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CÁLCULO E SELEÇÃO

DE BOMBAS E
TUBULAÇÕES

JOÃO BATISTA APARECIDO


jbaparecido@dem.feis.unesp.br

JUNHO DE 2006.
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1. PRINCÍPIOS DE TERMODINÂMICA E MECÂNICA DE FLUIDOS.

1.1 Definição de fluido.

A matéria existe em quatro estados de agregação: sólido, líquido, vapor (gases) e plasma.
Quando a matéria está em estado líquido e gasoso pode ser genericamente chamada de fluido.
Fluido são todas substâncias ou misturas de substâncias que não possuem forma definida e
quando submetidas a tensões de cisalhamento não nulas deformam-se indefinidamente.

1.2 Propriedades dos fluidos.

As principais propriedades termodinâmicas de um fluido são:

p pressão Pa = N/m2
T temperatura K, oC
ρ densidade kg/m3
µ viscosidade dinâmica kg /(m×s)
ν viscosidade cinemática m2/s

As propriedades termodinâmicas de um fluido definem o seu estado de existência.

1.3 Volume de Controle

O volume de controle é um volume definido no espaço em conformidade com o interesse


da análise. Pode coincidir ou não com um volume físico. A superfície do volume de controle
é conhecida como superfície de controle.

1.4 Equação da continuidade.

Para um volume de controle em um escoamento em regime permanente a soma dos fluxos


de massa que entram é igual à soma dos fluxos de massa que saem. Este é o princípio da
conservação da massa, e pode ser expresso pela seguinte fórmula

∑m
& e = ∑m
&s. (1.1)
e s

Quando existe apenas uma entrada e uma saída em um volume de controle, a fórmula
acima reduz-se a

&e =m
m &s=m
& ⇒ m
& = ρe Q e = ρsQ s , (1.2a,b)

ou seja o fluxo de massa que entra é igual ao que sai.


Os fluidos líquidos são incompressíveis, e os gases, embora fluidos compressíveis,
comportam-se como fluidos compressíveis até número de Mach ≈ 0,5. Assim vamos
considerar o fluido de trabalho incompressível, ou seja com a densidade constante. Portanto,
a equação (12b) torna-se

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&
m
& = ρ e Q e = ρ sQ s , ρ e = ρ s = ρ ⇒ = Q e = Q s = Q ,
m (1.3a-c)
ρ

assim, a vazão Q que entra no volume de controle é igual à que sai.

1.5 Equação da Energia

No volume de controle, com múltiplas entradas e saídas mencionado acima, a equação da


energia torna-se

p V2 p V2
Q& + ∑ m & s ( u s + s + s + gz s ) +W&
& e ( u e + e + e + gz e ) = ∑ m (1.4)
e ρ 2 s ρ 2

Para volumes de controle com apenas uma entrada e uma saída, o fluxo de massa que entra
é igual ao que sai, conforme estabelecido na equação (1.2a). Nesta condição, a equação acima
torna-se

Q& p V2 p V2 W&
+ u e + e + e + gz e = u s + s + s + gz s + . (1.5)
m& ρ 2 ρ 2 m&

A equação da energia acima indica que o fluxo de calor mais o fluxo de energia térmica ou
mecânica que entra no volume de controle é igual ao trabalho mais o fluxo de energia térmica
ou mecânica que sai do volume de controle.

1.6 Queda de pressão ao longo de uma tubulação.

Um trecho de tubulação sem ramificações apresenta apenas uma entrada e uma saída,
adicionalmente não produz nem consome trabalho de eixo (W& ≡ 0) . Neste caso a equação
(1.5) pode ser usada e torna-se

p e Ve2 p s Vs2 Q&


+ + gz e = + + gz s + [( u s − u e ) − ] . (1.6)
ρ 2 ρ 2 m&

Os termos do lado esquerdo da equação da energia, adaptada ao escoamento em um


segmento de tubo, compõem a energia mecânica (energia de pressão, energia cinética e
energia potencial). Do lado direito da equação tem-se também os termos da energia
mecânica, entretanto tem-se mais um segundo termo que é exatamente a parcela de energia
que transformou-se da forma mecânica para a forma térmica, quer seja na forma de variação
de energia interna (us-ue) ou como fluxo de calor. Este termo em geral é chamado de perda de
carga, no entanto trata-se apenas de um conversão de energia da forma mecânica para a forma
térmica devido às irreversibilidades termodinâmicas ocorridas no escoamento entre a entrada
e a saída do tubo. Assim, preferimos chamar esta perda de carga, simplesmente de queda de
pressão no caso de escoamentos em tubos. No caso de escoamento em tubos de seção
transversal constante e circular esta queda de pressão pode ser calculada como segue

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1 Q& L V2
h≡ [( u s − u e ) − ] ≡ f . (1.7)
g m& D 2g
onde
h Queda de pressão m
f Fator de atrito adimensional
L Comprimento do trecho de tubo m
D Diâmetro interno do tubo m
V Velocidade média do escoamento m/s
g Aceleração da gravidade m/s2

Com a definição da queda de pressão h, a equação (1.6) torna-se

p e Ve2 p V2
+ + gz e = s + s + gz s + gh . (1.8)
ρ 2 ρ 2

O fator de atrito f que depende do número de Reynolds e da rugosidade relativa da


tubulação, pode ser obtido a partir do diagrama de Moody, mostrado abaixo.

Figura 1.1-Diagrama de Moody

A rugosidade relativa ε/D depende do material de fabricação, do processo de fabricação e


do diâmetro da tubulação. Na figura abaixo tem-se rugosidades relativas para algumas
combinações destas grandezas.

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Figura 1.2-Rugosidade relativa (ε/D) para alguns tipo de materiais e processos de fabricação,
em função do diâmetro da tubulação (D).

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2. Seleção e Especificação de Máquinas de Fluxo.


.

2.1 Instalação de bombeamento genérica.

Na Figura 2.1 apresenta-se uma instalação típica de bombeamento. Existem dois


reservatórios, o sucção e o de recalque. O ponto 1 está na superfície do reservatório de
sucção, e o 2 na superfície do reservatório de recalque. Na figura estes reservatórios estão
fechados, no entanto também podem ser a céu aberto, tal qual um lago ou um rio. A única
diferença seria a pressão nos reservatórios. Naqueles abertos a pressão é igual à pressão
ambiente, nos fechados a pressão poderá ser diferente da do meio externo. Nestas instalações
tem-se também a tubulação de sucção e a de recalque. A de sucção liga o reservatório de
sucção até a entrada da bomba. A de recalque liga a saída da bomba até o reservatório de
recalque. Existe ainda a bomba, que realiza o efeito de movimentar o fluido de trabalho, e os
acessórios, tais como: válvulas de pé, válvulas de retenção, válvulas de gaveta, válvulas
globo, curvas, manômetros e vacuômetros. A instalação elétrica, não mostrada na figura,
pode ser razoavelmente grande para modelos de bomba com potências elevadas.

2
z2

1
z1

zs

ze
Figura 2.1-Instalação de bombeamento genérica, contendo os tanques e a
tubulação de sucção e de recalque, a bomba e demais acessórios.

2.2 Queda de pressão ao longo da linha de sucção.

Aplicando a equação (1.8) entre o nível do reservatório de sucção e a entrada da bomba,


obtém-se a equação a seguir que relaciona a energia mecânica nestes pontos e a queda de
pressão hps no trecho de sucção

p1 V12 p V2
+ + gz1 = e + e + gz e + gh ps , (2.1)
ρ 2 ρ 2

e por conseguinte a pressão na entrada da bomba, pe


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p e p1 V12 ⎡ Ve2 ⎤ p1 V12 − Ve2


= + + gz1 − ⎢ + gz e + gh ps ⎥ = + + g( z1 − z e ) − gh ps (2.2)
ρ ρ 2 ⎢⎣ 2 ⎥⎦ ρ 2

2.3 Queda de pressão ao longo da linha de recalque.

Usando a equação (1.8) entre a saída da bomba e o ponto 2 na superfície líquida do


reservatório de recalque, obtém a relação entre as energias mecânicas nestes pontos e a queda
de pressão hpr para este trecho da tubulação

p s Vs2 p 2 V22
+ + gz s = + + gz 2 + gh pr , (2.3)
ρ 2 ρ 2

e portanto obtém-se também a pressão na saída da bomba, ps

p s p 2 V22 ⎡ V2 ⎤ p V 2 − Vs2
= + + gz 2 + gh pr − ⎢ s + gz s ⎥ = 2 + 2 + g( z 2 − z s ) + gh pr (2.4)
ρ ρ 2 ⎢⎣ 2 ⎥⎦ ρ 2

2.4 Balanço de energia na bomba.

Aplicando a equação da energia (1.5), entre a entrada e a saída de uma bomba, resulta a
equação a seguir que relaciona as energias mecânicas de entrada e saída da bomba, o fluxo de
calor Q& , a potência consumida do meio W& , e o salto de energia interna (us-ue)

Q& p e Ve2 p V2 W&


+ + + gz e = s + s + gz s + + (us − ue ) . (2.5)
m& ρ 2 ρ 2 m&

2.5 Rendimento global da bomba.

A equação (2.5) pode ser re-arranjada da seguinte maneira

p e Ve2 p s Vs2 1
+ + gz e = + + gz s + [W& − Q& + m
& ( u s − u e )] , (2.6)
ρ 2 ρ 2 &
m
ou ainda
p e Ve2 p V2 W& Q& + m
& (ue − us )
+ + gz e = s + s + gz s + [1 − ]. (2.7)
ρ 2 ρ 2 m& W&

Definindo, em conformidade com a Segunda Lei da Termodinâmica, o rendimento global


da bomba como sendo

Q& + m
& (ue − us )
η ≡ 1− , (2.8)
W&

a equação (2.7) torna-se


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p e Ve2 p s Vs2 W&


+ + gz e = + + gz s + η . (2.9)
ρ 2 ρ 2 ρQ

2.6 Potência de acionamento da bomba.

Uma expressão para a potência de acionamento da bomba pode ser obtida a partir da
equação (2.9), resultando em

ρQ ⎡ p e Ve2 ⎛ p s Vs2 ⎞⎤
W& = ⎢ + + gz e − ⎜⎜ + + gz s ⎟⎟ ⎥ , (2.10a)
η ⎢ρ 2 ⎝ ρ 2 ⎠ ⎥⎦

ou ainda
& ρQ ⎡ p s − p e Vs2 − Ve2 ⎤
W =− ⎢ + + g( z s − z e ) ⎥ . (2.10b)
η ⎢⎣ ρ 2 ⎥⎦

2.7 Altura manométrica da bomba.

A altura manométrica da bomba pode ser definida como a carga em termos de diferença de
pressão a que está submetida a bomba. Assim, podemos obter a diferença de pressão entre a
entrada e a saída da bomba, subtraindo as equações (2.4) e (2.2), resulta

ps − pe p2 − p1 V22 − V12 Ve2 − Vs2


= + + + g(z2 − z1 ) + g(ze − zs ) + g( h ps + h pr ) (2.11)
ρ ρ 2 2

A altura manométrica H, é então definida como sendo a relação entre o salto de pressão
entre a entrada e a saída da bomba (ps-pe) e o peso específico do fluido bombeado (γ = ρg).
Tomando o salto de pressão na bomba (ps-pe) fornecido na equação (2.11), resulta

ps − pe p2 − p1 V22 − V12 Ve2 − Vs2


H≡ = + + + (z2 − z1) + (ze − zs ) + (h ps + h pr ) . (2.12)
ρg ρg 2g 2g

Substituindo-se a equação (2.11) para o salto de pressão na bomba (ps-pe), na equação


(2.10b), obtém outra fórmula para o cômputo da potência de acionamento da bomba

& ρQ ⎡ p2 − p1 V22 − V12 ⎤


W =− ⎢ + + (z2 − z1 ) + (h ps + h pr )⎥ , (2.13a)
η ⎢⎣ ρg 2g ⎥⎦

a qual ainda pode ser re-arranjada para abrigar o conceito de altura manométrica H, como
segue

& ρQ ⎡ Vs2 − Ve2 ⎤ ρgQ ⎡ Vs2 − Ve2 ⎤


W =− ⎢gH + + g( z s − z e )⎥ = − ⎢H + + ( z s − z e )⎥ . (2.13b)
η ⎢⎣ 2 ⎥⎦ η ⎢⎣ 2g ⎥⎦

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2.8 NPSH (Net Positive Suction Head).

Caso a pressão do escoamento na entrada da bomba (pe) atinja a pressão de vapor (pv),
haverá cavitação e o rotor será rapidamente destruído. Eventualmente outras partes, tais como
a tubulação próxima da sucção da bomba, e a carcaça da bomba na região de sucção, também
serão destruídas. A solução deste problema é mais preventiva do que curativa, assim é
necessário que a pressão na entrada da bomba nunca atinja a pressão de vapor, ficando
sempre acima daquele valor. Desta forma haverá um salto de pressão entre a pressão na
entrada da bomba e a pressão de vapor do fluido à temperatura de trabalho (pe-pv). Esta
diferença de pressão pode ser obtida subtraindo pv/ρ da equação (2.2)

p e − p v p1 − p v V12 − Ve2
= + + g( z1 − z e ) − gh ps , (2.14a)
ρ ρ 2

o NPSH disponível do escoamento NPSHdisp é então definido como a relação entre o salto de
pressão (pe-pv) e o peso específico do fluido (γ = ρg), conforme a seguinte fórmula

p e − p v Ve2 p1 − p v V12
NPSHdisp ≡ + = + + (z1 − z e ) − h ps . (2.14b)
ρg 2g ρg 2g

Para que a cavitação na ocorre o NPSH disponível no escoamento NPSHdisp tem que ser
maior ou igual ao NPSH requerido pela bomba, o NPSHreq, portanto

NPSH disp ≥ NPSH req . (2.14c)

O NPSH requerido pode ser obtido dos catálogos do fabricante. Caso não esteja disponível
pode ser estimado por formulação corrente na literatura correlata.

2.9 Altura de sucção.

Para evitar a cavitação é necessário que a energia de pressão na entrada da bomba esteja
ligeiramente acima daquela da pressão de vapor à temperatura de trabalho. Assim, faz-se
necessário que o NPSH disponível no escoamento seja maior ou igual aquele requerido pela
bomba, conforme estabelecido na equação (2.14c). Para atender esta restrição será necessário
fazer algumas restrições na tubulação de sucção, uma delas é a altura de sucção, o desnível
entre a entrada da bomba (ze) e o nível do líquido no reservatório de sucção (z1). Tomando as
equações (2.14b,c), tem-se

p1 − p v V12
NPSH disp = + + (z1 − z e ) − h ps ≥ NPSH req , (2.15a)
ρg 2g

desta forma, usando a equação (2.15a) pode-se definir a altura máxima de sucção hs (para que
não ocorra cavitação), como segue

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p1 − p v V12
h s ≡ (z e − z1 ) ≤ + − NPSH req − h ps . (2.15b)
ρg 2g

2.12 Seleção e especificação de bombas.

A seleção e especificação de bombas abriga muitas possibilidades práticas. De um modo


geral deseja-se transportar um fluido de um local para outro. Às vezes conhece-se as
instalações e deseja-se estimar qual a vazão está sendo bombeada. Outras vezes deseja-se
bombear uma vazão especificada e necessita-se definir a bomba e as tubulações necessárias.
Ainda é possível que tendo-se a bomba ou a tubulação já definidos, calcular aquele parte que
for desconhecida, e ainda atingir uma vazão desejada. Enfim as possibilidades são muitas,
abaixo apresentamos algumas destas variantes.

2.12.1 Exemplos característicos.

Exemplo-1: Cálculo de uma instalação de bombeamento e seleção da bomba, conhecido o


diâmetro da tubulação.

Deseja-se bombear água entre dois reservatórios mostrados, na Figura abaixo, com vazão
de 300m3/hora. A tubulação disponível, de aço galvanizado Standard, tem φ10” de diâmetro
nominal. Escolher a bomba adequada para realizar o serviço. Considera-se que a temperatura
ambiente é de 30oC.

10m

25m

5m

3m

Figura 2.2-Layout da tubulação e comprimento dos tubos.

Os acessórios, mínimos, necessários são uma válvula do tipo gaveta, uma válvula de
retenção, tipo basculante, instaladas logo após a bomba, na tubulação de recalque, e dois
cotovelos de 90º.
Para uma tubulação de diâmetro φ250mm (φ10”), o comprimento equivalente de cada um
dos acessórios e elementos de ligação é:

Comprimento Comprimento
Item Quantidade Descrição equivalente equivalente
unitário (m) por item (m)

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1 1 Válvula de pé com crivo 65,00 65,00


2 2 Curva longa, 90o 5,50 11,00
3 1 Válvula de gaveta (aberta) 1,70 1,70
4 1 Válvula de retenção (pesada) 32,00 32,00
5 1 Saída de canalização 7,50 7,50
Comprimento equivalente total, Leq (m) ⇒ 117,20

O comprimento de tubo reto, conforme a Figura acima é L = 43m; assim o comprimento


total de tubo (Lt) será

L t = 43,00m + 117,20m = 160,20m .

A perda de carga total (h) na tubulação é calculada por

Lt V2
h=f
D 2g

onde f é o coeficiente de atrito;


D é o diâmetro interno da tubulação;
V é a velocidade média do escoamento.

Para tubulação de aço com D = 254,5mm, na Figura X.2, tem-se a rugosidade relativa ε/D

ε / D = 0,000589 .

A velocidade média para este escoamento e a viscosidade cinemática da água são

Q 300m 3 / 3600s m m2
V= = = 1,638 e ν = 0,0000008 ,
A π(0,2545m) 2 / 4 s s

consequentemente o número de Reynolds será

m
ρVD VD 1,638 s 0,2545m
Re = = = = 521089 .
µ ν m2
0,0000008 s

Do Diagrama de Moody, para a rugosidade relativa ε/D = 0,000589 e Re = 521089 obtém-


se o fator de atrito f

f = 0,017 .

Com o fator de atrito, a velocidade média, e o comprimento equivalente calculados pode-


se obter a perda de carga na tubulação

Lt V2 160,2 m (1,638m / s) 2
h=f = 0,017 ⇒ h = 1,46m
D 2g 0,2545m 2 × 9,81m / s2

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A altura manométrica (H) será então

H ≈ 28,00m + 1,46m = 29,46m ≈ 30m .

As rotações mais comuns para acionamento de bomba são 1750 e 3500rpm. Para
H = 29,46m, Q = 300m3/h e n = 1750rpm, a bomba adequada pode ser selecionada
inspecionando os catálogos dos fabricantes. Utilizando o catálogo da KSB para as bombas da
família MEGANORM encontra-se o modelo que mais ajusta-se ao especificado que é o
KSB-MEGANORM-125-250, com rotor de diâmetro igual a 265mm. A bomba operará com
uma eficiência de, aproximadamente, 84% e terá uma vazão ligeiramente menor que
300m3/h, algo em torno de 280m3/h.
Para H = 29,46m, Q = 300m3/h e n = 3500rpm o modelo que mais aproxima-se é o
KSB-MEGANORM-80-160, com rotor de 166mm, que apresenta uma eficiência de 77%.

Figura 2.3-Curva característica H×Q da bomba KSB Meganorm 125-250 (1750rpm).

Fig. 2.4-Curva característica H×Q da bomba KSB Meganorm 80-160 (3500rpm).

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A potência de acionamento e o NPSH requerido para estes dois modelos operando nas
condições acima descritas são, respectivamente: W & = 55 HP e NPSHreq = 10m para o
KSB-MEGANORM-80-160; e W& = 37,5 HP e NPSHreq = 2,5m para o
KSB-MEGANORM-125-250. Procurando-se em catálogos de outros fabricantes pode-se
encontrar outros modelos que também possam satisfazer as condições desejadas. Para decidir
entre os vários conjuntos-candidatos, pode-se verificar o custo de aquisição, a disponibilidade
no mercado, o atendimento da condição de NPSH disponível ser maior ou igual ao NPSH
requerido, para evitar cavitação. Após todo este arrazoado é possível chegar ao final com
apenas um modelo-solução.

Q (m3/hora)
Fig. 2.5-NPSH requerido pela bomba KSB Meganorm 125-250 (1750rpm).

Q (m3/hora)
Fig. 2.6-NPSH requerido pela bomba KSB Meganorm 80-160 (3500rpm).

Note que, como era de se esperar, as potências de acionamento dos dois conjuntos estão
bastante próximas, a pequena diferença deve-se à diferença na eficiência global. Por outro
lado os valores dos NPSHs requeridos são bastante diferentes.

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Fig. 2.7-Potência de acionamento da bomba KSB Meganorm 125-250 (1750rpm).

Fig. 2.8-Potência de acionamento da bomba KSB Meganorm 80-160 (3500rpm).

Exemplo-2: Cálculo da tubulação e escolha da bomba hidráulica para uma vazão desejada
de um dado líquido.

Em uma refinaria de petróleo é necessário bombear-se 30 litros/segundo de querosene a


o
20 C ao longo de uma tubulação de recalque de 1850m, instalada horizontalmente. A
densidade do querosene é 813kg/m3.
Qual deverá ser a velocidade do escoamento? Qual o diâmetro da tubulação? Qual a
espessura mínima da tubulação? Escolha uma bomba apropriada, dispondo-se de algum
catálogo de fabricante de bombas hidráulicas.

O problema tem que ser resolvido iterativamente uma vez que o mesmo forma um
conjunto não linear de equações algébricas. Vamos arbitrar alguns valores iniciais, e vamos
iterando até que a solução convirja.

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Existem duas maneiras principais para resolver este tipo de problema: o método da
velocidade econômica e o método da minimização da função custo. Vamos neste exemplo
seguir o método da velocidade econômica, em outro exemplo mais adiante utilizaremos o
método de minimização da função custo. Com a experiência acumulada ao longo dos anos
sabe-se que existem velocidades recomendadas para cada tipo de aplicação, são as
denominadas velocidades econômicas, porque supostamente são aquelas que minimizam os
custos envolvendo instalação, operação e manutenção. Estas velocidades indicadas podem ser
encontradas no Apêndice.
Para casos de hidrocarbonetos, como o querosene, a velocidade recomendada no recalque
está na faixa de 1,5 a 2,5m/s.
Adotando-se um valor de 2m/s, para a velocidade econômica, encontra-se

4Q 4 × 0,03m 3 / s
D= = = 0,138m .
πV π × 2m / s

Consultando a tabela de tubulações de aço comercial, vemos que o tubo que mais
aproxima-se da dimensão acima é o φ6”. Vamos tomar um tubo da classe Standard, com o
diâmetro nominal de φ6”, uma espessura de parede de 7,11mm, e um diâmetro interno de
φ154mm. Obviamente, deve-se escolher um tubo que esteja disponível no mercado, que
atenda as condições técnicas (suporte adequadamente a corrosão, tenha resistência mecânica
adequada à temperatura de funcionamento), e que também tenha o menor custo.
Com o diâmetro nominal e interno da tubulação já definidos, pode-se então calcular a
velocidade média do escoamento. O restante é semelhante ao apresentado no exemplo
anterior.
Assim, a velocidade média do escoamento é calculada por

4Q 4 × 0,03m 3 / s
V= 2
= 2 2
= 1,61 ms
πD π × 0,154 m

A viscosidade ν do fluido pode ser encontrada no Apêndice. Para a temperatura do fluido


igual a 20oC o querosene apresenta ν = 0,0000023m2/s = 2,3centistokes (1 stoke = 1cm2/s).
Portanto, pode-se calcular o número de Reynolds como segue

ρVD VD 1,61 ms 0,154 m


Re = = = = 107800 ,
µ ν 0,0000023m 2 / s

o qual indica que o escoamento é turbulento.


Como a tubulação é razoavelmente longa, numa primeira aproximação pode-se
desconsiderar a perda de carga nos acessórios, considerando apenas a perda de carga no tubo
propriamente dito. Caso deseje-se considerar as perdas nos acessórios é só proceder de
maneira semelhante ao apresentado no exemplo anterior.
Para calcular a perda de carga vamos utilizar a equação de Darcy-Weisbach

Lt V2
h=f ,
D 2g

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onde o fator de atrito f é função da rugosidade relativa ε/D e do Número de Reynolds.


Para aço comercial novo, ver Figura X.2, ε = 0,03mm. Assim,

ε / D = 0,03mm / 154 mm = 0,000195.

De posse do Número de Reynolds e da rugosidade relativa, obtém-se no Diagrama de


Moody o fator de atrito f

f ≈ 0,018 ,

e pode-se então obter a perda de carga

1850m (1,61m / s) 2
h = 0,018 = 28,57 m .
0,154 m 2 × 9,81m / s2

A altura manométrica à qual estará submetida a bomba é fornecida pela equação

p − p1 V22 − V12 Ve2 − Vs2


H= 2 + + + ( z 2 − z1 ) + ( z e − z s ) + ( h ps + h pr )
ρg 2g 2g
onde
p 2 − p1 = 0, V22 − V12 = 0, Ve2 − Vs2 ≈ 0, z 2 − z1 = 0, z e − z s ≈ 0, h ps + h pr = h ,

portanto
p − pe
H≡ s ≈ h = 28,57 m .
ρg

Sabendo-se a vazão Q, a altura manométrica H e tendo os catálogos dos fabricantes pode-


se escolher a bomba. Geralmente, os dados dos catálogos são para bombas bombeando água,
o fluido mais utilizado na aplicações. Então quando bombeia-se um fluido que não seja água
faz-se necessário algum tipo de adaptação nos resultados. Isto pode ser feito utilizando as
teorias de análise dimensional e semelhança. Neste caso existem três parâmetros
adimensionais de interesse: os coeficientes de correção da vazão, da altura manométrica, e do
rendimento; definidos a seguir
Q H η
CQ ≡ , CH ≡ , Cη ≡ .
Q agua H agua ηagua

Os valores de CQ = 1, CH = 1 e Cη = 0,98 foram obtidos na Figura 2.9, desta forma pode-se


obter os valores equivalentes para água Qágua e Hágua, como segue

Q 0,03m 3 / s m3 H 28,57 m
Q agua = = = 0,03 s , H agua = = = 28,57 m .
CQ 1 CH 1

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Figura 2.9-Fatores de correção CQ, CH e Cη.

Uma vez obtidos a vazão Qágua (108m3/hora) e a altura manométrica Hágua(28,75m), pode-
se escolher do catálogo do fabricante o modelo que mais se adeqüe às condições de uso.
Inspecionando o catálogo da KSB conclui-se que os dois modelos de bombas que mais
aproximam-se das condições de operação são: KSB-MEGANORM-50-125 operando a uma
rotação de 3500rpm e o KSB-MEGANORM-80-250 operando a uma rotação de 1750rpm.
Estes dois modelos apresentam diâmetros externos do rotor e rendimentos de φ142mm e
79%, e φ266mm e 71%, respectivamente. Note que o primeiro modelo é menor, com
diâmetro externo do rotor aproximadamente a metade do rotor do segundo, além do mais o
rendimento do primeiro (79%) é maior do que o do segundo (71%). Conforme já comentado
no exemplo anterior as potências de acionamento são semelhantes, mas é maior no segundo
modelo porque seu rendimento é ligeiramente menor do que o do primeiro. Atendidas as
condições de disponibilidade no mercado, compatibilidade química e demais requisitos
físicos e químicos, parece que o primeiro modelo será o mais barato. A conferir nas lojas do
ramo.

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Fig. 2.10-Curva característica H×Q da bomba KSB Meganorm 50-125 (3500rpm).

Fig. 2.11-Curva característica H×Q da bomba KSB Meganorm 80-250 (1750rpm).

Quanto à espessura mínima da parede do tubo, isto depende do tipo de carregamento que o
tubo vai suportar. Por exemplo: o peso do fluido dentro da tubulação, o peso do próprio tubo,
o arrasto devido ao vento, a pressão interna e externa ao tubo, e o sistema de ancoramento da
tubulação. Para se considerar todas estas cargas é necessário fazer um layout completo das
tubulações, e então calcular as tensões na parede do tubo de acordo com o cálculo estrutural.
Vamos aqui apenas verificar se a tubulação suporta a pressão máxima do escoamento. O
fluido bombeado entra na bomba a uma pressão baixa (quando comparada com a pressão de
saída) e sai a uma pressão mais alta. Na tubulação de recalque o fluido vai perdendo pressão à
medida que o escoamento vai progredindo em direção à saída. Assim, de um modo geral
(embora seja possível imaginar exceções) a maior pressão na tubulação vai ocorrer logo na
saída da bomba.
Então para verificar qual a espessura mínima da parede da tubulação para suportar as
tensões longitudinais e circunferenciais causadas pela pressão interna do escoamento.

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A tensão longitudinal é uma tensão de tração e tende a romper o tubo ao longo da seção
transversal, e pode ser obtida por

(p s − p B ) R
σl =
2e

onde ps é a pressão manométrica (relativa) na saída da bomba, pB é a pressão atmosférica


(relativa) do lado externo na saída da bomba, R o raio interno da tubulação, “e” a espessura
local da tubulação, e σl a tensão longitudinal.
A tensão circunferencial σc também é de tração e atua tentando abrir o tubo em uma seção
ao longo de sua lateral, e pode ser calculada pela fórmula

(p s − p B )R
σc = .
e

Como σc = 2σl, portanto σc é mais crítica e será utilizada na obtenção espessura mínima da
parede do tubo.
A pressão relativa ps na saída da bomba pode ser calculada como segue

p s − p B p 2 − p B V22 − Vs2
= + + g( z 2 − z s ) + gh pr
ρ ρ 2
onde
p 2 = p atm ≡ 0, V2 = 0, z 2 − z s = 0
e portanto
Vs2
p s − p B = ρ(gh pr − ).
2

A perda de carga na tubulação de recalque hpr poderia ser considerada como


aproximadamente a perda total h, isto é hpr ≈ h, uma vez que a tubulação é razoavelmente
longa. Em se definindo o comprimento da tubulação de sucção, digamos Ls = 50m, pode-se
calcular a perda de carga na tubulação de sucção (ou mesmo na de recalque) utilizando a
equação de Darcy-Weisbach, no entanto neste caso pode-se calcular esta perda usando uma
simples regra de três, uma vez que a perda é diretamente proporcional ao comprimento da
tubulação, assim

h ps h L 50m
= ⇒ h ps = h s = 28,57 m = 0,77 m ⇒ h pr = h − h ps = 27,8m ,
Ls Lt Lt 1850m

de fato hps é pequeno, menos de 3% de h, e hpr é aproximadamente 97% de h. Logo a pressão


manométrica na saída bomba pode ser calculada, resultando

Vs2 kg m 1,612 m 2
p s − p B = ρ(gh pr − ) = 813 3 (9,81 2 27,8m − ) = 221kPa .
2 m s 2 s2

Cada material possui uma determinada tensão admissível de trabalho (normalizada). No


caso do aço carbono sem costura tem-se

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σ adm = 1125kgf / cm 2 ≈ 110MPa .

É necessário que σ c ≤ σ adm e portanto

(ps − p B )R p R 221kPa × 0,077 m


σc = ≤ σ adm ⇒ e ≥ s = = 0,15mm < 7,11mm ,
e σ adm 110MPa

portanto o tubo suporta tranqüilamente a pressão máxima no escoamento. Sob esta ótica seria
possível escolher um tubo, se disponível no mercado, no parede mais fina. Vale lembrar que
existem outros esforços mecânicos atuando sobre o tubo que podem ser também importantes.

Exemplo-3: Obtenção da vazão, tendo-se a bomba e a tubulação.

Dispondo-se de uma bomba KSB MEGANORM-32-125 com diâmetro externo do rotor


φ139mm, operando a 1750rpm, e de uma tubulação de aço galvanizado com diâmetro
nominal de φ2”, classe Standard, com dez anos de uso. Qual a vazão de água, viscosidade
cinemática ν = 0,000001m2/s, pode ser obtida quando esta bomba é submetida a uma altura
estática (desnível geométrico) de 8m, e o comprimento total da tubulação é 15m? Os
acessórios necessários na tubulação são: uma válvula de pé com crivo, um registro de gaveta,
uma válvula de retenção do tipo pesado e quatro curvas de 90o de raio longo. Um esquema da
instalação é mostrado na Figura 2.12. A tubulação de aspiração tem um comprimento de 6m.
Qual a altura máxima de aspiração?

Fig. 2.12-Layout da instalação de bombeamento, mostrando tubulações,


acessórios e a bomba.

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A altura manométrica que esta bomba pode fornecer em função da vazão é mostrada na
curva característica fornecida pelo fabricante e apresentada na Figura 2.13.

Fig. 2.13-Curva característica H×Q da bomba KSB Meganorm 32-125 (1750rpm).

Por outro lado a altura manométrica solicitada pela tubulação para ocorrer através dela
uma determinada vazão é dada pela fórmula

p 2 − p1 V22 − V12 Ve2 − Vs2


H= + + + ( z 2 − z1 ) + ( z e − z s ) + ( h ps + h pr )
ρg 2g 2g
onde
p 2 − p1 = 0, V22 − V12 = 0, Ve2 − Vs2 = 0, z 2 − z1 = 8m, z e − z s ≈ 0, h ps + h pr = h
portanto H pode ser expresso pela fórmula simplificada.

H = 8m + h .

No ponto de equilíbrio a altura manométrica fornecida pela bomba será toda consumida
pela tubulação, e vice-versa, assim a solução do problema ocorrerá quando a duas alturas
manométricas forem iguais. Matematicamente é como se tivéssemos duas equações e duas
incógnitas, H e Q. Entretanto existe um problema, que é o seguinte: as informações sobre a
curva característica da bomba estão na forma gráfica (catálogo do fabricante) e as da
tubulação na forma analítica, apresentada na equação acima. Existem duas maneiras de
resolver um sistema de equações algébricas com estas características, a primeira é interpolar
uma função para os dados da curva característica da bomba, obtendo-se assim uma equação
que juntamente com a segunda forma um sistema de duas equações com duas incógnitas; a
segunda maneira é variar a vazão, começando no zero e aumentando, calcular a altura
manométrica da tubulação para cada vazão escolhida, e em seqüência colocar estes pontos
coordenados sobre a figura da curva característica da bomba. Obviamente, a solução do
sistema será quando as duas curvas encontrarem-se. Vamos utilizar aqui o segundo método,
no entanto o primeiro também é igualmente simples, uma vez que polinômios de segundo
grau interpolam muito bem os dados das curvas características de bombas (H×Q).
Vamos re-escrever a equação da altura manométrica da tubulação, como segue
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L V2 Q L Q2 L Q2
h=f ,V= ⇒h=f ⇒ H = 8m + f .
D 2g A D 2gA 2 D 2gA 2

Na equação acima, para se obter f é necessário ter a rugosidade relativa do tubo. A


rugosidade (absoluta) de aço galvanizado novo é ε = 0,15mm; a taxa de aumento da
rugosidade é de 0,01 a 0,1mm ao ano. Tomando um valor médio de 0,055mm ao ano, tem-se
ε = (0,15+0,055×10)mm = 0,7mm. E por conseguinte

ε / D = 0,7 mm / 52,5mm = 0,0133 .

No cômputo da altura manométrica da tubulação H, é necessário obter-se o comprimento


total equivalente L, que representa as contribuições da tubulação propriamente dita mais as
dos acessórios. Na tabela abaixo apresenta-se a obtenção do comprimento total equivalente.

Comprimento Comprimento
Item Quantidade Descrição equivalente equivalente
unitário (m) por item (m)
1 1 Válvula de pé com crivo 14,0 14,0
o
2 4 Curva longa, 90 1,1 4,4
3 1 Válvula de gaveta (aberta) 0,4 0,4
4 1 Válvula de retenção (pesada) 6,4 6,4
5 1 Tubo reto 15,0 15,0
Comprimento equivalente total, L (m) ⇒ 40,2

Variando os valores de Q na equação acima, pode-se construir a seguinte tabela

Q(m3/hora) Re f h(m) H(m)


0 0 ∞ 0 8,00
5 33683 0,044 0,69 8,71
10 67367 0,043 2,76 10,76
8 53894 0,043 1,77 9,77
9 60630 0,043 2,24 10,24
7 47157 0,043 1,35 9,35

A curva característica desta bomba apresenta vazões variando de 0 a 20m3/hora, assim


planejamos inicialmente calcular as grandezas acima para Q = 0, 5, 10, 15 e 20m3/hora.
Entretanto quando efetuamos os cálculos para Q = 0, 5 e 10m3/hora, percebemos que a altura
manométrica da tubulação já estava acima da curva de altura manométrica da bomba, assim
era inútil continuar no plano original. Colocando os pontos correspondentes às vazões Q = 0,
5 e 10m3/hora, percebe-se pela disposição das curvas que uma provável solução seria
Q = 8m3/hora, de fato a altura manométrica da tubulação calculada resulta em H = 9,77m
(conforme a tabela acima), praticamente igual ao valor da altura manométrica da bomba.
Atingindo assim o ponto de equilíbrio. Só para verificar, fez-se ainda o cômputo para as
vazões Q = 7 e 9m3/hora, que resultou nos seguintes valores de alturas manométricas
H = 9,35 e 10,24m, respectivamente. Como era de se esperar estes dois pontos estão o
primeiro abaixo da curva característica da bomba, e o segundo acima. Este processo poderia
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ser refinado tantas vezes quanto se desejasse, vamos parar por aqui e assumir que a vazão
procurada é Q = 8m3/hora.

A altura máxima de aspiração (ou sucção), destina-se a evitar a cavitação na bomba e pode
ser calculada por

p1 − p v V12
h s ≡ (z e − z1 ) ≤ + − NPSH req − h ps
ρg 2g
onde
m m
p1 = 101,35kPa , p v = 2,339 kPa , V1 = 0 s , Ve = 1,03 s ,
28.6m
NPSH req = 1,6m, h ps = 1,77 m = 1,26m
40.2 m
e portanto

101,35kPa − 2,339kPa
hs ≤ − 1,6m − 1,26 ⇒
1000 mkg3 9,81 sm2
⇒ h s ≤ (10,33 − 0,24 − 1,6 − 1,26)m = 7,23m

Q (m3/hora)
Fig. 2.14-NPSH requerido pela bomba KSB Meganorm 32-125 (1750rpm).

É interessante notar que a contribuição da pressão atmosférica é 10,33m (ao nível do mar),
para regiões mais elevadas esta vai cai, uma vez que a pressão atmosférica local diminui com
a altitude. Todos os termos restantes são subtrativos, neste caso as contribuições da pressão
de saturação e da energia cinética são bem pequenas, as maiores contribuições são a do
NPSHreq e a da perda na sucção.

Exemplo-4: Conhecida a geometria do problema e a vazão, determinar a bomba e a


tubulação.

Necessita-se bombear água a uma vazão Q = 100m3/hora. Os reservatórios de sucção e


recalque estão ambos submetidos à pressão atmosférica (p = 70kPa). A temperatura ambiente
é T = 40oC. O desnível geométrico entre as superfícies dos fluidos nos reservatórios é de
50m. A distância (horizontal) entre os reservatórios é de 3km. Coloque os acessórios que
achar necessários.
Determinar: A tubulação de sucção; A tubulação de recalque; O modelo de bomba a ser
utilizado; A altura máxima de sucção.

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Pela tabela de velocidades recomendadas, considerando o comprimento da tubulação
(3000m) esta instalação assemelha-se mais com redes em cidades. Assim as velocidades
deverão estar na faixa de 1-3m/s.
Como é sabido da mecânica de fluidos, a perda hidráulica (conversão de energia
mecânica para energia térmica) é diretamente proporcional ao comprimento da tubulação, ao
quadrado da velocidade média, bem como inversamente proporcional ao diâmetro da
tubulação. Desta forma para tubulações curtas (por exemplo, L = 50m) pode-se adotar
velocidades mais altas, enquanto para tubulações longas a velocidade adotada deverá ser
menor.
Para a vazão Q = 100m3/hora = 0,02778m3/s, tem-se

4Q 4 × 0,02778m3 / s
V = 1m / s, Q = π4 φ2 V ⇒ φ = = ⇒ φ = 188,0mm ,
πV 3,14159 × 1m / s

4Q 4 × 0,02778m3 / s
V = 3m / s, Q = π4 φ2 V ⇒ φ = = ⇒ φ = 108,6mm .
πV 3,14159 × 3m / s

Admitindo-se que as tubulações da série Std 40 são suficientes para suportar as tensões
causadas pela pressão interna aos tubos (isto deve ser verificado posteriormente), e após
inspeção na norma de tubulações (ANSI B.36.10) conclui-se que o diâmetro comercial, com
diâmetro interno na faixa de 108,6mm-188,0mm é φ = 6” (φint=154,0mm). Os tubos com
φ = 4” (φint=102,3mm) e φ = 8” (φint=202,7mm) encontram-se próximos dos extremos da
faixa analisada e também serão considerados. Para estes tubos pode-se calcular a velocidade
média como segue

4Q 4 × 0,02778m3 / s
φ = 4", Q = π4 φ2int V ⇒ V = = ⇒ V = 3,38m / s ,
πφ2int 3,14159 × 0,10232 m2

4Q 4 × 0,02778m3 / s
φ = 6", Q = π4 φ2int V ⇒ V = = ⇒ V = 1,49 m / s ,
πφ 2int 3,14159 × 0,15402 m2

π 2 4Q 4 × 0,02778m3 / s
φ = 8", Q = φ int V ⇒ V = = ⇒ V = 0,86m / s .
4 2
πφint 3,14159 × 0,2027 2 m2

Analisando-se as velocidades acima percebe-se que o tubo de φ = 4” leva a velocidades


acima da faixa recomendada e não deve ser utilizado por que a tubulação é longa e a perda de
carga será considerável. Para φ = 8” a velocidade está abaixo da recomendada e produzirá
baixas perdas de carga, mas o custo será alto, pois o diâmetro é o maior dos três possíveis.
Entretanto φ = 8” poderá ser utilizado para tubulação de sucção, onde baixos valores de perda
de carga são importantes e o custo do tubo não será elevado, uma vez que a tubulação de
sucção é curta. O tubo com φ = 6” é o que produz velocidades dentro da faixa recomendada e
poderá ser utilizado para a tubulação de recalque.
A seguir analisa-se um pouco mais esta questão.
O número de Reynolds para estes três diâmetros são:
Vφint 3,38m / s × 0,1023m
φ = 4", ν = 6,5 × 10− 7 m2 / s ⇒ Re = = −
⇒ Re ≈ 5,2 × 106 ,
ν 7 2
6,5 × 10 m / s
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Vφint 1,49 m / s × 0,154 m


φ = 6", ν = 6,5 × 10− 7 m2 / s ⇒ Re = = −
⇒ Re ≈ 3,5 × 105 ,
ν 7
6,5 × 10 m / s 2

Vφint 0,86m / s × 0,2027 m


φ = 8", ν = 6,5 × 10− 7 m2 / s ⇒ Re = = −
⇒ Re ≈ 2,7 × 105 .
ν 7 2
6,5 × 10 m / s

Para tubos comerciais novos, tem-se nas Figuras X.1 e X.2


e
φ = 4", Re ≈ 5,2 × 106 ⇒ = 0,0004 ⇒ f = 0,0160 ,
D
e
φ = 6", Re ≈ 3,5 × 105 ⇒ = 0,00028 ⇒ f = 0,0168 ,
D
e
φ = 8", Re ≈ 2,7 × 105 ⇒ = 0,00022 ⇒ f = 0,0172 .
D
Faz-se uma estimativa inicial da perda de carga na tubulação como segue

L V2 3050m 3,382 m2 / s2
φ = 4", h = f ⇒ h = 0,0160 ⇒ h = 277,76m ,
D 2g 0,1023m 2 × 9,81m / s2

L V2 3050m 1,492 m2 / s2
φ = 6", h = f ⇒ h = 0,0168 ⇒ h = 37,65m ,
D 2g 0,1540m 2 × 9,81m / s2

L V2 3050m 0,862 m2 / s2
φ = 8", h = f ⇒ h = 0,0172 ⇒ h = 9,76m .
D 2g 0,2027 m 2 × 9,81m / s2

Nesta aplicação a altura manométrica é fornecida, aproximadamente, pelo desnível


geométrico mais a perda de carga na tubulação de recalque. Assim
φ = 4" ⇒ H ≈ 277,76m + 50m = 327,76m ,

φ = 6" ⇒ H ≈ 37,65m + 50m = 87,65m ,

φ = 8" ⇒ H ≈ 9,76m + 50m = 59,76m .

Por outro lado, estas tubulações têm as seguintes seções transversais de metal

φ = 4" ⇒ S = 20,4cm2 ; φ = 6" ⇒ S = 36,0cm2 ; φ = 8" ⇒ S = 54,2cm2 .

Os dados acima confirmam a idéia de que para φ = 4” a perda de carga seria muito grande.
Quando passamos para φ = 6” a altura manométrica (H), cai consideravelmente em
comparação com aquela que ocorre com φ = 4”. Porém quando passamos para φ = 8” a queda
na altura manométrica já não é mais tão acentuada. Mesmo que fizéssemos φ → ∞ a altura
manométrica seria igual a altura geométrica, isto é H = 50m. Por outro lado o custo da
tubulação seria infinito. Fica claro que a tubulação com φ = 4” está descartada. Uma decisão
final entre φ = 6” e φ = 8” deveria ser de ordem econômica, isto é deveria-se calcular a
instalação para estes dois diâmetros e então verificar-se qual teria menor custo. Entretanto
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parece provável que a tubulação de recalque deva ser φ = 6”. A tubulação de sucção, por
questões de segurança contra cavitação (a ser verificada mais adiante) deverá ser φ = 8”.
Define-se então as dimensões e acessórios das tubulações de sucção e recalque.
Tubulação de sucção:
Item Descrição Quantidade Comprimento Equivalente
1 Tubo φ = 8”, Std 40 9,24m 9,24m
2 Válvula de pé, φ = 8” 1 52,00m
3 Cotovelo de 45 , φ = 8”
o
1 3,00m
Comprimento equivalente total = 64,24m
A perda de carga na sucção (hps) pode ser calculada da seguinte maneira

Ls Vs2 64,24m 0,862 m2 / s2


φ = 8", h ps = fs ⇒ h ps = 0,0172 ⇒ h ps = 0,205m
D s 2g 0,2027 m 2 × 9,81m / s2

Tubulação de recalque:
Item Descrição Quantidade Comprimento Equivalente
1 Tubo φ = 6”, Std 40 3050m 3050,0m
2 Válvula de retenção, φ = 6” 1 19,3m
3 Válvula de gaveta, φ = 6” 1 1,1m
4 Saída de canalização 1 5,0m
5 Cotovelo (raio longo) de 90 , φ = 6”
o
2 6,8m
Comprimento equivalente total = 3082,2m
A perda de carga no recalque (hpr) pode ser calculada da seguinte maneira

L r Vr2 3082,2 m 1,492 m2 / s2


φ = 6", h pr = f r ⇒ h pr = 0,0168 ⇒ h pr = 38,05m
D r 2g 0,154 m 2 × 9,81m / s2

A altura manométrica total (H) é então obtida por

p − pA V2 − Vs2
H= B + ( z B − zA ) + h ps + h pr + r =
γ 2g
= (0 + 50 + 0,205 + 38,05 + 0,0755) m ⇒ H = 88,33m

Percebe-se que a altura manométrica total (H = 88,33m) obtida considerando-se os


detalhes das tubulações e respectivos acessórios na sucção e no recalque é praticamente igual
ao valor inicialmente estimado (H = 87,65m). Isto sempre vai ocorrer para tubulações longas,
com, proporcionalmente, poucos acessórios. Nota-se também que a contribuição dos termos
de energia cinética na altura manométrica seriam desprezíveis (0,0755m).
Com a vazão que se necessita Q = 100m3/hora, e com a altura manométrica H = 88,33m,
pode-se selecionar um modelo de bomba a partir de um catálogo de fabricante. No caso
utilizou-se o catálogo do fabricante KSB. Inspecionando-se o catálogo constata-se que o
único modelo que pode satisfazer estas condições é o do TIPO MEGANORM, TAMANHO
50-250, N = 3500RPM. Para as condições especificadas esta bomba deverá funcionar com
um rotor com diâmetro próximo a 238mm, onde apresentará um rendimento η = 61%. Para
esta condição de funcionamento o NPSHreq ≈ 4m, e a potência de acionamento no eixo,
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Peixo ≈ 55 hp. (Caso fosse possível, dependendo do processo industrial onde a bomba seria
usada, trabalhar com uma vazão ligeiramente menor do que Q = 100m3/hora, uma boa opção
ao modelo 50-250 seria o modelo 50-200, que trabalha com valores de altura manométrica
um pouco menores, mas que apresenta um rendimento máximo ηmax = 74,5%, enquanto o
modelo 50-250 apresenta um rendimento máximo menor ηmáx = 67%.)

Fig. 2.15-Curva característica H×Q da bomba KSB Meganorm 50-250 (3500rpm).

Q (m3/hora)
Fig. 2.16-NPSH requerido pela bomba KSB Meganorm 50-250 (3500rpm).

Com a tubulação definida, o modelo de bomba selecionado, e as demais informações


obtidas, pode-se fazer o cômputo da altura máxima de sucção (hs), como segue

pA ⎡ p ⎤
hs = − ⎢h ps + v + NPSH req ⎥ =
γ ⎣ γ ⎦
N ⎡ N ⎤
7 × 10 4 2 ⎢ 7380 2 ⎥
= m − ⎢0,206m + m + 4m ⎥ =
m kg m kg
9,81 2 × 1000 3 ⎢ 9,81 2 × 1000 3 ⎥
s m ⎢
⎣ s m ⎥⎦
= 7,136m − (0,206m + 0,752m + 4m) ⇒ h s = 2,384m.

Assim esta bomba deve ser instalada a uma altura máxima hs=2,384m contado acima da
superfície do reservatório de sucção.

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Finalmente pode-se verificar se a espessura da tubulação é suficiente para suportar as
pressões desenvolvidas. O ponto da tubulação onde ocorre a pressão mais elevada é a saída
da bomba. A pressão neste local é relacionada por

p r Vr2 p V2 ⎡ V2 ⎤
+ + z r = B + B + z B + h pr ⇒ p r − p B = γ ⎢ (z B − z r ) + h pr − r ⎥
γ 2g γ 2g ⎢⎣ 2g ⎥⎦
kg m
p r − p B = 1000 9,81 [ (50m − 2 m) + 38,05m − 0,11m] ⇒ p r − p B = 844,15kPa
3
m s2
A tensão limite que esta tubulação suporta é σlim = 1125kgf/cm2. A tensão efetiva de
trabalho em termos da diferença de pressão interna e externa (pr-pB), do raio médio da parede
metálica (R), e da espessura de parede (E), é fornecida por
(pr − pB )R (p − pB )R
σ= ⇒E= r ⇒
E σ
N
844,15 × 103 2 80,55mm
(p − pB )R m
⇒ E min = r = ⇒ E min = 0,62 mm < 7,11mm
σ lim 4 N
1125 × 9,81 × 10 2
m
Portanto, este tubo é suficiente para suportar os esforços desenvolvidos pelas pressões
internas e externas. (Quando uma instalação de bombeamento estiver definida do ponto de
vista hidráulico é necessário fazer uma verificação geral do ponto de vista de resistência dos
materiais, quando os tubos estiverem submetidos a outros tipos de carregamentos.)

Exemplo-5: Cálculo de uma instalação de bombeamento utilizando a minimização da


função custo.

Necessita-se bombear água a uma vazão Q = 200m3/hora. Os reservatórios de sucção e


recalque estão ambos submetidos à pressão atmosférica (p = 70kPa). A temperatura ambiente
é T = 40oC. O desnível geométrico entre as superfícies dos fluidos nos reservatórios é de
100m. A distância (horizontal) entre os reservatórios é de 10km. Coloque os acessórios que
achar necessários. O custo de 1kg de tubo é $R2.00 e 1kW de potência de bombeamento
custa $R300.00.
Determinar, considerando o menor custo global: A tubulação de sucção; A tubulação de
recalque; O modelo de bomba a ser utilizado; A altura máxima de sucção.

Pela tabela de velocidades recomendadas, considerando o comprimento da tubulação


(10km) esta instalação assemelha-se mais com redes em cidades. Assim as velocidades
deverão estar na faixa de 1-3m/s, talvez até menores. Utiliza-se uma função custo para decidir
qual é a solução mais adequada.
Como é sabido da mecânica de fluidos, a perda hidráulica (conversão de energia
mecânica para energia térmica) é diretamente proporcional ao comprimento da tubulação, ao
quadrado da velocidade média, bem como inversamente proporcional ao diâmetro da
tubulação. Desta forma para tubulações curtas (por exemplo, L = 50m) pode-se adotar
velocidades mais altas, enquanto para tubulações longas a velocidade adotada deverá ser
menor.
Para a vazão Q = 200m3/hora = 0,05555m3/s, tem-se

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4Q 4 × 0,05555m3 / s
V = 0,5m / s, Q = π4 φ 2V ⇒ φ = = ⇒ φ = 376,1mm
πV 3,14159 × 0,5m / s

4Q 4 × 0,05555m3 / s
V = 1m / s, Q = π4 φ 2V ⇒ φ = = ⇒ φ = 265,9mm ,
πV 3,14159 × 1m / s
4Q 4 × 0,05555m3 / s
V = 3m / s, Q = π4 φ 2V ⇒ φ = = ⇒ φ = 153,5mm .
πV 3,14159 × 3m / s

Admitindo-se que as tubulações da série Std 40 são suficientes para suportar as tensões
causadas pela pressão interna aos tubos (isto deve ser verificado posteriormente), e após
inspeção na norma de tubulações (ANSI B.36.10) conclui-se que os tubos comerciais, com
diâmetro interno na faixa de 102,3mm-376,1mm são φ= 4” (φint=102,3mm), φ= 6”
(φint=154,0mm), φ = 8” (φint=202,7mm), φ = 10” (φint=254,5mm), φ = 12” (φint=303,2mm),
φ = 14” (φint=333,4mm), φ = 16” (φint=381,0mm). Para estes tubos pode-se calcular a
velocidade média como segue

4Q 4 × 0,05555m3 / s
φ = 4", Q = π4 φint
2
V ⇒V = = ⇒ V = 6,76m / s ,
πφint
2
3,14159 × 0,10232 m2
4Q 4 × 0,05555m3 / s
φ = 6", Q = π4 φint
2
V ⇒V = = ⇒ V = 2,98m / s ,
πφint
2
3,14159 × 0,15402 m2
4Q 4 × 0,05555m3 / s
φ = 8", Q = π4 φint
2
V ⇒V = = ⇒ V = 1,72m / s .
πφint
2
3,14159 × 0,20272 m2
4Q 4 × 0,05555m3 / s
φ = 10", Q = π4 φint
2
V ⇒V = = ⇒ V = 1,09m / s
πφint
2
3,14159 × 0,25452 m2
4Q 4 × 0,05555m3 / s
φ = 12", Q = π4 φint
2
V ⇒V = = ⇒ V = 0,77m / s
πφint
2
3,14159 × 0,30322 m2
4Q 4 × 0,05555m3 / s
φ = 14", Q = π4 φint
2
V ⇒V = = ⇒ V = 0,64m / s
πφint
2
3,14159 × 0,33342 m2
4Q 4 × 0,05555m3 / s
φ = 16", Q = π4 φint
2
V ⇒V = = ⇒ V = 0,49m / s
πφint
2
3,14159 × 0,38102 m2

Analisando-se as velocidades acima percebe-se que o tubo de φ = 4” leva a velocidades


elevadas e provavelmente não será a solução por que a tubulação é longa e a perda de carga
será considerável. Para φ = 16” a velocidade está baixa e produzirá baixas perdas de carga,
mas o custo será alto, pois o diâmetro é o maior dos que estamos analisando. Entretanto
φ = 16” poderá ser utilizado para tubulação de sucção, onde baixos valores de perda de carga
são importantes e o custo do tubo não será elevado, uma vez que a tubulação de sucção é
curta. Os outros tubos produzem velocidades numa faixa intermediária.
A seguir analisa-se um pouco mais esta questão.

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O número de Reynolds para estes três diâmetros são:

Vφint 6,76m / s × 0,1023m


φ = 4", ν = 6,5 × 10− 7 m2 / s ⇒ Re = = −7 2
⇒ Re ≈ 1,06 × 106 ,
ν 6,5 × 10 m / s
Vφ 2,98m / s × 0,1540m
φ = 6", ν = 6,5 × 10− 7 m2 / s ⇒ Re = int = −
⇒ Re ≈ 7,06 × 105 ,
ν 7
6,5 × 10 m / s 2

Vφ 1,72m / s × 0,2027m
φ = 8", ν = 6,5 × 10− 7 m2 / s ⇒ Re = int = −7 2
⇒ Re ≈ 5,4 × 105 .
ν 6,5 × 10 m / s
Vφ 1,09m / s × 0,2525m
φ = 10", ν = 6,5 × 10− 7 m2 / s ⇒ Re = int = −
⇒ Re ≈ 4,2 × 105
ν 7
6,5 × 10 m / s 2

Vφ 0,77m / s × 0,3032m
φ = 12", ν = 6,5 × 10− 7 m2 / s ⇒ Re = int = −7 2
⇒ Re ≈ 3,6 × 105
ν 6,5 × 10 m / s
V φ 0 , 64 m / s × 0,3334m
φ = 14", ν = 6,5 × 10− 7 m2 / s ⇒ Re = int = −
⇒ Re ≈ 3,3 × 105
ν 7
6,5 × 10 m / s 2

Vφ 0,49m / s × 0,3810m
φ = 16", ν = 6,5 × 10− 7 m2 / s ⇒ Re = int = −
⇒ Re ≈ 2,9 × 105
ν 7
6,5 × 10 m / s 2

Para tubos comerciais novos, tem-se nas Figuras X.1 e X.2

e
φ = 4", Re ≈ 1,06 × 106 ⇒ = 0,0004 ⇒ f = 0,0165 ,
D
e
φ = 6", Re ≈ 7,06 × 105 ⇒ = 0,00028 ⇒ f = 0,016 ,
D
e
φ = 8", Re ≈ 5,4 × 105 ⇒ = 0,00022 ⇒ f = 0,0156 ,
D
e
φ = 10", Re ≈ 4,2 × 105 ⇒ = 0,00018 ⇒ f = 0,0155
D
e
φ = 12", Re ≈ 3,6 × 105 ⇒ = 0,00012 ⇒ f = 0,0155
D
e
φ = 14", Re ≈ 3,3 × 105 ⇒ = 0,00011 ⇒ f = 0,0152
D
e
φ = 16", Re ≈ 2,9 × 105 ⇒ = 0,0001 ⇒ f = 0,0152
D

Faz-se uma estimativa inicial da perda de carga na tubulação como segue

L V2 10100m 6,762 m2 / s2
φ = 4", h = f ⇒ h = 0,0165 ⇒ h = 3794,2m ,
D 2g 0,1023m 2 × 9,81m / s2
L V2 10100m 2,982 m2 / s2
φ = 6", h = f ⇒ h = 0,0160 ⇒ h = 475,0m ,
D 2g 0,1540m 2 × 9,81m / s2
L V2 10100m 1,722 m2 / s2
φ = 8", h = f ⇒ h = 0,0156 ⇒ h = 117,2m ,
D 2g 0,2027m 2 × 9,81m / s2

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L V2 10100m 1,092 m2 / s2
φ = 10", h = f ⇒ h = 0,0155 ⇒ h = 37,2m
D 2g 0,2545m 2 × 9,81m / s2
L V2 10100m 0,772 m2 / s2
φ = 12", h = f ⇒ h = 0,0155 ⇒ h = 15,6m
D 2g 0,3033m 2 × 9,81m / s2
L V2 10100m 0,64 2 m2 / s2
φ = 14", h = f ⇒ h = 0,0152 ⇒ h = 9,6m
D 2g 0,3334 m 2 × 9,81m / s2
L V2 10100m 0,492 m2 / s2
φ = 16", h = f ⇒ h = 0,0152 ⇒ h = 4 ,9 m .
D 2g 0,3810m 2 × 9,81m / s2

Nesta aplicação a altura manométrica é fornecida, aproximadamente, pelo desnível


geométrico mais a perda de carga na tubulação de recalque. Assim

φ = 4" ⇒ H ≈ 3794 ,2 m + 100m = 3894 ,2m ,


φ = 6" ⇒ H ≈ 475,0m + 100m = 575,0m ,
φ = 8" ⇒ H ≈ 117 ,2 m + 100m = 217 ,2 m ,
φ = 10" ⇒ H ≈ 37 ,2m + 100m = 137 ,2 m
φ = 12" ⇒ H ≈ 15,6m + 100m = 115,6m
φ = 14" ⇒ H ≈ 9 ,6m + 100m = 109 ,6m
φ = 16" ⇒ H ≈ 4 ,9m + 100m = 104 ,9 m .

Por outro lado, estas tubulações têm os seguintes pesos por unidade de comprimento, peso
total e custo total

Diâmetro f 4” 6” 8” 10” 12” 14” 16”


Peso(kg/m) 16,06 28,23 42,48 60,23 79,65 94,29 123,2
Peso (kg) 162206 285123 429048 608323 804465 952329 1244320
Custo ($R) 324412,00 570246,00 858096,00 1216646,00 1608930,00 1904658,00 2488640,00

Os dados acima, sobre perda de carga e altura manométrica, confirmam a idéia de que para
φ = 4” a perda de carga é muito grande. Quando passamos para φ = 6” a altura manométrica
(H), cai consideravelmente em comparação com aquela que ocorre com φ = 4”. Quando
passamos para φ = 8” a queda na altura manométrica já não é mais tão acentuada, mas
continua diminuindo. Mesmo que fizéssemos φ → ∞ a altura manométrica seria igual a altura
geométrica, isto é H = 100m. Por outro lado o custo da tubulação seria infinito.
Pode-se então calcular a potência de acionamento do conjunto motor-bomba
(considerando o rendimento global η=0.8), como segue

3
φ = 4" ⇒ P ≈ ρgQH / η ⇒ P ≈ 1000 kg3 9.81 m2 0.05555 ms 3894.2m / 0.8 = 2652.6kW ,
m s
kg 3
φ = 6" ⇒ P ≈ ρgQH / η ⇒ P ≈ 1000 3
9.81 m2 0.05555 ms 575.0m / 0.8 = 391.7kW ,
m s
kg 3
φ = 8" ⇒ P ≈ ρgQH / η ⇒ P ≈ 1000 3 9.81 m2 0.05555 ms 217.2m / 0.8 = 148.0kW ,
m s

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3
φ = 10" ⇒ P ≈ ρgQH / η ⇒ P ≈ 1000 kg3 9.81 m2 0.05555 ms 137.2m / 0.8 = 93.5kW ,
m s
kg 3
φ = 12" ⇒ P ≈ ρgQH / η ⇒ P ≈ 1000 3 9.81 m2 0.05555 ms 115.6m / 0.8 = 78.7kW ,
m s
kg 3
φ = 14" ⇒ P ≈ ρgQH / η ⇒ P ≈ 1000 3 9.81 m2 0.05555 ms 109.6m / 0.8 = 74.7kW ,
m s
kg 3
φ = 16" ⇒ P ≈ ρgQH / η ⇒ P ≈ 1000 3 9.81 m2 0.05555 ms 104.9m / 0.8 = . kW .
715
m s

O para aquisição do conjunto moto-bomba custará

Diâmetro φ 4” 6” 8” 10” 12” 14” 16”


Potência (kW) 2652.6 391.7 148.0 93.5 78.7 74.7 71.5
Custo ($R) 795789,00 117510,00 44400,00 28050,00 23610,00 22410,00 21450,00

Com os custos existentes nas tabelas pode-se obter o custo total da instalação conforme a
tabela abaixo. Estes dados também foram usados para criar a figura abaixo, onde se vê
claramente onde ocorre o mínimo da função custo. Desta forma o diâmetro da tubulação de
recalque que minimiza o custo total é φ=6”.

Diâmetro φ 4” 6” 8” 10” 12” 14” 16”


Bomba ($R) 795789,00 117510,00 44400,00 28050,00 23610,00 22410,00 21450,00
Tubo ($R) 324412,00 570246,00 858096,00 1216646,00 1608930,00 1904658,00 2488640,00
Total ($R) 1120201,00 687756,00 902496,00 1244696,00 1632540,00 1927068,00 2510090,00

Como a tubulação é razoavelmente longa pode se desconsiderar o efeito dos acessórios, o que
não poderia ser feito se a tubulação fosse curta.
2500000

Custo da bomba
2000000
Custo da tubulação
Custo total
1500000
Custo ($R)

1000000

500000

0
2 4 6 8 10 12 14 16

Diâmetro da tubulação (polegadas)


Fig. 2.17–Custos da tubulação, da bomba e total em função do diâmetro do tubo.

A bomba a ser selecionada deverá prover uma vazão Q = 0.05555m3/s e uma altura
manométrica H = 575m. Consultando os catálogos do fabricante KSB, têm três famílias de
bombas que são capazes de atender as especificações aqui definidas. As famílias são: KSB
HAD, KSB HDB e KSB WL. Os modelos que satisfazem o problema aqui proposto são:
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HDA 125/4, HDB 125/3, e WL 125/4. Os modelos HDA e HDB são destinadas a bombear
água de alimentação de caldeiras. Como neste problema pretende-se bombear água a uma
temperatura de 40oC e que não é para alimentação de caldeira, então o modelo que mais
adequa-se é o WL 125/4.

Fig. 2.18- Curva característica H×Q da família de bombas KSB WL (3500rpm).

O NPSH requerido por esta bomba pode ser estimado, usando um coeficiente de sucção
Sq=0.4, por

4/3
4/3 ⎡ 3500 m3 ⎤
NPSH req ≈ (n Q / Sq ) / g ⇒ NPSH req ≈ ⎢ .
rps 005555 s / .
04 ⎥ . m2 = 114
/ 981 . m.
⎣ 60 ⎦ s

Como o NPSH requerido, estimado acima é razoavelmente alto, é necessário que a


velocidade na tubulação de sução seja menor ou igual a unidade, assim adota-se inicialmente
um tubo com φ=10”, para o qual a velocidade V=1,09m/s.
Considerando-se que entre tubulação propriamente dita e comprimentos equivalentes devido
a acessórios localizados na tubulação de sucção, e o comprimento total equivalente na sucção
seja Ls=100m.
A perda de carga na sucção (hps) pode ser calculada da seguinte maneira

Ls Vs2 100,0m 1,09 2 m 2 / s 2


φ = 10" , h ps = f s ⇒ h ps = 0,0155 ⇒ h ps = 0,37m
Ds 2g 0,2525m 2 × 9,81m / s 2

Com a tubulação definida, o modelo de bomba selecionado, e as demais informações


obtidas, pode-se fazer o cômputo da altura máxima de sucção (hs), como segue

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pA ⎡ p ⎤
hs = − ⎢h ps + v + NPSH req ⎥ =
γ ⎣ γ ⎦
N ⎡ N ⎤
7 × 10 4 2 ⎢ 7380 2 ⎥
= m − ⎢0,37m + m + 11.4m ⎥ =
m kg m kg
9,81 2 × 1000 3 ⎢ 9,81 2 × 1000 3 ⎥
s m ⎢
⎣ s m ⎥⎦
= 7,136m − (0,37m + 0,752m + 11.4m) ⇒ h s = −5.339m.

Assim esta bomba deve ser instalada afogada a uma altura hs=-5.339m abaixo do nível do
reservatório de sucção (supostamente à pressão atmosférica).

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Velocidade econômica (m/s)

Vazão econômica (m3/hora)

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Comprimento equivalente (m)

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HDA

HDB

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PERDA DE CARGA EM VÁLVULAS, CONEXÕES E OUTROS ACIDENTES –


COMPRIMENTOS EQUIVALENTES.

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