Você está na página 1de 260

Caio Cbar Boschi

Doutor em Cilncias Huma nas - Hi116ria Social - pe..


Un,.·ersidade de Slo Paulo. Coordenador de pó5·anduaçio
na Pont•fícia Uni~en•dadc Católica de M•nas Gerais

OS LEIGOS E O PODER
(Irmandades Leigas e Política
Colonizadora em Minas Gerais)

P~~~cr~~~~e e'!ta~~~~~u~~~~os,
0

de Minas Gerais (1983)

!C '('-'
TOMBO: 104648

IIIIIIIHIHHII
Br·- ~.sl-·

Slo Paulo, Editora Atica, 1986


Para Piedade Maria,
companheira onipresente,
fonte inesgotável de manifestações
de carinho, afeto e incentivo.
AG RADECIMENTOS

Apresentado em sua forma original como tese de doutONJ-


mento junto au Departamento de História da Universidade de Sdo
Paulo, este eswdo agora se submete ao julgamento de um público
maü amplo, três anos após sua defesa e tendo sofrido algumas
natural~ altl'rarUes e correções.
t:. ,mbldo que na elaboração de qualquer trabalho de pesquisa
não se pode prescindir de wda sorte de ajuda. No caso concrt!to,
twmeroms peHoM e instilllições colaboraram decisivamente para
que este trabalho pudesse se tornar realidade. E. muito dijicil, dada
a ela.uicidade do tempo l!m fltle ele foi desenvolvido, nomear cada
uma delas . No entanto, cometeria imperdoável ingratidão se dei-
xasse de registrar publicamt!nte alguns, porém sinceros, agradeci-
menlos: à Universidade Federal de Minas Gerais e à Pontifícia
Universidade C!ltólica de Minas Gerais, a cujos quadros tenho a
honra de pertencer, pelo apoio rt!abido , em especial quando de
meus afastamentos para cursar a pós-graduação e para realizar pes-
quisas fora de Belo Horizonte; ao Instituto de Alta Cultura e à
Fundação Calouste Gulbenkian, de Lisboo, pela concessão de au.rf-
lios financeiros que viabilizaram minhas pesquisas nos arquivos e
bibliotecas de Portugal; à CA PES-PICD, pela bolsa de estudo que
me foi concedida; aos diretores e funcionários de arquivos e biblio-
tecas, nacionais e porwgueses, de quem sempre obtive toda a ajuda
no prolongado perfodo de coleta das fontes; s011 muito grato ao
Pro/. Dr. Jorge Borges de Macedo, de quem recebi segura e dedi-
cada oriemoção nas minhas primeiras pesquisas em Portugal; à
minha orientadora de tf!Sf!, Pro/. 0 Dr.0 Mario Rt!gina da Cunlw Ro-
drigues Simões df! Paula, pelo espírito de liberalidade, franciscana
paciência e leal amizade com que ttcompanhou meus estudos; ao
Pro/. Dr. Fernando Ant6nio Novais, pelo constante estímulo, pelas
ricas contribuições, pelas freqüentes correções e, acima de tudo,
pela presença amiga em todos os mQmentos; aos professores dou-
tores Francisco lglésias, Déa Ribeiro Fenelon, Fernando Ant6nio
Novais, Lllima Mesgravis e Maria Regina da C. R. SinWes de PaultJ,
IIWmbros da banca examinadora da tese, pela sUtJ leitura atenta,
ftil A.ORADECIMI!NTOS

pelas lúcidas observações e p ~las críticas


~ertinentes~ as quais, ainda
qutt parcialmente, tentei deslmdar para mcorporaçao ao texto que
se segue; ao Pro/. Dr. José l obson de A ndrade Arruda, pelas pene-
trantes sugestões quando de meu Exame de Quafíficação e pelo
grande interesse com que acompanhou este trabalho; ao Pro f. Oscar
Vieira da Silva, pela prova de amizade q1.1e me conferiu, revendo
com inegável competência e ze fo a redação do trabalho; a Maria
Naz.o.reth Ferreira, pela presteza e eficiência com que execmou o
árido serviço de datilografia. Minha gratidão também vai para o
Zé Elias, Regina, Nie/la, Max e Raffa, pelo fraternal e carinhoso
acolhimento durante minha permanência em Sào Paulo, e para Pie-
dade, por me auxiliar em wdo, ao longo de roda a trajet6ria, diu-
turnamente.
Por outro lado, cometeria grande in justiça se não eximisse
todas as pessoas acima mencionadas dos erros e omissões que per-
maneceram neste livro. Lamento muito não ter aproveitado ade-
quada e integralmente as ricas contribuições que cada uma delas
me apresentou. Ao manifestar-lhes as minhas escusas, isento-as de
todas as falhas e incorreções, as quais somente a mim devem ser
atribuidas.

C.C. B.
ABREVIATURAS UTILIZADAS

I DF !NSTITUIÇOES
!\(I A~;u.kmia das Ciências de Lisboa
AI A\1 Ar4uiw' Edc<.iástioo da Arquidioc::cse de Mariana
AI PNSC <;,, Ar4u1'o Edc<.i.lstico da Paróquia de Nossa Senhora da
(om'CJ~;J.u. de Sahará
AEPNSI' SJDK Ar4ui~·o Eclesiástico da Paróquta de Nossa Senhora
d\l P1lar, de São Joao del-Rei
AEI'NSP OP. Ar4uivo Eclesiástico da Paróquia de Nossa Senhora do
Pilar, de Ouro Preto.
AEPSA Ti: Arquwo Eclesiástico da Paróqu1a de Santo Antônio, de
Tiradentes
AHU; Arquivo Histórico Ultr;.marino, de Lisboa
AIIU1 MO Doc. Av.: Documentos avulsos (em organização)
referentes a Minas Gerais
ANKJ. Arqu1vo Nacional do Rio de Janeiro
ANTI· Arquivo Nacional da Torre do Tombo
- ANTI·CAOC: Chancelaria Antiga da Ordem de Cristo
- ANTI COC: Chancelaria da Ordem de Cristo. O. Maria L
APM ·se Arqm,·o Pllbhc;o Mineiro Seçio Colonial
BGUC· Btblioteça Geral da Uni,·crsidade de Coimbra - Scçio de
Manuscritos
OPHAN/ KJ : Arquivo da Diretoria do Patrimônio H1stóriw e Artístico
Nacional {atual Subsccretana do !'atrimônio Histórico e Artbtico
Nacional da SEC/ Fundação Nacional Pró-Memória), do Rio de
Janeiro
IEPii A/ MG: Instituto Estadual do Patnmõnio Histórico e Artístiw,
de M1nas Gerais

2 DE PEK IOOICOS
OH Documentos Históricos
RAPM : Revista do Arquivo Públic;o Mmeiro
RIHGB : Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro
SUMARIO

INTRODUÇÃO
I A PRESENÇA DAS IRMANDADES . 12
1 I Irmandades: conceituação e tipologia . 12
I .2 Surgimento e desenvolvimento das irmandades mineiras 21
I .3 Urbanização c irmandades em Minas Gerais . 29

2 RELIGIÃO E IGREJA 5013 O ESTADO ABSOLU-


TISTA PORTUGUE.S 36
2. I Religião, Igreja e Estado em Portugal setecentista . 36
2.2 Igreja e Irmandades na colonização portuguesa do
Brasil . 58

3 IGR EJA, ESTADO E IRMANDADES EM MINAS


GERAIS 71
3. I A Igreja mineira no século XVHI . 71
3. I l Padroado e tributação eclesiástica 71
3 . 1 . 2 O clero mineiro 79
3. I . 3 O bispado marianense 86
3.2 O estatuto político-ideológico e a prática colonial . 96
3. 3 As fonnas e os mecanismos de controle . . 112

4 AS IRMANDADES NA SOCIEDADE ESCRAVISTA


MINErRA 140
4. I A sociedade escravisla em Minas Gerais . 140
4 .2 Irmandades e coesão grupal 150
4 .3 Irmandades e asceDsão social t 61
4 .4 Irmandades e tensões sociais t 68
CONCLUSõES 177
ANEXOS 183
Aaao 1 - lnnandades coloniais mineiras identificadas
nas fontes e na bibliografia con~uhadas (ta-
bela da evolução cronológica)
....... 2 - Irmandades coloniais m inei ra~ identificadas
nas fonles e na bibliografi a con\ultadas (grá-
185

fico da evolução cronológica 1


186
Anexo 3 - Irmandades coloniais m.ne1ras idcn~ificadas
nas fontes e na bibliografia consultadas (pela
quantidade de cada orago ) 187
Anuo 4 - Irmandades coloniais mine iras identificadas
nas fontes e na bibliografia consultadas (por
ordem alfabética de oragos) 189
A nexo 5 - Irmandades coloniais mineiras identificadas
nas fontes e na bibliografia consultadas (por
ordem alfabética de oragos e de localidades) 191
AnelO 6 - Capitania de Minas Gerais - Divisão poli-
tiro-admi nistrativa e divisão eclesiástica . 206
Anexo 7 - Divisão eclesiástica - Comarca de Mariana

Anezo 8 -
...
- Número de irmandades por freguesia iden-
tificadas nas fontes e na bibliografi a consulta·

Divislo edesiáscicl - Comarca de Vila Rica


207

- Número de iraaaacl..ta por freguesia iden-


tificada aa foaa; e DI bib1iotrafia consulta-
.._ ·· · ····· · ········ · ····· · · 208
- 9- ~ - - o.-n:. de Soborá-

- 10-
--- · l l lea.on:.
-
iopollo-todas
· - - .... lnpcoia Mleotifi-
- de Clel6 -
209

PiiiMi;.;,;&;;;;;_.._ 210

211

•• 212
Anexo 13 - Divisão eclesiástica - Comarca de São João
de! Rei - Número de irmandades por fre-
guesia identificadas nas fontes e na biblio-
grafia consultadas 213
Anexo !4 - Irmandades coloniais mineiras identificadas
nas fontes e na bibliografia consultadas, de
acordo com a divisão eclesiástica da Capitania
(comarcas e freguesias) . . 214
Anexo l 5 - Vila Rica no século XVIII . 227
Anexo 16 - Governo da Diocese e Arquidiocese de Ma-
ri<ma desde sua instalação em 1748 até !835 228
Anexo 17 - Clero existente no Bispado de Mariana em
1748 231
Anexo 18 - Litígios entre irmandades coloniais mineiras 232
235
BIBLIOGRAFIA GERAL
-
1'\TRODUÇAO

·\ hi'' f-Iria d<~\ confruia~. ~rquiconfrarias. i_rmandades e orde~s


h r~ctr<~' se confunde com ;t rr•1pna h1stóna soctal das \1inas Gerat_s
n ~cter~ntos. :\,·ompanha!lllO ~uas consututções e desenvolvt-
menlll. awmp;tnh;I·'C a fwn1açãn e a r~_truturação_ d~ sociedade
minctra. (), dot~ ft•ttúmcno' ê<lffitnham parr pauu. Dtfíctl du~er qual
odetcrmin~nte d•l oUlf<l f- precio;o \'lu-.car referencial, penetrar fun-
damente no seu e,tudo, apaixonantc estudo. que leva a captar.
~~r~\n dc"a' 3\~onaç{IC~. a pul ..ação social da Capitania. Como
cnfatila Frill. Teixeira de Salln.
mio' padtrin. porll/11/0, tHitdar a e•·olufUO .fC>cial de Minas. suas
pn;ulmridmlr•. sud di•uimim própri<l. wu$ proit·cõts hisróricas. SIW
in/luincia rw cumporwmcnto .<ociul c polilit:o dll co/elividadt mi-
neira conrtmpcr.inea. um. aniU df rue/o. tswdar a hiJtória das
irmllmlatltJ rtliJ~i<mlf. Comuwiram ntas a nwis •ú·a1 uprtnõo
Jodal da Capiwnia. da Pro•·incia c mumo do Estado •

Entretanto, não o;e deve pensar que o significado histórico


des.qs comunidades se esgota no plano social. e necess-ário ampliar
o espaço deue estudo. Com e~ propósito, o pre~ente trabalho
tomou como obJeto a análi~e da presença das irmandades no inte-
rior das relações Igreja-Estado em Mina~ Gerais duran1e o século
XVIII
Como \C sabe, o Estado Abwlutista português impô~ àquela
Capitania uma política religiosa que ~ iniciou e se caracterizou
pela ~ro;biçio da entrada e da rtxação de ordens religiosas no novo
temtono. Se a~\tm é, como exphcar. então. a presença (bem mar-
cante, por sinal) de numeroso clero? Como compreender a edifi·
caçlo de majesiO:>OS templos, ainda hoje marcos da civilização que
~oe cnou em função da e(p\t-ração aurífera? A re~posta. se não
total. pelo menos a mais abrangente, encontra-se no estudo das

~-F~n:,}G'1x~~r:~r~de A~:=~~i::::~~ 6 l~ P~kf~/o o•M- Belo


z ll'f'I'100Uç.U)
irmandades 1 constituídas por leigos_ c, portanto. responsáveis pela
conu21 açio de religiosos para a .prauca de of1cws s~c~os. bem como
pela consuuçio dos templos mmctros do_ o;cculo .X\ 111
Cenos conhecimentos htstóncos cstao _•mrl•c•tos nessas afir.
mauvas. O primeiro é o de que quanto mat\_ avançavam os Tem-
pos Modernos, mais combalida ficava a posn;ao da lgr~Ja C~tóllca.
Debilitava-se o poder do Papado; o descnvolv•mcnlo ctenttftco e a
ampliação geográfica do mundo entilo conhccu.l_o passaram a con-
trastar frontalmente com os ensinamentos mmtstrados pelo Vati-
cano. Por isso, como 3finna Rogier, referindo-se ao penodo que
aqui é considerado,
q~ttm tSfudo a ilimXia cultural do Jlculo XVIII/ira do/oro~amtnlt
lmprtJJionado ~lo ausincio do /grtJO t Jua l1dnonço no diS(UfSdll
sobr~ AS qutJIÕU wrgtnlrs do ttmpo 1.

Silenciando-se, incapaz c impossibilitada de acompanhar o mundo


da Modernidade, a Igreja, de há muito, se contraira, caindo na de-
pendência do Estado. Ficara condicionada a uercer sua ação
como parte integrante (c importante) das diretrizes políticas de
um novo tipo de Estado: as Monarquias Absolutistas. Mais do
que nunca, os reis afirmavam sua autoridade também sobre os ne-
&ócios eclesiásticos c lançavam milo da Igreja para a implcmrn-
taçlo de seus projetos coloniais. Dcna forma, a Igreja passou 1
IDtecraJ I própria política colonizadora e foi fator decisivo no
bico da cmpR:II mcn:anlil-coloniaJ•.
Allim como 1 Espanha, Ponupl é um bom exemplo de como

•=·.,.,..o
. ,:==
- IIIIIICiiaçlo foi delaavolvida. O instituto do Padroado norteou

caiO braaileiro, que


IDda • wtda Nlipou dai col&liu hWtanas. Mais. Não seria arris--
ele orientou, em termos cro-

~ ;=:;:; :is~~ea;:od~=~:~~~
::J::*',.:.:--...:.:" tllkl O ta&o. - . -..ec:tat ura (lrm,MIIIIn) toma

~.::--._.._~:c.= =~n:l ::.::~


-- ~ ........... *' -.cilclo for hnpreleindivd cor~ll

·---...--
~',r•ar.
~~~l.tiL
.......... ,.,._
...
;;;.r---- • .._ • ...:
~~""-NewYort..A~il:
......
Peuópol.ia, Vous, 1966

~ ::.:~,.~~:.
INTRODUÇÃO J
!rom·e no Brasil roloniul, como em rodos os domínios ibéricos, uma
>'erdadeiru "lirunia sohre aJ ulma.1·" por meio d11 religião católica.
Ni11guém podia linem<'fllr daidir rm U.HIIIt/Os ri'ligiosos. Atr6s
des/a repreJsilo rdigiu.\a /i!;lir/1\'/l u explorw;iia econômica prati-
cada por Porrugt<l"
Todavia, mais importante do que identificar o significado da
Igreja como instituição é c<~ptar o sentido e as form<lS de sua ação.
Só assim entender-se-á a importância das irmandades leigas. Ao
mesmo tempo forçu nuxiliar, complementar e substituta ela Igreja
nessa ação, elas se propunham a facilitar a vida social, desenvol-
vendo inúmeras tarefas que, pelo menos em princípio, seriam da
alçada do poder público"· Desse modo, intermediaram o contato
Estado--Igreja. Associações de expressão orgânica e local, elas re-
presentaram canal privilegi:~do de manifestação numa sociedade
onde a livre formação de entidades políticas era proibida como
condição básica para a própria sobrevivência do sistema colonial.
O Estado Absolutista, como Estado de equilíbrio das forças sociais,
cujo poder pairava acima da luta entre as ordens e as classes sociais.
dimensionou com exatidão a força daqueles sodalícios e tratou de
incorporá-los à sua política ultramarina. Ao permitir e mesmo es-
timular a sua constituição, outro não foi o intuito do Estado colo-
nizador português senão o de tirar proveito de um instrumento eficaz
para agigantar-se e impor o peso de seu aparato. Contudo, há que
estar atento à apreensão da " resposta colonial" a tal imposição e
aparato. Há que se evitar ver na ação do Estado Absolutista algo
mecanicista e esquemático.
Atraidos pela ilusão da riqueza fácil, os homens que se insta-
luam em Minas Gerais, no momento inicial, eram marcados por
um clima de insegurança e instabilidade. Pode-se dizer mesmo que
o povoamento inicial resultou da convergência de toda espécie de
aventureiros. O Estado, no princípio, não estabeleceu, em linhas
preciau., uma politica para a região. Contudo, não se deve relegar
a segundo plano uma legislação dispersa, de cunho acentuadamente
abaoJutista, Dela destacava-se a lei ·que proibiu a entrada de re!i-
p:.o. replares, sob a aJegação de que estes eram os responsáveis
pelo extravio do ouro e por insuflar a população ao não-pagamento
do impostos. Diante disso, toda a vida religiosa da nova Capitania
PIIIOa a ser acionada por associações leigas. Cumpre, então, de-
4 ISTAOOOÇÁO

terminar 0 caráter dessas irmandades, analisar as raz?es que leva-


vam os indivíduos a elas se filiarem em Mt~as Gerats,. compreen-

:en~~a:~arJ~~~~~~:ç:~-es~~:ic~~ ag:~~:~~':o~ ~~i~~Í:~;, ~~~~~


1

r~vamente aos de outras partes do imp;no colom_al ponugues.


Identificar as razões do recebimento de_ aju~a matenal da Metró-
le na ereção de seus templos e na reahzaça~ de suas festJV~dades.
~mpreender 0 Estado como fator de emulaçao no estabelectmento
dessas agremiações. Por outro lado..e ma•~ tmportante. procur.ar
determinar 0 grau e a ênfase no relaciOnamento entre Estado e tr·
mandades.
A par da fecundidade do tema. torna-se imr;crativo. d,elimitá-lo.
Do ponto de vista cronológtco. estudar-se-a o ~culo X_\ 111. como
foi dito, procurando acompanhar gra_dat_ivamente a pohttca metro-
politana em relação às trmandades mmetras. No entanto: a pret_en-
são ~ a de privilegiar a segunda metade do século, mats prectsa-
mente o período compreendido entre 1745 e 1820. Duas razões
básicas, para não falar da txistência e do mais fácil acesso às f?n':S
primárias, justificam a preferência. A data inicial assinala a cnaçao
do primeiro bispado na região mineradora (Mariana- 1745) e
o incremento da política fiscalista, numa época em que a produção
apresentava-se em curva descendente e, portanto, a ação do Estado
se fazia mais fortemente. O estudo abrange, pois. a conjuntura da
decadência, na medida em que este ~ o momento no qual a Colô-
nia passou a viver uma realidade em que as tensões eram onipre-
sentes e os conflitos latentes. Se, at~ então, as irmandades se apre-
sentavam como organismos gerados e conduzidos pelas próprias
forças locais, a partir daí o Estado procura canalizar estas forças
em seu favor, moldando suas atuações. Por isso, buscar-se-á captar
• uticulaçlo do politico com o social, a articul ação entre o Estado
e a toeiedade.:- A baliza final assinala a ocasião em que, contraria-
IMDie l orieabçlo aovemamental do século ante rior, o Estado não
16 llllaltia. COibO WDWm foi ele próprio o responsável pela fixação
• ons.. .....,._nas Minu Gerais. A data escolhida ( 1820)

~~.:":;:~ a=~;i~:0~e ~- ~!opí~i~


=-.'*. . ...:.;•,::
:.:::..-:
dl . _ ....... Mie doi Homens, onde outrora norescera im-

::.~=: c;:r~:t:~.id~ 1::~ ~~~


~:;:·
• ........
IC L •

• dD
PDiftica replista em relação às associações
da CODiulta aos arquivos do Conse-
n....a dl Meaa da Consciência e Ordens.
Não esquecendo as uan~formaçôts pelas quais passava a região na
alta madrugada do período colonial. igualmente sentidas no interior
das irmandades. colocando em ~eque sua própria sobrevivência.
Por outro lado. o~ limite\ ,;lo também de caráter geográfico.
O palco n;io C toda a Capitania, ma' táo somente a área mineradora,
local da \ ida mai'i inten'ia n;tqucks -- como nestes- tempos. A
Minas gumri::. no di1er de Gutmar;ic' Rosa. A referência é ao
e~paço físico e>;btente ent re ll' t.hi~nrrs de água das bacias dos
rios Paraíba (ao sul). Jequitinhonha (<Hl norte\. Doce {a leste)
e São Franci~co (a oeste)_ Adem;LÍ\. no que reo;peita à juri~dição
eclesiástica. as terras situada~ para alem dos limite~ de,~e quadrilá-
tero pertenciam aos bispados de Pernambuco, da Bahia e do Rio
de l aneiro.

Quem se lança ao estudo das irmandades leigas em Mi nas


Gerais no século XV III depara, de imediato. com um parado ~ o.
Na exata medida em que prontamente percebe a sua vital im por-
tância para a compreensão do processo histórico do período e da
região, igualmente se conseientiza da quase total falta de pesquisas
a respeito. Especiricamente sobre o enfoque que se pretende dar,
pode-se dizer que a carência de publicações é mais acentuada. O
que se conhece são trabalhos de qualidade e posturas metodológicas
diferentes. Para efeito de discussão, é possível reunir tais estudos
em gru pos, juntando-os a partir de suas metodologias e temáticas.
O primeiro é aquele no qual se incluem Frit-z Teixeira de Salles.
Julill Scarano e Júsé da Paz Lopes, e que tem como objeto central
de análise uma ou mais irmandade mineira ' . O principal mérito
da pesquisa de Teixeira de Salles é o de ter chamado a atenção
para a relevlncia do tema, embora seu trabal ho tenha se restringido
a pesquiw em arquivos paroquiais e eclesiás ticos. A assinalar tam-
b6m, certa alraçio pelo pitoresco, nu ma visão impressionista do
fato histórico. A par disso e de ter sido publicado há duas déca-
da. permaaece como a melhor antlisc sobre o conjunto das comu-
....._ AeipsiDiaciru do léaalo XVIII e como a fon te mais suges.-

~. . . ck. Op. cit.; SeALuto, Julila. Dnoçiío ~ nua•·itl~;


.......... "-....._do lloário b Prtl05 no Distrito Diamantino
- . . XVDI. ........ N.dou1, 1976. {Col. Brasiliana, 1:17): LOI'ES,
. . . . . . . . V-~,.,..,..:Vida eobradaVenerfovdOnicm

............. ,.......,*' .._


Ttll*a • - ...._.
IIL ............. xvm
do c.r-. da Vila de Sio Joio Del
I XIX. ......, - próprio arquivo. Belo
6 ISTt.OOUÇÁO

tiva para novas abordagens do tema. O trabalho de Julita Scarano,


embora pr~tenda tratar apenas de uma irmandade (como se lê no
seu subtítulo), oferece" vasto panorama da dmâmica mt~ma e da
amação desses grêmios. Sua anãlise não io;ola uma associação.
Antes, dã-lhe vida. na medida exata em que a situa no contexto
social a que pertence, que a gera e a tran~forma, apontando tam-
bém caminhos para outra'> Jl'C'qui~a\, numa demon~tração da ines-
gOiabilidade do tema. Como a aut<Jra \C limitou am arquivos locais,
incorreu, a nosso ver. em algun\ equl\·onJ' quando pas~a a gene-
ralizar o componamcmo da irmandade em pauta como microfe-
nômeno desse tipo de manife\ta(,:;hl a\.,ociati\ a. Por i~5o. n;io captou
o sentido político que as irmandade~ po"uiam no conte-;to histó-
rico da Capitania, insi~tindo <oobre o a~pecto .... lcio-a~~i~tencial e en-
fatizando-o. O que, aliás, não dc.,merece o ~eu trabalho. ~a mesma
linha de Scarano, apresenta-se a pesquisa de Jo,é da PaL Lopes. se
bem que mais modesta. A nível dao; fonte~ primãrias, re~tringe-se
p_raticamente aquelas encontradas nos resíduos do arquivo da refe-
nda Ordem Terceira. Restrita também é a bibliografia utilizada
pelo autor, e, assim, obras fundamentais sobre o tema deixaram de
ser consultadas.
Num segundo grupo. poderiam ser listados os trabalhos analí·
tico_s e intC'rpretativos, já
considC"rados clássicos, sobre a história, a
SOCle~ade e a cultura mineiras, nomeadamente os de Affonso Avila,
Lounval Gomes Machado, José Ferreira Carrato Francisco Curt
Lange e Sylvio de Vasconcellos •. Embora as pesq~isas dC' cada um
deles trate de temas específicos, vários são os pontos que os unC'm·
a nqueza. dos documentos compulsados, a acuidade na pesquisa e
~ ~ns•stencta nas mterpretações, gC"rando. a panir da sua leitura,
=~:~:!xno::~:.asgando cam inhos. sugerindo temas e discutindo
II'ITROOUÇÃO 7

A seu lado. embora noutra dimensão, podem ser citadas as pes-


qui~as de Zoroastro \'tanna Pa~\o~. Franci~co Antônio Lopes, Ge-
raldo Dutra de \lurac\ e dü Cônego Raimundo Trindade sobre a
Igreja c a rehgiao em \I mas Gerai\~. São obras. basicamente, de
tran..criçõc\ documentais, mas nem por isso di~pcn~;ivcis, como se
vera no decorrer deste trabalho. Trata-\e de repositório~ de do-
cumentos de arqui\O\ de di\'cr;as in•tituiçõc,, precedidos de breves
relato\ históricos, no\ quais são dc•tat·ados os \CU\ eventos consi-
derados m:us rclev;mtcs ou ~•gniftca\lvo•. :\este grupo cabe salien-
tar detalhe importante: a inC'tistCru.:ia de obra~ referentes a irman-
dades propriamente ditas, poi~ dtlem re\pcuo a a••ociaçõcs cOn$\Í-
tuidas por camadas mais elevada\ da sociedade mineira, ils quais os
próprios autores pertenciam c que. em certos momento<;, se diferen-
ciam substancialmente dilquclas. Alias. este C um traço que se es-
tende à historiografia sobre o tema para outras partes da Colônia.
Com raras exceções 1", praticamente não se conhecem eMudos s.obre
as irmandades eretas por camadas socia1s dominadas, em especial,
por negros, ao passo que, em outro e~tremo, são publicadas alen-
tadas análises das Santas Casas de \ltsericórdia 11 e mesmo das

1 P.usos. Zoroastro Vi1nna. Notici.J llistóric11 da Santo CaSll dt Sobard;


lklo Horizonlr. l mpt(nsa Oficial, t929; id. Em tomo do
c-;;=·~.c-.;-,-:· ' .. ~ 0dcHJ;~;=~·r.MII:S 'SPUA~f~~~~.o. 1 ; 4 ~- (~oi; Put!!:::
do Carmo dt Ouro
8 !NTRODUÇ;i:O

Ordens Terceiras 1\ ambas associ~çõe s caracteristicamente consti-


tuídas e mantidas pela classe domm ante. . .
Outras obras poderiam ainda ser aq01 refendas, como as do
já citado José Ferreira Carrato 13 e d~ Joaquim Furtado de Mene-
zes H que, apesar de estudare~ exau s u va m en.~e o passado ?a Igreja
e da religião em Minas GeraiS, apen~s enfatJzam a nec~ss1d~de do
seu conhecimento para a comprecnsao da es_trutura e dmãm1ca da
história mineira do período colonial. R es t n~gem-se a apontar a
relevância do tema, mas niio o enfocam dettdamente. Destacam
sua importância, sem, contudo, verticalizar suas análises.
Em resumo, na linha das propostas de abo rdagem aqui esbo-
çadas, constata-se grande lacuna no que se refere aos estudos sobre
a Igreja no Brasil c em Portugal. Para a Metrópole, praticamente
o que se conhece é a clássica História da Igreja em Portugal, de
Fortunato de Almeida, obra do segundo decênio deste século e que,
embora republicada entre 1967 e 1971, sob a supervisão de Damião
Peres, não sofreu acréscimo na sua essência. Não examina o papel
sócio-econômico da Igreja e, assim, para o tema em pauta, com
quase nada contribui. Quan to ao Brasil, cabe distinguir a Hisl6ria
da Igreja no Brasil, obra inicialmente coordenada por Eduardo
Hoornaen , integrando projeto de uma História Geral da Igreja na
América Latina. No tomo I1 (Petrópolis, Vozes, 1977 ), primeiro
a ser publicado, fica explicitado o posicionamento metodológico dos
a~to~es, os q~ais, ao analisarem a evangelização, a instituição ecle-
Siástica e a cnstandade durante o perfodo colonial brasileiro, tentam
INTlOOVÇÃO 9

b1~-ln "a part1r u,, povo", pretendendo, assim, romper com as tra-
dlc">n.ns ir crprctaçüe~ apologética~ da ação da Igreja no Novo
\hmdo.
l m.t pala1 ra, Je cap1tal 1mpo.mãncia, deve ser dita sobre a
dO<."UfDent<~.ç,,n m;mu<>~:ntotc a' r.,nte\ primoirias sobre o tema. Su-
"\e- c ter ficado daro que " produ,·ào hi~toriogr.i fica é bastante
ct.-rog..·nea. lmp<:dill<l<), an1m. LJUC -e p<."l\s-3 fazer um ba\an.;o de
cu coojuntu :\ot mam~1a d.ts pcloi.JU•'i<l' ac1ma mencionadas. encon-
tram-~c c•tud<>s lr;~gnlcntadus c ou fracionados. quase sempre refe-
rente) a uma umca in,tltUição. '\.\O ~c 11u c n;lo ~e conhece análise
de conjunto ~ohrc a' 1rm;•udadc' nuncira' no -..éculo XVIII. exceção
fe1ta a l·rill lcrlleira de s~ne\. ':1o \c 1iu e nãn se conhece (c
a•JUi não cahcm e\cc<;ÕC'- l nenhuma anali,c comparativa entre as
a';onaçbcs lcisa' mineira~ c '-lias congêneres da \1etrópole c mesmo
dJ rr••prü ('olóni;\. hto rara n;io falar na 1irgindade com que
ainda \C aprc'>cnta a dLKUmentação re~peitante ~s relações entre as
irmandade~ e o E~tado. 'essa pe!"l;pectiva. ricos acervos, funda-
mentaiS para o tema. cnmo. por ucmp\o, os do Tribunal da \1csa
da Con~ciência e Orden~. do Conselho Ultramarino e o das Chan-
celarias Reais, existentes em arquivos brasileiros e de além-mar,
permanecem quase que ine~plorados. Sem esquecer os tão decan-
tados, mas pouco explorados, arquivos paroquiais mineiros e o
excelente Arquivo Eclcsiá~ti ..o da Arquidiocesc de Mariana. Para
o presente caso, pela própria problcmil.tica propo~ta, a consulta a
todos esses repe rtórios impôs-~c como indispens:l.vel, como se ten-
tarã demonstrar.
Por ora, cabe declarar que a utilização dessas fontes não imu-
ni za o pesquisador contra percalços e dificuldades. Em primeiro
lugar, porque a origem e a natureza delas mostrou-se extremamente
diversificada Por ucmplo. a nivc\ da documentação emanada do
Estado, foi necessirio embrenhar-se no cipoal de instruções. alva-
rás, cartas régia~. oficios e pareceres de órgãos e go\·crnantes metro-
politanos, contrapondo-o\ aos documentos que testemunham a re-
ceptividade e o cumprimento dessas determinações pelas irmandades
e pelas autoridades sediadas na Capitania. idêntico procedimento
tomou-se em relação aos documentos provenientes dos bispados c
do Juizo Ordinário. Para tanto, procedeu-se ao balanceamento e
à análise critica dos dados obtidos nas fontes primárias produzidas
pela Meu6pole e pela Igreja, comparati\·amente àquelas originadas
das UIOCiações leiga~. Nestas últimas, a riqueza revelou-se ilimi-
tada - quase inesgotável - e, por essa razão. foi necessário res-
triapr • coleta e o tratamento a alguns poucos tipos de fontes.
10 t'i'Taoot/Ç~O

Iniciada a tarefa de «:u arrolamento. constatou-se. _de ime-

::~~~ :\~~~d~n~~::;:sld~~~ ~~"~d~~~~~~~~r d~~~~~~~ ed~u~t~~~~


termos. de eleições, de re~ettas e de\pe'a' etc.J . .-\ segunda cons-
tatação foi a de que o unt~cml de~\c Jcen;o documental era de
tal maneira amplo e ahrangente que. tendo em \!~ta o tempo e os
recursos dtspontvets para a f!C'qut,a. torn<~\J·'e tmpo\\1\CI, de_um
~~d~u~:.tccnx~~r~~ 1 ~t~d: ;;;;~r:,~~~~~~~ ~ar:·:~~~~~:tci~f~u;:~~:~
dos referidos documentos. I ats e\td~nl'tas araharam. por detenm-
nar irrneoí1·el alteração na naturc~a do trahalho tmrtalmente pro-
jetado: quando nada porque o pe4ue~o c sumano contato com os
livros internos le~ana a uma percepçao \uperftctal e apressada-
quase mera referência - de c:ertos aspecto' de _capttal _mteresse
históriço, como, por exemplo, o estudo da atuaçao das mnanda-
des leigas no interior. da ~tedade _es.;ransta mmetra e o caráter
reprodutor de ideologta dessas assoctações ou a anahsc da pamct·
paçlio delas na vida política da Capitania. Como, no entanto, tats
aspectos nlio poderiam deixar de ser pelo menos 1 entilados. optou-
-se por abordá- los com base em fontes secundánas. com meghel
empobrecimento da temática em pauta. Por esses motivos. a forma
final de aprOI'titamento das fontes existentes naqueles arqui\'os foi
a de incorporar um u tenso (e ta h·ez excessil·o) corpo de notas de
rodapé e de documentos e dados globais sob a forma de ·•anexos".
O intuito, insista-se, foi - e ainda é - o de contribuir para a
recuperação_ e divulgação dos mencionados fundos arquivtsticos, vi-
sando a factlitar futu ras pesquisas. Apesar de mdo, a documenta-
çio prod uzida pelas irmandades se constituiu no acervo privilegiado
no decorrer delte trabalho.
Ao mesmo lempo, buscaram-se informações nos rela tos dos
Yil)anta

-.::-
esuan,aros que pereoTTeram tanto o Reino como a Capi·
!aDia. através de suas observações sobre a religiosidade dos portu-
=~ ~:.:.re. eomo essa religiosidade se ma-
AMII diiiO. recorrea-te • uma extensa bibliografia que nlo

=:::-:-..:..•..=-
.,.... 1'lio complemeatu e luadamenr.r maiJ consistentemente as

=--•. . . . ., =--..
priairiu permiliram fezer, mas lambem

0...0 • ..... ~por ae atabelecer uma fo rma de


*- dldol que • peutuae por intercalar o
W-- ~=-= ~CC:Opl:, ~c~e~u~~
I~TII.OD'"Ç .Ô.O 11

r.~rma• .11 ~''' J~, o.J , \l,·tr,,r-..,Je •'•l.il'>el.·.-~u rfeti'o controle


.~t>r~ a '1JJ m:,•ma J.,. _,,,,...._.,,,,,....,, \c:~.t' mmr1ras. dentro de uma
dimen•l•• JX•hu,·.l .-.•nkndJ à lpcp na Cap11ania. Por fim, reto-
ma ndo- -.e alguns J," prc ••UJ''"IO" lan.;ado-. no primeiro capnulo.
partr-~e. no quano capnulo, rara a anal1•c d,, • 1gnifi~ado da in~er­
ção d ~• ~a" agrentlJÇ\-~' na ~o.;,eJade mmrira de entào. a mve\ da
coedo grupal e dJ a-.cen•.IO ~tal, bus.:Jndo-~e. ainda. detrctar
algumn apro \ ima..;õc' entre irmandades e tensões ~o.:iais
Ao ~ubmeter a julgamentil o produto final de)sa proposta -
materializada nil te,;to que se "-t gue - ~rmanece a du' ida em
saber se o planejamento não r~,i muLto alem da ~ua e\ ecução. No
ealallto, resta a esperança de tjUe ele não decepcione àqueles que
• clilpusorem alf.-lo.
I A PRESENÇA DAS IRMANDADES

1.1 lnnaadad~s: eonceituaçlo e tipologia

A riqueza maior do ~studo das irmandades talvez esteja no


profundo significado histónco que elas apresentam. Foram e são
instituiçõe~ que espelham_ e ret_ratam os dtversos mo m e n t~ _e con-
te~tos históricos nos quats se mserem_. Com elas, o catohcLsmo e
a Igreja Católica amoldam-se à reahdade na qual se ~rop agam.
Nada de anacronismos históricos. As irmandades caractenzam sem-
pre o seu momento e o seu am~iente, ~ando _o~gem à diversidade
de formas, por um lado, e à nutdez e 1mprectsao de suas de nomi-
nações, por outro. Conquanto se possam identificar traços comu ns
entre essas associações 1, não há dúvida de que guardam caracte-
rísticas bem peculiares em sua evolução histórica. Se o ideal é a
comunhão fraternal e o crescimento do culto público, às necessida-
des do espírito somam-se as do corpo; à celebração eucarística, a
assistência material. Dificil estabelecer com precisão a linha divi-
sória entre a mutualidade espiritual e as beneficências e auxílios
mútuos temporais, entre o rdi&ioso e o profano. Será possível ge-
neralizar o culto divino como o fim priDcipal de todas elas? Poder-
·se-ia dizer que tal fim 11o 01 1aço1 de caridade, a exemplo das
Misericórdia? Mesmo e1111 61timu. em que medida são mais obras
de socorro corpoq1 do qae tlpiritual? Por tudo isso, a pri meira
dillculct.de que 111r11 ' IICCialpUbar u mudanças de objetivos e
rmabdadel ............ '"fadliu utific:iais.., as quais, pelo
IDCOOIIID pr'-fpio. ......... a ta1bf.uer à necessidades espin·
tuail de-........: IDn. do llllbllo lllritamcate familiar.
.A.IIIilaldldt .... ......,_o~ dessas comu-

-
-

~
" - ........... ......_ •• 6plo do pod"

...1.~••-fralenidade.
.......
~---.-: .
uma
. . . . . . . . . . . . lolbOi teUiftlelll•

~---l...w; .::..o:o.=.~ v~
COt"CEITUAÇÂO E TIPOLOO IA JJ

espiriwaL logo se pautaram por um sentido 11itidamente laico. As·


sumiram. a$$im, papel suplementar ao da Igreja, com fi nalidades
bastante dinãmicas. acompanhando o processo histórico~. O Es-
tadb, quando participava, o fazia no extremo limite de ação pu ra·
mente (fssistcncinlista. ae que são exemplo as Snntas Casas d e Mi-
sericórdia 3 • G~nero de ;~gremiaçiio \'olt;~dn para o exercício da
carid:~de para com o pró,imo, as \1isericórd,ins cuidavam de doen-
tes desassistido~. de defuntos cJrentes de recursos. de presos e de
condenados_ As inscgur~n(,:a~ e incertezas do homem medieval le-
vam-no a unir-se em torno de ~~soci~ções voluntárias, daí origi·
nando urna proliferação de confrarias de auxílio mútuo.
Enquanto as corpor:~ções de oficio atendiam aos interesses
profission~i~ de >~us integrantes. as irmandades. e de modo espe-
cial as \·1iscricórdi;;~s, rncarrcgavam-sc dos enrargos assistenciais e
espirituais. Isto não equivale de~conhecer que grande parte das
confrarias teve origem nos ofícios. naqueles casos em que o caráter
devocional era mnis marcnntc. N~o se nega t;;~mbém o mutualismo
intergrupal pratic<Jdo nas corporações. embora de forma mais rí-
gida, porque compulsória. Deve ficar claro, porém, que confraria
não era sinônimo de corporação. Quando muito, poderia ser a
face religiosa desta última, para niio falar de outras di ferenças es-
senciais. como se ve rifica no caráter mais democrático das frate r-
nidades, nas quais a ocupação profissional não era conditio sine
qua non para a admissão. Cumprindo basicamente suas obrigações
financeiras, o confrade adquiria as bcnesses e a segurança indispen-
sáveis para os tempos de d oença e invalidez e, no extremo, garanti a
seu próprio sepultamento.

~ LI! Bus, Gabriel. Op. cit. , p. 439. Con~ u ltc-se wmbé m, do mes mo 3utor.
lllltltuliom ecclér.ialliques de 13 Chrétien!é médievale. In : FI..ICHE. A. &
Mu.m, V. HUit>ir~ d~ rtglis~ depuis lts origi11es jt~squ 'il nos jours. St.
Dider, Bloud & Gay, 1959/ 64. v. t2, p. 206-11.
1 EumiDe-ec: o caso da Misericórd ia de Lisboa, mode lo e inspiração das
danais !naâtuiç6es eong!neres no vasto império português. Atreladas ao
&&ado. jt DaS IUU ofi&cns, as Misericórdias foram também eficazes instru-
C:::U.de.:!:izd!losüv:!'.re-r: :!~:k~~~a~e ~~~csr~~~~ia c~~s~\~~~~
RftÜM Ü B 1616rl#J, Número Jubilar ( 100), t. !, p. 211-55, Siio Paulo,
~ .,!97~~~ ::n::·~~~·93~}::f.ri~ ~~; ~~~~~s;. tu:{~~~:
=*~~i«~ ~:~~~~~~asio;,~::;;;,rad,;;r;:isc~~~;;;::;
~ Lilboa. lleDrique Torra/ lnsl. de Aha Cultura. 1944; RtB EtR.O,
=......,.~ B«~efklncla Pública ~m Portugal. Coimbra, lmpr. da
14 A PaESE]I;Ç.4. DAS lkloUNDADES

Nas confrarias. os assuntos profissionais ~ ~o co_ntavam como


p~upa~:çfon~;~r~i!~~;~i~~t~;~~~· l~g~ t~~~~~~~~:çie~~ ~~:
5

pt~~~ ~ t~rrenas, como foi dito .. N~ssa medida, ê c~rioso notar


~e as irmandades, enqu~nto e?t1dades c~leuvas, trazmm em seu
bojo acentuado individualismo, J~ to _ é! po~ tam ser entend1das tam-
bém como centro catalisador de mdJvJduahdades atemonzadas ~la

::~~~~~~o~~~~raemá~~~:s ~r :s~~i~a~oe ~~:;~o~nt::r: ~~


rações. As relações comunitárias faz1am- se na ~edida exata da iden-
tificação entre 05 que ~elas participavam .. Stmul_ taneamente, mie-
gravam 05 indivíduos e hberavam seus an_s~JOS d_e h be rt ~ ção , passan-
do assim, a ser também o canal de mamfestaçao de seus membros,
0 ~eículo de suas queixas, o palco de suas discussões. • Isto ~ d~
particularmente, em relação às irmandades de negros, umcas msu-
tuições nas quais o homem de cor pod1a exercer, dentro da legali-
dade,
r:ntas atividDdu qut pairavam acima dt sua condição ... ornlt,
rsqun:ida 11 sua situaçUo dt rscrtNo, podrria v/vtr como 11m Str
hum11no 4.
Em síntese, as irmandades funcionaram como agentes de solidarie-
dade grupal, congregando, simultaneamente, anseios comuns frente
à relígiio e perplexidades (rente à re:a]jdade social.

cia~~ri::~/r~t:r~~~:.in;%,:,ti=lt~: ~:S,js::,:;r:,~:s /:S::.


rwm , congregatio, pia wUo, socieuu, coetw, COIISOCUJtio. Embora
o C6digo do Direito Can6nic:o embeleça atpmu distinções, ainda
assim, a própna Cúria Romaaa. em leal documentos, não faz claras
diferenciações entre c1u. O Cboa 700 &poatl tr& classes de a~
ciações: ordens terair:M. oo.r..n.e piM uni6el. Pode-se argu1r
que o _ref~do C6cqo 6 obra de compilaçio receote, sendo, por-
tanto, ~licivcl 1 reaidlde llllelalilla; apoaar disso, verifica-se

~~~~-:::c:~o=:,~;,
:,.-:.c::=--.::...-:::.::=,:"'
..:h'~-=
:~~-
#,... ~ ...._l.ibntril _~
ei AM, ttJstf? ........

~O::L"""&.•.,JI .. t·:~:_'~ ,-::: .


lll'>lA"DADI S: CO!'CEITUAÇÃO E TIPOLOOlA 15

., ,.11,ú, ,.,,,uimid<LS t~n or.llil~~:::':';~,.'r,.;..~;;;n;:~ai:"~;:r~~,:~~~;::,


:•.:;',~;~~~~~~~c:':::;~;;~ ':: :::,.,,. P"' 11 cul,. dt tonfranas •.. .

Con~wa-~e. en\im, que o i~cr~ment~ 0~~ ~~~~/~:~~c~:ndsu;r:;;;


pnme wm<l propno <l~ confran~s, e~ •ànio e o modur fadendt de
J 1 m.runânc1~ qu~ a con~htUIÇ<lO ~~g di~t,'nt,vo~ dos dois t1pos de

:~=~a~~~b~; ~~~~an~"a~:s~~p~~~çr de pos~uircm ca~:~t~~ís~~ci~~çs;~


mclhantes à~ das P'~:a~an~~~~ Ps~~~~~~r~l:~~~~;~i~rato de gadm~ssão
~~er~rJ~u~~'m~/:S.re Nas pias uniões, são frágeis os. laços qu~~g::.
;;~~i;;~:rr~~::~l:.is ;:;~s ~â~o~~~e:t:mo~a ~:~r~~~~~a:. e: u~e)a.
as
\imas Gerai~ coloniais. as assoc1açôes lmphca,am or~a~Lc1dade,

~r~~~~a~~:Co~~i~e~~:::~ ~~~~~~~r~~~:::r~ :e:~~~~~~Ji~~~e~


era compromisso, envolvimento, partJCLpaçao at1va. Por conse-
guinle, nesse ambienle, as pias uniões não 1~veram lugar.. Ade-
mais, se f que exisliram na Colõ?La, ~las nao foram Objeto de
preocupação para o Estado. Na leg!Slaçao por~uguesa para o ullr~­
mar s6 se tralava de irmandades e ordens tercctras; nenhuma alusao
sef~iaàspiasuniões.
Nas ordenações do Reino, as associações leigas foram defini-
das já quanto a sua natureza jurídica. ~li se estabeleceu a distinção
entre os sodalícios ''fundados e mSILIU1dos por auloridades e con-
seatimento dos prelados" e aqueles "fundados por leigos simples-
mente", .endo também por estes adminislrados. Os primeiros são
~ eclesiásticos, os segundos. seculares. Aqueles, tolai-
DeDte JUbordittados às autoridades religiosas; estes, às aulorida-
ca. dYit. cabendo ao Ordinário lão-somenle o cuidado para com
• '"co.. piai", 1través de periódicas visitas eclesiásticas 1 •
A pddca colonial, no entanto, demons1rou que nem sempre
. . llldDçlo foi respeitada. Quanto mais avanço u o regalismo,
16 A PRESI!N\A DAS IRMANDADES

mais determinantemente se verificou a ingerência civil nas conf•a-


rias seculares. a,·ocando o Rei para s1 exclu~1vidade do dir(ito dt
aprovar _a ereção, não perden~o a_ chance de denunciar às irman-
dade5 a mcompetência do Ordm á~o para expedir a respectiva p~
visão. Por exemplo, em carta dmgida ao Go,·ernador e Capilio-
-General do Rio de Jan(iro e Minas Gerais, a 27 de fe,·ereiro de
1751, EI-Rei, atra•·és da Mesa da Con ~c iê n cia e Ordens, solicita\'1
seu parecer sobre
u hd Certo prohibir o Bispo, Eriqirem Se co nfraruu sem Guthori-
dadt Sua, t manda St mio admiliío as Ertcras com Alllhoridadt
M.al_

Logo depois, transformava sua apreensão em medida concreta, ]l(lo


que se 1e na Provisão remetida ao Bispo de Mariana, D. Fr. ~!a­
nue! da Cruz, datada de 27 de março de 1752. Analisando ~tição
dos irmãos da Irmandade de Nossa Senhora de Guadalupe a Te\-
peito da exposição do Santíssimo Sacramento, ad,·ertia:
Mt partcro diun·os, q11t' para nDo ino•·ous nada sobrt tSIIIJ COII·
frariru basta1·a ~trts os prmcipios drllas, t st os nào Gcluwt.t
nlllbtltcidos com amhoridadt t:ccltr_iostica as dt~itis LargDr, pois
ltm prtcrdido m uitas R tzoluç/hn.r Minhas, ,. u n/t f/ÇIIS, qut 411
dtclarão ucularrs, sendo rtrlo , qut só aqut llas Con/ rariM .u dt-
~tm rrp_utar Ecc/rziasliCaJ, quando um algum prt ctdmlt ~elo _dt
Con/rar111 ptdt m a trecrtio aos Prt lodos, t depois dt lla prrnnpi&J
a t.xtrcllar os acrD.J a q11t u dtstlnllo •.

Portanto, há que se evitar catender eua distinção te rmmoló-


g~co-conce!tual como alfo meramea.tc técnico, como o fez Rur.scll·
-Wood 1 ~. mesmo porque do 6 o tipo de autorização que define
I 1grem1açio, mu lia sua forma de orpnização. A autorização.
ato fo~ , apeoas cbaocela 11m1 lituaçio de fato, já existente. A
euénaa Citá no eJea.to \'Oiitho que conduz os indivíduos 1 se

;~Ali~'!..f!'. Uh/2, lobn • deflaJçlo e ot Jimitts dt compc·

:::..:. 4o 0..:0-r:=..~~~~~~~ e::;:;~


;-~~~.;,
-.
....,.::;r .........
9) n..~~c:.a.~ .. 22M-rvo•t7SI (AI'M ' SC. Cócl
M eut. ... p. 10110v: ANRI
.,.._U:. •-:_~t..... • c.rt.. p. 1414v. Sollre o mesmo aa-
C.....: mer-mo. Rio
11'7H-17SI)• . . . .
::..~A.J.L --..=.•::-~7;~
p. lfl, XYIIL .. : ,........ ........ ..._14& 1910
hllf'ro
de

D. 0
..
6 1,
CONCEIT UAÇÃO E TtPOLOOtA 17

irdtrowd'"·'~"'é"" das formalidades, eximindo-se de


c~se traço que lhes confere criginali-
corrc-se o risco de entender as irmandades
coloni<lis como mera extensão ou transposição de suas congêneres
meHopolitanas_ :\'essa medida é que se poderia falar em irnwndade
de ohrig<lÇtio oposição its de de\'OÇão. Enquanto as primeiras
às jurisdições ec[esiástkas e seculares, possuindo
livros próprios. regendo-se por normas estatutárias con-
vencionadas pelos seu> pares c submetendo suas contas às autori-
r.· dades. :~s outras eram isentas destas formalidades e nem sempre
tiveram vid:a longa. sendo
di.unh·ida.< 1/tWI!do o <>rtJ/10 n<io e.urda suficiente atrarlio, <;omo
i'a- "" rmo de Nossn St•nhom de Gtwdalu(>el 1 ,

io Porém. o que realmente importa é sentir o espírito associatiYO que


marca a ropulaçào guc se constitui no ltinterland das Minas Ge-
rais. em cujos primórdios as pessoas se cllracterizaYam por um per-
manente desejo de se reunirem. Assim, estabeleceu-se no 110\'0 ter-
ritório um tipo de associ:~çào que tem por fundamento básico o
direito naturul, para só posteriormente se organizar como entidade
de direito positi11o. A ]iYre uni 5o c :~ssocinção do início só ulterior-
mente adquiriu condição jurídica, pela via da Igreja e/ou do Estado.
Quando uma confraria tem poder de agregação. está-se diante
de uma arqtliconfraria . A afiliação, sob cenas condições, transfere
à agregada os pri11ilégios e as indulgência~ comunicadas à chamada
" confraria- mãe", embora a agregante não tenha nenhum direito
sobre a confra ria agregada 1 ~. As condições para tal procedimento
antes da promu lgação do Código do Direito Canônico, segundo
Amanieu, eram em número de onze, a saber:

11 Luro~;. Fran<;isco Curt H istória da mUsica"'uirmandadn dt l'i/11 Rica:


Freguesia de N01Sa Senhora do Pilar de Ouro J>ret~. Belo llorizont~. !m-
preoaa Oficial, 1979, (Publicações do Arquivo Pl1b1Lco Mineiro. 2) p. 2l.
Quem percorre as páginas do " Livro de Licenças purn F_undação de l r':"an-
ct.da e Alaumu Capelas", da CA mara Ecle•illstica do B1spado de Manana .
.tnapndo o perfodo d~; 1748 a 1795, pode perceber que n~ sempre ~:ru])l)'l
de deorotoi cbqaram a çomtituir uma irmand.ade, rcs_tringindo-se a come-
IDOIVUfatudcseusoraaosc a praticaroficll)5 re.lig1osos. A.líás. um veio

=Jr::!, =~n!:l:!~~~ ~b~~n: t:~s~~~~;~~- ;:s~ !:~~iõ!a~:


irnlaadadoapropriamenle ditai, o que ajudaria em mui to a.co mpreensâo da
&eoll'úiae da prolifençio deuea sodalícios no terri t6no m m ~iro.
IIC6Dw.Jo DO DWiml Cui'ÓNIOO. Cin. 720 a 725. (ed. cit .. p. 284-5) cuja
fa.de ck ~ tambán nate panicutar, é a Cons!ituiçâo Quauumq ,.e.
18 A PRESENÇA DAS IRMANDADES

1. a de que a concessão da faculdade de agregação fosse f6ta


pela Santa Sé;
2. a de que o poder de agregação fosse exercido pessoa] t
intransferivelmente pelo dirigente máximo da a rquiconfraria ou ptlo
Geral da ordem religiosa (quando fosse o caso);
3. a de que a confraria a ser agregada fosse canonicamentr
ereta, sendo a ereção pelo Ordinário considerada como suficiente;
4. a de que houvesse identidade de nome e de fins entre as
arquiconfrariasagreganteeagregada ;
5. a de que a confraria solicitante da agregação não fosse an·
teriormente agregada a outra arquieonfraria:
6. a de que a forma de agregação se fizesse nos termos dis-
postos na Constituição Quaecumque;
7. a de que não houvesse em uma mesma igreja senão uma
única confraria do mesmo nome e fins da agregada;
8. a de que a agregação somente fosse feita mediante prévia
anuência, por escrito, do Ordinário do lugar;
9. a de que fossem observadas certas regras, bem definidas
pelo Direito, relativamente às indulgências comunicadas, como, por
exemplo, a de afiliação desse direito a panicipar exclusivamente
das indulgências comunicáveis, isto é, a arquiconfraria agregante
não poderia transmitir à agregada senão as indulgências que ela
rece~sse com direito de transmissão, e não aquelas que lhe eram
parttculares e, portanto, incomunicáveis;
10. a de que a agrepç1o se fizesse de forma perpétua, defi·
oitiva;
I I . a de que a 88ft1PÇio tc.e feita gratuitamente 1s.
~ Minas ~ no t6culo xvm. as únicas arquicon~rarias
~ecidu eram da mYOC:aÇio de Slo Fnncisco de Assis, ma•s pre-
asam.ente. do Confio do Ser68c:o Slo Francisco. A origem dessas
:":::- ~ o C:OO.O Raimundo Trindade, relaciona-se

IL,dlr. Op. c:iL..... ..

•oworr.t().p.90
CONCEITUAÇ ÃO .E TtPOlOOIA 19

O mérito da introdução dessas arquiconfrarias entre os mineiros


coube ao padre doutor Matias Antônio Salgado, vigário de São
João del-Rei. que as instituiu, simultaneamente, em quatro das
principais paróquias d.t Capitania: Vila Rica, Mariana, São João
del-Rei e Sabará. Singularmente,
enquamo por todo o orhl' nuólic'o 11 A rquit:rm{rorio l'fll dtstinada
<I a~:remiur os fiéis di' tOIIIIliH raças t condições que a tia quisl'J-
um pcrlcnct'T. no bi.•pado de .\lmiana em uus qt.adros s6 se ins-
CTI!I'iaa [;tnte parda. Tal•·t>z ha;a prniàido l'SSt' npirlto no utabe-
/aimento das ('(111/rarim, l'm .\linas, a ruussidadt dt saHs/aur a
dl!•·aplo d .. '""a numt>mW classe dt fiéis. m quais encomravam
sÜtl'maticamn<U trancadas à suo pil'dade as portas das Ordens
T .. ICl'iras'·'.
Por conseguinte. c:m Minas Gerais. a noção de arquiconfraria se
identificou com a de homens pardos e tal identidade é importante
de se ter em mente na análise da sociedade esçravista e do exer-
cício da dominação colonial sobre essa sociedade.
Ao contrário das confrarias, onde o objetivo é o de incremen-
tar o culto pUblico, as ordms ll!rceiras são associações pias que se
preocupam, fundamentalmente, com a perfeição da vida cristã de
seus membros. Em bora vivendo no século, os terceiros se vin-
culam a uma ordem religiosa, da qual extraem e adaptam regras
para uma vida cristã no mundo. Tais regras, no entanto, devem
ser aprovadas pela Santa Sé 16•
Com São Francisco de Assis ( 11 82- 1226) foi que as
ordens terceiras efetivamente se organizaram, apesar de os bene-
ditinos terem grupos de fiéis à sua volta desde o século XI. A
Ordem Terceira de São Francisco, criada pelo próprio santo de
Assis nos primórdios do século XIII , destinava-se a fi~ is que, sem
faze rem votos, dedicar-se-iam à prática de atos de piedade e devo-
ç.io. Essa iniciativa, logo aprovada pela Santa Sé, foi seguida por
outras ordens religiosas que se interessaram em incentivar a reunião
de terceiros seculares. Assim, surgiram primeiramente ordens ter-
c:eiru sob a invocação de São Domingos, em 1406, de Santo Agos-
tinho, em 1409, dos Servos de Maria, em 1424, de Nossa Senhora
do Carmo, em 1450, c dos Mínimos, em 1506.
A exist!ncia de ordens terceiras condiciono-se à aprovação dos
prail oa dos provinciais das o rdens religiosas correspondentes, os

=-= ~~~·c~~:·io/f~. cit., p. 2ao).


20 A I'RESENÇ ~ DAS !RM ~NDADES

~~~~o~u~u7~;~~d:ee~s~vg~!~ ã?c~~~f~11ftar:~s ~:r~~~r~ s~~:~a~


0

~~;~~sd~r~~:~~~.sa~ g;~~~s~~nt;~~~~~:~~~~~e:!~~:ss:r~~v~oq~:
~:~u~~~u~~~~·a~~~:e~~u~er~~~~~~~~:~:.r~~~~SJ~o;op~rean~o~anrd~
ritual de profissão. Via de regra, as ordens t~rce1ras se caracteri.
zavam por serem associações das cam~das mm s elevada~, se~do a
composição de seu quadro social ma1s sofJstJcada .. HaJa _vtsta o
exemplo de Minas Gerais colonial, onde elas foram m.stltuJdas so-
mente no momento em que a sociedade local se consolidou .. Como
afirma Fritz Teixeira de Salles,
0 aparedmemo dM ordens ll!rceir05 assinala determin?do. grnu
atingido pela estratificação social. Isto é, revela a po/arnaçaa ~~
c1ípula dessa classe média, constituida pelos comerciantes, funcur

::~::t; :;t~~:~·Í;::,':.d/~·~~ ~:::::ê~;;:a ~~ã~ec~~~n;i~s e~~g:t:lc:n::


de ontr05 fmoru, niio ch egou a utingir aquele grau, niio SJjrglram
as orde11s rerceirm. Exemplo: Caerê. Santa Luzia, Sama Rira,
Catas Altas c omra.s tr.

Ora, ser membro de uma ou mais ordem terceira significava


ter acesso ao interior da nata da sociedade e trânsito facili tado nela.
Significava stams. Significava imediata obtenção de privilégios,
graças e indulgências. Significava estar mais próximo do poder e
ter a sua proteção 18• Por isso, o número dessas associações rapida·
mente aume nto u. Algumas innandades Jogo procuraram se trans-
~'::~a:r!~. o~~e~~~e~~~:~e~:: ,f'~~~~~:n~:. ~~~~~!:,~h~i~
siden!es de ordens terceira aio sediadas em seus locais de tesi·
dência..Partiram para a criaçlo de suas próprias ordens. E o que
se venf1ca com a Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, de
Mari~na, cujos fundadores anteriormente integravam sua homônima
de V1Ja Rica. 2 o que fiCDillllce l Ordem Terceira da Penitência
- posteriormente deDoaaia.da de Sio Francisco de Assis - , de
Vila Rica, constbukla pelo Fr. Alll&aio de Santa Maria, enviado
a Minas Gerais pelo PnniDc:la1 da PrOYfocia Franciscana do Rio
de Janeiro, após Rllentlot 0 ........ pedidos dos irmãos pro-

:~.~ ~~-=. t..:t.C::~ Vide• C\u#.TO José Fer·


R:i~~A."rt_• ~lo "-r4 P. 210-6. 6. também
•• Lona,JG116•P.&. o,.-,:;~· p. 240ce aeqs.
SURGIMENTO ll Dl'.Sf"'\'OLVJMENTO DAS... 21

fess1h nague!a Ordem. congCnere do Rio de Janeiro, mas residen tes


na Captt ... nia da~ mina<; "0 • Evidentemente que esses desligamentos
não se concretizaram de maneira pacífica, do que dão conta infin-
dáveis pleitos em qur elas eutraram. procur:mdo envolYer autorida-
des e todas aquelas pe:;-,oa\ que pudes~em ser út eis às suas causas"'·
~m falar nas ~angrias que e~\a~ disputas causavam a seus cofres.
Por isso, foi no:re~~:irio controlar o vertiginoso crescimento das
orden& terceira~. A Santa Sé deu coma do fenômeno e pela bula
Romanur Pomijex, de 30 de março de 1732, o Papa Clemente XII
r~du~ir1 ar o"J,·ns trrct"mlf dr r~cr,/arrs à .rua condição primitit·a
d~ Confruria, Tl'<nJ?ando 1oda1 '" Bullar cmradidas pl'lo Papa Bl'-
nl'dicto Xl/f. a lal'f)f dar dietas <>rdcm. l' nomtadaml'ntt a Bulia
Paterna Sedis, d~ !O dl' drum/>r(J de !72.~. ~ unnr.loutodOJ os pri-
vilet:iM grll('lll i<WOTrJ, indult<>S. !\t•nçQrs. /uculdadn, dularuçiWs,
Durl'IO pruhi/:li!<Jt'f, 11WfldatM· qu~ naqudlll.J u t:ontinham 21 .
Também o B.tado se deu çonta e saberia agir no momento opor-
tuno.

1.2 Surgimento e desenvolvimento das irmandades mineiras

J:: difícil. determinar com e~atidão a data em que foram cria-


das as pnmetras trmand:ldcs no terntório mineiro. Entretanto, se
se parte do pressupo~to de que era à sombra do templo que os fiêis
se congregavam, certamente será no estudo das primeiras capelas ali
construídas que se encontrará a resposta. Como se sabe, cada po-
voado q ue se constituía tinha templo próprio. Embora simples em
sua arquitetura, as primitivas capelas foram o núcleo c o eixo vital
dos arraiais, e de las emanaram as normas de comportamento para
as pequenas comunidades. E, assim, por ser elemento catalisador,

10 A ~ndaçlo se verifio;ou em .iatleiro de 1746 com a expressiva presença de


apoxiouldamcnte 01\cnta tcn:euos KCU!are:s (d. TIIJSD..Uil. Ratmundo, Côn
Solo FrMCúco d~ As.sir d~ Ouro /'u10. p. l(). t ).
11 No pld1o nlR a Ordem Terceira de Sab.ari c a de Vila Ri~a. que se
anulOU por quase vinte anos. os lili.~:antes disputaram lcnazmen!c a adesão
de~ carmelilat vindos do Rio de Janeiro, do Cabido Mari!l·
- • do JII'ÓpriO Govemador da Ca pitania (cf. PAS!iOS, Zoroa<tro Vianna
.r..,__.IWr6rl4rdoSIIW6. v. \ , p. t4-S). Não~ pOraca~quc aOnlcm
T.-. de VOa llica, precavendo-se con1ra outras prov.hcis dissenções ~
- . . . . . . . _ d e . . . quadrOf, lraloudcconseguirum Brcvc Pontif!cio
....... a.re;lode-ordenstcrceirasnumraiodcseMCnta milhas
(111., llill.. p. 11). Vide tala~ aDUO 18 deste tra balho .
• ..........., Aal8aio X.Yiel' de Souza. Código das Confrarias. Coimbrl,
. . . . . . . . U......... II70.p.2l7-8.
2% A P RI!SI!.NÇA DAS IR MANDA DES

desde o início, necessi taram de bases mais sólidas. Guardadas


proporções, os primeiros templos da região fugiram à fragilidadea
à instabilidade das construções coevas. Como estas, ele~ tam~
eram de taipa, pau-a-pique ou adobe, mas recebiam reforçoS dt
madeira de lei, tornando-se, por isso, os únicos elementos eslivtu
naquela sociedade embrionária. Em out ros termos, cabe dize; que.
simbolizando estabilidade, as capelas representaram segurança p3.11
todos aqueles que arribaram à região das minas.
Simples aventureiro, sem eira nem beiro, o objetivo do J"tCtm.
-chegado era o de aproveitar-se das riquezas do Eldorado brasileiro
e regressar a seu local de origem. Porém, seu trabalho era inctno.
depende ndo mais do acaso do que de sua força fisica ou rntnU:
ou de sua disponibilidade financeira. Sua vida, toda incerteza, ao
lado do instinto natural de se agrupar, levaram-no a associar-se a
pessoas que padeciam dos mesmos problemas, das mesmas maulu
Desse modo, quando, aos do mingos, o adventício se dirigia ao ar·
raia\ para participar dos oficios religiosos, simultaneamente ao U tt·
cício da fé cristã ele buscava encontrar um ponto de apoio, um
local de conforto diante da insegurança e da instabilidade de ~~
vida. Com isso, as capelas tom avam-se não apenas paleo de prá·
ticas religiosas, como tambim centro de vida social. Por conse-
guinte, ao erigirem seus templos os lndi~duos não tiveram presentes
apenas propósitos espirituail. E foi sob a sombra das capelas e
com _essa perspectiva usociaciorlista que 01 primeiros ttUntiros se

~d:,:,~:- •....:.• =
aglutinaram para instituir IIIU inDandadca.
Por essa rulo, o CIIDdo du on,eu históricas c da prolifera-
~= c::eraj~~
como j6 M
~euqtlo de
=r.c.•._..,
mútua. .~do........._ cp t*) bavia naquele momento
clar~ distiaç6es lldrt ore ,..,.,._ re11J1a1oa c 01 sociais. Jl/tua
medida.
qtll •
C1110 cuidado em afir·
inlaDciMiea. oo Bnsd·
Sl'RGlME S TO 1! OESl!NVOt.Vl MENTO DAS... 2J

Se. por um lado. não ~e nega que as irmandades européias, espe-


cialmente a' portugue,a\, serviram como modelo e inspiração, nem
por i""l\. ,Jr outro lado, \C delie deixar de enfatizar a peculiaridade
e a ~ingulandade da' fraternidades mineiras.
:\as )!ma~ Gerai~. ao se constituírem e se organizarem, ex-
trapolando ~ua~ funçõc:~ e'pirituais, as irmandades tomaram-se res-
ponsoi.\ci' dtreta' peJa, dtrctrize' da no\·a ordem social que se ins-
t:\la\·a e. a eumplo do' templo\ c capelas que construíram, elas
r~pelharam o conte~to <><xial de que participavam. Nesse sentido,
precederam ao E\tado e à própna Igreja, enquanto instituições.
Quanto ao pnmetro. quando a máquina administrativa chegou, de
há muito a\ irmandade\ f\ore~dam. Quando as primeiras vilas
foram criada~ por ..'\ ntônio de Albuquerque, em 1711, a presença
e a a10açi"in dela' já eram incontestáseis. A época, Sabará possuía
r~lo mcnn~ tri'\ irmand3de~: a de Santa Q uitéria, a de Santo An·
tônio do Bom Retiro e a do Santi~~imo Sacramento. São João de\-
• Rei. as de...-u,..a Senhora do Rosário e do Santíssi mo Sacra mento.
\ !ariana c \ 'tia Rica. a de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.
Por seu turno, a Igreja não teve te mpo e nem condições para
se impor. como instituiçào, no novo territóri o. Nos primeiros
tempos, sua açào fo i desencont rada, individualizada. Quando po-
deria se estabe lecer, o Estado a impediu, atrav6s de toda uma legis-
lação restriti va_ Assim. não res tou à Igreja outro recurso senão o
de atrelar-se às associações leigas, mais para a prát ica de seus ofí-
cios do que para uma política evangelizadora. Até mesmo a cons-
trução dos templos não fi cou sob sua responsabilidade. Foi também
obra de leigos. Por tudo isso, pode-se conclui r que o cerne da
q uestão é compreender o processo do surgimento e da constituição
das irmandades em \1inas Ge ra is.
Poucas eram as limitações à ereção dessas comunidades. A
iniciativa podia partir de qualquer cristão - leigo ou religioso - ,
exceção feita às ordens terceiras, cuja faculdade de instituição era
privativa dos visitadores das ordens ou de terceiros dissidentes, de-
veado, no entanto, ser obrigatoriamente confirmada pelo Provincial
da orde.m na Colônia, a quem a Santa ~ delegara tais poderes~.
A localazação das irmandades, tam~m bastante hvre, em alta~s.
em templos próprios ou cedidos, em oratórios, facilitou a sua rápida
proliferaçio.
Frei Agostinho de Santa Maria afirma que, na Bahia, no início
do 16c:ulo XVIII, havia trinta e um a irmandades aprovadas, dentre

~Op.cil.l.f,p.f'9
Z4 A PR ESENÇA DAS IR MANDADES

as quais seis da invoca!ão de N~ssa Senhor_a _do Rosário e cinco


de pardos ~ 6 . Para Mt~_as Ger_ats1 o agostmtano apontava pelo
menos dez irmandades 1a constttUldas, naquele m?mento em qnt
a região praticamente desabrochava l<. Neste ambtente onde
jn1des de diversas religioens, levados pelo espírito do lmeresu, t
mio do hem das Almas .. enrrarlio logo a perturbar o socego dos
povos ~ 8 •
não foram os religiosos de ofício os responsáveis pela implantação
da fé, mas sim os leigos - senhores e escravos - , indiferente·
mente de sua condição social. Neste primeiro momento da socie-
dade mineradora, praticamente não há rígido escalonamento;
os escrm·os não se apanam muito de seus donos quanto ao sisltma
de vida. O trabalho ; um só: o cata, as dificuldades, as mrsmm;
a/imentaçiio, igual; o convívio, prrnumeme29.
1.1

Nesse contexto é que surgiram as irmandades mineiras. A sim-


pl es verificação das datas de seu aparecimento (v. anexo 14) re-
trata com fidelidade o quadro social dos pri meiros tempos da Capi-
tania. Embora seja da invocação de Nossa Senhora do Rosário a
primeira irmandade de que se tem notícia documentalmente em
Minas Gerais, as mais numerosas, nessa ocasião, eram as do San·
tíssimo Sacramento. Isto significa que, enquanto os grupos domi-
nantes im_P:unham o culto do Santíssimo no altar· mor, os outros seg·
mentes, também chamados a participar do esforço coletivo para a
construção dos teme_los, se contentavam em ho menagear seus pro-
tetores nos altares laterais. Aliás, a análise dos oragos das irman·
dades enseja identificar os momentos de arregimentação dos seus
integ~an.tes, ao mesmo tempo em que retrata a própria evolução
1 econom1ca e social da Capitania.
f Acompanhe-se, por exemplo, a evotuçl.o das ereções das ir-
mandades do Santíssimo Sacramento e, automaticamente, se estará
a perceber. a evotoçl.o e a polarizaçl.o ·urbanas da Capitania, pois
essas llSSOCiações, por uma disposiçlo 1ep1, só poderiam ser cons-
titufdas C8DODicameate 111111 ignju paroquiais. Por outro lado, en·

~=-~~Pr. ~Aiarltuto~Hist6ria das lmllt8


1. 9, 1mo .....::-p. l-8. 1.111Joa. Otic. de Aldmo P. Gabram, t707/2J.
::~ ~~· f.23t-SL
RAPM~ ~ pua o IQYemO da capi~a~~ia
Minu OcraiL la· de
n v~·Sylftode, ~~~v. l,p. 448.
~~~i~~~ n;~·~~:~d:~~~ti~~~ua \=~~:~e d~i~~~raG~~~~~~meen~~ ~;~
(i,)11ç,
1\o (j.H,"I'L. pwtctM do' homen~ ~ardo~- O mesmo sucedeu
,·,•m " ,,lf~1mcnto d,1~ c•rdcn' tcr~c,ra~. mMLtULdas ba~icamente por
comcr(ianic~. fundnn;LriO' i!raJuados. militlll'eS e intelectuais. que
umt>,m .,., ,c ••rg.1Junram cn1 meado' da ccntuna. Enquanto ~
mU',"" nii<> -.c ~-,m-.htuLram (<lm<> grupo atuante e com \"Ol ativa
nu (onjun\11 'lXLal. me\L~ILU uma irmandade de Sant~ ~eetha na
('ap1tania de \lm.t•- Emtx•ra ja ''. ~on~tata"e a ex.bt_cneta de de·
\'Oto~ em meadth d<> \C(<Jlo antenor, "'mente no mu:to do Oito-
cento~ é que ela -.c c.>n\tituiu form.almente. -..o-,mom~ntos em qu~
o militarismo e a opre\são reprc"L'a foram ma1s efelivo~. não fo1
pm a~;'"' i.JUC surgiram irmandade\ d<> Senhor dos Passo~. Quando
se tlc,cn<ol<cu um turto artistko, não deve causar estranheza o
ad<cntt> de irmandade-. de São Ju,~. protetor d<l~ artifices. Se. num
primeiro mmnento. o que imrortava ao negro era encontrar con-
~olo num -.anto a'' qual -.e trammiti~~cm as lamúrias das pesadas
jornada' de trabalho, dctemlinando a proliferaç;ío de irmandades
de r-.:o..-a SenhNil do Ro~;irio, com o correr do século o intcres,c
voltou-se para Nossa Senhora das \1 crc~s, cujo orago idetJtificava-
·Se com a redem,:ão do~ ca ti~ os, a quem, inclusive oficinlmente, se
delega~am podere~ de resgatar irmfLOS cativos. Se. no entanto, o
imediatismo da escolha do orago não é tamanho. e~pl ica-se que as
irmandades que bu ~a~am celebrar o resgate das almas do purga-
tório, por elas mesmas e pelo ~eu gua rdi ão, São Miguel. tenham
surgido ao longo de todo o período. Se, além disso, se quiser iden-
tificar a proced(ncia de certos conjuntos de pessoas para o po\'oa-
mento da região. apele-se para in\·ocações como as de Nossa Se-
nhora da Conceição. padroeira do Reino, ou do Senhor Bom J esus
de Matosinhos, santo característico do norte português e de rara
invocação no 1i10ral da Colônia.
Em suma, o que se quer di1er é que, embora teoricamente a
invocação e o culto do~ santo~ tenham ~ido incentivados por decre-
tos reformistas do Concilio de Trento, eles corrcspondiam a reivin-
dicações C'S1encialmente i mediati~tas e temporais, retratando o cará·
ter intimista e familiar do culto. ()o; santos poderiam, dessa forma,
ser consideradm ··~ímbolos da \ t rdade racial e social do Brasil" •·
Nossa Senhora do RosArio, São Bem:di to, São E lesb;lo, Santa Efi-

•HoouLuaT, Ed111rdo. HUI.Jr/11 J11 lgrr~ no Brasil. 1. l, p. 352; FnnE,


Giltiteno. c - Gnuul~ & S'n:tl/Q. 10. W. Rio de J1nciro, JOIO! 0\~ mpio, \961
"·I, p. 34 1 d Mfll- Sobre u. orap du •rman<Jad ~ mineiru, oonw ltcm·$C
u._3,4,S.tetral»lbo
16 A PJ.ESENÇA DAS JltMANDADES
-
gênia eram invocações dos negr()s não are~as pela afinidade tpi.
dérmica ou pela identidade de ongem gcograf1ca, mas tam~m pela
identidade com suas agruras. Os "santo\ do~ brancos" -supunha-
-se - não saberiam compreender os dis~abores e os sofrimentos
dos negros.
Toda a análise conduz à constatação da onipresença das u-
mandades em Minas Gerais no período colonial e a conseqUente
impossibilidade de o indivíduo vi\·er à margem de sc:us quadros.
SeJa pelo que elas representavam na região onde a proibição à fi.n·
ção de ordens religiosas implicitamente transferia -lhes os encargos
dos ofícios religiosos e mesmo da construção dos templos. seja pelos
dispendiosos encargos de caráter assistencial que o Estado também
lhes transferiu, seja atendendo os seus próprios confrades, ampa·
rando-os na doença, na velhice e na morle, seja socorrendo os dt-
samparados como se irmãos fossem, como também pelos socorros
financeiros que elas levavam a seus associados. Não esquecendo
que, no caso específico de irmandades de negros, algumas delu
foram além, fun cionando como veículo de liberlação de seus tntc·
grantes, ao alforriá-los.
Por isso, o Estado esteve sempre atento. Atento no sentido de
fazer cump ri r a legislação vigente, observando bem de perto o de-
sabrochar de novas agremiações. Analisem-se, por exemplo, OS
Compromiuos, isto é, os estatutos das irmandades. A partir do
início do século XVIII, a ercçio passou a ser regulada pelas Coos-
lltutções Primeiras do Arcebispado da Bahia. Este documento, que
deveria nortear toda 1 vida reJi&iou da Colônia, em seu Título
LX, parágrafo 867, determina a obriptoriedade de as irmandades
eclesiásticas remeterem MUI Compromiuos para aprovação pelo
Bi_spo ••. Todavia. auapre ftlllahar que a elaboraçio do Compro-
misso poderia nio coiaddir COIIl a 'Poca de orpnizaçio dJ umall'"
dade. Aliás. aa IUiot pu111 üa ....., tlpec:ialmerne na prime•r•
metade do KcWo XVID. illo 111o oc:onwa. o mais freqQetlte era
cena dd....- da e...po -.. oa doil 1101. Dessa maneira. 1
dali! de elabon;lo do~ 6 llqUela 111 qual a in:nandadt
pleiteia,.,., )ldlloo. ,._.. liDr . . exillaac:ia c:oafirmada dt
a.
~IIN, poil • ,....... .1' allda. cwtoa a101. como no dJs
triii&Dd.clel-........,..,
- ............ _O~iDailliu,o
. , . ........ _ qoenio
...i<'<"
11

:'-.::::===c
...__ . . . , ... I ........ .....
_._V~~W~n~ ~
MSIO ......
·-,, da irm;mdai.lc crou s<'mprc aci rradas disputas en tre autoridades
ccJe, ia t•c 'c.:U];,jtc li \ ll E~tado ~e mostrava cioso do exer-

·-" CICIO do I' .. J aJo. \ pr '' ~ao regi<~ de 4 de janeiro de 1751 reco-
m.:ndava ao B• po de \I,Hi .. na, c<Jm base em Resolução de 8 de
novembro do ano anterior, 'iue ·
116 U<IV úu L r .U irm m1o ml,.r<t'VO o arlfhorldod .. do
(Jnnh w Q Jt num P•>dt•m """U' r<'IP<'II"r /.rdt'ziaslicos, nt m fnu-
'· '' 11 1 I.Uu Ju r· ,t , r~ t' •iz ita da /Jupn uwiJ doqu" naquillo

·- \I ..
Ir
I llrt "" ' 11' uwJd qut' drpml " mt'Smo ordinario aJ
'Jtd tf
m t •
C 1 m {ltOiftJSSO, t' ApprO>a(tJO, .. OS Confrud t'l St'
f11Uirllo f our /.cclt'~IUIIINU >2

Er.t flmd.tmental 1mpcdir que C\\C\ gri:mios pudessem vi r a


rcprC\cnt.tr um organi~nw furte, com o q ual o Estado Absolutista
>e pre<)O.:Ufl3"C. Vigilante também fica\!\ o Estado quan to aos in-
conveniente' da in~talação de duas ou mais irma ndades co m os
me,mc" orag<l\ e fin~. na mc~ma localidade. A legi~ l ação canô-
nica de então era ba$\ante el:plicita a te~peito. ~ a Q uarcumqu~.
Gemente \" 111 fi1era con~tar que uma irmandade poderia se r criada,
rom '"mo qu~ no mr11no loRar. nrm rm outro próximo no d/sran -
âa dt /ris milhas. mio tflrja já rrrcla OU/ro 101 Con fraria umr·
/lumttu.
Ra ras excei;ÕC:S se ab riam. Uma delas. no melhor espí rito contra-
-reformista q ue presidia a Sagrada Congregação de Indulgências,
privilegiava as irmanda des do Sant íssi mo Sacramento, que pode-
riam ter dup licidade ou até mais, delas não se e:{igindo resguardar
a distlncia prefixada, conforme decisão da referida Congregação,
datada de 7 de fevereiro de 1607 e aprovada pelo Papa Paulo V ...
Mas. via de regra, tais dete rminações foram cumpridas na Capitania
aaiDeira. embora a locali1.ação indisciplinada e irregular das povoa-
l:lel mmeiru nio obedecesse a planejamentos aprioristicos e, con-
seqlememaue. impossibilitasse o dimensionamento das distâncias.
Bll 7 ele jwtbo de 1773, emitindo parecer sobre reque rimento de
28 A l'RESf..NÇA DAS IRMAN DAOES

confirmação do compromiss? da Irmandade de Nossa Senhora do


Rosário dos Pretos. no Arraml do Mor_ro Vermelho, o Ouvidor da
Comarca do Rio das Velh as pronunctava-se negativamente. afir-
mando que a irmandade não se justifi~ava. devido à curta distância
{cerca de uma légua ) daquela localtdade até a igreja matriz dt
Sabará. E concluía que
tra mais colurtlllt qut dentro da mesmtJ Capei/a uigisum tlltl
o Seu Alwr, e Confraria,
evitando-se, assim,
as indeceucins que obJen·o nesw Comarca na multiplicidadt dt
Cape/las pobres~~•.
De toda forma, sem analisar por ora, mais profundamente. a
presença c a açiio do Estado junto às irmandades, uma conclur.ão
parece irrcfutável: a proliferação daquelas entidades exigiu do ga-
verno metropolitano o estabelecimento de uma política capaz de
canalizar para o seu interior o expressivo vigor que se encontrava
nas irmandades. Assim. mio eram infundadas as observações que,
no apagar do século, fazia Maninho de Melo e Castro, aos depu·
tados da Mesa da Consciéncia e Ordens:
1-fe muito para rectllf que todo o Brazil se acha inundado de .~im. "
Associaroens dehtjixo do riwlo de Confrarias, e lrmandadts, um
éj sr saib<J o mimero d'e/las, 11tm os indivíduos de que cada h1~mo
se compoem, "em se rodas ou maior pane seguem o mesmo crmu-
now sistema das Minas Gerais. E undo bem conhecidos os dam·
nos lj rem rezulrado aos Estados SobertJIIos de muitas dtJS d."'
Associarot rls erulus ao prindpio debaixo do titulo de pirdodt. ~
devoção, r C011\'ertido depoU em Convenliculos sediciozos, t an-
gem de m."" e m-'G /UIIt!SfO$ «<IItn:imentos".
Na verdade, a rdJexio do ministro significava mais um aleru
que uma denúncia. Toda\oia, o que importa assinalar é a se\'era
e permanente fiscalizaçlo que a Coroa exerceu sobre as irmanda-
des coloniais, notadameatct 11 de Minas Gerais Assinalar a apreen·
são e o temor du auiOriclrtdlt pu1l com ~ associações, que

~ .UI. fll. Sb/2. --c-ta do Jntcndcmle ~ervindo d_e


Ouvidor da_ C:O...U. do ......_ , _ . Pra. 'Yiamal S.• iDformar nquen·
0

~~ d~::-.: =:.t ~:a:.==-~~ c: ~::;,~~~


:~~on~~:~::::·~~~:.."ra·
I.J Lrbanitaçio ~ im1andade~ e111 \tina~ Gerai~
O o~<:h. -r~n· 1 J~ ,,w•o ,, '''' · ...1rd hr."rkrr<l, na r~gião que
~~~~~=~em> -f1~~,',~ ;~~~:~~~;:~~::'~:~~ ;•.t~r~~::;~1: ~.1h~,·~ó~i~~~~~; ~:~::~~~
1

ta r.;>J,m.< lrat.o-'e ,\o'_~,rrc"tHl c,_,·mpl<' <.k ''~upação C\·


~~J':' ~~··~~~·~~.~~~~J,,' ~:~~.:~:-r,\r~··';,ulr~~~~ '~'~ ~~~~~ a~a ~~~~r~~;o~~=~~
lJUC ,, h••mrm pudc"e "rt.H O ~hão fni que determinou a fixação
hum.1na. \' .:<lndi~··ic' ~r••lógrca' ''11 "'l"'~ráfKa\. a1t1mctrica~ ou
clim.!tr.'ol~ n,h, ,c tnn,tillnram em oh,toiculn~ para a localização
dos pl)H'ado\ mineirtl\ -_ \o cnntr;rrio. C\IC\ se derramaram sobre
:Is cumeadlls. em lug;trC\ de tllft<'il acco;s,r; em deeorrCncia. como já
foi dito, nilo hou\e dimcn•i<lnamento de di,tâncias entre eles. Ne~sa
perspectiva. tais lli!lomcrado' desafiaram simultaneamente, de um
lado. a natureza; de outro, o E~tado. Aquela, eles sobrepujaram;
neste, encontraram ...:na resrstCm:ra.
A Metrópole. ate então umbiliealmente atada aos limites \ito-
rineos da Serra do Mar. com o novo e\·ento, redirecionou sua ação
colonizadora. deliberando
inruvir muis tnn1ficumtnl<' nos n.-gócio.r J.- ma poSS<'SS<Ãtl ultra·
miUina, mas (sic) par<! u<ar dt uma .-nrrgia puram.-ntt rtpr.-niva.
po/icUJ. <' mtntU did~tida a .-di/i('<lr aiRUIIIQ roisa dt pumtll'ltnlt
do qut 11 11bsontr tud<J quunto Ih.- /osst d.- imtdiiJIO provtiiO '"

•: Sot;u. Wuhtnrton Pduao All>ono de ' ' h~ôes da~ 'ilas e cidades de
Moua G~- In : 11 ' Snrai!Odrlo d~ 1:<111Jm. \,onrirt». lklo Horizonte. UFMG,
1977. p. 111 . O autor dntaca tam~m a re.:uhnld.ade do c:u.o min~itO.
dlamaDdo a atcno;;lo rara o fato de que a ci\>huçio urbaltll que ali se
ddlaeia vdfttol, do ciUl>CO uemplo t da trad•cional conc~pção das cidudn
. . _ , e li&ld» ao '""'"lld e funcionando como !>uas praladora>. de ~~er­
._, .o- 1cmp0 que drpendentl.'l das :lreas rorais pró~tmas. onde w
eHI'OII a all~e búaca d!r população Fkaa marcado 11(6 primónl101
do ll6culo XVIII. em Monu Gerail, portanto. o uemplo e a e~pcriêncía dcfi·
llitift.-~urbamotntimamenteinlt'Jntdaàati,idadcbá,icaeler·
drk .a rW, IObnr o qual ~ u.senta~ (or. cit. p. 99)
• ......_, S6rJio ~ de RDIUI do BrDJil. 3.· ed. Rio de Janeiro.
CIM~I9S6.p.U9

'
30 A PRESE NÇA DAS IRMANDADES

Com esse firme propósito, penetrou em terreno sem "tradições an.


teriores", po ~ isso ~tes.mo susc:tível_ a_ qu~lquer forma de explora.
ção. Ademats, terntóno que nao dlsllngut~ seus ocupantes. AcQ.
tava-os todos, em especial aqueles que vmham sedentos da auri
.•acra james. O novel território reeebia~os com suas en~ranhas pre.
nhes de ouro, com a atração do enr t'luccimcnto fáctl e rápido,
Dessa forma, a ocupação inicial da região se ligou diretamente à
exploração das riquezas do solo, ou melhor, ao regime de oon~
são das dotas. A configuração do sentido da vida urbana que viria
caracterizar a Capitania originava-se, pois, das aproximações e das
ligações entre as datas JV, conferindo à ur banização de Minas Ge·
rais um tratamento antitético à dispersão e à descontinuidade en·
centradas no litoral.
Além do mais, o caráter aluvionário demonstrava a instabili·
dade e a incerteza da exploração aurífera que, às vezes, consistia
em veios de du ração efêmera. Assim, conquanto a vida urbana dos
primeiros tempos fosse condicionada pela extração e pela produção
do ouro, outras ati vidades se organizaram para lhes dar supone e
respaldo. Sabe-se hoje que o que manteve viva a di nâmica da1
povoações coloniais mineiras, mormente na segunda metade do s~·
cuJo, não foi a exploração aurífera, mas outras atividades e insh·
tuições, como o comércio, a admi nistração, as forças militares, ~
variada produção cultural e as associações leigas. O ouro, por Sl
som~nte, não chegou a gerar riquezas para os indivíduos que com
ele hdavam no dia-a-dia.
E_m Ouro Prelo, Sabará ou S. João Del R ei, 0 ouro jamais propo:·
c1onou ? consolidação de /Ort/UUU pruticulcues e o eslflbili;pÇQ(>
econôm1ca40.

A di visão s~cia l ~ trabalho. condição btsica para o surgimento .c


a _m~ut~nçao da vuta lUbana. 00 caso especffico das Minas GeraiS
nao. Slgluficava riqueza. A cuacterfstica ali era a pobreza. A afir·
mauva :- por sinal. incontesd.vd _ da existência de um mercado
consum1dor nio lmpllca em uto-tuficiencia econ6mica. De toda
forma, Pode-se dizer que o deaeavolvime:nto e a consolidação dos
povoados ~veram estRita e diretameate vinculados ao incremento
do comtrao de ~ da vida administrativa, artística. cu\·
tural e religiosa. ........._. t. c:alat. a "'venda.., as tropas e a

=~U., WIIhJqlaa . . .. . .. . ~p.99-100. .


Rew~~ t ::::t: .... tt'p.~doTejueo.lll·
~reJa torn.tram ~ o' eleme n to~ e\~e n ciais e permanentes da fixa·
çiio pqpul;~çtonal
PDr outro lado, embo~a na'o<:i do~ espontaneamente, os aglo-
mcrad ·~ ucQ.,nos mlnctw' n~o p11dcram e'colher seu destino. S ão
foram donos dck. '~o se t:<lr"ntlllram administrativamente. pois
q11e re\:eheram adrniJu,tr;...;ao de fora. Logo <;C ntiram o pe<iO da
llltela do [,tado -\h<;e~]uu,u, ali introdU!tdo não com o objeti\'O de
planeJa·los, mas de gar.mm ... ua hc):cmoma sobre a região, atra,·és
de uma a~;iio p<tltllt:a C\ldcn~;i:lda. por C\emplo. na escolha de
dcterminadus p<•\Oad<)' hlrmalmctltc tran,f~lfmados em \ilas. Ne·
nhuma cidade. em pnn<:ipu1. Ah!t'. urna ..0 ódade du rante todo o
período cnlomal, a"tm mc,mo p<H ra!ÚC\ e,peciai~- O objetivo era
bem dehntdn: a crc<;an da' \i la\ unha o ,t"mido político de porst da
nnva arca" \kdnla C~'en<:talmcntc admini\trati\'a, isto é, medida
fiscalt,ta. O rr••ptt\tt<> era fucr de antigos arraiais ~e des de órgãos
admmt\lf~\IVO<;. l'llc',ttrcg.•dn' de tribu tar a no•·a riqueza e o co-
máctn dela d~1-nrrcntc Paralelamente. pcMava·se que a nece~~i·
d;.~dc de ampli:.ça<l da açáo g(wemamcntal sobre o restante da área.
'Dhre nn\U\ nLu:lcn' de c\lra1,<•o. ~-iria deter mil\3r, no futu ro, n o va ~
clevaçile\ c ofitlalilitÇÔ~\ de po~oado~. [ s\eS fa tos testemunham à
exaustão que era d1fíci! e~<:apar a ação do Estado: significa dizer,
era dificil h11rlar o fi~<:o. De~~a forma, gradativamente os intere~w~
locais cederam vv ao~ da Coroa O caráter centrípeto dos pri mór·
dios deu luga r ao centrifugi\mO, que aco mpanhou o declínio da
extração aurífera no mo mento da ruralizaçào.
Cont udo, quanto mais repre<>si~a e opressora foi a ação fisca·
lista do Estado, mai ~ acentuadamente se manifestou o espírito asso-
ciacionista da população, como se evidencia, por exemplo. na aná·
lise evolutiva das a~<;Ociações leigas surgidas em \ hnas naquele
período. Este ~ um dos pontos rele ~antes deste trabalho. cuja com·
preensão pode ser iniciada com a afirmati"a de que as irmandades
mtneiras foram. em seus pri mórdios, uma forma de manifestação
e de defesa dos interesses das populações locais, vale dizer. dos
interesses dos arraiais e das fr eguesias. Em outros termos, isto sig·
nitica que elas despontaram não como expressão de centros dese n·
volvidos. mas se confundiram com o próprio surgimento dos aglo-
merados urbanos, fazendo-se presentes em todas as partes da Capi·
tania, sem se concentrarem nos principais núcleos populacionais. O
correto seri. afinnar que as innandades se caracterizaram por uma
acmwada disseminaçlo. Quem observa os mapas percebe, logo à

•ISouz&..WalhinpoaPciUIOAlbiiiOdc Op.eít..p.\60.
32 A PRESEN~ DAS IRMANDADES

primeira vista, que elas se organizaram nos mais distantes e dil·t"·


sificados rincões da região aurífera (v. anexos 6 a 13).
Por outro lado. ainda do ponto de vista cronológico. as irmaq.
dades mineiras chegaram mesmo a se constituir anteriormem~ 1
instalação do aparelho burocrático e militar, o que permite avent 31
a hipótese de que a solidez e a permanência da vida urbana ern
Minas Gerais dcvernm-se mais a essas comunidades leigas que ao
Estado português. Poder-se-ia mesmo conjeturar que, enquanto ~111
último exerceu na Capitania. através do fisco, funçã o p rcdom inar~o
temente po!ltico-administrativa, as irmandades se responsabi!ilaram
por grande parte das funções urbanas. Bastaria recordar, a propô-
sito, que o quadro evolutivo da ocupação espacial e da socieda&
mineira desenha-se concomitantemente ao das igrejas c. por via de
decorrência, das associações leigas que lhe suportavam o ônus, quer
da construção, quer da manutenção 4 2.
Acrescente-se mais que, em cada um dos povo~dos mineiros.
em seus primórdios, o que existia era uma rua princtpal, responsi·
vel pela interligação entre os bairros. Na realidade, era uma estrada
que, vinda desde o litoral, se embrenhava pelo sertão (v. ane~a
~e)~10 Od~ú;~:~as~e~~~o a~~~~i~:.rde, como se fosse mero desdobra·

correspondendo mais tlOs limitrs dr du(JS povoações vidnluu qut


centro de irrodioção d~ltu ta.
Já se disse que
a r:idade mineira 1llo trm ftuprtJ nt>m altura só um comprimtnto
Parec~~: um mmirrlro;l runa f/(U#Jit>m«. '
URBA..;I~ÇÃO E IRMANDADES I!.M MINAS GEJU.IS 33

'\~da mais \'crdadciro. A~ con~truçõcs, espccia~mente as igr~jas,


t>alil;t 1·am cs~c caminh0 c a imponãncia dos bmrros era aval111da
1
wto 1 ~manho. pela impon~ncia e pelo número de seus te":lplos. A
f<l!\·a c 0 ''lj?.clr cie1,; centros urhanos pa~sav_am a ser aufendos pela
rtquc~;tc' pclo.1 C\prcssi,icbde de \tias 1greps .. o que resultava em
tiiTI a[Hl <:>pirito de compclh;:w entre _os b:nrros. e/ou entre os
<~rraiai'. ><inda lwjc um dos traço> dcft rlldorcs da vtda dos aglornc-
rad''' httmarw'i d~ rc~iào da> mitws. Sem falar também que essas
c!isputas foram. sinwltanc:mlcntc. um impona:n e age_nte propulsor
do processo de urbanizaç;lo d~~'"' Jlar:t)!l'll\. WJõ:l func1ona ndo como

~;:~:~:·rf .::~~~ ~~,~~~'~a:i l~eç~ú: r~:~c;i ,'.~cl i~~:;;~~ ~~ ~~c~~r:·i·a~sei, ~. a~~~:~~


na rc·eiá<J mitll'radora os :~grupamento' hurnantl';_c urbanos se atrat-
r;un I;Ju\Uamcntc. em um<~ m;mlfC<;ta tcndl-ncw micial de centripe-
ti~mo_ C<)n\0 <Jfirma BJrros de Castro.
" •-ui" 11 rhmoa uí .•e Je.<erli'nh·it• "" •·izin/umça llll!$ma das ari>•ida-
:;:;~ ~;~;;;;;;:/:;·,, '!;~:7:11:;;.11 /"~":'i,,;•;;;;•,.;~;;~~$ d:rr~~;:~~~i~s ~ ~~~~~;:;,i~~i:
17
que cedo drspommiam '"' re11iúo .

Considere-se também que o ritmo de formação e dcscnvo\vi-


mcnlo das irmandades superava idêntico processo na constituiç.ão
dos povoados. Enquanto para esse~ últimos, no caso de uma loca-
lidade se situar geograficamente próxima a outra, a conseqiiência
natural era a de que uma das duas acabava por tolher o de~cnvol­
vimento da outra (exemplos: Vila Ri ca abafou Mariana; o Arraial
do Tejuco fez o mesmo com a Vila do Príncipe), no caso das ir-
mandades tal parece não ter ocorrido. A proliferação e a quanti-
dade de im1and ades devem ter sido constantes em todas as povoa-
ções mineiras (cf_ anexos 5 a 13), o que permite supor que não é
o grau de importância ou de desenvolvimento da localidade que
determinava necessariamente o número de associações leigas nela
criadas. A salientar, além disso, que essas quantidades de soda!í-

~AHUIMG- Doc. Av.- Cai xa 9 1. (2711/1769); AN1"T- Chan~elnri9


Real de O. JOSI! I. Comuns. L ivro 31, Os. 9~v l 6v: APMISC. Cód. 11\,
11 6; lu.u!s, FriiZ Teixeira de. Op. ci1 .. p, 44 e 76: LoHs. Francisco AniÕ·
lllo. 0p. GIL. p. 63: ld.. Os Palácio! tlt I'i/a Rica. B:lo Horizonte, I mprensa
O&W.:195S.p.l93.
4itfw tlllllllp]o. a a:mstrução da Igreja da Ordem Terceira de Nos"" Senhora
~-S.bart,procurava ~on~iliarasquerelasentreoarraialda
Vtlla o o unial da Barra do Sabará (cf. PASSOS, Zoroastro Viann9
• .....,.doS..bará. v. I, p. 2 1-2).
AaiOalo B:anos de. 7 ensaios sobre a e~o11omio bra.si/eira. Rio
. . . . . . v.l,p.14.
34 A 'lUEi'IÇA OAS !UIANDADES

cios. de certa forma, se multiplicavam, .pois irmandades de u.m


mesmo orago situadas . em localidades diferentes manunham ~rt-
d~e;~~~~n~:n~:r;~~~ ~~1:~i::'d~e~:~~~ados casos, umas filiau
0 q 11 e 1ambtm caracuri~n n ltiçUO grupnl t dt dt/tso d01 JnltrtJJtl
1/oJdiYtriOS tSIOmtn/().ISotllllli 11/igii{'ÕQ qllt 111 lflr!Undcu/tsrJ//1-
bt/tcitJm, como st fosst uma rtdr; IJ/raYI~ diiS cidndts dt. Mintu
Um irnulo dt dt'tumimuia corporaçlio. dJgnmw, dr; Mcmana, 110
chtgtJr a São João Dtl Rti ou Subnrd, tra nctbido ptlos lott~il
como "irmilo~••.
Sem contar ainda que, certas associações, como a~ ordens terceiras,
para além de se concentrarem em •greja e em local•dade-sede se su_b-
dividiam em prtsfdias, espalhadas por toda a extensão da Capita~ll,
quando nio chegavam mesmo ao requmte de terem essas fiba1t
instaladas de acordo com a subd•visio políllco-administrauva du
vilas, ilto ~.uma presidia para cada bairro existente no interior du
vilas".
Por último, assinale-se que nAo deve causar surpresa o fato de
que as innandades acompanharam de perto as alterações nas ativi·
dades econômicas e sociais da Capitania no decorrer do s&ulo.
Nessa medida, elas não estiveram l margem da grande movimen-
tação demogrMica que afetou Minas Gerais na virada do setecentos.
em virtude da conjugação de tr~s fatores básicos apontados por Car·
rato: o agravamento sempre crescente da crise aurífera, o terro-
rismo policial e politico pós-Conjuraçio de 1789 e o natural espí·
rito de aventura, caracteristico c1u peuou que lidavam com o
ouro ... Antes, participaram da "diápora", reorlentando-se em di-
reçlo ao centrifugismo dapontante. Tome-te, por exemplo, o ocor-
ndo na comarca do Rio dH Mon.ea. tida. na ocuii o, como a de
ma1or eoncentraçlo populldoa.t, a mma '"viJtola e abundante", no
diur de Teixeira Coelho 11, devido Dlo IOineDte a um intenso
cornhcio, como tamWm M atnlç6el de 1eu f~rtil solo e extensiva
pecu'na. Localidadel como Baepeodl, Pouso Alto, Campanha e
Dores do PIDtaDo ~e delenvolwram-te paralelamente

.~,.... ... o,.ca..,.no~


~.:..'=:':..c:....-:.::.= r~:. ~~r~
V........... lyhio a 11#11 Ria
P- 12J..4).
i.~,..,
I
......... ,.... .......... _,_ .......
(tiL ...

c--. ... Joio n..lra. 0,. ....... G4,


t...,.il
liiBASll.A~~O r IR"'ANDAOU E~ MINAS (lEIUIS JS

à constituição e ao desenvolvimento de expressivas irmandades {v.


anexos 13 e 14). Por is<>o, ~c o ouro declinava, nào significava que
o espírito a~'>OCiacionista '>e apagava. Pelo contrário, este recrudes-
cia, pelo que !.e con\tata no ele\ ado nUmero de irmandades surgi·
das na segunda metade do \éculo {v. anexos, npedalmente os de
mi.mc:ros I e 2). O arrocho fío;cal. como foi dito, ao mesmo tempo
que fonalc:cia o quadro burocrático. alimentava os quadros sociais
das associações leigas. l'ar.telasafluiram não mais (e apenas) mi-
neradores c seus escravo~. como tambtm comerciantes, militares,
autoridades civis, burocratas e suas escravarias, !.em esquecer a pre·
sença de um novo elemento: o trabalhador livre, fruto direto do
desenvolvimento da vida urbana em Mtnas Gerais e que conferiu
a esta ronuJ pe-culiar. Por sua obra e ação é que floresceu uma
intensa e exuberante vida intelectual c artística. Mas não é este o
local mais adc:<juado para se ressaltar suas realiuções.
2 RELIGIÃO E IGREJA SOB 0 ESTADO ABSOLliTISTA
PORTUGUts

2. 1 Rt ligiio, lgrt ja e Estado em Portugal setecentisla


nuando, na primavera de 1564, a erudita representação por-
tugue~a ao Concílio de Trento regressou a Lisboa, o regente Car·
deal D. Henrique ordenou que se preparasse uma pomposa soleni·
dade durante a qual EI-Rei pudesse "receber'' e chancelar como
leis do reino os decretos conciliares. Ato continuo, através de si·
nodos e concílios provinciais, os ditames tridentinos foram acatado$
por toda a nação portugue~. tendo à frente a prestigiosa figu ra de
D. Frei Bartolomeu dos Mártires, An:ebispo de Braga, uma esp«ie
de São Carlos Borromeu português. A importância desse fato está
em que, em Portugal, a adoção das propostas da Refonna Cató-
lica niio se caracterizou pelo combate às novas religiões mas ~ im
pelas tentativas de mudanças e de re novação processadas no inte-
rior da Igreja Católica. Vaie dizer (jUC a Igreja em Portugal im-
plementana sua ação dent ro de uma política contra-reformista, uu-
lizando como instrumentos básicos a Companhia de Jesus e a In·
qUIMÇào, ah msta\adas desde 1540 e 1532 , respectivamente.
No dtzer de Oliveira Martins, para os portugueses,
o catolicís1110 não ttrtl tntao - COII'tO o t!ra a rttli,itlo prottsttllllt
- umn /~ lntil'fWI t! llluortr~Utt: ttrc '"'1111 convicçiJo para uns, u""'
t"On~ll'"fllo paro 0\111101, . _ co.vMUndtl ptua nu~iros, tt um dn-
wurumttniO PGnJ 011 ü l - . . U.lf)inmrrts d4 jl. Havia dutrta
uma a/irrrttllfàa ,....,._ ......,._ t! t>lolt!llla; nwu dnapGft!l:il'ftl 11
urumt~ i~ t!..,..,.,... dtJ CFt'llfill. qw radica tU rtll·
f/Õt!J._ O CCI~--.,...,.... crlu, dt' qw sártJ mal/ll'ridtJ;
11' o Viol#ltdc COIII 9W u ,_,.,... .,.... dt"ttundaltdo quil' /itiiT~
lll'ndo. flltla .,.. u,..., â ~t! do qNt! uma uptlrUâtl
d ll' l il'lfl'-"'o , . , . ,. blo /cD. QM1 ftl~ 0 povo Utff ft!lttf(l' O
tarol;tU-. 1-.....,,..,.. ,.,.._.to: 1 flllt','
/lttmdo com •
:r.:::..:..~=....~~~~~~~n:oa::

·---·-
-~::--,..--ltiiÇClactll61~dll'-

. . . . &CIII.M.IIIL'f ............... ,..,._. ~J~boa.O.U·


IIElkil.Õ.O, l<.óiii!JA E l:.STADO E lo! I'•>IITtJ(lAl. J7

Por outro lado. a religiosidade portuguesa se e:o:prc~aria por


ah)) e'tcrnn\, pelo culto ao~ santos c nio por rcne:o:õcs dogmáticas;
muito mai' ror pnx:i,,oc, e ruuali~JTtOS que po r introspecção cspi-
ttu.t A magniftá·m·t;t da' cerimônias religiosa' nã o se opunha
urn.t rcligtãu .:otl'"tcnte e aprufundad3 na fé. Acrescen te-se ainda
ljU<' a rchg1:-to em ~<lftugal de,dc a\ origens como naçiio indepen-
dente. fura uma fu,ao dl.' clemente><; ctmcos dt\·e~tficado~ ( ro manos.
mu.;uhnaml\, JUdt:U\, ct.:.l. Etni:t t:to di\ en;ificada ge raria rc ligiiio
c"cn.:ialml'ntc ,mcr<iuça e ccktica ' · O re~uhaJo foi uma religião
C\tl'riori\ta, cpidümica, caracterizada por um ·'ritu.tlismo festivo",
tão ao gu\to d;t época, como obscrvaya Oumouri cz., na segunda
metade do s.!culo X.\"111
qmm1o "''"'H" as I'"'WR"t~tl w11 bons ChrisrtloJ, m 11i1 1'1/U J<lo
unido • '"' Ull',;o, da Rl'liKiiJo 1.
Semelhantes ob~crv açôes tam bém fize ram outros viajantes es-
trangeiros que vi\aaram ou ~i\·cram nas terras lusitan as durant e o
Antigo Regtme. dcn unci:~n do mio apenas os aspectos ex teriores do
culto, mas t:~ m bé m o co mpo rtamen to inadequad o e d e~respeitoso
d ~ nt ro dos templos duran te as funções litUrgicas. a ausência da prá-
tica de virt udes mora is e cristãs, de amor ao pró ximo e de caridade
evangd ica •. Salient e·sc. ai nda que ta i~ relatos não dc~em r.er cre-
ditados, como comum en te se tem feito, à \·isão preconceituou. atri-
buída a esses estrangeiros. Os próprios govcrn~ntcs portugueses
dava m-se conta dos excessos comeudos na grandiosidade do culto.
Como ressalta Jaime Co rtesão,
jd l'm J714 D. l odo V dl'll'T"'""" 0 q" t ffOJ proâssõts dl' Corpo
dt Dtus jruum l'limmt>dos jogoJ, danf <U t figurru, oindtl que rl'pTt-

: o tcl~t wno rehpo~a, o m1.ti o de cle~nt01 do n.tohci5mo. do ist.-


M _ ..

m.....o. do fetich wno africano. etc., produz.•ndo uma rehaillo "'j


ltntrir, per-
meada de IUpetllti.; õc:J, de oituail m'licos,deftiiiÇarias. Ajuntando a iuoo
sublidio ma11 poder010 do medieVIIiUno d«adtnl~. \~r-se-' ali o quadro da
reloailo'" (MO"'TUUU-110, Joio Alfrro<> de Souz.a. E•oluçrlo do Cruolit-mno
1W B,fllil. PetrópoiLJ. Vwn. 1972. p. 18). R~çorra•oc também ao cl'-sico
U1i&O de Robccrt Rieard. La d uaht~ de ta eivilisatiun hispanique et l'hi11oire
rdiaieuadu POrtUJII. Rnut Hi.JtOl'iqur,t.116. p 1-1"7, jul.'tr1. 19j6
1 DvNOllalU. Charla F. O. E.ulMio PrtU111t do Rryno dt Pwlui{O} trn o
- dt 1766. Manuscrito ( .,Õc. X V III). r 259-6 1
•v._ delltre outtm. allm do titado Oumguric:z.. Ct.u.lRf.. JO&epb lb.rt~
-.,. F T.bltfiM ü WIHM11t ' " 1796; 111i~i de kttrn á:rita de Portuclllwr
l'tw Ancien ec Al:tuel de« Ro~ aume. P~/"LJ. Cnu H. J hnscn, 1797, npe-
a.a.... p. 210-1; Blla.PORD, William A Coo-u da R"/ltha Maria I C<>rrts-
~ Lifbol,, T1~arc. eanso.o e lrmio. 190 1 p. 20-2. 29·l• c «-9,
....... Adr;ea_ Bu.l SuuU/iqut sur lt Roya.. rnt dt Pon.. pJ t1 d"A IIf'T~l'­
IWW.CMzReyecO...v>tr.l822 v.2. p. 2
J8 ULIOI~O e IGkeJA SOB 0 ESTADO ABSOI L:fiSTA .•

stnumdo santos, uctluondo o~ntJS o dt .'i Jorgt t olgutU ~~~rd01 n


dos itmandodu. Rei ou seus constlhtirw 11\·erom 11 ptrctpçio dt
qut o ttolto t as undincios mtmdunus ou pagiU, st tinham fnf;l.
/todo dtmosiadumtnlt ntssos moniftstiJÇiHr do culto txltr/16. Qat
a tlgia admotstiJÇãO não sur11u t/tllo, 'abtmos pot vdriiU t tlt-
IJ'Ontts reinc:idinc:ias$.
Também Pombal se manifestou a respeito. Em carta de maio de
1770, afirmava que :
o srondt número de dias Santos e Proc:irsiíts em Portusal, lrt
humo monif~sto taxa sobrt o indurtrio do Povo , e t~ndt maU dt-
prtJSil 11 depravar, qut a corrrsir 11 sua moral. Os Padrts IIDIIa u
tm/xlr1Jfarão no qut toca il moral do Povo. çom tanto que tlln
não mostrtm dtsprttar ll.l" devidll.l" ohstr.,ancias do lsreja. De W/1:
qut utar l(ln/11.1" forras são a pestt do Estado, não ltrllindo p.re
algum bom propoüto: mas antes pelo çorl/rorio tendendo a fattr o
Po~·o odoto, e a in11od1nir todas ll.l" t:tJSias de vkios, e dissolurao•.

Agravava esse panorama o fato de os agentes dessa religiiO,


isto ~. o clero, não se ter revelado à altura de modificar tal estado
de espírito. Ao contrário, reforçava-o, especialmente se se tem em
conta o clero regular, cujo concei to social, invariavelmente, ligou·St
aos de ociosidade, ignorância, à dissolução de costumes, à laxidio
e corrupção. Retome-se o testemunho dos estrangeiros que_ esti·
veram _em Portugal no século XVIII, os quais foram inva nnel·
mente •mpiedosos no julgamento dos religiosos. Gorani, por exem-
plo, embora com ~ssalvas, nio poupa a critica. Para ele,
nm vudade se tem profHllfldo que o dtro portugul s I ufft,.
mtnlt relOJCado e ignorante. Collhtd um tlllulla.do ruímt ro dt
Brspos e outro,. prelados q11e t/IIAGm 11/rrude e pouuíam ~;U/tura '
nllo ronheci um BUpo, I«<Ner, q11e fout 1/bertlrw. QuantO 1JM
frades, conftssard COfrf 41 ,...,.,. /llpn 11/dade que ronlltci algutu
'l!btd?rts e de !IU/411Jl•"''IÚÚ'. ,... 41 lflldorl4l 11 t 11 ta nunw pavorota
ltbertmatltml.

Dumouriez. sque-lbe 01 ~ • • mais iDcisivo. Depois de cal-


:~::,~::~.COIIIpftiiDdi.l cen:a de dez por cenlo da

~~~ ~-=.: 0 . . . • • T,.._. A U -'rl. RiO . ~


~I.LI,p.IOJ.4. ~llio ...-.-, 1 9!2

~'-;.tf?-*':-~·~·~ ::~-::-~::~·
~~~~·--··-- -· 1163 • 1 767.
ai!UOIÃO, tOal!.lo\ I! ES'l'o\00 l!lool POaTIJOo\L .. J9

ht nu Portltf(DI mu110 ignoriit~. t disso/u/0; a impunidadt, u Li·


uttç<.l. t o f'(xltr jumos a u/~ Estado, or:cationíio a profrmo.ção a
muu p1tl>lic<.1"
:.OI:li~ adiante. e~phcita
O dtro dt hum. t muro Suo tm Portugal poJt oindo pGSSOr ptfo
moiJ L1htrmw. t" maiJ cmrup/0 do Christondodt '·

Adernai~. como enfatiz.a Carrhe, o


fonammo t o 5uptr<lição do po•·o rornam ~~~~ Porrugal a influ in-
C"io r o poJtr do c/rro muiro maior do qut st ptnsa . .. Os podrts
<ahtm qut 111a rxinfnt:ia dtptndt dtsto suptrsriçào t qut o lgn&-
r<inl'iu a mais groutiro ; 11 stu primtiro fun domtrlto 11,
Acrescente-se a tudo isro o fato de que a história do clero
português, em contraste com uma extrema pobreza de ação pas-
to ral, era um conjunto de incontáveis privilégios, que englobavam
matérias va~adas. O do foro, que, re_gendo-se pelo direito canô-
mco, perm111a-lhes submeter-se exclus1vamente ao juízo eclesiás-
tico: o de isençào fiscal, nilo somente dispensando-o do pagamento
das dizimas, portagens e sisas, como também conferindo-lhe isen-
ção sobre seus próprios bens; o do direito de asilo, que tornava os
templos indevassáveis às autoridades judiciárias; o da isenção do
serviço militar, praticada desde o século XIII , que o obrigava a
lutar somente contra invasor infiel. A presença do clero se fazia
notar também pela apropriação de grande pane da renda nacional,
obtida através de variados rendimentos, e pelo domínio sobre te rras
e povoados, sob a fonna de propriedades eclesiásticas ou de senho-
rios, num total estimado em um terço das terras lusitanas ". Isto
tudo sem falar no expressivo nUmero de pessoas de ambos os sexos
que, pelas mais variadas razões, abrigava-se sob a sombra prote-
tora e cômoda dos conve ntos, onde a penitência, a fé e a caridade
cristã não eram entendidas como virtudes.
Entretanto, o fund amental não ~ conjeturar sobre o número
exato dos religiosos ou dos con ~·entos portugueses sob o Antigo
Reaime. A essência do problema estli na função social que este
clero ocupava na sociedade portuguesa de então. Como lemb ra
Maplhks Godinho,

~ Cbarlet F. O. Op. t il. , p. 2«-5.


f ld_, ibid., p . 2~. Ct . tambim nítitU de Carrhe. Op. cit., p. 27)-80.
" CAuiaa. J. 8. F. Op. cit., p. •ll. Jdênliea • pre<.::iaçio encontra-se em
OUIIIKIU. J. P. F. Op. c•t., t. I , p. 285
11 Goooato, ViloriDO M.,..thkf. A tJITI/turo nD ~nrigo s«it dode pof/ugutllJ.
Ulboe.Ardldáa.l97l . p.70-l .
11prtJsão Wí'illl t t con6mico do e/no não uJu/ta proprionunrt"'
numtro dos q ut o ron.WIIItm. maJ .fim doJ lrJÇm q~t a J/ prt'ldtr~~
toda a pop~< luç<lo. E. qut: ulntr dt ~:o::._ar dos prmlt'gio.t t ; 1111111i-
dadtJ . arrtCtlda para n um qrunh,lo IIIIP<>rtanu da '"rtru/a" 4
ciona/,
com a cobrança indiscriminada do díllmo edesiástico ou ckcima 1
Deus 1 :.

Para além de ~tabelecer uma "<"~brecarga tarifária sobre 1


grande _massa da população, essa \ituaç<io de privilégJ05 gera~a 0
fonal ectmento do clero, que acaba\·a por se constitUir um estado
dentro do Estado. Por isso, a realeza colocou o clero sob sua RUfl.
Desde a~ cones de Coimbra. em 1211, adotaram-se medidas restfi.
tlvas, visando a d ificultar a ilimitada concentração e acumulaçio
de riq uezas pelas ord ens religiosas, embora tenham sido os "ilu~ttr
dos" do ~cu lo XVIII os re~pon ~âveis por dar forma e força dcli·
niti vas a essas medidas. Ao d enunciar a ociosidade, a improduli-
vidade e a relaJCação que carac te rizava m o clero da tpoca, na
realidade se buscava contrapo r ao poderio deste o do Estado. Eu
pattnte a intenção politica des~a proposta, no senttdo de fortalecer
o absolutismo estatal : haja vistB a Dü.rertação .robre n relaxO(&!
das OrdttU R t ligiosa.r, de Alexandre de G usmão, na qual, sob o
pretexto de pregar a restituição do senti mento religioso à pureza
do cristianismo primitivo, percebe-se nítida conotação política 11
Segundo comenta Jaime Conesão,
Jr ; crrto q~>t Altxtmdrt d~ Gli.lmdo sr inspirava na corrtNtt
rtformadora do stculo, níio ; mtno.r \!Udad~ qut (l Jua Dis6trtaçio
obtdtcia a causAl muito locoU ~ d~ momrnto. A lgrtla t os COJ·
tumtJ rtli~•osos t m Pouuglllll'tlll~ts.u~vam ttrril·tl criJt. A m,/r.·
p/1cuçci? t a dtrudinc/4 moral thu Ord~tU rtligiosaJ, o uso t ab,.m
dor pr~vlltgios t url'lfHs. _,.,~ orgetlltoslJm~"'~ ,n,.;,.d,cav am . .,
dupuuu rm qut l l l l l ' l - l r l t • dll«rrtn'll'm - tiU/o iJto ~~
ao u<o da confW4o ,_,. fbu llql"-. • ost~"lllfio crncrntt do
culto u.tuno t ao~,..,..,. lltu Rtpn#lf6n miAr grosstifaJ, dn-
v'a'"llm CQdQ •rz ,...., • DN.ru, 0 c1.ro Hnfhu e os crt nllt d11
PNrtt;Jj dll/# crtntlt,

assim~ :~:~~ .r:tclo~~~OS::a ~~:~:.m~


problema delloca,.. ,.,. a 6rbita du relações entre Igreja e
ú 1ado, uma Q111111o- a.p1a e abranaente que se
:=-=:-.......... a..-.,. •.
••ld.. INd.. p. Jl.W,O., tiL. L 2. J. 216.
111 I LGL.\0, l.llEJ~ E H>HOO E\l I'OilTti~L. 41

Jua· .:. s b"''' ultdúJiictu, ali o sóci<>-tronómiro


u •iiUl"lld.ldr dr Mf:IO<U ptnntc-tflln CIO.J
s ' uma dupla Mrda. ~·n urmos dt
mriiOf 11160-d~bra produ uva t mt-
ll '"' •r ·ftmo~trd/ico o proMtmD jiscal,
d u Dtlt lf{ttjll: o pro!>ltlfUl tdwco-

::::.'' ;;--.,;:c;;,_:o '' ~0 ~11~_;,::oJIO,:;~~~~:::;;' j;~=~~~


, •••, . eP•·'""• • •" "· a {w.l daa•ullli~oç.lo, o stu
urutii•Ü• laica.~ tmtr~nlts 110
~ 4l qutstõtf propriamtnlt
d• rltro tm lttmot dt JUCI
ro ou fH''"
rom RomCI. ta
J dmar '"iria.~ forumtlllt •·in-
o rw do arntnismo u,

Qunt<~o e s.1 que. pJr., lim1te~ do presente trabalho. se reduz ao


campo e•pe..:1fKo d.1 pmu~a pollll..:a do chamado govtmo ilustrado,
cujo ~I no e prectpuo ~'bJcti\O era n de pór termo à po~ição hege-
mônica dn clcn1 ''tne a wdedade c1vil. O intuito era o de trans-
formar. de f1•rma dcfmltihl e Hrever;ive!, a Igreja num instrumtll·
ttmt r.·gm, em din•ta cnntc,tnçà('l ao pod•·r eclesiástico. Uma se-
qúcnte legi,laç:•o \ir!.l, pni•. enfr 'lue..:er o poderio do elero, atraves.
inicialmente, do cerceamento ao crescimento de seus bens. comple-
mentado por mcd1da~ de C\\ a1iamento de ~eus bens imobiliários e
de suas ba~es econômica~ . ou seja, redulindo a hegemonia do •·El;.
tado ecle5iáMico" em ravor do ·-E~tado Civil e Politico" • !'O uma
18

palavra, r,ecu\ari1ar a c~trutura da sociedade portugueu, sem tocar


na crença rehgiosa ' 1
Na realidade, chegava-se, então. ao climax de uma série de
eventos que demon$travam a\ estreitas relações que uniram Estado
e Igreja no~ paise~ ibericos. Em Portugal. o controle desta última
pelo Estado iniciou-se, praticamente, com a constituição do próprio

~nc:iKO J<* C1tuans A E:pocCI P<>mb<JiiM / Pollt>ca ÜOI/J-


"*'- ' N -.,,.UI 1/umada! S.>o hu\o, Auca. 198~ p. \)4.-5. Sobr~ o
oa.OM ea~n oa ~uic-. oa J:O~Ildlu e ontorianol ~m Poctupl. ron.ouh~-se
J~ Seba.t•IO dll Sttu. P<>ttul{<ll ' t1 c-~<ll<~rCI '"'"ptu.. Coim-
......... DaAI,
.... l!diL da UDiYCfW•de. \9~3
"PAUXIJI, l'raKbCO J C atua.,.. Op. ~it., P- 407-8. onde lambem é cttada e
-=:.: ~..!j"~nen~c~ ''llumtni>UI~ portupis do th:ulo XVIII
.... A.eWo v...,. 111 : -. t::Jt<~dlll dt UutórUI da Dirtito. Coimbra, Por
. . . . . U . . . . . . . I950- v. 3. p. 10\. Vcmey reU'J.\a c repres-enta bem
o ....... ......, ..,. qare _todos oa problemas sociais do th:ulo XV III
. . . . . . . . . . . . . . . reli&I(IU
42 JU!UOlÃO E IGREJA SOB O ESTADO ABSOLUTISTA .•

país. Logo nos seus p_rimórdios, o Es ~ud~ ponug~ês, sob a égid~


da "proteção" da IgreJa, t om~u as pn ~e!Tas med!d~s que viriarn
caracterizar a sua permanente mterve nçao nos negoc10s espirituais.
Desde cedo estabeleceu-se íntima colaboração entre as duas insti.
tuições, pois que, para o Estado Moderno, a unidade política exigia
unidade religiosa. Desde cedo, a Igreja em Portugal foi importam~
aliada do Estado, atuando como braço do poder secular, impondo
a supremacia do poder civil. Um caso típico (e talvez o mais bem
acabado exemplo) de regalismo, exercido por dois eficientes inslru-
mentos: o direito do Padroado e o beneplácito régio.
Em Portugal, a escolha de candidatos aos benefícios eclesiãs.
ticos e sua ap resentação à autoridade eclesiástica competente sempr~
se constituíram num a atribuição régia. Também a nomeação de
bispos, seja para as dioceses metropolitanas, seja para as de além-
-mar. Uma vez superado o processo de escolha dos bispos através
de eleição, adotado pelo menos até o século XV, os reis portugue·
ses, baseando-se em bulas e concessões pontifícias, dispuseram a
seu bel-prazer do privilégio de nomear os prelados. Assim, quando
em 1740, Benedito X IV concedeu aos governantes portugueses a
cláusula ad prae.rentarionem, na realidade estava ratificando formal·
mente uma prática que vinha de há muito, pois que a Coroa nu nca
tivera claramente distinguidos os seus limites de provimento dos
cargos eclesiásticos a. Efetivamente,
o direito de padroado dos reis de Portugal só pode ser entendido
demro de todo o corrrt:cto da história medieval. Na realidad~, não
se trara de uma •tsurpaçiio dos monarcas portugueses de atribuiç_õ~s
religiosas da Igreja, mas de uma forma típica de compromJUO
entre a Igreja de Roma e o go11erno de Portugal li,
q~ vinha pelo menos desde 1319, quando se criou a Ordem de
~~~~~Íaci:d;0~f~ que presidiria as rela~
. ~?!ando-se ao Gzio..aaeatndo da Ordem, inúmeras bulas pa·
Pll~ vmam ~~erir &OI nú hllilaaoe a aestio dos negócios espiri-
~. e eclesiástia:Ja. a lflalo de RICDIIIpenSa pela "redução dos in·
flé11 ; ponao1o, .............. k terru coaquistadas. Paralela.JDente
;;y.---
,,_,a:,~~
prúQelra,0
:r:a·~-
...... ... •
..
pa.,..._ .... ~ ~ • ......., pnlpOitO pdo
cu6aJC. do .......-; ~~ - ............... a
lllerida eliuluJa 1111 pr•unta·
......._.pelofatodeq~,na
ftl, aO
jdopcic(adC
"~................. . . . . . . . . . . . . t.2,p.l63.
U!LJGl.\0. IOReJA E I'.STAOO fM P()I,TlJOA I . 0

ao direito do Padroado. eles gol:avam do beneplácito r(gio. que

na drc/,.,apw do 1mpnnmr. pr/11 1111111 Olt>la o lodos os âdlUI6c!t


,. ao<loru/u.Jn qut rtrla dnumittll(dO rdr•iástko pro•·lm do poútr
romp<'lrtllt. qut- <> J~lt lt'J:/0 I tml<'nli(O t gnwíno t nadu comim
olt""'" d<11 kif r dm rn<l!<mn lou~6~âl do P(JIJ. E1u irutituto
/m <lun/0 NR'"· r~l<> mrnt>f dt~dt o •rmodo dt D. Prdro I, diràto
d,• q<u of j'rtluJ,,, _., q~rri.w•·um tti IIIU Corttl dt E/vn1 dt 1361
,. q11r •·ultom u rrpnH·mor o D. João I, mu Cor/ti dt Santodm
dr 1427 ~.,
A matéria foi incorporada à' Ordenaçõe' Afonsinas. Por elas, os
diplomas ponlilicioo;, os da CUria Romana. os do Grão-Mestre de
Rode' ou de outra~ p;me,, que trata,~em de beneficios eclesiásticos
estavam sujeito~ ao p/(l(t:/. A om•ss;-,o do assunto nas posteriores
Ordenações Filipinas, no entanto. pareceu indicar que o beneplá-
cito régio sofrera alguma medida restritiva_ ~este sentido, não há
como negar o combate àquele privilégio por parte do corpo ecle-
si<i~tico porrugués Segundo o Cêonego Joaquim Maria Lourenço,
logo após o Cisma do Ocidente,
u Su111<1 S•· rmpr11ilcm-H' fiQ t--<IIIIÇ<iO do btntp/6cito. E/uti•·omtmt,
u P"P" lt~ochu·ir> 1·111, rm 1487, (>/)Uvt-o dt D. Jolio 11 ~'.

Porém. na prática. o regali~mo dos monarcas portugueses manteve


o antigo instituto, restabelecido formalm ente dois séculos depois.
Com deito, em julho de 1728, O. João V, como represália a Roma
pela recusa em não elevar o nüncio apostólico em Lisboa, Dom
Vicente Bichi, ao cardinalato, rompeu relações com a Santa ~.
res:Jabelecendo siniUltânea e formalmente o beneplácito régio. A
partir dal, por todo o setecentos, a política absolutista só fez por
ODde reforçá-lo. Nenhuma bula, breve, graça ou despacho do Papa
poderiam ser adotados em Portugal sem o ploce1 da Coroa. Tendo
lido Mpenso quando se normalizavam as relações entre os dois
BlaMiol., em 1732, o beneplácito rt:gio foi renovado em 1760, tor-
- - . . defiDitivo pela lei de S de maio de 1765 12 •
Afora - dols instrumentos, considere-se também que a de-
. . . . . da f&nja ao Estado vinculou-se a problemas de ordem

}llritJi(oikllrtÍOt"'l'<wrllllll.
"'-'=~;;,;:o;- ,,.,._-·n..e;.~;s21.
44 RELIGIÃO E IGR EJA SOB O ESTA DO ABSOLUTISTA,.

tributária. Ao detennina r a cobrança do~ dízimos pela Ordem df


Cristo, a bula Inter coerera (1456 ) possibilitou aos reis ponugucses
a incorporação aos cofres régios de tributos de caráter espiritual
Con(undiram-se, assim, a receita da O rdem de Cristo com a do lt·
souro régio, num "caixa único". E:n decorrência, o Estado é que
passou a tributar e a recol her os díz1mos eclcsi;.ísticos e, pelo menllS
teoricamente, dar-lhes desti nação adequada, o que, como sobeja.
mente se sabe, não aconteceu 2'1•
O abundante ouro originado do Brasil permitiu a D. João V
praticar inúmeros atos que o realçam na evolução histórica da reli·
gião em PortugaL Nessa medida. mais importan te do que analisar
seu caráter freirãtico de governante - que beira ao folclórico-,
o que importa salientar é sua política. Não há como negar que o
filho de D. Pedro 11 tenha imobilizado incalculáveis somas na
construção de templos e edifícios religiosos - de que o Convento
de Marra é o exemplo maior - , ou que tenha despendido fortunas
para a pompa e a circunstância das procissões de que a de "Corp111
Christi" do ano de 1719 é exemplo magno. T ais questões levariam
n verdadeiras discussões bizantin as, nas quais hão de prevalecer
sempre juí;::os de valor. O que, então, cabe apontar é o signifr~ado
efetivo t jU C as medidas e atitudes de D. João V frente à religião
trouxeram para sua governação.
Isentando-se de preocupações para com uma política externa
que lhe exigisse envolver-se a fundo nas gue rras com as quais a
Europa se debatia nos primeiros anos do século XVIII, D. João V,
internamente respaldado pelo ouro brasi leiro e fortalecido politica·
mente pelo depauperamento dos Conselhos, procuro~ reforç~r ex-
ternament.e o prestígio do rei no português e, em últrma anáhse.. 0
seu própno. Assim, seu palco de negociações no plano intemacro-
nal não foi Utrecht, como o daqueles governantes que puseram fi:n
à. G~erra de Sucessão de Espanha, mas Roma, onde o rei portugues
f rcan a. conhecido pela sua generosidade e abastança. Para lá ele
fez .fl u1r enormes quantidades de ouro, em troca da elevação do nr-
cebl~pado de Lisboa a patriarcado, ou para possibilitar ao novo
patnarca o uso de paramentos IC!Imethantell ao de Sua Santidade,
cabendo nota r ainda que. quaado nlo gtisfeito em suas pretensõeS,

~~IUllerlte~lloadkfma,.,coull!DaOUtrade!CI·
::=:~ =:::.::-,.,.~~ ~o;~
~i::'::~~~~~==-fi611-=:c=:~
mm Edcslbllcar fio BNfl1 . . . ,.,...~ 4o Jmplrlo Bclo HOI'l·
zontc. UMG/Ce!atro d8 .............. ltl4. p. ~,.) ·
II.Fl.Wl~O. 1GII.f..J.4. I! ESTADO U.l POII.TUCL-.1 45

rompeu rc\açile-; com a Sa~ta Sé "1 - Mas no Vaticano não com-


prvu apena~ \ltuto~ e pre<>lt~io, como também capelas int_c t ra~ •. a
e,cmplo da de S:nl João lla\1\ta que transplantOU para a jeSU!UCa
\~reja de s,-,o Roque, na capttal portugue~a. A~~tm, D. João V pro--
cUra'~ d;~r dcmun~tnJçàll d~ dew"LÇâO _pe~-.oal. ao me<mo_ tempo em
que Jmpunha ::seu pre<llg'o nn plano mternaciona_l, culmmando em
derem o de 74ll por er contemplado com o t~tulo de Re1 F ide-
li:Mim<); '·' wrdadr. ondcrenJcntcmc:nte da va1dade pessoal. D.
Joio 1mh r oi-tW'O. em. rela~·,H> a Roma, tentar diminuir _a
~nndc: mfiu nd.t ah f'~ Cld<~ pcl;~ I sp~nha e França. Em maténa
de pnhuca e\tcm4 seu mtcres'C: era n ultramar e não o conunente
Seu dc•rjo. o de ~e impor na -\màica c não n_a Europa. !'le~~a
mcdid<~. rnxura'a prc\c:n;Jr a' 'antagens aufcnda~ por Portugal
como deenrrénci;t de Pu de Ltrccht. Fm ou1ra~ p:\laHa~. sua ,-on-
tade era a de afirmar c defender a ...:"~herania portuguesa na Amé-

"'âo cabe l!.JUi enumerar toda~ a~ medida~ administrati,·as que


bem caracterizam a preocupação b;i\ica com o Brasil durante o
reinado joanino. Bastaria lcmhrar <;Omente aquelas que intere~5am
a e\te trabalhu, u ando as palavra~ de J aime Cortesão. que chama
a atenção par;~ o fato de que foi com o ouro brasilei ro que O
João V
pílJlOU tm Rmn<l <ll lml<u qut trwr<>m as IIOV41' diocuts do Brasil
t, tnlrt tJI<Lf. a C andor Iuci~ dt 174.~. ptla qual o Papa Btntdito
XIV trlgi<> <11 dwu dioctuJ dt S. Paulo f Mari<>na f 41' prt/(Jiur41'
dt Goids t Cw<>b6, isto I, pti(J qowl a Santa Sl.wllôona,·a toltnt-
m f " lt 11 t:IptlfiSiio />(Jndtirantt ptlf(J o Sult OtS/l, <>nllJ qut (J
EsfX'nh<>, fH/o Tr(Jtado dt .\1adri. rtc<>nhtctf!t o /ato toiiJllmado u_
ConsolidaYam-se. as~m. as fron teiras de ~uas te rras americanas,
sob a apa rencia de um ato de fé cristã. Ademais, lucrau dupta-
~ente; a? m~mo tempo que aumen ta\'a a extensão de. ~us domí-
ntos, obu nha a contvencia da Santa Sé para a sua poh uca uterna.
Contudo, nos anos quarenta, com a doença do rei e ~u gradativo

21 O rompuntnto ele rel~ç .X. entre PontlJII e 1 San" Sé deu~ em 1728 e


durau quatro ano». O pre tuto foi o de Ronu. ter-se rrçundo 1 elt"ar ~.:.
eardiDIIaloonunçiO ipoli!Óh..otm U•boa . Mon..enhor Btchl - r-;oponu!icado
dt Clemtntt XII eue capricho de O Joio V foi atendido c os COill&to. reto-
mado~.. ~Eatc aciõente hJOU -te tambtm a probltm ll$ de autooomia do Estado
em~ • lpc,a, usunto em que D. Joio V, elaro predecessor de Pombal
aa q...-10 dt detpotinno. se mo.tra'<ll altamente cioso.~ A. H de Oh,eira
Warqlill.. H1114ft. dt Por1111111. 6 ed li$boa, Pahos tdit, 1974 v. I. p. S69
•Caaaio. )&liDe ()p. tll. I I, p. 66-7
416 IU!UOIÃO E IOREJA SOB O ESTADO ABSOlUTISTA

afastamento do comando político do país, mormente após 1 11'10!11


do Ca rdeal d a Mo ta, seu braço d1reito, irrompeu grave crise
negócios e na econo mia d o Estado. Ao a.ssumJr o trono em 175~
D. José I, na perspecti va de debela r a cnse e consolidar a au~~:~r­
d ade do poder ce ntral, IniCIOU por no mear auxiliares que, de •
modo ge ral, condenava m o desempenho político-administrativo do
reinado anterior. Essa política de reação ao governo de D. JOio\'
caracterizada pelo fortalecimento do Estado, foi essencialmente ptl·
sonalizada em Sebastião José d e Carvalho e Melo, Conde de Oeu11,
Marquês de Pombal.
Não cabe também aqui derivar para uma secular diSCIIIll.o
em torno da pessoa e da ad ministração do cont rove nido f«toh<!l
de D. José. O que efetivamente hic el nunc importa~ tentar ddiu
sua posição e suas ações relativamente à Igreja e à religião. TCIII.o.
ascendido ao poder em meio à crise do fin al do reinado de D
João V, Po mbal direcionou sua ação no sentido de reforçar o ap
relho de Estado, no rirme propósito de eliminar todas as fonDII
de contestação da auto ridade esta tal. Para tanto, do ponto de ma
político, era imprescindível submeter a Igreja à autoridade ctn~
pondo termo à hegemonia eclesiÃstiea sobre a $0Ciedade ciVIl. ~ o
dizer de Falcon,
11 pr6riC'D do "gov~rn D i/usrrlldo", txc~iiD J~i111 DO.J rupu ros MIIIÓ'
micos, compru ndt u IID rtolidad~ dois c11mpos dtcisivos~ o al~l
dJ ~6rios foctt do podu tclui4sllco sobrt o sod~dtxlt t • fO'U'
truçlfo dt uma no vo ~strutura t m lugar doqutiOI ali t ntio ~m ,....
da lgr~jo. Em outros pulovros, a ~sshot:io doquda prátlell /Of'
uculoritQÇiio. ~ o s~u alvo foi o d~moliçlo do ht pi'I'Wnla tdOUÍI'
rica .f.ruo m~ntolidad~. o.. uj.,, J W41' Ultolo,iD t ttru oportlllos ~
p~cllvosJ t J ..a substil ..içiio ptla ~u,.,_,.u, tJo EJtodo lmco .r_.
idrologitl im011~111~. stru optutllloJ JtaÜIInJ}. O 01pmtnto ídto-
16gico ~ro o dt q,.t o un/lltND tcltJIIJttlco, na tsftro poiiut~ t
rn~ntol, dornln~n~o ou CONdllldal, biOfN- D ~D doi ~A~:u,
rttlmJONio o P'DVtUO • 41 1~ ,.,.a"'.

~~:~~·.~or.:;.:-:~A.~-=-·~
~~ ~~.a:.·.:==--.::.~-.=::-.=
~·~
dca.~- - ............................ . . . . . .
~a:.: ..... .:.:=~

: .:,:; ---====.-.. . . -:::=:


~==:-·--:.:...-::=:.:::::-~ ::
llEUOLÃO, LOI.EJA I! ESTADO I!M POilTUOAL... 47

Em decorrência. era inevitável que a diretriz governativa pom-


balina se chocasse frontalme nte com os interesses da Igreja. nota-
damente o~ da Companhia de Jesus, de hâ muito considerada a
peça-cha~e da vida religiosa e política de Ponugal, isto é, o apa-
relho ideológico dominante, contra o qual voltar-se-ia toda a carga
da administração de Pombal. Era mister solapar e substituir o do-
mínio ideológico do aparelho rcli!J.iOSO, bem como pOr termo final
a rre<oença politica do clero. ~imbolizada nos jesuítas.
o~ ;t•uitaf nam um mtio ~ nJt> um fim ~m si m,.smos, do ponrq
J,. •·ura d" ~•tado. Atra•-~f dr/,.1 hulCtl''fl-lt al ingir alguma toiJII
"''"'''maior ,. m<IIJ omp,.rtanrt. O qu,. nta••o tm jogo ,,.tUm,.nU
n<io tta .<om~nlt u chamada "mf/oúnâa .. p<>líriC'tJ dos membrcn do
Companhra, uu a uu d1>1nini<> qua.<e t~>tal sohrr a /ormQÇiJo dus
muotalidadtl atra•·ts d1> apmtlho tducarional por des conrrolodo
"'"sua maior p<Jr/t. '{ ra/U\"tHt. IJ/OJitn, do próprio p<>{ffl polítito
da (~ftju, rnundtndt»-Jt pm ~poli rico .. algO muito mais amplo do
qou a simplrs po/irica du dia-a-dill ga•·trnamtn tal. f: ra do p!Jptl
htl(tmõniro da/fl'"l'' '"' rtlll(ilo tis inJIIinC"ill.l idtológic<U doEs-
tado qut _., /tai<H'II na •·rrdodt ~ 1
O combate ao~ inacianos era combate politico e não religioso.
Se não foi ~:atúlico praticante e zeloso, pelo menos não se impute
a Pombal a qualificação de herege. Mesmo quando, em 1760,
rompeu relaçõe~ com a Santa Sé, ele não prescindiu da religião
católica c ne m deixou de reconhecer a autoridade papal. O anti-
jesuitismo consubstanciado, po r exemplo, na Dt dução Cronológica
t Histórica , esjXcie de " Bíblia do pombalismo político", vinculava-
-se fundamentalmente à afirm a~ ão do re galismo . Como argumen-
tava Vemcy, o objetiVO era o de secularizar a estrutura social, polí-
tica e econômica, sem, no entanto, atacar a crcn~a religiosa. O
que se propugnava era a
luta tm prol do afirmaÇIJO dt umo autoridodt rtlll, civil, laica,
sobrt umo outoridodt tduiáJiiCll qut vitro atl tnliio manundo t
Qmplillndo ' "" in/lulncio ,. uu controlt. dos maif complttos por
Jíntll, por /nttrmhiio dt snrs lwmtns t dt IUil.! idliiiS, wb rt o
writdodt t o EstoJo. mo/dondtH» 1J 1uo imagtm, p/IISmondo-os
ugundo srus prindpios. Jua idrologio. ,. mOIIttndo vigil&ncio inca-
SOIIIt rontro rodos t ront ro tudo qut u coJUtituisst tm am('Qftl a
umatall<tf('monUJtl

~ilc:q J_ CaLauns. Op. t il., p. )11


Wf.t.l.()Of(. FrUK:iiiCO J. CaL.unL 0p til., p. 41&- S. E:uminc.•K, a propóoito.
a lcC:i&laçio pombalina rapeitantc 1 auuntOI rch&iDIOI. em que f ica nilida·
-~emamfac.daanoo;lookontervenciOrUsrnorraucada peioEstadoAbso­
tut•• por1qu.b. ,...;m. por ucmplo, aptnll do ponto de vista jurisdicional.
.. aELIOIÃO E IGREJA SOB O ESTAOO ABSO!. UT!STA .• ,

Dessa perspectiva não escapou o Tribunal do Santo Oficio


Criado no quano decêmo do século XVI com a fmalidade de ilf.
quirir, ou seja~ de rep~eender as heres1a~.· !en?o mesmo chegado 1
ser uma condu;io bás1ca para a sobrev1venc1a do Estado, agon,
no setecentos, toma\·a-se uma instituição anacrônica e, mais do
que isso, retrógrada. Na sua origem, vislumbra-se a idéia d~ SOnut
0 poder pontifício ao poder real, com a muda função poht1a dt
manter a unidade ideológica e religima do E~tado. Na perspecti11
de manter permanentemente unido~ o espiritual ao secular, a lo-
qui~içio se incumbiria de garantir a unidade religiosa, possibiJi.
tando, dessa ronna. que o Ab"Diulismo ~e con~olidasse no plano
político. Mas, na realidade, o Santo Oficio, em Ponugai, tomou-K
um poder independente, um terceiro poder. com vida própria,
um Estado drmro do Esraclo, ou mtlhor, ao lodo do Emulo, t qut
tm t:rrtas Ol:tl!iõtJ Jt prrltncltu, mrsmo, acima do Eswdo rt.
Por isso, na medida em que o Estado caminhava para o seu foru-
lecimento, ainda no século XV II , gradativa e irreversh·elmente os
dois poderes tenderiam a se dissociar. Finalmente, com Pomba! o
poder inquisitorial foi esmagado, tendo à r~taguarda a pregação
Ilustrada da elue e!>darec!da e a pressão SÓCio-econômica da pro-
U:liGii;O, IGAI!.J A E ~T ADO EM I'ORTUG.lL 49

gre" 1sta burgue~ia merc~n ti l.- _ O poderoso ministro se tomava,


assim. o c~tcutor dt um 1dcano que se esboçara, em ~pocas ante-
norc~. cCim Vieira, Ca\·alctro de Oli\·cira c D. Luís da Cunha,
Jcnuc ounos. no combate sistemático àq ucte tribunal.
\'cnhc:Hc. pois. que a oposiçio pomba\i na ao jesuitismo nada
r par11cular. de cs~oal, tanto que, como se tentou demons-
trar. ,.·~ at cou c !'IÓS hm a uma instituição cujo relacionamento
m es 11 s t'-' secularmtntc are~toso. Em suma, o que se per-
:'IC c G :jUtr afirm,;ar ~ qut Pombal atacou tudo o que sig-
'- , 1mca1,- ao poder abwluti~ta. seja o Santo Oficio, seja a
C par tua de Jc~us. \.;;!o houve predileçõts ou preferências; o
c tereua\a era o fortalecimen to do Estado. tan to que. ao estilo
.- :jUiavéhc~-- Pumbal pretendeu transformar a Inquisição num ui-
bunal e pohaa de Estado contra o~ dehto~ chamado'i de opmtão,
e~pecialmcnte :ontra ~jC$Uita\
T·"I<H<I·,. a~ ''"" " ftilifO C'O~Ir<l .. fti~ic-riro ,. lraruformor o
''""""""' ltCUI<Jr do o•l><cllrtlt\li.•mo numn urmo qur ojudasu 11
··~'"'1":" rm p,.rutul o ,.pjrrto do "ti-eu/o ih•minodo" . Con•·rr·
rd o·m ôr·,.o tf.,rcto Jo l:<rudo. o tribunlll con tinuaria o drftnder
JllM> wloihc<l. cottuhida C'O't!O um cul!o público upurgodo de
/(ni<l o •up.-rlli\UO pop.,lor brm como dt inquieiOÇiJO mhlieo, eom -
P""' ,-; tomt o '""'"noliJm" luic-o. útil nD mt dida em que con trib ulo
puro o t<nidnde dos uibJitos. 1oh o igidr do poder real obsoluto,
</llf rncurnu•·tl tl moits /Ddt da /ti. no pt nJilm t nto do pr6prio Po m-
l>nl•
Co mbatendo e u:tinguindo a Companhia de Jesus e o Santo
Oficio em Portugal. Carvalho e \1clo punha fim ao espírito contra-
-reformista em seu pai ~. Sua pohtica não iria se alterar com a
morte de D. JosC I e con ~qi.icnte dc~graça do seu Secretário de
Estado. Com efeito, embora ~c possa atribuir a D. Maria I uma
prcdol:!linantc preocupação em " reparar as ofensas a Deus", seu
go\·emo não deu mostras concrctu de alterar a política pombalina
em matéria religiosa. Se se lhe pode atribuir um forte traço de
devoção c prática mística. não t men~ verdade que os interesses
do Estado sempre lhe falaram mai1 alto. Se é verdade que, desde
a sua coroação, ~ prop&. rcaliur uma reforma das comunidades
reJjp:)su relaxadas, que resuhou, anos mais tarde, na criação da
Juata do Eume Atua l e Melhoramento Temporal das Ordens Re-
paluel. aio é menos verdadei ro que tais propósitos pouco ou nc-
llham. resultado positivo obtiveram. Medidas de profundidade, con+

~Jcá()p.Ql. , p.314
5I U:LtoiAO 11 !Oli!.JA 508 0 I!STAOO AIJSOUJTISTA ..

eretamente, nio se deram, a exemplo do que ocorreu com os jesul.


tas que nio foram reab1h tados peta piedosa governante, mal&r•
0 apoio por _eles recebido de D. Pedro t i. Restringiu-se D. Maria 1
a amparar e mdenlZir matenalmente os inac1anos, por~m não 10111011
nenhuma medida no sentido de restabelecer a Companhia, o Cflll'.
no mínimo, demonstra sua anuência para com a pobt1ca pombiJw
a rc:'lpeito. Aqui tam~m. como em outros pontos, a go\'Crh;io
manana se apresenta mu1to ma1s como o desdobramento da ldai-
nistraçio anterior do que sua negação 11 . O mesmo acontectn:a
posi riormente com seu filho e sucessor. Todo o quadro não sofre.
alterações. No Ultimo reinado do Ancitn R~gimt português,~
dificam-se e disseminam-r.e o laicismo e o liberalismo, sob Clljl
sombra o Estado e a Igreja se digladiariam no alvorecer do 1101'0
skulo.
Se se parte da premissa - como ora aqui se faz - de quc o
e~ercicio do poder sob a Monarquia Absolutista portuguesa, do
ponto de vista !IOCial, teve como fundamento a manutenção da ri-
g_ida hierarquia da !IOCiedade, não serii di fícil perceber as razões do
florescimento e da importância histórica das irmandades ponugue-
~as do Antigo Regime 12 • Pelo que fico u dito an teriormente, es"-
-se d1ante de um Estado que goza de um a grande autonom1a, l;llJI

~~:~r"•;;~ ~~~~~[~o ec~~~::,. t f::C~~~o~::::u~~~~s"~l~~~


para os desafios e demandas criados por esse tipo de regime po!t-
uco. t!, portanto, no interior dessa última camada social que se
encontram as raius das irmandades leigas em Portugal.
De modo geral, as irmandades portuguesas tiveram como ort-
gem co~um o esp[nto associacionista do "braço popular" •. Desde
seus_ pnmórcilos, o Estado ponugub deu clara demonstraçio de que
seu mteresse exclusivo era a JCSlio dos nqócios econômicos e poli-

~ p&lurat tio de: NQvAI8, P - - . AntO.UO. l'otllt,., '


f;;;' ;:o li~ Ü.Aou~s._c...._,, (17n! I IOI). Sio Paulo. H uaUC.

=~<M~~~.:.==:~pt~~~.:
~~::r...................... lltiliudalpotMIP'
~==c·~E- ":'.:==~0J==
~!.:
...
=------.;:.:;.:.
~..::::.
:::.::.:.;(fi:::;;.:=--...~~ (111 . .
UL\(li~O, KiU.JA E ESTADO EM POI.TUGAL . 51

tiCOS. relegando 1 SC"&undo pta.no 1 assist~ncil SOtial. Nessa me-


dida. ele nasceu c ~ orgamzou preocupado umcamente com a prc-
scr;ação dO'> mterev.es. da~ classes p~~1lcgaadas. não entendeo~
C'('!mo ~U dner O rro\·1ment0 de ~VIÇOS demandados pela SOCie-
dade. A~'lm, dc...a\\1\lido<. e desamparados. <» segmentos lnfeno-
rc' agruparam-\C e de,cnH•heram formas de au!opresco·ação., AOS
pouc·o'. genera\iwu-\C o entendtmento de que 10 Estado cabena
a admtni\\Ta\·ão do' neg<~<:ll"~'> pubhco-.. tSIO e. da cconom1a em geral.
ao pa\.o que, a~ a~'oc•aç,\e\ leigas ~ confeririam a respon)Jbili-
dadc c o ônu• da a'"'tCncia rUbLica. Fm função disso. o propó-
\itodacO<:\ãOI''''",üti•aWrnou-•eodcscrvirdedcfesadosinte-
rcs~c~ c a\riraçõc• ct'muo•. ana"~' da pr;itica de um assislencia-
h•mo que ••e••c 'ub•titutr a' manifc,taç.."\c'•e atos isoladosdecari·
dade. Criou-se c de•cnmheu-•c em Pnnugal. a partir de então.
um uaçu que marcaria. ao longo do' '~culo•. a civilização porcu -
gue\a• •cu <."ar;itcr mutua\i,ta A• rrimctTaS ~~,ociaçõcs leigas que
ah furmalmcnlc 'c orgamt.aram linllampor objetivos instituir hos-
pícios para'" pobre'; criar ~cguro mutuo para o caso de morte
dos •eu• ca•·alu'; 3(~jqir a pobre/a na doença e na ••clhicc: empe-
nhar-se no apaliguamcnw das contendas en1re !>eUS integrantes.
além do compromis~o de a~ompanhar à ~cpu\tura os que fossem
morrendo, mandando reta r mo~us por suas almas'"'. Contudo. tais
agremiações se constituiram aleatoriamente. isto é. sem que hou-
~esse uma força comum a reunir os ~us confradcs. e:c.ccto o próprio
esptTito associaciomsta. A con~quencia natural foi que elas so-
mente se: solidtficaram em determinados agrupamenlos sociais onde
existiam traços de afinidade mais precisos e estreitos; vtrbi graria, 11
entre profissionais domiciliados c estabelecidos numa mesma rua •
Dessa maneira, a pritica da assist~ncia mlitua e defesa comum
se exerceu d1retamcn1e vinculada ih profissões. dai originando os
primeiros hospitais ponusucscs. no conjunto, c os "hospitais de

.. CUTAI<O. ~brcclo. A tiiUP orpruz.çlo doi mestcn da odadc de ~­


In: l.A!OOitAI<I. fr am·f'tul. AJ Ct~<po<t>(<lf-1 dat Of>rio• Mt"dloicol; oubtidiDI
pal1l 1 ... bottória U.boa, lmrrcnll l"..:iona\, t'l4l.' \, p. XXXIII
11 A rqn. do UTU~mcnto cfl um 11.:1 que. po~terioriDC"IIIC, o. murudpWI
\Ofll.llftlll obropçlo \epl. 1 !1m de ~..:ohtlf 1 foitllino;lo pilb\ita. SeJU!>do
Marcelo Cacii..O. ''y,a mesma .,.. .,,,..,,.m-se uns - outros o. ofociais do
......., ofícoo, nto.f"'"' a~m p.r~tíctr acto de eon<orrfncia dnluL ou onfrin-
pr • r.,r• trad"oonaiJ; o COCIM!Jrudor. "ndo muitu vucs do5 arrNorao c
111búl"ll0o. • cidade. •bil aonde 10 dori&•r para encontrar os mnccn de que
precoun; ai esc..arntodol. ou 1 flUIIOfla. doi pn.ucanln do mcster. 1 •wer
• . _ , ,•. u .. coon tNI. IIUII\& Ywnh.anÇt que ...... ,. comum tornava 1
~.llllltJICOfii,Oipro<;CS-dtprofiAiow(id.,ibid.)
52 IEU OIÃO E IGIU!JA SOB O ESTADO ABSOlUTISTA

oftcios", ~m particular. Como afirma Marcelo Caelano, reltrindo-


·se a Lisboa, havia,
tllllts do sb:uiD XVI, numtrosos hDspitois. uns miliorts outros lllllil
ptqutnos, qut trom, tm gtro/, misturo dt hmpital, olbtrraritlr
hospkio: ntlts st ocolhrom w ilados ptrmo,.•ntts, _dOtntts t a/n.
jfldru, t st olbrrgowun po~rts dt ~dir, romtrrot, _n~ndonus t .,,..
tts qut •·inhom do pro•·incrQ d copllol. Dtstu ho~pUQrs. mur1os tr11111
~~~~:-::Q;t ,:::::~=~Q';:; :::,,~::/:::,~~-~'~!;': ;;s;a.,m;:::,n:
mtroJ ptrttnCiQm aos oficios. .'Vott--st qut nuncil, dt nosso COI!IIt-
cimtnto, Jt diz dt um dt J/ts ri/rimos hospitais JWrltnctrtm à
confruias de ofícios: nõo. São stmprt dtsiflnodos JWio pro/W6D
qut os mDn!tm, t foi tSID qut. tm ctrtos casos. tomou o nomt do
hospit<JI ND rt rdDdt. dt.<dt mw/0 ctdo st no/a o Dgrtgaç&l dr
di•wsas profiu&s num corpo s6, a fim dt mais /acilm<'nlt podt-
rtm dt/tndtr-St t ~uportor os t ncurgos da rtprtstntorüo coJtclil"f!
tdowsiJtlnclomriluii M.
Ademais, saliente·se que as primeiras associações portuguesas foram
os o/idos, que congregavam os mesteirais de uma mesma ocupaçio
profissional e que, embora laicas, diferentemente do que ocorreu
nas outras partes do continente europeu, não nasceram sob a inspi·
ração da Igreja Católica
ou acolhidw no grlmio da lgrtjo, sob a jurisdição tdtsiásrit:ll r
rtgidw pt/1) Dirtiro can6nico, ... st formDram principDimtnlt sob
mflulncia da solidorit'dadt profissional t das nt ctssidadts colteti·
•·w dos mtsttirll~t, por nponr{mtQ rlaboriJfÕO, faci/irado dtctrlll
JWio_r:umplo t UJWrlincia dos ourros poist s, t cristo/it,JMla TIOS
hoJpllals".
Por con~guinle, sua subordinação dava-se em relação às autori-
dades CIVlS enio às eclesitsticas.
Hi que se considerar tamWm que 05 hospitais se esta belece--
ram, s1muhancamente, em pólos cataliladora ou "sedes da vida as-
~ahva" na med1da em que fizeram converzir para 0 seu interior
mteres.ses comumtirios de cenu profisa6es. e em cen!ros geradores

~~!:'q:o~u;::::_ •==.
de outras ~aç6es. na IIMidida. em que 01 anseios desseS mesmos

: :n: o a~ dll .,....._ leipa em Portugal. Nas


-:!...ro::!:i~osq;~:e:;~
~esta .ma. a ........... e a precedl--las OS hOSpl·

:f;~= ~ 111..,. XXXIY.


li!LIOLÃO, 10li!J A I! ESTADO 1! 1>1 PORTUOAL . · SJ

tais e os oficios, dos quais foram a fac~ religiosa e nas quais a filia-
ção niio se dava de forma compuls6 na.
Ao /tJtfO d<JJ JtJJIU dtJ/ÍntJdiiS tJ tJ/btrlfJTiO t hospfcio , tJW>"tl tl C~tl
d<>r ,...,,1;u<irios ou <"tJbidoJ. Um saro/o, tm gtrtJI, 01 pror~g•a
~~·:~~"d: ~~;;:~,-~~~:;~:~;: ;:J!::;o"~;';:::n::;~~~d::;!lf:,
pmradtJ numtJ /o,ondtiru~·
As~im. na medida em que se desenvolvia e se f? rtalecia, o T er-
ceiro E"ado cem e\pecia\ o<; mcrcado_res, os ne~o<:1antes e os mes-
tcirai~) procura•·a amplrar seu~ canaLS de mamfestação e ~upa r
novos espaç0' sociais. Por ~cu turno. tambl!m o Estado rcd1m en-
~ionava sua polrtica em relação às asSOCiações leigas, 1mpondo-lhcs
uma subordinação mai~ dneta c efeuva. Se bem que desde fin s do
..Cculo X\11 já e:mtis~ essa \ubordinação •. foi so mente duas ce n-
nirias ma1~ tarde que o E.stad<l português passou a reco nhecer, nas
confraria\. uma furça aU\Lliar que assegurava as funções públicas e,
cn1âo. deti•·amentc •·ollou Mias vistas para o real significado delas.
Como resu\iado, trau'\l.:endendo o mu tualismo fechado das corpo-
rações. as irmandades, com o apoio da Igreja e dos monarcas, tor-
00
naram-se no inslfumento da reforma das atividades assistenciais •
A nova política pode scr captada à luz da criação das irman-
dades das Misericórdias c da co ncomitante tendência de fusão dos
pequenos em grandes hospitais. Ambos os em pree ndiment os inse-
rem-se no cont~" to da centralização absolutista im plemen tada nos
fins do século XV, notadamente com D. João ll , ao mesmo t~ m po
em que passavam a abarcar um universo mais amplo de desamp a·
rados, gerado pelo u pansionismo mantimo-gcogrãfi co a qu~ Por-
wgal se lançara. A monarquia absoluta nesse momento empenha-
va-se em laicizar a assistência social, com o firme pro pósito de
legitimar seu poder c dominio. Segundo Fortunato de Almeida,

" C...o.. NO. M arc:~lo. Op til ., p . XXXV III Em pn ncipio. 1 B<VtJit ir" era
denorruru.çiouuliDdaparadaoanw ontand artcque r~rrcs.entavaoacrcJado
ele clettrnultadu _profiltõft em um _olkio Linico As btJNit ir..s. enqu:mto
-.oc~ôa de of~~;OOJ, ~nm oonsutuid.u para rim poliucoa. ...Jmtnist n hHJI
e rd~ rtpr-nllndo 01 ofoc1011 Pfrlrn~ o Estado e pamap&ndo de ahvi·
diiiLks ..Jaullt<tral.i~N municip&II;Km falar de leU carittr reli&iolo. poÍI que
e_lal eram idomhr~eadN pela rnvoc.çio ck $CUI padroeiros, a quem os r~pec·
11- oflciol ~fi>C'fl~am e o:ultua~ am
• Por uemplo, em 1297, O. Dtnu confirmou o çompromiAO de uma irmao-
ddfOI"IIlada porhom.e111-bonl de Dep. -mas_çom a condição de01bem
daCODfr..-... nio ..Irem nunca da JUrisdt~ io Ctvtl e de os KUS administrado-
,. - lciaot~ (CuuNO. hhrc:elo. ()p . CiL p. XXXIII ).
te"-va,LaiaY. Opcit.,p.21
54 IU!LKi i.Ô:O E Kiii.E.IA 5011 O ESTAOO AIISOLUTISTA ,

inúme ros fatores concorreram para o incremento do número de


confrarias em Portugal nesse período, cabendo destacar, pelo met!Ol,
dois deles: a elevada mendidi.ncta e o de~mprego, decorrentes do
grande número de aventure.iros frusuados das empresas marítillll!.,
dos "retornados" de expedtções mihtares e da d.ecadênCta da agn.
cultura: assim como o aumento do número de vtúvas, órfãos e pa-
rentes desamparados de aventureiros que fic avam no ultramar, d"
quelcs que morriam nas empresas marilimas e/ou nas expedições
militares, a ex-agricultores ou, finalmente , aos invâlidos das em-
presas e expedições.,. Pragmaticamente, o Estado não buscoa
atacar as causas dos problemas sociais, mas sim criar e incenuvar
mecanismos que combatessem os efeitos. Dessa forma, as Miseri-
córdias portuguesas - daqu~m e de alfm mar - ~mpre estivt-
ram, de alguma forma, jungidas ao Estado, a exemplo de sua ciht·
la-mãter, a Mi~rícórdia de Lisboa, inslituída em 1498, como re-
sultado de uma conjugação de interesses:
a in/lufnda moral da /grtjD rtprtumuda por Migut l dt Comrrirm.
o parrodnio rtal, na ptsiOfl dt D. Ltonor c de D. Manu tl t •
romcitncia social c dvica da bu rguesia'~.
A rápida prolireração das irmandades da Misericórdia, na Me-
trópole e depois nas colônias, pode ser caracJerizada pela im por-
tância que elas adquiririam na vida social dos povos. Basta ~cm­
brar, como o fez.Charles Boxer, qu e, dentre as instituições peculi•rcs
do impErio colonial ponugufs
q~t Qjudaram a mantu wnidtU tU sutU di/tre/'1/ts co16niiU, COI'II•
~am-se O Senado da Cinu.ra e lU irmturdodes de r;aridtJdt t COII•
frtlrias lllir:tU,
verdadeiros pilares g(;meos dl sociedade colonial portuguesa, deSde
o Maranhio até Macau, p.rant&u de uma continuidade que circun~
tanctats gove rnadores, btJpo1 e mqistrados nio tinham condu;õeS
de ~segurar e que 1e transformaram em suporte da política cen·
tral!l:'dora e absolutista da Metrópole u. Por outro lado, a novl
pol;;:,ca estatal em re&a;io 61 coafrariu. ao estimular sua e x pa~sio.

~~.r:_=.;:.•~-:ó!'~~ ~r::::ç~~d:
~
,1~~~=~f~L~'I.~~-~.... - ~·
~,:;,.o.,r~ .... 'lhll
COiJDbn.,

~-
IIIIP"

IJobOL
llf.! IGIÃO, IGlEJ"- f EST"-00 I! M I'()UUG.o\L 55

santos. Não é por acaso que a partir d~ então se propagaram o


culto do Santi~simo Sacramento e as proc•ssões do Co rpo de Deus.
Paralelamente, aquinhoa~am->e os soberanos absolutistas com um
mstrumcnto 4uc: minimtLa~a a influência dos ofícios, anulando e
canahundo, •.ob a \Ua tutela, orgamsmos que não tm ham lugar no
11uadm politico do ahwluti~mo. Desse modo, a politica da Coroa
lace à\ trmandade' pa$~ava a ser a de entendê-las como órgão~
au~tliarc' para o controle e o uercício - do poder real, que
não a conte~ta~\e, nem se lhe resistisse
Com t> tempo. no entanto, o quadro se alterou. No Portugal
do Antigo Regtme
';;.r~'~,;;,~;,::;:~,. "d~r~~;;,•;r;; ;:r::: ~~~ . ;~,~; d::;:7;::;J.-";r:w:
11
, , ; , . , , , , , , , ,.,,.,,u,.,.,.;,..J,.sprtadtntts-camo.uolbtr·
11
"-'"""'· ••• lrf'''"'"'"' r"' rrrolhimrn/IH dt mtrcttiros. O ultOJ
lniiiiUII""'· <I"'·""" •tndt> ,.,r~,..,, ..,,,,,.. <f<"llinadiiS afins b.-nt-
/iiWHt•. r<nnam '"''~<"'"·mr /omtiJti d.- a.IJi.ftirrcia- ramo <U
nmfr<""" "" ;,,.,,,/adrl ,J, arti{irrJ. mwtas dlli qu11i.J SIIIttn/IWilm
prqlltiW\ !o"'f'llom t·m <I"' '"'"'tt
1Tillt11fos 111 unoci11dos - dtixa-
ram<ftopllc<Jr<l<"\ll"l/uuo.•fumlmqurmntrillrmtn ttlhueram
C<JNJII(>IIliiOf. ( ljflf'OU/ff/lflllllffffÇiJtJIIIGi.il"a.I/IU,IIIIIiSpr6sptr lJJ,
''' miiiJ mnplm r~lllr<M r. p<>r 111rim <httr, a{ici~litruillS, hllvimn
lf)lnadlllllrff r<~rl(l>. t·mn mm.,rr{iciinci<t.oSJtrViÇQl"dthospita-
lita<,Uo r dr 1/J.\JifhiCfli IWS lftS"/TifHJfll<fOJ tnjtiflldQJ, úrfiim,,
onv(j/odru. l-01<1 cuwdus l\ll.ftrirórdius"
Com o tempo, aumentou o número de irmandades, pois que,
tam bém o clero e a burguesia !.1: propu!.eram a çriar o u implementar
§CUS próprios sodalidos. Vfi rias ordens religiosas erigiram irman-
dades ou ordens ter«iru, supervisionando e tutelando suas ativi-
dades, a exemplo do que rizeram os do minicanos que, paralela-
mente ao cstabelec•mcnto de seus conventos, organizaram irmanda-
des da invoçaçlo de Nossa Senho ra do Rosfirio.
O quadro, por~m. não se restringia a esse tipo de iniciati va
Cc:rtos segmentossociais proçurara m oonstituirirmandadespróprias,
como ~o caso dos estrangeiros domiciliados em Lisboa que, só na
capital, c:rigiram, pelo menos, cinco confrarias cxdusivas u, ou dos

H •••u110, Anplo. Cul1ura c HSISté nc:i a Quarta Epoca (1640 / IBIS). In


Puu. Damilll. dir. liiJtúrhl dt PtKI,.ttlll Buo;clol. Ponuca\e~ Edol., 19211
/ J7.Y.6,p.6lj
.. A de Sia B&nalomeu doe: BombardeirOI alemic:s. iruuladll no inkio da
e6cu1o XV na IJrtJI de Sio Ju\oio~ 1 de NQII.I Senhora de Lowo doe: ita·
..._, u ~ 6o mtsma nome~ a do &m.....enturado Slll Luis de Franca,
•CiflllalihlldloforaduportudeS.nloAn•lo:adeSão Jorcedoaincte5cl
56 llUIGI4.0 E tcõllEJA SOB O EST ADO ABSOLUTISTA

militarts, que, em fins do stculo XVIII ,, tinham cerca de dou ir-


mandades di~çeminadas por todo o terntono metropolitano ••
Ficava patente, por outro lado, que a mult1plica..;ào do mimtro
de fraternidades era o resultado mais flagrante da coerção exercida
e das limitações às liberdades poht1cas determm:tdas pelos go\·e11105
abso!Uii~tas. Por e~a razão, o aparelho rehgw"((, ao mesmo tt!Tif(J
em que se const1tU1a como o mstrumento atra\.,:~ do qual o EstaOO
e a classe dominante e~tabcleceram sua he~cml~!lla. torna\·a-se 0
canal pri\'ilegiado de upressão d os grupo~ WL-iais subahernos':
Não tardou que a monarqu1a absolutiSta portugur~a puses.)t a tra-
balhar a sua máquma burocráuca no ~ent1do de controlar e disci-
plinar a atuação de~sa_s associações. R elembr~~~e aqui que, jã em
1532, D. João 111 lnSt!IUJTa a \lesa da Consc1cncJa e Ordens, co111
a finalidade de auxiliar o rei na resolução d e problemas jllrídiCO'l
e administrativos que "tocavam à obrigação de sua consciência~
Quase um stculo depois, em \608, era dado a publico o Regimento
desse tribunal. explicitando claramente em seu par<igrafo dezCMCU
que sua competCncin e jurisdição se estendiam a
todos os n~goôos dll.f 1ú.s Ord~ns militaru d~ Nono S~nhor Jtoo
Chr/sto, Somia!{O da Espada,~ S. B~mo d~ A•·i.s ~ ... tudo o q~t
com·tm ao stu bom ~stado, ~ gm·~mo no ~spiriwa/, ~ ttmpo11d, t
auim dtntro dtstt.s R~_vnos, como j6ra d~ll~s. nas lndias Orit~­
tau, Est<Uios do Brozi/, ~ mais partts Ultramarinas do St~horio
dt•la CorÕ<:l, Jalvo o qut toca iJs Comtndas da M~w M tslral. po1
quanto a admlnistruçõo ~ govtrno d~lla.s ptrttnr:t ao CoiiS~IIw ~~~
minha Faundan.
Apesar de tudo, na pritica, no primeiro momento, a Mesa da
Consciência e Ordens nio teve atuaçio e açio efetivas sobre a .,idJ
RELIOIÃO. IGREJA E I!STAOO EM PORTUClAL... !§7

ir- inteira das irmandades portuguesas. O acervo documental do órgão,


c.-;pccia!mentc aquele hoje depositado no Arguivo Nacional da Torre
do Tombo e no Arquivo Histórico Ultramarino. de Lisboa, é ex-
'"
ida tremamente reduzido no que respeita àquelas associações. Con-
tudo. n:to há que se deixar enganar pela suposição de que, na reali-
lOs
d;~dc. tal csc<~>SC7. se devesse à pouca relevância que os negócios
,)po, das irmand~Jdc> tivcrnm m1 p<lUta dos assuntos confiados ao Tri-
lo bunal da \1esn d3 Com;ci~ncia e Ordens, ou de que, por não tratar
c'pcdfil·amcnte de irmandlldcs em nenhum dos cento e dezenove
ar\Í~tlS do seu Regulamento, est!.S não teriam grande importância
110 conjunto da administração e da coloniZHção portuguesa. Cumpre
ohocrvar que. com a Restauração. e, especialmente, com o advento
de governo~ mais aceiHuadamente absolutistas, este órgão passou a
ser ;u:ionado com maior freqiiência no trato das questões relativas
"s irmandades leigas: wnto que perm;mentemente a Coroa insistiu
na juri~di~~o do órgão sobre todas as matérias religiosas e eelesitis-
uca~ ·••.
Gradativamente, as irmand~dcs Foram se fonalecendo, che-
gando a cnusar apreensões c temores nas autoridades, algumas das
quai> n~ livcram na conta de associações extremamente lesivas aos
intcrc5scs c~t~wis e verdadeiros focos de sedição "0 • Nessa pcrspec·
tiv3. n~o C de se estranhar que o Marquês de Pombal tivesse se
empenhado junto a D. José I no sentido de
p11blicar <'111 Abril de 1771 h<ia Ley que supprimia 1od11S os con-
jrurim, <' lrrm:wdades, à exce(lfiiO dm do Sm-. Sacrami'IUO, e de
Nona Senlrora do M0/111' do Carmo, I' da Mizericordia,
propondo ainda que as rendas e os bens desses sodalicios fossem
repartidos pelas famílias caremcs do reino, na medida em que
!te dificil fazer ltuma reforma mais vantajosa uo Esrodo Civi/51.

1~i:~!!l~·~:E~~~~{ €li;~:;:~:if:#)i~i~~~;~:t::~s"::ig1l;
li!1e doçumcnto também pode liCr ~on5ultndo em: APMISC- C6d. 93. fls.
!~~~~v e no Anuáno do M11s~u 1/o /ror:o,jü/~ncia.
Ouro Preto, 195517. v. 4,
60 A~iso do Ministro Mnrtinho de Melo e Castro paro a Mesa da Consciênci~

:e0f~~:~~ ~~~~;~ :~ ~7~!;;~"~:~~--; ~~l.~g~s~~ção Portuguesa,


~;.R&;;dcCt;·Je~;~,M~~;~::r~ã~o~~:l.~~:::~i~~~~~~~a~~~:!ir~
0
Muuatro de Dom Jos! 1. Re' de Ponugul /1786". ns. 265/Sv.
5I lELIOIÃO H IClRI!JA SOB O f.STAOO AliSO! lJTISTA .•

A sugestão do ministro não foi a~ei t a._ou. se o foi, não se execu10a.


Polim, o que se constata, a pa r11 r da1. e que as irmandades CSh~r.
ram cada vez ma1s dependen tes e ~ubmt~sas ao Es1ado absofutô
Jdentificando-_se com ele, e_las aca?ararn tendo idêntico dcstun
Quando os ahcercts do Ant1go Reg•me '\C abalaram e des~
ram, as confrarias e Irmandades se mclUtram entre seus estombrol
E assim, com o advento do liberalismo, sua roison d'itrt cede~
lugar e espaço a outras espécies de as~!Xi<~ção.

2.2 Igreja e irmandadn: na colonimçio por1uguesa do Brasil

Muito se escreveu e se tem escrito sobre a religião e a religiG.


sidade no Brasil-Colônia. Invariavelmente, tais análises têm con.
vergido para consagrar certos elementos como definidores da pri-
tica e das manifesta~s religiosas daquele período. Um desses ele·
mentos caracteristicos ~ a sua superficialidade. isto é, a manifesta-
ção de uma religiosidade epid~rmica,
dt fundo tmoclonol, compraundo-rt' nas t'Xft'rioridadt J do Cljl!o
mtntto srm comprttndt·lo, t w~rumdo um gos1o dt /nla, dt rt~·
nliio JOC/ol. l~m] t•qut/a convicçtio prO/lindo. nmcida dt ~ ""'
inttrioridatlt /ortt
t tspirilllllliladan.

Essa superficialidade fez-se notar pela enfática predomi nãncia de


ritos externos, pelo colorido e pela pompa das prá ticas exteriores,
que, a exemplo da matriz ibérica, atendia fundament al mente aos
s.enllmentos e aos sentidos dos colonos. Daí o realce das prOCis-
sões, em especial u da Semana Santlll e do Corpus Christi, inau·
guradas pelo hdre Nóbrcp, em IS•9 u. Tudo se fazia para cu!·

-.
luar e bomtnqear 01 lalllol protetores. Como se não bastassem

:~-=-~~~~-!ri,.~ IW!Ja.~9
...: .....:_,..~~.~~~~
...._elt·~--.. -,T~IIIilaa QJ!taib ....
:..~ -:.::-.:::d:.,'":::,.,.~~~
:-::....--:==.~. .~
==~-ct....-=::=::-o...;.m..!Od.o:':;~
=:-.: : :.:
== . =-=:·E:=-~ r-~~~~ - xvm.,. 111.)
iGREJA E IRMANDADES N A COLONIZAÇÃO. • · 59

as orações invocadoras com que individualmente as ~e.sso~s . se di-


rigiam a seus oragos favoritos, recheava-se o calendano crv1_1 com
efemérides religiosas, para desgosto e desalento das autondades
civis".
fundo, uma religião imediatista, distante da liturgia, sem
de fiéis nos sacramentos,
lll("""·' "/!'"/"ao seutido íntimo das cerim(im"as do q"e ao colorido
:,.~ ~~:,~:~~o~~~~~~~o;~,:;~~:~s~:r~;lt!~~ s:~~JtJJ~a a;p~~i:~~:~::adee:~
Por isso mesmo. era religiosidade em que o caráter intimista em
relação às dilindades se manifestou de forma marçante, onde o
sobren~tural era atingido pela intermediação dos santos, estes en-
tendido~ como entidades familiares. próximas e acessíveis. Como
anali~a Sérgio Buarquc de Holanda.

Assim, quem se debruça sobre a religiosidade colonial não


pode ter como parâmetro as normas c os padrões do catolicismo
doutrinai. ditado pela teologia e pelo direito canônico. A rigor, se
este existe, não foi a colônia portuguesa da América o lugar ade-
quado para se visualizar sua forma acabada. Ao contrário, o que
aqui se vê é um catolicismo popular marcado pela precariedade da
evangelização e pela hipertrofia das constelações devocional e pro-

~· Consultem-se, pOr exemplo, as lnsrr~çõu inédiras di': D. Luiz da C14nha e


MarcaAntônlarleAur<doCaurinlra.em 1736: ""Já considerei que constando
oa nnode 366 dias {sic).sóa tuça panedelleseriiodetrabalh.o.se descon-
tarm.os os domingos. as quatro grandes festas. e as particulares de cada par·
rochra. eooragodoconvemo. e os diude procissões'". Apud BoXEil. Ch.arles

~:~é~~~i.ª;@!~~:~~~~J~~~~~~~~jfi~~~~7~~~
RIHGB, v. 11 , 1848. p. 317.

:! ~~~:: ~r~i~ B~:;~~ed~~. Rf~~~. 11: l!;tt· ~~i!~."sc também, a esse


propósito, inUmeras passage ns de Casa Grande & Stnzala. de Gilberto Freyre
(denue OUINlS. v. I, p. 29 . 34 et seqs.; v. 2, p. 49S, da 10.~ ed ição bnuileira).
61 a.ELIGIÁO E IGR EJol. SOII O ESTAOO AIISOUJTLST_..,
-
tetora 51 _ Por isso mesmo, na análise da religiosidade colonial dtvt-
·SC procurar penetrar na natureza dessa aparente e:o:.t~rioridade. Só
assim se poderá compreender, por exemplo, o real SJgmficado que
as festas religiosas tiveram naquele come\ to e identtficar, sob 0
manto diár~no _da superficialidade, a expressiio original que \inp-
lariza a rehg10S1dade colonial bras1letra. ~uma palavra, comprCC!I-
der a festa no duplo sentido de sacralizaçào da ordem e de vi\·tnw
religiosa, vale dizer, como
tspaço dt libtrdadt numa vida dt tscr(ll·iddo, (na qua/J o ucr~no
um qui' 1rabalhar pllrll o unhar. mllS d(UJÇU para si. Como o rr•
balho mio potÜ str rt/igião, pois j rm1 trabalho mareado /'(14
tsrigma da t.rplora(do e do injustiça. a rtltgiüo st rtaliUJ dtpoo
do trabalho, à marg~m do trohalho, como um inr~rvalo no nvill
do frobalho. um uspirar /i1.1r~ no m~io do oprusiio. Dd o rar61tt
tJStncialmtnrt pauof{tiro da fe•ra brasileira: o sobtdorio I'OPI'l4r
sabe que o melhor da /tlfa t que elo "txistt", optsor d~ Mio
o /tsfo, com lodo a sua exuberância, porodoxalmenft Ttl'tla rut
que pomo o rofi~·e/ro t desumano t finalmtnfe insuportável. Po1
ino tia de~·e Jt r entendido romo sinal e presságio de Hbtr/Ofâo u
Conseqilentemtnlt, não se deve entender o catolicismo brasi-
leiro de então como forma passiva, meramente receptiva e repro-
dutora do modelo europeu, a par de certas semelhanças com a meo·
talidade tridentina e com a exterioridade da concepção religiosa da
Europa medieval. A Igreja que se instalou no Brasil defrontar-SC<iJ
permanentemente com um espírito pouco ortodoxo em relação aos
padrões deftnidol pela crwand.lde romana.
J(;REJ"- E lRM"-ND"-DES NA COLONIZAÇÃO... 6J

A expansão do Crislianismo, entre os portugueses, integrou os


mecanismos e o processo de colonização. Nessa medida, a Coroa
era quem estabelecia as diretrizes da ação da Igreja, transformando
a evangelização num assunto de Estado, isto é, a utilização da Igreja
como um instrumento da conquista. A ação evangelizadora, assim,
consistia em reduzir pagãos ao cristianismo, forma flagrante de in-
corporar novos indivíduos ao universo do colonizador. No Brasil-
-Colônia, a Igreja não conheceu outro regime de atuação. Foi
sempre executora da vontade da Coroa. Ao aportar no continente
3mcricano já era submissa ao Estado, e o longo período de colo-
nização somente ~·eio fortalecer e consolidar tal submissão. De-
pendente e ali3da do poder, distante das camadas sociais domina-
das, a Igreja não pcrmeou os contatos entre Deus e os fiéis. Con-
tudo, na obliterada perspectiva dos colonizadores,
flavia ev(l.llf!ell<ação o/ida/, interes-
e c!4/t,.ral.miJwra de religião e de COII-
menr"lidmfe do pt•droado porwg,.és""·
Se o Brasil foi ca11_1po de a~ão missionftria, essa não pode ser
aqui entc!1dida como Jms~ào de hbertaç<io, pois se desconhece obra
past.or_al JU~Ho il p?pulaçuo. O trabalho dos homens da Igreja na
Coloma fo1 essenctalmente. o de desempenhar uma função política
no quadro geral da colomzação: função

:i~~~~~~~ ;~~~~~l~;ã:a~~~d~~~~~;~/' ~~,~~.r:ul!:s:S~~:' r:a~'f~~1ã~ :J~


0

:~~!,s ;,~ltf:~::: b~:!:~~7:asd!.. consolidar e garamir 11


posse porlll-

; doosq~:ds~sp~~ce~~l~~~:~mente na análise da atuação dos bispos

.. A depe~dê~cia e su~n_lissão do episcopado e do clero colo-


~tat~ aos des1gmos da po!mca metropolitana consubstanciados no
:nsl!tuto do Padro~do, manifestou-se basica~ente atravês de dois
nstrumentos, m~mpulados sem. quaisquer óbices pelos monarcas
portuguese~: o ms _praesemandl, isto é, o direito de provisão e
apresentaçao dos_ b1spos, c a cobrança dos dízimos eclesiásticos
~m ~me da Igreja, que, na prática, redundava na fusão das renda~
o tado com as da Igreja. Pelo primeiro instrumento, o Pa-

::!'j~u~~· ~~~~ ~~~~0 e~;~t f!i$t/a. da l;:rtja no Bra.ril; p época: A


111 ':fOOUIAU.T, Eduard~ As ,;taç~~ ~~~· yoz~. 1980. 1. 2, v. 2, p. tOS .
:4~. Rt•lsla écltsidsrica Brasileira, Petró~lfs:e~~nc/ t':;~~~- nJ;,Bf~~~~ g~:
62 .EL-IGI40 E l(lltEJA SOII O F.STAOO AISOil'TIH~

droado travestiu o pastor espiritual em agente político, inibindo


a açio pastoral. que se apresentou de for_ma suplementar aos inte- o
resses da política colonizadora. Como af1rma Eduardo Hoomatn. do

embora niW St ponam negar ari•·idaJrr pcJJioral.$ t mtsmo ;:d. ~u

11 postólico em alg11ns dos bispos do pnir1do colonial, a açoio dr!• b;


foi por demais absorvida ptl~ próprw r•truu~rD do Podr!XIdo. _\ 111
próprias visitas pastorms_. _tv!dtncumH r n1aU or,rudts tJdmiiiiSrt•
tivas t jt~rldicos do qut 11p1camenrr apmtnllcaf Silo homem dt,.. "'d
Jiado comprometidos com o rtgimt poliuco para que pouam dt
faro txtrctr uma orilo de •·erdadeirll ltllo>·t~çao upirilllal no Br•
si/. Aitm diJso, dNerscn bispos do ptrwdo c"/ontol ocuporam IN»
çdo n,t,domtrue política. substituindo os r:mernadorts ou !QU~
parlt dt JIIIIIIU do_governo mttrino 11 •
Desde a ori~m. o episcopado colonial foi uma instituição \'Citada
à sacra\i:ução da ação colonizadora da Metrópole, como defensor
e porta·\·oz da política colonialista, e, por isso mesmo, os escaMS
bispo! coloniais, conquanto fossem a segunda autoridade na escala
hierárquica da administração, no seu conjunto, não tiveram uprrs-
silo condizente com sua dignidade eclesiástica. Tanto que muitos
dos prelados designados para o Brasil sequer conheceram suas dio-
ceses in loco, quando não aconteceu de confiarem seus rebanhos
aos cuidados de prepostos e procuradores t:2. Ademais, a ação dos
bispos na Colõnia enfrentou sérios obstáculos, como, por exemplo,
a confusa legislação do poder civil referenle aos aspectos fiscaliu-
dores e disciplinares dos ordinários e as desgastantes desa\tnças
com os regulares, sem falar da desobediéncia conOituosa dos cabt-
<~oo•.
IGilEJA E lll"t.\NO\Dl-5 NA COLOS IZA('ÃO 6J

Por outro lado, na qualidade_ de Grio-M_estre da Ordem de


Cristo coube ao rei exercer a JUnsdiçio ~ehgtosa sobre as terras
do ~~vo Mundo, e, por consegumte, usu_frutr dos seus _r~ndtmentos,
~b a forma de dízimos. Em contrapartida, responsabthzou-se pelo
w\tento dos ede~iásticos da Colônia, embora fosse natural que aca-
ba%c empregando a maior parte da_ r_enda dos dízimos em obras
que e>tavam louge de ter c~rát~r rehg•oso. E bem vcr~ade que a
de~pe~a com a "folha cclesJásuca" unha d~clarada ~r~ondade na
manipulação dos recursos onuudos da r~ct1ta dos diztmos._ Mas,
e~>a é uma questão paralela. O essencml f que, ~ubvenctonad?
p<:lu' ~nfre~ reais. o clero integrou--.e totalmente aos mtercsses poh-
ti~oo. e allmmt\lrati\'OS da Coroa, tornando mquestionável a sua
\ltuaçilo de funcionário regto.
O " ull''"'' ,,,, '"'"'"' '""" orguni:açdo ~c/uidsliCP, nuu não ~d~·
;,./ \ '"' ,,. 1m h" C'"'>!<'>•'nrw d<1 l~:rt"jQ romo Q c:omunidQd~ dos
, ,11 ,,: ,,_ mal C'omo '""" '"""'''"" fll1mminrmh·o, dt" bo.us juridictU
!'""''' • pa/titmnt"nlt" <Üimt"m/a.J t'. o </Ut" t' mais gral't", a .J~rl'IÇO
do· I·• •do'"
Tran\formou-~c. poi~. a carreira eclesiástica numa carreira de
funcionali\mo pUblico. Consciente dc\\C \CU papel. o clero colonial
soube tirar proveito da "mercantilit3Çi"io das funções sacerdotais".
O excessivo número de clérigos na Colônia. geralmente concentra-
dos nos principais aglomerados urbanos e no~ latifúndios, é um
claro sintoma indicador de que a carreira eclesiástica possibilitou a
seus integrantes. alem de invejá\·el posição social. segurança finan-
ceira e solidez econômica. Em troca, o clero prestou à monarquia
incontestes provas de sua lealdade, omitindo-se in.,ariave\mente a
respeito das injustiças do sistema, algumas das quais, pelo menos
em principio, feriam os princípios da religiio que ele apostolava.
1:: o que ocorre, por exemplo, em rel ação à escravidão. Mesmo
alguns dos espíritos mais lúcidos, como Antoni l, não a condena-
ram. Ao contrário. Conforme atesta Alice Canabrava,

~ Carnilo de Oliveira. Hist6r_11l J~U idlim T~/igiOSlis no BrQJi/.


Slo Paulo, GnJalbo, 1~68. P- 34 E.ua •dé11 bis1ca fora antenormeme per·
~btda com danvidêncn pelo Abade Raynal. Scaundo ek, ~o bem dos irn-
ptnos UJJe que o clero tenha sua subs..sthcia UteJIIflda ; mu tão mócbc:a,
que ela hmne neo;csunamente o fasto do eorpo e o número de membros"
E akrta•a para o periJO: wA miio!ria o 1orna fanitico, a opulência o tortlll
=::e~~:; E,~bl~:~~uo,.,to;:•~om~~c;;:o;,.sc~~;';~~h;:;:P,~:qu,;~:;
IIW•s. Oenhe, Cho:z. Jean-Lconard Pellel, 1780. "- 2, p. <162).
64 IU!LIG!.iO E IGREJA SOB O EST AOO ABSOL.UTlsrA

1 n!r.toni d~c~ii~~:~n:l:;:,;:;::a;o;t~c;:;;:~:o,l;~~;:· ::gl:;:~ic:r:


10
Ju.ndl~as /ás . de'xar presentes as 110mws da conduw mor(!/
::~:ç:;~::t:::n ;;~:~lar s sen/1ores 1111 utilizaçiio do escravoM.
Segundo Emília Viotti da Costa,

~?.;! !~~~:~~~~Jf:f.;~I~~~tB~:ft2~~:~i!i:;~;:~~l~
todos 68 •
Mais adiante, insiste em que

~t:i~';~~â~,;~;:o~s:s:,:::.~:~~nt~:~obJ';~~:~~~:ae:aa:a c~u;;:~::. ~
pecado do escravo era o revolta - uma teologia com 6bvras rmpll·
CIIÇiU's conservadoras M.
E, taxativamente finaliza:

~~TII~~~~0na~a;ó~~~ c:~c~;:~ie~~~~:ii~o 1;11;s~á:;~:o d;i~~~a~1za~~~~~~


clasu. qut cn/alizavo;n ru obrigações reciprocas bem mais do q~e
~::i~:i';:s:;:~r~:d::t s~~Q:;~e~~~~~::s:~:~. v~:~; ;:0\~r:;,~~~=r~~
mrmdo, os senhorts 114SCiam para sertm senhores e os I'SCra••os parD
sertm escravos ".
Submissos ao Estado, bispos e padres acabaram cuidando e:·
clusivamente de seus próprios interesses e/ ou dos da Coroa. Nao
evangelizaram, no sentido cristão: nio foram supon e nem agentes
da religião católica. A vida sacramental ficou prejudicada. De uma
Igreja assim eatabe1eclda. muito pouco se poderia esperar. ~ ver-
dadeira roUailo na Coiama seria desenvolvida por outras v1as._ 0
s_eDtimca.to reJiaioeo se cxpreanria por outras formas. O ~lenca·
lismo ideiBadÕ pelo Coac:.Oio de Trento nlo deitou suas ra1zes no
Braile.~~= da f6 iDdependeu do corpo sacerdotal,
1D111D1 pela doi clérigos. que pela possessividad~ _do
......_., -~ da llliD&lplll evangélica transmtuda
L

IGREJA 1: lRMANDADL'S NA CO l.ONIZ.AÇÃO. . . 65

pelos pastores da Igreja, os colonos vivenciaram o Evangelho a


seu modo. Como observa Eduardo Hoornaert,
o carolzcismo propagou-se no Brasil principalmente pelos leigos,
penoas que mio eram lifladuf à instituição ecleJiástica. Os bispos•
.wcndo1es "do hábito dt• São Pedro". monges e frade.f ficaram as
mms das l't'UI no litoral, nos com•cllfos, seminários. colégios, mos-
teiros e palácios, só fczundo viagem pelo if!/erior raríssimas vezes.
o, poriii.'IIII'H'.I po1•oadores e deshrw·adorl!s do sertão, assim como
os índios mamo.! e os cz/ricano.1 escrtwhados, t' mesmo os quilom-
hola.l eram os principai.l propagadores do catolicismo no intl!rior 611 •
Nesse quadro e dentro dessa perspectiva é que se compreende
a função histórica das irmandades leigas no Brasil-Colônia. Para
a Igreja elas ofereceram a dupla vantagem de serem. simultanea-
mente. promotoras e sedes da devoção. como também eficiente
instrumento de sustentação material do culto. No primeiro aspecto,
~ubstitlll ram o papel precípuo do clero como av.entes e intermediá-
ria> da religião No segundo, arcando com os onerosos encargos
dos oficios rclig1osos. ex.miram esse mesmo clero de combater a
instituição do Padroado régro. Dessa maneira, do ponto de vista
do Estado, para além de aliviá-lo do compromisso de aplicação dos
drzimos eclesiásticos recolhidos na implementação do culto religioso.
os irmãos leigos acabaram por absorver a responsabilidade dos ser-
viços sociais a toda a população colomal 70 •
O exemplo mais conhecido e estudado de irmandades leigas
naquele período é o das Santa> Casa~ de \1isericordia ''· !\fora os
seus deveres de caráter espiritual. as Misericórdias se incumbiram,
fundamentalmente, das seguintes obras sociais:
dar de comn a quem tt•m fomt•, dtlr de beba a quem t1•m .tede,
l't'l·tir os mn, ~:isitar 01 doentes e pn•sos. dar abrilfO a todos os
.. . -~

\'I«JIIII/es, re.11:atar os Ctlln·os e entrrrar os mortos •·.

ou HOORNAERT. Eduardo. Formação do cmolicl:.mo bra1ilt'iro. p. li H.


'" A política de rre\tação de ~erviços sociais adotada por Ponugal, na ~sên­
cia, nlio diferia daquela empre1o1ada pela monarquia e5panhola, isto ~- -a
provi~ào de serviço.. •ociais não era considerada como re•ponsahilidade daJ.
autoridades", sejam elas metropolitanas ou municipal~ (Cf. Russu t.·Wooo.
A. J. R. Fidalgo.! tmd Philnntl!ropists. p. ~56 e também p. 268-9). Porém.
opo~ramcnre à solução portuguc\a, oo ultramar e•panhol foi a Igreja, espe-
cialmente pela ação c estímulo dos bispos locai,, que se encarregou daquele.
~ serviços <id., ibid .• p. 357).
7l Sobre a importimcia histórica das Misericórdias em rodo o imperio portu-
t guês, veja-se o subcapítulo " Religião, Igreja e Estado em Ponugul setecen·
tista" deste trabalh o.
l 7 2 Boxut, Charlu R. O Império Colollínl Portuguis. Trad. pon. p. 320.
66 lli!.UOIÁO 11 Kli.EJA SOB O I!SToi. DO ABSOLUTISTo~o,,

F'ICI claro que o cumpriment!' de. tais responsabiti~ades exigia dela


uma sólida estrutura econ6mJco-fm anceJra, confenndo-lhes amara
de entidades manipuladoras permanentes. de avultadas somas dt
recunos. Integrar os seus quadros poss1bihtava não só Sl<l/WJ 1
prestígio social, como também acesso a bon~ negócios e a utilizaçio
desses recursos em proveito pessoal. Por tsso mesmo, as Misefi.
córdias se pautaram por ter, em seus quadros sociais, as camadaJ
privilegiadas da sociedade colonial, isto é, pessoas que nttessan..
mente estivessem dispostas a dispender recursos para a prática 11e
obras assistencialistas, em especial se se habilitassem a carg~ da
mesa administrativa, principalmente a tão cobiçada e disputada
provedoria. Por essa razão, as Misericórdias adquiriram traço pe-
culiar ao se transformarem em irmandades predominantemente a-
sistencialistas, aquelas que assumiram o ônus da construção e mJ.Dil-
tençlo de hospitais. O seu lado espiritual ficou em segundo plaao,
em detrimento do aspecto social.
E bem verdade que, na medida em que desenvolviam e sub-
vencionavam a assisténcia social aos necessitados, os irmãos da Ml'
sericórdia praticavam o catolicismo, justificavam-se socialmente c,
no ínti~o, supunham-se recompensados pelas bênçãos do céu. Tal
procedtmento, contudo, não os isentou de cultivar a vaidade de
manterem a exclusividade desses serviços na Colônia. Segundo Rus-

::~~.~iser:,có: ::=rfi:~:ir~~~~~~~~~~: ~n:


0

~te a pelo IDeDOI ~ tcntativu de irmandades rivais para a


~ de bolpiüis .,., E Dio • pense que a esse zelo ptl~ exclu-
; : ~-. iaqueltioúvd qualidade de atendtmento

..... ...... ll\lhrft: .... ,..,., ftll fW • MilrldM/~ U/4 J~·


:f*W..:.'1: ....... -.. 14 IIN, ortd' H
lflllÍI
nulo ,..u silos do
!Cit.EJA E 11\MANDAOU NA COLONIZAÇÃO. 67

tas de jurisdição eclesiástica, elas se submetiam unicamente às auto-


ridades civis coloniais que eventualmente recebessem delegação pró-
pria da Coroa para agir sobre elas. 1:: bem verdade que essa proteção
real não lhes trouxe o correspondente apoio financeiro. Contudo,
sob a sombra do poder, elas usufruíram de privi~gios especiais e
di~tintos daqueles poucos que, esporadicamente, contemplavam as
dema1s assoc1ações leigas. Em troca, provtam de servtços sociais
n;io apenas a população em geral (embora com gravosos ônus), o
f',tado, como também, em cer1os casos, a municipalidaden.
De certo modo. nas outras irmandades o Estado nio encon·
truu idêntico re\paldo para a garantia da estabilida.de social de seu
\"<ISto império ultramarino. Apesar de tambfm praticarem o assis·
tenciah~nlt) social. as demais irmandades o faziam fundamental·
mente em função de atender zy; seus próprios associados e familia·
rc>. Por outro lado. diferentemente daquelas primeiras, essas outras
~e entrqla,·am çom maior afinco e empenho às atividades espirituais
e nela\ o c~pirito associat1vo c intergrupal era mais acentuado. Sem
perder o traço colonizador que as caracterizava, elas se constituÍ·
ram cn1 elemento singular no processo de colonização vigente sob
o Antigo Regime. Conforme observa Bo~er.
rfla.l irmandadn rr/igiosas comfifuiam. stm dúvida. para tU d<UJtf
humilh11das r drsprr~oc/as uma jonrr dt ajudo t ton/OriO múruos
comonrmcahou•·t ntUro/Oniasfranasa.l. ill1flrs<Utho/andtsas 10 ,

n ·Ao pro~tr "''"'"IÇOS IOCiais que eram <k r~poruabilidad~ da Coroa oo


mun,ç1pal. a l>h..,ricórdil d=mpenh.na um papel "'miburocrltiro. lua.
nov.m~nte. tornavl·l imita ~ntr~ 11 ootru irmandades da Bah.ia colonial
A 1mponlnci1 da l>h..,ncórdia no e~mpo IOCIII foi rdutantemtnte reeonh:·
cida pela Coroa e pela cámara muniCipal. Não wria demail&do afirmar que
llll autoridades d~l)(ndiam das Misericórdiu ~r1 pro~er cert01 wrv•çOI pú·
bhC<lS A Coroa nt&oc:iau com 1 iriNinda<k em termos financc:iros o trata-
mtnto dOI soldad01 no hosr1t1l e o ~tnado da câ mara contribui& para o
-tento dos en,euadOI pela irtn~nda<k. Em ambos 01 CllSOI o fracano por
pane da Me$1 ~m insisur na compcnsaçJo adequada era devido 101 "'U!
própriOII <kfci101. pois a M•wricórdia.enoonltaVI•IIC em uma posiçlo de
t..r1anha sufoc:ienttment~ fone ~ri u•11r rennbobo 10(1] para a opo:raçlo
de strviçOIII IOCiai' pelos quais a irmandade nllo tinha qualquer obriaaçio
estatutiril ~ ( Russrtt-WOOO. A /. R, Fúlt~lgot t~nd Philt~nthrop/Jis. P- 347)
Em outra pass.aa~m. InSISte o Autor: ·o h011pnal da Misericórdia forna:ia
Kf"lliço especifÍCIImente para indi~idUOI a serviço do re1. Esta funçio "'mi·
burocritica da irtn~ndade foi rKOnhKidl pela Cllf"OI e conccssõe fon.m
feitas ~ Mi..,ricórd1a para dimmul~m a carca financeira da manut~n<;io d-o
holpital Elta ajuda da Coroa tomou duat formas - pri••l~JÔOII financcir01
ou conc:nsóet diretas, e papmento pd01 tratamcnU. dos indivldu01 a Kf·
Yiçorflio"(id-.ibid.p.29lttscqs.)
71 1oua. C. R. O /mplr/o ColonilJI Pm1116Uh Trad. port. p. 326.
68 lEIIOIÃO I! IOli!JA SOB O ESTADO All<;(ll I "!I'ITA,

sem contar que foram send? eretas de~de os primórd1os da ocupa.


ção 11 ; sem esquecer também aquela\ que, no Bras1l, eram u~~~a
esp&:ie de subsid1ánas de suas rongéneres lu ttanas ,_
Diferentemente das Misericórdia~. ne s outras irmandades,
espírito inici~l foi o de congregar pe~'oas qu e. tendo eleito Dll
santo padroe•ro comum - com quem sJm bo.lhcamentc pas~vam,
compartilhar suas agruras terrenas . compromet•am-se a PI'OIIIo
ver e a manter a devoção do orago. Cnada ~ fundamentalmente px
lctgos, elas procuraram. dentro de ~ua~ ltmnaçõe-s e recursos, Plt-
servar sua conotação genuinamente popular. S eua medida. as ir-
mandades coloniais se apresentavam, desde seus pnmórdiOl. eat
associações nas quais o espírito de independéncia c exdu~ivismo 1o1
impôs acentuadamente, o que. como seria de se esperar numa §OCie.
dade regida pelo sistema colonial, acabaria colidmdo com os inter""
ses da politica metropoh!ana. Ao mesmo 1empo, elas cumpriam 1
imponanle função histórica de serem um veiculo estruturado cor-
gânico. por isso importante - talvez o único na Colônia - dt
que a população em geral. mormente os grupos sociais subalternos,
dispôs para se manifestar com relativa liberdade e autonomia. Por
isso mesmo, contraditoriamente, elas se transformaram em um cf~
ciente agente de colonização, pois que, a par de ser um local pri-
vilegiado de afirmação das identidades culturais, ~tnicas ou sociaiS
dos grupos integrantes, nio perderam o seu traço de instituição eu-
IGat./A E laloi,UODADU NA COI,.ONIZAÇÂO 69

ropfia e. portanto, identificadas com a polilica colonizadora. Assim,


por e~cmplo, serviram como instrumento de enquadramento do
negro aos padrões culturait do branco. Ao permitir c mesmo esti-
mular a criação de comunidadh leigas de negros. Estado c Igreja,
ao me~mo tempo em que lhes facilitavam a assim ilação da religião
cri~tà, proporciona\·am aos negro) uma espécie de sincretismo plfl-
nciado. i•to é. dirir.iam c determinavam as formh pelas quais se-
riam norteado$ O\ contatos rcliposos dos negros com os brancos.
no e,forço de a«Similação e fixação daqueles ao mundo destes. Para
Eduardo Hoornaert.
n prrun{a <I<> lromtm btarrro j~mo 110 11tgro era ni•·cladora (no
•~n/ldo> qur noorion·a a di•·ttlidadt dtU n<IÇÕCS ajricamu u:ilftnrts
" HwJrll r honarq~i:.,dora ono Jtl!lido qut introduzia a tticll do
1'""'/'~ro r ~""'H"'" ,/rua /CJtmannair os prtiOI parll o sisiO!'ma).
\'ppaprlrlrl>rn/rU<>t.f't<>trlorourtprrumanujulldko,a/unçíJo
,J,, "'""'"l"'""tW prrwumprr/olo mtsma. niUcDn/rariiU, nos
compwl""-'· '"" ""'"/nnhmnrm<>l dt botirmoou cosamcnro:odt
atrmr<>h"""""'f'"'t"l'""'""'""dol>ronro. Dcsta/ormaficabtm
r/<lf<> qou til """"'J"'Io·• !'""_"'.""'"' rm partt o progrrui•·a it11t-
,.,,.,-,.,l,d,·
ll'"fol<> do>< a_lri~Otln.l "" c<>lnnialn.
A•sim prO\:cdendo, as irmandades de negros escamoteavam o
permanente conflito de c\as~e$, em choques e violências, que per-
meou todo o pcríod•l coloniaL A ap3rência de conformismo e pas·
sividade acabava por cs.condcr o antagonismo latente, pois que
os inttrtJStJ brancoJ. prrros t JHITÚOJ 110 BriUil siio confliruais: o
qUO!' I bom paro o• bro~nros I ruim p<Jra os prriOJ. Os pardos ou
mulatos, prO<"ariJm o lado dos hranros, m.u unidos. Elts nao 10!'
unrtm lguoisoosbriJn(OJ'Ill.
E, voltando mais uma ve1: a Eduardo Hoomacrt,
IJ hllt6ria das ,manJadO!'s 1t rws aprtstnta romo G dt ama com·
pluaoçok>diGII'tiCOUIIttGitnuinaO!':tprUJdopopulorO!'aiiO!'nloti·
voudcrtCII{HtiiÇilodrJiouprrlldopDrp<Jrtcda~ulturaurnro/ou
domit~Gnlr. Todo o <nttrtllt quO!' tU irmat~dadcl rrprtumom fHJTG
a lfist6ria do lgujo rtsulra do fato. amplamtnrt dcxumO!'nlodo,
qut • irmondadt I""'" rstrutura qut prcxura ucapGr aos pu-
cursos coloniau. A rllrlltllrll colonUJI amroçou dcJ/ruir 111do qut
u lhO!' opunha foi romra nsa trndlnâll qur as confraritU u
i111urgiram. prO<'IItatldO um uporo dr librrdadt num mundo dO!'
domin0("4o. Dd a ro:do por quO!' Jurgiram ou rtsmrgiram ntU

" Hooa:<AtaT. Eduardo. HiJr6rln dalrtt/ll 110 Br.D.1il. r_ 2. p. 386.


M ld , obod, p.ll•
10 UUOIÃO f. l(lltEJA 508 O ESTAOO AIISOLUTISTA

(Onjraritu tanttu fo rçtu /ivrt.s dt rrab~lho comumtári~. muriroio,


tul~unato, gosto ~la rutt ~ p~la cn4lf<W lt.•·rt t tspmwmta, fe11111
t rtcrttlfõtS. A hUt6f'ta dru. conframu ~ pon uma hu~dria dt
(On/litos t podtmtn mesmo dt:.tr _qut cn conf/tws do B;ostl porru-
ru iJ foram os mais dtu vtUJ ,.,..,dos pt lru conremporan~os (Omo
conflilos "dt con frarias'' 11 ·
Por essa razão, a independê ncia inicial, uma vez detectada
pelo Estado, foi num primeiro momento vi~i ad a e posteriormente
por ele controlada. Operou-se, desde então, mten~ a e constante fis-
calização sobre as irmandades, com o duplo objeuvo de comprovar
a eficácia de sua função neutrali u dora das tensões sociais e de im-
pedir que sua autonomia as transformasse em entidades suficiente-
mente fortes, a ponto de virem a se constitui r em perigo para o mo-
nolítico Estado absolutista português. O vigor inicial passa a ser
manipulado e suprimido em nome de uma ameaçada, mas não com-
provada, estabilidade institucional do Estado. Aos poucos, notada-
mente na segunda metade do século XVIII, estabeleceu-se uma po-
lítica de decidida e explícita interferência do Estado, fazendo sucum-
bir a vitalidade orgânica das associações leigas coloniais e, com
elas, um catolicismo peculiar.
J IGREJA, ESTADO E IRMANDADES EM MINAS GERAIS

J.l A Igreja mint i1'11 no século XVIII

J.l. l Padroado t lributlt{ikt eclts:lislka

O e~tuJo da ação da Igreja na Capitania de Minas Gerais não


pode det\ar de .:nn,iderar como seus dois elementos básicos, o ins-
tituto do Padroadu c a trihutaçiio eclesiástica, como se procurará
dcmon\lrar. De,Je lngn. há que se ter em conta que, no exercício
da adminimação c do Grão- \l e~trado da Ordem de Cristo, ao reco-
lher o~ d i limo~ ede~ia~ticos ', o re i de Portugal implicitamente se
comprometeu 11 prover e a sustentar o culto divino na Metrópole
e no Ultramar. Sem contar eventuais cont rib uições pecuniárias para
a construção ou para reparos dos templos, bem como para a compra
de alfaias e orn amentos ou para a decoração de altares, tal com-
promisso se materiali zou nas côngruas que a Coroa estipulava para
pagamento aos bispos. cabidos e ministros diocesanos, além dos
párocos das freguesias coladas. Se com re lação às subvenções para
o culto elas fo ram esponidicas e casuísticas, não obedecendo a
politica própria, o provimento do clero fez-se de forma regu lar e

1 O c:o<l«lto e a u polosia de r/l:imOI «lt~úú li~OI slo d aranv:nte urlKitados


no tuto dai CONtit,.Jr&~ f',imt~T<U do A-rtbUptttlo da &ltil> que, em Kll
Titulo 414 reu~a: ~ow mo~ s1o a 6écima pan e de todo5 os bens m6Yeot
hcnamente adquoridos. devida a Deus e a KUI rrunL5troo por >Ml>IUIÇio Oi~LIII
e commuiçlo humana. E ..,m oomo s1o tr& fontes de bclll _m6ve,. ou frutos,
pred•a•s. ~i• c IIIL510<, ta mbfllt do trb as espkics de dLZ>J!IOS· ReaJS~ 011
prt<hais, oi<> a dkima parte de~ l<.b. dotfrutosde todas as nov)d.ades,olbidal
IIOi pr~ial(nupropoedadelrurais)eterruOIIDIÇi<>P"•IIscmtn.balho.
OII I;UlturadolhocnetuOIIK!Idotrat..Jhadotc:omsuaind\á;tna. PetsOI-tSslo
a dá:ima pane dos frutos mc:ramenLe >ndullriais. que cada um Jdqu= rom
• inddstril de 1111 ~- ML5101L do a dkima ~dos frutOI que pL"O"ltn
pane por inchDtria dos homc:m, pane dos pr~iOI: eom<> slo 05 q ue .e papm
de. animlil, ~aça e ucs. que K cnam. e peiles que K pe~e~m .. Chamam.-
mu\01, pOfq ue tLellln fru\011 obra a indUstril doi homem. e mmto DJaiiL que
DOI OUtros predia~t ITICfamc:nteM In: Ot.<VEJ.._., Dom Oscar de. 0p t>L. P· 16-7
sistemática, embora, nem por i~~o. i~enta de criticas, restriçôe5 t
inOamados pleitos judiciais. OhcJcccndo a valores fixados em li·
belas próprias- as cham~das folha~ ede\la.stiras - , essas ~ubven­
ções, arrKadadas por parttculares arrematantes de contratos e~r«t·
ficos, destinavam-se ao pagamento dos gastos pessoais e à manu-
tenção dos eclesiásticos, em tro(,t da prestação de seus ser\t~'~
religioros
Entretanto, facilmente se percche que esse expediente, como
se não bastassem as distorções e injustiças praticadas na fi,a~ao
dos valores tabelados. ainda, e principalmente, incorria no erro~~~
atingir um universo restrito de religioso~. não apenas pela pó!tttc
limitadora do nUmero de clérigos na Capitania, como tamhl!m
fato de que o número de igrejas nào-coladas se revelava ~ure
ao de coladas. Como afirma Dom Oscar de Oliveira.
~m guol, f'rom raras as paróquias df' t"TI<.ç,;o r.'gia ou paroqui4J
rollldiU. O J(O~f'mo tin ha inlf'rf'SSf' f'nl uSiringi-/as, a fim dt noo
dts,nndf'r rom as côngruas df'ltu o:s abundontf's dí~imos da O. li
Crino, quf' arr,.rudrwa. v~ndo a:s ntussidodes dt curas dt a/m111
cria ~om os Bispos oulrtu fXIT6qui as , cujos párocos t/etil·amtntt
nq~ rtubiam côngruas da R tal Fau nda, e St susttntm•am. com
dr/~euldadts das conhecenças t do dirtilo da estola, dmom1naJo
~-de-altar 2.

Ademais, cumpre assinalar que essa situação dava origem a


outro t1po ~e abuso, praticado pelos párocos que, inescru pulosa-
mente, ?,' OVlam as capelas filiais ou delegavam poder para outros
~~s~~~~c~ ':s: ~~r:;:::,•:!~~ên~~~;~i;~::vle;n~~~:
;~~::~a= ~udo isso mediante aju_ste finan~eiro, com o
lucrativo com&âo. transformando as cotsas esptntua•s em um

men~ lllim. que err~va duplamente a Coroa: primeira·


cien1ll por IAipOI' q110 u Cf'Wltiaa fixada ainda que fossem suh·
~o -..no doi boneficiadot. i:mpecfiam-nos ou os dis·

tica= ...............
~-::-::.,~-
~:::.~~::;::
oa complemeotarmente uma poli-

...._......,
. . . . . ..:
..... . . ..~
.....
. . · .......
- ·~----
==-=-;-.;:o:~
..... puóq.Wde-
~nu folhas edesiúticas.
A IGREJA M!NelllA NO SkULO XVIII 73

português. Pelo primeiro erro pagou caro, devido às permanentes


reclamações que lhe fo ram d irigidas; pelo segundo, teve diante de
si um clero que, desamparado pelo Estado, se mostrou insubmisso,
rebelde c simoníaco.
A rigor, o mo.J.io e a inexistência de uma política religiosa niti-
damente configurada transformavam os eclesiásticos mineiros em
homens do século e faziam do sacerdócio uma atividade profissio-
nal dentre a'i outr<~s. Questão de perspectiva e interesses! A Coroa
parecia <Krcditar que o minis tério sacerdotal poderia se .sustentar
por conhccenças. henesses e pés-de-altar. Na verdade, maiS do que
dM origem ~ toda sorte de desmandos, essa diretriz levou o apa-
relho religioso a implementar uma estrutura trihutária própria, que
r~z recair sobre a população em geral mais uma onerosa carga,
''Oi~ o clero Ltmbém se mostrou insaciável em tributar: cohravam-
·se espórtula~ c taxas para a celebração de cerimoniais de casa-
memos. bati>mos, enterrvs, sepultamentos, acompanhamentos, en-
comcndações. missas cantadas ou rezadas, festivas ou de defuntos,
1r111 qm· hOII\'l'IS~ .mcrrm!Pnto, nem fum;;âo ou cnimônia da Igreja,
a/~ os mnmo.f /oqtu•s i/r sinos, sob re que mio houvesse uma coa·
lribuiçiío IO.<atla" arf>itrio dos ditos párocos e a cargo dos habi-
tomesdcMinas3.
sem fa lar nos emolumentos pagos para a tramitação de processos
e recursos ju nto à câmara e chancelaria episcopais e ao juízo ecle-
siástico ~ .
Em res umo, tudo leva a crer que não é no estudo das côn-
gruas, mas sim no das conhecenças, pés-de-altar e outros emolu-
mentCJs que se deve procurar C)(plicação para o desempenho do
clero mineiro no século do ouro. A ta)(ação das conhecenças era
um direito próprio dos párocos visando à sustentação de sua digni-
dade sacerdotal e se traduzia em tributo pecuniário cobrado aos
paroquianos por ocasião da desobriga quaresma!, sob a forma de
um "bilhete de confissão". As conhecenças eram um 1•estígio dos
primitivos dízimos pessoais, variáveis de acordo com os templos e
as dioceses e incidiam sobre as pessoas que cumpriam o preceito

~ lrnarucçiio para o Viscond~ de Barbacena, Lui~ Antonio Furtado de Men·


donça. Governnllor e Capilão·Genernt lla Capitania llc Minas Geraes. In
Autru de D~vaJSa da laconfidincia !lfl'n~ira. Edição Câmara dO$ Deputallos,
l977.v.B,p.44,

~r~,~~~:~€~~:~Jr~Jt~:~;1~~~:i.~~~;:;f~l~~~f~~
,. ICaLJ A, UTAOO E IIMAI"O.I.DES I!M MINAS (;EaAIS

da confis1io ou da comunhiio anual da Páscoa 1. Em Minas Gt-


r.is. desde os primeiros tempos. isto é, desde que a Pastoral de
Dom Frei Francisco de São Jerônimo, Bispo do Rio de Janeiro, de
17 de fevereiro de 1719, fixou o valor per capila das conhcccnçu,
esses tributos ora substituíram, ora complementaram as côngruas,
mu sempre mereceram a mais ~eementc _repulsa dos fiéis. A!
raz6cs da populaçio eram óbv1as e HTetorqu•veJs: e stus argumentos
só podem ser rebatidos se inserido~ na lógica do mercantilismo por-
tupês. Estando sujeita ao pagamento do dirimo, ela se julgava
isenta de novos tributos para que lhe fossem assegurado~ gratuita-
mente os sacramentos e oficios religiosos. Sem considerar que pra-
ticamente arcava com os ônus da edificação e ornamentação dos
templos. Portanto, nio lhe caberia suplementar a manutenção do
clero oom novas contribuições. Tirante os dízimos. os demais encar-
gos se lhe apresentavam como injustificáveis e inaccitá~ei s extorsões.
A seu modo, a Coroa procurava dar uma solução. Em janeiro
de 1735, o Conde de Galvêas, por determinação régia. convorou
uma junta de ministros seculares c eclesiásticos com a finalid ade de
fratar t dttnminar uma r~/orma g~ra/, assim dos ~moJumtntas
dos p6rrxos 1/~ Minas, romo dos oficiais dt jusfira secular ~ ult-
sllhllca •.

Assumindo o trono episcopal marianense em outubro de 1748, exa-


tamente um ano depois, O. F r. Manuel da Cruz divulga va um regi-
mento contendo os valores dos emolumentos do ministério sacer-
dotal. _A. exorbitlincia das taxações fixadas desagradou não apenas

~C:h:':r~=ra:m~o:o ~~;~=~~~~:::~a e:Si~,5 ~o~t~~~~~mp~el;~~


~:~==~~e~ aarravam as "veuções dos povos" com tais emo-

~~ck.Op.cn.p.t67-t
'"''"'<roiQ Pl'"'_o l ·~• • &u.......... .p <IS. Sobre u rcctamaçOcs dOI

~~?i;.:'::.'i~.-;-: ~ ~·-,~;; :·t:;..s;l 'bv,r:;;..w.~>~:


~ :c::.l:t:-::~.~~~~~~~1~1.'mt~i:
=.:·. _*'n_ll/; A-.:: ~~10::1:1~(-:'~!::..-(~
!~~:~.=_~.~"'..D;A;~·,~,Jthfla~ g::
~'t:..:. o..".G"&.~.':..~;~ ~ ~!
~ ..~ •
Daic. AY. 0... 11..:·= . . , . , . , . CABUI JIO- Doe. A•. Caiu 46 );
hlli ......... 01/ 1011770 {AHU t AIG -
A IGREJA MINEIRA NO SÉCULO XVIII 75

Em 1788, ao ser designado para o governo da Capitania, o


Visconde de Barbacena recebeu de Mart~nho de Melo e Castro pre-
cJsas instrU!,:ões para que entrasse imediatamente em contato com
o Bispo de Mariana, a fim de que se elaborasse um novo regimento
extirpando os excessos das contribuições obtidas "debaixo do ocioso
pretexto de direitos paroquiais"\ pois,
ainda que .\('j<J cerw que quem trabalha noallarljus/OQilt viva
du a/1m; qur" opuário de>·e tÍriJr pro1•ei/o do seu rraba/ho; que
o.• povo.! dl.'l'r/11 nmlribuír para a cômoda e dec:enu su.rl~ntaçâo
d".l' ·'~'" pároco.•: mio<' menos c:erlo que ele,f niio devem abr.sar,
1/11'.1 d<'l'e por 1110do <llgum permilír que abusem desles
(!fÚtÔfiÍO.\' para lhes suvirem de preleXIO aos seus parli-
1' rrpro>'<Jdo.> im<'rrssesu.

Com o passar dos anos, a questão se agravou~ no final.flo


~~~~:~~ t:~~~~~:~,~~~~~~s c;~ti~~~s~t~!;~d~d~ee~ri~~e~i~~i.v~r~~~~ê~~ :1\--
cia foi a de se consolidarem ã volta de templos próprios; prolifera-
ram as capelas filiais, determinando o declínio do papel nuclear e
catalisador qtLC ns malri...:c~ at6 cntüo dc~frutavam 10 , Ora, na medi-
da em que essa tcndenci<J se acentuava. agravava-se também a ques-
tão das conheccnças e dos emolumentos eclesiãsticos. Sentindo-se
lesados em seus direitos paroquiais, os vigários das igrejas coladas
de Minas Gentis fnriam chegar a EI-Rei detalhada representação na
qual, sob a alcgativa de denunciarem a perniciosidade e o espírito
de autonomia das associações leigas da Capitania na celebração de
ofícios religiosos, no fundo retratavam as dificuldades financei ras
pelas quais eles passavam, finalizando por pleitear o fortnlecimento
das matrizes~·. Pela riqueza e ineditismo do documento, vale a pena

~uol 1 isc:ouded~Barbocruu ... p.49. _


~ lmtrucção pMa o Visromlc ~~~ Barlmctua , .. p. 48. Sabe-se que a questao
ficou 5em solução, pois, em 26 de fevereiro de t799. escrevendo para O.
Rodriso de Souza Coutinho, o governador Bernardo J~ de Lorena relatava
e;o;pllcimmente que, apesar da rttomendaçã.o dada_ ao Vtsconde_ ~~ Barbacena,
-at~ agora
aparnmatéria não Rcg>mtnto re_gesse
relutar obstáculos n
sei que haja, ou se tenha feno própno. que

tnmhém
das- conhecença•. E. cético. Lorcna confessa
cumprira tarefa . ApÓ!; os
sua •.m:ap!"'•d.ade
a n:spet\0, fma!Jzu·

_ ~~=~:~~Ff:~=s~~~ ~~ t_"ú~~~~;::~~~::f~~~~h}:1f~s~~=~~i:~
(AHU/MG ~Doc. Av. Cal~a 36. doe:. 44, 26/02/1799).

;gr~:t;~·~fi;~~l;~{:E;.::;;~:TJi~~!:~;~:;t~j:~:~;:~i~2I:
76 JOaB,JA, ESTADO E IRMANDADES EM MINAS GERAIS

tJ'IDI(:feVCr algumas de suas passagens. A primeira acusação dos


~era a de que as irmandad_es n?o se submetiam a eles, mas
-
llim a seus capelães (ou aos comtssános, no caso das ordens ter-
ceiras). Com isso, alegavam, esvaziavam·se as matrizes, num fia.
grante desrespeito dos fregueses aos direitos paroquiais. Em segui-
da. apontavam os prejuízos que ao Estado causavam os membros
dessas associações que
níio husciio a Parrochia, não q/lerem 011vir o Parrocho, e faltando
101almtnlt às obrigações de Parrochianos. possuídos de arrogoncia,
e Orgulho, esriío proximos a cahir 110 precipicio da LibeT!inagtl!,
Em seguida, denunciavam as razões pelas quais insistiam em de-
monstrar que as irmandades mineiras eram prejudiciais â Real Fa-
zenda e ao Padroado Régio. A primeira, porque não davam mais
ajuda e não custeavam os ofícios religiosos das matrizes, empre-
gando seus recursos nas suas próprias capelas e igrejas, justificando
que a Real Fazenda, que até então nada dispendia com as matrizes,
iria precisar socorrê-las para que não sucumbissem. Ao Padroado
Régio,
porque os Benefícios, e Vigaírarias das Igrejas Ulrramarinas, :iÕO
da_ Apresemaçiío de V. Mag .• e o detrímemo, e uwrpaçiío dos Seus
D1re11os rewlra em prejuho do mesmo Padroado,
isto é, as irmandades celebravam suas festas e ofícios sem autori-
dad~ e assistência dos párocos, subtraindo destes os emolumentos
de~dos e_ usurpando-lhes a jurisdição e as regalias inerentes à sua
~!,0 hierárquica 13. Diante do exposto requeriam, dentre outras

- leitura e lambtm pela con-


PibedoaDHOs..
A IGREJ A MINEIRA NO S,ÉCUlO XVIII 77

Como de praxe, a Metrópole não se precipitou na decisão,


procurando ouvir antes a opinião de e~-governadores da Capitania.
Por solicitação do Conselho Ultram1mno, fo ram consultados Ro-
drigo José de Menezes e Luís da Cunha Menezes. O primeiro, em
parecer datado de Li~boa a 30 de outubro de 1795, ao reconhecer
que a discussão relatiVa às con hecenças pretendidas pelos párocos
era questão
sobrr 11111! /ui muitos rmos pendtm r lirígios, e que ultimamente creio
uarha afeta o Vossa Magesrade.
informa11a que
~ certo que os l'igários tendo por Dl/Iras meios srr/icientes, e mais
1J.orem<' s.. b5ist.!nâa. mio dtio pro,•as de Hrdadeiros Paswres, quon·
da f.ugtm uma porção. qrre a>•ulta incompreensiYelmente e se jaz.
pesada pela multiplicidadr rle escra••os 10 .
De Luis d:~. Cunh:~. .\tenezes. o Conselho recebeu opinião que não
só •e coadunava com a do Conde de Cavaleiros, como a comple-
mentava. Enfatizava o alto espírito de religiosidade, fé e devoção
da população. a par do descaso e da desassistência espiri tual dos
párocos. Por isso, julga11a que a ereção de innandades e ordens
terceiras e a contratação por elas de capelães próprios eram um a
solllção plenamente aceitável e justificável, diante da voracidade
tributária dos vigários, insistindo ainda em de nunciar a cessão dos
direitos paroquiais. por estes últimos a outros sacerdotes, mediante
o pagamento de uma terça ou uma quarta parte do tributo cobrado
pelo ofício religioso '.8. Embora da documentação compulsada não
conste o despacho régio final, não é difícil concluir que a Coroa
desprezou as ponderações dos dois ex-administradores coloniais. As
decisões a respei to da matéria testemun ham o fi nne propósito dos
órgãos metropoli tanos em combater as alegadas pretensões das ir-
mandades e ordens terceiras em "esbulhar'' os direitos te rri to riais
dos párocos 'Q ·
~ecerant'llO~reprnentação.
18ld., ibid. Parec er de D. Luis da Cu nh a Menezes. datado de t8 ·4 1796.
~~~ a:u~~:e.i'eta;::~lhomento é.
0
invaria,·drnente. detectada na documenta-
ção dos arqui,·os da Mesa da Consciênci a e Ordens. especialmente quando de
sua instalação no Brasil, com a ' 'inda da Corte ( 1808 ). Cf. por elte mplo.
A NRJ - Mesa da Consciencia e Ordens. Caüa 292. Pacotes I e 2; A EA/If
- Compromisso da Irmandade de N. Sra. do Rosário, da freguesia de N .
Sra. da Piedade da Vila de Barcelona ( 1809) .fls. 4-Jv,
'71 JOaLI'A, ESTADO E IR MANDADES I!M MINAS GERAIS

Por outro lado, a Coroa não desconh eci~ os inconvenientes dt


se ocupar unicaiJ'ente da preservação dos d!re1to~ paroqu1a1~. Tinha
consci~ncia de que não podia concentrar os parcos recurws da Ft-
zenda Real alocados à sub\·enção do culto ~omente nas igreJas 1111-
trizes., mas, ao contráno, devena cnar fórmula~ apropriadas e este.
der seu ate ndimento. orçamentário para a con~truçào, omamentiÇio
e conservação das 1grejas nã o-coladas. bem como para o su~ttnto
do clero a estas vinculado. Não se dispondu a dispender com as
folhas eclesiásticas senão aqueles ~cursos que até então estabe'[e.
cera, sabendo a impopularidade (e daí a inadequação) de aumenur
a arrecadação dos dízimos eclesiásticos. a Coroa chega me~mo 1
aventar a hipóte~ de reduzir o valor pu capita das côngrun pagas
aos párocos como a solução para o atendimento a um maior número
de clérigos diretamente beneficiados pelo er<i.rió régio. Pela~ in~
truções _que lhe foram passadas no sentido de negociar com o Bi~po
de Manana um novo reg1mento para os emolumentos eclesiáStiCOS
o Visconde de Barbacena deveria instar com aquele prelado no sen-
tido de desterrar
as e~ensivu e intoler,veis contribuições com que até agora se 1&11
oprim1do e vexado os povO$ dcbHiXo do ocio~n pretexto de direitO:$
paroquiai5. fC rtduzom utts a r1mas justas t n,duadas prntCIÇÕfl
dos po~os com que os párOffJS unham pruisamtii/C o num4rio
poro a sua <"Õmf/da c dcccmc Jusltntação c para podcrer_n c11mpm
rom tu obr~gaçiks de seu mmistcrio, sem que seJa preCISO contn·
b1ur a Fazenda Real com duzcnt05 mil_ rlis por ano •. cada p~roro.
como até aaora tem fe110, mas reduzmdo-se a einquenta mil r~rs
por ano a c~da um e ficando 05 restantes i$0S(X)() n. parasecon-
ii&narcm a outras iJfCJa$ c ('l3róqu ias do Brasil, aJ' quais. 11Do unJo
/r~gueJ~s 11~m paroquia1101 ~~~~ utado de poder comribu1r tom
coiJ~ alguma, i pr~ciJo que a r~a/ fou~rda tJJSista com t~a o ,,_
USS</flo. 11oio s6 para JUI/t nto dos párcxos das r~/et~das tgrtJtu t
par6quitu, mar ptUa a f4brita, o,am~mos c coruu-.·QÇão dt/lJs
fg ri/oJ nouor} •.

No en~1o. &arn.cena, se teve consci.!ncia, não te\·e a neces-


sária_ detmainaçio em &Jir. E usim. mantendo os direitos paro-
quwa e Dlo ~as tuas das conhecenças e emolu-
- - . 1 C... C11JD1eiDiu ....,._, lilbuhaneamente a todos
Aol J0'N1. . . ........._ ...,aammce tributados pelos dizimei-
a • &ali e . . . . ......._ Ao clero paroquial, pois ~te,
- ............. ,._, .. IIIQidades que o valor das con-
.._ ... 111 • ........ ,_.o.
p1tc11 de manutenção. Ao
~ JGRI!J~ MJNI!JR~ NO SÉCULO XVJU 79

clero não-colado, porque, desassist ido pelo Estado, não se sentia


no dever de prestar-lhe lealdade. , , . .
Porém, a análise não termina nos dois elementos bas1cos !01-
cia!mente apontados. Há necessidade de se reportar ao_ estudo da
atuação do clero em Minas Gerais, no período co lo m~l , com o
objeti\'O de se compre_endcr a reaç;1o do~_sacerdo t es a ta1s postu la-
dos da polític3 colomzadora para a regwo.

3. 1.2 O clero min('iro

O afluxo indiscriminado e indisciplinado de aventurei ros, na


1ira(b do sc'culo XVII para o XVIII_, à região que posteriormente
vl"iu a constituir a Capitania das Minas Gerais. trouxe em seu bojo
incmu;il·eis religiosos. Nào cabe aqui questionar as razões de sua
vinda. "âo c:~bc a{1ui apurar os móveis que determinaram o des-
lm·;tnJcnto d" padres c frades para o novo território. Não é perti-
tambCm, imputar-lhes cxclusivnmcntc a pecha de que sua
íinica era a ambiçiw em acumular bens materiais ou era a
dos bons negócios que aquele espaço histórico propor-
a todos os advcnucio~. Seria incorrer em radicalismo afir-
mar que, pelo menos, parte (mínima que fosse) daqueles religiosos
n;io tivesse propósitos evangelizadores nas suas incursões ou oas
suas tentativas de fixação em terr01smineiras. Assim, parece que a
<~nálise da presença da lgrej01 nessas paragens só se explica à luz
da política colonizadora portuguesa para :1 região, ou seja, através
da análise da prática do Padroado e do mercantilismo tributário-
·fiscalist<~ metropolitano. f: o que se procurará demonstrar a se-
guir.
Cronologicamente, a primeira manifestação dessa política foi
a Cana Régia de 9 de novembro de 1709 que, nomeando Antônio
de Alburjucrque Coelho de Carvalho pl!Ta o governo de São Pau lo
c todo o distrito das min~s de ouro, recomendou que, juntamente
com o Arcebispo da Bahm c o Btspo do Rio de J aneiro, se faça
desprjar o rodos os Religioso,, e Clhigos f/"C se ocharem nas Minas
sem tmprego necessário, que seja alhrio oo u••
Esrado ~~-
Es!á-se diante das primeiras medidas concretas que viriam carac-
tcn zar a alteração radical que se processou na dimensão política
que a Coroa dava ao novo território. Se, até então, sua diretriz

~~ ;'':!~~ 1S9u1~~r~~- 1 6: ;- 3~~~1o 1. 0


- Governadores (suas nomeações)."
10 KlJ.EJA . ESTADO E IJ.MAND ... OU EM MISU GEJ.AIS

foi a de ~rmitir o livre acesso e trãn~ito pela região, 1 Mf~b;io


de Antõmo d_e_ A lb~querque fo• um_ bom pr~nuncio da preocui'.Jfjio
com uma pohuca vtgtlante e possesstv·a que'~ estabelecem 10 1acp
de todo o século XVIII. Para tanto, a Coroa lançou mão de tocb
os seus instru mentos e veículos. \ 'ak lembrar ainda que l110111tao
çio de Albuquerque se justificava publicamente pela ne..:c"ididede
apaziguamento da chamada Guerra d~~, Emboabas ( 1707-li091
Por isso mesmo, aquele ato admini\tr;LtilO não st fez de forma~~&
lada. Complementarmente, poucos u.a .. di.'rf'iS. em t7 de 110\elll-
bro, a Coroa ordenava aos bispos d,, R.thia e do Rio de JilM1
que enviassem sacerdotes à ~egião da' m1nas a fim de 1~11tar~m loC!'t
nar os ãmmos e edtficar~m IgreJaS. A relrvànc1a de~.-.a mcd1dl pode
ser aquilatada pela determinação de '-!IIC os bi~pos de~ criam st &-
~mcumbir pessoalmente da m1ssão (lU, no seu Impe<hmento, drJt.
gar poder6 a ministros ed6i:isticos dr •ua inteira confiança. \ :u~
caso ou noutro, declara\'& o te'll:to r._ógi(l, elt., de, criam tc,·ar COIISlfl
al_fi'Urtl .\f~JSionarios d~ q.• unh.i<l ,.,.·/hN opinião ~ d,. q~r"' •
poJSiio ajudar,
a fi m de tentarem apaziguar as discórdias entre paulistas c rtii!Óil.
ad moestando-os, e também para
qi jt no.s Dntricio.s das mtSm<U Minnas, tstohtl"(iiO 111 P~rr~
4 fornn n~ussarias p.• u administrar.-m o.s Sacrarn "" lli1J IA!
sal/os qut> 1·iwm n,.l/.a.
Por fi m, ratificava-se a Carta Régia anterior sobre a ncct'ó~ 1 tbdt
de cxpuls.lo dos religiosos e clérigos, resident6 naqueles d1'tllh.,
~~~r;:,~~":~~m atos e auvidades incompatí\·cis com o seu ~
Na realidade, essas duas medidas foram apenas a~ primtirll
de_ uma longa W:rie de canas, ordens e avisos régios que du rantt 1
pnmeua metade do skulo a Coroa enviou para os . go,·cmldom
~~~~=~ ';kra~::a:x::;t~s P;!~~~i:~a:~~~a,rs as;:~
==~·~!! ~~~:~ 7:!~mmações: Car~ R•':
1 0
~~~ ~ ......·.:~·: ~~:-~7't J~ i2dcdc n~;::::! lll
9

:•mtt!:=-.~m.':..•z-:z....,;t!o-.•,~n'ic,lJ/~
:-r,: ~~~~~~i!l~o~~d:i:
- ........ • !.;JWIW: lfii,Y 16,p.JJS-;J9)...00,rctpKI<'OJOK'ftiO.
- o duo ali e~istentc pesava a a,u..açào de ser re~·oltoso, ambicioso
e ~imoníaco, além de refratári? ao pagamento de impostos, atitude
ena que cstana tran~m1tmdo a população"
r-< o entanto, não se pode deiur de apontar a incficlicia de
tais medidas restrit ivas, demonstradu pela própria longevidade e
duração das determinações rCgias que se repetl'm até no final do
~culo '~. l'õão ..e negue também que a sua maior ênfase dcu·se até
meados do século. quando a jurisdiçJo eclesiástica sobre a região
mineradora t ransferiu-~ do Rio de Janeiro para o novo Bispado de
\ ! ariana
Por outro l.ado. também não se de~oonh~a o fato de que tais
med1da\ não obJC:tl\'ii.Tam exdu~!vame nte a rclig~osos de ordens pri·
meira\, St C \'trdade que c:Me~ foram os mai~ diretamente atingido~.
pois que se lhe' \'tdou a in•ua\ação de ca«as próprias na Capitania
e tamt>c.m í'''n!ue eram o~ que mais abu'IOS praticaram. não é menos
verdade que a inoh,cr.,.ãncla das med1das ow: devia à inoperância
d.1s ~uu>fiJadc' ,i, i~ c ecie~ia~tica~. e~pc:ci almente dc~$aS últimas ••
Em favor d'" hi'r<"· no entanto, dc,·c·ow: rc~sa!tar que sua juriWI-
çào wbrc a\ nrden\ rcligu."a~ foi \empre questionada por est a~ . Os
regulare~. ~''im como a~ ordens terceiras, in~i~tiram em não se subo
me1cr às autoridades locai'. diiendo-se subordinados dtretamente
aos Gerais do Carmo (em Roma) e de São Francisco {em Cas-
tcl.al A\~im procedendo. e'·.;x:a,am sua tutela a autoridades cstran·
gClniS, num comportamento madml~~we l pa ra os mtercsses e a auto-
rido~dc do Estado aMolutista port ugu(s. Portanto. ow: a rcpre<õii!O
foi maior c mais incisi~·amente voltada para os f111des é que eles,
12 Joai!.JA, ESTADO E lR M-'ND-'OES EM MINAS OE R-'! S

conquanto também vivendo sob o Padroado, inv~avam a subo.


dinação direta a autoridades q ue, se bem que legitunas, não podr.
riam ser reconhecidas como substitutas das autoridades régias e
eclesiásticas de Portugal. Afora isso, ~mbora a Coroa insistisse e
1

ratificar a disposição legal que subordm ava os regulares aos bil~


diocesanos, estes nunca se submeteram mtegralmente a omras auto-
ridades que não as de sua própria o rdem~·.
Ademais, não se deve carregar nas tintas desse quadro_: a poU-
tica portuguesa parece ter sido drrigid a muito mais para a lrmitação
do número de clérigos existentes na Capitania, do que para a sua
exclusão. Observava o Desembargador Teixeira Coelho·
Como era imposJÍ\'e/ q11e 1111 Capiwniu de Minas deixasum dt
reúdir Sacerdotes, para a adminisrraç(io dos Sacramentos, ~ nwi•
fun çoens Sm1tas da R eligião. t por !.no mio podião ser apulsor
como o fa rão os Frades, se derenm11011 pe/m Ordetts d~ 19 dt
Ma yo de 1723. de 16 de jel'ereiro d e 1732, passada em l"ittudt
da R ez.oluçiio de 13 e 21 d e fe vereiro de 1738 que se náO consfn·
ti.1sem nas M inas Clérigos dem ecessdrios. e s6 aqu~lles Qtte fossem,
pr~cizos para o S~rviço das Igrejas ~~-

Não se trata, pois, de dispensa r os serviços, mas sim de restringir


a fixação e permanência tão-somente àqueles que demonstrassem
estar efetiva e exclusivamente vinculados ao seu ministério sacer·
dotal.
/1. ltill.tJ/1. Ml~FIU !110 SÍXl:l-0 XVIII 8J

livre aces..o e o flux o migratório para a região; controlou-se o


0comércio abastecedor; controlaram-se, desestimulando, outras ativi·
dades eçonómicas além da mineração; controlaram-se os caminhos
e passasens de acesso à Capitania, combateu-se o descaminho do
ouro. Enfim, Portugal manteve ptrmanente controle sobre a popu·
\a~ào ali estabelecida
"\ão ~ suponha também que tais re~triç~s foram levadas às
Ultimas çoMeqül?ncias ou que não tenha hl' ido significativas exce·
çõe~ na politica re\igio•.a portugue~a para as Minas Gerais. Apesar
de a~ autoridades governamentais iMistirem sempre em suas cor·
re>p<'ndência~ c: relatório~ na inexistência de ordens religiosas na
Capuania -~. conhe.:c:m-se alguns ca"'ls que, em parte, comprome·
tem e"a~ a.-erti\"J~. çomo. por exemplo, a pr~nça de esmoleres
da Terra Santa 111>, de capuchinhos 11 , de jesuítas'~. de ursulina5 u ,
'em falar de françi,canos "· (V. notas 33 e 34 na p. seguinte.)
Ademais nio cabe supor que, ainda que as proibições se 1b
tinasscm euencia\mente aos regulares. os sc.:ulares estivessem IStJI.
tos de controle e fj<,ca\ização. ~âo se de\·e eSlluoecer que a l~
ç:io era b;u.tante clara em explicitar que fos: em mantidos na c.

1m jelull». O famoso P..dre \1.•1aari<Ja f1 mak pMticulu llllito-.


1t11 com~ro e podci(IOSO au•ll!:lJ" nas v1~ oraaemiaõesdoM,.
u•\fariand.p,126-lo
ral i.o ITIINDU>f., Ra1ml&ildo. ("00. A'q
sso. empcnbou-se VJvamenu: em ,,..,.er pan \lo121 Gci'Ul, a,e-
l-õl5
p,
nalmtniC pc .....lldo em confLal lhe o sem•
que f.,.,• an \b,__
S<>brcntc;oaunlo,CO!mlllc·M: T•l!'U .. I>• 11.. IC-8u. Op. cit..p.IZ.6-l0
"'$Sfuç:>dolemb-iobit..
376-!12. Daprescnçadete11n1ascm \lon •
.~edeootrasRelia~<>e•~dánohCiao'\
de291kabnldcm:
.. R..4f',\1.1911
ICI Cu~ Sumana l1IUIO 1 R
v. 16. r •o~. J,, 49.)
<;..>hrc a erto;AI• c mallkltal\3o de um cu JOb a 011vota~;kl dasOnzt
Moi V>rpnl ILAUhnasl. em Vill Rr<:a, roeu 1 m-sc: .AHV1MG - Doe
/w. C~ila 141 (lO '7 1Bt.l c AEAM I 1 ~ d RaPstro de Callas
29·2'>'• !Ordem R4&i11, pelo Co11-elho Uluam;.r no 1o0 Bi~po de Mo~
~~2, ns·,
.. V trios ltstcmunh"" c d<><:umentos ate-tam a rrese ;:a de fra11cdCanot 111
Cor•r. "'d ScHundo Samucl Teucroo. já em abril de I "i 12, Antõ11io de Albu-
que<quc, <hauiC da ~•lua~ão n:H~i.-.. que encontrara. \U{!eria a vinda 111!
fra~ut~~na. r:••~ M1na• úcrMis. 1Sukldilll para a hosttlna da Ordem Terçein
dt S,lo 1-ran~IKO em Mm~. In: Hc•·i•la EdnUhlil:a Brasiltira, n.G 6. P
HOJ. F-r R.1 il.o Ri>wer afirlnit que. ror volta de 1716. o Pro~mcial doi
fran;;o'ltai\OI no Roo de Jane~ro "teve ordem do Rei para mandar todoS 011
ano• don nhJiot\os de •·irtudc e rrudên<il a minionar nll!l comarcas 1k
~?r~"'<k,eTI~!:- ~·~a:,:.~,.o:;;o r.~~~.~~"G~~;:_o";;;~t~~~:r:~~.na,;:
J!lmd, Pct<6polll. <k1 '19H, v. l. fuc. <!, p. 974). ("omporlaJ!ICIIIO id<nhCO

;'e<~Aon~:10•~ ·~~~~q:: i~~;1~1~~~~v~~ f!~~·~~~,,:'d!'f;~


P<> ~. n. 2. '"' VUC!d. Aua:uuo. Op. CJt r 108) Em m:.rço <k P4l.
: mcom.a Clman. .oloo:;ha~a ' Corte aut~nuçÀo rara ~ ida de seiS rul_.dol
*'~':':-::vooM~IO de ~·r;.!"'~.f~cs~~c~6r;v)%;;\iai'f:
~ Ío~a '.sc:-~~:'c=.ra~1~~era:=;:n,~~~~;'~;!
=~~~:C, ~s~st1ucT:V:. ~;~:=;':
~~ ,.._:-.._-..-=:-
!'":: ;.-::w.:••~~ ~c:f~l~:.m:"~
::..w:;-:..
:::..
'-"""".: =-~~~~~';!". ':~~.:':!
- : . . _ . . . . . : : : . :. : : - ,..~~va.:::o!j%_en~:c"~c
::=:-;,......~~ ~de~7~~~ei,;~ /r'efi:~:
'P::.czt
0), Pftll Mamael U'Hl 5J), ..... 6o livramento (17S6· •
...... .,~(l~~'='~·::.:t:;;e:~,~~;
~~~;,~~~-pc;1~~~~ :;a:~d~;:. i~~~~~~e;ir::~~; ~i~~~~~a';~
não foi int~gralmcnte cumpriJa. Basta anali,ar o anexo 17. q~c
§intetin o clero em;ontrado por D. Fr. \1anud da Cruz na JUnS.
dição ede,,á~llca do Bis_rado de \1ariana. em 174ft, ao ~oll!ar posse
como o pnme•ro dum•tano do novo b~'-pado. Por ali f~ea :lemons-
trada a pre\Cn.;a de qu~ ;c dua~ centen:u. ou leJil, de 43.~ I I!": do
dera C'll'tente na Cap1tania, que ~tava em dispontbi!idade. sem
,-ín,ulo' definidos, tâ()owmmtc ··cl1m uso de ordens" Esses niimt>-
w\ ,,:m çcnfirmar M ron\1.lntes denUncias e aprccflSÕe"S &s attiOri
:iade' mctwpohtanM de que era srande o nUmero de clérigos que
,-aga•·am pela Capitania. Pnr outro l~<lo. mais dl> que \'agar ao léu.
c prcc•w testa,·ar que eue clero parecia estar mu•tn mal preparado
pa1 a empenho da mtuão evangtlica e ~acetdotal. Se bem que
D Fr \1, wd Ja ( ru:z 11\,ur se empenhado \·ivamentc n:t prepara-
o;.to e no , ••. utam~nto Jn dcro nati\'O 13 • ainda a~im J..bl :.a de.~
~-~,, para " cura dJ\ ,tlm9\ fo• uma caracterí~ll~n marcant lo clero
~e.ro, nnt<•d-.nJtn:e '"" úlhm:•' d.:C.das do 5-és:ulo Os sucessore~
do primeiro hi'P<l. espcc•al•nentc l>§ ge>\CTm1dores do hisp do qu!'
1dmmrMraram a dulC<''e nn lt 1gos c~crct~IOI da sede v ~te. en-
Jrrcgaram-!>t d.:. "!:n 11 menor :ritüio. promo•·e r verdadeiras Hde--
naçõe~ saccrdotai\ em musa N
Por iso;o me•mo. a (',lrlla e~lc\'e sempre dilip-~tc·. no stntido
de, embora m~uflctenteme!'lte. apurar o número de religioso~ exis-
tentes na Colôma a. De qualquer forma. o imJ'I<"Ttante para a Me·
trópole_ era 1mped•r que o clern "' tornasse um elemenm de dt-~:u
llculaçao do SJ~tcma. _ Ne1>~:, m<·dida, :10 pennilir a (;riaç!'lo de um
~mmáno na Caí'ttama Qu l1e USLstir rassi\'amcntc à ordenação !ll·
d1çcnmm_ada lk novl>! sm:erdMcs e não criando, ao mesmo 1empu.
uma pohuca de absorçl.o dessa mil ~dt--obra. a CQrOa acabou por
86 IGI\E..J.\., ESTADO E IIUoiAND.I.OES EM \USAS GlP-AJS

criar c alimentar um elemento d esintegrador do sistema colooial. tró


Sem paróquta para .admtmstra r, .com o mer~ado de trabal.ho jull~c ad
ãs trm andades relauvamente b mllado, \Cm poder tomar a tmciatin
de erigir templo face às determ inações dn Padroado Rtgio, m~ e
os espi ritos mais vocacionados inexoravelmente acabaram por c-om. ali
bater e solapar a estrutura vigen te. Entretanto, a análise que 1e e1<
vem tentando empreender, ainda que identifique no Padroado e na B
tributação eclesiástica os elem e n to~-chan•, n<lo pode prescindir do
fato de que, do ponto de vista dogmlitie(\ durante todo ~ período,
esse clero esteve sujeito às onentaçOt:s emanadas dos b1spados 1
cujas JUrisdições eclesiásticas se subordinava. Essa a ral.áo pela qllll
compreender e qu esti onar as formas de e\~rcicio do episcopado lll
Capitania de Minas Gerais imp&-~e wmo a mais próxima et.apa
deste ttabalho.

3. I .3 O bispado marianense

Inicialmente, deve ser salientado que a in~tituição episcopal


nas Mmas Gerais colonial ressentiu-se, dc~dc ~cus primórdJO~. do
podtr dt ;urisdiçõo. Submissos ao Padroado RCgio, os bispos rolo-
mais não desfrutaram livremente do direito d e governar e de admJ·
n1strar suas dioceses. Sua faculdad e de aplicar censuras e penas
canôntcas ricou, e?'~ parte, inibida pelo recurso do efeito ~u.spensJVO
que pod•a ser soltdtado à Coroa. St u poder dt ordtm, JSW t, •
admtmstração e celebração de 5aCramentos, em bora exemdo_ em

~~i:~~e~ep:;~i c:.d~~ac~=~r p;e~~i~~ ~~ ~: c:~~:ri~a~:~ f2o:


obser'll Carrato,
um bUpo urutnlina, p..Jo rtrimt dt rírida ~incu/llfilo da trrtjll
110Ur114o llbsoi'Nrifra dt dirtiro di~ino, rtm a{Xlrtnltmtnrt rodo$
:::~::...C::"'::!to,_1";:'::,.:::~~:~ ~::~~::cu/or;1:;s~~~/:
':,'::i.J:';.~ tonlm- .:1 ooruiiçdo dt simplts funcionÓIIO dt Su'

~~.quando se pretende demonstrar


1

Embora a aiaçlo de-~ em Mmas só se tenha efeu·


Y8do • ...._ ciD . . . . . . a id6ia j6 for11 ventilada pela Me·

:~- .... Plllllllra. ....... ........._,r~ ltliltrin4 Col.,.,.~~


"IOlt.f.J" MINEilt." NO S~CUlO XVIII 87

mente à consolidação da máquina


~:;:!~s~':i~~n~:a~~~~e:r~;:_~a Capita~~~-e!~o~a~: :;o l;au~~
março de 17_19. a Coroa d.n~u-seso~~e a conveniência de se cnar
e \hnu. pedmdO+~he mformasoes rdem régia à mesma autoridade
0
ali wn b1spado. l'o ano. o;tgumte, ulta fora reita ao Arcebispo da
cienUf1ca\·a·a de q~e ~dcn~caJ ~~~~o a quem era solicitado o con-
!:~:::n~: ~~:~a ~ria~~o ede dois_ 'b_ispados: um em São Paulo,
ouuo em \linas Gera1s, com o objetl\o de
not<.r a ,.•• disvlu~iio t distrt~m.',. rtcn t;cltsi4stir:os ~outros prt·
iu•t<>~ ..
Cuntudo, a propo~ta não evoluiu, e a m1ssiío past~ral em _Minas
continuou a ser conf1ada aos bispos do Rm de Janetro. Evtdente-
mcnte C\~a não foi a melhor solução, como_ se ~nst a ta . pe~a
rea1i1ação de ftC(JÜentcs vi~itas eclesiásticas e ep•~opats. A mJssao
primordtal do~ Visuadorcs Eclesiást_icos, cmissános delegad'?s do
lli~po às mina~. era a de proceder à_ mspcção do clero e de onentar
a ação pa~toral, c, com esse objetiVo: desde 1703, o Bi ~~ado do
Rio de Janeiro \C fez presente em Mmas, através dos Vtsltadores
Côr~egos \la11utl da Costa E..cob:u e Gaspar Ribeiro Pereira, aos
quais se deve creditar a imtituição canônica das primeiras igrtjas
mineiras• 4 .
o~ "capitulas de visita" testemunham que aquelas missões to-
maram foros muito mais de fi-.calizar a atuação do clero, isto é,
m\e~tiram·se na função coercitiva e afirmadora da autoridade dio-
cc,ana. do que na de orientar o elercicio correto dos ofícios reli-
giosos; muito mais os preocupava a condenação da licenciosidade e
do\ abu!>Os perpetrados pelo clero do que a orientação das almas
para a prJtica sacramental do catolicismo. Ademais, não se eximi-
ram esses Vi\nadores Eclesiásticos de tam~m cometerem seus u-
msos, contra CH quais, por exemplo, em 13 de maio de 1725, O.
Lourenço de Almeida representou ao Rei u. Não tardou a resposta

~ lk wlemhfo de 1720, na qual ~e participa ao Gov.• de São


Paulo c Mona1., Conde de A""mu. que K mcomcndou ao Arcebispo da Bahia
c H.,po ck R. • de hncoro dcm Oll seus conscnüm.- pua a creação de dou~
~·~~~:,~."-":! :Ct~~~c~~~:.~: ~!~~fx:'!•(l~: e.~~rC:çf~d~!~i~io
;~~~- Jo!d~~:~~ ~~ ,~::"~,~~~~~:- ~:~~;;:,·6::?~ d:· g,~~Q
"AHU ! /W G Doc. Av. Caiu 2 { 13 /~ i1 725).
de Usboa. Pela ordem de lO de ~ete mbro d<l me,llm ano. a Cone .. ~
nc!'<.t-
participa\·a all Go\·ernador da Capttama.
,,
\la\!lttf

...
!Cl!ll f

'"
cmint
em ca

Tai\ c~cc~o;os w;ultaram em que o ent;in \\" 1 J B Rio de J


O. fr Antônio de Guadalupe. ~ prcp.u.•"• p..r
\J\itar a repilo da~ minas. Sua pcrmJn~nn.o ,·1tte IDÍflcirm.
..e prolongou pe\0!1 an rn. de 172ó e 172~. :"' rta de ~ >:ii.C)
serviu para rcabihtar o co mbalido pre-tL~L<I J.1 ,~, n stLILii~ cien, t
naquela dc\Ordenada sociedade . Puro!m. ,, I'"'"' ~':I fi 1-:a <" nwral.

~h~,,
do Bispo na Capitania de Minas Gerai' nito ,,. l'"d ,, IM~T perm
ncnte e as reclamações contra as arbLtrarintnl<'' d.: "eu~ pr~p· ''
nilo <:CS\avam. Em provi..:io de 16 de janeiro J~ 17~'1. cnJcrc~·;,J.L
ao Ouvidor-Geral da com:m:a do Rio di!\ \ 1mtc,, " ( .,,,_. 11<• I I·
tramarino wlici ta,·a suas providências no 'll:nudn 1.k 4ue ele tl'~'
particular vigi\~ncia quanto à u~urpação da juri~lh~iw rq:1a por ,\ '"',,
ntStTO!. ec\e,Jásucos, conforme denUnci a receb1da por a•1uelc •·r~
Em 20 de JUlho, Antônio da Cunha Silveira, então re,pom.kndu
1
"
pelo cargo •. rrcsta\'a conta das medidas que ado tara, permmndo·'<
\U~enr a Lisboa que o sm;sego dos moradore~ e o remédio par<~ a•
pcrturbaçõe~ cau~das por aquelas autoridades eclesiásticas só c•tJ·
nam assegurados em

;::;~;~~~~; ~;/:f:!:.·~~~e";~~~~~ J:'~~~!tllo~t,a:,:~~~:oq2t~t~~··;


Mm ,.. l·.cC'Itsiasrims dar cumprlmtnl~ dJ R ofmor/IIS q st /lrt~
~d:";~m~ ~:~Ofl~:'~';,m~~~~:'::!'~~:~::ar:'~''ó/1Jr!s ~~~t';~~!~;~
:"~:..::.:~~~;:~:. p.• /ora dtl CorrJGrca aos Vtz.itGJort J.

:~3D. Fr. Aattmo de G"M!alupe acabou por repetir sua vi~ita


a ea 1735, S. 1741 era a vez de o. fr. João da Cruz

~~.'="A. -'l'lllllo 1- f.elaaionol ~ - RAPM. t911-


41lAHUIJIG- Dac. A•. Clliaa 1 {261111119)
c pouco antes da _a'lec n ~âo ao trono do primeiro prelado maria·
n~no;c, \t inas Gera•~ fC'CCb1a a ~' "ta de D. Antõmo do Desterro e
\falhcirm
l nterc~ses de natureza geopoh tica acrC"Cido~ à ncceJ;~idadc de
tentar unar a fragilidade do ucrcido episcopal na Capitania leva-
ram 1 '.;fetrópolc a re~omar a idcia de_ cri ação de um bispado pró-
pno para \ I ma• Genu5. A C\.'>1! propo.., to era clara a mtençio do
em1nente mm1~tro. o luso-bra~Jie• ro Aleu ndre de Gusmão. quando,
em carta Uc 6 de junho Ue 1743, recomendara
''"'" 11"'"""'~"'' h<uf'llraas.\fiflllf qurmusuasvir>irnspor
'~"" <' "''' "ltiM 1'<''11""1'1"" f'llrl<'qrt<' ,. ,_ .. ,,.. ,,ilor,quri•a
tr•<> '"'""lht>drr<rtn·urr~C'urtudoqutm to vir, roindarsrrrvrr
, "'"" <i '""""' /'<'' ~"'-''"" /idtdlflllaJ, dr T tru,os. L.lflW, Rios,
p,,..,,,,
I ,.,u,-,, 11111'1"'· r· rum ""'11 fl<WtrrtDs, ttajt's, t:ostumrs, t
Ji<-/ofl""' nc-r(IW<OIIdtt-U Jrsu trub<OIIm , todo o Pait, q11t d<'·
,.,,,.. dt> H1o dr }""""" nlt u Cillmlr 1/r AforianQ (su~j q isto trnho
,.,.,-,;,.,,.,,,,1</,cwda"

...,, '\;io ha du~id;t de <jUC, a\$im como despachara o Pe. Diogo Soare~.
o ,-ahdo t.k O Ju:1~1 V procurava informar-se cada vez mais deta-
lhadamcnle da geografia da Colônia, no fir me propósito de, através
dJ rchg•~o. C\p~ndir ll'> limite~ da colônia po rtuguesa na América
e garantir ~ I'U'>\C u~, terra~ conquistadas. Ao mesmo tempo em
que prtxura\·a det~rminar o~ hmites geográt1c0i dos bispadOi já
C\IStente,, pleiteava o estabelecimento de novos outros. Como ana-
lisa himc Corte~ão,
o trt'('Çut> dm no~o~ dit~r~u t' pr<'IO::.itu, 11' obtduia o sinrtros
pmptmt"' dt p1rdodr t' dr fi trift(j. aiio dú~avo dt' rtprrJt11far
""'" mrd1do dr rlnrldo akant:r diplomdlitD. Portugol obtinlul dD
PoPQ o ruvnlruim<'nlu t' uma strn(ÔD tran<udtn l<' à sua txpaaJQQ
poro rHJU, t', por CCHIUII:""'"· dJ JIUU ~iDID('~s do Trotado d<'
TurdrJJ/has d<'Jia ~t'~ o Q/0 u•·trtiu a /r>•or dt Portufl<l/ t .....,
do f'•ponlro <' impliro•·a Uti'IIJ QffltC'ipoplo. rob a tspúit dt uti
possideti~ r<'lifliOJO'-'

Era nasrante o imuno da criaçio dos bi~pados de Mariana c


São Paulo e das prelazias de Goiás e Mato Grosso dentro da !)()li·
tica met ropolitana de manut enção c ampliaçiio da soberania de
suas possessões na América. Este fato, simulta neamente, caracteri-
za bem a necessidade da Met rópole em consolidat sua hegemonia
sobre as terras mmeiras. Por isso mesmo, nio é pouco relevante

u GusM.iiO, Ale• • ndre de 0/Jras ~'<frias. p. 374·~


•• Coaruio, Jt ime . Op. t i:, pafle 1, 1. 2. p. 175
90 tmtEJA, ESTADO I! Ul"'' Ar<;OADlS E M I'IH•U.S GERAIS

T<
assinalar que, no rastro do Padroado Régio. a criação de bispido!,
e prelazias no Brast l ~ fana ~b as m~tân c1a> e por propoo;ta dt
autoridades ci\'is e nào da Santa Sé. Como ln\l~te Carrato,
••
a ro/ocaçóo do rtgimt nllf'l.tlíl, rm l<1a aa / ~r a ltd(J-brmltlra
Ja:-Jt imprt tC:Indh·tl IX''" qu1rlqurr t • dt tl11 1/uoção rtli~
c:olonial A dt Minai, princ:ipalmclll< P IJU ir~ modo. lloio 11

func:ionalirmO puhlic:aparu c:um 1> \f, r


R,...,
podtrio c:<>mp,rtndt r o tspirilo q11r P' ' . • ,prÓI'ria. hit•orq.U.
tc:ltn.Uttc:tJ. tm JU.U rt/<1{<..,1 rmn u ( • tlt IÍptC:41 dt
c:OJlttl llmrtJptitá;·tf
(Jrgào dt \t;t.ff , qu t o IUri,r. tm lt 6 •1 .. rnpt110 oia rots.
tSplri/IIOil ~~
O espírito ab"<>IUU\ta q ue pre~ id 1u a âo do Bi,pado ck
Mariana deu mostras de ~ua força. pn -:l 1 aulo a politu;a rega.
lista que se abate ria sobre a vida reli~ 10'a l tania, mai~ dire-
tamente sobre as irmandade~. EI-Rc1 dJ\, 1ats do: que não e<;tan
disposto a ceder stu poder tamt>cm nn <juC espetta ao~ neiOCios
espirituai~. l'ão de<;Obedeceu ao~ princtri o~ 1 unJ~os pre-.critos na~
Ordenações, mas se re ~ rv ava o direito de dts.;uHr a validade e •
legitimidade dos ato~ praticados pela~ autorid.u.ks eclesiásticas e,
nessa medid a, tentar abrigar sob ~~ ~ asa~ do rodcr 'c~ular um maior
número de irmandades. Em prmc1pios de janeiro de 175 ! , re meteu
uma Provisiio para D . F r. Manu el da Cruz. no~ ~eguinteli termos
sou Jti"V1do dtc:lllran·os. c:omo sUht m q u~ nUO ba~sa qrlt os Vigari<n

~~:~':'d:o~·!',~ J;;,~~~~~~~~;~~~~~;~'!o ~:·.::: ·~~~;::,"~~ü:


/rmandadtJ par11 t•ta• Jt diuttm Lc:c:/niasi!CIU, porqut OJ dmu
Y i11urim t ruo /orw rt<>J . qut nunca .<t romidtr11m. ntm um ou rl!o-
ridadt d<>s Ord1rtar,.,s, /;. mda qut Jout m V igorios G tratJ podilil
ur duHdvw Jt ruW morurrunJo t Jptc:ia/ Comiu,jo porqut ll!t trll
ronctdido t•tt arta dt Jurisdrçiw grac:ioJa. t •·olmllarill , t quattdo
vós. to OtH· idor _tntrtu tm du1·id1.1 no ttmpo. t forma d1.1 A ulh~
ndadt Lc:dtlltul<ca tm q<UJ/qutr das /rmtmdadtS, ~·oJ rtc:o mtndo
ltJ qut ,...., """ Ja.;o oo Ov~idorJ. mt dtis ronso inJiruida rom os
Donu!wruOI ••.
A Cl'*do para a Coroa pauava a não ser mais condenar a
exorhitbcia doa tiDOiummtol e tributos cobrados pelos Vi~i tadore~
Edeli6lcicol Da priDeira metade CS. centúria. A gora o que im porta
é a ................ IObR a IOciedade civil e sobre a lgreJ3.

;~1'0, ... ..._... ... .,...., G~ t as P'imJrd10J d<1 CQr<l(•

:;.~.,..~r ••J-*o • 1151 . AEAM - u vro de Rur~'


"JGREJ" MINElll" NO SÉCIJLO XVUI 91

. de desautorizar os atos praticados por au~aridades ecle-


~~~:~c~. a fim de permitir que a Coroa pudesse se tmpor sobre as
irmandades.
~;!f~:~~l! :a~~~hn;; d;::~á~~~rn~::,~;~:r~~~ ~~~~x~f:i:,r~;a~o;::~;
qualqul!r ato seu, qualqiJI!r censura ou cominação de p_ena contra
tfíscolos, dá recursos U Corre d,. Lisboa, com efello suspen·
ri•·o ... "tmtoridade do Bispo pouco ••a/r, afora seu poder_d_e ~r­
01
dt"m. pois mtsmo ;umo dos •·igdrios, dos diversos. bene/JcJ6rws
vitaliôos, s6 ~>igora sua infiltincia mortd. E es/a exiSte, quando o
Bispo ~.!16 puseme, com sua Dçiio e s11a l'irmdr. o que nem sempre
,.aiacoflll!ctrnoudrepiscopaldeMariana••.
A ação pastoral dos bispos marianenses fica assim condicio-
n~da a dois fatores essenciais: as ordens de Lisboa e as desordens
do cabido. Como funcionários de Sua Majestade, eles exerciam sua
ação pastoral menos preocupados com a incorporação de novos
adepto> à sua comunidade de fiéis e discípulos do que com a su-
plemcnwção da administração civil. Veja-se, a propósito, a posição
do primeiro Bispo de Mariana, D. Fr. Manuel da Cruz, que, em
Pastoral. declarou e':' pecado todo aquele guc rraudasse o guinto
9
estabelecido pda Le1 de 3 de dezembro de ! 750 • , Como se não
bastasse, ainda Hcava sujc!to a ser chamado a atenção por não ter
tido certo cu1dado na esllpu\ação du penalidade aos infratoresGo.
Por outro lado, os bispos do período colonial mineiro sofriam a
ação nefasta de seu Cabido Diocesano. Segundo Carrato, o Cabido,
insliwído com extrtii/OS de carinho e de esperança por D. Frei

~j~id~?.{;~~:~:s.~~;::If~;,1:~e~/~~~~·~l,~
ram s6 amarguras dt:;sa súcia de cônegos desocupados. Não há

;~~TO, José Ferreira. rh Mimu GtrDis t 05 primórdios do Caraça.

~!;~~~- ~."\õ~i!;S~~~~~) ~:~~~.:::~';,":. ~~ 5~gislariú> Portuguesa. Lisboa,


oulr:~!~la~e~:v~c~e~a~~~~~!roEs~~d~a.~lasUi · P· 20·20v. - ""Re gistro de
f:~a~o~~~s f~~i~·~uGe~~:et;:,~·q~n~~:.. d~sca~i~~~~ ;u~~e p:r:%~';'~~"~,.~~
:~~ 5 !~ "a~;~d= :~,.~~~:~ J: ::~~o'nçt~o~~eR;~t~~ :~at ~ ~:in~~~~
2

:e~h~e: :~~e~~~~~rr:;'~ê~~~· ~~:~i~€~~J~~ s~~ic1~aer :~~~ B';:~ ;;::


11
92 l(;kEJ/1., UT/1.00 E IRM ANO/I.flES t"' MIN/I.S GERAiS

símbolo mais tloqútnlt dP ahsolu~P t.lltrr/idadt mor11/ t tspiTIIIOII


dos rôntgos marrantnu s _colcmau do <I'''
o dai/OHHIO da rra hCI
1'/Jf/JIIlt do Bu_ptJdO, o pt mxio qut "" d,, ':' rlt dt D. Frti M-n ti
do Cruz f111rttlfO dt 1764) oi~ o trrlrPd' ,;t D. frei D"mmgm t4 pe'
Enc11r1111("ÓO Polllt\·tl f{tl'trtrw d<' I~ 11 .SstJ dt~tntis MOI di
tm qut não hou• t f'OJ/Vr dt (111•• m.,- IUt, 11 ciriii'Wido ~
~ptriodo dOJ prrKu rudort!'' c cdtdo 1/nftnadru pt1_
bispos rilt<IUttJ P<J TO odminiurau Joc!tllt ,.,. .stu no*"- t
~·ido rtlii/IO!Il d.u .\lrn.u conhj ~ao 11
Desacreditado<;, desautoriz.ados, de~prcs -ado~ e descrentes de 'l!l
verdadeira mi~ão, os bispo~ marri.ln c~ dd'\am~sc acomodar
condição de funcionário rtgio. De<;SJ. forma. a Coroa scr:te-~ liut
para agir tam!Xm nas coi ~a~ e'piritu.u
Nesse quadro, não restava du\ ida de que o peso do E~tad<:>
Absolutista rondava as portas da' <~".X' e das instituiçõe!. rt·
ligiosas da Capitania. Faltava definir .: mo entrar porta adentro.
Para tanto, a Coroa procurou fi'<a r e c~p<-'dalil.ar as funções de seu>
órgãos. Neste sentido, é sig~ificatrva a Carta ~..!gia que o m~mo
Btspo, poucas ~emanas depors, recebe de i. Rc1, na qual se rn~t~te
na competência do Tribunal da Mesa da Conscu!nl.'ia e Ordens nos
assuntos religiosos, em detrimento do Con~··lh11 Lltramarino. Dizia:
S~m st"'ido diurwll, qut pMa U>dOi o.f n~ll('cws dt tmtrtria! E«<t-
t•aJiicaJ, como iUO. Hty p.· htm ordcnanos. qut wdas as ttprt·
ou qualqutr rtqutrimtn/o, qut m t ji:atssobrt a! rt/t·
Jtfiiii'("Õff
ndm mattrltu', a.r rtmtlats ao diw mto T ribunal, como prwau~o.
t comtnltnlt, pGta o Go1·trno Ecrlttiastü:o, qut tm rodo o U/rrli""
flUir mt (Hrltnct, como Go1·trnador, t ptrpt luo AdmrnislrtJdor
qut .sou da Ordtm dt Chrislo. um qut o Constlho Ulttamormo.
pono romur conhtcimtnlo dt StmtlhoolltJ dtptndt ncia!. pt/a fa/111
dt Jurisd•cçiio qut ltm poua o j(Jz.tr como lht rtnho ordtn!Jdo n

~~.~~TO. J()lt fcrTtirl. l•rtjG, llflmlni.Jrno t Estohu Mintiras CoiQIIMiis·

:1q.o-.,;';,r:,..-'; !"f::,:~~a:9ssJ ~o-4•.o;: si•:=;: t:,•_;~~:


~...::.*~"'.:'~~ :0o':::::~~:~~~~~~~e 11h!:;:o
fona a.=::.: · ArNISC- C6d. n. fb. uz.l)2v.)_ AsSim rnrsl!lO·
: ..o,::f-~-= ':!':.u1,i;:an:~;~ ~~
-Zl.-: ;:---~ =.,-=-~~mpa~ou~:m~~lo&'":
~r.:.:=-;.-,..,...~~.,:.~·;~:~!· :cu;
•-"'="'.:0 :=... ';':".,.:!;,"-
........ (A)JV - C6l
fndol.-
mat~r"
244. . .
junho de 1 8~. na qual enumera
de wnWm eumin&r
~ LGP.IJJA MtNiliP.A NO SÉCULO XVlll 93

...." Gradativamente, foi -se criando o entendimento de que era di·


ridl escapar à ação governamentaL Aos poucos, a Mesa da Cons·

.... cii:nda e Ordens passava a ocupar esp;LÇO anteriormente ocupado


pelos visitadores .ec\esi:isti_cos. _A ~artir
de então, a sobrevivência

.... das irmandades ftcaria sujeita as dtretrizes emanadas daquele Tri-


buna!. Me$nLO as poucas <1ue não chegaram a se submeter àquela
instituição, sentem e sofrem sua pre~ença. Como reconheceram os
confradcs da Irmandade de São Miguel e Almas, da freguesia de
Antônio Dias, de Vila Rica, sua aprovação é indispensável, pois,
IUI.! ruras da /'(11/rMdO Rl'al stm 1'1111 rwdtz pode rer realidade r.a.
O. Frei Man~el dn Cruz, o piedoso bcrnardo que epicamente
se deslo~ou da dmce~e de M~ranhão para inattgurar e presidir a
rcccm-cnada de_ Mannna, mms do que seus sucessores sentiu o
reso dessa pollttct~. Se111 fnlar dos dissabores que teve com 0 Ca-
Indo - o LJUC. aliás, nao será privilégio seu - . 0 primeiro bis-po

da~ Ouna~as acu~at;~o


tnunat;ensc." P?r um Indo, esteve sujeito a constantes reclama ões
sob a de pra1icar exorbitâncias r.•· por oJtro
l~vc ccr~e.tdo ate mesmo o seu direito de escolha ctd 3 ,T .1 '
~~~~~~ic 1~~~~\u~~~~can~o~~~~:~~~tl~~çi~~ de ~ro au~1 ã~r~~dTua ~
1

que a
nomeação de cargos ccle~iásticos de' 5~~~~~ quando~~c tratasse da
rortal~~e:u: ~~:~· ~~p~~~o' cd~moinúmer~sg r_cal~z~~~~~ seminário,
cnaçao de 8
q~e visavamdeua
um

;:r~~~;;-~~~~~~~~:~o~esta irm~mJnde {1765), fL 1. da petição de


.s~~~;;wa l.i~~cte"~ C'aixn 41, doc. t2 16Js,J7SSJ
~~~~av~ ~:~~es~:~~u~f·:~C~n~ f~!r me~~~ ;~ ~ 15~ ~~vir ··A~vani,
1 2 4

~':u":~ -:aod~~iJ;fes, ~onv.ia5, ~:::~r2~~~e~~~~~fi~er faculdade ro~iaa ~~~


~;:loM~g~~~i~ar~~~e"Á~~~od;~': :~e~i=~~·a e~~ao:e~~;;~fa ~:~­
~~~~":ros~ea ~ocd:~~~~ç~ al;~7~~rae 3e~;~~~:r :~a~~~; f~;~~~ÍdoJ?,<!~~Iv~~i
~a;:n!:, ~~1o ~~~~~s civis ~~~~~~~~ :ob~:t~o ~u\7~dinaçãoq_~:~~~:~ a~u~os
1 7bsu..:p~i;~~ernador inte~da~:~CaV~~·~e.
~~ore de. Andrade. por mmpl~~
vaç~ ~nançnse a n~eitllção dO!I ~ordem 1 rég a de t/2)l7Sn~a, Jo5é_ Antonio
~~~ ~~i;:~~~~n~eA:P~~;pa1s7 ·d:n~vtf I~~~t; ~~~~)i.da~~ ~:~E~~~~iao_ag~~:
~~;~~~~~.a~~~~~~~d~o ~fo f~~::~~;~~ dd~S~n~:~~rg~r;~z·~~~~~:ç~~~~~
As Ml~<u Gerai~: o.~;,~~~~~ard:~d~~i'dom~g:o ~~;.~cc
1!3).
.~~~~ueo, Jooséb~~~o
uruç11 . n.
f~ca~~
Ferreira,
1cnrr
provas de sua lealdade para com a Coroa. apr~entando in~\'(). •• ,cfl
cas demonstrações de colaborar para o cfc\1\0 \Ucesso da ~
ratada _polillca fisc_alista e repr~so;ora da \letrúpole. Lemb!Nt. 1
propÓSJIO, o stlênc!O e a implíctta om1u,io do B1~;pado de \\Mi~~~a
""
(o
em relação ao movimento conjuratónn mmdro de 1789. C'*O
afirma o Cônego Trindade,
um ~mbargo dt ntlt (r~/triml<Hr <1 ('l•I!JUr<l\·<lo) - <t /ul>rrr01
""~
tnvolvido cinco sarrrdotts 1h• "'" 'l<'f • "'" dela-
d~ uu cabido ~ profusor d" _,,.,,.,,.ur» -
1-.pi..roJHll. "00
CÓ"'ff
mtrKn '""'
uma paltwru do Bispo Di<)(~huw
Afora seu múnus pastoral que il'teluia a euustiva e areuoa
""
tarefa de organizar toda a hierarljuia c 1 in~tituiçOO eclesii•t:z
da nova dioc~. procurou colaborar C'trciramtPtt com as au•
dades civis no intuito de aumentar ,1 \'Oiume dos tributos aulcridoi
pela Coroa. atravfs do combate à incnntroti.' el prática do deKa-
mtnho do ouro. O. Fr. Manuel da Crut
tm \'drias pa51orais pnx:urou rlln>·rnc~r u mináro1 dfl o/tri('l(lll
dt (lfl/illlr o fisco. Dtdurou puaclo """'"'" n.W pu~nttnloM
quimo ou quu/qutr fruudt q11~ /n-<IHt " cmuril>wntt a n<io p<JJflf
Uf~ 1mpos10 0!1 Pll/lllT mtno.r !J<I~ O c/Hiclo JWT /ti. Em 17JJ }u
~su ptrodo r~un·udo uo Bispo o:
Assim pr~dcndo, o primeiro como os demai5 bispos maria·
nen~s. Jamais. no periodo colonial, dc1xaram de ser meros in~t!U­
mentos das ~eterminações políticas metropolitanas. E e~~ o;cnudo
de Lmpotêncta não lhes foi estranho. E sabido que apenas trb dos
b1~pos nomeados assumiram efetivamente o trono em \tan ana (~
anexo 16). De 17_45 até a independência politica. quase a mcwk
do tempo a admLnLstração do Bispado ficou sob a responsabLildadc
do anirqu1co Cabido Dioceqno, a ponto de a Coroa prec~sar lfltcr-

~...~ ~::: c:'~~~~r•p:..~e~~~~:~~;.!· c!:Jp.~~~;.~~ ':J:


--~prcltiaJaenle0\119VImCn\0CQUCdClC IÔ U" ....

=r~::.-:::::.: •~~~aq:: ~~~av:,:~u ,:;~·pc~


~ - . . . . (Cf. A.......,. AI,...,. d~;~. /rtf",../idf.w:ja L9~}. • l.

..=-..~~~~:"'.!f~;!~...~:"~..!
E!:.T~~~.cTc~;.t.~.·~U:~":i~~~';;ÊAZtb-1
ecn. .... - :WS f=.t,_ ~ : ..lc:.:..:I.OIOIO <k MeildOI"ô
ferir ripdamente para que o~ prelado~ nomeado~ não conl'ia'ISem o
l"'emo do <.tU rebanho a _procurad,,res. fazendo-o pe~soalmente "·
Por f1m. ~ahente->e :unda que a autondadc cplSl:Opal não foi
dNurada c deqcatada apenas pela~ autoridades ci\is ou pelos seus
inJ~ubordmados prcbtndado' c dtrigos em geral. Também os fiCis
parecem não lhes ter dedk~do o rcspc1to de,·ido c a confiança ine-

.......
-
rente l sua d1gmdade. Lc1a-se, a propó~1t0. a quase: pateuca re\-
ro•ta de O. Fr. Cipriano de São J o~ ao Go\'ernador da Capitania,
Bemardo Jo~ de Lorcna, contraroondo-sc a uma represen tação
.;,)ntra ele interposta pelos confradc\ da Irmandade do Senhor
B,•m Jc•u~ de \btosinho~. de Congonha~ do Campo·
\, q unu fi« qurm dl.-a qw ''"' Bispo, qu<' pOr Dtrss
mr1m r o ,wuido flUIVd ~1gil11"1t dt SJ<a crua. qu<' drw :tlar
o t t t ""'"'a til J(ll nr.u " ltlimutblrar ,.... ,.......n, ru
J c, Jruou na wul~rt~ qwt dn·r pwmovrr OJ M<'iOJ
J "' "f rmo r rn ~~~~.,,-,./os dt'l<l 11 rnprito d<' uxl.u GJ
rn dr to/ nrarrr,ado: q"' d<"·t ~ifÍDI' c-mn dt'J\'tlo sobrt'
ac tu" n1 wbrt' a J«incÚl <' denx;ão uuow. wm
mrnu Molf lt•<'ÍfU. denm rtnd<'T OI Dt'ILJ o
t r Jo qur 1/tt;dnidll,;rtlt.J qlltmi<'IIIU I'Il
P"'""''"' .--daa nttltrrqiOtUml>i<{><>ta.lqur deiuriJdi(do
'" lfl<l. l'V"'' o;w1 ,,.,,,./..,.,d,,. /aum rU -"'"J •·.-:rs. ntm '~"'
'" """'''" r<roiJ "' ,,/rn<. fltl'l uu/l>r;J,ult purll por OU dar
•t• J•oat.;,. N""" mllln;tnqu<'IIISil>l /alllt/IOU llUim prn<oml.
~'~'"'' dr ri•~·.Ir ,,,.,,." m"-'""'"
<111 11parittd11 <' dti.r.tm-u ccmhr·
r<"ptlartc .. ,Judrd,·•ru "".llrr"'
La:ncnta,elmcnte. C\\a C mai\ uma proclamação ineficu de
autoconf,rma~ào do que men~aF:cm pa~toral IJUe fo>St a\•imilada
pelol dmasan~. um arroubo de zelo apo,tóhco que não c~ptlha
o rral de:~mpenbo da in~muiçlo epi<>eopal na\ \{mas Gerais. An-
te\. reforça a tese: de sua total falta de identidade e de ~cu di~tan­
CJamcnto para com a religião praticada na cap1tania do ouro

U_~ Cabido Oioc~no de \briana t por dem:us conlleci.b t

~~:ª=:::~07Jr=ifTJ~~;i~:~ti::m;~ü;~;§.:
•~•.:W• rü ltrti;u no Bi<prJJo Jt .11~,..,~.,. r- J()-)_ Quanto l mterocnçlo
rt"ê: w~~ ~:~~ m:~=~~~;: :O:a ~::.:.:b\~- '!:~.
riOI'montt. o Cabtdo fora ad•orhdo t ameaçado com mcd.W punou•u I'M<·
11<• por \!&ninho do \ldo c Ca•lrO. douuc de ~UI -·deocooc:cnadoJ rrocc·
domnuo.·, ~c<ronto n:-.·ohoui' t "çnm<OO>A .au~n"
.. TllM>_U)(. Raim\111do. C61>. A•q.,uloDCt" Jt \I..,..,..._ P \68. '' ,.,.....
~IIC:I&tdatadade\l.riana,a16defc.-erarod•lll(ll.
3.1 O Hbtulo polítko-idoológico e a pratica colonial

A descoberta do ouro na região mediterrâ-nea da Colônil po-


sibilitou a Portugal n ão apenas a o~ ur<~ç ào de e~paço fi•ico ~lllei
inexplorado, como tam~m a ocup;~~- :1\l de espa~;o político, I.S:SI»
\ando a definitiva "imposição do f,t ,Ldo no BrasLI" •_ Até
o exercício da polilica na ColôniJ se fL· ra atra,és da panio:q~
ativa e decisi,·a de seus próprio~ haha.u\1 s, nr.m explicitamenk
senhores ruraiS. As leis e as in~tituio;l><' lolJttau s para cá tr
tadas. al~m de nAo terem sido adaptad.L" à nOV3 realidade, Dio To
plicavam comando di reto da Coroa: nJo cont~ta,·a a \j, . .
quia, não se contestava a figura do Rct, enquanto
cab«"a, r:h t/t, pai, uprrlnt/(mft <Ir J) , LU no Ttrra, ·~prtTI<O •
ptRSador dt todiU as R'OfiLI' t ,.. ~,./ /nr "uto dt todlll 111 llfl.lo'
dadn ' '·
Porém, o efetivo exercício da dominaçà~l era transferido e confia&J
aos proprietários rurais. A estrut ura d0 pode r c a burocracia COIIo'
fu ndiam-se, assim, com os intereSlieS do~ pntcnt.td O~- Com o our
o panorama se altera. O Estado, q ue sempre c~tivera pre~ntr
agora tratará de impor-se ostensiva mente, tarefa que ~ facll•~•
pelo fato de que a realiza em área virge m, que

~~,;~ ';//~~~":/~~~~ia r:::: ~a~;r:;~;~":,,'~;,P;,~d~~;d:;:;;


portugull, jollaltundo o f::lllldO no Brmil '"·
A centralização chega ao ~u paroxismo, ~ consagrando, a partir
de entio, como diretril política d:: colonização ponuguesa
A nova. estrutura .de poder as.sentou-~ sobre a potencialidade

e~:~~~~;oc~~:tó;~~~re~c~:e:t~~:~~~~
....., llpnleDtaYL laatalou--se oas Minas Gerais um Estado ~
......... Bicalilaa.DOcpaal

: . . ._I - . . , , . 1'r--.o ~ pan ialitular pe:aetrlnl~ trt;,o.


•~
~
~ :::.::r-:u:..~:: ::;:.~':~..c;:.:,-:
.tJ::.'-.............. oat.lckL 197-4. n.• 100 t)Ubilar) .

;.=:-.=-::~ ~·..., c_,,fKI'.J""'. Sio ,,..1o. ara


..........................
-:t:t:.'~~·~Jt! ',0::" -~:; =~i:,nl=:~,;;~~~;!. ~-:;.~:,. r~
'"''lll dt>J .Wirfin>J J.. rolo · !,., rolllamriUUa rodo m .. nJo •
Tr3ll,feriu-..e para \hnas Gerais a determinação "_tercantili~ta do
rt..:olhrmento de impo~ t os 111 !latrtra. apl"ada à Coloma desde 'eus
rrim<lnlios, o;ob a justificati\'a de que ~e tratava da

;:;:;:. ~~;~:;~~;,:;;,,: /;:~~:~1.~~:·,.::;;'~;,·,~r"':';,;:~~·;~·~~~~ s~:1a~;;,~~


11

raJ.nrranOmi:c•J"'
fodd•r:a. in\l~te Oorival Tei,;eira \' ieira.
:c•m -..:o4vtúll!discud• ul(ltU sobrtouu·
11.1 rrt< ao lll natura. JQ/ttn'fl ,; Corot1 1tmll orf:<Jni:O('iio
qw ptrmiri•u lltf:M'iar diTtliJrM'tolt a proJuçiio rolo-
J.

..,.
C< h da rol> forma dt mhutQS . .V <I .-.:rJaJr. o Q!rgwnrt'n/0 tra
<lJ a ,., lrcll!t cttr.u pralu"<ll t adormrcrr coruciin·
o rrnmtrlúttu f'<•tl<llfl<t!St.l t, pt>tltln/0 , o fHI'"'
>ttdad '"' UI :a rt.i.> '"1/Qrm<tJI/ pr/a pr<>dwçiJo rm
"t<'lli" qw• <1 "'""'"' pwpt>rt"it>to<lflllil CorO</ <U.

Por,·un"C)!Urnte.<' fi,,·alr,mo e a tributação to rnam-se os parâ-


"' nwro' rara a o:ompreen,;kl da realidade hi,tórica mineira no Sete-
anh·l. .-\ nO\ a diretr11 pollli<·a e'bo.;uu-~e com a in te rvenií:nda no
epiWdio do\ Emboaba\ e \t ~tln'\Ohdou eom a i n ~1 a lação da Capi-
tanr~. em 17.:!0 ..-\ ação governamental na no\·a Ca pitania pa~<;Ou
3 l.cr lt.:lrologicamente norteada pelo principio do dever ··con~en·ar
~ ('Ohl\ em W<;<;ego •. i~to e. "''lid1ftrar o poder no Estado n•m
o l>bjeti\'0 bii,IOO de tributar. Para tanto, a primeira providí:nda
ron..·reta e efeti\ a se traduziu em mrnimr1ar o poder do~ potenta-
dos IOC"&is, retirando-lhes oompctCn.:ia.~ e auturid ade_ ~o fundo, a
•dha m;i\lml do di•·idir para gm·1"fll<1f e para n-mraliUJr. Para o
cuo tspeeitíco, lambem ne!iSe aspe.:to a tarda foi suavi:.~:ada pelas
• .UA. UTAOO E!. lltMANOAOES EM MINAS ClEbiS

c:oadiç6es históricas da região. Na Capitania de Minas Gerais a


abalçio dos potentados não chegava a abalar as estruturas do Es,.
lado. Os potentados não se chocaram com o Estado. não o dt$1-
fiaram. Ao contrário, o mais correto sena d11er que, cooptado1_
colaboraram diretamente com e 11 0 ap:~relh o burocrático 11 • Como
afirma Laura de Mello e Souza .
ulrtmamtntt / Orlt t m muitos pomos dtt coli1ttia, o paptl dtstm-
ptnllado ptlos pottn todos t pl'loi olú.!orcm Jm, . nM M tnar, rinw
A prtsntça marcamt tfo Estmlu, 01 olhos 1't611antts do /isC'O,'
vio/incia da iu.rtiça colocaram. dt url<l forma. os podtrosos n~m
rtsp~iloso stgundo plano. Na llistôtiu ficuram os nomt.r dt Mll-
nut l Nunts Viana, Pascoal d<1 Sihu Gmm•lfllt'.f, Domingo~ Rodri·
guts do Prado, Frarrcisco Ammal GrtrNtl, Maria da Cfll~, toda
tlts puttnctndo 110 momtn/o qut afl tuc.lnt u insraltlfiio dos ap~~­
rt/ho.r dt podt r, ou .rtndo stus C'OIIII'm porúntOI, habitando o smOO
/ongfnquo ondt raramt m t chtgal'lmr <>I hom ens do go~trt~o•
Dessa fonna, o Estado, sem entraves, se impõe sobre todo o corpo
social. Ao mesmo tempo, cuidou de estabelecer legislação especi·
fica que viesse regulamentar a ati vidade mincratória.
Na realidade, a Metrópole delineara, com alguma antecedi:n-
cia, o regime jurídico para a explo ração da nova riqueza. Desde
os primórdios do século XVII, quando enganosamcntc o planalto
sulista prenunciara a existência de ricos veios auríferos na Colônia,
procurou-se leJislar a respei to. Os princípios esboçados nas Orde-
n~ oonsubstanciam-so nos dois primeiros regimentos das terras
mlnetras, datadoa, rapectivamentc. de 1s de agosto de 1603 c 8
de liOilO de 1618, e preparam o "Regimento dos Superintendentes,
Guardu.-Mor.i e Ofic:Wa Deputado& para as Minas de Ou ro"", eK-
~ • 1702 • qge. praticamoate, u.çou a vida jurídica da a\1-
widede ................. melo o lkWo. Ressalva-se, no entanto,
... • ~ IIDdl .-o acluiu • teod!ncia secular portuguesa
O l.STATVTO POLfnCO-tDFOLÓOtCO e A •a.biC.l.. "

de criar /egis/oçdo de cimmstôncias, ocasional e cuufllica,., ubor


dos aco~ t ecimentos, o que contribuiu para o caos adminillfllli\'0 que
caractenzou o processo colonrzador em Mmu e em loda a CoJ&aia..
Portanto, niio se estranh a que o regime fiscalista Introduzido
tenha gerado permanente repulo;a por parte dos mineradora. O
quadro é visivelmente claro: a_ primeira metade do século 1DCJ1tn
a Coroa se articulando e negoc.ando com os mmeuos u forma de
tributação; a ~gunda metade, com uma opçào aparentt'IMDte •
finida, o acirramento da reação dos mineradores. Os levante& -
Mwas Gerai~. no !lcculo XV III , na sua e~sCncia, tiveram oripm
na tnbU!aç;io yua-.e 'ICmpre aleatória e di">Cricionária. Faliou i M~
tropulc -.en~ihilidade para perceber, como hem d>\tingui u Sylvio de
\'a...:oncelln~. yue

m"' nu prop•úmrorl~ contra o quinto. a q ut tit>ha dlrtito • c-


,..,, "'" ,J.,,;,io "'"'" w turw, qut u rt ht'lavam os povos, -
""' n•ut"' " '"""" rir Jrttl c:tr/rwnçD, q ut nun ca p&lt ur tlttlbft#..
ctdtl ,Jr. ltr<Nio m·nrrrdll t d~fmitlo •.
\olais dn que a form<~ e a instabilidade da cobrança do quin to,
tamhcm .1 multtpli!:id<ldc de impostos e taxas deve ser mencionada.
Sobre a C.1p1tama dJ~ Mma~ Gerais pc~ava m os 6nus de tributos
wbre os direitO\ de pa~'agcm. os direitos de entrada, os dizunos.
para não falar dos ~ub~idio~ voluntários e liter;irios e, até mesmo,
de contrihuiçôc~ e~tgtda~ para a celebração de bodas reai~- Para
não mencionar também a forma inescrupulosa e, na maioria das
vezes. violenta, com que u cobrança era reali1.ada. já que a Coroa
transferi ra, mediante contrato. esse encargo a pa rticulare~. os famo-
sos contratadorn. Em Minas. nunca se estabeleceu uma política
tributá rio-fiscal regular e ddinid3. Ao contrário. Também ne~~
aspecto faltou originalidade e bom senso à Metrópole, chegando ao
extremo de, à queda de receita de tributos nuo lhe ocorrer outra
reação senão a de multiplicar os impostos e ta~as 1' . O temor
entre seus habitantes se justificava n<iO apenas pelos gravames que
acarretava, mas também pelo casuísmo com que era adotado .. Era
im possível planejar qualquer atividade econômica, sem estar SUJeitO
i permanente e insaciável voracidade da tributação.
Por outro lado, se lhe faltou acuidade para sentir a i nadeq~a­
ção do regime riscai imposto, atitude opoMa é a que se venf~ea
quando se analisam os aparelhos supcrestruturais que o Estado ans-

• v.uco,.ouos. Sylv•o de. 1'1/a HKa p.70


t e C4naQ, Anlônio llarro- de: Op. cit , p. 36
100 !(a JA, UTAOO a !UH 0ADU M Ml

...-. ,.,, ,. roMo


·~l•at• ,.,.
----~ ,....UliJIII ioJ

ndpolm,.,t~. •m ""
:::f:uP-..~~
a Cttplf4!1i;:J. <D ~~-
• tm m~•l•·l·~, ·p• I• J~u/orro J" ,.Wo
"'" ulfd~,;u 1- «U mtdtd,u /l<n'tlillm dt
,ro;::"u,J;:,~~:;;:':~~,.~,". ~~~:,n:m':'.ur~
o wadifJJ, ~ "' qt• lumN4, li"~' (1!/do Jtt/nlll>ptl
TI lr11Vt'f/t11H j;l!lt'l Jt 111J<J t CMI'<I llldo/«
w:: c""''"""'l.dt/tu.trlomci<>IIM•~
.W• '0<1, 4fal/ormtJqut woiUUJtttltJIItf l'fii!"'OIIMI'
t :stm roibi4 :~~ tofltn~.bo.nJ, q~ u r«t>>lrliJMfll t~
.,,.,, b!Jdicn ... NitJfiO.I t 01 deu mlll.V'M e criDIIK!s ,.mJD
M.ntJs, q"t llt <"'NI'oiouum mt!loor UI CD/IIfti/US J<~J ~
• cl • tNfrclo <h• •llniooi, q«t' •• p Hrm os direituJ W crwa"
Deve-te mfau.z.ar ademais, que as d~pcsas com 1 def~ da
lena colonL;ol, 1stoé,as d1$peW militares visando a re~guardarC
manter I Col6nt.a mlcJraram u nmmas de conduta dos go\cnlaJltci
mcn:antillau a p.r de ICU ônus financeiro, pelo que se lC no~ re·
11 IObR delpa.u miliwcs no' documentos da Fnenda de
M DU. H-. partiaalar, Portupl foi mats alem, tramlcrindo paU
'111.

~
....
-......
....
.....
...,
~

J.u,~ ~·IJ.AIII&Uoo , ......., .... p 21~ Sol!«


~Cf~Qtilotadallllllk <lnM•niU(.era :onr
A~>p~~tu de A ftll"'fttoÇ5o• Mdrlar In - A C11,U_..
~;~~lo .";,::::lo.l":l':,:l~~ •=·~ ~~U:.:.e
lftlpl..,lado em Por1up1 pela -..o fk>hm. e a "'rorura
:r':
_, .... • panlr de li61. com a in.WIIÇ\o da Rtal Fu:e.
ICI Mu"'fr1.Ke~!Wlh. AIJr...nt~dt~~lJr•- p.~>l-4
·•MorU>ISoo14 l.to~~rade Op dt p 971 E.mrd<>rço
I _ . . llamern<: lre<:llo cb - d o (.ovem~~ <la CaJ'Itaft&lo "'""
~l)llcolri.,J•-'d~\i--.trl.lhn:l-.diDIIIi>lraçlo.deiustr oa
qual w li: ..urna bem ..-leu~• c 1p;1.1 .. .cn• 11 em
\0% JGIUUA, ESTADO E IJ.MANDADES E M MINAS GEkA.Ill

O gênio político do administrador ficava, assim, condiciO!IJdo


a arrecadar os tributos sem comprometer a dominação politiQ
Mas, como percebeu Laura de Mello e Souza, não é
arrisct~do diz.tr qut a administraçilo mu \finas funcionava th IIIOdl
conlfadir6rio: pllrD cobrar o 1mpoJto. o EHodo dcvtriD. str /ir,.
r illcisivo: mostrondo-st prtunu dtmail, provocava dtt(MIOU.
mrnros, r constqütmtmtnft otrapolhlH'IJ as cobrtJIIfasTI.
Dificil encontra_r o equilfbrio, especialmente q~ando a voracidllk
do Er!rio Rég~o aume ntava, o que. cronolopcamente, totnc:idYu
com a queda da produção aurifera e diamantífera. Por isso, niD
é de se surpreender que, além da ho~ti\idade ostensiva, a reaçio
dos mineiros ao fi scalismo também se tenha feito de forma sub-
-reptícia. O contrabando e a burla na Colônia constituíram-se na
contrapartida da rigidez neomercantih~ta da \letrópole. A reinO.
dência da legislaçio que tentou infrutife:a~e~te coibir o contra·
bando praticado nas Mmas Gerais por s1 so Já é um sintoma da
sua inobservância. Para falar apenas no combate ao contrabando
de ouro, sem desconhecer o que também era praticad? com_ dia·
mantes, gado e outros gêneros alimentícios. Com tudo ISSO, nao .se
chegou ao ponto nevrálgico da questão, ou seja, às razões da dis-
seminação do contrabando. Eschwege, ao correlacionar o contra·
bando com a decadência das lavras, ao sugerir formas de combate
lque\a atividade, constata com clarividência que
vdriar /oram u ttmarivas ftilas para obs1ar o contrabllndo dll
ouro t do diiUnlll'llt; porlm, ao invis dt ir às cllUSIU t dt tf4r-llu
rtmbllo, stmpre st prtttndtu opor um diqut d sua ~~{'tio. tJp<Ut-
ct.ul6, pore luD, muito.r plonos singularts n.
O ESTATUTO I'OiJfiCG-IDEOl.ÓGICO E A PRÁTICA.. (OJ

O quadro esboçado ~rmite que se perceba que o Estado Abso--


lutista português não pod1a prescind1r de ahados no processo colo-
=~r ~~nfa. in~;~~·t~or~~~(~oir~~~~ivc~n~~:· ;~n~~:!:
da
que, com o passar dos anos, se avolumava m, na medida em que
1am~m crescia a voracidade do Erário Régio. Porém, essa vora-
cidade se situava na razão inversa do arrecadação dos impostos e
taxas. Como ficou dito, a reação da Metrópole era multiplicar a
tributação quando identificava queda nos seus proventos. Defini-
tivamente, não se amoldava às novas realidades, não se ajustava
aos novos tempos. Ao contrário, mostra\·a·se cada vez mais insacl6-
\·el. Se a essa atitude acrescentar-se uma politica econômica essen-
cialmente restritiva e proibiti\·a, elevados índices de custo de vida,
um abastecimento deficiente ao lado de um aparelho administrativo
,.."' l"'rrupwe "enal, de uma justiça cara e ineficaz, ter-se-i!. compreen-
dido as razões do espírito de inconformismo e rebeldia que grassava

""'"'
na Colônia, especialmente na Capitania de que se ocupa.
A Coroa e~tava. assim, na delicada situação de manter sua
lia- potitica centrali7adora e fiscalista. evitando, porém, que a anarquia
,._• e a desordem se generalizassem. Em decorrência, era imprescindivcl
reforçar o poder do Estado sem, contudo, acirrar os ânimos dos
colonos_ Paradoxalmente, fortalecia-se o fiscalismo, ao mesmo
tempo em que se tentava conter os ventos contestatórios. Alguns
espíritos lúcidos, atentos às contradições c à inviabilidade do pró-
prio sistema colonial, perceberam o dilema e dificuldade de sua
soluçAo.
E.J:cmplo de administradores reformistas foram o ministro Luis
Pinto de Souza Coutinho, na Metrópole, e o gO\'emador O. Ro-
drigo J~ de Menezes, na Capitania de Minas Gerais. O pnmetro
foi considerado, por Kenneth Maxwell,
dt IOf/OI OI inttgronttl do ROI't'r/10 porlllgUfl • • • O mais dm,tciO
do frucouo do pOúrico colonial t do ntcttsidod~ dt rt/orm.v mtt•
dltmu t ~nciliudor.v ''·
O segundo, O. Rodrigo J~_ de \! eneus, :ta sua flmOWI Ex~ _.ntcr
sobre 0 eJtado de deçadencta da Capttanlll d \I tu.s Gerau. Jla ~dil
tavaparaanccessidadede seprotc&eror:: .. , atravtldc• aCOfO'
fundo especial de cmprisuroo. Para ele. K nl c 1,11 p:ll"a o tnh tidade'!
exploratório e para o a perfet çoamcnto 1~. :1. c\1' Clltração. wn.a ;..
impossivcl_wergucr a_au~•dadc mmer,own.o D~~rou també 111 te('I!IC!
a transitonedade da nqueza de uma r~.~~;,<•l Oa'iC3da 110 ouro. c:ha- Jiloll
mando a atcn_çAo para a \~crati vtdadc da ·JUI forma$ de uplo de coG
ração ccon6mtea. Mas. asstm como I u• ~ d<1 Sou• Coutmho, as pn> t que,
1"05\U de 0. Rodng~ Jost de_ Mcne11:' n.10 furam lcv~d.u adiantt, pernta
a vis.io ncomcrcantthsta conunuava a • nenr~r o ccnan.o politiro- .cr ur
-econ6mico de Portugal ali de
O momento ~ta\'a a uigír refo"mas C'ft'W.iV11 de per-
petuação dos laços roloniais Pen~a,·a-se ser vcl manter 1 Oi.
16nia mediante a prática de ccnrn. c~pcdt entt\ admini~trativo;t~ e dt:
reformas de superfície. Não se comprcend !li ~e o ptóprio sistema
colonial continha em si os d cmcntos que o c..mtradiriam. "ào cn
a priltica do sistema que o rondena,·a, ma liln ele próprio. em IinS
sua ~ncia. Além disso, as propostas rd•trmist~ quando apn:- sove
5entadas, não traiam ~uas raizes absolutista~ Falcon, ao analiw 1
tcnd~ncia reformista de certos administradores da época, esclarece

'" ra! rt/ormlsrrw, ~mbora u oprtunrr sob wmo faclwldo modemiu·


dora fovonf,-r/oosúu~rtnrsdas bwrgwro i.u mtrcotnil t üodw>trUII,
nrm por ~so dr~ll dr str fwndllmtnralmtnlt 11bso/wris1o. Em ""'
ruincill ru~ rtformisrrw cvnlinwll prtltndr.Wo, dt ftzlll, ,...mrlliM
os '"""SO$ fiNmtti'OI do Errlllio lllrll\'ls do ~nTiqwte-imrnlo do
pds. dt,./ro do cvmportormr,.to undtcionnl j4 dtscrito qwt i o d~
lr<UU!trlr ormplt""'ilru14 nospllrii01Jt/OttstJtclllit"lnOIIP"'~

:;.:.oo: :Z:;;!';.::.:::r:,;,::~b.,:::i~:;:.' ;::::."":.,:


dttn ...ue.r• irnoPfdotklr""olltf.OObwrrwUII,IIOdtJtl"odtaru•·
106 ,-«f- dttTOIIU/tH....çlo quttc"dtmafug/rttdoOO< IIU'dt
;:;;:.,:-:;:•""· - rHdlfolo da cll.uicll sir!UJ{'olo do apwtJiz dt

Todnla. c:artat ~ permanecia m sem resposta: como


IIIUU'ailarllnvollll-..dupelofiiOOeptlaprc&ençaostensova
dll tropu1 C.O.O .udmizar u tent6el 110eiais que deseqUilibra·
, . . o cocWiuo e o pálpdo lilteala colonial? Como conunuu 1

:.:a~r:-o..:::..c.~ ::..~:;ot=C:-;;
. . . . . . . . . . . . . . . . . . --.....Colooiel".p. l\}·91
--- o UT.t.TUTO rot.fn co-t lOlÓOICO 1!. .t. PJÁ TK .t. lOS

:::~aoer~~~oa:nl:!i~ ::.~.mt~:a:1 n~!·~ )~:~e~a~


Coroa encontrou nu trmandadn pane da r AIS pc rple-
1
"ridades·
teci~~!~a~J~~ni~e~~a~'!:n~~v:e = i = i s .le.:~~
~co:~o~~~ d~1~n~ ~:=JaA:asc~:::,~":q:e~~e'~e~~:~
I rcliJião Cl!l \ionas ~crais
t que. por in tci"'JJédiO das irmandades,
permaneceu sendo um de M:UI 'u..tcntárulos, t~to c, pan alem de
set uma fonna d con'IOiaçio dada por Deus aos h0'1'1cns, també m
ai deHni h:Ktonar co no
""'''"""'"11"" pw•-,....ctfrtllf<l~ "
<1 b rd <11 cr FI<I[HJF oJ 1•
A' um~ndad< s rcçcl-er m do E•tado o eru:argo de l~rtas atri·
butÇÕC\ Vt\10 soctal, panic ulanncnte aquc:las rela-
iva• ao a~~<!'CJlçl,,ltsm I· xml 5C admi ti \.SC co mo norma de bom
&overnoque
.., .;~, d<• wrmadortJ " ·
a verdade f Htc e~ e, ngo s.empre foi confiado às própria~ ço-
munida de1. tanto n~ \ktrópo1le. çomo na~ demais partes do l m-
plrio lu\i tano. A1 irm;tn •lades, já se disse, na~cram como forma
de ex preuão local. em virtude d~ consdentc omissào do Estado,
cumprindo fun~Ao 10eial e~tremarncntc imponantc na mutualidade
Ao subvencioná-las, o Estado dctiu ha o co ntrole de suas ações.
Tomem-se. como primeiro uemplo, as agremia~ que con5litui-
lllll u Santas Cuas de Miscri<::órd1a. De inicio, deve-se eot~statar
a_dii!.Cminaçio desK ll po de confl'lllria, c tamt>t m que o seu fun-
aonamcnto c o se u atendimento variaram eno rmem ente. Enquanto
se exaltam c se conhecem os fa., I<JS c beneficios das \hsericórdiiu
axttopohtanas ou mamo de outras regiões col•lniais, como as de
Salvador, Goa, ~bc:au, Luanda. Ri o de Janeiro ou Sio Paulo, em
\f mas Gel"llis, pc1o menos para o Kculo XVI II . o seu papel é pouco
uprcssl\-o, no qoe diz respc1to à própria asência de ~ua atuaçio,

~. ~~T::: ce· ::": ~~iL"(L~:\~~~~~~ce-_R~-';,~.~~:


"tnlllr~ e ~orml que lku o m- e F.•. - Sr Conde de Bobldc\11 1
- otmlo o prcdama<mo Snr. Jotll Anlc.io F"orc <k Andrade rara o JO-
-no de M on~l, 1 qotem vcoo m«t'<ler pela IUICfiCil de MU irmão, qu.ando
~ 10 RILIn: RAI'M . Lll~ano p. 12'* v.'·
116 Klki!.JA, ESfADO E lkMANDADES EM MINU GE'-A.IS

ou seja, o atendimento a enfermos carentes, a enjeitados, a prt$01,


assim como o_ sepultamento de pobres e_tndl~ente~. Repare-se que '"'"
somente nos u!umos anos do século X\ 111, ma1s prectsamente tlll "'
feverei ro de 1795, é que se instituiu uma nxla dos expostos na
Santa Casa de Misericórdia de Vila R1ca • Não é dificil_ imagu~lr
"'"""""
~··
alacunaatéentãoexistenteseseatcmaparaaespectfictdadedo1
relações sociais da região, onde o nUmero de crianças _desampar ..
das certamente era elevado "- E t\to para se ficar restmo à cap1~
da Capitania. De lá Critilo lamenta\ a a sorte dos desassistidos .."".
" . , sem um remMio,
sem faurem despesa em um 1.0 caldo,
sem sábio director, sem sacramentrh,
sem a vela na mão, na dura terra.
..
..
estes pobres acabam seus lrabalhos"'••
Pouco mais tarde, Saint-Hilatre fot ma1s explicito na consata-
çio de que
u:I.Jr~ tm Vi/o Rica um hospiral c-i.-.1 '"'mrido p~/a irmJ~~~tlildt dG
Mlstrirordia; maJ tslt urabtltcimtmo aptnM 11/tsla a maiJ dtplo-
rdvtldasntglisinciiU. NiJol paralom~mut qtot nac-apiraldtWIINI
rtg16o que se di~ cr/srii, t ondt 111nlll.! .10 111111 J~ dfsptndtm fXU~
corosrruirigrtiMinúuiJ, n.Wst unhaamda ptnJtuionnofrrutl
um tuilo con•·rni~nl~ iJ pobreza sofr~doro' I; u as l"'rlin</Gttl
sãorlioilldiftrtnruaocumprimtnfo dtssede•·tr, nãol_l"''".'l-
panrar que os to~rrnos n4o 1~11h11m romlldo 11 mtnor dupoJifiiD
PfiTQ suprir o uu pouco ttlo!•
Por isso, repita·se, nas Minas Gerais, pertencer a uma irmandade
era condiçio indispe:nú.vel, mesmo depois da morte:, pois nem todos
possulam te:pultameruo prantido. Daí, a sua grande. rde:•·!ncta
históricaeiOdalnarq:iio. Daíos olharesate:ntosedihge:nte:s quc

=~-=-=- ~~~d.,·~~~~~:-d~~:~ndas ao~·


rwclo.-...XVW""'"-i-iterlidomuiiOI'"•ndc,contidertndo-te asseJU•P·
.............. : ~da popu~; teiçlo •v~nturcirt da m•n~
:e::_~~~:f~~C::,~!e'fi~i.:~=
~;.::.::.:.:o..:-=.=.~ ;i ~::IÇ~
1
=:
.............. _ . t.u.a, Pria T _ . &e. AM«Õo>(""' rrlt·
Cõ:..:....'*'-,..:.~ ......_ c- c..,__ ..._Cara- vcno~
171/IJ.M~-~ .. m
~....:..~~t1t::"~rJ..-inlt
O UTATt!TO rolfnCo-IDEOLÓOICO I! A PllÁTJc.4.. • · 107

mmessava a Meuópole. Ao vislumbrar. nas irmand ades


!C'bre clast~te aliado, 0 E5tado lan~u mão de _vános cstr~tag~mas
11111 un::;r seu apoio, um dos qua1s, o esscnc1al,_ o auxíl10 flnan·
0
::,. Se antes 0 Estado Já as reconhecia e leg1t1mava, agora ele
sernrá de emulo para o seu descn\·olvu~l~nll_)· Só que um desen·
vot1.1Dl(nto sob con1role, deba1xo de v•g• lanc1a constante.
\"a ilu~ de que o Estado finalmente corria em seu socorro
por ltT nelas a sua contribuição para a ~ropa~a~ão da f~, para_ a
JIWlutençlo do culto cnstão e para o aSSIStencmhs mo SOCial, as lf·
mmdld«, na sociedade mineradora que se consolidava, tornaram-
·..e prna dos tentliculos do Estado Absolutista, o qual, mediante o
rep$C de rtt~~rsos financeiros e aJudas esporádicas, garantiu um
ali.OO que lhe era indispC'ns;hel. Toda\·ia, esses auxilies não podem
'>tr \i~tos como excepcionalidade. Ao invés, eles se explicam no
mesmo quadro politico-triOOtário que vem sendo delineado. A
QlleStâo se relaciona com os chamados dizimes eclesiásticos "• os
~uaJ.S,_os reis portugueses, na qualidade de Grão-Mestres da Ordem
de Cnsto, se Julgaram no direito c com o enca rgo de arrecadar,
cum o prop6s1to de uulu.a-los na subvenção do culto. Mas, como
j.i se apontou, na prática, nunca houve distinção entre as rendas
lufendas pela ~oroa, isto é, rendas do Estado e aquelas referentes
lOS alud1dos d1z1mos. Como se tal já não bastasse, utilizou-se de
~ pnl.llca que trouxe para a Colônia maiores desvantagens ainda.
~uec1~:i·á:t~coco:r~;~a!a d7r~:=~~; j;~~ ~ss C::.~1\7~~e~~
~na Colõma, era o Rc1, atravh de contratadores que recolhia
eull(lt ~~ r~Jl011sablhzando-se para com ele prover ~ sustento do
sidtrado . c ero. Em conseqü~nc1a, o clero colonial podia ser con
diz Gor~:~~ante dos quadros do funetonahsmo público. Com~
~l1}I~~~~f~;~~{~t~~~~~~~
Poressaralllo.quandoobi.ocl•
jun10 às innandades, ele o fe1.çom
claro as auloridad~ metropohtana'
a1Wr6ti<rdoahsolu•imoon
11/wtd<NI•da r>v~manl<. "'"-' ''"'
/r>rmiJfõn pollticas ~•ponloinm• '"
wrolai<>><lmtmr, com w><11hor~1 '"r
c que. se nn Europ a, tal Imo se deu em rel~ 1 ~ ~' o;tnporo~ do
ofido c às com un as, emre n&.i. tGI se ,.~"I'<"LI t.~~m as ormartda
des". Cumpria, pois, monte.Jas IWh vo[!illincia e controle. na SUI-
peitadcqueclasviessemareprescntar.aoin'·ó,denliados,fOOOl
de rebeldia, especialmemc quando se Clide~cia\d om Mini$ Gerai•
um maior nlimero de i1111andadcs de negros
Essas associações, na Colônia, sofriam , assim, uma fiSCll!iuçio
mais rigorosaporpanedaMetrópole. Aprop6sito,JuhtaScanno
declara que,

~:t:~·;~::;:;::::::::::!~~~ ~~:f::?~.:~::.~~;~
;.-~,...:;;..::: ::..í:~~l};.p~;!::,~: ~'"'::;:";.::":7::
WllÚl lf.Hi c<>lbw•.
Edlcn a aa iDI:idladl (oae maior entamente qua.ndn as idOia.!
de--.,polilieaforam llllllfonesea..=tuadas.,otemordas
........__..,.,...,pois que eau associaç&s nun_ca cbe-
,...aa...._ _ _,._~ Wsica5doAnusoR e-
.,...,.rvro~a .. ,.....nu

~.-,.p«eum;.IO ._...,-,Jo. E~ ... -~


_.........,.,~cao..-iD>t""...-..- rccebio<>J
--~rot,~cmOIIOJiefUOOI W~AI
~prJr,allorna.S.-illt~ !>tu. n"' •""""'"
~~quf.U.~ai!W 11uiÇ1c>.aav\diO OII
VC . . . ri'<'P"PaJ" pela ,llol>çiO da ncfiHIIIU, tmllorJ. elu
..,pm...S0/010~- tal•CZ<>llni<:O ran rtuniõellf

=.
di:Nitt no ptrl<ld<> e<>lrnual·-- A\OOD>. quando 11 .:ontrado~<'llo do
1
...,.. ,Jiono.olkvaramao~otue>bofO•mento,nln"' "''"'"l.a.fm
~·aiJW'I·•raninpaç"><laquelucnmunidAioka
an1211.; pauan~

~tiM. do ~~ wl t ~~ 1
Presu an
onlargod<lllmo•·iment~t teparl-

as rrnandad<t apresetrtav:un sia-


,..., doc..s! -J om sttlpoomlqUtll~'· •
"'-' :""""~ato al 0 avam -:, nt,\oJn! ~~
"'""' a.X >ecnnfOI'Ineoplri!U•-

=~1<1"' <jUCIIioa ...... JIAI'~


ciPfoillonunudaCapitan•aa titll.lçiotran•a.oqutnlo'-
!:,i~.!d:!,~'"t!:~otas~!~J=•11h~,:";~!; ;, :
<bdea,-ado ltoário,<kS.h.ar•.<jiKIM o·•t•,...,•
~afcsude suapodroaradt•!·aMiallfeuod&ã

OSttmposagor~cramoutrO< O. v 41.~
~m a.çoit ..am u irmandadtl. D•mm wa viela ar!
oomaresttiçioAOOOitJataçlodcm u,-. -1<&\ol
quailtuiocbficuldadaf•llatl<~'asar<· ,..._
cia. l!:ocuoiii>W'IIIlYOdoi.Oir<>rtonlc
nc:olAboclc\laqwlllq~K,cml79U_. ;oa_..,._..
,_ J.....E
IW>Ç6n aa Onlfm Tere~•• de ..,-.,~,. \,·, ll4t.a OD Ca..-. *'
JaialdoTcjuco,tt'll'ld•fkuldadcsat<r•ra •l ~61
c,niottndoc""""trldoou"alofcn"' ,...,.....,,~,.....
emopar". NQillncuiio,
.., ~moi< pn>a~~~nan a"'. M..,,,..,..._.,. MI.IUII
~ desdo_.....dookulo,a iiDJia•~boD.
~ ... ......
A-.--~- t r&lll IIIIDMiu.,. b.a do
oqmllllrioo~-w...~,.,IUU&içõotCoruudo. l.oisiUCdldnp.
r&niii.OII.........,lallp<>,ool,..&i pllli.at~>II < I PÇIVIli:IIOICO<Ini­
U..lO'flleoc:orr<'ll,p<IIUemplo,qlllndou ltJundldcs.nade-
lftlll:lld,l!alt.aUndrdUIIÍIIUtreOCIII!er....Udcspaa. porUramde
----ccnoo~p.uaumaprilicade pqtanna ouhsbll;li-
_.,.,.pároaltporcapd ... o,deoatro.p.uaa......,to do...........,
do c:opd.lct •. A111111doo .., ''"" ;,,.,~ "" tiP.,oo ooladoo de

--·lk
:!"..:!',~,...,daram,rq>rosenlandoii) PríncipcRoJI!niOJ>I!'I

=.t.=7:.:.::.:~=;.;1'--
:-:i':'!~\ ~a~l":"~~~~~;:.~: P'::'!"'....!'';!.'!~
'l•ni<I><Jl"''><qiiCO~bruo~l~nl f<tl6onoeoQ
j>lllpr»da•\t.nuG<•-- \atnbdadt.do .. ~ ... .w..
lU: IOI.I!!J,t., BT...., • :li"• "'UDD 111 lln<U lut

•m&r. Con•ultem-sc u i"'on lávcitpr4V~oón rt&lu P-.c~a,

a~=~~!!~=r.;;íe~~~=
Me<4 •I
outra c:onftiUU u•r-OII!e 11& u-., ~
••• \;,\o.:\tmP• -nug.:l T lr~wbt .. Ddo~
11~0.alnohtuoçioded•"''"·race w.....-arLrodo nc.
clope(h•~<~• e dot }uua• <tal. rm 6or 1n6. 1111 eoa, •
UrdtliiUUCOnfran.u .Wp~ ik 1-tdrPobodr\"J\
~~~~~&Ler.profl<llf!aporLeC'hlp4:' do\itlc~...,.
""""c da hbcnlade: de troba:'lo. 1 ~l.o ta..__..,

~f~~:~ doo ~~toof~~"' sv s:w>~ =~~:!'rim~


cocr.lnriueoutru~ Purtl-.eoo\1011
Olbm~ do-alieníveil ...... _ -l:tliboúdot-~
brin•cb.t ilniu· ne.e ..,.;lo,tud \t - . . . qged.o ...
EotadoA~,;UOk\- lYa e<lfl$il<• <rrm ... VIII
IIUI>Iu~<,i>uromu~ul ll &c i dcnt d>c taamr~tc
~::fFi~iJ:ij~~~~~~~~~~.::~~i~FE~~~~i~~:,rv;~~~~~a~~~
~~~~~E~;'ifg~~:~"f~~: e:~:E~~~2~!~irn~~~~~;
Estado. pois
liOl~rnentc. i<ii<>,
Pur a• irmandade> cstiverum :10b a tut~la do

<j tJJJinJ '"'""h~ do R<ol Ar"II~<Orl~d• Conc~d-. t<lal A~ll>dQfmmr


litiim, ruriiaii•as. c Hnoncriial', h~ IamMm d~ "'''"'" Suptrma
:.=~~",'.r,;;,"'::,~'::~,c;:~':. de dt~"mlfilo ou do ord~n• m·

A !Uiálisc de como cs.a tutelo foi exercida, 1~10 ~. o !!"~tudo do•


lumr!< c d~s instrumentos utilir.ado' pelo E.stnd•J para se impor às
irm•ndadcséoquc >Cp!l'teodcdcmonslra r a s.tguir
O ComJ'fumiu<> d< hua '""'''tdtM!t Mo hi Ouira ..Jpa rou..,.
""'" dn , ..,. tJ1.1IuMr"" 1-t1 ;.,,it>la•rl. ~ qu<"" •l'hgdtãt "'
qucabu<c.>,,c!ha/Wã<.>l""lmW..n< nOSl.:•d<ila"'
Pori,.o, a leitura Jc"es r::ompromi.r~or torna-S<= a fonte mais rico

~~: ;'~~~~< d~~,~~~:'' ;b~ec:~":',~~~;d~~~~~~~::::~~~' ;;~~

al~~::~~~:~:~~:~~:~~ci~:;:a"~~~;~;;~~?::~~~·:
vará de co;>nlirm•ção de seu CQmpromisso. ~gundo rocomend~
...., q c on,titutçôa P rimeira~ do Am:bi•pado da B>hia, ....,

:.:~":no"~'~ ~iode~=n~:..-: ::Po:~~


1

da« d<of t'Onl~ K jusbfi(IUIOI DO OC'fltido de C<JibiJ .....


e ·•juumt'll\011 inctito:Rtos'' perpeu.0.>1 f'd•" 1cmb e q,..,
.., obllpYIDI.
pot-.
artru6u1Mf•AAII,tl..,r:. IJ!/t<r>,.tr flr.DI-J.\o,

=
•• s-..,. ................... ...
P ar~ 1.&1:110, ronfomw esubeleaa o t(\1 tl·~ .. _
dirnor.. dowriam submeler llftll r<t•ww• a •P••o.;lo da• -

~ou'"'~~o~t:Odori!isir~qa:~~~J~~ ::.~!
hra o caso espn.1hco d:o C~n• • de \I,
-:::::::
Cocrai:l,a..toçto
.se....rnwi<JL'ncia~&nOIIdc acordo•:.•m":'·-,.:l~ia•
polill<l rfliJiou IIM'IIllf'<'hl:ana. A"tm. ale ,, ,-rtoÇi<> do B•'f'Odo
de M>riana, nlo 1t de!erm1na•1 uma J'<>lntc·-' <I~ tf~ll~a ~~
ci1 dalaAOciaç6cs 1 uma autorid..X, ~i• ~-1..., ''"- Kjl stalla-
Em.,. maior pano, pela ~~;\o h<ltt "'"h',-nda a e.e~
periO, na primeira !mude do W.:U\o X\ 111. a .uh<'nirft:ooõio sr f -
iunll> M &Uioridadcs «ltsiúucu. Hpe<Uimn•ll' JUntn- ,-,~
"""''dos
RiO
do..,. f<lesla.tiros
do
l Caritanta da>''"' "' !'('\o ll"parlo
de Jane,n> ::.:.~· ~U!IIODIIÇa:~"<:•~:;::
-.; .ooiC&pa,.c.-
Corn\ldo, HSIOOM-
irman<bdes «<tQQ-

""' ~:;~~~~
dc\marn "'Jn'"-~
opod<rdef~
~~~~f~~1t~i~~~~~[~~~
~~;: ::~::rd~~~~·~~u~ ~~~f~c~~:~;ç~o ~:~:~~~~~-~
~:~~~.")~~::. ·;~~~~~c~~u d: r~~~;a~ã~~~ r:,;:~:~;~~~~~:~!:
buiçiio aos padr~i oisitadorc;o; de s e encarregarem de ''observar" as
=mdasirmandadeo,ldistinçãoen tre as esmolasro:colhidasdu-
raoreasmissasdasdemaisooletadaspelas innandades.aon::sguardo
da rompctCncia jurídica dos bispos sob re a regulamentação das
oov•scscpulturasdasigrejnse,IIUt bmllorlea<r,àobrigatoriedade
ile lhos serem submelido~ os ped idos de urrésdnm ou modilicaçõe!i
oolextodosoompromisS<Js.
Ademais, enquanto as_autoridades metropolilanas s.: omiliam,

:O:S'~~~·;~~~~~•.co~~~~~~ .~"~n!: :•;;:~~~~·; ~".:rl:~~~i~::~


~21;:i~~?~~~g~~~:~~!~~rf~i~:!~:~: ~z~~~~~!~E~

verda~~d~~~ ~u~J~:r:mp~~vpe:d~:;.~• n~~~~~:~m~u_"~o':~;,~vo~:


~;!~~~~~~~~~~~:.e~~~~::n~~~:;~~}~1:~~:~:;~.~
dadesondeesta,·omoonstilUidasasirmandades.duranteV!Sttll<pts-
eopal ou de seus emi ..6rios. que se des!oc:a"Om de povo.ado om
~~~~~· ;~mra:~~~co:,odod~ssc,~;!~sd~u~:~~rncc;~~~:;:,•~· ;~;
::;...~~:':' ~~~:.o~:r:!..ro,:' ~::.:.:~~ ~
alldollo.•inlwl<bdes~ apar

=~:-;,~::.:;.~.:.: ~;;~: ~~:·.' .. !";~


;_~::~~;::~~= 1!:/;:.~:~~~'u.~~~, . Q Z:i:!S
::7:..~=.::=:::,. ':~ =:..·~:::;,.
_,..,,.,._.,,._
..
qw"•~-·•··1~'-~
... ... - ·
Por iiKI "'""""'· dezeno•·e anosapól: o "'u t<rmn dl' ~bcrturl, 11•
inru.r>dl(le,Wihamtc.. nomesrec"nadQ•n«OOih•.,e.polo..._
a~~larO,plllldoaoesubmtlor llllt<>nd;ukordr~.._,tellé
17SL mar de -'S'II> delas ;t ~~~ sidru rrp•t~
M..., IIICOfl'ffll em ledo Cllpno 'luc-m "'1"'\nW q~~e aA ..se.
do e.a !~ta com f~. Ao conu,ril>, l m<d,da <l!IC! 1 Coroa ..-"""
1 .. trter uma prncnçl mais drreta sobre 1 Captl.tnil, :u llntand.-
dallllor~tariamckforadresoa oç..... Por ;..o, J,an~da prncoça
cdlthoahzaçàro~ldl.-a~no~IOi da M e!rópolo,mnfmtnlcllp6io
IL•ralpç.kl,emldoiiiiiÇOck"6S,dltpi'll'oúoupedldapdo
l>l-dlt~cOrder>s,nol.•focando--a•sobreoobnl••ooe­
dadc de el.os confrrm01em IC'IIo compromiS>OS na~ude tnb..>n&l, •

=·~~ ~·:mr~~"';;,':.:,•.;,o::;:·:~rc:-::.} ~
o prciU IO ele odonrw - comp<O<ai...,._ et.o 11111 . . IUboDcwldc>
oopockrripo,~ a <kroontadeseasaiOI OrDjuizo~

~=-delO-:.:=~~~';,";. ::1 i:,~~~~ . r:.~


- .. • tlll<lrlobdol Rp.u 11CIItJOm a ou~dli~ e 1 tBCOmp<-

~rs:::~=E=~~
................. ,_dl~...-paraa\!e-
.-.ro-w.-.IOIIW!C.O.'<JSWOIIOI!=.-· 111

~ r:!~"!~:r:~!i:~a .~~~~:~~~~~r~~~eá~ '~.tra-


Aom..motempo,romaestra tificação dawciedadereyjl;tnoda

==
:: ~~::.: :'.=~ted~~~~el:~s~J!~~~~~~:·ia:~~
~~;l""i:a~a~:e ~~r ~~~~~~~:n~~l:c:.-~;~:~~e~:
tot«iru. d~submeterem SC'US estatutos doretamente aos superiores
do ardem rt!igiou. a que se fibavam. existindo ca§OS ak mesmo de
~.~:.:J':=~!fe:~:~ic~~ ~~~:i;o~i~u~ = dc~~:o;resf:::
0

pio. oom a Ordem Terceira de São Francisco de Assis. de Vila Rica.


qwrtror~wdirtlllmentea Madri. au-.váde5eus procuradoresoas
capiaiseutop6as'"
Apesar de tudo. um ponto nlio!iC rolocava em dúvidac a im·
po!>i;lodaautoridadeedajurisdiçioreai$$0bre u irmandades.
~dente de sua~ conotações tipoló&kas. CUmpre n01ar. flnal-
m..,te,queent:romponamento não era pK'U iiar l região minera·
=·.! ~.~t~: ::;~~;on;:l;;,~r::~:::~pa!d~~:~:~":
oororrer em Vl''·es erros de interpretaç.io. Se se lançar 011 olhos
oobreavido interna das irmandades metropolitanas coevu ron<ta·
U:t·S<'·i que outro nio era o tratamento di<~nsodo. Tambl'm as ir·
m>odadesde Portugal S(sujeitavam a idéntrerur restrições rompro-
missa;,. Tamb<m li, quando S( pretendia fazer reforma em seu
COOiprOilliW>apenu na presença das
':."::'-':"'il "I""'P'«' d• lrMIJ..dt>tÜ, t a - '"""" ...._

apn;MIIoen.tu.ativaem arumarquet- ~lliollll

~~~:;~~~::~~~!~~dd~~:~.~:i-:E
mismll Slll rtpr~!lo pdaanlcrll>r WJI'I >'io àaat<lrid.oio ..
tot~~pttcntcdoOrdirumo,m.~~•,..,rnc"""" """""'ttcclllwaooa
~q_ucosirm.lotdmarnt.-rdar<al ,......«>bro­
crfmiose.poriao.pH"""YI·Ihcso~<Sbu ·.;. ~ ......
Jc;ro da 1otuaçlo, 1 Coroa. rom o<;•a amudr_ l'f"''"'""" ..
,,~, 1
ostuilidade da d•><u>P<> em tomo de'""
J""'lll elo f'adroodo..
M<11110 quando, m.oilllrde, a Cone'" uanolcr• pua aCollwia
buoi)oe;JI, ma•n••~ a poliu,.. de n.OO k' rc~ra•olioâdl
dotutorompromioAI Km quo eac f<'ISC •ubatidoà Meooâ
~aeo.-cknilqu>in!tllada"•
Ah~<,IIDáli><~da tramuaçioburocrol,.·a .Jn prt><c.,deap
\"aÇio dos COIDp<OmiMOI npeJha mUIIO bom U Çt!I<JaiAD que I c-
llllh& para mm 11 ormandadn. Enquanto 'I"" .Mtnnlc o n:<.-

~i~~Ê~~~~~~~~~~
-o~ poitoeo<~Utoerad.rclo_ Quando mwm. op,..

~:-::~~.:.~~.~1:,:~
~·oEW~~-~}~~E~~f4:;
_..... " PfO<"'''l er~ "'"'' " "' e, por ,..., mc\ltiO, r...m~.e I
~ dt bu rlaw dnot>cd.........,por~nedllllfiiUIDibdn.
Com 1 JO>tmi!Çio polllbl lllll, inualou-oc um e>mmbo mai o
-•q... cn... u in li!Mr"oiDcon•cnientt\,l.miOparaaoir·
~o:omoparooprópfiaCorOII.PrimeüaiDCin .. ad~<lbril
q~~~: lt!"'""" a Copitania da \ktrópolc já l111r1 omner a m<> r<>Si
'*doproxnoo. POI'tYO,ono.•.,..•lc.-. que.u""'"arcmt·IJOOo
"""~""""...,I"'"'Li"'oa.aoirmandaJ .. p o toauswm<O<aOt.. lO
dof)llllJVU. fvrndocumpn-lo dc imodt ato, ,.., J'«'jUiw dn re\!ri
Çllto '!"" C\'mlu.olm<111.C - oomn na m.,., pane doi caso~ -- a
(«<O p11de<K ""a fil.llrt. f.m ocpnJo lupr, na medida em q,..
,....,.... .. l•1i1, o <;wnpromiuo punh&·\C rub jud1cr, compro-
llltellllo . ..-im, """' aç6o maio dkaz e detHa du ant..,dadel me-
~~".~.;!,"!"~~~~~~:~:,-ell~';,';:':!:'~~~~<k"'";:::
~:.C::~"~~:;!~~~::: ~~~·:-c!.?~':
'I"Cp<MO'IICeUCaitmlndade~ ..... nte. Stm lalat"""oa .... em
.-oGovtrudot,~'ICUiconhccimcntodccw,na.oolici­
tna Of'intioo doo ••Pn01 das matri«d I"''' mclllnr fun<il~nentar KU
~'"· Auim, o p~ ,.,!Lava, pn.t><·amrnu,, 1 Jt"U panm
* f*lidl. Um~ vez cumpnda o do b,tnaa. qi>C rtem tanl""' >e
CUinplcuvt~. clcNO<orna•a ~ \tcu da Cooooc.c..._,oeOtdnos ouoo
t-lbo Uhramanno. qi>C. p<:>rlu&Oia.orcmcUaao l'rocu,.,k>r
<loCorooou oo PrDaOrldor <bfazend& !"'r&OJMDat. Somen1eotpóf

:e:.r::::m:;a!t.!"~n:t:~~:~~·~
-
:' ,:;~~:=..
lim10 <b Cb~laria do Tnh<uW da \lna dl C.:mOê!ld& e
~.S:"cr:::..:."f'~~.:;::~.":"~:':c~~~:~~cu~~~~
apootopoloouvidol'daComan:a.~oet"acri,..•.•..jwa-
doJ~polq,......dorc<oru.rm-dclodotoo•~

~::~ê~:ff.~~::E
~~~~~~J~*l~~
ce~Heapro!b>çiodeaplo~açi(>,pt\<>Oormàosodmlnht~dt
mulus pccun••r~as, de cas11p. pmllênl."1a• ~ ,.,..., a ,.,..~
taçio du tult de juros cobrada ptlu ormUid..dts .,. sn. -
p<áWDof em dtnbeiro; a pro~Mçio de podt'm~~ pedir _.... •
o;omtruir cape:t. IC1II prt•ia bceno:;a rtJ:ia; a,......_., de fiut.a
ediW• em lupra pilbh<XII; a proibição de .... tabeleama prll<ll
~"-"'"''"" tol fazercmtestam~ntoeonOo>~!MftlOda\
ca\Jdlla do&arnvies du im1.1ndades terem f< pUbhra
F1111lmoente, com O Joio, "JI«ialmc:n te quando 1 Cone,.
uusferillpflriO BrlOSI~ relomou-«apr~iO~
rd!p:..na apuriaçio dosrocnproau-.Denln:aratriç6el-
lreqücntndHitperiododestacam·se . aproibtçiodeoepultllaCIII<If
I'K>intcriordotlcmplos,pelaluanociv.dadel u\ide pUblica:a~

--
~~ti~~!!~,'!b~""!.::.!n:~~~,::
çlook....,.eoProoedorliuCapo\ase apemw~e.~~te ~liO
• .,.. co.prom~-~••ri&m~abda<k -•
-
~~~~j~~[[~;~~i~~i.~~~
cess'rio dizor quo"" hnmes de competôncra nunca foram cla:ra-
montoddlnido.,oquegerouincomh·eisdesa•·enças entreasauto-
ndade:l- A simples •·ori/icBç~o da e~isrêncio de numerosos expe.
dionr<!burocr6ticos no decorrer doséculoXV !ll dcmo.urnqueo
"·'"'dO< Ordenações do Reino nllo ba<tava pan dirimir essa•
qur<l<ks"'
No estudo das tomodDS de contas do• rrmu ndadcs <11ineiras
rolon10is, mio se pode "'"l>e!<cer com precisão uma cronologia,
pois qu<\ ombor~ no primeira metJOde d<l s~c u lo o açl o dos v;,;.
lldcros Edtsiás!lcos tenho sodo CMrcida com m• ro r d~n•·ohura,
nemp<lri550derxoudcserronwaad3,es~almcnteporyueesses
tmisd.ti<>scpiloCOpal>paw:cm lcrsidousoiros e ve>.cirosno ,.,._
br.,oa e>orbuont< de suos custo• c emolume nu)s. Por ••emplo,
em f~:Yereiro de I SOl, o Bispo de Mariana, D. Fr. Cipriano de
SioJ<M.denunciavaopesadoõnu<de

do ouro, C<>mo pag:unonw feilo poelo ronrrurio de No" " Senhoro


do Bom Jesus de M•losinhO$ no ouvidor, u titulo de tomoda de
"ojwtamenlo das ronlo>" d• rnesm• ronrr.ori.o""
;:tiffili ~-;~~;;"f.s~:;:o:;;~
()uv;dordlCO!IQrt:JdoRoo <b'\l.mn.~r~a~6*;..cirodol7~
atmU do Con\dha LillrllllariiN. na q114 R IDiidb 1 1a ~
culor ~•&>lincia 1>0 Kntodo de nio rnmlllr ..,rr-cio do;....,.
dtçlon:alqucotmtnistrosede<iá,!lro< e<lari.ompr-.dojoooto
a~rn~andodcsda~,..lacanarca,rontr•n arwi<>.udi~da.Or
~doRtoiMI eoobrandoncewv. • .,..........,
ck cont.• O ou..;dor A~\<Jcliu da Cllftha ,,: HoU ..... ~
l).u •.., da m.i..Jo, pelo que relaluu "'" m.,.. dcpt* i \lotrÓf'<llo.
ahrm....OO 'I""· b norbiLin<~•• dtnunc~a~iu• .alada • _..,.

~ a:r::
•i-borduuo;;áocaimufll(lod.o i"'P"Iaç •. "a•~
El>lbon loaiJD, •lll• a pena tram.c:c•• ....... p&IIC>
111
:=:. z·:: . ;~a r:~":/!,:: ' ~ ;•-;ti<>. -~=jj/~ ;: _
Qra,-nkl .. oceiWidnoc•ç.,.., dr(OI'esn.cu"''"""'
. . 0 ........ apracn~o'IIUdr<>K•IU.ail>da auimdowpolk
............ q.... -JilFdrpo<kr,aso~ O'IUI .. .,....
*'~ponol<>tonbamroiii<I'>Ciuru.ra qwolqUC"r~mad&>
.... ~·t~. u ..... ~ pcrir:>do> e ç ..... np«ofiQCII •m '1.... Jei.
""* .too """" .S. tnmad•• d• ~ontq uol~a M hmotes do ab<unln,
lloda o lllp<'J'O'•~Oo e o 11mul!ar>eod&<k a>m que IUI"ndad., ci•i•
~~ .. lonç••..,ool>roOil<HOiintcrn d&>"nt.llnd•·

'\pattordntnodr,..f<»01elllf'l•"----lelflr.....,ta-
h...,<Uichnl<opor=..rpl.ou"""ldroen:1orar:adcquo,
. . - . IUJC"IU ...... Vl"U' pcol>cilt&\ d . . IUtortJ• .tef - .. jara
eclrrü•l~<l,, .. j•m !«U!orn -. •• orm~ndad., tonltam "'50"'
r-oot ..(IL!OO.cldpertope!nF•tado.onvoabihul>ll<>.romo,..,,
~:"~~~~o~ :;.."';"~~·us~:WT:::'.:
-X\"Ill.*'""t.m<lades...-ulu.. oeimP"'""""tobera""·
=~jc::·::.:::.: ~~~ea: ':~~~::
:.;:=~"":s ~':,.:"', :,.•u;,',·..:,.~
A an.l.bwdoo,..,,~de:.uú.lti~~~at...,do
••cu<~mulliJtumqw.r,opcrf<'IIO dern""'
:a.ao...._..,...
nerw,""'"'""'-
li1C~IIU(6odo~dosobreot iUJSprJ!ka<l"",_""'"'--.
~ltip<.TOfllátAnróoioGonQro.ou•<f<>ttrnJc<Onqo.
dor da com~rra de \"ila Ria, ~ um ·~<1111'1<> ~"'-te ··~
dto., IÇio. T.,douaminado.•.,. 11U. <>lrvr" •'•"""••"ltoc)
do J,.,~ndade dc N<><~o~ S.nhQI"a do Ros.iri" J,,. 1''~101. da f"Pt-
oi.o <.le Slonro Anr6a>o da fr.a~~i•. c ~cnfi,·ada 1 '"'''"'""'- doftftl
ll1'Ópri(ll'lflollll(llmenrn<Le~nooc~«pnu_, J>·c,.;or-...
III<Dieo;,.,and.tdc:pruaq.,.pm,·rdtftci.Q'"ordcll<lJIIwo•·.'L
li>Ottpunrc.con,..ranr;loo<ie$rnpelln à..,<k~ctmraa.; ... ordral
quoonm•toda<Kividuriaintimc ainllandadoo c:u"'J'ri-l.o,o.,
~f<'IIOIIIr-dclfti PIO<'Ur.clor,-t,.........,odcr14''"' 0.:.
lnno IUitt Wdc. mfutu:Jdo pelo
--~lmUo;na
"""""LIHlodc da ........ dcve<pot>
~.,.. ,~ - -- ....."""'·~... ..._ ... ,.,_
-· -• -....,~-..., . . . . _M_
!:..:.:~-;_~..~C.:..ffl.:!'..,~"':.:::;;:,.;,;:.:
..... . _ ... ...., ....... ,.rcccllio turidoCIIml'fido .poir
........... a....,.,.,
............ ......... AraojodcSloJdan tla,..,/onodcl 7U.
......... • .... .._.~ .... no Meoo.-tMM• In

~E=-- ti,.,. J•or~ /Ir~ ...., '''""olluutl hq~l '"' ti~Mto ""''"
'1:":.o".,{."~' "MM> <>Âim·..J,,. "' 1'•<>•/m."" ,.,,. tlt ,.,,,.,,...,

:..~~l.lllpliaroii>Odid:aooulrur""-'adrdiBadimplcn-

_ti.,.,N.,.._....,,Ipdl......,,,,....,,,._. con-,..,,.,....,
'-'•""' Ih lr-M" yw """'"'" l'm••"'·- ,.• lllf,. Ú.lt>Witr
.,.....,,.,.,,_..,<t,.,.nJolon.,.,.,,",....,Jid• ,.r,._n"-41""'
'"""""""'""''"'•cmol,.,w•uNIIIJ<!tlarf"""t>Ntltu..,••
Oulrom<-<.uoismod<ronrmle lll•lozadopdoE>udo ~"""luliiU
~robt-•••ldaduinnmcil.ln.titrnpnroinhlmçio dt
~~~1oa,..,<t....,àtldtkmpbpoóprino.Aitpl-.;io
-n>po/•lmaerab-dl•«••phri!IR<I!""•b;.;iodtst f'Hdiliocor,
-phat"" ~·UuU 'fl!'t)U otm I prhi~ IUIUri>:a<;io da• IUIOndl•
~~ub';.!'::•.;:..:~~~~i:11~n0•:;~;'.,=':,;=~
~ticotiOUirqii<'M"""""-"Ial;~o<'OftJIIII.odit<. . . . p<di-
doodiLivaatdiJqunda m<'lldcdoocclllo >:\11/eLIIo.,.,dooCaalo
wpilllo,oque•nn,..forçarai<Kdtqueedesutpotlorfe!"o
COBinlledlre!•·llo~loúladolliC'apUani&<k M•Mt. S.p1f..
tll.lvo, por ""lro lado, que u soli<n"'''""· em'"" lnlio>na. pro-
•.eatm do ordeno terceira._ u qu•io,,,lembre-.., loBm lnU•Iui~
- ll>t<ma OCll\iMI. Cllal ;..,;t tamb<-m K tefOf'\'1 I id<'il de q110
ao;iodol".udo'"e"~maiof<:01ee•:.,nluadam<nlenui""'"
l")ftiDiilimport ...tn.pooscsocrrpodoofralet1lldadt"" • • • -
trado.pn~>earnn~~e. ~ueob<çao de <tiO/laico e-•~
urbanooond<aoocicdadcjiKe<trat<ho;ara.f'oqll<' .. ""'"'fi'M'

~~En7~r.~~~~E:~i:.~~7~.E.~s-=
~: ~·:: :~~~~~~ ~·~:'P 1>0 ~ :-n:, ~
-
~:~.·~:=~·:.:, ~=
panoo'l""llio<"fa ~I'OCOI'ma "16.do._
QIUIIIdoDfL!trlm.fOIOOIG rcc:llniWopnlf'! -.........
t>.D!o,odi~i!olkn.losol~Ç~I art..tli.cn<;o, ~-1"1-
m•.,. .. dic&dao,quanokl ••••ruh•ra'""' ,,.._ntn1u11-
""'oeuprimeirotsládio,cq....,l>dool· ,.. ...,....,..
aalllb uma polill<:l espedf"'.a pv1 .. 111"'" I
Osped>doscle~eoa po..are!':lt.i!ll t:oe.aW.•Iio
tOtia ~~~~~eiOCUldaCaPJ WIUiem q

................
anli,;arl.l.JJ•«ifl<>ill"'"'·<l• " ' , _

t O$d.YC ...... ~hJOI<><:IaifOC ~ plooJif'ÓIIfi'll,


obandoolando ....."""" qooe. llt ........ KnU!II _ _ , . . . . . . .
doni do foéla. Como ai......, .S)I"o ele v - a o . ,

Q-" '""~"'oód<>-"/~1- ... •·~ ·"'"' 0 - o • l -


tla ,..._<l<l '"' dutf<li> - • ..,..,,...,. • d"' M"'"=·"" flilf(fo
-u.. ""11•- ...

-·- ..... ·•.


.s....,n.u / /Jim. n.., .,.,,,..., I'Wi<> ...

;:::;-~:": ~:~..:==
• .......... • , . _ , ..., .. que .n• aria•ci~MJ~U
-•c..•--..,•~C"'ptcwopanaromtl'll\"lo
~~-------------
«- tcatplos. A d«~mentaçio u amonada 1 rrspeuo pntiQ-
...,. mtnll~ .. ..,. -~Idos f01tos por ordens lcn:aras a •
..... ..uode dl. .-turia c nl pnmeuo d6cloda do skulo XIX
()oouo/N1DidcCOOnulchp-.eonnmo.mmtetantcriol"cdu.
retpo10-IP1ibolrf&ioO>panCOII!IU'UÇioclettmplos. Jtfoidtfo

:~:~=~;;=~~~~EE:
JOairqo ...tire •• tnm.nd.adH. u qulil. de uma moneirl ,nll, MIÓ
~te ..._..,mam i eoroo··, c (fUJJido o ramom. wus pedido~

-:::::....::~';'..~~0"!:,."- •m.- 1 .....U, w""' rompi<.....,~


I'Ofisto,aCoroan.õooór~beciaroaootambnlo"'lLIIIulano

=
;:n:.,~=~&t~=~u~mo!"ot':'::~
-,.~ Poroutrolado,oEIIadopDha•odupl&llle:llte: pri-

.
~;::a.:,··..:.= ~ .:lt:~~ '.!:~~:::::
~~~c~:~~:::~~i~::=~
lirladu polo Ertrio RIJi<> l fiiUII de iptJ.OI ou I rompn de,.....
meatot. mesmo q1>0 apor~ocat, repraalta•-..,.""' pcu<1o &~•
P*r& a Fauoda Rul Coouulte-,..., a prop6lito, intcr"""ntc cor-
<apola<l<ntia do Governador da Coruan.a. o COD<k de VaUdarcl,
'I"C. di.np.dc>-oe ao Marql>h do Pombal • ....., llel""'bm dt. 1771,
<latlmdou o que denoao.m.r.va como "des~ ro..sukriYao",....,
t-01 pedo<losdcsubwnçio fcol<ll peloo ..,p.;oo e polü,. ..........
do Sal!b..._ 5a<rl"""'t0 de d!'ci"Uo bell'"fü' do Cal"t.ooil. Para
flllldameoi.Or .... J>Upltil~. oobcot.on >'Uial aoo bvmt ..,......,.
du ftbnm dM t~fU c tenninoVJ sua eam uwJtiodo nos,.._
pn:juizoo que a Real Fu.endo uabarom aKupt<heo!ll ..

~~l?;,f,g~f~
:::=;:::. ·~.w.O.:,rn.':.tt. ••
~~:tt~~~:~~~
oda.quc....,pbavaoleqacdc ~pau
u•uad.obnd~...s<janapu rocamern• ao~.,_
.. ,....-..._

c UndCCIIIIi!"',

...~~~~~::!..~··::·.~~= ~.:.:
dt~ Ccmdeno, c-pe<lidood<au\1 liop.ul.-dtliiCI>
-~AiiM,praliQalelltede umo.-..a u....,......,
Santi- Sao:t......,IO. mporuavom peb <xlllll~"' 4M ;p.,.
IDitnuo.l'adoa&moaiiiÇioonalruda, .,....umandAdeof....,.•
6D><:aJapleiteatojudadoC....,.p•u•tolfonalw.doe o~
"""'ttllidoamparoltpl,...Potl<'lllUtnO, on«rnsa""'" _,.
iCoroooaw;ibot.oi~doSar>li>lilno,poooque osowrl­
-a~..,. llpUpaiiWlll... oociait ..ua~r~ • ........,.
-
....
~·-·"*
~
,..._..,..p~

. . ..,............
..............
. . . ....u...---. ..
~~~

................
- - ..,,,.,_
.--pnlflf'i<llftC11noo.
_ . . . . • • • do ol>waç.... ~ ._ui~· ·
...,..._..-ws.OIImclhl>r,......,..ernp.n. ~--­
,..,.~ .... rct.....lb....,..,.
........
~- piÓI'Inll. ''""' • 00111andi;> e.d..,•-
:-..,._,..,. c....,. .,.._ _
" Jifi..PIIüo.CIIIIf'"'
. . . . . . . . . . . . . . . . . IC<>n>&UI UI .....,......, tc .............

--Eoo....-. ......
.. -<~e-.l>cençu,<OinO ...
..-.o~oocn
~-~ruloud&,qll<aopa>V>qu<o qv.awiOOohd8do
~ dla,;j,ocb
.. .... ,I&IIÇio ... ~

=-==~7:-:::'~~..,;:·.~:t:
porttbe "daramtnro o curdodo e o I<Omp.rtbo,.,. q,.. 1 , 1.,<6-
pokuJihacomaNNaçio1Dwlcelra duooo<blk>oll.._
Nilo racadU•lda do 'l""' a uped..-i<>d<<~Siicaoç.,llob

§~~iE~§~~:~~
:::o: =u;".!,"';."=nr:ed~~=:..=
.. ub«<d! CS CIII!p<>nefl!n.poroo.aUO.DWII>!"'bOIO~­
~$<>ó . llllpodlr:ladopr~ lumaaál•aioa•
.... fwiiÇjoJ06alcdo 1011 pno pohucn. oq .... em $WII&.II6,.,.._
'"""em reforÇo 00 &urd<>Ab$ohlli>La.
u-DI•r-obsenaç ilo a r~ IOda~aa;orrl­
..... f•<kquo• ...,bora_, .. ,., ... . ,,rm..,do<IHck"-
S.ftbondoRoNno ..janr .. lll&lo nwncrosa1 oo CaprW>Ia.prlll-
.......,leo.ilo~-upodo lil:car;a. ao"""tcinodai....S..
trm'Ur'M.Oinolrr:>aourquo:.mqu ... toaW UIU-IOtwrpo
flllamckromr"<i..,ta, b<.rror:rotu. mrlu ares.an,.r.sc inteled...._
........ ._....... ... rropoo,_ .... IIIAionlde ...,.."'lLAW.
- ot-.do<j..,oilollnm.dalmlrl <ln'ldada

i~~ii~lm.~•1~!~~~~j~;";:;:l~~-~~....~ num upo<1o.


-
..... §!~{§~t~~ª;~1~~
('<-lb<>Ul1rlmAilnoO,JOIK11~1UpcdiÇM> deJ'fO'l<ÕeldeCOft­
~M!dedoi<,'Ondt iCllal,RflllldC~<IO! IIOlll>ir'C'ISpud<:>>a~
,.~ 11 f,,..,..)clcp.l"'""teO<>patnm&uo delu.

:: Do •od•
po"''" q.,. boJO K ronl>tce do CCOIIÓinH:& o11tcma da

,....
~.r,.,,,,.,rorm.a~dell<imllll>lr OÇi<> de oo mbrn!pode m

-
101 ..X.W><od.aetombo:mK<Oft'lll.,.mnumatlaro~Joo
dol....:on,.m<>tu!lh.r~prla \l cuopokpo rocJer>~ocoaU'Ok
'''"'IQJ
l<>b« oqutl"

.....
""
ç - .. ~....
..,
,.,..,,.-,,.,.,,,,
=~,.::: ~ . " . ._.._ . .
'""'"' "" '"~
~,. ........ - - . . _ ..... . . - . . . . ..
..... rwq••....,J~,,..., *> u _ ,k> .,.J, , _
...,...,-.t. Hio, /_,.,.,,.,.,..

,.,.,~- ----
Ali• dlllo, ocrncentc>-K q.,. mun.oo (lelu to mbé"' pO<f\lllm pro-

~.!""o":~~·;~lo":.!.:t;.::!':=:::
:;''"'"~x;r.: ~';"~: ~ ':'~"';,~.':':~....::""~::
,_M..un,.doobal>.,c>l<>t,.....,WMII'ItiO qiiOoof--por
oca&ijodaorcunoOe!.depoo.o.od.,oo•·as mew.o d"fl<',..,q""ndo
,...,......., ....., oo Ma.
~dos d o - a<>lorior c odquindoo du
..,.oonocom~q ... oouunpna.o q...e~U<jodlopoft,..
oulack passo•am liUirdadoo d,.,..,..., qucoo ...,posunm. l'or
Olllnl lND.fkmp<>~tcMIICfltarq~>Caa.,;.laçioo po<tu..-o.proo­
ludo...,. .. ,~~- de""'-•lo<:aoço
r<pa.perllllUU-Ihes, n.l)t'nt.lDio,o upcd•<ntcdeltipo< ...11rou__,
YUidor,como,.. -..doocaooo, utcl<.<an<loodonb<inlobudo
pona ..... pndeparumn,..paraeo~Bplnlen~dcobrNov

~~=r:~ ::!7.~':~~~~':"
btaScarano,
pe=.t=..r·:JI>:,-:
~;:;:rfª'~:~~=ª
,.. s...•._ ..... T.,_."' .f--~·--·-·· r•
~:f~:~=.~·~=~~~:" ..:=E
"""~~~~.;,~=~ u:::.:t~ q~u:..-=='·
min•mu condições dt .. ou•lcnlaRm c luuur dr llt - -
OJ.r<:mocon<>mical'R<11!c. P<>ri•w.foifrc~uen!t•ftidrl<b­
polltul de que lrmar>dado. Lo~.wm '"P"'""''·noa~"'""
ed!IO<UeCQII~UVar!le1UL...,pl<", panoNnamtnliwloo..,r-a­
'""culLO'"·Cornoad•cnLodlp»lem>(i<>l'~f1caol•
o..ia,CIIIIkf•D•to•o.qual<jUCTJ'O"'bill<bde ikalló..-..,....,.
-r~"aparauirmandadcrs.-rcmeroooM., uccta>>..-a
criard•f•cul dades~raaoo;lul'''"w>.rMno•lna iiiCdodl..,~
torllhluimm "'hdr!s ~!Um6nl<>l. Pl)lllbal biu>wa ~~~'''"que
•181'101r
do ..a.-
.....,,....., cl.........,lC a redo ..r a renda deuu «>l'f'."wk<
d.sf..,_do r< .... do J.<U>nC'IIL..ant>cn•i
Em l2 do: ....... do 1769. ltn'<:'i de P"'" ..... . \l .....
Dotsem*iJOdr:r Paç<>riiMifltl~làa><p<:Waçón dclllio mr>fll~
quclbn op,....ntuocm .,,... reloçi.O
,. ... ,. ••od••lii...Jd,I><M, q••«<NOJlm<•ll ,.... ..... ~.,.; , ...
,.. - . ... -.,.., ,....,. 4u ,.,..,., u - oJqwWf""
Oualo .. ........._ 1<}aa> edcsihu<a 011 lttps._ dtm-
-•Pft'l'll'o..-caooMouit.O..aa ••utt.......,.. ~
IDc:oioa~~"'"eriaarler ....Sbens""'' ...........
.................. <~ew ..................,..w t.judct .....
- - ----

.~:-::~~:!=v!~~~
. .---.. . ~~=~~-=
(ldOII~·-~pd.. --~·

~ ... ,.... ... No....,oqv.ifti~.Odtn.P""'..ao..W.CI«ii ..

~~~.: ...:.~:O :"c~~~~=


...,. ,. ...,pe~~~o.oo. 1~n1o.., Re~, pano Pf""'ul&ar, em abnl
daM
-ano(l711),

~E :::Jz.;.·.=-=~~.~~;:.s:E-11~~;::::
~.- ~ .............,_.... ,..la> J>Db"' ,.~ ,..........

E-ootnodemotdiduadocadUOIIPfO!'O'lUik"""'lt.-atom

~"P'~:ot·~~!""~U:.!:~~==·:-:
........... polil><>odtoiOI<mab<o"""Uolc:dlo..,.,oaillriM;.iOP
--~· M~•todep<lisdeotllllla..-IO<.k .....
-'"·••ut...in.....ad»prlol,...,.~""podc:' uda
lbefoçamo<k.u. CertooarfriiOi lúo:idooc .,.
\'ollleal. ~...,lbenamcntcl pol!licadc)t -
duo~rica•oul!llbo:o.adi!:IInl•tfaçà<>''"b.• Jlllbc,.
de 179),upedou-seuml
c::::!:'-...":~r<G Jm J,..M;,,. J ,.. '"'l<l"<lod" < (~'""" th.,.

-~ _..
::"',.=: ~=::.:-:-: ::.:;,:;_;;_J-:.,::.,:..":
.. ,....... ,....,...,.,..,,.u,._R.-..1,
ntJ.M.o'"'"""'-coi•.. Nt ...
' ,.,.,_

Por IIIWDO, n$Qria DIIBaidonr d..., forma$ atw~l ~......,


wmq~Xo&~oatm<,....do..:tamtntc,,.., pcoti<Sn"tkil......,
tle...,.rclc•~t~tanor.n.thsedoooal\tumc:ntO$de oonlt<>lc<""'>do
.obrcuormobdadn.. Apnmein dtln~aprescnçl, ,.,,...,,lflll·
111.. oox:ilil, de outoridades odmonc•lnli•as e m>llllrc~. " ' "lenl<-
"'aneq...,niodevea~~S~>rtstronhcu.afohaçkl deaa••u"'lldldn
-~rdiJjosudaCapowna.namcodidacm q""taiDN-aa
u"lnróp:>kenuoutnopart .. 6olll~t~r~~arportu~ eroc<WI•
,.,.lo.ILiohaY'tftdoumhllal~totle ordcao lcpl­
_.....,_ NlCOI>trU.O,ICoroiNlUIIIUIIObeao Oqu.I<IIOOfl . .
~JIUII·-~d&doftliao,çlopoliU.:.•par""'p.oçan
. . . . ·-~-~dai;IJ"IftiJMbdcs. A prÓo
""''-lia,......_
o ~lo. Adm>al .. oqudu oclet6et ,.
ê~~;:~§.~fé~~~
ooaa1 1 pdo prnti,;o ~"" r- ..,,-~'<tid~&ra coofcnam - >Odali·
~-
oq ...sodt•·· enfaiiUrlo p<C$e11çae a atu.açio dasautori·
d>d<$DO>irllwl4o<ksdo:D<JtOO<dt rmlk>l. qwow:"""'l'"'""'dr-
>r1i1Ku<k~<>h•· ita1,.,.,panrdasda• p< o pn n irmanda.ks.Vcjo-~~e
oa~C~d.oltmADdod<do:~GonçaioGarcia. d.oV~adtS.OJ<>io

:.,...,do:.•~~~ ~~;~':,'~:;-:la•..:_~:id~ ,C..,"::-:;c;a· r;:~


17'N''"· AtnrcnçiocoobJC1r><> dn&a-.lldlroc&.a~
uuupar .. rnromalouuradcoutrof1!Quttill><otoqucaquclaiJ>t-
_..,~pooocodq>oitlCoroa. p<ddldoo~
<lcpn'lltpoirmuond..dcporolr~rutot O<Uoina-..el<n•OS.
-...,teii>Cift>uação..,.,.-u,n;<l'f"UVOIS<nbor.._cnncpndo-se
, ..... .,...,JIIOIOpm;o.T•Im•MrJ.u.,-Ó<I craf;&k.da...,_

........
..,l<pn.,kporonfouldoa lrmandadcde:-;...,Sfnborodo Rn.
~
Pode-M orpmnnu. ""enranro, que o o;o~~fcrir o mula dt
Pl<lletot*oo!autmnt.osiptificaq uca irmandi<Jcli<a ... ...,J<rt.a

~~!~~~~~r€~~
~~itli~~;;0~
~~~~~~r~:::;~
U I IGRUA.UUDOI.IU<.o._'<lli.DUOOM N ........

!:=::O.~~:!.."':oS::~q:...~!::
::"~~~.u:,:e~ queu~,._..
-
Eata. portm.f apenas uma face d.l mocJ.;a......,....,.
rhel.pofJina!Esoencial~ontudocb.f'JW'tidfla<iioolo~
brlJW;OI naq~lu lDIKlaçón de M'l'"'·
espmalmnu. g -
dire.oru. COPIO se t~ntou <kmonsmor, na medod• em 'file ;,_
dada estnam sujeita1a vo§iras tclesiásuc., w ot<>lll.ld>ido-
p<lot ou•·idores dn romu~as. na mcdtd• em ~ue 1 kllo próprio
rouoa adrruniltllh\fl impunha. a ..ecn.idade de ...,,.,,~roçio por
II'WICntedeKUSII''TOS intemos.cl nniopo..lramprna.Drdo
1'"'0&1 alhbo:undal pan mli&ir os tCriiiiX de meaa e ai~
bemromolauroslan.çamentosronu.bo:oJ"""~''.,.de~o

____ ...... -...............


c~etpaa_ Por ovtro lido, coma kmbrou Ju~tl S.:a.....o,

... ..
.......... , . , . - - . )16rfli<w. .. · - - - .
--- ~ ,,.
_ ,.........,,ü---~~.,._- ,.,...t~
,..,u.;. .....

-- ~
..............
Dli,a~.,...._ • ......._ ...,..:oorpefvnçOes ...._
~-
., . ..... ., l (10 " U: '-~15 .. 00 Dl C<>" T--I 1)9

...... Jt""'''"''-qow ...... fi"Wrii'"'M it ..... "'M"<>JO


......,..,M.n.-·
E~u: a ~kl CJIK 1nttp ruM at•tyQet.. A pr~
..,ça do b ( - DO' carJO' de dnWj..e <b IIC!11UIIa•tl"'iio d .. lf•
~de nepos tJ<-mon>tra a domina<;i<l ldcolóJica a q..e"""
etü'dl"'i<>\01
Ao atbl«er IObrt: 11111 Colônia ameri<~n todo o pao 4o
merean~. Portup lprocutHJ as.taurar que ll mbtm a fott~>o
çlo~aldono•·ottrmório!ICpaUIIS!ICpel"'p•<lrôtstooar..,.
plllftD<I\tCUÕp<llt.0pensamc1liO CfiO<k.qiM' I~­
na Ol'pru.tlt-ie tendo como par.iomcuo a ~ colomal;-
• ordem IOCial preser>ana c. i.imuhancam<'!llt, rdorçana "' lfllf.
, _ d a Coroa c doi eo1ono1. Para florestaa Fcmandts, ew 1"1
. . . . . . . . lk ... lemlelloiobtidl p-açast

.,_ ,...,.,."" •mw


....,,__.,.""" ,...,., IN"'"' d~
-........,. ~
•••• l«i<J.r•M.t_,,.
• ,,,,..;Mo ,-
----~~·
ª?;ª~i~~Jt~~ê
Aprcmmainioaldcq~~e~r•rtena ani~~da50Ciedadeoolo­
•••l<•tltq..en!llniopode...,.d.......aa d&~dorCJirnc
efl:rJH><fltl;uled!ler.qucocronsidcra a...:ra.,dklcom<lfltOr
~.,..,....te da ntrutull ccon6mtco-50cio l da Colônia. Po» ron-
.....,1<. oo ahar<-n deu~ tocicdWe e o aoodo dc or.X....,Io dao
rtl.a 1W$entreooondt\ldu"'dco.em<erln>·nup dooaoniHidapro-
pntdadtp<i•K•.pt"loobranroo.dos ,...ios dcprodOJÇioedai)O!:N:,
pot......_W>ta<k>produtodotrahalbo, romodaprópria~
do pr<Jd~t~r. Ha ~ue W .,,.,der, entio, quc a hCJC'DOI'LI ~ dc
quemdonunaa mio-dc-uhraede q uem puuuoaprorriNadedoo
-dtptod~>Çào,o~tflnentedo domiaadotpooauido
nw l~&•do ao JCte>r dt llo>~dadn J'l rodut" at prornamet~oe dnn""
111 1e1or de oc"·iços dom«uros. Como ahrma Caoo Prado Jimoor,
,,..,...,.,,n,..,,n.,.,_/_.,;.n,ul't<nr>;.ta..II<Um<>•d-
li"'"""'"'"'...!>.tl...h>a>oo..,.WII<iour/i..iftt•t> . . lll•-.,
""'"'"'"''nlr '""'~',."'r"' .Ja "'"~'o """'"'iro. A~= tio

:-~~~-='=~
.,,,ft ':,"'=~= =~- ~=
•...,..;,..,....ft,.mi•-- .t'<MWir....!••-"ci~ID

::;,:;~ ,";,;-:.,,=:,:nC::~ ~;:;;;!.'~- t·~;:

..-. .......... ~ ......... -·


:-;::,:::;::..:::~.::.:,;::~ ::,.,"':!':~oo~.';', ::::=H=~
'''""" - ~
"""" q,....ro, o nqro ao:noo ~·• o K (OI!Stllwt., uma
..·-·
claucolieoad.a,a<"ndo,.omumo l~mpo,copouolc ltobolh<>,c IUno-
forBW>dolfti:Q'1dionoaotrodc.irradaa<;iodlordem$omall~l
qqc~<orpn .. ouuColõnoa. Pooanoo,aanihKdooociedaok""·
nobo do akulo XV III só
.1e 1omo cloro 1 partir do •"u.Jo do 11po
dodominaçiocnobolecido~lolbrancosnae•plotaçàtlouriferoo
dwn&nl>fl'ti,OSIOf.sÓI<Upl><otiiPZdo ...... Ma~qiiO
~ ~~~"'.-,;,.:.~~~;;~~=1 ~-::·;: ~:~:;":~".:.;
::~~~fn:i~= !.~":j!;_ r:.:::';.::..~..::;:
=~~~~~~:~~~m·-"""-1,.._.._
/>;amtdl<bcmque a b.a.. fUAK:a nca•

~]~~=§;±~-;i:.~
~d~~~:;:~:l~~~~::;;·f:::~f!:~~u~;~::::.S
ç6ts de produ1·ao UJ>tcntet n a dua~ rt t ''''" J• ('<>IÓfria. S. uu
IOI:rt<Jade ~ COO\ IIIUI lendo como Cl\<1 • ·Ur•l • l'WII\'"Iao_ . .
ltiCtllc alreroçõn na iQfra-curu tun nrrn"u O ~"" pod<wo 1nv
a rnodrfrcoçlla fU~~ri• a. no ~u inl""'' - p,, .-....rido,...,...
-w.-.t'llruru,.«::<<Õmi<"O-I<lrial,a llmt terrqi'ICI~
cnlrt<:>~doitr Ulr~<IK>Iqox a C:O<IO!llunn
A -~tdadt- tnlnan do ~nodo Ullonrallml-rliÍIIII•
inicial,. a po.nrcuLu.""' decorrendo de u.aur pu~uca de rom-
dt ....... crn=•iamenrcpt,.ne-jada c oncm.>da pelo h r.wln. P••••
tof,.,.. C"MOUJI IOda apéat de tmrc. ron:~pon.lo na - onp
-.........., ~ i~~>alr l&ria, oo<k o no:a,.,.._ ,.....
~lilauolilr. Se apaisqo:raiOCialdol prrmrr..., ....,_
.... ., .......... _ _ de paukqu,o"!">lllllodo,. f.mtroo--

~":....~~t::•;;,::,,por\liJUese>l
!ti
..,a.x 1 pos51hthtadhc mbutar ;w mu•mo a no~a populao;io.
otModDtpotmcial.ldadeKOIIÓnll<:ad.ar•&~iocoLatcntcnpomo
"""""blnmiodoJad•muóm,a\h.•trõpoleloso•n>~alouW>IIpa­
rdbobllr!Xf'lomc ~prcs"""·rorn o duplo c re<:lpflx:o intuuo de
~c.,oar.C..,_,af'",.."afaldaZtmtUa.tudoll<resumil
ao ..... qunti<l de polnio. h.nl c nio de pohuo. oorial•
Eou.açio<k•n~r(n.;ildoE>udona\'1dasocialloiparnie­
P~­

.,..,cfacibtadaptlocar1ittrciuodn>Oq....,•I.Jio,..raçôethlllllMlAI
o;ca,...,,.. rq:i.lo. Na medida em q\U!OJncntumr<nlnlcil.l• ~
.,...pl•-. ,._,jrd;u><~o o. po>~ em que ,;,-.am, meomo que
""'•lllbWOO.<kropintourl»no,tnrontc~entclll<'lltcata-amdando
10 &udo o oDWU....,lO 'I"" ,. abateria IOI>n: eles. controlando-os
tdcauuondo-o:t.. lrmsu-110. nomtant<>.qucetoc controle aio 1e
faotm perm.lnentc rno<t~n<iado porulação. apesordca Coroa ter
podOdotoQtlr.espeaalmmtc ...... l"nda,....tadcdoté.·ulo,rom
de p11nde pane dM cham~• ~dnH ,...,, ..~ rooptadu
1 oo::1nio
•ltO<:adoc&rJOSpübl;cos,~cpri•Meios
Aurban~.qiiCda\OIII"nauJario~""""'''do
okulo XVIII , poolibihtou uma fnrma de domon~~<;to mai' O$lttmn
1'01' pMtedo E.adototorc esta lllaCdade iniCUil q\IC, cmbono on

::·~=7~;:::=raf:;E:~·:~;
tuiÇio lormaldasvdu,oomodaroo centrolizador prop(Joi10dc
wt~~~~~Eg~~~~#~
A tstrutura soci.al que tnliiO '-! dt!.ncou .s.r,.,;-...., _..
pdos elementos humanos que o ouro d"' J'flm~ot~ lalpollllo
QOII~ra, romo Llmbtm pela pr~nça de um IÓbJo ~­
critiroqueallsc:toedoou.Junto ao!>ral'ICOIIIIII<'ador.oo~
ao ntpiante, este•·e o branco runt1nn.ir1o> e mihtl/. Por...,
lada,compaclandoa popu!açào no~ccnt..,.ur"-.•C-•
11.1va Vllivcl o antap~m<mo de seus intcreMn mt>uti""" mldlo;i>
- dos mineradores. eomcrdant~ e •Vi•·ul!<>res. embora I r-
dof.llnl~~m~~edamccrCnc:iaiC\'OhaJKqu-quen,l­
iObro os primeiros.
A açio do Ettado coinCidoria cronolopnuncntc COQIOÍIÍiil
oi~! pn>cetoO<k eotratif~taçio soo;ial, ou molllor. ~ul!ldort•­
-t.....S. a belcl'l'lflll'l'idade social. A<l E&wlo inter$~.>~ toln-
--. -OICnal'llnçk) ICfUCQCdtK<!rdo«*_.....

:~;;.~.=~•~:.:-w~ ~.~·~:~:·!a.ru~~
parimct ros metr"'"'MaJIO'i. p,,.;e.,.

-c:onul>lc. P;o.radoulmcn~r.diftt;
~·c:a

, eua,~.:..::

.....-
, A ......

all6ul


~É~[~f~~~~I~J~~fJ~~~
/mrirr•.o, ""'"1/omlou.o, """"'"•iroJ, '""'"~'• ~l«ifiJt, pintOr<J,
"'~''""'"'- .-lroúoJ. Mncnlrm f /Omr/ro5), m<l'l 1ora! <Ir 40 p•>.<oas
"'"'""·'.!/Ote..,mroa•hrunrrol<'dn<; <ldor comer<:lanles,hte>l,r>J
·q•• ,;,-,,.,<Ir"'" 11~hoda", ,.,. "<tm· l'i>'<>ll dr "" 11r(l6cln", itf~<nl·
mrorr ,-,.n>rir"o.to• dr "'""l(fand~ mo/orla dt grnu N!adono ~ •oi·
,,.;,.,, '"''"cln·""""'' J/ • 19 rNMrrjnm<'J: <I d<Jrmineradol ...
""''·"'"q<.-•·n·rmJr'""'/aisq,.rlrll>", rlomndriO<r.S''/Ifbrlm•
Jr """" grmlmrnrr ,,Irá""· "" n~mrm <Ü /9 IIU!Mduor, r M
pm/iHI"""".'''' mi"m•(•io, lo~l • ·r~/ril<" f!', prf'pQ<It>J, Cl>lllraradm,
,.o.wJ,,.,J,.,,,··q,<>'Ü·rllldrmint>ar··, ;gunlmrnlrsoltrlrtuiiO
nw/'"'"· pnf<l,c;n,/o !!I pr.nnru, m"" Mt<>l dt 47 mln•rmlotB: o
·1:
~;:;~" ,':;,'!';;;'~. ~::;~· ;~~~,:;"~";;~~~;:··:.;!'';:;:~"'d;"? ~::::·.
l'hcmis. ~m1lm<'"'< /l'r«i<>rJ<Iric> r<giM, .,/limr<> "" rilu/aru, rm
•umrwdri71<Hr""'"/o"';r.{úwlmrnu .os qurhoie<hamu,/a•""''
tlr proiO><ton>i> tiboro,., ;,,,.~,oo"' pot pmlrr. r •«CChiJt11 (do Rr·
rolh!mr11w J,. ,l f" mrié,.<J, d""'lliJ<>, ,..,js/cru < pNJ{<>mr<>. """'
rauúdr!ljl<'nll«>'
Há quese obso rv• r quc, cmborn c•ilto unm mOirizsóci!>"eco-
l!bmica oomum. em me3dOS do skulo, a Capitania j:i se apresentava
ponti!h :.da d ~ aglo rncrado~ humnno~ com traços mtidO< c peculi3fes
A«im,aeotrutu!11coonbmicados nUd eos urbanolg<ro\'3orsaniu-
Çi'>e$ $<lclai 1 cspecífic:u, w mu a~•inalou ltaci dcl Nero da Cosra•
- Uma '"~ acomodndn a socicd ad~. o estrutura populacional da
Capitania poderia SI'/ clo5Sificada em quatro til"'" b~sieo5, a saber
urbana, rurul-min ~ r•dora, intcrm~dill c rural de cnt~sumo. P'""
<'fnas localidades, romo, por exemplo, Vila Rica, o can\t<!r ciradino
ficava cvidcndDdo "" prcsençn alt~rncn!e sisnifltn!tlltl da~ ativida•
dts vinculada! aos Sl'lores secundário e lcrdário. com um grande
peso rclntivo e um amplo c!f"'clrocobcrto pel>'oçup.,çõoe.\anc<a-
nais,cmconrraposiçóoii.I'C'lucnamnmadasoçupaçõesagricolas'"
~~~1
p< .... >ida<kqut. kriiOMrcspon<l<nciaqu..,lo alorçaeptt'lllflol
~ooboci..SUap~rut do~rroo<kG."""h~oredoAndndt,
pollouapolotindeimplemom l<:>à~d< ....._,

l"n\IQmctucna mesmaoc:awio.otron,.udn rn~wJo(­


I'ÚIK"Daporua.al pm~dcincidc;ncitcimpon;in.:o a J<..o.......,...
na r"Jiio, clw:Jilldo m"""" 1 d"odir a ''l<nlc m•" nohrt~ """ •
'l""'o.ssmmonulnras de ouro c u que u<~~em n.•faufldoo*
-a:ncu1tur1 "· C.-. i' .., rduiu aoto:nonnmle, t phi<ID IUibeoo
dollK>da$\lortct., .OOrttudoa\'oladoSio}oto
celeiro da ~g:.io aunfna. 1mdo- ...
pola u plur~l<ldo ooro...,
- • ""--''... _ ..............~ .. Of ... .

IIJIIi
. . illtaW<Ioo"llumbrl·tc ..aC<>k'i<na uma pnmru•ak"llmutao;ão
o1o Clf!UI>. 4npn.da. pano altm doi lua•>< dm pn•rn... l>q0<-"101
_....ullllbcmdomr~...,,<> f Mnl.ern{lf~nph<riO) ou
&o jD4C do """''"'· " .. mrtntl"b nào rom.o uma riqu~n r~­
liuda. 11111 romo força rt"pt<>dllli\'4 d a n "(lf><)fllra". hoei rnd"'
obll; natural-.r~ rmpnnam """"' ~ri'o!l de cum!'("Um<:niO ..,,.
C>lll.•••mplodoqllfoe<>trt'ronll<'""l"''içjo t\ll>oi0\·1 dnlr
..t.b."" ~ d.tt ollkm l<rairu. h q..all aqurle pllpo
prd~tcS<follOII"
-;!gª~#~~~~~1
dtdcCCOIIÓIIlialrn•·!aldaCapt\ lmlf'l'mutla<p~:pciiDIIdfp~r

C::":'=u:lose~=~:~~:·=~
..nv.odaoe•mdi•id110$i~lo,........,dà<>:'JMa.....,.._
.•
mltrll»de~dedar•• P""J'J<'"'""R'-,_!.4
.. delxr.!. \lesmootser~~W>,po<forvodeum•IJIIibc-ci•aroc­
dc ~pmsu.IC\<elttii M •numaioroportuni4ade...._..
mica, qut lbcpolrmJ II UI.CU!IIII!.çlo oecnsa!lOÓ.~dl . .
hherd.odc. Cria·IICJIMIIOCICra""umaru.lpt""boladacledoo...,.
hdodc oocill, .... medi<b em q .,., como dcfi~e Oct~•·io 1111110.
an•r,.,liv;o l w"'/><d"ldM<> 4..,Pt>J>wl opon~dtl.JuH•Nt~>
·- _,..j-~1<, ptJis M t~ ""'IW>I 4~ma ,.... t /t olfo--
.,...., o"""~""~"""''* IIIM6t>J., tlt qw ,.,., ,. ~
::::::..::::..::--·l•lf"kd- -'-·-
h

~·títluçiodohomna bvre"""" a dos escr•"•....,.


Õl . . . . _ - - . ionhle o autor aa qgc
- §:1:ª::::~:~~-E:~;;:%:::
;,~-:;~:::E:~;;,:-::::::::.-:
....-. Mkrl!ofJ<andoocnb.tlhoproduli•ocomoalao oncrenu
oudU$i•o<ltn<p<»oude JIO"""'-•tOCUIImnncdeo<l.....,_l._adu.o
~llldlrti-IO,Ibr .. ~pai'IOCl<rricio dedoeterminl·
da! I)(.,.,. o pr•>f,.....,. que. 1rodl~<<>ll<b-toe lllt'I.Imctl!e "" advmiO
di:.,.<JIJfiiJ""ID<d,,.,poa,boltumqL><b111rl vothcah<lodehi.,.
rirqll.:oupo<11d.o«><1CdWeesubeltadaoobo..,up<ilot~Mcolo­
llal A lr<nl< &... ptt><e<s<> w <!Mtacariam ot me<to~'O>, oomud.a .
.,..ltomu.l>!o, ~rmano:nte obotácllloi.polul<llllelropol ot......, do

=.k>doocu:.:.,:.~: '/:,~"e:'~u~n.:.;:.: t"!."'~~:


..,..-...;.. Qcro;cinl<'ntOdonumuodoh<•meoohv,....owbaria
l""'•honoro""''f"'..Jo"' ..-.a~docntt.lbo. ,.,oepnd&.,.l.ade
::=:~i.!!.:,p<><k•"UO>IIt.orcm \hn•Gera•l•rn"Smo;l

No mwno. o e ~p .....,..,
1"11"' de homeru. bvr•• nio ....,.,.
plftftdiaapenuindo>·ld-qtiO!\nli.,Uvomn....,mOilldoiOt'lalde
tduiVI IDOb.li<b<k OU q"" Uveram teronhe<:idos IOCII!m<"IIIO OI
-dol.. lrtlot!COJ('Oiarl3lii&IS. AolltQiadocunqraDdoe<N
amad.a ooci.U. tnronlriUII·tc homen• h•re• pobres. como a maoorio
dool~edotpnmpoms Ari&O<.oDW>dodo\'idodroooes
~~·.=~·..: t::::~:;: !':...rop~';':".., ~
Lllirt~nomfo~det,.balhoquc..,~r• •rom puloooedaded.af<>rma
ldaudaparaa~ce•plonçlod.oCololo>ia.Eooonbalbcl
i' rdendo, U.urr. de Mollo • ~"" troça o ..... -..~.., ,.,.......,,
•nt- ,_ .;-. •
loo-~·
~
u.,n .....
_...,., 'IWI, cvm;..d.t ~.,,_,'

....... ......,... ,...,n


>~..- ..,,......., •
ol;«/""'''"""1<>
"""'""'
.....
_..-~-..-.,...

;;;;,::~s:.:f.1~~~;::-:=:~~:~E~
_.... --.1 fi-_. . . .,. - ' ""'
•u-. ,_,,..-.,..,...--•n..r•--•-
""-""",..lo .......

"Cm•., ;;;;jdol ,....., ... 0p. <lt,.p ll~


J Sf AIIOM•l < _ , '<.IIOCIU..OO. !a O..•·-· .. I~la,o -
~-2 ,,..........,.. e «>o::!ooo 1nopal

Em stUtmhriio, tt itmi.Jld&dcl monc">S'"""'~""


11011detiOiobjeuvotoomuo <da!pn><•a.,ni<>ap<11idljUO!Ii
nlo$i6o.o:oaootam~>&nem"'~i eooúotlllf<~"iloo .......

..~":t.~"l~-:i:~·-=~.:;~~~~·..:·~
:!."'
"""""' thu .,.,.., posoibi~un~-u..... ., .......,...,
011 i>ldlnd-
_,.,,..."" iii~UQ~escamum e lllprir.qi.idu_.....
Y>W.. O.pn>hlom-.doo;oUcbuooqm a.... ntolie dlscu>...,,-"
boouo'***mi!Dilodasirmand.odef •. ParuciJW dc ... •
.,........,..._-.eCC)tl<bçiode.,<b c dc ....V~a•
""""- . . "'-. c.-;,alí..,..,JOitdaPu.Lopa..
j,..- .-.
·~~
~i~i~1~1~~~~~
<el.l"'"'"""nd•~-rkitoandoumsol<lJI&l'allop3ratnterrar5eu
,..._,i)tut<tdot•••rók>foaflmomarrpr~tau-.da<k~in­
ltr..,..«<n<'>mrc<"'.•"l""''l<ltt't"'c"'u:s>t"nlunc:ntosurw:rnn
., 11 ttt~or <b• no<<a• rrmand.de•. t>rm romo 1 mar~rnah1a<;.OO a
q.oonoa,..,c.,IOdena<io."""'nf.C...Wc,.lucltor·es•
Taml>tm "' <loontn, rdo...-.5 c lgoniuntcs unham o "'u ..,...,.,
- qu.adroo .!.o• nmand~o.ko <1l<>rmemtntc diftc-uhadu, pnncrpal
_,,. otrl><• .la cx..,r4n~A de ••-ui~~• tau1 de ltlttada. p..,
<Umplo. I lnrllOnd:>dc de S:io \lr~ucl c Alm .., da frcgun.ia de
'·-SoabonodaPu>dadc,doArtwallb lrrcJa"óovada 8orda
~cr:"~~·:·~-:.•~h~~~~:'J;'• .... "'u Compromauo. no capi-
</~''"~'~ "'"'-'· ''"' , J"""'"' ""' , .,. .,.., uc~
•• • otÜJ; J;
""""'•'"•W••·"""'""'"'"""
Poroutrolado,06oodJ.lli."1011fonom,1fadaM.,......tc.mrat:ondo

1<11
..
~=:~~"' -:::~~"=:!~i:-~~&l:::·~.::wf.'!::
ftll rom]>Oior~6o dos qu..Jroo do llltcararnn des$as .....aaçõn
:e.:.:"::::;\~dedc~ 1:..ru!u~~..:1<1a~ ,;::~":
mm que ela> deiXa>Um de
Ih_.........,.
J, 1.-l.J...In ....
,.c~ ...,-~,,,.__,_;,..,;_

""•rltolo-. ,..,4 ""'~'"" "''~'~' _,.,...,.,.,, ""'""' •«• ~


,~,,_~,. '"""'"" - ...., ,.,,;,..;., ·~~~n.~o"
1\ aatlll'eUdosvi.nculose du relaçõcsen1re osmmt' de

: ~:!!t.se=~OI:;~n~::~=~;c::=_:~!
na
ceaidade elos indi•·iduos se irman11cm de!~ llc II:Ut 1n1tr"'"
e de tua! lllg\iStias oomuns. A-.s.m. f>Or ntmplo, • '""""~
de IK'JI'O!I. ao me:Jmo 1cmpo em que CXp!n!;a\Bm umalorn11 de •
trtll\1110 religioso no prOCC\W de rnsuoru~<lo lln nqm. rq-r~
ta~am lambem uma l;l.;u pouca~ K nio a ""'· dn fonq,
ck~iopcrm•tidaSipOpulaçiodcrorn»:· :efklrdo.,,.,.
rolon11l A IÇio protetora da iflnlnd~d• pa'"-' a e!Mio. 1 IC1' a
dclenninameWskadaadcsiodo ncgroioquel• I
upiica rambán, • par do d"rancii_.,IO trmpma l ~ -11Uéa
de fonlts, 1 in1cnsidade c 1 Unefftdade dos la~,lS dt ooeUo lfi'PIII.
entreaporula,.loescn•·a. l'.iOII:nlmeuno am-..;.ldoatirm..rqtlf
tais lloÇOS foram mais durad.Jurm cpermanente' n«<e '"""'""'o
~;! :.:~~·~:%',:.·~~~m~a~::,: ~:.;!~~~;.~o~:;:-;~;;,~~
~";'~~·· =~':'o-,)~:~~~·~~:':u~oso!d:;~~ :''"'
IIW>dldelcb.vo.maosnclfOSII>f'Onunidadcdede->llh4flrsuat.,l\l
rat. •• ~ AJaS QtteDidadcs e. alt me~omo, untu 1nfl iJI- r111 1ft
hlluro, pmcurr.Qdo tomar 5o111 ~idü mau >llporu• eit.. Por 1110.
eiM foram palco pri'<ilcpado da IOCiabt!idMic pnr.licacb. ~• C.•ltlllia.
1!. - ....t.da. 115 ne:po~.....tM:ram uuhur-K dda• como um •n"'
" - " ' de dcf.,.. e de JlfOCCÇA<) con\la 115 ngorn da t$<.'fll'·'d.;o
Adftaaas, lllo era -.~e 110 11bel ind1Yldual que eua cooper•çloo

·~·-~·§-~-~~-E,..
~
~,T'""'fo
• otllbre ~~~
1
P'M socio.is d•~o~•ntQ\clase
EucDdf/lrD, du\i~ • ~
Scnhon du P1lar. de
adororor-..oo•prda

::==.-.....
=
PftWII ~ ddc rtnN 11Ds

~ ·-~
..-.o • • d..,..,lülfl"'
FlUI-
Alguns docllm~ntos dão upressividadc a esses contatos e tipO,S de

[;~};~::2~:::~:~~~~g;:;JE:~f{,~:~;:f~1
oompmnll»> que

~~~~,;:::,:• ::~~";~~h~~"~;;:::;:~ ~~:":'~fa ~~~'~;%;'";;.a ,~:n~~:g~


l"""foio J.r.rdr, a qual'""" ohrigada.- toda.- a.-con/mriiH dtJ
""'"' "comp<mhar com '""' m•:;tJ, c guiau; < lodM '" Satti<>J
qur"" '"~"";" "'"'"<mwhirdo em xaroiM. ~DmD ,, obull·tJ em
to.laup«"f:tO'IIrmJ!OJdu.<dj/mconfraritU~iromcomJUIH Dp;a
ol<>no«l<' ~ur "'o~""'" nu P•<'•iÇ<i<> dt Corpi<S Chrisli ...

Por oulro lado, em êOrl3< irmnnd•dcs, sob,..,IUdQ n"-1 de n~gr<.>S.


eru '""'""' qu~ " cb~c<a5 com "~ festas dos P"tronos foS~;cm
~;~'~:~~;' «ILiilotivo ou propor"""ll•lmentc entre irmandades asso-

MnJnlincra apenasn•> oc'lsiiks solenes c nas celebrações li-


túrgku que "'""' conta•m se fn~Jam. As irmandades também se
:"~~n~r'!'st~~~:·:~•od".:o "::::n~~~cl~~,;:'~"~~ ~~~~~~c~~n~
omamenlaç~o da igreja mMrü; de Santo Antõnõo do Rib<klo de
Santa B1rt>aJ11, para rnjo emprecndimenlo SI' acordaram mutua-
m~te, em 1760, as irmandades do Sanlis.simo Sacramen10, de São

~':;:r~ fr~!~~~ ~~ s~~i'ás. ~~õ~:~;o:•d::i:u~:~~afi~~n!:;',~~


0

pr>lloou-<c o ornpréstimodc dinhcir<> entre elas, oomo no<;awdo


que lo• tcilo pela lrmanclnde de SJlo Bcncdi1o. de Mnri•na, em
marwde 1773,àsuaco-irmã,a lrmuncladedeNos.saSenh(}rndn
Rodrio "

liciosu;;n~\~~o~~~:~~e·,:!."~~o :.,•, ':'~~~~:;~~:~~;~·~~~~~:

~2~ ,;,!;:':E/?~J:E;~ft~~o T~~~~~z


~.~~~~;:.:.:!a:r:.:·:n,!""~~~;:: ~"l~~'d·, ~.!~~••~:.;;:.~
~~~~!:~~~!,of:i:ii~::t~:~~:.~~i::~ ~"~~·Md~M:o
~~~~·{;~~~
"::~:·~·.r:;:,:;:;:,~~ ·;;~v~',:,";,~!';:;;.:.-..-.
Eatotllnte>, nm eumplos de bom c, ;\1 ,."'"· ntmiO ra.:..
IWD(I)IOcnucufra!<rnidadc:$moneu :un.K>o.!c>coMture,:eroft01
Cl>llf'lura.,;lr) dc ..as 1\'l&çõe.. O 11'<"1<>~1 '>•o I'.ICIJo, na t'l'rta, oio
rtronbc«na a •rhcoção <k sua• r••l&<,"<kl "'"'" ltrknlld,do•
tenhort'S c cscraHIS i In<'.., da oomunh :lo, r·~..o •itlla•ot ~1on~ c...
<IIS 110 lkulu XVHJ. ~~ o;t"r!a, romprm·an~ o den.><J.OO n1 "
do MUO para 11e mosuar em •IUóOl<lade oom o brat~~:o. r.,._
polalll•·ersodadeepelo~UlnC'f'Qdoslcmrk>i alr e " 'tMitco_n,_ml!)
rq..,llbrio l'kUJ Cto<:Uil Por<l'm,caso lhe: ad• •"""alp1111.....,.
dedu"'<b.Dioseriano<ksacerto doapo~tnlado,m.oouC'!iJÓial
doprl)priOMI.Imllool<mr&JC$Cri>OIII.IjUC OC"MJ<'II>IIdn'tlll
-""'"' npljaçio. Pdoqooc se po'OC"'Irou dc_...>lnr em OUino pano.
-~...,avacrauoerep<b porpo\llotpo!; ...,podt•
.,.....Una ••. Se prmodeu ""' - tNI pnmórd>Ot, ~lloo o fOI~
0-dotempo_
- A altollf><:açio tocial, clanlicada dtak a dc<:ada do lnll-.
-...... . dep6rr,.ao 10nbodl ,111 aldado. eatnlaçõn ooaa~
*-"""'"'~peladl>tnbprçJiodo.rnd,.-,d LJOSno . .

E·:EC:~E::~:~:~:?i.~E
===.::..~~ ~ ~.~~·:.. ~.=
- ..-,b.lterl..,.,'idlodo~pdo homoelrl.poisaoiOiiciimoe
oocto....üo!IA<Ietutent.,quem: o proc._, te~•nul.......,

! :.::::-,.,;:;:;~l:n~:;,~'l,",:;~:~J;' .:~;:;:,~:.
..-,.,.,), ,.../!...."""''f""
,.._..,.,....t,f~>•f•,.,lT
~"'" ~"' " atGmnl<> .....U b,_,
............... ,-,,._ .,.._N_Itn
=
e-11""' .Jr ""'~""' 1m.,..J, .., fwptHtioiNJ w "" ,.,...,.~. dt w..,

J...,.;.,_.~ .. f.rt,.,_,...,.__,,,.....,...,.,,_,...u.~,t/.U.,HI•

T""IO ..,m que •• lfi!Wid~da de ll<'JfO'I eso::n•oo nloo combl~


,_,.,rokmn.:ro•·ocr.ouo Purnwora>Joo,fDr.llmcoouenlldo.so
...,~t.do.•- P.n ,...,, •• oul00'1od.ada em• e <claoasucu do Çolbou..o

~~7~.~:7'f:~::.~:~:7=~~~~ao;;n~:=
num ntlpo de anomoa soeool. Porim, ~ mister insi•tir que .o
esa1>-o nt.o trll perm1toda 1 aut.,.of~rmaçlo , sob.,....
do rol<xar
...,,eq.,.l<'l$(nciodopropno•,.Loma. No rulidldc,ll ao;õefo
orompona111t11r<>,.,.,;aldo!le<croV<>Idcterl\'olviaiD-KemfW>Ç"'
llt"'" oonch.;ioo Juridica. A pe.wnaijdlode-•"""' do subjupdo fi
an. nalc cuo, ldru!Mb ov. inlfttomare oaotnda pelo dumiliador.
wja.po!'uemplo,uwjelçiodaadmo-.lodo escn.oo6i1'11W1dade
6~iodeseusenbor•,ocjana pcuaçade~llal
lnlllaclade:tde..q:rOJ.naqv.abdMiedewusM~M"-M11$1110
~~~~~~?~~J4t=~
-
:..::: :·u~'J~-;.:::::,~~·,:.~:;!';,''q.."';';.!,;r;::..,-.:.
..... . ...
,_.~ ... l> ·""<"''"'.,.......~ .......'f*l.•""
... - ._, ...,...., ~ - .,..... "'*- ...... ~;.,.. ..
A-.docloiaados ideolop:.menlt. ahn~<nlaadoa..._dc
,.....;cuaJdadepara"""' M broncotbOpl~-od.a rdíplo...,._
csaa...,..llearmforTOie,de «rt.ll f<>rmo,oomul a t o J t - -
por m•~•m11.1r a up!UII"dade cuhu ral dt - pup<>! OOJUI&
Anulandoopotmcilol de mamfettaçioodetuM priiruu•·analtll!ll,
...:ap•:.!Mio. de lazerct~~ •·•ler ....,, uuu - de. ~ -.1-
..... ~e_,..,..._P,_....,.dó<>Jtambéaaporao .,....õd.
101><0 do IM.....,_ bumlllar ou peramtr a om;io lk ~
Qofoo.potUSoiO,mcdidadebba'olidlldc oucontradi"""' llllopono
UJOH....,tesponnt-.poulloinkllipir""' ""''·e~r.,..,....
llfbton<:Oo,n<JIOiemulatM. Aoconlriri<>.faipohü<>Oqucn'"' "'
llllel, a r< ... rvar a r<l"'--õQ o;k domll\o~Ao e "'bmoülo, p..•q•
--açilcoDioraulü>amemto~~lcic>lllUÇiod< .U...pck><
_....,............._MI<OCIF"P••pesooao. u~ M­
~-..··.,:,.,deo:otmlcia.ean.oh.ta•...., fl>fÇU<o>Cio..,....

----
._wdeuml~dc oôesia<<k"'

ii~~~]"~-~'~"'~"~":~·ru~po -·--
Na -s.d.l em q.,. a con"•<lliçla
,.,ru.l domi-

~ ....
Aháo.-~.porselocahlaremsempre...,povna-

êlª}:;~~~={?
,.~.,... -
... ,..__ - - .............. ~..w~ ..... •dltrf
..... ,..
..,.,__.~«s ,.._.
"'""'' ·qw-lloo,..,_. . . - . , ..
't~o~~-.dld~, tmholll _,tuliando o t>p,.....lldo o dittaoi•NDO
o~a ..,.,,..S..S.,otllqfOiln<U><><IIIou~ram wn papel polilioao
'"""~'>'"<I •n ~u r•r<lot>elll Por wu lurno, nào roloborllldo
I!WII~àoOUf"<llompl_,~àocloiLin.ll~nc.•poU­
""*.X.."""""•oocie<IWe..... ,._...u.x...,......,..oc~q,.n ,...._
::::"!:.~~:~:'~'~.1..;-,·~~:W.do~~~~
.......~~.or.......- •..,......"""""''"clo-utaoo;io> dlolíto
llDaoollllr<o>cam•d.>• ..,,,,.,.,.,., ><ia.d<rlllll rapaldoipolfur;a
-"'JJIO!Wia elo "~""''i<l dl ordem ~<><:W u"1on10" Como
lllrtpmlliii.JuoSc.umo.
~~~@~ª~~~É~
6otwu~Jot<·-~...Mdrdtp•""'r<i<•m""""'~•W..
n.-1'"""""' __ ,~.""'""'"'"""'-~ ... ~
;,-;.~·E.:7!:.~=:.;::?~·,~.iJ~~.;~ ~Wl": ~
Oprop6simera,nilidnmenle,odc:tcnl at superaram1hJ><IQ
ftn~eu,ana~'deum.~açJooomum. Enltelanln,uto.cp<.><let•...
aaar a afirmau.a de que as trmandlodn foram ><>tulo clt -""

ª~~~€ª~~f;~~;frl~
·>eq~~~>no nem ttmprc tran<ponlvcl para a adn11 ..UO 1101 quMin:.
..... ~.Alnl.luedoc:umernal ~proc:essollioper·
IIIIICclúric!Mareopeno.

::-:.n•a=u:=;laj::::d~~

-
da IHembUia dos ronlr&<ko
nuncasoluiadt
lur>çltl

r;;;
= :;7, ;;~!"n.:~~;~~~~~~v~":o'~~~~~:,'! :o,:~~
pn~PoriMoi!K:SIOO.duraQ\ftodooperíodo emcstudo

?-:::?~.~7~~=:::;~!;!7:1:
~i:~~::e~~\:;~a;:.::Pe~:.,~::!e~:O;;:' km=~~rc:,m .~3:
.a-a!< por m~«c a. rrm~n.d:odn '""""'· p11rea ttrlo que procurll-
,0111 OSLI< prnmt.. ~m bloco em dderm111adu i1man<4def,. como
110 aoo da de Sin \llgutl e Almas, da lreau~a de NotA Senhora
da l'ltdade de Campohde (Borda do C1mpo), pe lo que se de-
prrtnde do cume <In$ nome1 110'1 seus 1ssociados ..
Por outro Llr•Jn. n W"~rep•ronr"""' e o cxchl)IYI$m0 também
or (~ttram p<lf rntcr:Mdro de cntcrios ~- cos.. como se >Uilica
- E.caturos da Ordem T~r~1111 de Sk> f rall(iKO de Assis, de
~,;'.~~ '::'.~: c:<tabelc.;ra romo rondrçjo par11 td mr !Wo que o

k"' Jr <>/!feio."" .,.M.., dr qNt <t,.,... ..,.._,.,_,..te--


u..-. l. .W.0 Ar,,...., .W, ...... -.llf<iiOIM, UUI'lO M -
"*" ,.,...., """'"" dr U.ltN' /~i<J Jt 1-ult<lil <~no. ""' ..w>Jioetlt>..
1'0'</~f rllr> , ...... " ' " 'O(} prt!!lt~tr ..... tr,J,,,o, ('<>lt /NdO <'S/.,
•P'""I"'•• mahr/trrtMJ«<odr<l~•.,,.....,,..., ,.,ar"

!!:J..ue.":u::';;.~er~~ ';:~,:.~~~!. ~::~


..
dnnc>nstrou o pande eslo~ do lrmlo LourenÇO para ser admitido
na Ordem Terttira da P~ nntncia. do Anaral de T~juoo. A <indi
d nc:ia em tomo de se u nome fora extremamente " l"roü • a meu
diroiOrl<heROU mtSmo l r« u..,ra doaçioque Lourcnço(uerlde
stos bens male riai< toquei• Ordem .,._ EMe e Q~; tros u....,plos podc-
lWIIM"r iOIIIadospan•dcmonmaçiodeq.,.nloen •poucdc
bens o m:ju..,lobbrro pan adm osio.Aquestioerormlonllnan
temente de u rJiter social c radaL Ao lindid inci u •pcJIYim-
murto mar1 ..,. rostum..s c i orisem t mrco-soc:ial 00 pretendente
do qu~ h su.as poues. pois que. quanto a essas ~lc.mas. •• próprill
ta.usdemtrada cdc anUIIS~ funciooa• l m""""" mnd.rçioparl
Rloçio. A(tliaçiocorequ,.,IOde-l>l" ""'''"pcs&~AmiiW•<klq.,.

~-fwlodeciurdo. l~•m<lcT..--IIoElt~(17U'It•l)
.-1....,..01(,_• ,.,~

;c$a; ":::'F.:!.... ,., ,.,_ c;,..,.. • • ,......_


" CMack> e 011ahoo.SO- hn• Teuei<o do Sol ... ••
• c.._
~g~~~g~
= F=::=
=~u:.."t..:s':'s:.::~;~~~·~
~~ d.lo onl~tiormenle. ronanp•&J

'-o..mcia,fJ<a~oclanaimplka<;""
••.:lllliwonentr 1 ...,.

llQtiOQal . . .
lracioaa,...•no: scpanoo.bfancosele emn aher.,. . . ..,.._
o;io de daminaçio, rau Clll ne1rm e mulol<ll •·em deiiiOD•Ifot.....,
oriJ!...mmftlll!rit>esi.-JJlldWididme,por iiiO-.DlioptT·
<:ebenom que W. "'--'>n eram el1raaallle!IV ~as­
.,.brancoo,po:>~Squo...:aon.omnuolkvu!'OJ.tmulllma-'1;,.,
li&nifin•amenoospcriJopanoE>tado IXsuni~OS ifiiPOIIO­
ci&isf..s!ua•amsuaouborlh....,lol<llooulecidoi- Modo
- ~.J J"""nolool<s e ~scensilo .,,..1.111
0 """'"' <ioodino d• ~homnda "ci ••iliu.;&o do ouro" nu
11<11&1' ~raio HtKUC em ~u bojo uma 3«11IUDda aml'liação fll
dil'is:losoci>ldoln!balb<l,oom espocoolênfaseparn,.oponunido-

~01u:b:n~.o~~~"l~:~1 ú~~:,• .~ ~z~;i~~~;~3"'c~~ ~~~~··~·'r'~~"r~~~~~;i~·~


di•·or<ifoco~il" rw<lutivn'", ponnilimlo c no«mo OUILII " ndo a Jon~
mi•·•d•nw~oliJuJo wx:inl quo;o]i •• in>tnumu. C<m tr• rinmtnleoo
IH>mtm li>"r< '~' comf"'. for>m <><libertO< do< nud= u<hanos os
que oi<"<"!3m >< maourc< chJnc-c< de ascendo SIX'inl no Capnania,
rumprindu.-<oro.llar•rucorole\ai11Cproseno;adecomerrio n ~, af!e>­
~io<, bur,><·rai.L', mili.,rc-.. "'""a< c lner:uos dcmo nmou , no prú•
oica,mm"'"r'""''""""'""''ihdndt<·crlic•l
N.,. oro~"" d"''" iml"'''·llll~ !:terra dn orn:i•!lu<lc toloninl nli•
nci"'"" OIU'<>Uira n pr<>poi"J" l>ai"' mvol de prl)<) uliYidnd< m~dio
cUexplora\·.;o n!in<rOI<>ria "'' \l~no<Gcmi1 do.&:u!o XVW, n
oum não <m tudo; nO.o <n .,;,·,dado untca. C<lmO prop& WiiS<>n
Cano. fot r<Ju,,j,, o número d< ~"'"' que se onriquettram rom
ooum". DOMnfumJa. 'perda da •uslcnloçiloe.;on6 micaba>Ooda
:,;:~ ·::;;~~.~~-·.~\~;;~,~~~ ·~~~~:·,•,"i::~~·~:·d~!.~~~-~..":~;i~,\~~
dados produtioos, r<lnnndu ,,. padrões wdni• o oomprontoten<lo

~i~~oen:,.• ;;;:~-~~:~~:,"";!'~;""C~7u~o~~?~":;
cm:ulao;i<>lntorzrupal deindtvidumnõoafot3'·"o$i<toma coloniol
C<!mOsalienl3FIOrestan F•rnandc<.na<Qci•dndec<crovisto,
mi•ripiHI(<ll! r moMII•in<ir•ll<"inl ""lrolnp<'"'''"'"' '""""'"'""'
llmit'<r"'''"'<IODJ<'I)no·rnif,rl"' doqoriDord" "'odnl, nnqut!l
d"' f"'Unrhlom /u"Çi!<'$ tl>rluiJ "lrvom-. p<:ro n dif"rndOf~~ r
~a.:.'"':':"""idodr do r<llori/latt;«. racinl rn~nJ'""'~ prlo r.crod-

Nes.u medido , n únicu forma de mobllidode SO<:inl vertkol ponni-


llda ora do < OI~ tol isol•do. Isto é, lndividuoliwdo, ossim mc•mn
: .. •.
~.~~t'~~ ~ ~:n~~loti\'iJados oro tuwhnonoc vetlod" " mobilidode

:~~"w~,:!"ioA~• ~ :: .-,P~!··t,.,, Gero~ ("""'lo X\'Hl)


~~~.:;,·n~';.:,:,u,lo;..io~~l.\:~·./~,., •:;, ·~~-..::J;.b'\";:..~""'...~
~F~NANI),.J,Flo<oo"o.O••H"'"""'""'/"óo.<b<o"'"'O·lS
~~~§~§.
IIW>Unh...., focllac!G e 1munes 10 nlé4Jo lk>!o drrn~l),I:OIMltf ....

=~~.!;;:' ==-u~;:::=;,,: =::.S..~


penof'elld.IIOCiodadeen as qu all anl'daS<I...;Io ~rl........,
cconóm'"''"·-.
'"l'f'I'."""A..
C..0
tom MK m:1 cnttnos
...,,_do
1C Ybf, I Pfoli~ RM ordens lef«U U <11
Jt~I~Uc p riví l lp::>oduclnsesdom•nantes.
e-.,.
S.rodrai.Lodon,..,..
:':!r: ~f.:,~;,c;:~,!I:~~~It~~:,: ::,',~;~
ob1ençlo do r!lmllbttlm<niO piobbco do
ObOIISIRYI pi'Dtl&io C I
h.110 ~C, -m, K< ra:onhtcido ..,aalme!l~,ltf - ·
IOdo oorte<kfttilidadesebl: ndlcios,oomo ocorrry.., <le$o"CCIt.
rodo l rll>k>LoureDÇO,oa'iado<OoCar ~'l""fe~de iiA..._
sio ,..~ Ten:e~ra daPtn, to!ncii(SioFrancitcO<kA<"'I·do
AITli.ll do TeJuco, nio opm u uma ve<Jadeira Mtarlll de tródtiO:(
patt. poder e.~ttu - n m.o1o1 -.o..irol
e r~UDCG ... ""-
-WDW...d<lotcna .. ..,....,doparoah .. t.omrnar eallrpn>-
lepdodu~qiiCIC U... 1110viam 10
S..alotc:.oiooladD. E.u:ma iiOC>cd. . .•..taclo~

5:-=:~=i~~:~:!E
':,"
~ 10""'~:! 0o 0~=~~~=::. n~:10dc0~~ ~~
~~.:.:•!.c:=:--~~::~u=ardoll::
::~;;.:a::-~·~~~~~~
fJooiall,llproa.rou.donrtoordcDJrcm:•ru.dcl.upo.rticipudo
"'"U><D'" • f'l" n quaiS dt.un•VJ. p1Pdn wmas !lt! dtn!retro 1
lilulodeoo..;oa. htalumofonnadeini<J"Çioquedcmorutro
, _....,dod• que t~>·eram "'l'""la bo<neas de oonoobdo mr~ ou
•ll•ar•.....,.•"'l""><õ""""hicnorquiaoodaloa........ llmr~OOII
....,. A ... ••"T"'fiÇio""' ~tos doaunt<'l. em parw
~""'l'~ud<•n'ol'virnmtocàdcmonotroç<lapúbli<ado
::.~h1oooid&J<, k ~"" u llr<kll11tr«il'lll fDUJII ....,Wariait,...

Ri,·a G"'""''"n.rom;ndDJ"•robjrtOitoc:t~ldcdo Riodc

ú--·
JlMOroiiD<><...-.dol""rioJ<> ··•l~tol.arma.~q,..
... ...._.,, ,.. ,_,.,..._ _ /f1W•<Ii>• -
" - -.. ...u,._... ,.. .......... ----- ,, _ _
• --r,......,,_,..
::':í::"'"" ,.,..fM - " ' -
'"'"'"'"''·o~~·~~ .. ~,........ ,_,~

~~~:I::1::,•~~~:~r:~:~a.!~~~
....... _.,.._ ....... *o.-...... -.-.
Ali"'C1101--0fLIIIttlo.'OIIUadoJ..,

:E:...!S::r7~~...=.;~.:
1">•~kr.-ommi•I••.....U...••r..U.t,..,.t1•-""'>.,.SSJI•

•.., . . .s.-.. ..
"""" ..... - - - . . . d.....W ... _ , _ , . . , _ -
_.,..,,.,.~,._..-n _.,.s..- u.t~Wot-

~---:::.:-:.:::::: .;:::=---.--
~12§a:€::~gg
doSioFr_..,..deA.ailomptaentMMop~-

=.~.:aoa:...~:n~~~~~-=~~
~;:::.oc~u:l: ::· !u~~d1 de lflrld<" r oblor!~ qw
---
,_ _...__,.., -...-., ... D,_.
- - "' fiMII"' • f ll' - ,.
r...-. ,.
J-p_,_
• • -._ · - " " " ' ""' .-. , .. ,. ,oM

/1.1,._ ..
.............
_ _ _ _ _ _ .. _.,. , . . , . . _ , , _ t:l ....

......_.,.,. ,__,....
- M... nlooha>iad11pota. Amobibdode .,.,.ol. no-, .."ll-
.,..U•Idwode"'"mesaonJrUpoto<i.ll. P 1ro~ldtn1ilin.r<lol ..
. _ ouboi.onh•·-. hlo que H "'I'OfW oo ••wno no qllldn>-
~Uponpoctrndarr<OUIUo<Jostotiad.<lorQ.n .dao. E.m1<<nr~
daO<><iedadr.......-..tora.aW~<~I< podopc-rdef apc-R:CJ)I"Ioodo.,.
llliMo,orl ......... de-.&oforllllauiora.. comoruiormo
II<J.lbrl>dadtdfflvadadaprccoulltbaiuzaçlooeda -.otlllda-

~~~~r:..~~2.1:=:i~7:E
;: . . . . . . 6> Dilato deY<~:~ =~a
- - · ......... Stjl
ll'lndei!IMU n<IJ>I
:::.=.-~~:==q::c.~~.:

.. ... -..........,_ .
.... O. J.oot L11u de M""""'" A~ror><be& de CMid<~ H•-<> ~

...._.
~......,__....o,.....modaCapi--.c-...>U .... rqunm~Q~
do<>•oianaDOS.noe,...,..U'O..,c..&o_,, ... (~.,.
.....___ _
6t........ ~.,..- • ..-.~ .......... ~-,.,.._

.... ,_..-.,,., fui,


_.._,.,..>~.,.,,., .,w,,..,_"'"'""!"""
1.>14WN! .....,..., ~"""' <ÚMI ... -
,lo<•-
_., __ *'>,_•••-·.. ,_.,-._,. ,..._ ~-·

"'""•"'"",.-"'.-"'""'"'~-A·- w.,,..r,dl<;,
:';.!~ ;..;,::::•IP.•. '"'"""_,.
o~l>w r o ""'IJpo...,.,

... P•r> u ""''"· rm \hn~•

".:.::
(;c.,ns. M portao da .....,lolade OD<>al
"""'."""'"'""'""'"'«l..,·ollr>cnrtfiO<bAdao.. Ao <OnL,.no,ba<tl
~a::""-: :,[;:":~~.::t!·:: =~

~ ~~~~~~;~~~
::;.•:r~',~utlb1idao pel&$1ua•mullo•rt•l
UIJ~~det:.;*.:.;.,;;.,.:=~~;RÕd~·=
-
::::· :S~ro~•=::,: b= :.~·~..;•
traço pi'I\IMIII&rde l vtni<l {por quc do dt""l ~~~­
~manual por ~leeonlol<krado •"IIA!Itt e~ E i
'::::.
ptlltlltlolrlbilho lnC$IIIillquc ohbcrw,~ncco•
obter JlaiUS c awm<kr IOa.ll~~~mte P•11 o -
La10, ptoe\11'011
ltllneo ro,nunc&!dePiuiadoinsistJr qu•acom~.aW...
dadc, 1 du truo e o fn>o ..,mo cstthro do mul•to t '!"< • •
1 upbn r nW IIÓ 1 rique>.a aru;nca da rtgi..,, _ , IUibt11 t
ptC«<tt de cin:ulaçioaocen'-ionalqueoevcnhconoqucla......,..
=~~=:~s\1, q..ebrl!ldo a rfa;ida. hitri J<jlltJ dc ni!IIOI..,...
Pomo. a1 oponunH:IAiin ooci.IIS 'I"" entAo N: _.,.,,..,., pon t
lllulatolfiMIIIitiram-lhe a fabaocnoaçiode quctlepoo;lma_..
de1141..,,atrl'ládacooqlb!!lta de~ OOXJ.Ut ..........
>; iopcfUbeuqlleWlpllp<I QrPIIizldolbn: OUfocho .. poRIII
OUIIO do-«> tom- Ucl"fivoo Cfl ltrial C
.,;_,.de ..... ualizaçk> da força meshça cn o
'I'"'
de__..,-
ID . . -

1 ter :s"::"~"'..;:"r.:.:::::-~
m...upul..-livn11'0<'1"tcsa& pooio;lo.,
tal iXMftOtcllle ... ..-
• uulita<-M «
=aDJoi<> \.cmH<kKIClllbrodcl72~.naqualw-

?I~~;~t~rÊi~~§l~d~~éjE
..
~;;:-.,.~;::.':::./i:::.:.::"""''" "~,;.,'"'"''-*-
E-po:,..lc.,.,,·..,.roram~<:<naolran<f<>~>rm <k.:rth>,m
o do>..,., bem 'I"" Po oenh.om oido n,.,~
..,.Unto_~-,..
...,. '~"'I"'J..., '~""Pf'"am 1 lftlmçin do ~:oloru:udor <k lftli'OI
~ • dt ctp~ammur a 1'<-mdo _...1 do mulal"- Em "'"LL.
.,.,. &hmwa.-ro.:ifi..~.udcdo,._rnir>eiroooq ... rnpoila
• "'""""" lk ~m ampk• ~....-" p..ra o~.., a......,oi<>nal ~
~~~~~~~~ C.•ni"OO. """' ..., p<><lc l•mb<m o:kour de rn"'l•~• q,..
: .
~,:;::,,~;,:";:•;,~~~:l~~~~,;-, ~ima do ludo, ronor<>l)da, 'I""
w. .k''!"'l::;~dr~~~,;~~~~"~,··~~~:·:~~n~~ •;;:, •:•:~~C:
..,_...,.:J,LI.odo_ ~. "'""'· ''"'"'"' J>lll """""''""'" "''ni...U..r

~=i~~~~:~~~~=~·~~-~:=..=.:~:
r'""'na•
CWI U>OIIIII de Ol'pllll311"'"''"\"'" FUlloÇ>..... < 1'11\Ó<>
....,u,.uonooloramolctJ>·amc:no<<l<rc~d..>op<ll>>r~ <""
1a0 dtla• E•Uo ..;., IÔ<> ma" OmJ'l>fllnlo< quando Wp<n;ot>o qvo
ftpr~Ur;unprr.,lopa.to..>«.:ut,,.dohl>erdl<ku• \ l ona.(i«~"
'fili>.O.Ith<rda<le-n.\oapona>'"'"""''Ja;,.,ai•lloquci>"'·'"
Wllllllda ~ .... .,..nloOO, •• ~"'""'"'· ""'l"""'"'"di,.dualodadn."'
.. ol..-om, 1r011sknndo l'lr.l u ••~<~<i:..,~'l« lcop• a ""l""'.. h·h~..S.
d<>olarp<>tc-la.,~clarpmoc-o;O.>o:hnl<rl..,.doar..,..,,..,..,.l,,
• ..,_,.p..,.o.,uJmc:nl<.r<'•<lll."""anulao;.ioOdoondnul"".......,
do deltrQio...,., 1 cnaçjo deu""' «oro~,_. lnl~- Á> iraMc!A-
dneoubeolo.-çoooprntop> ..... <b>e.--..,......to"' P""""· 1.:1
...... ..,..,rO<oolortakcimtrooudo'""'__,."lfiiP"'-Emt>...-.pr,.._
"'ladn10<1&lmc:nle... ormo1Ml..J<•f.,rom1"'-WI">I""tndnl""'1"
llc\\ltl d&pr<uu pc>huca. 0c-u.a f<>•ma. II><MoloO<JClaldniiN·
:...dc\!r~:oc~;.u•~~~ ~~ ~=!::
=~;;~:?~':?~:~ :-:
O C$11lUl0 da doa>l~io. AILis, <11 D1nm0 --"'o .....
sem a!Morvtdu poelol ~ dtillllC da aullldt fdra!Wdoo.._
roo a du t foKC l lliOOillpt:!cnoa c desco>llltr<<- <Se-. ..
ne,-~ Ocupllldo ca~ espaços., os mul~tt" acaba,. . fiO! •-.
ptriOIÍ>Iem.l c por ocr um fator de Sl.la nWIIII<on1io.
PolllJUo. oc, poeraole o E>tado.no n<>d )Uiall«>·lll1llt;Qaul.
u innal\lladet de brar><oo, do: mulatoo c do: nc~"'f,,..
1onln,nopllno10C11len•equ>'ll<nciotnc•i•uu.Etllnii 6-
IIICIIPOqllllocdc••m ontender11 ~rmand...!oli..-J"'Qio•
ucend.Q tOCill Peloq...,.., d,_. a !peja. nltóllo;.odoo .,_..
00.. ._.., kknuficou com o dominador bfanço. c.- !IIIC

~~s~~r~~~~~:ot
::::::.r::::::":w
~~ ___,,_ ...
~.~ ~'1:.,::.:!.~- .. o .....
OJçoafhl.-~uttnJo'leJIIO•nkrwr•esuooclc<lod< olonal,
.ilrülutUIICofiJnllesr;f&Yif4&,ef...... OIIt"o'>Ul>ri&. lmp LptQI
-cst•bilodadtdl...,t( do <l<lm•na.,-AQ seah"tial e d• co•«iu<~tc
:.aldldodetlmtosednues. COIIIGU!Icl fl<l<eoo..,F.,.

"'"' "' "" 'f'• "" • il<ltW ~~~~~~...,...,,.,.......,r ..


:'F" ":~:,: :,..~."}:;:-; ~'.::.:=;~~:.=::: .:
=-.t.. ?~~"'h":.:7.~w'~

r.~~~ ~~:=f.(~~~=~
'·••na»tc .,.. w a nsc~...,>frolf'l{put ot:..w;.,..
1111.w;k> eoop<.:•I•Q J• ('op '"""'da
~liaao Unms, al1u,... ~
dfr~de•,.terfal~• t: <lda~••~••lralade"""'
<.pio ond< 1 pof>~!l<> br:ul<.,, ornbora --~~ na ,........
- - · AlwaOSO<>.IIda,a~fnilll&io oprnw•a. Por
io&o111n1110, n<l&a>no;<'>n<kwndoc •ooltDcia. ..,.;~em,......,_
..,. lonm p<I'IIW!a1t.., polo ~"" .., IC "'" própnl ~tcrablro do
~ ... Por ,_,~a\.telri>pokp_ pO:..,...O!I
- . •elu p<la .. ,..,,..,.do.
b.......,.. o quo, om tdu"'" on~

á&~?~;.g~t~
dildo do problema. Ou>& ele
!~~j~~
q~·
""""'~··
'.""''____
d~.,,,.,..
,.,.. -· ,-1-•",,," ,.,.~.,
""'""'""'·. • ., U' ...... ""' ........" - . - -
IJ<Y. ..... """'"' ........ -~...... . _ . ,..
...,..''"""f"
,..._, rlarr•...ú
'""""'""*' .,._,,....._
,._..,. __
,...,,__,,_u,...
"'*A,_...,...,..,.- ,_,..,... .. __ ú - . < -
~n·m"""'•_...,.
\~ ,.,.(;,.._
•H-.a•T•,....,.., .. s.~,_... ......., ... ~,,......
"""'''~rn•••rlpm~drl<lt""•.lo-l#.uolt.d<-•

tw-·- . . J.,-- ,. .........


Buui/.[q,..md•..isi..rdqu•d<•J•"f•I"",.,Jt • k l • -


"" dt....,..d•"' 0« poà. pt<>ll>l< ti~"""- do t...- -
.. ,..._. ....,._.,_.....,q>o<!"-P<>G""""'-
·~"· .~ ,;oo~. .
~~-----------------

~~i~~j~~~f.;~
fomatdortaçõndo$cscra•""•domina.;iownbonal,e~,_.

~.;;•c:::l~~~·l:a: ~:~ ~~=~en::.~= ~~·::


~""''"""'roloma.llnotrumt'llto5ingulor.rnsal•• ....
'""' ~"'· aua•« dele. rr.,.;ura•o·K alftluar e mmuainr outra•
,._.,de .:oml"l<11l!le11" d"·erplel usumidu pelos Dt&TOf (de
"''""''" m•" o.orcmada), <-omo "'J;un, por e•empl<>, M lupa, 111
...bel.on.<» ...-.J~IOII Jo """h<"'" e OI JUio:odioa. Enfrm, imple-
ID<ll<>f 1aJNo contoJ~ c IOOIII<><llllc~l do>$ DqJOt U pnilicu e
""...,.,..,..., "'~"""' d,,. l>ron,...,. "'""" conuap<>rllo b marnf.,._
'"'UsdecorotoruJrOI <>UieJI,
::;:;n;:.";:',~ d~ ......... .,, _ _ U ~ <YMII/.,.

=~u ... pala..,a>.onular ele. a •omadade<>DfttCi<nrilbori-


E:toparen1earnte..ç6odaO.>roadoccndiLUtapopalaçio
.,..,.. ....... ptrleita~r.-ral<l<Ul.Oimportln tee"'laur
"""'llle<>nqro-m<laswa odcoo de~~· n:b&~iocnstien
-•••>~•p•wrlepadalk.;oouolo;qrcreiu,ok><;:alde rarpaç"':

:'Z'::.='·s';,:":,~..,:...,-:·~~..!::,~!",;, N o -
=~~~=1~~~:.:;:::::..:

ª~~~~~~~~~:1~~~!:
paue apm .. IM) Mgro. T1mbo!m o mulato fot .;oorudo prio lilo
- . 1tn>fl do m:uno h tnnalldadci.. O m.:bto, qut, pela . .
propna ~ ~ oritfm, pockna M! o (kmcnto dnnubti~Q~~or

~.no ç-
ecoaleSUdoriUl~ coloni.&IDUoctra,ao ... !Jocotporui!
tflll...ct.dapUSC!UiieiDduir comorMUum(ICf!'le'llllldollill<u
e UilllACOI'I\rad;çio. ~al( comoi1D6cumodo: (•
triÇio datlldt'id.Wtdade Para o mulato. ao mnmo ler!IJioq~~ot
Vi'iculo de ucensio ..x:ial, 1 irnw~dade foi lambem - e, para-
donlmcnte - innrumento de ncutral~lo das rontlldtlôn do
lill(m... Aderindo ' ' irmand1des, o mulato cedeu 1 tln KUS dlfao
""·' \'01\tldes eoquanto_IDdt>iduo, flOl'lÓO dt lado uma C\'ttH\Ial
~wiolmtaepoliue&loOIIl>l(m.ICieKOrll<,><bndoi\OmbrJ
ellllelillaota.iflftal1dMiea.num.lmiopeopçklpdo
IDCMLA~N~~Uit
!...:==- - - - - -
:'~u": ~:~~~:.in~b~:n~a~i~i~!~~;:u de r•ações violentas. Como

;;:~~i:ii~:lfi~i~;Ir;:~;\?,If.~~
~~~~u":ir~~"'::~:.~,::;;,;~" ~".::.'~;:;:;:,::::~ ':~~~:',;"~~=
"wr4•·op6•fimd"O<"'id<lo,IJuHnamrdülodosuas posslbUidad,.
~"""""''" tUml1101ir ""' mai<{Í<:ios ..
-Do ponto de •i<~n ideológico, ''diminuir os malefícios" da
ordern..aa•"OCrato e <<>imularo associacionismo entre os negros.
no fundo, resul'"vacm olicn~-l<lsdasua realcondiçãodce>cravos.
P!lr<>rasruõt•.nncleneodo<negócrosdacompetênciadaMesa
da Consdfncia o Ordem, ~uonto mais cvidon tes se mostravam os
~mamas da fragilidade e da eri.st' do Anrigo Sistema Colonia~
maio! atcm;in era solicitada, pcln Coro•, àquele órgiio, no que
respeita aa tratamento por ela dispcn.ado aos &!!$untos du asso-
ciaç6es leips_
V•jood.'M<Ul«humn•fOclodmaqualid.• .. d"'"larucan-
d•<jdo<amoindi/<r.nço «>ntq<~tat!ot'>'""'"'idotN>toda,<Uê
"PMttJdodtortJtm/nftr/ord'aqM<iiUq"tfiC11VÕQ IJOclas•• dM
da<'<< <xprditn,., "mSO<birtrn porCQIU!<Itad RtaiPr<~<~"
!!F'temeque um efetivo cuntrole sobree'ISII•ronstituiu-se em ro-
q~to bbiro para a sustentoçilo e pennQn~ndn d? Estado Abso-
l uustB ,cujoral.,ond'êrr<,emgrondepane,$ede\l'laà~uçio
cimanurençãode uma impossível ronciliação de antagónrros i~ro­
rcssesdeclassessociaiadi5tíntas. Tornou-nfundamenralcuodar
parn que as innandad.. nãu e•trApolassem sua /uuç~o básica de oe:r
umlocalde-oonvlviosocialenlfeo•seusintcgranrese,quando

5:~:~:~o~~~~~~~ia:;:~~:.~~:~E:~~~~
maior a neceu.idadede um controle dela• pelo Estado. C<lntudo.
OlconnioOientreasirmandadesem<eusepnogosresultonuJO$empre
174 . . IIM.,.CWIO NA IO(CIEDADO IX•A•IJt• >lll<lll.<

~~~~~~
=•=
:e~
NallliliNdoanuo ~.dc imcdiato,Ct>II\UI_a....,.

~~:·~=;ad~•~u,:;~,.:.'::.:r:
cl~si\'111Lent~ int~rli.SOCLo~ •o- Ne"~ q~ro. """ ntio ~
<IOI OLL pl<:iiOidasLnaanda<lesa>lllaulori<Ltdn. <:~merdip..,
- . o den>. - . anmaplas""'OS. com mu.....,., '"""' , . _
roJohcrdciroodeLnnloiMOr101,..-mfalarnaquclese...,.a
oodlliciosenuam em deman da judL<Li l com ..eu• própnMot...._.
O q~~e r.... evidenciado, dem fonna, ~ o car.lite-r '""e rallnca~ ~
..... bas IMOtiaç6eJ.
TL>dolttaa<:L'llrqoe a:seespLOIOdeta.~~nd"la nklerll~
-.do. Ao a)fltrtno, ele apar«e nilidllmenle m<n<ionado 110
nN(IWrepac..l&l duitmandlldel. 001110 fiO .:aJO da deSM)M"""'
• ...--.clalnpaaia Lk ~~~- Sa~Jton da Conce~Çio doi c .....
p,c.joc:o.,r-;.a.--eapot<Lioll ,esupllla••"'..nu
..
.._-- ~---------

~fg~J~t:~~}!J~;~~~~~~i1~
Al<!mdomais,hiqueseobservaruunbl!mosgastosdaiorigj-
nodos. rdertntcs às de•pesas com~ invnriave!mente longa duração
d(lllpleito<. Por outro lado, essas considerações niiDdevem obnu-
bllarofatodequo, em"'"" <ociedade oscrnvista como a presente,
odksputaemtomod3pr..-cedi'ncia nasprocis.sõesenassDlenidndc$
publi cas as<um in _ e~pccoal rci<l·:in~ia no que mpeita, panicular-
...,.,., ao presligto s.octal e à pn:servação de privi légios. Afinal,
não5<p00ecsquocor que. apesar dc focuhare fnvor~era p>rtid­
~.;odewdo•o•segmontos.aciois,asprociosÕe'lmantin bamacesa
oconfig uroda ahicrar<tu"aç:ooinerenteàordemescravocrata, Pnt
óltin>O, mas nio menos imponanto, nilo se desprolJilll tnmbl!m as
p<rmano nteo rlValidndes entre freguesia~ de uma mesma localidade
No fundo, esse espirito de competição deu orige m à <difiooçâode
nujostosos templos e alt>reo. Porém, mesmo nessas questiles de
cido<kirm3Jldadesoquesedisputa''" orao prestigi o mdnl. Por
conseguinte, tais conflitos tinh"m Yma <:Oflotaçãovlsi •.,.lmentepacl-
fioa. No limite, pode-se falar em "atrição in ter.stumental", eonsi·
derando apre Ya lênciadeumesnun entosobreooutro; e , p~lear,
neste caso, nlio signific3va eliminaçiio ou excl usfto do riv•l. Por

:a0m;;:~~~~":~o;n~::0er~i~â~~rvj~~~~lo.:::'1~r~0~1,"~~"!~:
t3nto, colocar em risco o sistema colonial, na medida rm q"" a
eJtteriorizaçãodosconfl itossefa>.ia deformoplonantento•u.,ortlivel
e rompativel com a pre1e rvação dosrawsquo

~~e~~~~~~-l~~~."·";~;~~;i~~~;.::se~~!i~a~GE~~~~~o~a~::~:
-~~:~:: s?.~~;:d~~E!~·~~~~:.;,~o~~~~:~~~
§~]I~~~T~~= :~ .~
bvUno-f...-alt<ta K ll!'llnva. Ao novel d~1 , ·m
~ 1 ocasólo nn 'I"" K orp!litu- n orjc-o
ca(\of de que novos grupo$ sodai! de'lponta~ •. !!l
YUII. Como j. K <.II~'IC IK>UtUI pvl~. "ta
dasi~jumamuse.pctfntcn,J,o,dulnDa '
5.cnmt-nto,emrontBp<>nWIOnore...:imento d
AHim.&f~Uk-KMI IIUfrndo~l"•rito<k lu ta, cr
riordottgn~pameruosd<lqiiCfora<kln.O• atQO~
- 111bdg <11>11' ao dil:plltn w d:ovam, quaoe 11<111p rnrr~ U10<11-
ç611cll-..olllftmlctaf...,tc><üloueonrccruf'O!od'I~DI'OII
~(umaordcmtcn:eiraconlrl uulral.clnpolumtrt
....-e~toaatlen'ocntrecla•sad.l>hnW Pao-
_..._CIII plllu. 1111YOI~ irmato<Udcs ,,..n., t~ nkru tn""''a
~o ... CIIbt.....W, o;nmoofc• ElmerBarbosa.tqoo,
No momento de finalizar, \'Oltam à baila imimeras i11quie1.1~

.
r~J:.~~::~:~ ·~~~:~"::~~~:~~~:;~E~~o*r:~;~~~~€~
0 rorlb<>r stj• tentar cnn~tlior ~lp~mus ilações e inferências com um
rontinuo que•tionomento: em lugar de simplesmente colocar um
d.. focho parn esle trõball1c>. fnzer dele também ponto de partida
ra111ootroo: concluir e. no mo•mo tempo. sugerir ricO$ veios J>Mll
fu rurnsp•squisas
_Pode·st iniciarf'Ordizer. ainda uma \el, q~ as irmandades
nünen·ns colo~'"'' surguam _como instttuiçiks nas gunis as pessoas
bu§Cll•·amapotomútuoesohdariodado_ Emseusprimórdi<><. diante
de umn reahdode nuturalmeme insit\vel e insegura, elas serviram
romopontode apoio tanto paro os indi•·iduos, ccmopnraos aglo-
merad?' urbanos que se rormavam. Num momento em que o E.o-
tadontndnniloserizernpresente,foinointeriordessasassociações
que o habitante da região mincrndora enconuou ajuda espiritual
ctnn!rrial. Mc:;m o qunndco Estndose implantou~•• con$Oii~u,
~~-~!"perderam a 5111 runçio social. Pelo contrlirio, 5Clldihca-

N~ perspectiva, então,~ que se eontprcende" pro~;rc,...ção


dos!empl0$religiososnas Min :>SGera.isstteoen!Utas,es!)e""lmente

:a~~a.: t;: ~~a~~~: 1a:t;i~s ~~~ ~;u~~ d;d;~~=b~•~::

~~~
ê~1§~~~~:;~I~~I.~ª
!:!~'=~·~.~"'J:::',,:~d~~~ ~:~~ =~
~.~rnq ... alc!seo"ocoa•ailculturalonl
Por ""'ro laOO, ptlde·te llonnM que a poli1ra rntnr.va e
:!":::bt~ ~::~b:~ ;:.i~~-~~:~· ~ f~:=, "C:r~!::; .. ..
~O.•en.~,..nteOOoo:orndonnlitunl.alrte rr.liJi.ctl.apro­
durOdl em \lon•• (jrr•i'- a•••m rumo a muwca .acra, r.~ de~
lolbohd.>dodeln,~:M Po.uçarnente<eda.conb<>cerrod..,.ãoarti tiao
tiiiiiiiCII de reli~<"'-" "-'CUIOJ"SOU re~ulam
lmponantc no!,., OJnda, q..c tal car..o~en•h<l n4o.., Cfl<>tl
-opluoo;ulhonl Vai além ll.rpr,.,ulc onbretudo no pl.moda loO-
titdl<lc. nl me.Joda em que aque!<'< artott.. e mu•iol". ptLI MA
~!'.,;!",~~~~~~;'d! ::::~~;~=.~~~-•• ~rmandl·
-~~:.s:"-~~=·o;.r·:·:.:~~~~c:;,~_..,N::
::10~~::.:~·:"~::: ~:~:':..7-''~,.~"':'.~~"!t:
llllnriru e seus procla mado< modelo. mctropohtooos. Emb<>nl se
tonham uoinaladote!Mihano;unoproceuodctwJimoenoo,njollí
._.negar que • • diltll'nçat toso se fi>cram nonr; por cnmplo,

=~ :.,"';. ':I:on~-:';!'~,~~:~::~u.~.,;;:
lundlmcntalmentc • inoco1Uv& ""&"- Enq1,1.1n10 aqudn."" ....,..,..
:;:et~ocu~ ~;::::~::,:"::cV:~.1~:::.h:a~t~ 1~~:~

~~~2.1
~~~~-::.:=~~~-:-:::
...
ca l arqa•rapooo<~o.....,_ S....~.,.....,.,...
...... n . . ~paralle!NtncparaCDIIn•<II<U-
Por~razôcJ.Iop;lte\'tljiOC I\1UIII<ildo oi-.~

~.=a~!:~,~~r.:,.~~~~~~~·~~~~~~-:'!"':
..sim,"io:)fa\1011-~IOS pol'lUpeoell . . . . . . .
~o"pniJD"que -.aU~~a~~Ç<'>n ~••
....S.doC.....,~tc ... - ........ _ ........
·-u.;aor""""-..."" periodo•'f"" mm-
n~~~~uidtiadc...,_,....,..;odo P"PP'r~ ,__EIIOO
(IIIIDOO-pciOiquaiiUUIQ~IIIoC'If"!">bi>I'IH~

:..~~:·:.:.:~~ ~<i·.::..:.u.:.~·i.I"'.:::X.._...!:::
..,.....,,..,icinueq.w.q......SOolmptnoPunupit .. A..._
ocdcofoz. do O< ..-t.atoU Hnhu"'" to~~lnbw.;»dou .. .s.. ..-
41dco pa~:~.o-cloeon10.S..oudofirc..,.dc...ad&l po
""" o BnoW _ , _ Mil <iouaçlo .....,,.,, ...,. por lloo •
pode . . .lU que·~ tenha"' lut>C:io<I.OO- ·oon-U..-..Ioo •
<hooooo" temia Mani111w) de Mtlo c Ca>lro. c- d<llll. ao
I do!01te111>
Ellm'UMO- (:OIIIradll<mlm<'n~ • .., p<rn~~hr e "'ci!ar catas pri-
ac.-tet.p.ulfli<-IIOiftlniordao..,...,.,..set. .. bnDC'OIODD-
...... plfll'f"CdaJK~IIIutll •eiCIIJodopl'ftl!r\'~lo
.... ori&j!WtlllAIUieslJ(llnCIII1Urol1afncaJia"a.oo ~

===-~:.::.~ '!~am:-.!.":::"!b~
,.,.,pe~o--.W..ouu~>~nmpoaéle PfS!.!UWidmlroditclllá-
"'"<l<o"'nabolbo.odo--~cocloea;>iritodo
<OOIIp<IIÇio<nvabdldee""'enleenlfee<NienUdadtt
hooftllJid<Ho< <I fk!OCIOIO, podet·-11 dw:r qi>C. 0111 IIIOmftiiO
oiJIIIII oJa pd<IUIN eml"ricl ln.U a abo. o lommto I cbo<ónlil
.. M~V"""'rou~teaa•·ariadaeatuon lea.;i<>doo
oodabduoOIIMli<>O \oC<'Il)UtaÇj,odel789nJootcOimUI""'
.s.. .....nd..sn \Mmpto.~.dapunhalaii'JO"&SU.OO<·
p,ica.-.ubdWr, .....um~indo.,mullantame~~lc-comoe•p.......,
loiDico-aur<km poli: ..·a """''""''"nubdeadalUIC..,...,
-lqii>IIUI!wn-otliltn'!foç-.... ~O-IMio;>.pode-te depi'Mfl­
....... loOD<-doJI<fiO<loc'OI><UOI,Qifii>Ond~Jiinio al<n
.._ mi<Jni1Dt11le ooo moa.-s e-.......,. d o - ....,;ados
.... ~'""""<u;>noduPcrdtromprc<tiP:,cllccaoram
ApaM do tudo, nio bi. romo aqar o foto do q~. ospe<i&J-

:"';.Io:~·~~=-~nis--~':;. ~~
~~.po<uemplo,a•k>J••maç6ni.:u. E~,..l
AlpOI''!"".,...ulli.,...nJoofmraraübwor... daoi.....,_..No
......... ·~ IUihaJq tNdo. deotto.,.•ldo ......... ...,.
s:: =~ ~ :-::;~-;.::;,~~:;:·;:,:::=
.......,ICmtrea~··c~;t'I'Ofa"dapopuloçiom">e""""
'<Qdodookuln,ocur.aaacmdenteaaor~de"'""'fraoen~~
dodauq~l< -~e o nuobole<;:imnno da IUÇOIUria na C•po·
IMiLEI.te-poniOrtl••lDteq ... r,npolfOO<I!r<IO Uol>alboo.
Ullll.peqiiCIIpi~Mpt.f1Lrefl<1iToobnllldc>"'i"'lo'!"'­
..ano~.-·lf1'rlut.l. ... l<''~ac:iodeque. ... «rt(Jque•.t.rUI

~e~F-:i:~=~~

.it
j
-
ANEXOS
-·--·---~-·-
, _ ,.......... ol.\ ..............1 ~
r;.,... S.nbom OQ R.,..;roo

.o.lm•• < Slo ~ h,...,l < .o.lm..


" """.Xn horo.bs 'l o<<l•
r<o--;S.uhoro""'""''"<'"
S>o l· mnd><oJ,,., ,.,.

10 Sio(-oloeSWGoo,olo{.;>«i>
N..., S.nhOT•do a .,. Mol1o
NomS.nhorn U,.I)O<"
N O>., S. n h or.~ <lu Co; m O

~' *
S<n' - lklml .,...<le ~' "'"'""­
S.noo C.u de M" <ri<.!tdl"
i<O>,. S<nhl><>do Pilor
SioH'"''dloo

~I S..nlo ~fitt'nia
21 Siof.~o<Senboro<lull-
lJ S<ni>Dr.SOiloofim
U "'"'"' S.nhoro Uo.o.mporo
H N<><-'> S.nhl><o Uo1"<t<;O
16 N.,.,.S. nht>nldo llomSo..-.,..,
21 N0010S.n-..d.GI<Irio
11 N0010S<ahond<S~ri
l~ S.n10 Qult&i>.

Jl i<OoHOH<i..:oOoP"Ji o
..
.....
1% c-~~·~ f.Jcra ... "" "~ StniH>n
Jl S....SottlhondalloooV'"'""'
-.
H
r. .... s...tounodaE•PK!açiodoi'-
N..u S...hora ela I'W<Io.k
I
~ t'IOSM Smborl ~~ l'lmfr~.oçf,o
)1

~
N.-oS.MorodoS>u<k
' """'St"Mn<kG....tai"P<
" """"Stnloondol»n"nc.,•to
:-.... s..-...to~I<OftWTB!c
..
·~

•1 "'"""" s.Mon Màt do& H<>llltftO < Sào>


~'"'"""""do> Clurp•
:I...
41

•1
44
4J
5>:•-::~0f:r:.:.:•
~t.::..Triadodrt e

S...t ....... CO<..;iodrcJ.-


S6o 8c101o
Moria • J...C

1'·- SeMon.""' ....


"" S4oJ... . F Yo . . . lrito O. )(I

..."'
S6o J,......,m
q
... ,_
S6ol'edtodo&OO.rp ~

.::I
!il<>\1-hn'of"
'- ~---•n-.-eotlo
.............. u-..- .....
Dl ~'"'"'-'1'1'"''·\1""''
0' C•oMIAd<.l.><ofi<"""""""""S<"h.lto

: ~= ~::: ~ ~: :::;.
1.: "·-S<n"'••·••c"""'"""
:,::"'ÓO
~.: ~::
...... s...~~o<.J.o .........
00 P•!Oo ·~
UI
..~
I O.JO
~=::::!.'""'"'
1<.--·.s..Do<.. .,,
I(
l'o-..Sodoo<o.S..\Iffl«
l-<*0->do(....J.o!op<
N-s...t-odot-uorl
..
0,61
~

n """"'SoMo<• <lc>Ampor<> Ml
1• N-So~hon<lc>_Su<....,
Uj

~ êê:~~~~~~
0.10

·~
I

I~ ==~z::~.~
...
~~·
fUI

I:: §~··:··-··-
r ......... - c..._
li
"
n
"';!::.,.Trilldo.X< 1'·-S<ntiOia.k,.
"'"M
~c--.s.J.-
I·.·. I ;;
s,.,.......,s..: ••.....,,.,
S..nloAnlilftlo
........ ~ ....
Uu!Wo!ro

,,
Jl
................
!>o<otlc>Noo<~•doRo..atio

...
..
~ ,

)9 ....., .......... "" "·~'·


40 ....,t..,.,..lo.!i;;<>l•""'•lo>lo·"···
.,... ,.-.,F,.n ..h"•
..... ...........
~~I
O)
~
""' '''"*
::::.:CiotrJ<II
::.: ~·=" hrm
.."'
.,
<o
--··-·... >.!-.. _
~-l
_ _ ,_
.toO<oo.-ftlll•- " "
... , ... _
..
u•

"itMor<lo_l_ o.tl
T- S._doo,_ 1.•1
UlO.OO
111.\IA,IHI>f.5 COtO-.:TAIS \U''H:IMAS ••.
/por......,olf~.cadcorarotcdclocalidodetJ

tl,Ai-•Sio,\ll~uoi <A I-
AILIIL()( "- lr<~.....U. d< ' · ... Sonhou doCoe«içlo <k
2 A'TO,tO DI,.\. coro·l• de,,,. .. S.nh<,o de !<;ODn! de

J .,.~·~~~<;'~!< ~~·" \I·:·:: ~~.::·=do Piedade do


B<•l'do do>(.•mP<>
4 ~z~~.I:..A J)O Co\\11'0. hc~Ynu> de NOIN Senhora

J. (',.ETf_ lr<JUnU"" '· -~ """"'"""" Bom Sucaoo de


6 ~ \I ,.Mt.OS.Irctn.•d< '"'"" ~nhorodoConc;c•çl.o

7 C'AIIIIO~. htJ• ,.,. de ,_,... '•nhora do Conuio>Jo dot


Campo< <I<><
I. CASA BRA,C'A. Íf<KUKU- dc "'""' Anlhnoo do.
9 ~~l.f_A.O DO \I AlO DI '1110. l<qlo>OIIi.o de r-;_,
I
10 ~o.;;,~~H~S 00 SA8AIIA. trc,...._.. de r-;,_ Seolho-

11. H;RQL'IM lr<Jll<lia de Bom l...._.. do Mon«


I! =~Ada00 ('A\11' 11 0 '0\'0. !t.,...,... de ... _

U ~~~:.~IRAlo;GA, fr<Juaia de'"""" S.nllon da Con-~

:;. ::~~~~.;"A~.!.~:':==~oo~ ~:;-:::;:


~~- ITATIAIA. fr~ de San~o~t Ao~.:-> <11
17. M"-IUANA. Sol de
11. OLIIO 81l"'C0, fto,_a de"""'""-"";""' 4<1

: ~~~~~;=~~:.::.~:::: I
~~- :~~:Et.:=E.~~!
2<1 : ; !IIA'DI h- do s-e> - · - "" -
2! ~;;!"dcBAitM.ItA. fn:,_;a ck S... .......... 61 L

26. S"%!~!.0~ 1 ~ ~~~~~"" MOII!F.S, <lJidallo


n SAO CAE.T.... :--0. I n : - ck
2• !!~JOAO a ...TIS!" 00 MolllO C.R'.'I>E ,.._

2<1. ~~~.:_oAo 011 U..l. r...,_.. & ....... ~•

30. SAO IOSf. (OEI 11.1"11. f><tun"' <k ~ ...o .....-ok


li SAO MIGLI L Ol I'IR"CIC""'- fr<IU<'io <I<
l! SLMIOOUtO.r...,......ck''*" !.nl~Dn.SOL44no ..
H. TlJI·t·O.a.pot. de: """"'"trtóalo. .SO...,.Wdo ,..
....... d>'><ladol'..,><:rpt

.w ~l:n,!.~"o.~:~ "" '""" Xn~>o<• .-c~


ll VIlA kiC .... rro........ dc !<..-'icnhnrado Polardt
11. c.-. ... Eo<ft•• • ~ ..,_ •,.....
I. SAOJOSt.!DEI Rt:ll. ft<JUC"'dcS....OO ............ ok

u-s..--.'" ... "'""'"


I. "ll"R\JOCA.fr<......,adcNaua~i>c><od&C-look
!.:."t:PEI<DI.frq-"'dc/'o.,...S<ni>c><odoM.-.-r>l<

l ~Alrl.:-:.~.!" ,."'-"'CESA- Ire,-. dc SuiD A ....


, _ _ . ... ..,.-ScrWrn doC-
'
--
• ros<:fiC.W 00 M"lO OE.....-nw.

~:."'""'""·'~ c~cro_.S<tolo«"daC-
''•Illl'()(""...,.....k'.,...~daC_..,.,.
1 n~t.BIR~

._:;.~~d<
'"~tro. h.,.,...... do~"_. Sa>b<M" da
f)O
,.....,..... •""'""

~~:.~~· ',,:;:::.·~~-~==-~=="""
.:nll·'I'O'>ll\h<s<~<>••"'l'i"'"<;cnt.onod•C_,...,u
1: \.~-.IA W~llH\K~ A{\\1 •\ . <•pelo de~'~"""' S<nloO<O
.~.~r.,.,,....,,,,"' '"'""'"d<~•••'omora
~~()l("'f '""'"'"d< nl-·""
" ~~. >~·~:. ' 2U<"
p ,\li\ )li\• Sa ........
a J< ......... S<nhon da c..-;.;"'""
.. -s.r--•'-'~ ........
tV>IAil"-h"",..dc'•"'S<-•do.C-Ioo<k

"--~ ·c-......... dc',_.,._..:-. ...... do.


t. l'fKIO'"'OO-tr
5.~AúlM. eap<lo
!. , ... de ._.,... 5<fihOn P Glol01> 61> Of
toa!ola ,,....-~~cM•"",.a

.... :.-~ ... ........


I 111•TIM.... h ......... do s.omo""""'"'""

I ~~< ...'! ;;llli'-C\PE. ft<cue""


... :.-!>O•""' ... I"o<<~ de l'l_. S<ntoon do

.._. ._!iot_ .. s.;,.t.


tL-"úO"(ill ... l'llE. top<ladci".,...S<->da§aiNio
lr~~dc"oçaG.-k
I ~~~-; 00 C,.. " PO.I._-. 6<
n.:..-s--...,._.,.... , _ . ,.._.

1"-"\)()')frep<t"'"'="-~-·~-1
: ~~~ ~~~ :t~~~· ,.:,::-._• ~ J...t Doi ...
s ~~-~...!:~:'0.:....~ • , __ S<to"'"""" c_..,
11. !lo- s..Mn - . M«<&
1 Al"rONIO PF.:Rt::IRi\, fro..,.W. dt N·- ~ ob
Concc,..lode.
1. ~~~~~;!~I,;ES, capota 11< ISSo Bmlo) r._

.., ...
J CATAS ALTAS.!.-. ....... de -~~ do C-

•. II'<IICIONAOO. I'"J""'" dt ..,.,... Smhora de .... .......


!. ff...DIKA 00 CAMPO, fn"Jtle>l• de ~<l<P l;onW. 4o
BoaV...,emd<
6 MARI,..NA, •are~& de o,;oosa ~· do• Mrrtfl de
! :::~ ~~ d< 1<._. §ttobo<a da (\>n:e>Çio ...

':"':J/BARBARA,I••r-adcS....to i\n•·'- doR-


lO. SAO IIARTOI.OMEU, freJUl>>O de
11. SAOCAETANO,fr<1uaiad<.
U. SAO GO"ÇALO 00 RIO AB,..IXO. .,..w d< 1,.

ll. ~~~~~.·~~~-... de
: ~~::~:: ::~ :·:: ~=~::· I
, _.. <loS..\Iu...,JclolhoPornl>oePcn<
do"'""""""'
r,..._.
I
16. Sl._WI[)()l;lO, cki"<Ma SnWn
11.Tf.J\!CO.ornaolclo--f.._,.;.daVdado l'rioap<
DO PkrNC'II'E. cn.- do Scrlll<><....., ..... . ,

•S.. IoM frqucoia<lo l'"""

0:.':.":
!SII .... U.f~.X-Sn>bondoC.-ooçioclt
JTEJL1CO. .,.,.a.aldo- f,..........doVdodoPrúlc;po

,.. -~----
fr.,.......,.,..Smloon ...
! CMTF ._.S.......clt
! ~~:40 DII UL r._,,_ .X l'oi0001 SeMon do

J7.~~,.•c-
' ~~o Jo,;.o t>t t Rfr ~r..,..... •
~ Tf'JlCO. arra<01 <» lreJU<W do Vda do Pridc,pt
<\li~ RK'A Ir ........ .X..._....., Smlogn, ... Nat .X
11.'-Moo-...u....- .
I S-\0(\IIÁ,O.lrqc........,dt
,.__S....._\1_.....
l :~~M!I ... l)l -·"-"""""""'*'"-
lt..'-~ooloPi._
t.mA'Glt ,,.._....li<,.-........,....,P>Ja,.
! SAO II!IRIOIO\tfl. ,,.._.... <k
J. ~~ _:Ho on RH ,,.,....,. • ~'oi.- Sm""'• ""
•.\IU.Itl('"-f•-de'·__,S<tlhondoP,l&rdoo
! 1. , _ s---. •
11-'rioo
AlTO DACI.LZ.,c.peiadoo S.... Ef,.tfuado-1..,_
::"o~o•R!_- Saoloo<a do c~ do".-.., o..... •
l.IIA.CAIHAl..,....ldo fr...-<kco-n,u..,..
) IAlPf:!'loOt.l.-._...<k!'lo-.~doM-doo
•. IAlBA('E.!'IoA. ff<.-., dr l'oc...a 5<tlll<>n- do l'lcdodc: "--'
BonialloC-po
< lllOTAS.~doo!'lo_.Sftohon<IM I~ de
c........,...ctoc...,....
6. llt..:!llAOO. c.,a. fllioot<k$M~ anw.oldoo-
f..,_<kSl<>.loloDellla
1 ~~~;.::~DL.,._.~-."-"'

:~Eç~;::: :=.: ~~
10 f.~!N~~~';."':~~~~~a.:=·
ll . :i!MRA"CAS,f.....-drl'<-'loftio:>n~C"""--Io

ll ('lUA BRA"'C'" lrrpnoiod<Saaoo" ...... .._


IJ ::T-~~A LTAS.fr••-*'._. .._. ... c....,.
14 COS C(lÇAO DA BA RRA, an~..J d< :-..-. . . . . .
f«J ....... d<SlolokoDtiR<o
~~ = t;_Ao no "''"'ro or:-.TRO_ " · - " ..._
l~ ('0"'1)E DE II"'II"Mf.S. u[l<b ... ,.,. . . . . .
....... d<Sio l•"'< ~a lia m t . p
ll . ( '()lo.GQSHAS UO CA \IPO. fro,...... dr Jo..,..s.-,
... C<>no:co.,-iodr
11 ;.?=~ASOOSABARÁI~dr~"""'~

, ....
"C'l'MRAl.OEI. Rn,fr.._...d< , _
~

:zo.~:_(;A. .......!da
_ . a ...

f<qUCM~~ d<Sio- .. h

11. I UI.QUI M, f....,.U. doe 11om 1..... <lo M MI<


l ~.(;()L·\·I'.A, a<raoo.t do l..,......d.o\'ola do>~

" ~~~"'""'·· r_ . ... :-.- s...~oara ,.. r ..


"""'"'"A.u... • ,.,._.,_....._.,
ãC-Iad<"""'->O... Volo b;.o_
"",~ • A()f'E: JA.c.op<l.o <lci'< ,_. Sombor a <loi'OC<Iockdl>
1- d o C wroiDol l .,
11 l'l"HEIIO. OrTllolllldc I.._..
<lo ~

J """' 'Gl'l.lt...,....d<N.,...Sttlhou <lol'o!at.S.


Jt I'Ol_SOA I TO, I!<PII"'"dc~-· ·C-k>,


~I
~'""'"'·~·,- ~- ~ C-Nh I'
li()IH\PU>llll~.h...,._ d< -~ 4aC-
..
<....,-i<>d.•
•: J:IO 00 1'1 1'1.1 . <>pt\o 6< N"""' XnhDn di> R . - do
h..,......do lnf-.;-
•lliO OOI'll\1 ·•priadtSMo.lo"oc.lolioclo ,..._.,.
<l>\olod.• ""'"''!'<

I
... MIO MA"oll. <•~>rio do _ . - s- ok .lol-
nhoodo r•.,.......,. v.aadi> Prl""'""

::~~~'.:;;.~A·;~.- ......... ~
·~-·--
I •1 SA "TA il'Z IA. ol<• ... d<
do Ro ç a ( ; -

"'::~~.!~·-""'*'"" ,._ ... - -


.., SA I'.,O A ST0>;1()001liODASV(I UAS.!rq-...doo-
~s.\ 08AlTOIOMEt; .t._do

..,.... .., c_
' ' SÃOBaAsDO Sl.'AÇ\,'l._-*

•! SAOCA[TA>;O,I._ ._
, , _ ... c_

H ~'!..J0,\0 llAllST" 00 MORII.O GllANilE- f ......

S' S),() IOAO I>FL lEI. trra-


n SAO .10$2 oi>EL lti;J~ r . _ ok
56. SAO )ol l(;t;l L DI: Pl.ACICAIA.
}7 SAOSEIIl5TlAO.f,.._..._
*
f-.
:: ;;;~;::;~~~~:::
60 TEJUCO........ "" ,.._ • , ... ,.. .......
61 nJR\'0, anoi.al elo 1~ 6o AI ~ II>OQ.
62 ~!!!.:; :...RfNC IPE. frquoo.ia do !« - S..... •
Jl . I \ . - S t - . .. T-
1 SAO JOAO DEL RH lrquaio <1t
2. TEJ UCO .•,,.,.1 do ,,..,...,... do Vrlo olol'rloc,po_
J. VI U. Ill(',o\,fn:lualodof'oi_.Stnhofad&COI!I<:<o<;'odc
u. "'- s.u.. M.. c1w no- • SM ~-,_..,. ._ ra...
t.C"~ÇA.capetada...ndo
:.a.::::-c_...,...,J_M _~...,..s....., .,_

1. VIU\IUCA,fr<luaiodoN.,...Scn,.,.o!loPIIordc
JJ, !Allo"TA CASA m : 1\IISI;:JliClliUXA

l.SABARA
J SAOJOAOOEL REI
~- Vll,A RICA

~- -
L ITAIIRA DO CAMPO. frqueoia *- Smlo<n ..

~~~:E.~ • Sea~ "" c_.. • N.... \


27- ~~
2. IANTA L\aMaA. .._... do s.- Alll6am olo ~
............. "'- Soto~oondolaúr., ··~
..... ...-. c-
~

·-·I
•Nuan!do
....... C'iao
•..
z_ !!'~"!!!:!''ULl:ES. B<t>ro) f~
)CAfASA I TAS.h ........ dcN.,...Senhoo"I.S.C-
~
=~ 'f.."o IX> "'"ro rn:"'rko. lftii'<O'I • s -
< r l llQliM h<~..,... dc lk>m J..... do Monto
iLI'AMArlll"'('"·h~ 1 .....U.dc!".-SellhondoC'-

1.~~~!A
• r11~1x)<; h .... " ... ...,'·"~~... .s. c.-•..-~<~ doi.
• "''''~ 11 /!\ "..,....,~ 11c
10 ~~:./11~11 "-\11\1.~ DO M()llkO (jkANDC. h..-.

11 \li-\~~~"'" . . . . ,., ... ...,. ....... doPobrdc


ri-.,,_
Jl ............. I '<•........ lh- -
1 lll)llllh-\o•l'fi•J•'"'"'"",.hnod.:uloc~horodoo
u.-....._ ..._ .. ,__
R~~~ Ir<~ """'" ho>tu••

:;:''-',~·~.
I _
JJ. _ _ ,....\1~.:~•
_ _ ~~~~~:::."' '><nl""" ... (;1.!<10 ""atro'"'

I Allllt·O(A.Ir<l""''•"'""''""'"'""""'daC'-...-Jo·
l. ANJ()"<IOillo\\ <>r<lo ok "''"'" "'"""'""" Naur'rk
h.,.......<k'Y<>M•oo.od<lo "''"""'....
1 :.AI 1'1 Mll ,,...,..... olor ,.,... , _ . d<r lol. - n -

'IIAiliiAt i "<A.Ir<&»<""ol<'.-"""""""" ' '>«Lr<<<""

;~fil::~·:~.~;,;-;.:·.; ::
• ;::;;:.,~ ,~.;":.:"" ,..,.... "'""'"" ... c""""""" o~oo

.:§"~~::.;:,~E~·.~.~~~~.:::::
11. ~~~~~~DO CA M PO, 1 . _ do ~--....

11. ~~~~ASDO SA KAII Á l rquooo.oii< N.,...s..t...

13. f=~DEL REI. Ir. . . . <I< "'-..._, ... loo.


14 DORES DO PAJ'<TAS O. ,...,._ <1< ' - s..., ._
15 . GOU\"HA, •miai do lrqi>OOio 4o \ •l.o Pnooa,c.
<~<o
16. GUAIIAP I RAt-:GA. Ire.-., d< " ''"" MMo>ta do c ..
ooo;kl d<
17 . I NIICIO...\DO,f,..._dci'--.Sonbon.S.'- •
11 !TAIIRA DO CA MPO. 1 . . _ de , , _ ....._.
bV-do
\,. ITAl'IA IA, f........... de $dto A- . . , d&
:!O. ITAVERA\IA, frt.-dcSoatoAn100•>dc
~: ~A~~~!A~So!F~l'ill. lre1.....a do Sanll ,. d.,

U =R~P.!" R !GASPAR SOARES•. f . - - do

U. Ot: RO IRA"-CO. frqunoo <I< s.u,..., Anlioooo> do


ll . PARAOPEBA. oaprla do """" Smloon do , _ ..
,.......,. ... c,.,,.J
O.! Roi

.....
16.PITANGUI.frt-dcN_Smloon ... P><dad< ck
11. I'OUIO ALTO. , . _ , . <k N..., Stahn da c-

,...._
l. SAO MIGUEl OC PIRACICABA. f~ de.
)9 SL \II OOLIIO.h~dc'-_,.S.nbon.OOMDO!roodo
-10. Tflt:CO.oapda dc Sanlo Ant&ruo, do&r.-o.ialllo fro-
,.-d.oVilllloPm"''P"
41 \ILA 00 PRI:<.CIPE, Ir~ dc NOOSI s..r.bon. do

•2 ::r:111!!Ao.!:r-
C-Jo
<Ir N,_. S.nl\o111 da C~çJ<t
~J nu. kl(/1, Ir<~""'• 11< ,.,.,., 'õetlho.-.. do Ptllr de.

1. tlRQU\1 lr<J"""• dr 11om r..... ooMontc


l. I'I·IC I O';ADO.hrsu"'"'""'"""'Senhooadel'>nt~do
.r. ITA\-111.~\ A lttau<u> <k ""''o Ant6tolo de
• 0
!!O~j:..~l2!il~ ~ I'EQL'I "0. <>p<la de- fro&ueota

!. ::,;~".,.IIARII~IIA . lr<J~><'>t> de S.nro A1116ruo do Jl i-

6 SAO BARTOIO\tll h<J ...... d<


7. SAO Bl' I O 00 TA\III"DLA, fr<JI'O'tl do
8.VIIIIt)Qrlll'01'L frr 1 u,,.,.d•
9. \'liA MIC,O,,htJuo.,_d<"l,_.SenhofadaC""""içl<>dc
10. Vtl.A RICA. fr<1tonoa de ,......, S<nbo<a elo P~u d<

I. ANTO'IO Pl REIRA. r,.....,... de ,...., Sa>l><>n <LI


C~Jode.
l. \\AitiA'-IA. >JI<jod< t<om.aSc-ntK>ratloJI""nt>d<
J "üli:DADL cop<ladci".,....Sellhonda-f.......... d<
c......,..~oa.~~oc...,""
•St.MIOO\;II.O.f~doS_,.S<nh<>follo R .... nodo.

.16.SM-•
J.~,:"',:>F~O.apdadoarfl.lll<k-l~da•l.ao
J7.SMD<.w. e s--<lolloMrlo

~::--;i~ ~:::!!A, I: : . =dedo:.:.,~_, do ll....


J SAO JOÃO OI'L lll': l. fr...,-a de
ll.a.F...-riono·A-
)8_1 . ............ Slo ~-.......... """'
1- ~O! R~..:'~.!'!.: GASPAR SOARES. frcp..
2. SAO JOS! ! [)(L REIJ, fn,_ia d<
38.2. AoqW.011f,.,1 .. elo c ... dio do S.rátko Uo ~ ._ ....
I. ~AETI!. frtpoia 1k Now Smllol• da 11om s.-
2. LAPA, arraial da foo....... de Soboot
3. MARIANA
~- SASARÃ

5. ~~~ ::R8ARA. ,,...,...._ de ~"~ A.a.o..


6. VILA 00 PRfNCIPI!, fnJUCll& da
7. ~~~~~i!!~A.ioc~:~ ~ SAo Joof - fr<111n10 de Noo-
J8J. O......Tfi"UI-dtSio~·....,lotodt lúdo
I. ~:.c~~ MATO DENTII.O, ho...-. do
2. MAaiANA
J_ SAOJOAO DEL REI

-
•- TEIUCO ....... aldt-f~doVoladol'tfDcipo
S. :-:.·~"&:'".de N-. Srnho<. <lo eo-i-
9 Vll.A lUCA. frepeoia de N - Ser1bcn do~
dcAal&uo>DWde
~1. . . ,... ..._.,.,..
1. UOJOSI! !DEL REI).
4l.Sill.lo""'ool•
I~IRA,eopdadc -frervaia dcSI.o>NP*

u ......
I. COSúO~HAS 00 CAMPO, r..,_,. dc N.,... $nlbo>rco
daConce~<;lodo
2 FLRQI,.I.\.t fre(l>t<l&clo llomJ.... clo Mna.e
J_ ~~~k:.rntA'GA. r•• ,....,. de"""" S.nhon dc c-
4 ITA\"l.I!A\'A. Ire,...... de SoniO lulllwuo dc.
J.VILARICA.h<J~dci'>'.,...Sonllonllol'llardc

44. ~ :-:,:,..e::lkl,~
U.SiooS.-&o

~ ~~~~~~~e~~~~'-~=":;:::~:.
l. I'ASSAúi:.M. o;apda dc '""" Soahon <laGio!no dc>ar

4 ~~!~gf"r?dc :;::: s.n~om <~ac-~a<~c


46. ~;::o00 PUXE E IACAR.e. capola llo Ir•..- dc
Sio J""'fOd Reo)

•7. ~;:.;:-:;;;:'.....,., ... ,~ ... .w-

... ~-:..::.7~=.:...:~~~-~-==:~-
z_ CO'Ct:KAO DO MA

;~~~:f~;·,~;;;-~
...
- s.u-- J-•~--c

~::J~~D:-,;~~~0 • ...
4c
I. A I LRl'OCA.h<fUC'I&d.c'<> .a~•oioC~·
s- Ao- k

!1. Sn. . . . ....,..


I ÁGLMCIARAS<[l()\CA\I PO'ioGlRAI'' ...
Robcu..,d.o• r~..,..u.• c ......,.hn<~o(..,...
1- ANT0:-. 10 I'ER D R... _ fr<IIJC'ia do,,,... Sa>bono ...
Conctt<;lo 11<
J. UJLCO. arn.-1 d<> · ho_.,. da\' .la . . ,.., • .,.
,L,_,_ ... _
LI ... RL-\Cf'"'·'.......... .....__Saobor•da~ .......
\ BonSa<ic>C""'po
1. 80\1 OI:~I'AC ilO.o•polo <I< :--Scn""rod.u f,.
- do l'otanpi
J ~:"..':.!'~~ :.RN:ESA. f~ <lo.,_.._
& U.GOA OC)LRAD... _ or.-1 do r. _ ; . <lo l'ladoo.

~: ~~~~:~::: _"o;;:.=:
7, ~ITANGL' I . f~ do N - Scnhon do l'dar 4c.
: ~:':'.!
lln). I
I. U0 Lo\RTOlOIIIElJ. fRJ.,..;a <k.
'· =~DEl-REI. Irquaia<loS-Seooban olo
•uo.a.CDB. W l r•...- ... s.ao6 .....,.._. .._
lL,._,.u:A......,_olo,._. ~d<>Nar olo.
- r.. - - c_.. • , . 111 n - , _ • . . _
,.. 1.....--iflnooPo-,_·-~-
.....,..r.......,-c_.•~-"-•..-­
,..._.~-·-·""...........,...--
~t:<.....,..-C_..c...t-'-•"­
,_,~---·-·- .......--
---
1. ~~-m~ JO Pltii.I!JRA - N""" Srnb<mo da~ ..

~~ fE~r!~~~~.',~'G
l. CA MAI. GOS-N_.S<n~>;>n.cbCCIDOftÇio D-11!1
1.1. N..... Saohorad•o Merdo .... eapelalilW<IIISioo
Bato (Bailo llodril\l<l) - '*U
l.l. 1"-SonlloradoA.mpuo, ..... pdollbaldo Sioo
_ , .........~)-11olll
u. s..o-. .. capo~ot.a.aJ~~osto......,~­
_,_,,~ ~

l.-4. ~ M tpolo.Ahaoll -1137

l. CATAS ALTAS 00 MATO DENTltO - ~ ~

~~c~s!:..;;;~~erdo - 1794
J .Z. "'-Salloono ~_... . . .._,~ .,_ ..

g~;~5~~:~ - \nJ
J.1. ~o_....- 17U

O . (;lJ~I..ANQA---.da~ ·
0. 1. ' - . . . . . . . . . . . . . . _ ,779

:}
u
===~•,un
,..... . . . . . . . . . . . . . _.filiddo SuO>

...__._
o . ~c:..:-....:.~--aocaloMI
......
!i!iE,-:;r_-r:
11 - C - . .. \ -.Itlao(Cf,......,l)
I CACHOEIRA 00 CAio!PO s- Snlbor:t. do Sawt
clr.-171~
I.I.Abrw--115-4
11. r.;_,s.nt.or.clr.:JDoteo-1101
IJ. Suo:~ooomos.a-.....-1116
1. CASA I RAl'CA - s . - A...... elo- nn
1.1. ...-.-lllO

ti ~== =~i7z!
107

l. ~~~1,::0 CAMPO - " " - Scoltl<>r* dr. eo.


l.l - ~- ....... -1151

...
)_;!. ' - ........................ fibal.l'-
~- ..... -11U
n =---=~~-
,._......,...__
a . . ...._,_,,.
1,, filioi•Sio

u . . . ,.,_ ...,
l l . . . . _ . _ , _ • .......__llSI
u . =-~::..-.... ..... a- ...
• ~ABl~;~!)()f"\lPO ,, .. \dll>.'f•o.lo._._._
l t , .... '><nl>..r• J• li• >O\,.,..., 1~7

l ~~3~:~ili:?,.:d"
,_ITAli"IA· ').on"'""""'"'lk
5.1 ,.1 ...... - 17l7
17H
~~ ,_Srnt-aW.I'l«bd< nn
q_ ,_SrnlloradoRm.ifoo -176)
'-'· S.n<,.••mo~uun<niO- t7S6
'- OLII.O BII.A'CO -SonO",.,..._.
112•
6.1.1'-S<nloor•doll.oo'nc>•Slo-
'-1- Sanüwmo....,runtni~-IHl
iJ SloM ...... •A'-• 11JI

lt E.~l~~;.!i,lm
7. SÃO IIAII.TOIOMElJ 1T.:4

~~o..t~·--.uc_..
Hs: e:iEi~~j~:::
I.

gê::~:g:t$~.2!~
1-1-~J~ do T•~ 11J6
1.9. §oMIC-ckM.,...'*""' - t7M

1W~~1~~,iF
. [É;;i.Ç;..~~:;,::.~ - .
m - c- • s - . 1 1Cf.......,9l
I. CONGONH AS DO SA8.'1l A N... $oDbon 6o,.,
"""
1.1. nn Seal>o<•*'loa6no -
N... l71)
l.l. $utal0-l1~
U-~~-171)
1. ~. 5'<> ,....,.. • ..u-- 171)
1- MACAOJAS- l - d o
1. 1- - - - - l oa6no-l16l
). lAI'OS05 - - - - · c -.....
U. Naooos...bon<la~ - 1 711
JJ -$<Gioon-l<Uno-1 71J
H -~--1711

•·
11
~ ~ 1\CINA- 1- .....W0"" J.o> .... V _ ,

·~-~7fol~ ......... ....w ... $1.M&l...


~-~~~':::_,.__ ... ~ ..
,,.......,..___,,..
11 . . . . . . . . . . . . . . . _11,

·~---·-·-
u. .......-_.,,.

ti -~~:ft
u ......,r ... 4<'~'""""'d"
., ....... h.,, ... 1"1'

w.
.......- . , . ............ 1110
6' ~-~·-·~.,Jo<<\•... 1."1
6 lO '!:':-~.':::. ~~':~ .. <~~~· filt.ol "" ....
1. M"'TA 11 71"'- - n:~ ~~~
~-~- ~=,;~;~t" l(<'IWIO 1761\
7.1 .,_,ntol·hrtn.. IIIOl
t ~~~~::.TO~~~ IIM l(OÇ.O. G RANOil 17!~ (I)

ii sf±2~~ff7~·:·:,::'-
·· -c~·c...f (Cf....o10l

'-::ro=:s:;;sf~~~;';t-" •
u. ~ s.c:-"'- ' u '
1.•- saoMo,.....~ - 1751
1.ft~~N~7~c~~~-s.oc-cl<l · 17~
1.1. N-Sen!oO<f<cl<llk>msu.:- !li!
u =:t~"".:=~=""f,~$6-
l1-'..•. s....- s.c:-"' - 'l"
5&Df...... 00<04<Aa'o - Llll
J, C\)~:,~1. [)El..llEI - ~'<~-" So<o)loln do- v.,.- <lo

_____ _,,,,..
J_J_ ..,_ ...

u-~""·""""--110'1
,
t:IIJ<II folloiolo_,..._. ........
clo.......,.. _. fl:IO
,,-~c~o ~ ...,....ro~~o~•-
. _ _ . . _ ........... ... ...._.... 1l~

. :::,:::.=-::r":.::::
J

__ .....- . ._.... ..
s
~::-~
'":1,t' _.
u. ~~...:.;~~~-a:= :..:-
~-3- l'o_.Senh<orada ld orch !1Hl
u. =·~·.,~h.o';!~;ch. 1 ~z""pdofoiloldoSt
a.$. !"_. S<nhora do kooárw> 11107
~6 Santl rfrctn.a 11~0
&.7. 5at>li"'""'...._,•....,nlo IHI
&_I_ 5at>IOAftkinw> !HI

!~0 =~~~~ !..


7
!lOS
$. ~~O : BI·~~~~A t)() MOkRO GRA"OI

H=::7.!C~B' n~7U
6 SAO MIOtA L DO 1'111. A( ICMIA · 17~0
t.i =-~~~ i7S 18tl 110 1 1

t!~ ·;....~ !1S(J

v-c_..,..,.. ,..rriroc-lpo f c t - 111


I ~SC!f!r~:l:ATO ~o - - ~
1-l- -S...IrronrdaC_,çkr - 1761
\.!· ~= t.,"\::. '! ~=-.;.,'~~~..! do S. nlO ,._.
,,_ ~r"'m'1 -t756
16 -....--1711
,_._ ....,.._,_ • .....,..__m,
1.7. Slroh--·--1157

l-

l.l.=.. .......................
~~o: mAUI- .............. l'llar do ~
doi....W

H:=-==---=-~·~
,.tl: .. ...,
Y:l-c-•l~• •""-'cr
!. ~l'rA.., (; l-1
.......
_S......,..<IoNud<
•ll
!11~
1.1 N..... s.nbono<laC.,...<.;Ioo 1761
1l 1'< -Sn.loot><lo~<lar 11<0
u
1•
""·- -..... ~.--!761
~s...-·-1161
., w..r- .... -~.,....., .........
::~ ~~f~~~l1·1
1• :-=..~"" 'tffi"filial<leN"""'Srnloor>

\'11-c-• · - - · t i iCf-lll
1. AIUf;UOCA- - -·C-Jo><le
1.1 - - - - - ...,.,. 111•
::~ r:."t:::ra:~I ~HOOT~doT __
::;~·-::..·.~.........-u!~ --1114

~n[1;~;~F~:~i·~·,, ·-l'll

)IARBACEI'A ~-Scabonclo l'lodad<da-·

n-~~n.~flll
!! ::.:~~-=--~~51
•. CA MPANHA OA J'lt.I!«CESA Sulo A......... <lobo
•. 1. -S<aloorJ,doS.. N <>r1<-li:!O
•2 -Seah<>rado .......... -11100
H--~-1741
· · - .... ·----1816

' ii~~:::-._;; :·CampoA>o


'l Uo N~·.o.t- -anJ

.r~~::::..":=:.~
-·<!ao-. .
1. OO .. F-S 00 PANTANO-- 111•
ao.:.--
1. 1. . . . . . . . 1117
I lafTlPOCA - , _ ........ ,.. C-=-1<> do - 1111

.
1.1. ~-l'rSI
u .......... ~-11~1

,_..,.. ,._ .........


t rfA\IIlAVA-._ ......... _ L?S2

··~a-=--,
...
1.1.:-I'JIM ~
10. ::~·ll~~.!!-~ ..-!~~~~
102- Sitllkn~<•-~•<•1"'1• hhald<Campo lldo-1114
11 i'<OSSA SP•ttOilAD~ (,1 OlllA DOCAMI,HO 1"0\'0
- P~!
11 I Alma• 11~4
ll. OliMO Fl:"-0 11~~

12 I ~~=-"': ~:.::;•;., ~~~t;.J!IIJ_:_ ":a~r·


D. [foo~:.r:;:~ ll:;-;:1:.-..~ do -

g~~= ;;Mflª;:~~1~
; ; ã:::n7
1' 7H

::~ ~nW do~


14.1. Sloolth"""•""""'-1719
10I.~<IooP....,.,noono"'ldol.>po.:..ondo

::: :-:~1::~?::~r....
n. SACI IO.'TO DO Tlt-!otlt-NDUA op6o 1110

sa..

·~~~~-~~~~
tU ......_.,..__,.c~os-...-•lti>.SO.Mor·

--~:.E?~·~~c·
16..11. =·~,":.·~
16.1l.S.-So<al'lonclol-.uoapobfoliol$o•
. ._. f.i;folol ••
Goolçllc>do1Mutu111-I80S
16-ll. ~.-Srnho .. cloTC<W- 1809
16.1'. S.nt>Co.. do M'"'"'ó<d~a- 17611
16.U. S.nH<<omo $a<nmnuo - 1111
1~ 16.. S..nto Anl6nio<> do Roo da• Mon .. " - · 1?1:1
16.17. SkJEieobao<S...LI fi ...... ·· ll~
16 U. SI<> F • - - do A-. 1700
16.19Sio~-17~9
16.l0-~-17':7""'"'"tuldo SI<>Goooçaio ..

:!:i~· =::,.!=do~~ mo
17 ~~~- J~~~~~~!'' 172-<
11.2. Co~lk>< I" O<rt""d< l' .,...Smloo<tdo ,......

17.1. !'_.~do C - l o -1787


lU. 1'-S<nho.-. .... Dora-11101

\H ~ff1f''... 60
:~::~: !::,t;.r.:.-:;:r;~'l. a .sohuoo l~

:::::-E:-.:~ .~-odoCNl
171 . . . . . . . . . _ _ . . . . . . . . . . 01iftufo 1111
5 -
~~-=:~.:!~.~::L~
COM"RC\ DA VILA DO PIUl'CIPI!

....
~=-:.:; -:a.~-=-R~....:...'"'::
... ~-~'1110- ,. ........... d.. t .......... doo!iioJokJ._ ..
PteulllloN-SonhoradaoConceiç"'doPtaidllldooC..,..._

s~:~::?:z-~:;:1!.~
---'_.çt,o ................. ~ --­
~hoao-loocaldoapelo......a

6- CO\-IARC'A DI! SAD JOAO DEL REI


6.1. Pdo - outr• <rfo ff<JUCS'U _... •• h quo -
~==--~~:,:.."
-do,_..;_ A,.._.- ":'S.:.. .
aqui~uC'orurcodoSIGJol.oDollt<>,a lolbot

~u!
t._..;o .... ,~

::..:.:-~~ -=~-:
('.,..,o,W,V<>W>~R~C6oo-CIJ>.cit.,p. IIOI.
s..t.loA>I<6cliodoMunbul,f.---bndado fof·
"'""poo-Atvari . . . . dooltt1111ll.lon-..ukla-

. . , . . ~o;
r-.;. _

___ -·-·
- - - 1 7 U..... -.N.Snr..do....,._ ..
~~.-
.,....._ _ ,..,....- • •,._wa
- ll!l.
•. ...--uto.-
_T......._()p...._.,.us.,.......
...,..,,...._
...
'19l(CfColoo-

tff~~-=~§
Llll•Z.tlfl .., _ _ _ _ _ . . , . . . . . . . , .

=-.:...:::.=--=--= =--~
c..:::--.:.:=..·-- -....
u ::F"'~-==-,cr~~:::
u.a:;;.. =~........ -\\1\ 1
c;....... . - . · ~.: .:·::-- --..

'~.:~..;;~~:..:':~"~"±-
( - .. , . _ _ _ 111t i1" Ill11na
11n.,.f,., '1- 4 o ( ' , . . . _ l ' " ' o

~ -·- -·-· ···


<--·· o. ~,..-. ,_
....c... -
,.,.....,_,_...,_ . ,o-•on""
__
11

llf-.,Dooooo<o1 1oi...,c.,., ... ""'la.


!""""'"'""""'"'
,_,...,,_"" .. ... .,...
_

::.::r~~~,.,~~-:"'...:=::.
1\ ::::~~~~
~·-
............. ·.- ~ ·- "·-·...
. ..................
;..•·- .... , , .\
"p_..,l', I·• ~
~.... .wll~ ,,,..,. ,. .. , :,-,,:,:111!

•:P..•"'""" ''"
-..".:""" ., ~. "'"'"'". <f

"~~-"·.-:o·•,',";-;'),::,_"'"'
~;.:.~_:;·:i:·::;>"~~::7~·'=
'~J=·~~~~? •
.. ~~~~i?.7E~
=
I! ·~= = "f',:-.1~7""""""
· ::=).·,; ,..,_ ..... _
.._,_ ~":~..... ~·;'';"...~"'"' ~ ....

_
~::...~ -~=.:.:=.
~~-J'OI 00-4-alr< ... ....

......... ....... · ....... · ··~


.. ~........._\-~·-
::,.:..:..~.:=-:...: _..
.. $..-•
- ,-•• ~--'.~
-,..._
-:-
, .. -=.=.~=--
:--:---.-:-,..::-:-_-,.-.t---''-

U
,...,.. ... _
7.1.A"N ...,Ani6NoAI•ar.. ~ nolhnll.o­
dt;fi'OO,I01'f«l"o.dor<l< IJ("jpno""'·

'"""' Dr. Qwalil ..... o\1•01 T<OA<ua


..
__
·-~oo~o•c.,.,..,..._
c_ •• ..,.........
,____ ,,.......
1l.=f'7.~'~·Sio/oof.l. 0
._ .....
....,.....
1.1 Arwlo-Dr.MorcooAno6n"'M""I<;ro
<lollorroo..7. 0 "1Mionpih>lor
T--P<ID_....,bo....,
•-c.--•o-rm ,... ... -......
,._(la»-llJ5)

'':.~-:.~-...""-.....
tJDo.Ff'<i looOcloS..O-..T.-,
'""'--'zt'"''
~.c • ..., ........... !>.... -
•c..-.~c.,..~cm • .~cal .. ,"""'"'n.

IO.P'r" ' - - I H &


II.A~ -Con-d<\'an

I~Eom•lo o,......otoc-.~

ll.l.om•lod<C...... a Ede••..,."*
. . . . . . . . . . . . \i ...

l l : a : : : : - - - - G o tol.c-.dar< l>iwibooO.Iot
~ê f g f ~ ~
1
flllll IIM,\I.~rt\ (,tK\1.
I. UC......
1. 1.1. 1 - .... Gonl .. Lol•onWMc .. C~ .... (aCLQ

Off• doEcdn:
.
~~~~:;.o:·~ c~':~,~-;;,~,~~:':
10 10.1 o.... H'llllnl
t,. ~~
1.1.3 Rio<k l -111
l.l.l. I Ar<t .. •<>N~(AXIU)
C~n~ ll.éPM, l'r-oYisbcs, Alvuk CIJI'T"'ff(''DD..fP. .. t Of"Oll
cloocp>no .. V>U-Rett. Cód><co671v 8.l•el5~~1• l

;,.~~~!.c!!!,;, o Orden<. Coiu m


~~w..,doTr.toun.al do M.,...daCCWI~ oOrdaoo.C<!dio.c

i;'r:;'i'"" d< >rmonda<ln mmouos; Códo<"" 621. ~J6, 817

=
J<>n do Carulho c 1.\.UC.. C"""'
"•"•dt<lln.. oroçi<>•d< Srbutolo
deO.y,..,M.,......~d<Pombal,S..."""'"'crEsudo.l'r-

I.I.U ~~;.;l~rlJ=-:;ol:::!:7'~~::..16~.. li~


Comp- <lo irm&Ddada mo...,rn· Quota 79: ,....., L ll
e 111. Compromo.- 3, •- ~. 7, I c 10
1.\ .J.J -- ·-- lllotld<eo~ II"'ffkk..,(UICII
Oo;rooo.-..u, Ch&tlu F. O C#- fl"~:~t, Rt>"" h,.,.._
'",.-'"'"•~~t<>tl•l166. TrMullllodold...,..Fr_.,.
*'

. ... .._~"f de 17.,, nunu'"''"'"' XVlll •lOp.-Lolo~l


6
I .I ,•. I M _ ........
~'::.=- ....... CCf--1-2Le~lol•

u .s .... ....._
1.1.1.1 ...,.._.....,...._ . . . CIIIIIII(ANIIO

~-;:-.C:.~C:== ~ c..=S
1.1.6 ..:..!!,'·'"·•·.,.;
... ~. ""'~"" ... ~·· 231

~ f~ll\'f;':"'· I'< '"'"<"'"h~ d< Que ról Cotmbn

§:f#!.::.::::,.~'·r::'i. :· '""F:::.'i':.:s~~
...
c......,_.,.,,J,""'""J,
~=";; ~ ~~~·~~~;"'" "' (, lo ,j,o 'mfoe<> Slo
{'..,.,._....,do Atqu.ronuono d·• r .....t:..· .lo.• o;..;uf ....., Sio
~=j:~h<JI>C",. de '>.o.nh> ~,,;..,.,, .lo.• Ro~ni<• de Sanl>
Comp<O<I1'"" d• h nund~d< de "'1"'·" e Sl<o M o~uel <
... fr<p«<II<kl'<""'Sc:nbo.>••d>("""'"''""d<"''uruoo.:o, l 812.
Jl,lm.. ,
(""""""',_ <11. tunand..Je de Almo• e SJ,o Mopl e AI-.
~ tf.)"'.,...s.ru-odol'd>o<kd.>B<>nbd<>Compo.

tF':' !" ~·~nt!."J:-~.:.,:'J<>"~c~t;';::


Com~ tla lnnano.b<l<de JI.Im .. <Sio i>IIJ""I e A\moo.
~~opaaa <I< N.,... Scnhl>n do< Con«içl.o <I< GU&"'l"'""P

Compmnl'""" do. t"""n<bde <k AI - e Sio !>hp l e AlmaS.


llaf....,._d<N"""' Scnhoro <kf'i•U ri do lnfi< .......,.SO, !1 6~

~i,::::'<kd&s!;:"':,.d;,'l:,!'~~~:.f..~z~' 1 "" • AlmaS.


1

~i::;.:"....!'~"""'!" ~~;:~.e.:;.,:~:~lt7ft""'·
(ompfU111i110do.l....-sa6cd<A-eSio~h,vd<AI ......
-:;~;•.,_... <I< N_. Scnhl>n &. COI'ICt'llilll do ll"' doM~
ç.,,..,,_.,.., do t rmandad• de l'....a S<nl>Ou do lloo Mon<,
~r:.~ <lt N.- S<nbo<• lia C"""<oçl.o do.! e,;.,.rop<ronp
c.....-. tb t,_...sadc de 1'_. Sc<o"""" do Con<eio;l.o.
:..,'"r.:" • "..... ~ tb c-~"' • No~- h-

•...,...... o.t!\11~.;~.~: ~c-S::n~·c~"'~


.........
~-I~ <k !<..., S<o"""" da
- s.lool'ad&C"""...;Joodc(;uara~
C""""~"'
----
~~=!~'!ao:E.::.~~.
'-d<Siollort<'lt>m<v..IH01

~~~~!A"t::.s;:::..~~
~'E.:;'~~:::~:,.~..,: ~
c ..... prom ..... da lrnul>lbd<~l'ó"""S<nho .. dokaoJono.do
Capdac SHroAn<Moo d<>Calambu,ll.a r . . _ * Gooor•
ponnp.l712
c""'""'""...,.s. lrmallebdc<k!lo"""Stnbora""Rooino ..,
flrd"'-dafr.,......d<Solll<>An1ônl0d•C ... B~l n6
C....,prom,..., da lrm>nda<lt <k ! ' - . s.-., do ......._ •
fl'qiOCiildo'ÇaDM>M0~·· .......... ,7,J
~ dl Irmandade do N-. SnWwa do a.,..,. ..
......., ,n,
,_.,...
._.. ck~&nbond&C~clobo.S.

~d& l ,_<ki"-Smb<>n<k>~doll
.,.-doCapd&do '1111 BrucloSu.çuó, da fn,.-<i<COt-
...... .,C..,O. I7'J
c......-•lnaaDdadtcloNoou~doltooário,ob

.. ,......... .
............ c-.1162.
~

~
.... M~Wf
.............
.............. "-s..tlonokll<>Wo<>.da
............................ o.-lt.ITIJ
~
....................... 7)1.
c-- da
., lrl...-.170
,,.......w;~o"" <;.,,,.;mo

~..:s!~=\~~:~~:.:'~...~i;r
Sacn_..., • Sl

~r;:,;:,~·~·~~~~Jo ~.~~~:~:~<;,~~.das:=
C""'f"<)!llll&odalrmol>llod<d··"'""h"rd<'1P•"""'·"•fr<l.-ia
:.!:."":.:":: :~~;:J~ "'' ~ 17<~
~:~~-.~~;' ~.!;"""J'. , ,,... 'knbon .. Raário.
l.J...,tkEio>r;!la<<k R« ..t.a<l)<opnUda ,.,........ ..
=-~l!rr;r• '·- ............. ...
l.J .... . ...,.,. . . I)<opnoo.<.la ltmADd>d<da•!Um.u•Sio
~.:.~.~.~.:= ~~~·'ã:JScnhon da PO<d>dtd.o
~=.~~~~:~:7~,!~'r""""" de ro;.,... SmhDn da
l.JYnlrleR ocmo o ~do i!1'IIOfMiaclc<loSio(laD(siD•
~;:,o,':'.";;'*'"'..;.~rle...-.ro.f....-*'Su­
l,iw'torleROOCII><~ · Inaarrdadr<dr< l'-S<Urn
":;:Z:f"t.:' da f~ .. s-o . . ...... ..
1.n'n>doRoctri>Co.o.pa.âl,.,._.,.....ro;_SCIIIren
Ouro ·-
:! ':':n'n~ pmoo. da r.....- • Suoo ~do,,.
1
l.t>'n>d<R«<r1aoDa ...... datnnanda<lod<N-Sonbon
rloR""""·dafto,.......11<1'-Smh<r<•dallool.'iapnldo
........ Campo. 17ll'1770
Llmt<loRocauo~dal,_.,.iodod<>~Saao­
-.ãf....-doN_.SerollondaC~ ... datc.M
.U.doMatoDotouo.l156 ' 1f.ll
_m
U _ >,,...- ... to-Sftlhr>tooloC_..,çAo<I<C-
• · - ·Oo<p<Saodal .............. - - - -
......... c-.•nJ,nS7
u...•keoeoi>· ~· ·,_...,.·Sio~ ...
:.;:: =~=~~2rlón0· ..
u....••.... da'""""""""""""-~dat !rl<ttft.
ornitJ ... , _ _

. _ . .. ..,...,.., , _ Rodn,....,.,..r,.....,.
~IIUrllt'
1.1.7.1 ~-:;;:..~· ......... - _ . . .. "*'
.......
.................... "-"'.""""""'........__
u.,...,......_.~.., .s.r..-~

---
..................... I'Dii'IIIS
,
• . . . . . . _ . . . _ . ............. lll.117l•

=:=.r=-·.................
. . . . . ---.. . .
~---·~·....._,...,_.,

:-.:..~
:· ................ ,_
s::.: 'X·:T·7:~~"...""~~~~:--..,~~~,.~-~~:
~"~' ~-~·· ~. -.·~.ll<o; ~;~; ·:~::1..~..~ <i<"'·- 'i<nh<••
:~h ,.;'""" : ~· "11:·· ·:: h"'":..~;..~...:.~·;:::::.

u.a.1 -~.-.~: ;.~-::_~~•·r....,_ .. , _.,.._. .


1_
1 r -,- ,''':., ok ,, ... """'~• .lo"""' "'·
IIH ;·~~· 1_....._. .. ,.::.:..;· -"-t\tl'<;\ !li

~-·;;·~. ;.~\~·~,.:-~·7:~~-'::. ...~:1'


~-::;·;:'.:.,·,~t .t ..... <l< ....•i<-•<1< ~· ~·\ola
c..r=-,1>.t!'~~.;: ;::.~~1~~ 1'- h- ..
~f:1~:.~~; ~:r~··~:~~. ~.. ·::.~~~:
l"'"''"''"'"'<k-..1"

,,,.,.,..,.,,..,,,,.... , .. ., ...... . ........... h~ .. .u·"""..,L.I.-


,.. N............... ~ •• Mtf<'"-'"''"''""""' __... ....
li<,..,._,_~. Vd• ti<.,..,),,.., 1111 IMI
•.,,,,~o-'""....., '"'.,.....,.. ,,. h n~oo•••....... ....._.u.....~,,...
:,~':; ~ 1:•!;::: ~ ~~-::~M:,~~::.~:.,, ~ ~"'" ~-..
~:".."'...~.~._~~~-': ~,.,~;"'· ... ,,_. ... ..__. ......"
-·11<........................ -~,.,. ""
l lft···l··....
~~.:.~:l7,~~·;;,o~ah... - · - · ~·........ ,., ...
'e!.~:7t: ;}.Y;Jw~-~~~ ~;:' :;
=~d>A~ ~ol.oolol:=.··;:·-;.~
~~~~ft~t.!..~~.S.W.'r;:
~=~=7~9!n~:;a...: l:t'"n1!" ~~~-S.:
Cou.na.._ Cdl«#f> c~ J;
•u· -.,_~Mt~•...rç.>nHII-.~­
t.tu ü.,.._.., - ·
/60J. o..- ... -
a~t .. • 1761 .,...,_ • c~,.

::..~~'=.::rn-~=~~:-:::..~
..mo ....... oob;"' u"""'pi!W.Io.par F OA C FRA.'<A•
-A~eAPf'O*l"· l~toda&,.....-_
r.. utucfr"'l,_.....,...~.,. ........,...,...faluo
doqlidlu6oulrllll edoç6oo, po< J l. DE F C........_ Rui I,.
preMadoU ftiverou.b<k,lll9.6v
Coow•u.~OIAIO<Iolletnod<Porlupl, !~
pe<rnAD<Iadodtltd D Plub1'1'6<>Pruncir<>. Doud«..,.ed.,k

1 3 ..
~~ ; c':- 1no Coombn. ~mJ>r.- do u•
c ........._ • ..,....sn..o~aa~el.ciociGR.,.IIo....,.,.._
~ kcalt--...sa u...--,119,. ·~

Do..:.~~.=~~~-"::/~!!..~~
. ..
Colóla, I'N7.(Coi.Robii<M-IIoAuiOI'.. Criol-.)

"'~=-~~~"' -:::~~ ~=.:,--::


•emodeoi•C•p!WU>IIolot-Oonit.deduridoopOtonl<tll•
••uloo-....SO..Vilollao.l7_. lt..-.Ut.tktA•q•iVGI*'I>Io<O.
-~( I ,):JJI__.'M, I II I

-n.,_ do
M,..to, " - ....... Afqlo . ..-,p. C<IIJ..-rll>
~r:":'n: ~ "":';~;:; .. ,.,.._. __.k s. .. L
~w.:=.--:..·~ ~.:..,'-':'t..o!::
--~~·'-a.:-.:.~~~~ ),I·
.. -....~~,__~
~a..~.- /..Jiu
..,_,.,_
........... c--
.., ,_
~~~:~';E~~E~~~}E:"tk:.::
·~~-~~:..",.r:.~7~''it~;; ~;,:,;,,~S'.í77. ~. ,.~.... ti

~~<~C:· -~:~··;. 11~.co;:' /~t!;n~,~m~'C:~ c:-r;::::


B'D!~~ ~·:~~;;~~, .,~'.'~ ~;"~::·~~·o~~:·:;:,~"'.to'~~=
C•~::·:~~!~::~l<~i~t:~~n·~~~~~~~= •;
c~~·tr:;:;.·~~;::".,":.;:";.;.;·,.~:=;.~a::;
co:;'~\.::0~ ~= {.,":'~.:::"~:~~~
1;::r:::,~\l~~r::~~~!m:.=
Eoc,.... ruot, W. L \'""· f'lwU> BNillh<""'·TI1!d.<lc O..ic'o><lo
F_.-M ...,...Skl l'tol<>. f" ocloo>al,~od.lv.(Col . .......
•- . n7,1H·•\.I
~:;.·.}':.r~~~!:':;':~:. :"é.~d.,"".;".;;: ê::.!" r:,.~
Á U<a, 1,.,
G"f:?~:~to~~~:;~T~:~,~~·=:
G:r=~~=--;:~.~=-~::?E+.~
p.l.ll

:~!$~~j~
~~~~:!~~:.:~~ ~~~~~~:J:.·f~~~·2~~~~~;;:!~%i~~!~~
! . e<! . Brasilio, Ed.Cámara doi Depu!Odos; lklo Horiz<ml<,lm
pronsa Oficial, 1977, v. 8. p. 41 -I OS
MATos, Roimundo Josê da Cunha. CorogN /ia ff m6dto do Pro.;"
~;~~ r~~biic~~J.,(~r~:,ko ;1~rhl~~~~~~r;o 7t" OfitC.I
8 1

~IAw~. John . Viogen>"" ;,., ..;,,.do 8r<>>il prillclpalmtnl< oru di>


lril<>.<douu•ordotdidnllm,.,<. Trad. do Solen• Bone»d«V""'
Riodelaneiro.UiioV•h"<rde, l944

M~~~:r~:~~~~~~=:~ ~:;:;1:~Fi:~r~~~:~~
Polbliro Minriro, Bcl<> Hori:urnle,l : 311-27,1897

RAt~7~~~:~~:~~~~~~~;~~é;:~~:~~m2~{~:~-::~;.~~~·~·~:
.
s·~:-:~~.:: :~,!"g~.~~··T~~g·d: ~;;;dr~::.~: ::~~,;;:
ronte, l~>rioio; Siio Paulo, E DUSP , 1975. (Col . R<mnqui"> do

-:?&:?!.:·~ d~·~;~d~wp;~~~~a·~~fo' i:~~:~n~;, ~~~:-:·,,,Tr;:o


Poulo. EDUSI', 1974. (Col Reconqui•u do o.,..;!, S.)
S""-r-'l>i•liA, Ago.unbo. Fr. SonruLJric MofioM e Hi>r6r/o dOJ
~:~ ~~::~":";'7 g;j;'~3o f~"~"'"· Li<boa, Ofit. de M 1on»

v.~~~:~7~~~~2~~~;.~v;.~~~::. .~E~!~~:~~:~~~;~
E;:.:a; =:~:~~·~:~;:q~~~,~~':u~
v=~~~~~=~":o,d~n~;~i~
V~-- ~HNorleWSouropa/ilo·

=-=~.:::::::~s~;~:
:ku.Oo, Jod.dir. DKi<HI6n6d' Ho.fM;.J, f'ortN... 1.-.bo&.h,;.
eiohYU Editori.all. 1911. ~ V

v"0=~:::::;J::~~::r:..~:;,: :r;~~~=
2.1 1.1>- • •r11coo
ALWUIM, Cilldido Mmdll!ll !k. DUma CMJ EdniiÜtiro B•OIIlf'lt(O
.,.,;to , mo.~,..., , ._, o;,,.,.,
•d"f'No ...,... "
.Xl....-iro.G.,.,.oer. 1866 41
c ....s.w... R>o

AI.Wf .... FllrtUD.IIO<Io,. Hm6t,.,t/4/tffio"""""Nflflll. C........


l mpnma Acadboloca. 1910 '7. 4t. I v_

Al,;:;.~.:.,~f:!";:,~,:::., ';-=::,:"é:::;;:: t::::


=.de, "f.;.:~~ !l'ublocaçk> .U. \1. - AdraiouMrall- ,._

,,........,.., Carlol Drumrnond de R"*'rio doo homcno Pf .. OO. lo

.
Co,tlo J~ Ma•ll<l. lHo de Jan.euo, 1." qo, 19~8. •· 1, p 1

A~~·s!:~~u.:,• =~~~ ~~9JÕ: J,_A~aí!-ro•(~~~;.:,:;.:


Talro.)
A~o:Au>dD M UICUd& l """"fidfao<ia. Ouro Prr10, MUUIIfoo<b
lld~><açio e Cuhura.· O.mona do Patrimbnio Hiolónco c Anilo

A:: ~= ~':~:... ~u::-.. =~~!,


1
lido..-.
t; P \IG!Cmtro do Eoll><loo Muomuo.. 1967. Z ~
Annoo,Tboler. do,. Ao r!.,roJr ......-,umootudodo MCflldoooaal
Sio l'oulo, NKiooal,l9H- !Col8ruili.ana.212. )
A-UI, lli<>lando. O C.,o/jru...., f'..,.J.r "" Branl; ~pecloo luold-
, ;a., ""'•ópoliJ. v-. 1971. !Col. c..s.moo do Toolofil •
l'•h>rol,ll.)
a..-.., w...._. .. A11MML N,..,. r Q..J_ .... m•
Gn.U . ................... 1912.
u,...,
._.•ua.J.A.& .......... c a. ....,...,,,ttr~~ .,
~~ . . . . . . . . . . . . AIIiiiKoo.c.llwald&!Wii.a.

~~o4~.:......
..!:".:;.~
~~c:::=:..,a.;-:,c-•~o~,...w.tJM
":~~=--M~f'on~·
--.a..c..:::la.... =-•nr,:.:
1?!. ~i-~~~:..c~~r~c:w~~~.s.~.!~ ~
-~~7~~; ;~~~~;x.:. '~,i~~~~~~~o=:.::
- ,,~~~~~~· ~~~,Q~; 'j',;:;,~"j~~~·~:::,';,~~~t';J•ad de Eticc

<'•:"::J·. 'i:;~·~"~ ll•rt-..... d:l. \ih& O"ro Puro. 8dD ll oriii>PI~,

C·#.T~;~;~ .::~~~·~~"~~c::~~7:-::2!
C>f;':·tt:,trJ!.~'""' "I~ \,~., : od. P.ans. Galhm.>rol.
c... """. r'""'" J~ Souu s~"'~ c~ ... Jr 1'"""""".;, J~ Sluola~
\"~3mo iw>P"~I lu"dMo "'' B•a•• Slo P•~lo. El•ino Poea.d,

cQ.."":: "ê:i,.;\1~~=",.: ~~~:._""s!.=:"~:'c~;;::


~';:'; ';_~~ C<»<>-1- Bolo Horll<Dt, lm~ 011<>01.
C,...., V. ,.__
A --<lo......,..,. M.- Gcnio IW<IIIo
X\111 ) C""'uro. Sio Paulo. Jc 91-109. ,..a. ttn.
C..-..:o.M ilDOddaSih"ell'll- MlnaoOOibdada-IW>oa-
!I....U,. .U Hi.lrolr"",SloPalll<>.4719'11: lll-6\,,ul-'..,· t9H-
J\itftdo Coutlllh<> e ofmn...Co •••o~cct...J de,... tpoca. lo
Krr<H. 1\<nl}' H . .11 F.nW•IUif, S. 11 , OfP. {"f)<fl/o/0 • C""M"'"
hd•"" Socl,.u.d• B•"'il'i'•· ltiodeJaMifo,C•<~l.uçiolll'""
_lc~l~'!',!"c~l :; M-o<Ófd'" of l !Obon- R<'>'út• H Hu-
16rio.Sk>Poulo. I (IOOI:Zl7·~j.OIIl.ldoa. i 97(
c~; LaJ-•c•..-· tho<k l..,.;,u.c,.J,.....,

c ...... ro. JOOoÓ Fenen As ,.,,_ G...., • .,. ,n-.JI</6 ok1 c.-
top.s..>P•.....,l'<~ I 96J-(Col l~)17l

~~!~i'i~
c~::~::_:!~-iE~PE~~~~:
CO*tto.., Ftn\Ofldcl da Sdva. o .. _ • r ... ._..., . , v...,~o- ...

- '"''- - L IObo&. H~ tl<{uot T.....a. l tlllll. . . . -~~.


C'lllllllo. l 'l-44
ç..,.ruio. J., __ ,.. _,.......,.. .J., G•-"• r " r -..n q .li.-,
lt.oO.:J.anciro. \l .nnltrood,nRd.\-~ f•rcr ..,.o. lr U!Olor
Bron.:o,]9 ll lft. p . l,2 1
C05"u. [m~u \ ..,.li da O..-~''"''"""""' • R<,..alla ,__
ck.: ........ Slo r~.w.G, ,_. .... r9n
Coou.lr><rdd , erod.o
"~"' ..., Poulo. EDF.C'. 19~!
M·-G''""-"'"_ ,.,,.,......
D'Aa.. .,.n. ' """' o...,....
o C<>mprom...o d.o. c..m..... o1o
llcm.o•ctltur..loSiolu io Rcrllc: Fnnço. lluldmol""._..,..
1w:;.J>/Iovo/io t...JO.B•~• IU""· I..J.boa. J ( I ): )27-<18, Joln • ....,
ou.._r..,.....,c....,na. ,..,,. .... . o i'«'Cfftc In ,..,_
-~~• .\f,_, ~--d<S.Xk iotio Rr.....,..t ll<lo H~.
l mpret~o~~Oidoi.I91Lp . 19_.J
H~r~ ':}.7tw!" barroco miMII'O. IB: &r.--
Dru. Jr>M Sd>o"lio elo Srl•a- ""''"lfdi
r • '"/' "'" '"'opl..
1 * - XVi c X\'JII ]. ( '<><mbn.. Echt daL'Drvctuc!Ad<.J91)
···-·11·"'-- ~-l·-·
~ ~~'::.-*i,~~,_:....-o~n c•- • •· "'"'
.s. Jo.
no. ... r.. ..,~ o aw.,., G.....u,. o,..;,"'".,._ c.,.
'"'"'"· Slloo Pa..Joo.. N........ ""- /Col. ll<l.<i!.ai>O, 291. )
o._...... \ " - - . . . . . . . . 1 ' - . . ! Q..Jrlll 7HUii. J<
S. f . _ ........ l l a · J - Top. Gt.itow ..... U'J7

F~-;:.=.c::.~~~~~
·~r--"':::'; ;:-.,:'f,'~ ...
-.......... . . . . ........ A_klof.Al,,..

--:. ................. DIIoi..I 'J?l

=- .......:::::!:
111~-llAfiAOIIlAL 249

ro;;·,o:;:.,~r.: ..: _\-:'~1 ~-...., ü


11
'"" "'""' Fl....www.
1
;o

::f~I:~~}:{72~::.;.r;;·r;;
=~;~'·,·:·:~~-!~~~~~ ,:,:_";~·~;a ~~::A=~

~f~~fi~~;ff:;!~~?~~f2I~:::::
~~::F~~.S"';;'o,:'~rr:r.:m~=
lla FflCH-l: SP I ""d< \l <llr..... no~•dc H......
H~l~;:'~l;.;u;...~':'!;":J:::: ;;",'-;::;;:

~:i~§#;~
-
110poi... Vouo.1'J7SIPubl,caçl>eoCII).Ihtl<lf.._2)
• IIU Host<I< M tl;l /J"~
- B•.uil- p.uópolio. \'"""" lf17 I l.

la".:;.?:!:.,~ ".:r:r~...::::l-~ ;::;,.l.ta.;:(.:


-:=.~~;..~.~~ll~}~,:..~~
c...,.. o AI!Do iii<> B,..;l.7.1

....,_.• ~ O.f'r•-·"~·lM~.....­
......,.__ s.o>P ....... AW- i'Js.l.
l.ootC*-. ,......._ , ..,.,...._ A 1~ • Braoil c.....,..l 1•
=~-~~.t;~~~..1.o~ 1 ~,c~
'F.i-o.:: ~u;~[?~.!-tb..: ..~
-
:xi.~·~~~E=~~:,.~.
~~x~nli"':~~"'":"~:,~;;:,d~~
.....Sanio;,."~=..~·;:;,,~,f;n:~= .C":::.!: b";;..
,..,,..,_/J(9) ll.jA<I-19jl.)
L.••· M. R<Hlna-- Af -c:anQ CAJM<U"; um pt<>bltnu h"'óno:o
u:~~ ;~~-:;.::~.:• 1 N t.. a.,_
......... ~

UIJ~I<I... ~.=.~·,~•<l~ r-.-


1--oodo!oiul- . .
Futld, A- .a la~-lo
l>l . .,..,.. v., dito. H•-• IH rtr~« u,.. lrf
u7:::':::·~;:::;. ~.0::::-:.:.Go;~~..:.:!
•-tt-clorAmaiq.><U...,If?O.
ll"•• H- - do c....,..
F«=n. 1•.-MM M - 41 N -
~..-..HC•-Nf""Ptl< V.rt"f''illt> M o.U... Uotooo.Jo6o
l'.-lldo.,19l7.1Scp&nlodoo T rMollloodaA.,.;.çio>D
A"ffii'ÓÓIP I'on....-.. 2.1911.\
"'""""' de.
:~:~=:.)~.:::::::::u,:do ::::::
l.lw• J(·"'ooa.

hlll'f"MOI"ocial.1»6
A C.,u- IMi M.- G<tW. Or-

H-•
•..,...., Frano.oo Aatllaio.
c..-ua-.- ..,. N
,__ -·or"' N /fui' •
,....,....,da~·

S..W.. Jt(l. I .......... SPHAN. I.)


,,~;,......•"·- ___._,...,._Oii<ool.
u.. __.. '"'~· ..........
1.-. . . . . . . . .
v.....,.o...T.-.•-~·-~-·
c-•VIIo••Jaio>DoiRol. -~1"'-
----IT-·--~·IIJo06r>o•CoWpO
_ _ .._(ioraa)

l-.oca. ............... C6o. SllroolpAO joofWI<>o • /,.,. ..


,..,.,..z.-.~c:-.UI-.1911
...._ICIGO..\I'UQUAI. ll l

;~i~Ê~~::::~~~~;~~~
: ~~;:~t~~~~~f~;!~:~~
::~z~i~~~~~~;;;~t~~
:;f~~~~:~1
...:..:::-.. ......
Mf'~. :::;.~~·r ~ c.. ,,,,_.
";!~- ~~.z.--;;-,~··--"" H-,.,Art<<FI
\I<>I•'UI<WI'G. Jo611 Altredc> dt.5oi!A l_."f....
.__f'c<róp>~,., \'our..I9H
c..- ...
M=-·~~~a.:..O::,'~.::c~H~=:~~~ ~':-IH"'"'
,....,,. Fn.HO, f A ,,.......-. M S..OM {'- U U •,....wi"' U
_ I"'Si<>r-
_ F..,..-. A-Jt..-d<>I
,_.-, T,._...I9'0
, . . - ... ..-M A_ _ _

c-...,n m : IIOfl lii<I,.- H...-·""·


(lo.,..-. Doon ~de. O• 111,_ ~--~----. l.-ll-
,.....,..._""c.,u.-• Ml"'flhtt'- ..... H. . - . l -\IG 'C.,...
uodo""""""M ,........._l~ iCol E»..XO.l-l
()o,.,,..,_l'ldruA - - · - ll....,...... f',,_ .. A_
L_ll,._f"<-1........... 1•-'"'-'ípota.llll'>l)<
.M,,.. lnl
()o.l'•a•.\1 ..1tS"-l"""'"""Peoo '* H• <hiriolh,_,..r t ~
~":;"'..!:,~~1~ 1911 l • ( ~;.t rc•..._. • - I"

Oo~~;~~ ;:~;::::~' ...'~",'",Q~.:.:~= [;.~:.: ~~·=

~~~~l~~E~;.: ~
H.,..._<_lmp<..,..OI"''"I. 19:"1
'""'"'·J...OAibofto.frm.,.,.,,c,..urt.ll;qlrnci<-Sio l'••
(;rof>ul'•ul•,.._dcJ.,..Ikolo> <po.l~l
rr~9~~'t"'f'~ dn. ,._.,,,..., ü ,.,.,,p _8>:r«:loo. Po>r~u<al<lw,

"·~~·~-:~ ~.:rc.:;:~ ..·.~:::::-T~=


~=~~~~~~~::·,~.F.-o ~ ~~~~'
~~ ~~ (;r-,. lo Q••- 1111.-.- ·-·A,..
"";::~~:;,.,""\~,.,::~f "" 1•0111 CP<OI<_._. .,._
R,,..,.,Afobuo.Qf<>ll-l"'''"'''o-••.,il. •.,.xJ..,..ro.C"'
l"..;l0Hroodc;~I9\1.1Hol>l doO""''"~kiSo:lallír•u.-- 1
..
~~ ~:.;-:::::::.:.:...~':9;.-WJ RiOdoJ.-o,!>I(CI

. . .::.:.::=
KIU:""'-\'O<tor./f_ . . . . .
('oabn,l....- .. ~·!101

~::
_.._.._O.A __=:'i'ü-~-~
,_,_,.,,,....
,........ ,,,_ (Câ . , _ , ' '
,...,_l'íob/1<-o ...._,.

. _ L I~ -'-"'• L s.-~.a~. M D ........ .,.,... ~·-


":"~~'!'"' • ._.., -- ............ ,.,.....
..
...... "
~. \

,... ................ .........


M•·:,,m'l~•l..,.......:.,~
,,.,_,,, l - . ... " ""' · ""'
In « "~~ 1· ,,.nlo l't

~:"~ ' """ ' ',:.:;.' ·~;?:?~;.~;


lo~.., H,...,,,':.~;;~"' •;·.,~•;,:--.;.,..,~ ~~..,_..
'·:~·:....:~~";..;*'·~;.:. . ,:~.....~ (":.;,~"";, ~ "" r.-.

'"~~~ ~·::r:: ~7.b~~~;: r-: 7.=....::


~ ~~=·;-;:;:.~·~.-~{:,"".,.i...!~.~··;:;.~-:.
•·• >~<1·-· ..... ,.-.. . 1.,.,....... -.,.•1
"'~.·~·~r~~....!.:;,r;.:_-- • _._.., •........,. ..- u.,,
'"":.;';.,~,:h~::.l',~ ~l ''.':'::.!•. ~~ 'i:':::.;:::..~.,.!;:
IJ ,,.,..- t ·oo•«~ l <>l<"l « M""""....._ I tl *'
~41 i1J..;.~""t ~''""'' "' "'tllll•.l l
1•;;:.::.,""~t.~':':.~rj, =~ :",.!"~ ~.~.~
~ • "I U9 <9. p0 19•h

"?.~~~.~~:~~
'"=·~_,!.::"'H,';.).::...,~.-., -.::·t
~tE:.,rn· - ~-
w
:.::=: ~ .-~~;· :-=.:":~~
11 j.,.....n- H A""'MO....,f'•<H>- R.oo<lel- \t,_
a <1oE<koca<iiD< ...... 19ll.il'ulol-·ico <la OPIIA' .I1
1 10
,-.,,..,W,.Allt«<D-C_,.,....u,.,_,. ll"' tlcJ- 1.,.
......... 1911.••
v~-;;,•:.,::;,~.!. :~~:""' M M« d• \1-. a...,,. , oo1
\--OI"< u oo.~driJ<t>Wrio/I "F<i<>«<<T..,.;de<UC..
~·M-- Jl<lo llont<'<>'I<, Bohloot«:a \lmetn<le Co~uo-o.
u - · - " ' " , . .., r .. c<lkoaialti191111'97 J. II<Io ll<>
.-.Gráf~oocoQuorio....,__u.S..\91!

'",!',~~':~:~: ~=-=-d·\;·:..~...=:--~...:...
t ...,..!a<le f e4enl <l<\lo".,<.;.,.,._l9!1.p '9-71
00F..,_l<>t; -<k> ""• "'l llo l .,....,-lii.....WQtloSf'H,( .\

~"'M~•~=: ~ ~~~ - ~~~;:.,........ Belo l ior-.•. 1•

:~ ~~ff:::: ~~:=.~E-~~;::~:
do
-c-•
~ J;;"""\tEC' l 'l.lf~- 1 1--<I<Di..-ulfoçi<>C'*"

\-...1~~... ... A.-. ,. u ,-d;. ,..,....,


Alft«<o A....- ~.lv;o. 1901
'"'f".;;..:..~-~.\·~ H-~ 1- IM~ - \l<lt>
-
tf,..._,

\' ouu . O....i>"al TO»ft,._ A Jl'ollll<a r - -


- 1~ .,,..,,.,.,
ShJ-"' IIuu""" de,dll H•"'"'""'GM 4tt n•llwor"' ll'......,•
Sll> f'oulo.Difei,I'I661.1.Y.l,pJ..lO-"
w., 1 . . . , . ,.., lmmuuoel. T,._ Motlt•~ WO<"ld..Sy1tt'"' .. potalotl
::-:.~::..:""cc!.,"'~ o(y=- ~ 7.!~1~
(('ol-... .. ~_,-. )
Impreuo por
W. Roth A Cla. Ltàw

Você também pode gostar