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ADAPTAÇÃO

CURRICULAR

4 Etapas fundamentais na
adaptação curricular
do seu filho e seu aluno com TEA
INDICE

Introdução ....................................................................................................................................... 3

O que é adaptação curricular ................................................................................................. 3

A importância da adaptação dos conteúdos didáticos para autistas.............. 7

Aspectos fundamentais para a inclusão escolar de crianças com TEA.......... 10

4 Etapas fundamentais na Adaptação Curricular ...................................................... 11

Conclusão .......................................................................................................................................... 17
INTRODUÇÃO

Currículo é tudo o que faz parte da formação do


aluno, desde matérias à passeios e apresentação na
escola, tudo o que colabora para a formação do
aluno.

Adaptar o currículo na escola tem importância para


auxiliar alunos com TEA a absorver e aprender
melhor tanto práticas do dia a dia, como matérias
mais complexas.

Essa prática ajuda a diminuir a discrepância entre o


currículo executado com a turma em sala de aula e
o que é executado com o aluno que possui autismo,
nivelando assim a sala de aula no mesmo nível de
aprendizagem.

Esse é um dos grandes desafios dos educadores e


pais de pessoas com o Transtorno do Espectro do
Autismo (TEA), que  é contribuir com o processo de
inclusão escolar e fazer com que esses alunos
aprendam e acompanhem o conteúdo das aulas.

Nesse e-book temos como foco princiapal abordar


os 4 etapas fundamentais na adaptação curricular
do seu filho ou aluno com TEA.

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O QUE É ADAPTAÇÃO
CURRICULAR

O conceito de adaptações curriculares é considerado como:


estratégias e critérios de atuação docente, admitindo
decisões que oportunizam adequar a ação educativa
escolar às maneiras peculiares de aprendizagem dos
alunos, levando em conta que o processo de ensino-
aprendizagem pressupõe atender à diversificação de
necessidades dos alunos na escola (segundo o
MEC/Seesp/SEB, em 1998).

As adaptações curriculares constituem, pois,


possibilidades educacionais de atuar frente às
dificuldades de aprendizagem dos alunos.

Pressupõe que se realize a adaptação do currículo


regular, quando necessário, para torná-lo apropriado
às peculiaridades dos alunos com necessidades
especiais.

Não um novo currículo, mas um currículo dinâmico,


alterável, passível de ampliação, para que atenda
realmente a todos os educandos.

Nessas circunstâncias, as adaptações curriculares


implicam a planificação pedagógica e as ações
docentes fundamentadas em critérios que definem:
o que o aluno deve aprender; como e quando
aprender; que formas de organização de ensino são
mais eficientes para o processo de aprendizagem;
como e quando avaliar o aluno.

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O QUE É ADAPTAÇÃO
CURRICULAR

Adaptações curriculares de modo geral envolvem


modificações organizativas, nos objetivos e conteúdo, nas
metodologias e na organização didática, na organização do
tempo e na filosofia e estratégias de avaliação, permitindo o
atendimento às necessidades educativas de todos os alunos
em relação à construção do conhecimento. (como publicaram
Oliveira e Machado, segundo Glat, em 2007).

Assim, com a intenção de possibilitar a inclusão dos


alunos especiais preferencialmente no ensino regular, a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional prevê,
entre outros, em seu artigo 59, incisos I e II, de
currículo e terminalidade específica para o
atendimento destes educandos, que a escola se
mobilize para estruturar um conjunto de ações e
providenciar recursos necessários que garantam o
acesso e a permanência de todos os alunos,
promovendo um ensino que respeite as especificidades
da aprendizagem de cada aluno.

No documento denominado Parâmetros Curriculares


Nacionais – PCN Adaptações Curriculares em ação,
elaborado pela Secretaria de Educação Especial, do
Ministério da Educação — publicado originalmente em
1999 e reeditado em 2002 —, as adaptações curriculares
devem ser entendidas como um processo a ser
realizado em três níveis:

no projeto político pedagógico da escola, por meio do


qual é possível identificar e analisar as dificuldades
enfrentadas pela escola, assim como, estabelecer
objetivos e metas comuns aos gestores, professores,
funcionários da escola, familiares e alunos;

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O QUE É ADAPTAÇÃO
CURRICULAR

no currículo desenvolvido em sala de aula;

e no nível individual, por meio da elaboração e


implementação do Programa Educacional Individualizado
(PEI).

De responsabilidade da instância político-administrativa,


tem-se dentre as adaptações de acesso ao currículo:

a criação de condições físicas, ambientais e materiais para o


aluno, em sua unidade escolar;
a adaptação do ambiente físico escolar;
a aquisição do mobiliário específico necessário;
a aquisição dos equipamentos e recursos materiais
específicos;
adaptação e/ou adequações curriculares;
a capacitação continuada dos professores e demais
profissionais da Educação;
e recursos visuais adequados.

Um currículo adaptado para crianças com autismo


relaciona princípios, operacionalização, teoria e prática,
planejamento e ação, sendo que essas noções de
planejamento e de concepção curricular estão
intimamente ligadas à viabilização de sua concretização
(segundo Monjón, em 1995).

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A IMPORTÂNCIA DA
ADAPTAÇÃO DOS CONTEÚDOS
DIDÁTICOS PARA AUTISTAS

Para ter sucesso nessa trajetória é importante a


adaptação dos conteúdos didáticos.

A utilização dos recursos didáticos corretos é


fundamental para que a pessoa com TEA absorva os
conteúdos educacionais e realmente aprenda. Por isso,
uma forma de melhorar o aprendizado é investir na
adaptação dos conteúdos didáticos.

Isso é necessário porque os autistas sentem


dificuldade de aprender da forma tradicional e ter esse
apoio pedagógico facilita o processo de aprendizagem.

É necessário que a adaptação dos conteúdos


didáticos das aulas seja realizada de acordo com o
repertório comportamental da criança com TEA. Por
isso, vale destacar que nem toda criança com o
Transtorno do Espectro do Autismo precisará de
uma adaptação dos materiais didáticos.

A adaptação atenderá a necessidade individual da


criança. Por isso, uma das melhores maneiras de
ensinar uma criança que possui dificuldades de
aprendizagem ou desenvolvimento atípico é por
meio do Plano de Ensino Individualizado (PEI).

Lembrando que a adaptação dos conteúdos


didáticos mantém a integridade do conteúdo no
currículo, mas pode apresentá-lo em um formato
diferente ou alterar o ambiente no qual o aluno
aprende com base nas suas necessidades e
limitações individuais.

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A IMPORTÂNCIA DA
ADAPTAÇÃO DOS CONTEÚDOS
DIDÁTICOS PARA AUTISTAS

A equipe de ensino, que pode ser formada por


professores, pedagogos, psicopedagogos, precisa
avaliar caso a caso e averiguar em que nível cada
criança está em cada disciplina, quais conteúdos já
absorveu e o que ainda não aprendeu.

Após essa avaliação, eles devem decidir se a criança


seguirá o mesmo currículo da turma ou se o aluno
precisará de um currículo totalmente
individualizado e paralelo ao da classe.

Em seguida, essa equipe deve planejar a produção


do conteúdo didático individualizado e adaptado.

Mas como deve ser esse material didático adaptado?


Não há uma fórmula exata, uma vez que cada
criança com o TEA é única, mas o ideal é que as
tarefas complexas sejam fragmentadas em etapas e
que as atividades sejam lúdicas. O material didático
precisa ser atraente e adequado para os níveis da
criança com o TEA. É importante que o material
didático seja objetivo, os enunciados sejam menores
e é necessário evitar longos textos que exijam uma
interpretação complexa.

Alguns outros exemplos:

– Ter menos exercícios por página, pois uma página


lotada de informações pode distrair a pessoa com
TEA e tirar o foco do objetivo da atividade ou aula;

– Ter mais atividades para ligar, recortar e colar,


pintar, circular, marcar X etc;

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A IMPORTÂNCIA DA
ADAPTAÇÃO DOS CONTEÚDOS
DIDÁTICOS PARA AUTISTAS

– Ter temas de interesse da criança em todas as


atividades. Ela precisa ser estimulada e ter vontade
de fazer determinada atividade;

– Os conteúdos precisam ser simples e reduzidos.


Por isso, o material didático deve focar no que
realmente é importante para aluno e que possa ser
aplicado no seu cotidiano;

– Evitar questões dúbias e com duplo sentido. As


metáforas e figuras de linguagem devem ser
excluídas, pois elas são um desafio para crianças
autistas e podem causar desconforto e desestimular
a aprender;

– As imagens e desenhos são aliados nesses casos. O


material didático deve ter bastantes recursos
visuais, pois o aluno com o TEA fica mais interessado
para consultar e interpretar os exercícios e
atividades propostas.

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ASPECTOS FUNDAMENTAIS
PARA A INCLUSÃO ESCOLAR DE
CRIANÇAS COM TEA

Além do material didático adaptado, as instituições de


ensino devem oferecer recursos de apoio e adequar o
nível de complexidade das atividades. Além disso, a
equipe responsável pela aprendizagem do aluno
precisa ficar atenta para respeitar o ritmo da
aprendizagem da criança e mudar o tempo previsto
das atividades para que cada aluno possa alcançar os
objetivos propostos.

Também poderá ser necessário modificar as


instruções das atividades, alterar o formato das
aulas, explorar novos ambientes e usar estratégias
de ensino diferenciadas. E para saber se todas essas
estratégias estão funcionando é fundamental
observar com regularidade o avanço do aluno e se as
dificuldades persistem.

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4 PONTOS FUNDAMENTAIS NA
ADAPTAÇÃO CURRICULAR DO
TEA

1. Identificar os tipos de prioridades para


o aluno
As adaptações curriculares variam de criança para criança,
pois cada uma tem suas peculiaridades, níveis diferentes de
entendimento, facilidades com determinados métodos e
sua percepção do mundo é diferente, sempre devemos
analisar o caso para direcionar o método mais eficaz para o
sujeito, sempre respeitando o seu perfil psico educacional.

Pontos importantes são levados em consideração


antes mesmo de planejar um currículo, como:

Objetivo de ensino – Porque ensinar?

Determinada matéria é realmente importante e terá


utilidade na vida prática dessa criança?

Conteúdo – O que vou ensinar?

Verificar o que terá utilidade prática no dia a dia para o


aluno, excluir conteúdos que apenas ficarão armazenados
na cabeça do aluno.

Métodos e estratégias – Como vou ensinar?

Mapear qual o melhor método de ensino para aquele aluno,


pode ser visual, auditivo, um ensino estruturado com rotina,
etc...

Recursos – Quais materiais utilizar?

Ainda dentro do mapeamento do aluno é


importante verificar que tipo de material o aluno se
interessa mais, verificar o que o causa aversão, todos
esses detalhes também devem ser adaptados.

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4 PONTOS FUNDAMENTAIS NA
ADAPTAÇÃO CURRICULAR DO
TEA

2. Organização do PEI (Plano


Educacional Individualizado)

O PEI (Plano Educacional Individualizado) é um documento


que acompanha a história escolar do aluno, é de extrema
importância a sua execução, uma obrigação da escola, e
um direito dos pais terem um cópia para
acompanhamento do desenvolvimento do aluno.

Após coletadas todas as informações necessárias sobre o


aluno traçar um plano de ensino é de extrema importância
para que o aluno se desenvolva.

Para cada atividade é preciso fazer o ajuste necessário, isso


facilitará a ompreensão das atividades e na resolução das
mesmas.

A adaptação inclui troca de materiais, inclusão de


atividades em grupo, desenvolver habilidades da vida diária,
o objetivo sempre é levar o aluno a se tornar o mais
independente possível.

Adaptar o currículo, traçar um plano de ensino, trará


evolução diária ao aluno, acadêmica e em sua vida
pessoal nas atividades rotineiras.

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4 PONTOS FUNDAMENTAIS NA
ADAPTAÇÃO CURRICULAR DO
TEA

3. Adaptação das atividades baseadas


na dificuldade do aluno
A melhor forma de desenvolver o aluno é trabalhando em
cima das suas dificuldades, logo, assim que identificadas
essas dificuldades, o ideal é que sejam adaptadas atividades
que o estimulem a desenvolver tal habilidade, por exemplo,
um aluno que tem hipersensibilidade pode ter aversão a
encostar em uma massinha, nesse caso pode-se envolver a
massinha com plástico PVC.

As adaptações das atividades sempre serão feitas


para maior conforto do aluno.

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4 PONTOS FUNDAMENTAIS NA
ADAPTAÇÃO CURRICULAR DO
TEA

4. Adaptação dos Materiais, Ambientes


e atividades para esses alunos

Temos que olhar para o cotidiano e pensar como partir


do interesse das crianças e suas necessidades para
garantir a aprendizagem em todos os momentos da
rotina, atentos ao fato de que propomos experiências
que não começam e terminam em uma atividade única

O ambiente de aprendizagem física pode impactar


significativamente as crianças e os jovens no espectro
do autismo. 

É importante reduzir o maior número possível de


barreiras e preparar os alunos para o sucesso em um
ambiente previsível e calmo.

É necessária uma análise cuidadosa das necessidades


individuais de aprendizagem para entender a
motivação de seus filhos e as formas preferidas de
trabalhar. 

Estratégias planejadas, juntamente com locais e


horários para pausas calmantes, podem precisar estar
em vigor para apoiar a criança na sala de aula.

Seguem algumas dicas práticas para tornar o material


acadêmico mais atrativo e adequado aos níveis da
criança com TEA:

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4 PONTOS FUNDAMENTAIS NA
ADAPTAÇÃO CURRICULAR DO
TEA

1) Reduza os enunciados, apresente apenas uma


instrução por enunciado e evite longos textos que
exijam interpretação, use frases objetivas e com
palavras-chave. Vá direto ao ponto, seja objetivo,
pergunte exatamente o conteúdo que se quer avaliar.

2) Apresente menos exercícios por página, uma página


cheia de demandas evoca mias comportamentos
opositores e fuga;

3) Dê preferência por atividades para ligar, recortar e


colar, pintar, circular, marcar X, etc., do que atividades
para escrever (dissertativas);

4) Inclua temas do interesse da criança em todas as


atividades, faça com que a criança tenha vontade de
olhar para a atividade. Por exemplo:

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4 PONTOS FUNDAMENTAIS NA
ADAPTAÇÃO CURRICULAR DO
TEA

5) Os conteúdos devem ser reduzidos e simplificados,


ou seja, deve-se selecionar apenas conteúdos que
tenham função na vida do aluno, que possam ser
aplicados ao seu cotidiano e possam ser
contextualizados para ele;

6) Deve-se evitar questões com duplo sentido ou


mensagens nas entrelinhas, deve-se evitar uso de
metáforas e figuras de linguagem, que são um grande
desafio para crianças com TEA;

7) As questões devem ter apoio visual, ou seja, sempre


colocar uma imagem para o aluno consultar ou
representando o conteúdo, tornando o conteúdo mais
concreto.

Com estas e outras adaptações que possam vir a ser


necessárias para cada aluno, pode-se conseguir uma
experiência escolar mais agradável, motivadora e bem
sucedida. Pode-se evitar sofrimentos, frustrações e
comportamentos inadequados. Pode-se caminhar um
pouco mais em direção à inclusão social que tanto
sonhamos.

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CONCLUSÃO

É preciso que o pedagogo ou psicopedagogo da


equipe de intervenção avalie em que nível a criança
está em cada disciplina, que conteúdo ela já
adquiriu e quais ainda não aprendeu.

Com base nesta avaliação, a escola, em parceria com


a equipe de intervenção, deve decidir se aquele
aluno seguirá um currículo igual ao da turma só que
com menos exigências (tirando alguns conteúdos
que não têm função para o aluno); ou seguirá o
mesmo currículo da turma, mas em outro ritmo
(tendo mais tempo no mesmo conteúdo); ou, ainda,
se o aluno precisará de um currículo totalmente
individualizado e paralelo ao da turma.

Depois da decisão sobre o tipo do currículo a ser


seguido, a equipe deve planejar a produção do
material individualizado. Visando prevenir
comportamentos inadequados com função de fuga
de demanda, deve-se fragmentar as tarefas
complexas em pequenos passos, intercalando a
execução de cada etapa com atividades lúdicas e
reforçadoras.

O ensino deve ocorrer do mais simples para o mais


complexo, avaliando continuamente o desempenho
a cada passo e, assim, garantindo a aquisição de
pré-requisitos.

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FONTE:

https://www.revistaautismo.com.br/artigos/adaptacoes-e-adequacoes-
curriculares-com-significacoes

http://www.hdesd.org/files/2015/06/A-LLIS-03_Autism-Strategies.pdf

https://www.education.vic.gov.au/school/teachers/learningneeds/Pages/sup
portmaterials.aspx

https://www.comportese.com/2017/11/autismo-e-inclusao-escolar-
adaptacao-de-material

Carmo, J. d. & Ribeiro, M. J. (2012). Contribuições da Análise do


Comportamento à Prática Educacional. ESETec.

DSM V: Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition


(DSM-5- 2013).

Rotta, N. T., Ohlweiler, L., & Riesgo, R. d. (2006). Transtornos da


Aprendizagem: Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar. Artmed.

Skinner, B. (1904/1972). Tecnologia do Ensino. E.P.U. – Editora Pedagógica e


Universitária Ltda.
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✔Quem é o público que necessita de adaptações curriculares
✔Sobre as adaptações de grande porte
✔Sobre as adaptações de pequeno porte (Educação Infantil, Ensino
Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior)
✔PEI – Plano Educacional Individualizado

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