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1 Introdução
Com este objetivo, apresenta, logo no início do texto, um histórico do ensino no Brasil e
expõe o direito à educação no Brasil contemporâneo em face da promulgação da
Constituição Federal de 1988.
Após analisar a formação jurídica dos profissionais do Direito e abordar a suposta crise
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Direito à educação, metodologia do ensino e suposta
crise do ensino jurídico no brasil
2 Ensino no Brasil
Apesar de a família real portuguesa ter fugido para o Brasil em 1808 e aqui instalado os
primeiros cursos de ensino superior, somente após a independência, proclamada em
1822, é que os primeiros cursos de Direito foram criados no Brasil, no ano de 1827.
A oferta do ensino, em geral, no período histórico anterior, foi ínfima. A sociedade vivia
um estado de coisas opressivo e excludente.
Nos primórdios do Brasil, a missão foi incumbida aos jesuítas. Como lembrado por
Aranha (1996, p. 99), na chegada ao Brasil de Tomé de Sousa, em 1549, primeiro
governador-geral, os missionários jesuítas fizeram "funcionar, na recém-fundada cidade
de Salvador, uma escola 'de ler e escrever'".
Essa escola tinha por finalidade a educação dos povos autóctones aqui encontrados.
Porém, nas palavras de Aranha (1996, p. 101), a missão se resumia à cristianização e à
pacificação dos índios para torná-los "dóceis para o trabalho".
O ensino no século XVII não foi muito diferente. Conforme anotado por Aranha (1996, p.
115), interessava "apenas a poucos elementos da classe dirigente e, ainda assim, como
ornamento e erudição".
Teixeira (1968, p. 70) complementa que em todo o período colonial a educação ficou
"reduzida aos colégios confessionais, destinados dominantemente à formação do clero".
Não obstante, Freyre (2006, p. 501) escreve que "os colégios dos jesuítas nos primeiros
dois séculos, depois os seminários e colégios de padre, foram os grandes focos de
irradiação de cultura no Brasil colonial". Ainda de acordo com Freyre (2006, p. 500-501),
"até meados do século XIX, quando vieram as primeiras estradas de ferro, o costume
nos engenhos foi fazerem os meninos os estudos em casa, com o capelão ou com mestre
particular. As casas-grandes tiveram quase sempre sala de aula".
As famílias mais abastadas enviavam seus filhos para estudar em Portugal. Nas palavras
de Aranha (1996, p. 116), "a maioria dos estudantes se dirigia para a Universidade de
Coimbra, também confiada aos jesuítas, a fim de estudar ciências teológicas ou
jurídicas".
Em 1759, porém, os jesuítas foram expulsos do Brasil pelo Marquês de Pombal, fato que
desmontou a estrutura educacional de então. A preocupação com a reconstrução do
ensino foi retomada mais tarde, mas "levadas a efeito só a partir de 1772, quando é
implantado o ensino público oficial" (ARANHA, 1996, p. 134).
No período do Brasil colonial, portanto, salvo alguns privilegiados, o povo foi abandonado
à própria sorte e mantido analfabeto e alienado.
"(...) não supria o isolamento em que vivia a colônia o mais rudimentar sistema de
educação e instrução que fosse. Não se pode considerar sistema de ensino as magras
cadeiras de primeiras letras, latim e grego, que havia nalguns dos maiores centros da
colônia. Criadas, aliás, só depois de 1776, e que funcionavam ao deus-dará, com
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crise do ensino jurídico no brasil
Teixeira (1968, p. 70-71) também lembra que, com as reformas promovidas por
Pombal, foram criadas "algumas escolas régias, dispersas aqui e ali, nas principais
cidades, com o objetivo limitado de preparo do funcionário para as necessidades do
Estado".
A vinda da família real, porém, trouxe algumas mudanças na área educacional, tendo
Dom João VI determinado a criação das primeiras "escolas de nível superior para
atender as necessidades do momento" (ARANHA, 1996, p. 153).
Teixeira (1968, p. 71), aliás, escreve que, com a vinda da família real portuguesa, "a
desolação do ambiente cultural se enfeita de algumas instituições, no melhor espírito do
despotismo benevolente do século XVIII: uma escola médico-cirúrgica, um Liceu de
Artes, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico...". Ainda de acordo com Teixeira (1968, p.
71), "a educação popular foi entregue aos governos provinciais e a educação média e
superior ao governo imperial".
Ainda nas palavras de Freyre (2006, p. 506), somente depois de 1850, com a construção
das estradas de ferro, facilitou-se o "internato dos meninos de engenho nos colégios das
capitais".
Aranha (1996, p. 154) menciona que "no período de 1860 a 1890 a iniciativa particular
se organiza, e são fundados importantes colégios, sobretudo católicos, inclusive de
jesuítas, que retornam 80 anos após a sua expulsão".
Ou seja, apesar de algumas mudanças, nas palavras de Teixeira (1968, p. 19), nos fins
do século XIX, manteve-se "o sistema de educação das elites fundamentalmente fechado
às classes populares".
Conforme anotado por Aranha (1996, p. 155), "o governo se desinteressa pela educação
popular e também pela formação técnica e volta-se para as profissões liberais destinadas
à minoria privilegiada".
Somente a partir de 1889, com a proclamação da República, novas ideias foram levadas
a efeito na área educacional. Como lembrado por Maliska (2001, p. 163), "a República
tornou pública a escola, uma vez que, no Império, as atividades sociais ficavam a cargo,
principalmente, da Igreja".
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Não obstante, conforme denunciado por Pontes de Miranda (1974, p. 416), "o
federalismo distribuiu as organizações do ensino primário, criando diferenças assaz
graves de valorização do mesmo homem brasileiro, revelados nos coeficientes de
analfabetismo".
Como apontado por Teixeira (1968, p. 72), "não se pode negar que a República dá o
primeiro impulso significativo à educação escolar". Porém, como também reconhecido
por Teixeira (1968, p. 73), a educação seguiu o "modelo europeu de um sistema dual,
com escolas para o povo e escolas para a elite".
É verdade que, como lembrado por Gontijo (2010, p. 32), desde o fim do século XIX, "a
criança passava a ser vista como futuro da nação no momento mesmo em que se
construía uma noção de 'infância brasileira' e se consolidava a ideia do Brasil como 'país
do futuro'", mas, nessa época, ainda estava em voga a teoria de que as raças ditas
superiores deveriam governar as raças ditas inferiores porque estas seriam incapazes.
"De acordo com esses princípios [da teoria de que as raças ditas superiores deveriam
governar as raças ditas inferiores porque estas seriam incapazes], os indígenas
americanos, os pretos africanos, os negroides e malaios da Oceania, foram declarados
'inferiores', em massa. Para estes o julgamento é definitivo; a sociologia oficial da
Europa e dos Estados Unidos decretou que eles são 'inferiores', pois que se acham todos
em estado social inferior ao dos outros povos".
À frente de seu tempo, porém, Manoel Bomfim defendia, naquela época, como remédio
aos males latino-americanos, a difusão da educação pública.
"(...) difundir a educação constitui um dever iniludível, (...) aspecto moral da questão
(...) em nome de um regime democrático e livre, (...) de suprimir a injustiça, (...)
defender a liberdade, estabelecer a igualdade. Se assim é, que há de mais urgente que o
fazer desaparecer dentre os indivíduos essa causa de desigualdade, essa causa de
inferioridade intelectual e econômica, e de incapacidade política" (BOMFIM, 1905, p.
409).
Ou seja, em uma época na qual estava em voga teorias de inferioridade racial, Manoel
Bomfim construiu um contradiscurso no qual afirmava, com todas as letras, que a única
inferioridade de fato existente por aqui era a ausência de um sistema de educação
pública (MOTA, 2015, p. 119).
Manoel Bomfim foi um dos maiores defensores da educação pública no Brasil. Para ele, a
educação era dever do Estado.
"O direito que tem a criança de ser convenientemente educada, representa, para o
Estado, o dever explícito de assegurar-lhe essa educação, porque o Estado é a
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organização social explicitamente encarregada de garantir direitos."
Em 1932, ano de falecimento de Manoel Bomfim, veio a lume a obra Cultura e educação
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do povo brasileiro: pela difusão da instrução primária, ditada por ele em vida ao
teatrólogo Joracy Camargo, pouco antes de falecer.
A difusão da educação pública, para Manoel Bomfim (1905, p. 297), traria o progresso
da sociedade e, como o homem só pode viver e florescer em uma sociedade, o remédio
por ele prescrito possibilitaria suplantar a miséria geral.
"O progresso há de ser da própria sociedade, no seu todo; e isto só se obtém pela
educação e cultura de cada elemento social. Não se eleva o meio sem melhorar os
indivíduos; não há progresso para quem seja incapaz de compreendê-lo e desejá-lo,
prevê-lo e buscá-lo" (BOMFIM, 1905, p. 400-401).
Pouco depois, aliás, Pontes de Miranda (1933, p. 116) também defendeu: "Educação ou
morte! É o segundo grito de Independência do Brasil".
Eis algumas outras palavras também escritas na época por Pontes de Miranda (1933, p.
43):
"O Estado precisa resolver o problema da educação. Nada mais imperioso. Alega-se a
falta de meios? Nada é mais grave, após o não comer, do que o não aprender."
Como libelo individual em prol do direito à educação, porém, seria justo e merecido
apontar-se aquela pioneira obra de Manoel Bomfim, escrita no ano de 1905, como o
documento que primeiro defendeu o direito à educação no Brasil (ou melhor, em toda a
América Latina).
3 Direito à educação
"(...) não é possível que seja pensada, de forma não harmônica, a existência de uma
democracia e de um Estado que possibilitem ao cidadão condições mínimas para que
seja educado, alimentado, respeitado em sua integralidade física e moral. Se o mundo,
hoje, fala em democracia como sendo o regime mais adequado à sociedade moderna,
deve, necessariamente, ter também presente que, sem um Estado que propicie
condições para a emancipação de seus cidadãos, não se pode nem pensar em
democracia."
Por conseguinte, a educação, hoje, deve ser promovida para possibilitar o florescimento
humano. Somente com a educação é que a liberdade e a igualdade se tornam possíveis.
Esses valores, entretanto, só coexistem em uma verdadeira democracia.
Como a democracia exige que ao povo seja ofertada uma educação compatível com a
igualdade, limitar o acesso à educação significa limitar a liberdade.
Afinal, como já afirmava Pontes de Miranda (1974, p. 438): "mais se aproveitará com
isso o Estado do que a própria pessoa".
Ademais, conforme exposto por Arend (2001, p. 45), escrevendo acerca da busca da
justiça social no Estado Democrático de Direito, "na Democracia verdadeira subsiste a
aspiração compulsiva do nivelamento social, fruto natural da concepção filosófica da
igualdade perante a lei". É que, ainda de acordo com Arend (2001, p. 47), "quando a
justiça social não está incorporada como o componente principal da Democracia,
divide-se a sociedade entre uma elite governante e a massa de sujeitos passivos das
decisões e do destino do país".
Logo, a expressão direito à educação não mais deve ser confundida com aquela relativa
ao direito de educação, que significava, de acordo com Monteiro (2006, p. 27), uma
expressão jurídica da mentalidade pedagógica tradicional de matriz doutrinária
pedagógica católica, ou seja, o direito de os adultos imporem às crianças "as
aprendizagens que consideram necessárias e boas para a coletividade e, por reflexo,
para elas próprias".
"O art. 205 contém uma declaração fundamental que, combinada com o art. 6.º, eleva a
educação ao nível dos direitos fundamentais do homem. Aí se afirma que a educação é
direito de todos, com o que esse direito é informado pelo princípio da universalidade.
Realça-lhe o valor jurídico, por um lado, a cláusula - a educação é dever do Estado e da
família -, constante do mesmo artigo, que completa a situação jurídica subjetiva, ao
explicitar o titular do dever, da obrigação, contraposto àquele direito."
De forma distinta com que trata os demais direitos sociais, a Constituição de 1988 dá
especial destaque ao direito à educação. Para corroborar essa afirmação, basta que se
verifique que, mais do que ressaltar a relevância da educação no desenvolvimento do
indivíduo e da sociedade, o texto constitucional prescreve o dever jurídico de o Estado
brasileiro prestar essa educação, além de dispor que constitui um direito público
subjetivo dos cidadãos.
Maliska (2001, p. 181), por sua vez, diz que a atual Constituição, "reconhecendo as
diferenças regionais e sociais (art. 3.º), procurou instituir um Estado Social Democrático
de Direito comprometido com o respeito à pluralidade".
Apesar de o texto constitucional ter utilizado a expressão direito público subjetivo para
se referir ao direito de acesso ao ensino obrigatório e gratuito, uma vez considerada a
educação como direito fundamental, é certo que a expressão possui um alcance maior
que à primeira vista possa parecer.
Ademais, quando Canotilho (1996, p. 468) aponta o princípio do não retrocesso social,
relacionado aos direitos sociais e econômicos, e.g., diz que, "uma vez alcançados ou
conquistados, passam a constituir, simultaneamente, uma garantia institucional e um
direito subjetivo".
Não seria lógico, portanto, restringir a educação, entendida como direito público
subjetivo, apenas ao direito de acesso ao ensino obrigatório e gratuito, uma vez que o
direito à educação, no Brasil de hoje, possui uma acepção muito mais ampla.
Corolário do direito público subjetivo à educação, existe para o Poder Público o dever
jurídico de promover e incentivar essa educação, o que implica, em particular, na
obrigação de disponibilizar estabelecimentos de ensino obrigatório e gratuito.
compreende "o direito prioritário dos pais de escolher o gênero de educação a dar a seus
filhos" (MALISKA, 2001, p. 159).
Em suma, no Brasil, o direito à educação não é apenas direito social. Hoje, a educação é
direito fundamental, direito público subjetivo e dever do Estado brasileiro.
Ocorre que, conforme escrito por Colaço (2006, p. 13), historicamente, "a formação
didática docente universitária foi negligenciada no Brasil de uma forma geral, exceto
para os cursos de licenciatura e pedagogia".
O tempo de duração dos cursos de Direito no Brasil sempre foi de cinco anos, com
exceção do período compreendido entre os anos de 1973 e 1995, quando ele foi de
quatro anos. O regime de oferta do curso pode ser seriado, anual ou semestral, mas, de
acordo com Rodrigues (2005, p. 178-179), no regime de créditos também pode ser
trimestral.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/1996), por outro lado,
estabelece que o ano letivo regular, independente do ano civil, deve ter no mínimo 200
dias letivos anuais (art. 47). Já a carga horária mínima para os cursos de Direito foi
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fixada em 3.700 horas pelo Parecer CNE/CES n. 329/2004.
A Constituição também estabelece que o ensino, no Brasil, será ministrado com base nos
seguintes princípios, dentre outros (art. 206 da CF/1988 (LGL\1988\3)):
O art. 43 da Lei 9.394/1996, estabelece que a educação superior tem, como uma de
suas finalidades, formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a
inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade
brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
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Direito à educação, metodologia do ensino e suposta
crise do ensino jurídico no brasil
A Lei 8.906/1994, que dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados
do Brasil (LGL\1994\58) (OAB), estabelece que são atividades privativas de advocacia a
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postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais, bem como as
atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas, mas nada estabelece acerca do
docente do Direito.
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Assim, por exclusão, o docente do Direito não está obrigado a se inscrever na OAB.
A propósito, Rodrigues (2006, p. 252-277) afirma que "a OAB não possui competência
legal para definir qualquer condição para o exercício do direito de ensinar e qualquer
restrição à liberdade de ensinar das Instituições de Ensino Superior".
Por outro lado, o parágrafo único do art. 30 da Lei 8.906/1994 estabelece que os
docentes dos cursos jurídicos não estão impedidos de exercer a advocacia contra a
Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora.
Rodrigues (2011; 2015) ensina, aliás, que não existe lei que estabeleça a formação
jurídica para lecionar direito e afirma que, "na realidade, não existe isso em nenhuma
área do conhecimento; e que eu saiba, em lugar nenhum do mundo".
Colaço (2006, p. 21), entretanto, diz que "o único requisito legal para a docência do
ensino do Direito no Brasil é a posse de diploma de graduação expedido por curso
superior em que se ministre matéria idêntica ou afim".
Como resultado dessa realidade, ainda nas palavras de Colaço (2006, p. 23), "a maioria
dos educadores do ensino do Direito são amadores e não profissionais, aprendem a
ensinar ensinando, com a experiência do dia-a-dia em sala de aula".
O ensino jurídico, no Brasil, dizem algumas pessoas, estaria em crise. Essa suposta crise
do ensino jurídico, porém, está interligada aos contextos social, político, econômico e
cultural da atualidade.
Rodrigues (2005, p. 34), aliás, diz que em face da vinculação com questões políticas,
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crise do ensino jurídico no brasil
econômicas, sociais e culturais, "a atual crise do ensino do Direito é bastante complexa".
Rodrigues escreve, inclusive, que contribui para crise do ensino do Direito a intensa
produção legislativa e sua constante mutação, bem como o fato de processo social global
ter modificado as exigências de prática profissional do jurista, uma vez que "o ensino do
Direito não acompanhou essa evolução. Continua inerte, estacionado na era da
dogmática".
Melo Filho (1976, p. 7), porém, já havia mencionado, na década de 1970, que
constantemente se alude à crise do ensino jurídico em face do descompasso entre os
métodos de ensino do Direito e as exigências da vida contemporânea.
Essa suposta crise do ensino jurídico, portanto, como também alertado por Melo Filho
(1976, p. 9), é "consequência das mutações da sociedade em que se insere. E, numa
sociedade em mudança como esta, não seria justo englobar, sob a rubrica de crise, o
que talvez seja simplesmente mudança".
Em face das mudanças verificadas nos tempos mais atuais, observados os novos
contextos social, político, econômico e cultural vigentes, faz-se necessária, por lógica, a
mudança do ensino jurídico.
Na verdade, não apenas o ensino, mas inclusive o currículo do curso de Direito, exige
mudanças no transcorrer dos tempos. É por isso que, desde a instalação dos primeiros
cursos de Direito aqui no Brasil, houve alterações no currículo do curso de Direito.
Afinal, hoje, como alertado por Demo (2009, p. 112, 114), não serve mais o trabalhador
apenas treinado, ainda que seja "super-especializado". Por isso, "a estratégia primordial
do desenvolvimento humano sustentado é a educação de qualidade, instrumentada pela
construção de conhecimento. (...) é mister que a universidade e os professores acordem
para este desafio".
Logo, essa suposta crise do ensino jurídico se confunde com a crise do próprio Direito.
Nas palavras de Rodrigues (2005, p. 36), está "imersa na crise do próprio modelo
político, econômico e social adotado, que busca concretizar as suas crenças e valores
através da instância jurídica".
Como essa suposta crise resulta de uma realidade maior, sua superação deve ser
buscada nas próprias críticas recebidas. Exige um planejamento educacional
especialmente direcionado para esse campo do conhecimento e um docente que possua
um perfil com competências e habilidades próprias.
Em suma, a suposta crise do ensino jurídico está interligada aos contextos social,
político, econômico e cultural da atualidade. Confunde-se com a crise do próprio Direito
e é resultado das mudanças verificadas na sociedade contemporânea.
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Direito à educação, metodologia do ensino e suposta
crise do ensino jurídico no brasil
6 Planejamento educacional
A Lei 9.131/1995, modificou o art. 9.º, § 2.º, c, da Lei 4.024/1961 (antiga Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional) e estabeleceu ser competência da Câmara de
Educação Superior (CES) do Conselho Nacional de Educação (CNE) deliberar sobre as
diretrizes curriculares propostas pelo Ministério da Educação e do Desporto para os
cursos de graduação.
A almejada superação daquela suposta crise do ensino jurídico no Brasil parece ter se
iniciado, assim, com a publicação da Res. CNE/CES 9/2004 da Câmara de Educação
Superior do Conselho Nacional de Educação, que instituiu as novas diretrizes curriculares
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nacionais do curso de graduação em Direito.
Como lembrado por Rodrigues (2005, p. 171-172), o perfil do formando a ser buscado
por todos os cursos de graduação em Direito é definido pela Comissão de Especialistas
do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), do
Ministério da Educação, da mesma forma que a definição de suas competências e
habilidades.
Nas palavras de Rodrigues (2005, p. 185): "o Estado planeja a educação nacional, de
forma geral, através do PNE; cada IES efetua o seu planejamento específico através do
PDI; cada curso é planejado através do seu projeto pedagógico".
Nos termos da Constituição Federal (art. 214), o Plano Nacional de Educação deve
conduzir à:
a) erradicação do analfabetismo;
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Direito à educação, metodologia do ensino e suposta
crise do ensino jurídico no brasil
Em suma, a superação daquela suposta crise do ensino jurídico no Brasil, além de dever
ser buscada nas próprias críticas recebidas, exige um planejamento educacional, que
compreende o Plano Nacional de Educação (PNE), o Plano de Desenvolvimento
Institucional (PDI) de cada instituição de ensino superior e o Projeto Pedagógico de cada
curso dessas instituições.
7 Perfil do professor
"O operador jurídico que não tem a consciência do mundo que o cerca, que não procura
entendê-lo, não inserindo as questões tratadas nas diversas dimensões a que estão
ligadas, prendendo-se a formalidades estritas, esquecendo-se das probabilidades de
entrelaçamento entre o pessoal com o local, deste com o estatal, do estatal com o
internacional e do internacional com o planetário, numa compreensão multidisciplinar [
sic] e totalizadora, não sabe entender onde e com quem está tratando a questão."
Além disso, o professor de Direito deve possuir um perfil com sólida formação geral,
humanística e axiológica. Deve demonstrar postura reflexiva e visão crítica, bem como a
capacidade de análise, domínio de conceitos e terminologia jurídica e da Ciência do
Direito.
O docente também deve demonstrar ter o domínio de tecnologias e métodos atuais para
ministrar suas aulas, uma vez que, como apontado por Demo (2009, p. 83), a ciência é
um saber caracterizado pelo rigor metodológico e o método é a "marca principal" do
conhecimento científico.
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Somente através desse perfil mínimo do docente é que será possível fomentar-se a
capacidade e a aptidão do aluno para a aprendizagem autônoma e dinâmica,
indispensável ao exercício da Ciência do Direito, da prestação da justiça e do
desenvolvimento da cidadania, exigidas do egresso do curso de Direito na atualidade.
Como esclarecido por Aguiar (2004, p. 27), é difícil estabelecer um limite muito rígido
entre perfil e habilidades, "pois podemos cair na seguinte tautologia: os perfis são um
conjunto desejável de habilidades e as habilidades são capacidades e aptidões que
compõem perfis". O perfil, também de acordo com Aguiar, é "um recorte que reúne as
habilidades necessárias para alguma finalidade profissional ou de inserção humana no
mundo. É um modelo ideal que tem por finalidade criar diretrizes para práticas
pedagógicas formativas ou instrucionais". Ainda de acordo com Aguiar (2004, p. 17), a
habilidade é a "aptidão que tem o ser humano de lidar, operar, entender, interferir e
dialogar destramente com o outro, a natureza, os artefatos criados e a se criar, a
sociedade e consigo mesmo". Já a competência, para Aguiar (2004, p. 20), "está ligada
à externalidade, à habilidade de apreciar e resolver certo assunto ou fazer determinada
coisa, como nos lembra o Aurélio". Em outras palavras, ainda de acordo com Aguiar
(2004, p. 20), "a competência, embora seja expressão de habilidade, traduz um sentido
de adequação ou de conformação a regras ou demandas heterônomas".
Entretanto, como ainda lembrado por Rodrigues (2005, p. 216), a posse de titulação em
nível de pós-graduação em área específica da disciplina ou módulo pode ser substituída
com base no critério de aderência, de acordo com a produção acadêmica ou experiência
profissional comprovada. A base para a definição desse critério de aderência são, ainda
de acordo com Rodrigues (2005, p. 273), "a formação e a produção acadêmicas, sendo a
experiência profissional apenas elemento complementar". Por outro lado, a aderência
deve ser considerada "prioritariamente" com base nos graus acadêmicos aí obtidos
(2005, p. 274).
Em suma, a superação daquela suposta crise do ensino jurídico no Brasil, além de dever
ser buscada nas próprias críticas recebidas e exigir um planejamento educacional,
também exige um docente do Direito que possua um perfil com competências e
habilidades próprias, ou seja, uma sólida formação geral, humanística e axiológica, uma
postura reflexiva e uma visão crítica, bem como uma capacidade de análise, domínio de
conceitos e terminologia jurídica e da Ciência do Direito. O docente deve ter o domínio
da argumentação, interpretação e valorização dos fenômenos jurídicos, políticos, sociais,
econômicos e culturais, além de demonstrar ter o domínio de tecnologias e métodos
atuais para ministrar suas aulas.
Para a superação daquela suposta crise do ensino jurídico, deve-se adotar, nesse ensino,
uma metodologia que almeje formar profissionais capazes de analisar o fenômeno
jurídico nos contextos social, político, econômico e cultural.
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Para isso, ainda de acordo com Rodrigues (2005, p. 39), "deve o ensino do Direito
formar agentes sociais críticos".
"Para que se possa ter um ensino transformador, é necessário que ele deixe de ser um
aparelho ideológico do Estado (...) e se transforme em uma instância orgânica de
construção de um novo imaginário social criativo e comprometido com (...) a
democracia, a ética, a justiça social e a construção de uma sociedade solidária."
Como já havia também escrito Melo Filho (1979, p. XII), o mundo atual, com sua
dinâmica jurídica e seu "processo de relações humanas, sociais, políticas e econômicas
cada vez mais intensas, exigem e impõem ao jurista soluções rápidas, daí por que o
ensino do Direito tem de ter como objetivo primeiro o Raciocínio Jurídico do discente".
Ademais, Rodrigues (2005, p. 55) alerta que "o mestre que domina totalmente o
conteúdo dogmático de sua disciplina pode ser um bom professor, mas nunca será um
educador".
Também nesse sentido, Reale (2007, p. 27) adverte que "o homem culto é bem mais do
que o homem erudito. Este limita-se a reunir e a justapor conhecimentos, enquanto o
homem culto os unifica e anima com um sopro de espiritualidade e de entusiasmo".
É por isso que Melo Filho (1976, p. 27-28) considera serem objetivos primordiais de uma
aula:
"a) ensinar o aluno a pescar, ou seja, testar e aperfeiçoar seu raciocínio jurídico,
habituá-lo a pensar por si mesmo, impedindo-o, concomitantemente, de decorar ou
memorizar a lei, a jurisprudência ou a doutrina (...);
"A educação jurídica brasileira tem sido basicamente formalista. Uma importância quase
exclusiva é dada à exegese clássica de textos legais formais. Pouca atenção é dada ao
exame de como as normas funcionam na prática. O estudo jurídico tem se concentrado
na compreensão de normas legais e tem ignorado a conduta das pessoas afetadas por
essas normas."
A realidade atual exige, portanto, um ensino crítico do aluno do curso de Direito, pois, de
acordo com Rodrigues (2005, p. 21), "profissionalizar os alunos dos cursos de Direito
não pode e não deve representar a formação de técnicos em direito positivo, meros
exegetas dos textos legais emanados do Estado".
Não obstante, uma questão paradoxal existente outrora, mas ainda parcialmente
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verificada, é que na época em que Melo Filho (1979, p. 3) escreveu seu livro de
metodologia do ensino jurídico (a primeira edição é de 1977), já alertava que "alguns
aludem à hipertrofia do teórico em detrimento do prático, (...) taxando-o de superado e
retrógrado". Entretanto, Melo Filho (1979, p. 4) informava, em seguida, que "grande
parte do corpo docente dos Cursos de Direito ainda se compõe de advogados, de juízes,
de desembargadores, de promotores etc., para os quais estas se constituem atividades
primaciais, ficando o magistério em plano secundário".
Denota-se que aquele ensino considerado retrógrado, porque teórico, estava sendo
ministrado por operadores jurídicos que, em face de suas profissões, seriam as pessoas
em princípio mais capacitadas para o ensino da prática reivindicada nos cursos jurídicos
daquela época.
Hoje, em face da exigência legal no sentido de que 1/3 do corpo docente das
universidades possuam pós-graduação stricto sensu e cumpram regime de tempo
integral, tal situação foi parcialmente solucionada (art. 52 da Lei n. 9.394, de 1996).
Entretanto, nos dias atuais, do mesmo modo como outrora, alguns ainda aludem àquela
"hipertrofia do teórico em detrimento da prática" mencionada por Melo Filho (1979, p.
3).
Por outro lado, há de se ponderar que, como anotado por Demo (2009, p. 28, 30), como
construção explicativa ou domínio teórico, a teoria precisa da prática para ser real e essa
prática precisa da teoria para continuar inovadora.
O importante a ser anotado, então, é que a integração entre teoria e prática nos cursos
de Direito merece maior atenção na metodologia do ensino atual.
Como escrito por Colaço (2006, p. 32), "algo de positivo que temos observado nos
cursos de pós-graduação em Direito, no contato com os futuros profissionais do ensino
do Direito, é de que há uma nova mentalidade, mais crítica, do modelo tradicional de
ensino".
Assim, a visão crítica, parece, é que fomentará a capacidade e a aptidão dos egressos
dos cursos jurídicos para o exercício da Ciência do Direito, da prestação da justiça e do
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desenvolvimento da cidadania.
Afinal, o ensino jurídico deve formar profissionais do Direito conscientes de seu papel na
sociedade, agentes sociais críticos comprometidos com verdadeiros valores humanos.
Deve adotar uma metodologia que almeje formar profissionais capazes de analisar o
fenômeno jurídico nos contextos social, político, econômico e cultural.
9 Conclusão
A oferta do ensino no período do Brasil colonial, em geral, foi ínfima. A sociedade vivia
um estado de coisas opressivo e excludente. O povo foi abandonado à própria sorte e
mantido analfabeto e alienado. As famílias mais abastadas enviavam seus filhos para
estudar em Portugal. Os primeiros cursos de Direito somente foram criados no ano de
1827.
O período do Brasil imperial não foi muito diferente. A educação era privilégio das elites.
Somente a partir de 1889, com a proclamação da República, novas ideias foram levadas
a efeito na área educacional. Entretanto, os problemas não foram corrigidos, o que
permitiu a perpetuação das mazelas de outrora em pleno início do século XX. Com a
manutenção dessas mazelas, perpetuou-se aquele estado de coisas opressivo e
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Direito à educação, metodologia do ensino e suposta
crise do ensino jurídico no brasil
De forma distinta com que trata os demais direitos sociais, a Constituição de 1988 dá
especial destaque ao direito à educação. Para corroborar essa afirmação, basta que se
verifique que, mais do que ressaltar a relevância da educação no desenvolvimento do
indivíduo e da sociedade, o texto constitucional prescreve o dever jurídico de o Estado
brasileiro prestar essa educação, além de dispor que constitui um direito público
subjetivo dos cidadãos.
Essa suposta crise do ensino jurídico, porém, está interligada aos contextos social,
político, econômico e cultural da atualidade. Em face das mudanças verificadas nos
tempos mais atuais, observados os novos contextos social, político, econômico e cultural
vigentes, faz-se necessária, por lógica, a mudança do ensino jurídico.
Como essa suposta crise resulta de uma realidade maior, sua superação deve ser
buscada nas próprias críticas recebidas. Exige um planejamento educacional
especialmente direcionado para esse campo do conhecimento e um docente que possua
um perfil com competências e habilidades próprias.
Afinal, essa suposta crise do ensino jurídico está interligada aos contextos social,
político, econômico e cultural da atualidade. Confunde-se com a crise do próprio Direito
e é resultado das mudanças verificadas na sociedade contemporânea.
A almejada superação dessa suposta crise do ensino jurídico no Brasil parece ter se
iniciado com a publicação da Res. CNE/CES 9/2004 da Câmara de Educação Superior do
Conselho Nacional de Educação, que instituiu as novas diretrizes curriculares nacionais
do curso de graduação em Direito.
A superação dessa suposta crise do ensino jurídico no Brasil, além de dever ser buscada
nas próprias críticas recebidas, exige um planejamento educacional, que compreende o
Plano Nacional de Educação (PNE), o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) de
cada instituição de ensino superior e o Projeto Pedagógico de cada curso dessas
instituições.
A superação daquela suposta crise do ensino jurídico no Brasil, além de dever ser
buscada nas próprias críticas recebidas e exigir um planejamento educacional, também
exige um docente do Direito que possua um perfil com competências e habilidades
próprias, ou seja, uma sólida formação geral, humanística e axiológica, uma postura
reflexiva e uma visão crítica, bem como uma capacidade de análise, domínio de
conceitos e terminologia jurídica e da Ciência do Direito. O docente deve ter o domínio
da argumentação, interpretação e valorização dos fenômenos jurídicos, políticos, sociais,
econômicos e culturais, além de demonstrar ter o domínio de tecnologias e métodos
atuais para ministrar suas aulas.
Para a superação daquela suposta crise do ensino jurídico, deve-se adotar, nesse ensino,
uma metodologia que almeje formar profissionais capazes de analisar o fenômeno
jurídico nos contextos social, político, econômico e cultural.
Assim, a integração entre teoria e prática nos cursos de Direito merece maior atenção na
metodologia do ensino atual. A visão crítica, parece, é que fomentará a capacidade e a
aptidão dos egressos dos cursos jurídicos para o exercício da Ciência do Direito, da
prestação da justiça e do desenvolvimento da cidadania.
Afinal, o ensino jurídico deve formar profissionais do Direito conscientes de seu papel na
sociedade, agentes sociais críticos comprometidos com verdadeiros valores humanos.
Deve adotar uma metodologia que almeje formar profissionais capazes de analisar o
fenômeno jurídico nos contextos social, político, econômico e cultural.
Referências
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AREND, Márcia Aguiar. Direitos humanos e tributação. In: BALTHAZAR, Ubaldo Cesar;
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Direito à educação, metodologia do ensino e suposta
crise do ensino jurídico no brasil
MELO FILHO, Álvaro. Direito tributário: metodologia e aplicação. Rio de Janeiro: Forense,
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MOTA, Sergio Ricardo Ferreira. Direito constitucional II: anotações de aula. Florianópolis:
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______. Metodologia do ensino crítico do direito tributário no Brasil: uma proposta para
a superação da crise do ensino jurídico. Revista de Direito Educacional. vol. 4. p.
337-359. São Paulo, jul.-dez. 2011.
PRADO JR., Caio. História econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 2011.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
ROSENN, Keith S. O jeito na cultura jurídica brasileira. Rio de Janeiro: Renovar, 1998.
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TEIXEIRA, Anísio. Educação é um direito. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1968.
3 Vide: MOTA, Sergio Ricardo Ferreira. Imposto de renda e direito à educação no Brasil:
a inconstitucionalidade 'prima facie' da tributação da renda gasta com a educação.
Florianópolis: Insular, 2013a. p. 31-44; MOTA, Sergio Ricardo Ferreira. A tributação da
renda gasta com a educação. RTrib 111/259-277. São Paulo: Ed. RT. jul.-ago. 2013b;
MOTA, Sergio Ricardo Ferreira. Direito constitucional II: anotações de aula. Florianópolis:
Insular, 2014. p. 179-183.
6 Como esclarecido por Silva (2008, p. 594), funções essenciais à Justiça são "todas
aquelas atividades profissionais públicas ou privadas, sem as quais o Poder Judiciário
não pode funcionar".
10 Não obstante, Rodrigues (2005, p. 98) entende que a publicação dessa resolução
representou apenas uma nova etapa com novos desafios que se apresentam, agora,
"junto com velhos desafios ainda não vencidos".
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