 405).

Mas também pode ocorrer que a placa do seu veículo foi clonada.

Neste caso, sugiro fazer um B.O na delegacia mais próxima e juntar na sua defesa
com as declarações que referi acima, e se possível fazer uma nova vistoria no
DETRAN.

Logico que estou dizendo isso se você não tem como provar que o veículo estava
em outro lugar, mas se você tiver esta prova como, por exemplo, um vídeo da
câmera de segurança da sua empresa, use-a sem problemas.

Mas em regra, não adianta argumentar que você não estava no local da infração,
mas sim que o veículo não estava.

4º ARGUMENTO: QUE É UMA PESSOA “BOA”

O argumento de que você é uma pessoa “boa” e que não tinha a intenção de
praticar aquela infração de trânsito, não possui qualquer fundamento válido.

Entretanto, este argumento é mais comum do que se imagina.

Como já disse, recebo muitos e-mails diariamente para tirar dúvidas, e em alguns
destes e-mails são enviadas as “defesas e recursos” para mim analisá-los, e em
grande parte deles consta este argumento de ser uma boa pessoa, e que o órgão de
trânsito poderia perdoá-la e etc...
Eu não estou aqui querendo ridicularizar ou criticar ninguém, muito pelo
contrário, estou justamente escrevendo este estudo para humildemente passar
um pouco da minha experiência, e lhe mostrar que será perda de tempo se você
colocar este argumento.

Mas então você pode estar se perguntando, porque que eu disse no item anterior,
que se “não tem o que alegar, pode-se alegar tudo o que quiser’”?

Sim, isso é verdade, e se você argumentar que é uma pessoa boa e etc...ainda
assim poderá ter a sua multa anulada, mas por outros motivos que já
mencionei antes (erros processuais).

Porém, achar que este é o único argumento que levará o julgador do órgão de
trânsito anular a sua multa, então você está cometendo um grande erro!

Inclusive o próprio Governo brasileiro (ministério dos Transportes), iniciou uma


campanha onde a chamada diz que “gente boa também mata”, que significa que
por mais que você seja religioso, bom e pacífico, você pode matar no trânsito por
um descuido, imprudência ou imperícia temporária.

Desse modo, o ponto importante que quero frisar, é que em geral que
as pessoas pensam que usando este argumento, o julgador do órgão de
trânsito se compadeceria e anularia a multa, ou que de alguma forma
se compararia com o direito penal e o “juiz” do caso verificaria os seus
antecedente infracionais, e levaria em conta para perdoar.

Isso não tem qualquer fundamento, porque estamos tratando de direito


administrativo e não de direito penal!

No direito administrativo o julgador do órgão de trânsito leva em conta o


princípio da LEGALIDADE, onde a administração pública somente pode fazer o
que a lei manda fazer.

Por isso que o auto de infração de trânsito somente será anulado (na
maioria dos casos) se não estiver preenchido de acordo com a lei
(princípio da legalidade).

Na verdade, decidi fazer este estudo sob o ponto de vista dos julgadores dos
órgãos de trânsito, uma vez que para ter uma defesa ou recurso deferidos,
precisamos saber o que eles pensam.
Obviamente, considerando que a maioria dos julgadores possuem pouco ou
nenhum conhecimento jurídico para julgar, sendo que geralmente proferem uma
decisão padronizada, pré-pronta e preparada pelo departamento jurídico dos
órgão de trânsito (mas isso é assunto para outro estudo mais pra frente).

Por esta razão, é que sugiro você fazer uma defesa ou recurso, com o mínimo
possível de argumentos, ou seja, indo diretamente ao ponto!

Logico que nem sempre isso será possível, pois, pode haver a necessidade de
trazer inúmeros argumentos, mas mesmo assim procure sintetizar o máximo a
sua defesa, justamente porque quem julga (sem ofensas se você for um julgador
ok?) não possui o conhecimento jurídico necessário para tal.

Desse modo, pedir que a multa deve ser anulada com base na sua bondade, está
fora de cogitação.

5º ARGUMENTO: QUE PRECISA DA CNH PRA TRABALHAR

Este é um argumento muito usado quando o motorista é profissional e, portanto


necessita da CNH para desenvolver o seu trabalho e receber o seu sustento, e foi
autuado em uma infração que prevê a suspensão ou cassação da CNH ou de
processo já instaurados de suspensão e cassação.

E a razão de usar este argumento, é que existe um conflito entre o direito de


dirigir previsto no CTB e o direito ao trabalho e profissão previsto na Constituição
Federal.

Ultimamente tem amadurecido a ideia de que o motorista profissional não


poderia ter a sua CNH suspensa ou cassada.

Trata-se de um assunto polêmico e que vai gerar muita discussão nos próximos
anos, porque por um lado tem a sociedade e o interesse público que quer a
suspensão da CNH ao motorista que, por exemplo, é flagrado dirigindo sob a
influência de álcool (infração que prevê a suspensão da CNH), e o direito
particular/privado do motorista profissional.

Neste artigo estou tratado dos argumentos que NÃO se deve usar na defesa e nos
recursos ADMINISTRATIVOS.
Obviamente, isso não quer dizer que você não possa usá-lo na esfera
administrativa, mas como já frisei várias vezes neste estudo, não surtirá muito
efeito se você argumentar que necessita da CNH para trabalhar.

Talvez, num eventual processo de suspensão da CNH, a sua pena seja reduzida se
usar este argumento, e não passará disso.

E por qual motivo o DETRAN não anula uma suspensão da CNH usando o
argumento de que precisa da CNH para trabalhar?

Por duas razões:

A primeira é que o CTB prevê a suspensão ou cassação da CNH a todos os


motoristas, independente se sejam ou não motoristas profissionais.

Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de dirigir será imposta nos


seguintes casos: (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016)

I - sempre que o infrator atingir a contagem de 20 (vinte) pontos, no período


de 12 (doze) meses, conforme a pontuação prevista no art. 259; (Incluído pela Lei
nº 13.281, de 2016)

Art. 263. A cassação do documento de habilitação dar-se-á:

I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator conduzir qualquer


veículo;

II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses, das infrações previstas no


inciso III do art. 162 e nos arts. 163, 164, 165, 173, 174 e 175;

III - quando condenado judicialmente por delito de trânsito, observado o disposto


no art. 160.

Veja que não há “perdão”.

A segunda razão, é que a suspensão será anulada se houver irregularidades e


inconsistência no auto de infração ou nos processos de suspensão e cassação do
direito de dirigir conforme já mencionei antes.
Porém, com a alteração do CTB trazidos pelas Leis 13.261/16 e 13.154/15,
ocorreu uma coisa interessante no que diz respeito a suspensão do
direito de dirigir.

A partir de 1º de novembro de 2016, os motoristas que exercem atividade


remunerada (motoristas profissionais), podem optar por um curso de
reciclagem quando atingirem 14 pontos em sua CNH, sem que tenha a
CNH suspensa.

ART. 261:

§ 5º O condutor que exerce atividade remunerada em veículo, habilitado na


categoria C, D ou E, poderá optar por participar de curso preventivo de
reciclagem sempre que, no período de 1 (um) ano, atingir 14 (quatorze) pontos,
conforme regulamentação do Contran. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016

§ 6o Concluído o curso de reciclagem previsto no § 5o, o condutor terá eliminados


os pontos que lhe tiverem sido atribuídos, para fins de contagem subsequente.
(Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)

Porém, há 4 considerações que devemos fazer aqui:

A primeira é que este benefício é somente para motoristas com categoria C, D


ou E, excluindo os de categorias mais baixas (A e B), como motoboy, por
exemplo, que precisa da CNH para trabalhar.

A segunda consideração, é que se trata de uma OPÇÃO do motorista e não uma


imposição da Lei, portanto, ninguém é obrigado a fazer o curso de reciclagem,
mas é recomendável porque assim se evitará a suspensão da CNH por pontos.

A terceira, é que este benefício se estende somente para os motoristas que


atingiram 14 pontos, de infrações que não prevejam de forma específica a
suspensão da CNH. OU seja, se o motorista profissional das categorias C, D ou E
for flagrado nas infrações de dirigir sob a influência de álcool (art. 165 e 165 A) e
excesso de velocidade em mais de 50% (art. 218 III), não terá este benefício,
por estas infrações por si só preveem a suspensão.

A quarta é que este benefício depende da Regulamentação do CONTRAN, que


até onde sei ainda não ocorreu.
Além disso, ainda há dois fatos importantes que estão acontecendo no mundo
jurídico sobre este tema.

O primeiro é que o STF aceitou a repercussão geral de um recurso


extraordinário, de um motorista profissional condenado por homicídio e sobre a
possibilidade de suspensão da CNH ou não por conta da sua profissão.

Veja a notícia:

Suspensão de CNH de motorista profissional condenado por


homicídio tem repercussão geral

O Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de deliberação via “Plenário


Virtual”, reconheceu a repercussão geral da questão constitucional suscitada
no Recurso Extraordinário (RE) 607107, apresentado pelo Ministério Público de
Minas Gerais, em que se discute a aplicação da pena de suspensão da
habilitação imposta a um motorista profissional, em razão de homicídio culposo
(sem intenção de matar) na direção de veículo automotor. O relator do recurso é
o ministro Joaquim Barbosa.

O MP mineiro recorreu ao STF depois que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais


(TJ-MG), julgando apelação criminal do motorista, retirou da condenação a
suspensão do direito de dirigir por entender que a penalidade inviabiliza o
direito ao trabalho, constitucionalmente assegurado (artigo 5º, inciso XIII, da
Constituição). Para o TJ-MG, como se trata de motorista profissional, é desta
atividade que o trabalhador obtém a remuneração essencial para o seu sustento
e de sua família.

Ao se manifestar pela repercussão geral da questão constitucional tratada neste


recurso, o ministro Joaquim Barbosa sustentou a sua amplitude. “Trata-se de
discussão que transcende os interesses subjetivos das partes e possui densidade
constitucional, na medida em que se questiona se a imposição da penalidade de
suspensão da habilitação para dirigir, prevista no artigo 302 da Lei 9.503/1997,
quando o apenado for motorista profissional, violaria o direito constitucional
ao trabalho”, afirmou o relator.

No STF, o Ministério Público de Minas Gerais sustenta que a interpretação dada


pelo TJ-MG ao artigo 5º, inciso XIII, da Constituição Federal acabou por
contrariar o próprio dispositivo, “pois a real intenção do constituinte era a de
tutelar a liberdade de ação profissional, e não propriamente o direito ao
exercício do trabalho”. Para o MP, a suspensão do direito de dirigir decorre do
princípio da individualização das penas. “Se a Constituição Federal permite ao
legislador privar o indivíduo de sua liberdade e, consequentemente, de sua
atividade laboral, em razão do cometimento de crime, poderia também permitir
a suspensão da habilitação para dirigir como medida educativa”, sustenta.

FONTE: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?
idConteudo=191617

Porém, devemos considerar que se trata de direito penal, no entanto, poderá (e


deverá) haver repercussão nos processos cíveis e administrativos também.

O Segundo fato, é que quanto ao projeto de lei que tramita no Senado Federal,
sobre a possibilidade dos motoristas profissionais não terem a CNH suspensa.

Veja a notícia:

Motoristas profissionais poderão pagar multa para não perder o


direito de dirigir

Os motoristas profissionais poderão ter a opção de pagar multa para não


perder temporariamente o direito de dirigir se atingirem 20 pontos na carteira
em um ano. Essa mudança no Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/1997)
está prevista em proposta em análise no Senado.

O Projeto de Lei do Senado 3344/2016, que passará por votação na Comissão


deConstituiçãoo, Justiça e Cidadania (CCJ), foi apresentado pelo senador
Eduardo Lopes (PRB-RJ). A proposição estabelece que os motoristas
profissionais, em vez de terem a carteira suspensa, paguem multa de R$ 2 mil
quando for atingido o limite máximo de pontos para infração.

Os condutores que exercem atividade remunerada em veículo habilitado na


categoria B, como os taxistas, são inseridos pelo projeto entre os que são
considerados motoristas profissionais, atualmente aqueles habilitados nas
categorias C, D e E. Dessa forma, eles também poderão pagar multa para não
ter suspenso o direito de dirigir.

Curso de reciclagem
Pelo Código de Trânsito em vigor, os condutores habilitados nas categorias C, D
ou E devem ser convocados a participar de curso preventivo de reciclagem
sempre que alcançarem 14 pontos de multa no intervalo de 12 meses. O projeto
insere também os motoristas da categoria B nessa exigência. O pagamento da
multa, previsto no projeto, não elimina a necessidade de presença no curso.

De acordo com o Código de Trânsito, a suspensão do direito de dirigir deverá


ter duração mínima de 1 mês até o máximo de 1 ano e, no caso de reincidência
no período de 12 meses, pelo prazo mínimo de 6 meses até o máximo de 2 anos,
segundo critérios estabelecidos pelo Contran.

Direito ao trabalho

Eduardo Lopes argumenta que os motoristas profissionais devem receber um


tratamento diferenciado porque, sem a habilitação, ficam impedidos de
trabalhar. Ele lembra ainda que o direito ao trabalho é assegurado pela
Constituição.

"Se em relação ao motorista amador a suspensão do direito de dirigir pode


representar grande desconforto, aos profissionais ela inviabiliza o seu sustento,
produzindo efeitos deletérios que, por vezes, transcendem a pessoa do apenado e
repercutem na manutenção de toda a família", argumenta o senador do Rio de
Janeiro.

FONTE: http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/09/15/motoristas-
profissionais-poderao-pagar-multa...

Mas até que estas questões não sejam resolvidas, o argumento de que necessita da
CNH para trabalhar, por enquanto, não possui força nos processos
administrativos de trânsito, e, portanto, não adianta argumentar sobre isso.

6º ARGUMENTO: NUNCA LEVEI MULTA ANTES

O fato de nunca ter sido autuado em nenhuma infração de trânsito - antes da


primeira vez é claro - não é um argumento que será levado em conta pelos órgãos
de trânsito para anular a multa.

Veja bem, não estamos falando “Réu primário” como no direito penal, mas
estamos tratando de processo administrativo.
Há, porém, uma exceção quando você for autuado numa infração leve ou média e
não for reincidente na mesma infração nos últimos 12 meses.

Neste caso se trata da aplicação da PENALIDADE DE ADVERTÊNCIA previsto


no art. 267 do CTB:

Art. 267. Poderá ser imposta a penalidade de advertência por escrito à infração de
natureza leve ou média, passível de ser punida com multa, não sendo
reincidente o infrator, na mesma infração, nos últimos doze meses,
quando a autoridade, considerando o prontuário do infrator, entender esta
providência como mais educativa.

Mas veja bem o que diz o CTB: PODERÁ e não deverá ser aplicada a advertência
por escrito.

Ou seja, se trata de um ato discricionário do julgador que analisando o caso,


poderá ou não aplicar a penalidade de advertência, e assim cancelar a multa e
os pontos na CNH.

Fora esta exceção, argumentar que nunca levou multa antes não é um bom
argumento para anular uma multa.

Portanto, não há “perdão” do órgão autuador se você alegar isso.

7º ARGUMENTO: CITAR JURISPRUDÊNCIA

Se você for um cliente meu ou comprou o meu livro digital MODELOS DE


DEFESA E RECURSOS DE MULTAS, talvez esteja surpreso por eu ter incluído
este argumento, porque em quase todas as defesas e os recursos que eu faço, e os
que estão no meu livro, contém jurisprudência.

Mas então porque motivo eu coloquei como um argumento que você não poderia
usar na sua defesa ou recurso?

Pelo simples fato de que os julgadores dos órgãos de trânsito possuem pouco ou
nenhum conhecimento jurídico para julgar (com algumas exceções é claro), e
consequentemente desconhecem ou nem sabe o que significa uma jurisprudência.

E como eu sei disso?


Porque faz mais de 15 anos que eu trabalho com isso e pelos julgamentos que eu
vejo quando decidem indeferir uma defesa ou recurso, a única conclusão que eu
chego é de que eles não sabem o que estão dizendo, pois, proferem uma “decisão”
pronta e padronizada, sem qualquer fundamentação aplicadas ao caso.

Outro motivo, é que os julgadores dos órgãos de trânsito não estão interessados
em jurisprudências dos tribunais quando estão julgando uma defesa ou recursos
administrativos.

E o motivo, (ou melhor, a desculpa) é o princípio da legalidade.

Porém, para o desespero dos julgadores dos órgãos de trânsito, a Lei 9.784/99
que regula o processo administrativo no âmbito da administração pública federal
acabou com esta ideia de que os órgãos de trânsito devem julgar apenas pelo que
diz a “lei”.

Vejamos:

Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da


legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros,


os critérios de:

I - atuação conforme a lei e o Direito;

(Parece irônico, mas isso está dito na lei, então não há desculpas para não aplicar
já que eles devem seguir o princípio d legalidade).

Veja que a lei federal diz que serão observados nos processos administrativos, os
critérios de autuação conforme a lei e o DIREITO!

Mas o que é o direito?

O Direito além de ser um conjunto de leis, também, é de princípios, costumes e


JURISPRUDÊNCIA!
Portanto, os julgadores dos órgãos de trânsito também devem considerar as
decisões dos tribunais, porque agora é lei (não só agora, mas desde quase sempre
porque a lei 9.784 é de 1999 e o CTB é de 1998)!

Claro que já vi decisões administrativas que citaram jurisprudência para


fundamentar a sua decisão, então não são todos os julgadores que não possuem
conhecimentos jurídicos para julgar, mas no geral, não é assim infelizmente.

E por este motivo que eu disse que estes argumentos não são absolutos, mas
relativos, tanto é que este em especial eu mesmo uso na defesa e nos recursos.

Entretanto, o que eu quero deixar claro, que não é que não se deva usar
jurisprudência nas defesas e recursos de multas, o que eu quero dizer é que quem
JULGA não levara em consideração.

Por isso, citar jurisprudência como um argumento, não terá muita eficácia no
processo administrativo.

8º ARGUMENTO: NÃO SER ABORDADO PELO AGENTE OU POLICIAL

A ideia de que a multa deve ser anulada porque não houve a abordagem em
flagrante do policial ou agente de trânsito, é equivocada na maioria dos casos.

Vejamos o que diz o CTB:

Art. 280

§ 3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o agente de trânsito


relatará o fato à autoridade no próprio auto de infração, informando os dados a
respeito do veículo, além dos constantes nos incisos I, II e III, para o
procedimento previsto no artigo seguinte.

Infelizmente a autuação em flagrante não é obrigatória, mas em contrapartida,


abre uma “brecha” para que os policiais ou agentes de trânsito autuem os
motoristas como e quando quiserem.

O problema da não abordagem do veículo, é que o policial ou agente, pode ter-se


equivocado ao anotar a placa do veículo, o que é muito comum de ocorrer.
Já tive casos em que os meus clientes comprovaram que estavam com o seu
veículo em um estacionamento na hora da autuação, e em outros casos o veículo
estava em uma oficina.

Portanto, a não abordagem do veículo pode causar sérios infortúnios ao motorista


se o mesmo não cometeu a infração.

Também posso mencionar os casos de clonagens de placa de veículo, que


acontecem seguidamente, e que os proprietários recebem a notificação em suas
residências informando da infração, mas que jamais foi cometida porque a placa
do veículo havia sido clonada.

E depois para comprovar a clonagem é um teste de paciência com os órgãos


públicos, principalmente com o DETRAN, porque é você quem deve comprovar a
clonagem, em vez de o policial fazer a abordagem e constatar o crime.

Todavia, existem alguns casos em que é obrigatória a abordagem do veículo.

Como por exemplo, nas infrações previstas no art. 162 do CTB, quando os
motoristas estiverem dirigindo com a CNH suspensa ou cassada, ou sem
habilitação, ou com categoria diferente.

Entretanto, o CONTRAN e suas loucuras, criaram uma nova “Lei” (norma) em


que, por exemplo, o proprietário do veículo que estiver com a CNH suspensa, e o
seu veículo foi autuado SEM ABORDAGEM, e o mesmo não indica o condutor ou
foi impossibilitado de fazê-lo, então este proprietário será autuado por ter
dirigido com a CNH suspensa.

Vejamos o que diz o CONTRAN na Resolução 619/16 que revogou a 404/12:

Art. 5º Sendo a infração de responsabilidade do condutor, e este não for


identificado no ato do cometimento da infração, a Notificação da Autuação deverá
ser acompanhada do Formulário de Identificação do Condutor Infrator, que
deverá conter, no mínimo:

§ 2º No caso de identificação de condutor infrator em que a situação se enquadre


nas condutas previstas nos incisos do art. 162 do CTB, serão lavrados, sem
prejuízo das demais sanções administrativas e criminais previstas no CTB, os
respectivos Autos de Infração de Trânsito:
I - ao proprietário do veículo, por infração ao art. 163 do CTB, exceto se o
condutor for o proprietário; e

II - ao condutor indicado, ou ao proprietário que não indicá-lo no prazo


estabelecido, pela infração cometida de acordo com as condutas
previstas nos incisos do art. 162 do CTB.

Em outras palavras, se você é proprietário de um veículo e esteja com a CNH


suspensa e emprestou o veículo para outra pessoa, e esta pessoa foi autuada em
alguma infração do CTB que é de responsabilidade do condutor, mas não houve
nenhuma abordagem em flagrante por policial ou agente de trânsito, e por algum
motivo você como proprietário não conseguiu ou ficou impossibilitado de indicar
o condutor (porque a indicação do condutor depende do consentimento do
próprio condutor ao fornecer a cópia da CNH e assinar o formulário de
indicação), você receberá em sua casa uma notificação de autuação,
comunicando-o de que você foi autuado por dirigir com a CNH suspensa, e como
consequência disso, poderá ter instaurado um processo de cassação do direito de
dirigir, mesmo se ter cometido a infração (em São Paulo o DETRAN já instaura o
processo de cassação diretamente sem autuar o proprietário por dirigir com a
CNH suspensa)!

Neste caso que acabei de relatar, eu entendo que a multa deve ser anulada, mas
infelizmente não é isso que vemos.

Então, se não for o caso acima, não adianta alegar que não foi abordado porque os
julgadores dos órgãos de trânsito não anularão a multa com este argumento,
salvo se comprovado que não era o seu veículo que estava naquele local na hora
da autuação.

9º ARGUMENTO: NÃO ASSINOU O AUTO DE INFRAÇÃO

A ausência da assinatura do motorista no auto de infração de trânsito, não é um


bom argumento para anular a multa administrativamente.

O fato de não ter assinado o AIT, não justifica a nulidade da autuação.

Entretanto, existe uma exceção.

A Resolução 619/16 do CONTRAN prevê o seguinte:


Art. 3º

§ 5º O Auto de Infração de Trânsito valerá como notificação da autuação quando


for assinado pelo condutor e este for o proprietário do veículo.

Veja que o auto de infração, (que é aquele documento que o policial ou agente de
trânsito preenche no momento da autuação) somente será considerado uma
notificação, se for assinado pelo condutor e o mesmo for o proprietário do
veículo.

Ao ser notificado via auto de infração, o proprietário já pode apresentar a sua


defesa em 15 dias, não dependendo da notificação enviada pelo correio pelo órgão
autuador.

Entretanto, se o motorista abordado não for o proprietário e assinou o auto


de infração, e se o órgão autuador não enviar a notificação no prazo de 30 dias
pelo correio, então de acordo com a resolução do CONTRAN o auto de infração
deve ser anulado, visto que o motorista abordado não era o proprietário do
veículo, e, portanto, impedindo o seu direito de defesa.

Claro que existe uma contradição com o CTB, pois, no art. 280 VI a assinatura do
suposto infrator, já se considera notificado, eximindo o órgão de trânsito de
enviar a notificação pelo correio:

Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito, lavrar-se-á auto


de infração, do qual constará:

VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta como


notificação do cometimento da infração.

Logico que mesmo se o condutor não for o proprietário do veículo e a infração for
de responsabilidade do condutor (art. 165, por exemplo), e se assinou o auto de
infração, então ao AIT vale como notificação para apresentar defesa conforme
prevê o inciso VI do art. 280 do CTB.

Assim, salvo em alguns casos específicos como o que mencionei acima, se poderá
argumentar sobre a não assinatura no auto de infração, para fins de impedimento
de exercício do direito de defesa, e pedir a nulidade da multa.

10º ARGUMENTO: ABUSO DE AUTORIDADE


Por mais que haja abuso de autoridade por parte do policial ou do agente de
trânsito ao autuar um motorista, tal argumento não anulará administrativamente
o auto de infração de trânsito.

O abuso de autoridade deve ser tratado em separado da defesa ou recurso por


meio de denúncia administrativa dirigida ao órgão da corregedoria, ou ao
ministério público que tem a incumbência de apurar estes casos.

Não é que você não possa mencioná-lo na sua defesa, mas a multa não será
anulada APENAS com este argumento.

Vejamos o que é abuso de autoridade de acordo com a Lei 4.898/65 que regula o
Direito de Representação e o processo de Responsabilidade Administrativa Civil e
Penal, nos casos de abuso de autoridade.

Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:

a) à liberdade de locomoção;

b) à inviolabilidade do domicílio;

c) ao sigilo da correspondência;

d) à liberdade de consciência e de crença;

e) ao livre exercício do culto religioso;

f) à liberdade de associação;

g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto;

h) ao direito de reunião;

i) à incolumidade física do indivíduo;

j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.

Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:


a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as
formalidades legais ou com abuso de poder;

b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento


não autorizado em lei;

c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção


de qualquer pessoa;

d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe


seja comunicada;

e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança,
permitida em lei;

f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas,


emolumentos ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio
em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor;

g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância


recebida a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra
despesa;

h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando


praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal;

i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de


segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir
imediatamente ordem de liberdade.

i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de


segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir
imediatamente ordem de liberdade.

Perceba que poucos comportamentos se encaixam nas abordagens de trânsito,


entre eles destaco apenas a incolumidade física do indivíduo que pode ocorrer
nas abordagens policiais.
Portanto, argumentar que o policial ou agente abusou de sua autoridade ao
autuar numa infração de trânsito, por mais que tenha ocorrido, não adiantará
argumentar no processo administrativo, mas apenas em uma denúncia separada
dirigida ao órgão competente, e que será apurada no devido tempo.

Terminamos aqui este artigo, e espero ter ajudado.

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deveria-usar-na-sua-defesa-ou-recurso-de-multa-de-transito

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