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02
GUIA SOBRE A COOPERAÇÃO UNIÃO EUROPÉIA - AMÉRICA LATINA
00
Desde 1993, quando se lançou o primeiro
deles, o Al-Invest, estes programas
cobriram vários setores da cooperação
com um modelo representativo e
uma eficiência notável. Alguns dos
principais tópicos nasceram como fruto
do diálogo euro-latinoamericano no
mais alto nivel, através das Reuniões
de Cúpula bi-anuais entre a União
Européia, a América Latina e o Caribe.
Como exemplo de grande abrangência
citamos o programa EUROsocial,
APRESENTAÇÃO adotado na Reunião de Guadalajara
O ano de 2007 marca um novo realce em maio de 2004 e o mais recente de
nas relações de cooperação entre todos o EUROsoLAR, que responde ao
a União Européia (UE) e a América debate sobre problemas energéticos
Latina. Com a ampliação do número e ambientais, lançado na Reunião de
de Estados Membros para um total de Viena em 2006.
27, a União Européia inicia um novo
período financeiro plurianual (2007 – Esta terceira edição retoma, pois, os
2013) e sobretudo, entra em vigor este elementos acima mencionados, com o
ano o novo conjunto de bases legais mesmo estilo transparente e facilmente
que regem as relações de cooperação compreensivel que as anteriores.
da UE com o resto do mundo, incluindo Oferece, como seu próprio nome indica,
a América Latina. O novo instrumento um guia que permite ao acadêmico
de cooperação ao desenvolvimento é a e ao profissional do desenvolvimento
base jurídica principal, mesmo que não em qualquer de suas formas, adentrar-
seja a única, que regerá as relações se no mundo da cooperação entre a
de cooperação da UE com os outros Europa e a América Latina, compreender
países latino-americanos a partir de suas razões e seu funcionamento e
2007, levando-se em conta a declaração posteriormente, aprofundar através de
institucional “Consenso europeu sobre a estudo de casos concretos, graças às
política de desenvolvimento” de 2005. exaustivas referências bibliográficas em
formato eletrônico que conduzem aos
A mudança descrita no parágrafo documentos básicos para cada caso.
anterior, justifica a terceira edição desta O êxito das primeiras edições justifica
publicação, cujas edições anteriores a necessidade desta reedição corrigida
já se encontram esgotadas. Além do e atualizada.
mais, o ano 2007 é um bom período
para se fazer o balanço dos sucessos e
realidades dos chamados Programas Fernando Cardesa
Regionais, uma autêntica história de Diretor para a América Latina
êxito no âmbito da cooperação entre as Serviço de Cooperação EuropeAid
duas regiões. Comissão Européia
03
ÍNDICE
01 P.7
A União européia:
07
P.53
Os programas regionais na
breve resumo histórico. América Latina.
As instituições da União.
02 P.15
Uma política comum:
08 P.65
A gestão da cooperação:
a cooperação para o desenvol- os diferentes enfoques.
vimento ou ajuda exterior.
Seu alcance e importância.
03 P.21
As prioridades da 09 P.71
ajuda comunitária. O ciclo do projeto.
04 P.27
Os programas de 10 P.77
ajuda exterior. As fases do ciclo
do projeto: I
05 P.35
A tomada de decisões na 11 P.81
Comissão Européia. As fases do ciclo
A reforma da gestão da ajuda de projeto: II
exterior.
06 P.41
A situação atual da
12 P.85
Os resultados da cooperação
cooperação União União Européia América Latina:
Européia – América Latina. perspectivas de futuro.
A
P.87
Anexos :
Os documentos da cooperação
Glossário.
GUIA SOBRE A COOPERAÇÃO UNIÃO EUROPÉIA - AMÉRICA LATINA
00
INTRODUÇÃO atividade. A sua articulação programá-
Esta publicação é uma reedição corrigida tica nas diferentes regiões do mundo
e atualizada em março de 2007 do livro e o processo de tomada de decisões
original, editado em maio de 2005 e ree- como instituição gestora desta ajuda,
ditado em fevereiro de 2006. Os critérios a Comissão Européia, ocupa os dois
de redação não foram modificados, mas capítulos seguintes, com uma particular
foram relacionadas todas as novidades atenção dada à reforma da assistência
importantes produzidas nestes últimos externa, lançada pela referida institui-
meses. A declaração interinstitucional ção em 2001 e seus resultados.
“Consenso Europeu para a política de
desenvolvimento” de 2005, as novas pers- A descrição da cooperação entre a UE e
pectivas financeiras 2007 - 2013 e suas a América Latina constitui um dos eixos
repercuções na cooperação da UE com fundamentais deste guia. A situação
a América Latina e muito especialmente relativa a cada uma das três grandes
a nova base jurídica desenvolvida nos regiões nas quais o continente caminha
novos programas horizontais e sobretudo para a integração, associada a uma
no novo Instrumento de cooperação breve descrição do estado das relações
para o desenvolvimento de 2007 que políticas, comerciais e de cooperação
substitui o famoso regulamento PVD/ALA. entre a UE e cada uma delas permi-
Foram também atualizados os documen- tirá ao leitor enquadrar devidamente
tos de referência e os Web Sites, corres- qualquer atividade bilateral, tanto nos
pondentes ao novo domínio eletrônico terrenos mais clássicos da luta contra
das instituições comunitárias. a pobreza como noutros setores mais
inovadores como o desenvolvimento
Como na primeira edição, esta publi- das novas tecnologias. São igualmente
cação começa também mostrando a descritos com detalhes nesta edição, os
configuração institucional vigente na chamados programas regionais que
União Européia de 27 membros e a sua veiculam uma boa parte da cooperação
evolução histórica. O primeiro capítulo européia na América Latina. Os objeti-
apresenta de uma forma clara e concisa vos, resultados alcançados e perspec-
as diversas instituições da União e tivas de cada um deles encontra uma
os mecanismos interinstitucionais que ampla descrição nesta edição.
permitem o seu funcionamento bem
como um relato da evolução dos seus O outro grande eixo é constituído por
mais de cinquenta anos de história. uma ampla introdução aos métodos de
Deu-se uma importância especial ao cooperação utilizados pelos grandes
campo da cooperação para o desenvol- doadores internacionais, entre os quais
vimento e às relações exteriores. a União Européia. O apoio orçamen-
tal, a abordagem setorial e, sobretudo,
Em seguida, explicam se as bases jurídi- o ciclo completo do projeto de coo-
cas e orçamentais que permitem à UE peração, a variante mais utilizada na
ser o primeiro contribuinte do planeta América Latina, aparecem pela pri-
no domínio da cooperação e enume- meira vez numa publicação que não
ram-se os campos prioritários desta se dirige a funcionários e gestores de
05
00 GUIA SOBRE A COOPERAÇÃO UNIÃO EUROPÉIA - AMÉRICA LATINA
06
01
A UNIÃO EUROPÉIA:
BREVE RESUMO HISTÓRICO.
AS INSTITUIÇÕES DA UNIÃO
07
01 A UNIÃO EUROPÉIA: BREVE RESUMO HISTÓRICO. AS INSTITUIÇÕES DA UNIÃO
1 http://europa.eu.int/eur-lex/es/search/treaties_other.html
08 2 http://ec.europa.eu/
A UNIÃO EUROPÉIA: BREVE RESUMO HISTÓRICO. AS INSTITUIÇÕES DA UNIÃO
01
É formada atualmente por 27 membros larmente sensíveis como, por exem-
ou “comissários”, cada um procedente de plo, os assuntos fiscais ou as relações
um Estado Membro, que se comprome- internacionais, incluindo a relativamente
tem a atuar com total independência em recente Política Exterior e de Segurança
relação ao país de origem. A Comissão Comum (PESC) instaurada pelo Tratado
apresenta todo tipo de propostas ao de Amsterdã.
Conselho e ao Parlamento. É, ao mesmo Cada um dos Estados Membros da UE
tempo, a guardiã dos Tratados e assegu- dispõe de um número de votos atribuidos
ra o respeito dos Estados Membros pela em função de sua população, com uma
legislação comunitária vigente (Diretivas ponderação feita para os menores. Desde
e Regulamentos). Em caso de des- novembro 2007, a repartição dos votos é
cumprimento por parte destes últimos, feita da seguinte maneira:
pode-se inclusive impor-lhes pesadas
sanções econômicas. A Comissão é,
Alemanha,
pois, responsável pela elaboração de
França, Itália e Reino
todas as propostas de cooperação (prin- Unido : 29 votos
cipalmente os regulamentos de base
para cada região ou tema específico) e Espanha e Polônia : 27 votos
pela sua execução, uma vez aprovadas Romênia : 14 votos
pelo Conselho e pelo Parlamento. O
Paises Baixos : 13 votos
Presidente da Comissão é designado
por um período de cinco anos por con- Bélgica, República Tcheca, Grécia,
senso entre os Chefes de Estado e de Hungria e Portugal : 12 votos
Governo dos 27 e é responsável pela Áustria, Bulgária e Suécia : 10 votos
distribuição de competências entre os
Dinamarca, Irlanda, Lituânia, Eslovaquia,
membros da Comissão, escolhidos pelos
Filândia : 7 votos
Estados Membros.
A Comissão está organizada em dire- Chipre, Estônia, Letônia, Luxemburgo
ções gerais, cada uma responsável por e Eslovênia : 4 votos
uma área concreta de atividade, como Malta : 3 votos
a concorrência, o ambiente ou a pesca,
de forma análoga aos ministérios de TOTAL 345 VOTOS
qualquer Estado.
3 http://ue.europa.eu 09
01 A UNIÃO EUROPÉIA: BREVE RESUMO HISTÓRICO. AS INSTITUIÇÕES DA UNIÃO
4 http://www.consilium.europa.eu/cms3_fo/showPage.asp?id=429&lang=ES&mode=g
5 http://www.europarl.europa.eu
6 http://www.europarl.europa.eu/members/expert.do;jsessionid=712FFFE108F7FCAE9BF1D
10 CBBD059BFDA.node2?language=PT
A UNIÃO EUROPÉIA: BREVE RESUMO HISTÓRICO. AS INSTITUIÇÕES DA UNIÃO
01
Desde a adoção do Tratado de Maas- O Comitê das Regiões da Europa
tricht, o PE aprova a composição de cada (CdRE)9 reúne representantes das mais
nova Comissão e pode retirar-lhe a sua de duzentas regiões que compõem
confiança, provocando a nomeação de os Estados Membros. Ambos emitem
um novo executivo comunitário. O PE pareceres de natureza diversa, sempre
exerce, igualmente, o poder de controle com carácter consultivo, que não são
sobre a Comissão, mediante as diversas vinculativos ou obrigatórios para as
comissões parlamentares. No campo da instituições principais.
ajuda exterior, são particularmente impor-
tantes as Comissões de Orçamentos O Tribunal de Justiça10 dirime os
(COBU), de Controle Orçamental pleitos interinstitucionais e fixa juris-
(COCOBU), de Desenvolvimento e de prudência comunitária na interpretação
Relações Exteriores. dos Tratados e na aplicação do direito
derivado dos mesmos. As suas senten-
As duas primeiras complementam o ças são de cumprimento obrigatório em
seu papel com o Tribunal de Contas7 todo o território da UE e delas não cabe
da UE, que aprova e emite críticas recurso. Normalmente não tem incidên-
anualmente à execução do orçamento cia direta nas relações externas da UE
comunitário, incluindo as rubricas salvo se houver uma denúncia por parte
destinadas à ajuda exterior, durante o de um agente europeu que considere
“procedimento de desencargo”. que a legislação fundamental da União,
ou os seus próprios direitos, foram
Por último, citemos aqui a capacidade lesados pela atuação da Comissão ou
do Parlamento Europeu para enviar do Conselho.
missões à países terceiros com o fim de
recolher informações sobre a situação O Banco Central Europeu11 foi criado
política interna em caso de conflito e a em 1998 a fim de garantir a gestão do
sua colaboração com a Comissão para a euro, a moeda única então adotada
realização das missões de observação de por doze dos quinze Estados Membros.
organização e modo de gerenciamento Esse organismo é o responsável pela
eleitoral. definição e pela execução da política
monetária, da chamada zona euro
O papel das restantes instituições da UE (formada dos 13 Estados Membros que
é relativamente modesto no campo da adotaram o euro) o que significa uma
cooperação para o desenvolvimento. importante cessão de soberania da
O Comitê Econômico e Social Euro- parte destes países.
peu (CESE)8 é um órgão representativo
das forças sociais e econômicas dos Por último, vale a pena citar o Banco
Estados Membros (organizações patro- Europeu de Investimento (BEI)12,
nais, sindicatos e outros representantes instituição financeira da UE que pode
da sociedade civil), que inspirou recen- também agir fora da União mediante
temente a criação de uma instituição a concessão de empréstimos ou
homônima no Brasil. bonificações de juros. A sua atividade,
7 http://www.eca.europa.eu 10 http://www.curia.europa.eu/pt/transipage.htm
8 http://www.ces.europa.eu 11 http://www.ecb.int
9 http://www.cor.europa.eu 12
11
http://www.eib.europa.eu
01 A UNIÃO EUROPÉIA: BREVE RESUMO HISTÓRICO. AS INSTITUIÇÕES DA UNIÃO
13 http://europa.eu.int/eur-lex/pt/treaties/dat/EU_consol.html
14 http://europa.eu/scadplus/leg/pt/s50000.htm
15 http://europa.eu/scadplus/nice_treaty/index_es.htm
12 16 http://www.europa.eu/roadtoconstitution/index_pt.htm
A UNIÃO EUROPÉIA: BREVE RESUMO HISTÓRICO. AS INSTITUIÇÕES DA UNIÃO
01
No que se refere à cooperação para o um Serviço Externo da UE que utilizará
desenvolvimento e à ajuda humanitária, esta ampla rede. As atuais delegações
o sistema da União Européia apresenta da Comissão converter-se-ão, passado
a coexistência de dispositivos comu- algum tempo, em delegações da União
nitários, geridos pela Comissão, com Européia.
organismos dos Estados-Membros.
17 http://ec.europa.eu/echo/index_en.htm
13
BREVE CRONOLOGIA
DA UNIÃO EUROPÉIA
9 de Maio de 1950: Robert Schuman, ministro francês das relações exteriores
propõe a idéia de uma utilização comum européia de matérias essenciais. É a
chamada Declaração Schuman.
1987: Assinatura do Ato Único Europeu que levará ao Mercado Único Europeu em 1992.
1999: Criação do euro, moeda única européia, passo decisivo para a UEM.
18 http://www1.worldbank.org/harmonization/Paris/ParisDeclarationSpanish.pdf
15
02 UMA POLÍTICA COMUM: COOPERAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO OU AJUDA EXTERIOR. SEU ALCANCE E IMPORTÂNCIA
grupo ACP, até à quarta e última revisão documentos estratégicos (ver capítulo 5)
desta (Lomé IV, 1989), que contou, e os planos de ação regionais e nacio-
nomeadamente, com a adesão do Haiti nais, documentos que são elaborados em
e da República Dominicana ao referido estreita colaboração entre a Comissão
grupo. Européia e as autoridades nacionais do
Como se verá no capítulo 4, o Acordo de país receptor.
Cotonu é um autêntico tratado interna-
cional no campo da cooperação, que Acrescem outras medidas legais que
liga os vinte e sete Estados-Membros enquadram atividades de cooperação
da UE a 77 países das três regiões. específicas da UE, como os direitos
A Assembléia Paritária UE – ACP é o humanos, a igualdade entre os gêneros
principal fórum de discussão e debate ou o ambiente. No total, a UE dispõe
político sobre a utilização dos fundos e atualmente de 11 bases legais que
sobre o desenvolvimento do Acordo de habilitam a Comissão Européia a exe-
Cotonu. O seu instrumento financeiro, cutar a assistência externa em repre-
o Fundo Europeu de Desenvolvimento sentação da UE.
(FED), não faz parte do orçamento Merecem uma mensão à parte, “os
comunitário, sendo constituído com planos de ação” ou conjunto de medidas
base em contribuições de cada adotadas pelas Instituições comunitárias
Estado-Membro, e é gerido mediante como resposta às situações de crise ou
complexos mecanismos nos quais estão a conclusões das Grandes Reuniões
representados os países beneficiários. de Cúpula internacionais. Em alguns
Pode-se visualizar a situação e o aporte casos, estes planos de ação podem
teórico de cada um dos 27 Estados chegar a dar lugar inclusive a bases
Membros ao FED, do ponto de vista legais específicas, dotadas de linhas
da ampliação da UE, através do site: próprias de financiamento, como foi o
http://ec.europa.eu/development/ caso da Conferência de Pequim sobre
body/publications/docs/brochure_ mulheres e desenvolvimento, que está
consequences_enlargement_en.pdf na origem da linha orçamentária “ações
de gênero”. No quadro da última página
As bases legais que regem a assistên- deste capítulo enumeramos as mais
cia da UE a todas as outras regiões do importantes destas reuniões de alto
mundo são regulamentos do Conselho nivel que deram lugar ao lançamento de
e do Parlamento Europeu, estabelecidos um plano de ação específico por parte
por proposta da Comissão. Estes regu- da União Européia.
lamentos (os atualmente em vigor para
cada uma das regiões são especificados
no capítulo 4) não têm o estatuto de PROCEDIMENTOS DE FINANCIAMENTO
acordos internacionais, mas constituem Acabamos de ver a moldura legislativa.
o aparelho jurídico que rege as relações Esta, porém, de pouco serviria se
de cooperação entre a UE e os Estados carecesse das adequadas dotações
receptores da cooperação comunitária. financeiras e dos procedimentos corres-
Cada regulamento «geográfico» prepara pondentes para proceder à autorização
as bases sobre as quais se erguem os e execução da despesa.
16
UMA POLÍTICA COMUM: COOPERAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO OU AJUDA EXTERIOR. SEU ALCANCE E IMPORTÂNCIA
02
O orçamento da UE, através do seu títu- ajuda exterior da Comunidade Européia,
lo IV, dedica anualmente cerca de 7,5 responsabilidade da Comissão, que gere
bilhões de euros à assistência externa. cerca de 7,5 bilhões de euros anuais
Grosso modo, a disponibilidade finan- neste domínio, incluindo o FED. Quando
ceira anual, dentro do orçamento, para se fala de União Européia no campo da
todos os países terceiros, à excepção ajuda ao desenvolvimento, referimo-
dos candidatos à adesão, situa-se em nos a esta contribuição comunitária
cerca de 4 bilhões de euros anuais, somada ao conjunto das contribuições
aos quais há que acrescentar cerca bilaterais dos Estados-Membros, geri-
de 3,5 bilhões do Fundo Europeu de das por cada um deles em função
Desenvolvimento para os países e terri- de critérios e mecanismos nacionais.
tórios da África, Caribe e Pacífico. Atualmente, trabalha-se na identificação
e melhoria de instrumentos precisos de
Os mecanismos de gestão destes fun- coordenação, de complementaridade
dos são semelhantes aos de qualquer e de coerência entre as ações geridas
administração pública. Com base nas pela Comissão (comunitárias/CE) e
previsões estabelecidas nos documen- as atividades financiadas diretamente
tos de estratégia regionais e nacionais pelos organismos nacionais de coope-
decidem-se as somas que se poderão ração dos Estados-Membros. O apoio
autorizar em cada exercício financeiro orçamentário na sua abordagem seto-
(de Janeiro a Dezembro para os pro- rial, do qual se falará mais adiante,
gramas originados por um regulamento é um dos mecanismos que permitirá
e de Maio a Abril para o FED). Estas melhorar as sinergias dos diferentes
quantidades integram-se no orçamento doadores, incluindo neste caso os
anual da UE, na coluna «dotações de restantes organismos internacionais
autorização». A evolução das autoriza- como o Banco Mundial ou os diferentes
ções anuais abertas e em vigor em cada organismos especializados das Nações
setor determina a segunda coluna do Unidas, principalmente o Programa das
orçamento comunitário, a das «dotações Nações Unidas para o Desenvolvimento
de pagamento», isto é, as quantidades (PNUD).
que se poderão desembolsar realmente
em cada exercício. A desconcentração da ajuda exterior
da CE, gerida a partir de agora pelas
Delegações da Comissão, pressupõe
UNIÃO EUROPÉIA E COMUNIDADE um passo em frente de indiscutível
EUROPÉIA NA AJUDA AO DESEN- importância no sentido da coordenação
VOLVIMENTO da ajuda ao desenvolvimento de toda
Em quase todos os campos de ativi- a comunidade internacional de forma
dade existe uma certa tendência a conseguir-se uma maior eficácia da
para confundir os conceitos de União mesma, que foi reconhecida como tal
Européia e Comunidade Européia. por todos os outros protagonistas e
No caso presente, a confusão não é pelos países que a recebem.
meramente um matiz terminológico Quanto à cooperação ao desen-
ou jurídico. Esta publicação trata da volvimento dos Estados Membros da
17
02 UMA POLÍTICA COMUM: COOPERAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO OU AJUDA EXTERIOR. SEU ALCANCE E IMPORTÂNCIA
ALCANCE E IMPORTÂNCIA DA
AJUDA DA UE
Em seu conjunto a União Européia
(CE mais Estados Membros) constitui
o primeiro doador de ajuda oficial
ao desenvolvimento (AOD-ODA) do
planeta, com algo mais da metade dos
fluxos de AOD mundiais. Se isolarmos
as quantidades que se encontram sob a
gestão comunitária encontraremos que
a Comissão européia é responsavel por
quase a quinta parte da AOD mundial.
19 Por exemplo: Espanha: www.aeci.es . Veja-se as demais na publicação "EU Donor Atlas"
20 Por exemplo, http://www.un.org/spanish/millenniumgoals/
21 http://ec.europa.eu/development/body/publications/descript/pub7_29_en.cfm
18 22 http://ec.europa.eu/europeaid/reports/index_en.htm
PLANOS DE AÇÃO ADOTADOS PELA UNIÃO EUROPÉIA COMO
CONSEQUÊNCIA DE CONFERÊNCIAS INTERNACIONAIS DAS NAÇÕES
UNIDAS DESDE 1992
BRUXELAS 2001: Terceira conferência das Nações Unidas sobre os países menos
desenvolvidos23 (LDC). Iniciativa da UE sobre a liberdade de comércio, exceto
armas, para os países menos desenvolvidos (Everything But Arms)24
23 http://www.unctad.org/sp/docs/aconf191d13.sp.pdf
24 http://ec.europa.eu/comm/trade/issues/global/gsp/eba4_sum.htm
25 http://www.un.org/spanish/conferences/ffd/
26 http://www.un.org/spanish/conferences/wssd/basicinfo.html
02 UMA POLÍTICA COMUM: COOPERAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO OU AJUDA EXTERIOR. SEU ALCANCE E IMPORTÂNCIA
20
03
AS PRIORIDADES DA
AJUDA COMUNITÁRIA
27 www.un.org/milleniumgoals
28 http://www.bancomundial.org/
29 http://www.undp.org/spanish/
30 http://www.oecd.org/department/0,2688,en_2649_33721_1_1_1_1_1,00.html
21
03 AS PRIORIDADES DA AJUDA COMUNITÁRIA
31 http://web.worldbank.org/WBSITE/EXTERNAL/TOPICS/EXTPOVERTY/
22 0,,menuPK:336998~pagePK:149018~piPK:149093~theSitePK:336992,00.html
AS PRIORIDADES DA AJUDA COMUNITÁRIA
03
A fim de maximizar o impacto das suas a Comunicação33 relativa ao Comércio
ações no contexto do desenvolvimento e Desenvolvimento preparada pela
mundial, a Comunidade decidiu, em Comissão, o que deu lugar a uma série
Novembro de 2000, centrar a sua ajuda de iniciativas da CE. O objetivo chave
exterior em seis áreas nas quais suas ações da Comissão é garantir que os países
teriam um valor adicional especialmente em desenvolvimento, em especial os
importante. Estas prioridades eram: mais vulneráveis, obtenham benefícios
A) a relação entre comércio e desenvol- importantes da sua participação no sis-
vimento, tema mundial de comércio.
B) a integração e a cooperação regional, Em consequência, a Comissão vem tra-
C) o apoio a políticas macro-econômicas balhando para melhorar a coerência
e o acesso igualitário aos serviços entre as novas regras comerciais da
sociais (saúde e educação), OMC34 e os objetivos da política de
D) o transporte, desenvolvimento35.
E) a segurança alimentar e o desenvol- Atualmente, utilizam-se regularmente as
vimento sustentável e finalmente Avaliações de Impacto da Sustentabilida-
F) a construção institucional (Bom governo de para avaliar as eventuais repercussões
consolidação da capacidade institu- econômicas, sociais e ambientais dos
cional e Estado de Direito). acordos comerciais à escala bilateral ou
regional.
Em 2006 as três principais Instituições
da UE e os representantes dos Estados Praticamente todos os países da América
Membros produziram uma declaração Latina participam em projetos concebidos
conjunta na qual, sob a denominação para melhorar as suas capacidades
“o Consenso europeu”32 sentavam as comerciais tendo em vista o processo
bases para uma renovada política de de liberalização mundial em curso, a
cooperação ao desenvolvimento e estabe- chamada “Ronda de DOHA” da OMC.
leciam o que seria a nova arquitetura legal, A Assistência Técnica Relacionada com
a partir de 2007. Neste documento se o Comércio (TRTA) é uma atividade
renova a lista de prioridades enumeradas em expansão favorecida por todas as
anteriormente. Algumas delas simples- grandes organizações (UE, OCDE, OMC,
mente se ampliam ou mudam. Outras são etc). Por outro lado, o desenvolvimento
totalmente novas: da produtividade e da competitividade
dos setores produtivos, é um objetivo
Comércio e integração regional recorrente do financiamento comunitário.
Em Novembro de 2002, o Conselho de Em 2004, Argentina, Paraguay, Uruguay,
Ministros adotou as conclusões sobre Equador e El Salvador viram adotados
32 http://ec.europa.eu/development/body/publications/docs/consensus_en_total.pdf
33 Proposta política da Comissão aos Estados-Membros da UE e ao Parlamento Europeu.
34 http://www.wto.org/spanish/tratop_s/devel_s.htm
35 Ver também outras páginas web especialisadas em comércio exterior e integração:
UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) em:
http://www.unctad.org/Templates/StartPage.asp?intltemD=2068.
COMUNIDADE ANDINA: http://www.comunidadandina.org/comercio.htm
ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS (ALCA): http://www.ftaa-alca.org/alca_s.asp
ALADI (Associação Latinoamericana de Integração) Normativa de comércio Exterior:
http://www.aladi.org/NSFALADI/SITIO.NSF/INICIO
23
03 AS PRIORIDADES DA AJUDA COMUNITÁRIA
programas com este objetivo. Nas páginas Combate a desertificação. A luta contra a
Web das respectivas Delegações da mudança climática também se converte
Comissão pode-se encontrar detalhes a em um dos conceitos básicos da coope-
esse respeito36. ração da CE em matéria ambiental.
Quanto a integração regional dos países
em desenvolvimento a UE considera como Desenvolvimento humano
um passo importante para a integração O Consenso europeu para o desenvolvi-
deles na economia mundial. A integração mento se amplia, dentro deste epígrafe,
regional constitui, portanto, um elemento a prioridade anteriormente definida como
fundamental do apoio da UE ao Mercosul, o acesso a serviços sociais (saúde e edu-
ao Mercado Comum Centro americano e cação) e passa a incluir também a cultura
à Comunidade Andina. Neste momento, e a igualdade de gênero como elementos
estão sendo executados em bom ritmo para melhorar a vida das pessoas nos paí-
vários programas destinados a melhorar ses em desenvolvimento. Neste sentido, o
a capacidade das alfândegas e a sua princípio da ajuda orçamental direta para
adaptação às novas normas internacio- auxiliar os países a implementarem as
nais. Na América Central trabalha-se no suas estratégias de redução da pobreza
estabelecimento de um quadro aduaneiro é utilizado com bastante êxito. A ajuda
e de um sistema estatístico comum (sis- orçamental e a assistência macroeconô-
tema de Integração da América Central) mica são dois métodos diferentes, ambos
que se complementa com outro pro- essenciais para reduzir a pobreza, apoiar o
jeto (PAIRCA – Programa de Apoio à gasto público nos serviços vitais de saúde
Integração Regional da América Central) e educação e poder medir os seus resul-
destinado a ajudar as Instituições implica- tados na prática. O trabalho da política
das e desenvolver o papel da Sociedade de desenvolvimento da CE no capítulo
Civil destes países rumo à integração. da educação se inscreve na estratégia
definida na Comunicação de Março de
Meio ambiente e gestão sustentável 2002 relativa à contribuição da educação
de recursos naturais e da formação no contexto da redução da
A CE apoiará todos os esforços dos pobreza nos países em desenvolvimento37.
países beneficiários de ajuda para A Comissão desempenhou um papel ativo
incluir considerações ambientais em seu na planificação e lançamento da cha-
desenvolvimento, assim como para me- mada Iniciativa Acelerada («fast-track»)
lhorar sua capacidade de cumprimento internacional Educação para Todos, cuja
dos acordos ambientais internacionais. A finalidade é acelerar o avanço no sentido
gestão sustentável e a conservação dos do ensino primário universal nos países
recursos naturais constituem uma nova em desenvolvimento. A formação profis-
prioridade para a CE que apoiará estra- sional tem uma particular relevância na
tégias nacionais neste sentido, espe- execução desta prioridade na América
cialmente aquelas que se destaquem Latina. A Nicaragua foi o primeiro país no
nas Convenções das Nações Unidas qual se lançou um apoio setorial para a
como a da biodiversidade biológica e do educação38.
39 http://ec.europa.eu/development/Policies/9Interventionareas/HumanDev/HumanDevhealth_en.cfm
40
Ver nas páginas da delegação: http://www.delbol.ec.europa.eu para a Bolivia e: 25
www.delcol.ec.europa.eu (Delegação na Colômbia, responsável no momento pelo Equador)
03 AS PRIORIDADES DA AJUDA COMUNITÁRIA
41 http://europa.eu/scadplus/leg/en/lvb/r12510.htm
26 42 http://ec.europa.eu/development/Policies/9Interventionareas/WaterEnergy_en.cfm#water
04
OS PROGRAMAS
DE AJUDA EXTERIOR
43 http://ec.europa.eu/development/Geographical/CotonouIntro_en.cfm
44
27
http://ec.europa.eu/eur-lex/accessible/es/lif/reg/es_register_11702020.html#content
04 OS PROGRAMAS DE AJUDA EXTERIOR
45 http://eur-lex.europa.eu/smartapi/cgi/sga_doc?smartapi!celexapi!prod!CELEXnumdoc&nu
mdoc=31992R0443&model=guichett&lg=pt
46 http://ec.europa.eu/europeaid/work/procedures/documents/legislation/legal_bases/
development_cooperation_es.pdf
47 http://ec.europa.eu/external_relations/euromed/cr2698_00_pt.pdf
48 http://ec.europa.eu/europeaid/projects/tacis/publications/general/new_regulation_en.pdf
49 http://ec.europa.eu/dgs/enlargement/index_es.htm
50 http://ec.europa.eu./enlargement/key_documents/cards_reports_and_publications_en.htm
28 51 http://ec.europa.eu/europeaid/work/procedures/legislation/legal_bases/index_en.htm
OS PROGRAMAS DE AJUDA EXTERIOR
04
Cooperação com países industria- 2006) Foi desenvolvida no contexto da
lizados e de renda alta52 (Regulamento ampliação de 2004 com o objetivo de
(CE) 1934/2006 do Conselho de 21 de evitar o aparecimento de novas linhas
dezembro de 2006) Prevê a cooperação divisórias entre a UE ampliada e nossos
e o intercâmbio de programas com vizinhos e de consolidar a estabilidade,
países industrializados como a Austrália, a segurança e o bem-estar para todos.
Nova Zelândia, Estados Unidos, etc. Desta maneira também aborda os
E tem uma previsão financeira de 25 objetivos estratégicos estabelecidos na
milhões de euros anuais. Estratégia Européia de Segurança.
52 http://ec.europa.eu/europeaid/work/procedures/documents/legislation/legal_bases/
industrialised_es.pdf
53 http://ec.europa.eu/europeaid/work/procedures/documents/legislation/legal_bases/
preaccession_es.pdf
54 http://ec.europa.eu/enlargement/financial_assistance/ipa/index_en.htm
55 http://ec.europa.eu/europeaid/work/procedures/documents/legislation/legal_bases/enpi_es.pdf
56 http://ec.europa.eu/world/enp/pdf/oj_l310_es.pdf
57 http://ec.europa.eu/comm/europeaid/projects/gender/index_en.htm
29
04 OS PROGRAMAS DE AJUDA EXTERIOR
58 Documento 57
59 http://ec.europa.eu/europeaid/projects/eidhr/eidhr_en.htm#eidhr2
60 http://ec.europa.eu/europeaid/work/procedures/documents/legislation/legal_bases/stability_es.pdf
61 http://ec.europa.eu/europeaid/work/procedures/documents/legislation/legal_bases/nuclear_es.pdf
62 http://ec.europa.eu/europeaid/work/procedures/documents/legislation/legal_bases/
30
development_cooperation_es.pdf
OS PROGRAMAS DE AJUDA EXTERIOR
04
Apoio ao reforço das instituições públicas Graças à este financiamento podem
para o bom governo e a proteção dos existir algumas instituições especia-
direitos humanos. Incluem-se os direitos lizadas no tratamento destas doenças
das crianças e das populações indígenas. nos países da África, Ásia e América
Latina. Também inclui a antiga linha
Apoio a criação de uma área comum de igualdade de gênero64, conceito de
educação superior UE-América Latina. importância primordial na preparação
e no desenvolvimento de qualquer pro-
Promoção do desenvolvimento susten- grama ou projeto tradicional. Qualquer
tável com particular atenção a proteção projeto clássico de cooperação ao
dos bosques e da bio-diversidade. desenvolvimento social ou local deve
contemplar o impacto que sua realização
O ICD prevê também, uma série de terá na situação das mulheres da
“Programas temáticos” aos quais destina região. No caso de haver suspeita que
um orçamento global de 5,6 bilhões de o impacto do projeto será negativo, este
euros, sempre para o mesmo período não continuará sua tramitação. Além
financeiro. Alguns deles substituem as disso, desde 2002 existia uma dotação
antigas linhas temáticas de financiamen- orçamentária destinada a programas
to: sua cobertura financeira pode chegar que promovessem especificamente
a todas as regiões incluídas no presente a igualdade de oportunidades das
regulamento, com independência das mulheres.
destinações (assignação) consideradas
como geográficas. Entre 2000 e 2004 chegou-se a 770
milhões de euros em programas cujo
Investing in people objetivo principal, ou entre os principais,
- Programa de desenvolvimento social e era a igualdade de gêneros.
humano com uma dotação de 1,06 bilhão
de euros. Vai-se focalizar fundamental- Meio ambiente e gestão sustentável
mente em: de recursos naturais65
- Conseguir bons serviços básicos de A União européia utilizará neste
saúde para todos, conceito 804 milhões de euros para o
- Conseguir uma educação básica de período. De alguma maneira substitui
qualidade, e melhora a antiga linha orçamentária
- Promover a igualdade de gêneros, “meio-ambiente e bosques tropicais”
- Desenvolver a cultura e as indústrias para completar determinadas ações
culturais. financiadas pelas linhas geográficas
tradicionais. Permite um maior grau
De alguma maneira substitui as antigas de coordenação interna e com outras
linhas orçamentais como a dedicada à agências de desenvolvimento nacionais
saúde63, com particular incidência na luta ou internacionais na hora de enfrentar
contra o SIDA/Aids e as chamadas doen- problemas ambientais, por sua própria
ças infecciosas ligadas ao subdesenvol- natureza ultrapassam as fronteiras dos
vimento, como a malária e a tuberculose. países afetados.
63 http://ec.europa.eu/europeaid/projects/health/index_en.htm
64 http://ec.europa.eu/europeaid/projects/gender/index_en.htm
65 http://ec.europa.eu/europeaid/projects/forests/index_en.htm
31
04 OS PROGRAMAS DE AJUDA EXTERIOR
66 http://ftp.mct.gov.br/prog/Default.htm
67 http://ec.europa.eu/europeaid/projects/ong_cd/index_en.htm
68 http://ec.europa.eu/europeaid/projects/ong_cd/index_en.htm
69 http://ec.europa.eu/europeaid/projects/foodsec/index_en.htm
70 Deles formam parte Bolívia, Equador, Honduras e Nicaragua
71 http://ec.europa.eu/comm/external_relations/migration/intro/index.htm
72 http://ec.europa.eu/dgs/humanitarian_aid/index_pt.htm
32 73 http://ec.europa.eu/europeaid/reports/budget_support_en.pdf
OS PROGRAMAS DE AJUDA EXTERIOR
04
temáticas cujo conteúdo fará parte da zonas fronteiriças entre dois ou mais
paisagem dos instrumentos descritos. países. O financiamento de progra-
No entanto, elas continuarão “ativas” até mas e projetos através destas rubricas
terminarem os projetos ainda em desen- orçamentais programa-se por períodos
volvimento. As mais importantes são as anuais. A estratégia da UE neste último
referidas às populações desarraigadas e campo concretizou-se em um plano de
refugiados, as ações específicas de luta ação 2005-200775.
contra as drogas (que se incluiu como
prioridade em várias regiões do mundo,
incluindo a América Latina) ou o enlace ASSUNTOS TRANSVERSAIS
entre ajuda humanitária, reabilitação e A UE concede uma importância especial
desenvolvimento e a luta contra as minas ao bom governo, ao ambiente e à igualda-
antipessoais74. de entre os gêneros. Para além das suas
Os Instrumentos descritos aqui mostram rubricas orçamentais específicas, estes
a evolução da cobertura geográfica da temas têm um tratamento horizontal
cooperação comunitária até o momento na concepção de qualquer programa
atual. Os programas e os regulamentos ou projeto de cooperação financiado
mencionados constituem a base jurídica pelas rubricas orçamentais geográficas,
e o instrumento fundamental para a sua isto é, na ficha de identificação de
execução. um projeto (ou na definição de um
programa) devem incluir-se os dados
Em geral, cada regulamento prevê a e comentários relativos ao impacto
utilização de duas ou três rubricas do referido projeto no “bom governo”,
orçamentais baseadas nos critérios de no ambiente e na igualdade entre os
cooperação financeira, científica ou gêneros e as expectativas de melhoria
técnica, que se podem desenvolver em que o projeto pode originar nos três
programas ou projetos de interesse campos. Qualquer repercução negativa
nacional (num só dos países cobertos que se possa detectar implicará quase
pelo regulamento de referência) ou automaticamente a não aprovação do
regional em toda a região em causa (por projeto.
exemplo América Latina) ou numa das
«sub-regiões» estabelecidas em cada Atualmente os conceitos de prevenção
caso como o MERCOSUL, a Comunidade de conflitos e de gestão de crises têm
Andina (CAN) e a América Central uma importância crescente na definição
(SICA – Sistema de integração centro- daqueles projetos nos quais sejam
americana). relevantes.
Existem também programas específicos Por último, o bem estar das crianças
de âmbito regional e conteúdo especí- constitue um outro elemento horizontal
fico (desde Al-Invest até o OBREAL no na definição dos projetos intimamente
caso da América Latina) financiados ligados aos objetivos do Desenvolvimento
por estas rubricas orçamentais «geo- do Milênio e a situação da mulher neste
gráficas» e nada impede a adoção de contexto.
programas ou projetos que cubram
74 http://ec.europa.eu/europeaid/projects/mines/index_en.htm
75 http://ec.europa.eu/europeaid/projects/mines/strategy_mip_2005_2007_en.pdf
33
DISTRIBUIÇÃO PROGRAMÁTICA
DA ASSISTÊNCIA EXTERNA DA UE
A) Instrumentos da Cooperação
- Instrumento de estabilidade
A cooperação é um dos setores que mais a instituição responsável pela gestão dos
e maiores mudanças organizacionais diferentes programas com os mesmos
sofreu no seio da Comissão Européia objetivos gerais e as mesmas regras de
durante os últimos anos. A ampliação de base.
regiões destinatárias da ajuda exterior da
UE, descrita no capítulo anterior, implicou A multiplicação de bases jurídicas, rubri-
geralmente modificações no organograma cas orçamentais e procedimentos especí-
da Comissão. De cada vez que se adotava ficos diminuía indubitavelmente a eficácia
um novo regulamento geográfico de da assistência comunitária. A distribuição
assistência externa, criava-se um novo interna de tarefas na Comissão também
serviço responsável pela sua execução e não contribuía para uma otimização da
por todas as infra-estruturas técnicas e atividade. Cada Direção-Geral responsável
de procedimentos necessários, incluindo pela assistência a uma região contava
as bases de dados financeiras. com serviços «geográficos» e serviços
«técnicos». Com certa frequência, estes
A publicação de concorrência à apresen- últimos recebiam os projetos identificados
tação de propostas para o fornecimento de e formulados pelos serviços geográficos
bens e serviços destinados aos programas sob critérios fundamentalmente políticos,
e projetos de cooperação não respondia sem que os diversos elementos técnicos
a critérios homogêneos, sendo diferente tivessem sido suficientemente avaliados,
para cada uma das regiões, apesar de, em incluindo por vezes a própria sustenta-
todos os casos, ser a Comissão Européia bilidade do projeto uma vez terminada
35
05 A TOMADA DE DECISÕES NA COMISSÃO EUROPÉIA. A REFORMA DA GESTÃO DA AJUDA EXTERIOR.
76 http://ec.europa.eu/europeaid/
36 77 http://ec.europa.eu/europeaid/general/pdf/assessment-reform-ext-assist-sec2005963_en.pdf
A TOMADA DE DECISÕES NA COMISSÃO EUROPÉIA. A REFORMA DA GESTÃO DA AJUDA EXTERIOR.
05
A SITUAÇÃO ATUAL Assim se produzem os chamados docu-
Segue-se uma explicação do processo mentos de estratégia por país ou regionais
decisório e das responsabilidades dos (Country Strategy Paper – CSP ou Regional
diferentes protagonistas no mesmo. Strategy Paper – RSP) negociados sempre
Como vimos, existem na Comissão duas com os países terceiros, onde se descreve
Direções-Gerais «políticas» ou «pro- a situação política e econômica do país
gramáticas» e o Serviço de Cooperação de referência, os seus problemas e difi-
EuropeAid, responsável pela execução culdades e os setores e zonas geográficas
da ajuda ao desenvolvimento em todo prioritários para o desenvolvimento da
o mundo, salvo os países candidatos às assistência da CE. Nestes documentos
futuras ampliações. também há informações sobre a ajuda de
outros doadores, incluindo os Estados-
A Direção-Geral das Relações Exteriores Membros e os outros grandes organismos
(DG RELEX) é responsável pelas relações e instituições de cooperação do mundo,
políticas e pela programação da ajuda e sobre as estratégias dos mesmos, com
às regiões do mundo em desenvolvimento, frequentes indicações sobre as possibili-
com excessão dos países da África, Caribe dades reais de coordenação das diferen-
e Pacífico (ACP). Neste último caso é a tes contribuições financeiras recebidas
Direção Geral de Desenvolvimento (DG pelo país em questão.
DEV), que assume estas mesmas funções.
A DG RELEX e a DG DEV mantêm um Por último, o CSP estabelece os setores
sistema de funcionários («desk-officers» de intervenção comunitária e fixa as
ou «desks») que acompanham a evolução quantidades globais que a CE investirá
de cada um dos países com os quais a no país durante o período de validade do
Comissão mantém relações. documento, atualmente 7 anos (2007-
2013). Nada impede uma revisão do
São estes «desk-officers» a pedra fun- documento de estratégia antes do final
damental destas relações, sempre em da sua validade sempre que existam
contato com as administrações dos circunstâncias que o aconselhem e que
países terceiros e as delegações da as duas partes (governo nacional e
Comissão em todo o mundo. Graças Comissão) estejam de acordo.
ao seu trabalho, são elaborados os
documentos que constituem a base da Os programas indicativos dos
cooperação da CE, sempre em estreita documentos de estratégia dão lugar
cooperação com os demais serviços aos programas de ação anuais (PAA).
da Comissão, especialmente os que Estes programas contém as fichas
têm alguma responsabilidade na ajuda técnicas de ação para cada projeto. Os
exterior (Comércio78, Orçamento79, novos documentos de estratégia para
Ampliação80, Ajuda Humanitária81 e o período 2007-2013, prevêem uma
Economia e Finanças82, além do Serviço revisão no ano 2010 e estão disponiveis
EuropeAid) e com os Estados Membros. através da página:
78 http://www.europa.eu/pol/comm/index_es.htm
79 http://www.europa.eu/pol/financ/index_es.htm
80 http://www.europa.eu/pol/enlarg/index_es.htm
81 http://www.ec.europa.eu/pol/hum/index_es.htm
82 http://europa.eu/pol/emu/index_pt.htm
37
05 A TOMADA DE DECISÕES NA COMISSÃO EUROPÉIA. A REFORMA DA GESTÃO DA AJUDA EXTERIOR.
83 http://ec.europa.eu/europeaid/reports/europeaid_financial_contributions_worldbank_0905_en.pdf
38
A TOMADA DE DECISÕES NA COMISSÃO EUROPÉIA. A REFORMA DA GESTÃO DA AJUDA EXTERIOR.
05
Afeganistão, Iraque e Gaza, Fundo Global para catorze entre 2001 e 2003. Quanto
contra o Sida/Aids e outros) e as Nações à carga de trabalho, a média passou de
Unidas84 (missões eleitorais conduzidas 2,9 para 4,6 funcionários por cada dez
pela ONU, programa mundial para a ali- milhões de euros geridos87.
mentação, Organização Mundial da Saúde
e outros). Nas páginas 130 e seguintes O EuropeAid trabalha de uma maneira
do anexo do relatório anual da Comissão cada vez mais descentralizada. A descon-
para 2004, já citado85 , explica-se estas centração converteu as delegações em
intervenções com mais detalhes. autênticos motores da execução da
assistência externa. A frase «Tudo o que se
Outras Instituições cuja coordenação puder fazer in situ não se deve efetuar em
com a Comissão Européia é significativa Bruxelas» é o lema da ação comunitária
são o Banco Europeu de Investimentos neste momento. O papel da sede central
(BEI) e o Banco Europeu para a recons- evolui lentamente para o de um centro
trução e o Desenvolvimento (BERD). de assistência e apoio às delegações e
Quanto ao Banco Inter-americano de um intercambiador de experiências que
Desenvolvimento (BID) a situação é ajudem a chamada fertilização cruzada e a
de avanço paulatino se bem que não extensão das melhores práticas, de forma
se chegou ainda ao mesmo grau de que o aprendido numa região qualquer se
desenvolvimento das Instituições citadas possa utilizar quando parecer conveniente
anteriormente. O mencionado Consenso em qualquer outra região do mundo.
Europeu sobre a política de desenvolvi-
mento atualiza e define a maneira de se Este intercâmbio de informações que se
levar adiante estes três “Cs”. produz entre a sede central de Bruxelas e
as delegações é particularmente intenso
durante as primeiras fases do ciclo do
A DESCONCENTRAÇÃO projeto, até à formulação. Ao transferir
A pedra angular da reforma é, contudo, as responsabilidades de gestão para as
a chamada desconcentração86, pela qual delegações, aumenta de maneira radical
as delegações da Comissão em países a importância das tomadas de posição
terceiros receberam a capacidade de do país beneficiário que, graças a esta
gestão do ciclo completo do projeto, desconcentração, dá um grande passo no
acompanhada, naturalmente, do necessá- sentido da apropriação do programa ou
rio esforço em recursos humanos e projeto e da sua integração nos recursos
materiais e de um esforço persistente em nacionais, uma vez terminada a execução
formação. Foram criados mais de mil e e, portanto, o financiamento comunitário.
quinhentos novos postos nas delegações
entre 2001 e 2004, enquanto o pessoal A evolução das páginas Web das diferen-
da sede central de Bruxelas diminuiu tes Delegações da Comissão quanto ao
significativamente. O número de dias de seu conteúdo sobre a cooperação é uma
formação por pessoa aumentou de sete boa amostra deste avanço.
84 http://ec.europa.eu/europeaid/reports/final-statistiques-un-2004-vers9_en.pdf
85 http://ec.europa.eu/europeaid/reports/comm-sur-ra2005-annex_en.pdf
86 http://ec.europa.eu/europeaid/decentr/index_en.htm
87 Veja EU Donor Atlas páginas 81 y 82: http://ec.europa.eu/development/body/tmp_docs/Donor_
Atlas.pdf Edição 2006 em: http://ec.europa.eu/development/body/publications/docs/eu_donor_
atlas_2006.pdf
39
05 A TOMADA DE DECISÕES NA COMISSÃO EUROPÉIA. A REFORMA DA GESTÃO DA AJUDA EXTERIOR.
40
06
A SITUAÇÃO ATUAL DA COOPERAÇÃO
UNIÃO EUROPÉIA – AMÉRICA LATINA
88 http://ec.europa.eu/external_relations/la/index.htm
89 http://ec.europa.eu/europeaid/projects/amlat/information_generale.htm
90
41
http://ec.europa.eu/external_relations/andean/doc/rio_sum06_99.htm
06 A SITUAÇÃO ATUAL DA COOPERAÇÃO UNIÃO EUROPÉIA – AMÉRICA LATINA
96 http://www.iadb.org/res/index.cfm?language=Spanish&FUSEACTION=Publications%
2EList&ID_SEC=1&PUB_TYPE_ID=NEW&PUB_TYPE_ID1=IDE&TYPE=pub%5Ftype
43
06 A SITUAÇÃO ATUAL DA COOPERAÇÃO UNIÃO EUROPÉIA – AMÉRICA LATINA
97 http://ec.europa.eu/external_relations/la/doc/com05_636_pt.pdf
98 http://www-wds.worldbank.org/external/default/main?pagePK=64193027&piPK=641
87937&theSitePK=523679&menuPK=64187510&searchMenuPK=64187283&theSitePK=
44 523679&entityID=000016406_20070122114501&searchMenuPK=64187283&theSitePK=523679
A SITUAÇÃO ATUAL DA COOPERAÇÃO UNIÃO EUROPÉIA – AMÉRICA LATINA
06
Quanto às relações políticas, a UE tentou O MERCOSUL é o quarto maior grupo
reforçar os laços políticos, econômicos econômico do mundo, com um PIB total
e culturais entre a América Latina e as de 606 bilhões de euros e uma população
Caraíbas, desde a Reunião de Cúpula de 217 milhões de habitantes. A UE apoia
do Rio em 1999, para desenvolver uma incondicionalmente os projetos e os
parceria estratégica que possa permitir objetivos de integração do MERCOSUL
um aprofundamento das relações entre desde os seus primórdios, em 1991.
ambas as regiões, apesar de estas Em 1995, foi assinado um acordo
relações estarem enquadradas, como já quadro de cooperação inter-regional
vimos, por diferentes bases jurídicas e para aprofundar as relações entre as
financeiras comunitárias. Uma parceria partes e preparar as condições para a
que melhorará a situação dos países da criação de uma parceria inter-regional.
América Latina e das Caraíbas. Durante a Reunião de Cúpula do Rio,
ambas as partes decidiram encetar
Como vimos, a América Latina se negociações de associação abrangendo
regerá através de um novo Instrumento a liberalização do comércio de bens e
de Cooperação ao Desenvolvimento. serviços, a intensificação da cooperação
Estas relações se mantém a três níveis e o aprofundamento do diálogo político.
fundamentais: Pela primeira vez na História, dois blocos
- Os projetos bilaterais com os países e comerciais negociaram este tipo de
as subregiões. Cooperação direta com acordo que esteve muito próximo da
os governos. assinatura em 2004, depois de dezesseis
- Os programas regionais com o con- séries de negociações.
junto das regiões latino americanas
diretamente com a sociedade civil e A UE é o principal parceiro comercial
em parceria (Instituições UE-AL) do MERCOSUL (representando quase
- Os programas temáticos de cobertura 23 %) com 18,2 bilhões de euros de
universal, dos quais a América Latina exportações comunitárias para os quatro
é grande beneficiária. países do MERCOSUL e 24,1 bilhões de
euros de exportações do MERCOSUL
É importante resumir, a seguir, a situa- para a UE em 2002. A UE é, igualmente,
ção das relações entre a UE e as três o principal investidor estrangeiro com
grandes regiões latino americanas: 16,4 bilhões de euros no mesmo ano100.
Em janeiro de 2004, a União Européia
e o Brasil assinaram um acordo de
MERCOSUL cooperação científica e tecnológica.
O MERCOSUL99 constitui um pro-
cesso dinâmico de integração regional Quanto à assistência ao desenvolvi-
entre a Argentina, o Brasil, o Paraguai mento, a UE é o principal doador de
e o Uruguai. Em 2005, a Venezuela ajuda ao MERCOSUL. Entre 2000 e
anunciou sua intenção de unir-se ao 2006, o financiamento concedido pela
MERCOSUL e atualmente se encontra CE no contexto da cooperação regio-
num curioso status de “Estado membro nal e bilateral chegou a quase 250
em fase de adesão”. milhões de euros, repartidos da seguin-
99 http://www.mercosur.int/msweb/
100 http://ec.europa.eu/trade/issues/bilateral/regions/mercosur/index_en.htm
45
06 A SITUAÇÃO ATUAL DA COOPERAÇÃO UNIÃO EUROPÉIA – AMÉRICA LATINA
101 http://www.comunidadandina.org/
102 http://ec.europa.eu/trade/issues/global/gsp/index_en.htm
46 103 http://ec.europa.eu/trade/issues/bilateral/regions/andean/index_en.htm
A SITUAÇÃO ATUAL DA COOPERAÇÃO UNIÃO EUROPÉIA – AMÉRICA LATINA
06
Alguns exemplos: a Colômbia com os A UE é o segundo parceiro comer-
«laboratórios de paz», a Bolívia com os cial da região centro americana, com
projetos de desenvolvimento alternativo, 10% do comércio total, superado pelos
um projeto de formação profissional no Estados Unidos (43% do total). Para
Peru, um projeto ambiental no Equador a UE, estes intercâmbios representam
e um projeto de prevenção de inunda- apenas 0,4% do seu comércio total105.
ções na Venezuela que, por si mesmo, As relações comerciais entre a UE e a
recebeu da rubrica orçamental horizontal América Central estão, como no caso da
«reabilitação» o montante de 25 milhões CAN, sujeitas ao sistema de preferên-
de euros. A soma dos dois tipos de cias generalizadas. A maior parte das
rubricas orçamentais (geográficas e exportações centro americanas entra
temáticas) para o período 1996 – 2002 na UE livre de direitos ou com direitos
ascendeu a 750 milhões de euros. A preferenciais. O regime atual incorpora
Bolívia recebeu 200 milhões, a Colômbia a acumulação regional entre os países
157 milhões, o Equador 80 milhões, o centro americanos e andinos.
Peru 200 milhões e a Venezuela 113 mi-
lhões. Em 2004 deu-se prioridade aos A cooperação da UE com a América
projetos de apoio ao comércio e de luta Central tomou corpo em importantes
contra a droga. programas de promoção dos direitos
humanos e da democracia, do desen-
volvimento das pequenas e médias
AMÉRICA CENTRAL empresas, da redução da pobreza, da
O elemento fundamental das relações proteção do ambiente e da ajuda ali-
entre a UE e a América Central104 é o mentar, do desenvolvimento rural e da
Diálogo de São José, fórum de discus- redução da dívida. O programa mais
são política iniciado em 1984 com o conhecido talvez tenha sido o destinado
fim principal de apoiar a resolução de à reconstrução da América Central após
conflitos, a democratização e o desen- a passagem devastadora do furacão
volvimento. Foi renovado em Florença Mitch pela região em 1998, programa
(1996) e em Madrid (2002), ampliando dotado de 250 milhões de euros.
o seu alcance a questões de integração
regional, segurança, ambiente e catás- As contribuições orçamentais entre
trofes naturais, relações biregionais e 2002 e 2006 chegam a outros 581
concertação política sobre assuntos milhões de euros, repartidos da seguinte
internacionais. A última versão deste forma: 31 milhões para a Costa Rica, 60
diálogo foi assinada em Dezembro de milhões para El Salvador, 72 milhões
2003 sob forma de um acordo político para a Guatemala, 138 milhões para as
e de cooperação que sucede ao diálo- Honduras, 176 milhões para a Nicarágua,
go de São José, embora conserve esta 24 milhões para o Panamá e 75 milhões
denominação, e aos anteriores acordos para programas à escala regional.
de cooperação, o primeiro dos quais Os principais objetivos desta ajuda
tinha sido assinado em 1985 e renovado são a integração regional (40 milhões
em 1993. de euros), a prevenção de catástro-
104 http://www.iadb.org/intal/tratados/mcca.htm
105 http://ec.europa.eu/trade/issues/bilateral/regions/central_america/index_en.htm
47
06 A SITUAÇÃO ATUAL DA COOPERAÇÃO UNIÃO EUROPÉIA – AMÉRICA LATINA
106 http://ec.europa.eu/trade/issues/bilateral/countries/mexico/index_en.htm
48
A SITUAÇÃO ATUAL DA COOPERAÇÃO UNIÃO EUROPÉIA – AMÉRICA LATINA
06
recíproca e progressiva durante um
máximo de dez anos, até se atingir uma
liberalização completa para 97, 1% dos
intercâmbios comerciais. Atualmente, a
UE é o principal parceiro comercial do
Chile e também o principal investidor
estrangeiro no país107.
107 http://ec.europa.eu/trade/issues/bilateral/countries/chile/index_en.htm
49
CRONOLOGIA DAS RELAÇÕES UNIÃO
EUROPEIA – AMÉRICA LATINA
52
07
OS PROGRAMAS REGIONAIS
NA AMÉRICA LATINA
108 http://ec.europa.eu/europeaid/projects/amlat/regional_cooperation_pt.htm
53
07 OS PROGRAMAS REGIONAIS NA AMÉRICA LATINA
109 http://ec.europa.eu/europeaid/projects/asia/regional_en.htm#wid
54
OS PROGRAMAS REGIONAIS NA AMÉRICA LATINA
07
latino-americanos para os sistemas de especialização para profissionais expe-
ensino superior da UE e o reforço das rimentados, a formação de uma rede
capacidades dos recursos humanos, as com pontos focais de informação e
possibilidades de emprego e o aumento comunicação identificados na América
das competências dos cidadãos latino- Latina e a abertura de uma rede de ex-
americanos nos seus países de origem. bolsistas, aberta também aos bolsistas
Esta iniciativa se enquadra nas priori- de αLFA e de outros programas na
dades de ação identificadas no segui- América Latina. Aproximadamente 90%
mento da primeira Reunião de Cúpula dos recursos reservados para bolsas se
celebrada entre a América Latina e as outorga à bolsistas que se matriculam
Caraíbas e a União Européia no Rio de em mestrados ou doutorados, mesmo
Janeiro, em junho de 1999 (COM 2000) que os 10% restantes se reserve a
670 final, 31/10/2000. bolsas de alto nivel para profissionais e
futuros executivos latino-americanos.
A abertura do espaço européu de
Educação Superior aos cidadãos latino- A sua duração prevista vai até 2010 e o
americanos contribuirá a melhorar as orçamento total é de 113,5 milhões de
oportunidades para o emprego de euros. A contribuição da UE será de 88,5
pós-graduados e profissionais latino- milhões de euros, dos quais 75 milhões
americanos em seus países de origem. estão destinados exclusivamente às
bolsas mencionadas.
O Programa Alβan responde aos termos
expostos na Comunicação da Comissão Resultados até o momento
ao Parlamento Europeu e ao Conselho Nos dois primeiros convites à apre-
relativa ao reforço da cooperação sentação de propostas (2003 e 2004)
com países terceiros em matéria de foram selecionadas 1 030 candidaturas
Ensino Superior (COM 2001) 385 final, para um período médio de dois anos
18/07/2001. cada uma, o que significa um total de
2 060 bolsas anuais. A contribuição
Objetivos e atividades comunitária por este período chegou,
Aumentar as oportunidades de edu- portanto, a 26,9 milhões de euros. Os
cação e de formação de qualidade primeiros bolsistas do Programa Alβan
na Europa, para cidadãos da América iniciaram os estudos de pós-graduação –
Latina. Criar uma rede de informação mestrado e doutorado – ou de formação
e de comunicação sobre o programa superior especializada, à partir do início
Alβan e sobre a oferta de educação e do ano acadêmico 2003/2004. Os perío-
de formação na Europa. dos de educação e formação duram
de 6 meses até 3 anos, dependendo
A criação de uma rede de ex-bolsistas do nivel e programa educativo ou de
αlfa e Alβan. formação previsto. No quarto convite à
proposta ( ano acadêmico 2006 – 2007)
As suas atividades principais têm sido a foram selecionadas 462 mulheres e 468
concessão de bolsas de pós graduação homens. Os países com maior número
(mestrado e doutorado) e bolsas de de candidatos escolhidos foram o Brasil
55
07 OS PROGRAMAS REGIONAIS NA AMÉRICA LATINA
56
OS PROGRAMAS REGIONAIS NA AMÉRICA LATINA
07
Só as Instituições de Ensino Superior está em http://ec.europa.eu/europeaid/
podem desempenhar o papel de Ins- projects/alfa/index_pt.htm
tituição coordenadora.
- As Instituições não reconhecidas Através desta mesma página pode-se
pelas autoridades nacionais de seus acessar o boletim periódico ALFA-Flash,
respectivos países, não poderão ser com atualizações permanentes sobre os
maioria na rede. Além do mais, o nú- resultados do programa.
mero de Instituições de diferentes
países que formam uma rede deve
ser superior ao número de instituições URB-AL
de um mesmo país. Este programa estabelece laços diretos
entre as cidades da Europa e da América
Resultados até o momento Latina mediante a difusão, aquisição e
Até agora foram realizadas dez rondas aplicação de boas práticas em matéria
de convites a propostas. Dentro da UE, de políticas urbanas, através de ações
foi a Espanha que teve a maior partici- de cooperação entre cidades, províncias
pação (195 projetos). Portugal participa e regiões dos dois lados. Entre os objeti-
em 96 projetos e a França em 91, a vos figura também o apoio institucional.
Alemanha em 78, o Reino Unido em 72 Lançado em 1995, Urb-AL já reuniu
e a Filândia em 13 projetos. A média de mais de 680 entidades locais européias
participações na UE é de 47. e latino-americanas com projetos con-
tendo temas tais como a droga, o meio-
De igual modo e em relação à América ambiente, a participação cidadã, a luta
Latina, a Argentina (147 projetos) e o contra a pobreza, o transporte, a segu-
Brasil (136 projetos) são os países com rança, o urbanismo, o desenvolvimento
a maior participação. Colômbia partici- econômico, a sociedade da informação,
pa em 72, Nicaragua em 15 e Paraguai a democracia e o apoio institucional.
em 11 projetos. A média de participação
na América Latina é de 49. Objetivos
Mediante o intercâmbio e a participa-
No total, ao longo das dez rondas de ção das coletividades locais em projetos
ALFA II, têm participado 770 IES de comuns, o programa Urb-AL contribui a:
ambas as regiões. Cabe mencionar que - Reforçar as capacidades de ação das
a mesma instituição de um país pode coletividades locais no desenvolvimen-
participar de mais de um projeto e que to social, econômico e cultural das
várias instituições de um mesmo país zonas urbanas, incluindo a implemen-
podem participar da mesma rede de tação de equipamentos coletivos.
projetos. O número total de participa- - Desenvolver as capacidades estruturais
ções de IES nas 10 rondas de seleção das coletividades locais, em particular
tem sido de 2.114, com uma média de através da formação de recursos huma-
9,5 instituições por rede. nos.
- Promover a parceria entre coletividades
Toda a informação disponivel, for- locais e representantes da sociedade
mulários e documentos de referência civil.
57
07 OS PROGRAMAS REGIONAIS NA AMÉRICA LATINA
58
OS PROGRAMAS REGIONAIS NA AMÉRICA LATINA
07
http://ec.europa.eu/europeaid/projects/ estreitando os laços entre as duas
urbal/index_fr.htm regiões no debate e na ação com uma
clara inclinação até os estratos menos
favorecidos da sociedade.
@LIS (Aliança para a socieda-
de da informação) Objetivos
Tem como finalidade a redução da Os objetivos do programa @LIS são:
chamada fratura digital ou numérica, - Estimular a cooperação entre os par-
fomentando o uso das novas tecnologias ceiros europeus e latino-americanos;
da informação e da comunicação (TIC). - Facilitar a integração dos países da
Foi lançado no Foro Ministerial sobre América Latina em uma sociedade da
a sociedade da informação (digital) informação global;
organizado em Sevilha em abril de - Fomentar o diálogo entre todos os
2002. O programa aspira responder às agentes e usuários da sociedade da
necessidades das coletividades locais, informação;
estimular o diálogo em matéria de - Melhorar a interconexão entre comu-
políticas e regulamentação e aumentar nidades de pesquisadores de ambas
a capacidade de interconexão entre regiões;
coletivos de pesquisadores das duas - Responder às necessidades dos cida-
regiões. dãos e das comunidades locais;
59
07 OS PROGRAMAS REGIONAIS NA AMÉRICA LATINA
60
OS PROGRAMAS REGIONAIS NA AMÉRICA LATINA
07
4. Institute of Fiscal Studies (Reino Unido) 4. Organización Iberoamericana de
5. Centro Interamericano de Adminis- Seguridad Social (Espanha)
traciones Tributarias (Multinacional) 5. Escola Nacional de Saúde Pública
6. Administración Federal de Ingresos Sérgio Arouca (Brasil)
públicos (Argentina) 6. Fondo Nacional de Salud de Chile
7. Secretaria da Receita federal (Brasil) (Chile)
8. Dirección de Impuestos y Aduanas 7. Instituto Nacional de Salud Pública
Nacionales (Colômbia) (México)
9. Servicio de Administración Tributaria 8. Fundación ISALUD (Uruguai)
(México)
Setor Emprego:
Setor Justiça: Este setor particular do programa
Coordenado pela Fundación Internacional EUROsociAL foi confiado à Oficina
y para Iberoamérica de Administración y Internacional del Trabajo (OIT) - Agências
Políticas Públicas (FIIAPP) – Espanha, seus de Turín e Lima. (http://lamp.itcilo.org/
sócios são: eurosocial-empleo/)
1. Consejo general del Poder Judicial A coordenação geral do programa foi
(Espanha) confiada também à FIIAPP - Espanha.
2. Ministère de la Justice (França) Toda a informação disponivel está em:
3. Ecole Nacional de la Magistrature http://www.programaeurosocial.eu/
(França) e em: http://ec.europa.eu/europeaid/
4. Fundación Alemana para la Coopera- projects/amlat/eurosocial_pt.htm
ción Jurídica Internacional (Alemanha)
5. Oficina de Consejo Nacional de la
Justicia de Hungría (Hungría) AL-Invest
6. Secretaría de Reforma do Judiciário Historicamente a Europa e a América
(Brasil) Latina mantêm relações estreitas.
7. Poder judicial (Costa Rica) Porém, resta ainda um longo caminho a
8. Consejo Superior de Judicatura percorrer para o aumento do intercâmbio
(Colômbia) comercial e dos investimentos, prin-
9. Centro de Estudios de Justicia de las cipalmente no que concerne as PMEs.
Américas (Chile) A fim de reforçar esta cooperação
10.Instituto Tecnológico y de Estudios econômica a Comissão européia lançou
Superiores de Monterrey (México) em 1993 o Programa Al-Invest em favor
das pequenas e médias empresas das
Setor Saúde: duas regiões.
Coordenado pelo Institut de Recherche
pour le Développement (IRD) – França, Desde então o programa apoiou com
seus sócios são : êxito milhares de PMEs e organizações
1. Instituto de Salud Carlos III (Espanha) de todos os setores econômicos facili-
2. Organización Mundial de la Salud tando o comércio e o investimento entre
(Internacional/Dinamarca) os dois continentes. Para consolidar
3. Fondazione Angelo Celli per una este sucesso lançou-se em 2004 o
Cultura della Salute (Italia) AL-Invest III com uma duração de 4
61
07 OS PROGRAMAS REGIONAIS NA AMÉRICA LATINA
anos e um orçamento global de 52,5 AL-INVEST III que indica todos os deta-
milhões por parte da Comissão européia lhes técnicos, formatos de apresentação
e do Consórcio que representa o setor e o guia financeiro para a apresentação e
privado de ambos continentes. desenvolvimento de projetos.
As propostas são enviadas por um ope- Quais são os resultados da fase III
rador principal e dois ou mais sócios do Programa ?
colaboradores. As bases para elaborar Até 2007 o programa AL-INVEST finan-
ditas propostas estão contidas no Manual ciou 991 projetos com um total de mais de
62
OS PROGRAMAS REGIONAIS NA AMÉRICA LATINA
07
80.000 PMEs e instituições beneficiadas difusão na Europa e na América La-
desde 1994. Os montantes respectivos à tina das informações pertinentes com
Al-Invest III são de 520 projetos e mais de uma visão estratégica das relações
35.000 empresas associadas. entre as duas;
4. Promover atividades específicas vin-
O sitio Web do programa oferece entre culadas a associação biregional sobre
outras coisas, informação em tempo real temas de interesse comum, levando
sobre os resultados, indicando quan- em conta as expectativas de cada
tas empresas participam, de que paí- região;
ses, setores, em que tipo de projeto, 5. Reunir os conhecimentos existentes
que acordos econômicos são gerados, nos âmbitos pertinentes das relações
quantos fundos são utilizados e outras entre a União Européia e a América
informações de interesse. Esta seção Latina com objetivo de participar
chama-se “resultados” e encontra-se no na reflexão que deve contribuir ao
seguinte site: www.al-invest3.org reforço da associação entre ambas
regiões;
6. Favorecer a divulgação através dos
Observatório para as relações meios adequados na União Européia
União Europeia – América e na América Latina da informação
Latina (OBREAL) relativa as relações entre ambas re-
Aprovado em Setembro de 2003, trata giões e uma visão estratégica de tais
de identificar e desenvolver todas as relações.
possibilidades de parceria entre as duas
regiões. Atividades desenvolvidas
Organização de Seminários e reuniões:
A necessidade em ter para os próximos organizam-se várias reuniões anuais
anos uma ferramenta especializada que sobre temas prioritários da associação
reúna as competências no âmbito das estratégica Europa - América Latina: a
relações UE-AL, conduziu a Comissão coesão social, a questão da droga, a
européia a criar o Observatório para as integração regional e sub-regional, o
Relações UE-AL (OBREAL-EURALO). comércio, a segurança e a associação
bi-regional União Européia – América
Objetivos Latina em um contexto multilateral.
Os objetivos do observatório são:
1. Contribuir para a reflexão sobre os Pesquisa e estudos: Realização de pes-
desafios comuns que a UE e a Amé- quisas de natureza econômica ou polí-
rica Latina devem enfrentar em con- tica, estudos de impacto social e de
junto; outros temas específicos de interesse
2. Levar em conta a relação de ambas mútuo.
regiões com outras regiões do mundo;
3. Reforçar as relações entre as insti- Intercâmbio de experiências e divulga-
tuições de ensino de ambas as regiões ção da informação: criação de ferramen-
dispostas a partilhar o seu potencial tas de comunicação específicas dirigidas
de estudo e informação e propiciar a ao mundo universitário e político.
63
07 OS PROGRAMAS REGIONAIS NA AMÉRICA LATINA
64
08
A GESTÃO DA COOPERAÇÃO:
OS DIFERENTES ENFOQUES.
Nos capítulos anteriores descreveram- – por parte dos Estados receptores aos
se as bases políticas, jurídicas e quais a UE prefere chamar «parceiros»
financeiras sobre as quais assenta a a fim de deixar claro o conceito de
cooperação entre a União Européia e a responsabilidade compartilhada e o
América Latina. Nos próximos capítulos processo de interações sucessivas que
passa se em revista, a execução das dão lugar à definição de um programa
ações de cooperação, as formas que ou projeto. Um dos resultados desta
esta pode assumir e os processos atitude de co-responsabilidade é que
sucessivos necessários para que o o principal interlocutor da Comissão
programa ou projeto de cooperação Européia, no momento de definir e deci-
seja executado com êxito. dir as atividades de desenvolvimento que
receberão financiamento comunitário,
Nos capítulos 4 a 7 vimos como a é o Governo de cada um dos países
Comissão Européia mantém um diálogo parceiros. Em princípio, estas atividades
permanente com os países receptores selecionam-se, como já vimos, entre
no momento de estabelecer as priori- o Governo nacional e os serviços da
dades setoriais e geográficas e fixar as Comissão (as delegações em primeiro
modalidades de execução das ações lugar) e tomam forma nos documentos
de cooperação. A assistência externa a que se fez referência no capítulo 5
da UE caminha decididamente no e que são detalhados no Anexo 1. Ou
sentido da apropriação das ações – e, seja, a maior parte das atividades são
portanto, dos resultados das mesmas financiadas pela Comissão, através de
65
08 A GESTÃO DA COOPERAÇÃO: OS DIFERENTES ENFOQUES.
66
A GESTÃO DA COOPERAÇÃO: OS DIFERENTES ENFOQUES.
08
várias abordagens possíveis. A estratégia Existem duas modalidades de apoio
de apoio à projetos é a mais utilizada orçamental:
embora, num futuro próximo, possa 1) Apoio orçamental geral
ceder o lugar à chamada abordagem Dirige-se ao conjunto da política
setorial ou à ajuda orçamental. É nacional de desenvolvimento de um
importante recapitular de maneira país no quadro macroeconômico e
rápida estas estratégias: orçamental do mesmo ou de uma
estratégia política de reforma.
2) Apoio orçamental setorial
O APOIO ORÇAMENTAL Proporciona fundos adicionais a um
O apoio orçamental é a transferência de setor específico, apoiando uma
recursos de uma agência de financia- política setorial nacional e um
mento externo ao tesouro nacional do quadro de despesa acordado entre
Governo do país receptor. Os recursos o país receptor e o doador.
financeiros assim recebidos passam a
formar parte dos recursos globais do Sempre que as condições o permitam,
país receptor e consequentemente são a segunda é a preferida pela CE. Em
utilizados de acordo com o sistema de qualquer caso, a dotação do apoio
gestão das finanças públicas deste país. orçamental, dependerá da verificação
Uma vez comprovado que se cumprem de três áreas nas que devem produzir-
todas as condições contratadas, a se critérios básicos de elegibilidade:
transferência financeira se realiza, 1) Política e Estratégia nacional ou
em divisas, ao Banco Central do país setorial: é necessário que exista
beneficiário. Este credita ao Tesouro uma estratégia nacional ou setorial
Nacional a quantidade equivalente em bem definida ou uma reforma em
moeda nacional através do mecanismo curso;
“conta do tesouro”, “conta de ingressos 2) Âmbito Macro-econômico:
nacionais”. A partir deste momento, não o país receptor deve dispor de um
existe um seguimento destes fundos por quadro macro-econômico orientado
parte da CE, pois é a responsabilidade do para a estabilidade;
país beneficiário (supervisão, controle e 3) Gestão de finanças públicas:
auditoria dos fundos recebidos). deve existir ou estar em execução,
Como podemos ver, o apoio orçamental um plano de gestão de gasto público.
contribui ao financiamento da totalidade
do orçamento de um país e não à um As publicações técnicas sobre o apoio
grupo específico de gastos pré-estabe- orçamentário, assim como o manual
lecidos. Normalmente esta modalidade de capacitação institucional encontram-
de cooperação é acompanhada de um se em: http://ec.europa.eu/europeaid/
diálogo sobre a política orçamental e reports/index_en.htm
de funcionamento da gestão financeira
pública em um contexto de harmonização
e alinhamento. Com muita fraquência, O PROJETO
este diálogo conduz à acordos em torno Segundo a definição clássica, um projeto
do desenvolvimento da capacitação. é uma série de atividades que conduzem
67
08 A GESTÃO DA COOPERAÇÃO: OS DIFERENTES ENFOQUES.
68
A GESTÃO DA COOPERAÇÃO: OS DIFERENTES ENFOQUES.
08
desenvolvimento do país – saúde, por a atual abordagem por «programas e
exemplo – o Governo do país receptor projetos», se bem que com uma maior
pode desviar esses 100 milhões do seu coordenação e uma melhor coerência
próprio orçamento, previstos inicialmente entre as intervenções dos diversos
para esse setor, e investi-los em despe- protagonistas e das autoridades locais.
sas militares ou de qualquer outro tipo
considerado como não prioritário para o Nos capítulos seguintes, são desen-
desenvolvimento do país. volvidos elementos fundamentais de
compreensão sobre o funcionamento
Não obstante, a «abordagem por da técnica do projeto de cooperação, o
projetos» continua a ser majoritária chamado «ciclo do projeto»110.
na atividade de cooperação da CE.
Nos últimos anos, a Comissão Européia
avançou significativamente no seu
grau de coordenação com os demais
doadores e melhorou substancialmente
a eficácia dos projetos de última
geração se bem que, lentamente, se
vão ensaiando mesclas das diferentes
estratégias descritas. No momento de
conceber uma mistura entre elas, há que
se levar em conta quatro importantes
considerações:
110 Para mais informações, pode consultar-se o manual do ciclo de projeto publicado em:
69
http://ec.europa.eu/europeaid/reports/pcm_guidelines_2004_en.pdf
08 A GESTÃO DA COOPERAÇÃO: OS DIFERENTES ENFOQUES.
70
09
O CICLO DO PROJETO
71
09 O CICLO DO PROJETO
OS TRÊS PRINCIPIOS
BÁSICOS DO CICLO DO PROJETO
72
O CICLO DO PROJETO
09
o interlocutor da Comissão Européia forma realista dentro das dificuldades
é o Estado beneficiário. Nestes últi- do contexto em que se realizam
mos casos, contudo, a CE conserva um e tendo em conta a capacidade das
papel mais direto e a responsabilidade entidades executantes;
de gestão nas fases de identificação e - Os benefícios gerados pelo projeto
formulação do projeto. Porém, inclusive têm possibilidades reais de susten-
nestes casos, o acompanhamento das tabilidade.
diretrizes de gestão do ciclo do projeto
é útil dado que: Para a consecução destes resultados, a
- Todos os projetos de cooperação com gestão do ciclo de projeto:
financiamento comunitário podem ser - Requer a participação de parceiros
avaliados em função dos critérios de claramente identificados (stakeholders)
qualidade descritos nas páginas se- e promove a apropriação local do
guintes; projeto;
- Os princípios de boas práticas de - Usa, entre outras ferramentas, o
gestão podem ser aplicados por parte quadro lógico para apoiar uma série
de quem esteja a receber e gerir de opiniões e análises, incluindo os
fundos provenientes da CE. problemas e riscos, os objetivos e as
estratégias das entidades parceiras;
- Inclui critérios de avaliação qua-
O CICLO DO PROJETO E O QUADRO litativos em cada fase do ciclo;
LÓGICO - Necessita da produção de documentos
A gestão do ciclo do projeto (Project de qualidade em cada uma das fases,
Cycle Management, PCM) é um termo, de forma que as decisões partam de
já consagrado nas instituições doado- uma boa informação sobre a situação
ras de todo o mundo, utilizado para real e a sua evolução. Ver quadro
descrever as atividades de gestão e os anexo.
procedimentos de tomada de decisão
durante toda a vida do projeto de coo- O quadro lógico é uma ferramenta
peração. Inclui as tarefas básicas, a dis- de análise e gestão utilizada atual-
tribuição de papéis e responsabilidades, mente pela imensa maioria dos
os documentos chave e as diferentes organismos bilaterais e multilaterais
opções de decisão num dado momento. e outros protagonistas da cooperação
A utilização destas técnicas permite internacional. Normalmente, a CE
assegurar que: pede a criação de uma «matriz» de
- Os projetos estão em conformidade quadro lógico como parte integrante
com os principais objetivos políticos dos seus procedimentos de formulação
da CE e dos Estados beneficiários; do projeto. Quando se aplica de forma
- Os projetos são relevantes no inteligente, o quadro lógico é uma
âmbito de uma estratégia previamente ferramenta muito eficaz. Não substitui,
estabelecida e em relação aos proble- contudo, a experiência e a opinião
mas reais dos grupos beneficiários; profissional e deve complementar-se
- Os projetos são viáveis, isto é, os com a utilização de outras ferramentas
objetivos podem conseguir-se de como a análise econômica e financeira
73
09 O CICLO DO PROJETO
DOCUMENTOS CHAVE E
RESPONSABILIDADES NO CICLO
DO PROJETO
Os documentos fundamentais da CE e as fontes de informa-
ção que apoiam a gestão do ciclo do projeto são:
74
O CICLO DO PROJETO
09
- Assegurar-se de que as revisões O quadro de qualidade compõe-se por
do projeto se realizam de forma três atributos básicos desenvolvidos
harmonizada mediante a utilização num total de dezesseis parâmetros:
de critérios de qualidade consistentes
e normalizados; A) RELEVÂNCIA: O projeto destina-se a
- Assegurar uma informação (reporting) solucionar necessidades demonstradas e
e um acompanhamento periódicos; de elevada prioridade:
- Identificar e facilitar o intercâmbio 1) É consistente e contribui para as
das «boas práticas» e das abordagens políticas de desenvolvimento e
inovadoras. cooperação da CE
2) É consistente e contribui para as
O grupo de apoio à qualidade fornece políticas do Governo parceiro e dos
consultoria em dois pontos-chave do programas setoriais existentes.
ciclo do projeto: 3) Foram identificados claramente os
- No final da fase de identificação, parceiros e os beneficiários princi-
momento em que é revista a ficha pais, foram analisadas as questões
(projetos individuais) ou a proposta de de igualdade entre os gêneros e
financiamento (programa ou conjunto de capacidade industrial e pôde de-
de projetos). monstrar-se a apropriação local.
- No final da fase de formulação, 4) Foi efetuada uma análise correta dos
quando o projeto de proposta de problemas.
financiamento foi já preparado 5) A experiência anterior e os eventuais
(projetos individuais) ou quando vínculos com outros projetos/progra-
se elaboraram as especificações das mas foram analisados e integrados
previsões técnicas e administrativas na seleção de estratégia.
(para projetos contidos num programa)
B) VIABILIDADE: O projeto está bem
concebido e produzirá benefícios sus-
QUADRO DE QUALIDADE tentáveis aos grupos alvo.
Existe um conjunto de critérios de 6) Os objetivos (geral, propósito e resul-
avaliação qualitativos para cada ponto tados) e o programa de trabalho são
de decisão principal na vida de um lógicos e claros e abordam necessi-
projeto. Estes critérios refletem-se nos dades claramente identificadas.
pedidos de informação de documentos 7) As implicações de custos e recursos
tais como a ficha de identificação ou são claras, o projeto é financeiramente
a proposta de financiamento. Para tal, viável e tem um retorno econômico
desenvolveu-se o chamado «quadro positivo.
de qualidade» que não implica, 8) Os acordos de coordenação, gestão
contudo, uma atitude de exclusão. As e financiamento são claros e apoiam
circunstâncias próprias e específicas o reforço institucional e a apropriação
de cada projeto impõem a aplicação, local.
a experiência, a apreciação e o critério 9) O sistema de acompanhamento
dos gestores do mesmo. (controle) e os acordos de auditoria
são claros e práticos.
75
09 O CICLO DO PROJETO
A DECISÃO FINANCEIRA
No caso da América Latina, a CE
(Comissão e Estados Membros através
do Comitê ICD) toma uma decisão de
financiamento, uma vez que o projeto
tenha passado a fase de formulação. A
tomada desta decisão costuma incluir:
76
10
AS FASES DO CICLO
DO PROJETO: I
77
10 AS FASES DO CICLO DO PROJETO: I
O QUE ESPECIFICA O
PROGRAMA INDICATIVO NACIONAL?
78
AS FASES DO CICLO DO PROJETO: I
10
INFORMAÇÕES RESULTANTES
DA FASE DE IDENTIFICAÇÃO
79
10 AS FASES DO CICLO DO PROJETO: I
80
11
AS FASES DO CICLO
DE PROJETO: II
81
11 AS FASES DO CICLO DE PROJETO: II
111 As páginas web das Delegações da Comissão dão informações pontuais sobre o desevolvimen-
to dos projetos localizados em cada país. Para ter acesso à lista de Delegações da Comissão,
consultar o website : http://ec.europa.eu/comm/external_relations/delegations/intro/web.htm
112 Para ter acesso à metodologia, critérios e relatórios de avaliação setoriais, regionais ou nacionais,
82 consultar o seguinte website http://www.ec.europa.eu/comm/europeaid/evaluation/index.htm
AS FASES DO CICLO DE PROJETO: II
11
A sua finalidade é incorporar as experi- Em qualquer caso, todos estes sistemas
ências aprendidas durante a realização de controle e informação devem
do projeto no volume de conhecimento dar prioridade às necessidades de
das instituições participantes e propor- informação dos gestores no terreno e
cionar os elementos necessários para a proporcionar o retorno de informação
responsabilidade institucional da enti- adequada a todos os participantes,
dade doadora. Os critérios de base de incluindo os grupos de população alvo
qualquer avaliação são a verificação da do projeto.
relevância, do impacto, da eficácia,
da eficiência e da sustentabilidade Só desta forma será possível uma
do projeto. participação ativa e a posterior apro-
priação do projeto pela população
Existem, atualmente, relatórios de ava- beneficiária, finalidade última da
liação de conteúdos diferentes: projetos assistência externa da CE.
individuais, setores, atividades num dado
país e programa.
83
11 AS FASES DO CICLO DE PROJETO: II
84
12
OS RESULTADOS DA COOPERAÇÃO
UNIÃO EUROPÉIA – AMÉRICA LATINA:
PERSPECTIVAS DE FUTURO
114 http://www.delnic.ec.europa.eu/es/eu_and_country/cooperation_desc/cooperation_desc_nic.htm
86 115 http://www.delpry.ec.europa.eu/contenidos/index.php?ld=120
A
ANEXOS
87
A ANEXOS
COLÔMBIA NICARÁGUA
Documento de estratégia por país: Documento de estratégia por país:
http://www.ec.europa.eu/comm/external_ http://www.ec.europa.eu/comm/external_
relations/colombia/csp/02_06en.pdf relations/nicaragua/csp/02_06_es.pdf
Laboratório de Paz de Magdalena Médio: Relatório estratégico de redução da
http://www.ec.europa.eu/comm/external_ pobreza e de desenvolvimento sustentável:
relations/colombia/csp/02_06en.pdf http://www.imf.org/external/np/prsp/2001/
nic/01/index.htm
EQUADOR Plano nacional de desenvolvimento ope-
Documento de estratégia por país: racional: http://www.pnd.gob.ni/
http://www.ec.europa.eu/comm/external_
relations/ecuador/csp/02_06_en.pdf PANAMÁ
Documento de estratégia por país:
PERU http://www.ec.europa.eu/comm/external_
Documento de estratégia por país: relations/panama/csp/02_06es.pdf
http://www.ec.europa.eu/comm/external_
relations/peru/csp/02_06_en.pdf MÉXICO
Documento de estratégia por país:
VENEZUELA http://www.ec.europa.eu/comm/external_
Documento de estratégia por país: relations/mexico/csp/02_06_es.pdf
http://www.ec.europa.eu/comm/external_
relations/venezuela/csp/02_06en.pdf
88
ANEXOS
A
Acordo de cooperação científico - técnica: ANEXO 2: GLOSSÁRIO
http://www.ec.europa.eu/comm/external_ Apresentamos a seguir uma série de ter-
relations/mexico/doc/a1_02-12946_es.pdf mos e siglas utilizados nesta publicação e
Acordo de associação, cooperação e noutros documentos sobre o mesmo tema,
cooperação política: http://www.ec.europa. para maior facilidade de compreensão. No
eu/comm/external_relations/mexico/doc/a3_ final, o leitor poderá encontrar uma lista de
acuerdo_global_es.pdf endereços electrônicos úteis para a procura
Acordo de comércio livre de serviços: de documentos ou o aprofundamento de
http://www.ec.europa.eu/comm/external_ conhecimentos.
relations/mexico/doc/a5_dec_02-2001_
en.pdf APE: Acordos de parceria econômica. Acordos
Acordo de comércio livre de mercadorias: comerciais entre a UE e as regiões ACP.
http://www.ec.europa.eu/comm/external_ Compatíveis com as normas da OMC, estes
relations/mexico/doc/a4_dec_02-2000_ acordos têm por objetivo a eliminação progres-
en.pdf siva dos obstáculos ao comércio e o aprofun-
Primeira Reunião de Cúpula México – damento da cooperação em todos os domínios
União Européia (2002): http://ec.europa. relacionados com as trocas comerciais.
eu/comm/external_relations/mexico/intro/
ma05_02_es.htm ACORDO DE COTONU: Novo acordo de parceria
Primeiro Fórum da sociedade civil UE – ACP – UE, concluído em Fevereiro de 2000
México: http://ec.europa.eu/comm/external_ por um período de vinte anos (2000 – 2020).
relations/mexico/conf_en/index.htm Este acordo e o seu protocolo financeiro serão
revistos de cinco em cinco anos. Substitui a
CHILE quarta Convenção de Lomé (Lomé IV).
Documento de estratégia por país:
http://www.ec.europa.eu/comm/external_ ACP: África, Caraíbas e Pacífico. O grupo dos
relations/chile/csp/02_06en.pdf países ACP, com relações privilegiadas com
Acordo quadro de cooperação: a UE, foi constituído com a assinatura, em
http://ec.europa.eu/external_relations/chile/ 1975, da primeira Convenção de Lomé com
intro/index.htm a CEE. Em 2004 agrupava 79 países.
Acordo de associação (2002): http://eur-
lex.europa.eu/LexUriServ/site/en/oj/2002/ ALBAN: América Latina. Programa de coopera-
l_352/l_35220021230en00031439.pdf ção regional no âmbito da educação superior.
Para um novo acordo de associação: Concede bolsas de estudos de alto nivel
http://www.ec.europa.eu/comm/external_
relations/chile/assoc_agr/index.htm ALC: América Latina e Caraíbas. Parceria
estratégica biregional promovida pela UE.
89
A ANEXOS
BID: Banco Inter americano de Desenvolvimento. FAO: Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e a Agricultura.
CAD/DAC: Comitê de Ajuda ao Desenvolvi-
mento da OCDE. FED: Fundo Europeu de Desenvolvimento.
O FED financia projetos e programas nos
CAN: Comunidade Andina de Nações. Estados ACP e nos países e territórios
ultramarinos. O nono FED, que abrange os
CARDS: Programa de assistência da CE cinco primeiros anos do Acordo de Cotonu,
para a reconstrução, o desenvolvimento e a tem uma dotação de 13,5 milhões de euros.
estabilização dos Estados dos Balcãs.
FLEX: Sistema que tem por objetivo compensar
CARICOM: Comunidade e Mercado Comum das os desequilíbrios financeiros nos países
Caraíbas, cujo objetivo principal é promover ACP causados por perdas significativas das
a integração econômica e regional. receitas de exportação.
CE: Comunidade Européia (ver UE) HIPC: países pobres altamente endividados.
CEPAL: Comissão econômica das Nações IEDDH: Iniciativa Européia para a Democracia
Unidas para a América Latina e os Direitos Humanos.
90
ANEXOS
A
OCDE: Organização para a Cooperação e o Geral do Sistema de Integração da América
Desenvolvimento Econômicos. Agrupa as Central (SG-SICA).
economias mais desenvolvidas do mundo
SPG: Sistema de Preferências Generalizadas.
OECS: Organização dos Estados das Caraíbas Sistema que consiste na concessão das
Orientais. vantagens pautais preferenciais, sem limites
quantitativos, unilateralmente e segundo
OMC: Organização Mundial do Comércio. um princípio de não reciprocidade, a 180
países em desenvolvimento, economias
OMS: Organização Mundial da Saúde. em transição e territórios dependentes.
As preferências pautais são moduladas
ONG: Organizações não governamentais. em função da classificação dos produtos
importados (sensíveis e não sensíveis).
PAM: Programa Alimentar Mundial das Nações
Unidas. STABEX: Sistema utilizado até o 9o FED, o
STABEX servia para compensar, nos países
PCM: Project Cycle Management: Gestão ACP, as perdas das receitas de exportação,
do ciclo de projeto. Método utilizado pelos em virtude das flutuações de preços ou da
principais intervenientes na ajuda ao procura de produtos agrícolas.
desenvolvimento. Ver capítulo 9.
SYSMIN: Utilizado até o 9o FED, o SYSMIN
PESC: Política Externa e de Segurança Comum permitia atenuar os efeitos das flutuações
da União Européia, em construção desde o das receitas da produção e da venda de
Tratado de Maastricht em 1992. produtos da exploração mineira.
91
GUIA SOBRE A COOPERAÇÃO UNIÃO EUROPÉIA - AMÉRICA LATINA
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