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1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3
5 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 81
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
2 HISTÓRIA DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
Fonte: https://educacao.uol.com.br
Fonte:https://anamaria.uol.com.br/
DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
Seção II
Das organizações acadêmicas
Fonte: https://ead.catolica.edu.br
A referida lei trata dos propósitos do ensino superior no Brasil nas seções
do artigo 43. No cenário da educação em nosso país, há uma grande diversidade
no entendimento e aplicação da lei e, portanto, temos um país de dimensões
continentais, diversas situações da realidade educacional, nem sempre alinhadas
com o ensino superior, conforme define o artigo 43, nos seus oito itens.
O objetivo do ensino superior, de acordo com o artigo 43, item V, da LDB:
suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e
possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão
sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de
cada geração. Por várias razões não abordadas aqui, o aprimoramento cultural e
profissional não ocorre para atender plenamente a este objetivo da lei. Cabe a todos
os atores da comunidade educacional fazer um esforço maior para cumprir as
disposições da legislação. É o papel do educador que “atua com e sobre um ser
que possui, por natureza, um princípio de crescimento que deve ser acompanhado
e fomentado pela atividade educativa” (TARDIF, 2010, p. 160). Mas todos são
chamados a participar, porque ‘’o conhecimento exige de todos uma educação
voltada para uma grande capacidade de autonomia e julgamento, reforça a
responsabilidade pessoal na realização do destino coletivo” (BASTOS, 2010, p.
100)
Tardif (2010, p.296) afirma que “a universidade garantirá a transmissão
de conhecimento por meio de atividades planejadas, orientadas por objetivos
explícitos e implicará normas que, em princípio, devem conformar os agentes
clientes da escola”. Em suma “ deixe a educação ser uma tarefa permanente.
Permanentemente, na razão da inconclusão dos homens e do devenir da realidade”
(FREIRE, 2015, p.102).
No artigo 43, item VI, da LDB, a legislação diz que a educação superior
tem por objetivo: estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em
particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e
estabelecer com esta uma relação de reciprocidade. Estimular o conhecimento dos
problemas do mundo, prestando serviços à comunidade é uma finalidade da lei que
fica muito aquém do esperado.
Para Chalita:
O desafio é: passar da democracia formal para a democracia real, o de
fazer com que os princípios constitucionais sejam respeitados e aplicados,
que as garantias previstas no texto constitucional e na legislação
infraconstitucional saiam do papel e se convertam em direitos concretos,
para que o bem-estar da população se dê em todos os níveis sociais e
regionais (2004, p.111).
Fonte: https://ampost.com.br
Fonte: http://www.scalassara.com.br
Fonte:https://fce.edu.br
Fonte:https://ensinointerativo.com.br
RIBEIRO, et. al. 2003 apud, HADGRAFT & PRPIC, 1999 destacam que a
principal atividade dos alunos em um ambiente educacional PBL é o aprendizado –
identificando o que precisam conhecer, ensinando uns aos outros, investigando e
empregando os novos conhecimentos – e não a mera constituição da tarefa. Nesta
metodologia os saberes construídos na procura da solução dos problemas e as
habilidades e ações desenvolvidas neste processo são mais importantes que a
solução em si. Esta é uma das particularidades que tornam a PBL atraente para
instituições de educação superior: a possibilidade de se alcançar objetivos
educacionais mais vastos, ou seja, não só a aquisição de saberes por parte dos
alunos, mas o desenvolvimento de habilidades e ações serão úteis na vida
profissional futura.
Outra metodologia relevante: Para BASTOS (2010); A técnica de grupo
operativo constitui um trabalho com grupos, cujo alvo é gerar um processo de
aprendizado para as pessoas envolvidas. Aprender em grupo é o mesmo de fazer
uma leitura crítica da realidade, uma ação investigativa, uma abertura para dúvidas
e novas inquietações.
Segundo Bleger (1998) seu contemporâneo, os membros do “grupo
operativo” não apenas aprendem a pensar, mas também a observar e ouvir, a
relacionar suas opiniões com as dos outros, a aceitar ideologias e pensamentos
distintos das suas, agregando-se no trabalho em equipe.
Neste aspecto, podemos dizer que existe uma rede de interações entre os
indivíduos, e através das interações, o sujeito pode ter como referência o outro, se
encontrar no outro, diferenciar-se do outro, se opor ao outro, assim, transformar e
ser transformado por este, na constituição do conhecimento.
Para BASTOS (2010) a técnica do grupo operativo conjectura a tarefa
explícita (aprendizado, diagnóstico ou tratamento), a tarefa implícita (a maneira
como cada membro experimenta o grupo) e a estrutura que são os elementos fixos
(a duração, o tempo, a frequência a função do observador e do coordenador).
Para Pichon-Rivière (1998), o processo de grupo é caracterizado por um
debate que pode ser permeado por contradições, e sua principal tarefa é
precisamente analisar essas contradições. O autor usa uma representação para
mostrar o movimento de desestruturação, estruturação, e reestruturação de um
grupo, que é o cone invertido.
O cone invertido é uma ferramenta que visualiza uma representação gráfica
na qual seis vetores de análise estão incluídos o que possibilita constatar os efeitos
da mudança. Visca (1987, p. 39) explana sobre os vetores de análise do cone
invertido:
Para ele, a tarefa é o caminho que o grupo percorre para alcançar seus
objetivos, está relacionada a maneira como cada membro interage a partir de suas
necessidades. Dividir essas necessidades em torno dos desígnios comuns do grupo
pressupõe descentramento e flexibilidade e perspectiva de abertura para o novo.
Quando o grupo aprende a problematizar as dificuldades que insurgem no momento
da concretização de seus objetivos, podemos dizer que ele assumiu uma tarefa,
uma vez que a preparação de um projeto comum já é possível e este grupo pode
começar a operar um projeto de mudanças.
O porta-voz é o membro que explica o que está implícito, cooperando com
a tarefa. O bode-expiatório surge quando explica algo que não é aceito pelo grupo.
O líder de mudança aparece no período em que o que foi explicado pelo porta-voz
é acolhido pelo grupo fornecendo para o movimento dialético grupal (GAYOTTO,
1992).
No nível superior o trabalho em grupo é de ampla relevância, uma vez que
os universitários estão cada dia mais, inseridos em um contexto de muitas
interações e informações, mas ao mesmo tempo, pouco compartilhadas. Nesta
atmosfera a teoria de grupos operativos sugerido por Pichon-Riviere admite
organizar o trabalho em grupo com referências conceituais e sistematizadas, o que
facilita significativamente a coordenação do grupo pelo professor. Além disso,
assegura aos alunos um espaço de discussão, no qual é possível confrontar visões
e vivencias de seu dia a dia, colaborando para o seu desenvolvimento pessoal, e
interpessoal. Todo grupo tem a probabilidade em um momento, de se tornar um
grupo de processo que coopere para que tudo o que surge na sua dinâmica seja
manifestado e interpretado de modo contextualizado e no nível real. Assim, pode
ser uma estratégia, para os professores, na construção de modelos que envolvam
os trabalhos em grupos, e buscam formação crítica de seus alunos.
Fonte:https://www.selecoes.com.br
Fonte: http://polouabsaosepe.blogspot.com
Fonte:https://vaidebolsa.com.br
Fonte: https://veja.abril.com.br
Fonte:http://ronaldopatriota.com.br/page/6/
De acordo com o ponto de vista adotado neste artigo, esses são conceitos
mutuamente articulados, porém com especificidades diferentes. Pode-se dizer que
a educação, em perspectiva epistemológica, é objeto de estudo em Pedagogia,
enquanto, em perspectiva ontológica, é um conjunto de práticas sociais que atuam
e influenciam a vida dos sujeitos, de forma ampla, difusa e imprevisível. Por sua
vez, a pedagogia pode ser considerada uma prática social que procura organizar /
entender / transformar práticas educativas sociais que dão direção às práticas
educacionais.
Pode-se dizer que a pedagogia impõe um filtro de significado à abundância
de práticas que ocorrem na vida das pessoas. A diferença está no foco, no escopo
e no significado, ou seja, a pedagogia realiza um filtro das influências sociais que,
no total, operam ao longo de uma geração. Essa filtragem, que é o mecanismo
usado pela ação pedagógica, é um processo de regulação, sendo desta forma, um
processo educacional.
Uma pergunta recorrente que surge entre estudantes ou participantes de
palestras referente à seguinte dúvida: toda prática docente é prática pedagógica?
Nem sempre! A prática docente toma-se prática pedagógica quando esta se insere
na intencionalidade prevista para sua ação. Desta forma, um professor que sabe
qual é o sentido de sua aula em face da formação do estudante, que sabe como
sua aula agrega e amplia a formação desse aluno, que tem a compreensão do
significado de sua ação, tem um desempenho pedagógico diferenciado: ele dialoga
com a necessidade do estudante, persevera em sua aprendizagem, acompanha
seu interesse, produz o aprendizado, acreditando que este será importante para o
aluno.
Investigou-se em um período de 11 anos uma escola pública, 5 observaram
as salas de aula e a prática docente. Fizeram muitas pesquisas-ações, procurando
compreender o sentido que o docente atribuía à sua prática. Com base nessas
pesquisas, podemos afirmar que o professor que compenetrado de sua
responsabilidade social, que se conecta ao objeto do seu trabalho, se compromete,
que acredita que seu trabalho constitui algo na vida dos alunos, tem uma prática
docente pedagogicamente fundamentada. Ele insiste, busca, dialoga, embora não
tenha muitas condições institucionais para fazê-lo. Na pesquisa, foi dado um nome
para isso: o professor está sob constante vigilância crítica. Ele é um professor quase
atormentado por essa vigilância. Este professor não pode simplesmente "ensinar a
lição" e não pensar mais. Ele está lá, testando e refletindo, insistindo. Ele tem uma
dimensão a alcançar, uma proposta, uma crença sobre o que ensina. Bem, essa é
uma prática de ensino que elabora o sentido da prática pedagógica. É uma prática
exercida com propósito, planejamento, monitoramento, vigilância crítica,
responsabilidade social.
A pedagogia interpõe intencionalidades, projetos ampliados; a didática, em
paralelo, compromete-se a dar conta do que foi estabelecido para ser chamado de
conhecimento escolar. A lógica da didática é a lógica da produção do aprendizado
(nos alunos), com fundamento em processos de ensino antecipadamente
planejados. A prática da didática é uma prática pedagógica, que inclui a didática e
as transcende.
Ao falar sobre a prática pedagógica, refere-se a algo além da prática
didática, envolvendo: os espaços-tempos da escola, as circunstâncias da formação,
as opções para a organização do trabalho docente, as parcerias e expectativas do
professor. Em outras palavras, na prática docente, não são apenas as técnicas de
ensino utilizadas, mas também as expectativas e perspectiva profissionais, além
dos processos de formação e dos impactos sociais e culturais do espaço de ensino,
entre outros aspectos que tornam esse ensino extremamente complexo a este
momento de ensino.
O planejamento do ensino, por mais eficiente que seja, não pode controlar
a imensidão de um possível aprendizado que envolve o aluno. Como saber o que o
aluno aprendeu? Como planejar o próximo passo do seu aprendizado? Precisamos
de planejamento prévio de ensino ou monitoramento crítico e dialógico dos
processos de formativo dos alunos? Claro, precisamos de ambos!
Os processos de realização das tentativas de ensino aprendizagem
ocorrem por meio de práticas pedagógicas. São de natureza viva, existencial,
interativa e impactante. Práticas pedagógicas são aquelas organizadas para
atender a certas expectativas educacionais. São práticas carregadas de
intencionalidade, pois, o próprio sentido da práxis se configura por meio do
estabelecimento de uma intencionalidade, que direciona e dá sentido à ação,
solicitando uma intervenção planejada e científica sobre o objeto, com vistas à
transformação da realidade social. Tais práticas, por mais planejadas que sejam,
são imprevisíveis, porque nelas “nem a teoria nem a prática têm precedência, cada
uma modifica e revisa continuamente a outra” (Carr, 1996, p. 101).
As práticas pedagógicas devem se constituir como instâncias críticas das
práticas educativas, na perspectiva de transformação coletiva dos significados das
aprendizagens e dos sentidos.
O professor, no exercício de sua prática docente, pode ou não exercer
pedagogicamente. Em outras palavras, sua prática de ensino, para se tornar uma
prática pedagógica, requer pelo menos dois movimentos: a reflexão crítica de sua
prática e a conscientização das intencionalidades que presidem suas práticas. A
ingênua consciência de seu trabalho (Freire, 1979) o impede de andar nos
meandros das contradições impostas e, além disso, impossibilita sua formação na
esteira após a formação de um profissional crítico.
Duas questões são fundamentais no aparelhamento das práticas
pedagógicas: articulação com as expectativas do grupo e existência de um coletivo.
As práticas pedagógicas só podem ser entendidas na perspectiva da totalidade, ou
seja, essas práticas e práticas de ensino estão estruturadas em relações dialéticas
baseadas nas mediações entre totalidade e particularidade.
Fonte:https://simulare.com.br
Esse todo é composto de partes, leis, lógicas mediadas entre si que, quando
desconectadas, produzem desarticulações que prejudicam o significado original que
tinham. Assim, não é da natureza das práticas de ensino se desapegar, desconectar
de um todo, sem o fundamento de práticas pedagógicas que lhes dêem sentido e
direção. A prática de ensino avulsa, sem conexão com o todo, perde seu significado.
As práticas pedagógicas devem ser reorganizadas e recriadas todos os
dias para dar conta do projeto inicial que será transmutado à medida que a vida, o
dia a dia e a existência o invadem. Há uma “leveza insustentável” das práticas
pedagógicas, que permite a presença de processos que organizam
comportamentos de adaptação/renovação resultantes das transformações
inexoráveis que surgem nas múltiplas mediações/superações entre o mundo e a
vida. Usando a expressão do Certeau (1994, p. 88), sempre há espaço para a
“liberdade gazeteira das práticas”, ou seja, sempre há espaço para inventos no e do
cotidiano, e essa porosidade das práticas acomoda múltiplas reapropriações de
contexto e de seu enredo. Conhecer as práticas, ponderando-as em sua
situacionalidade e dinâmica, é o papel da Pedagogia como ciência. Assim, é
essencial entender as práticas educacionais; neste movimento oscilante, renovado
e contraditório.
As práticas são suficientemente anárquicas, vão além do planejado, para
que sejam consideradas necessárias as sínteses provisórias que estão sendo
elaboradas pela visão pedagógica, bem como um senso de direção, direção
emancipatória e crítica, considerada fundamental para os processos de ensino.
Entre a porosidade das práticas e a vigilância crítica da pedagogia, um campo de
tensão é constituído pelo qual a educação circula. É nessa tensão que o novo pode
emergir, mas, como Paulo Freire afirmou, se não inventarmos o novo, esse novo
será feito de qualquer maneira. Acredita-se, portanto, na necessidade de direção de
sentido, partindo do coletivo, produzindo o desenvolvimento de consciências,
discursos e atos que buscam um novo direcionamento para as práticas
referenciadas - direcionamento emancipatório, crítico e inclusivo.
REBELO, P.V.; PESSOA, T.; BARREIRA, C.. Ser Professor Universitário: estudo
exploratório em torno de concepções e de práticas. portuguesa de pedagogia,
p. 63-82, 2010.