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Unidade Orgânica Escola de Negócios e Governação - ENG

Curso Direito Ano 2º

Disciplina/Unidade Curricular Direito Comunitário da União Semestre 1º


Africana
Carga Horária Total 4 T 2 TP P 2

Docente Me. Paulo Monteiro

1 - SINOPSE

O regionalismo é a forma pela qual os Estados-nação procuram solucionar questões


políticas e econômicas no nível regional, tradicionalmente vinculadas à promoção do
livre-comércio e à superação de conflitos intraestatais. No entanto, para os países menos
desenvolvidos, o regionalismo é percebido como um mecanismo estratégico de
desenvolvimento. Portanto, diante dos processos de independência, as iniciativas de
integração africanas começaram a ser pensadas e fundadas de forma concomitante à
formação dos Estados-nação, no decorrer do século XX. Isso faz da integração do
continente africano um processo particular.

Convém frisar que não podemos, por um lado, deixar imune o constitucionalismo
nacional e, por outro lado, permitir equacionar a possibilidade de emergência de um
constitucionalismo à escala global ou regional”.

Entretanto, vem a tónica a ideia de uma “África Múltipla” com variedades e


diversidades onde poderemos elencar as seguintes perspetivas:

 “África transnacional” esta é uma perspetiva construída pela visão pan-


africanista. Nesta visão, o continente africano integra um pouco das Caraíbas, da
América e da Europa. Não se trata de uma África Geográfica mas de uma
comunidade cultural, que transcende as fronteiras e as distinções étnicas ou
nacionais. Posto isto, esta é a definição de África legítima as ideologias
elaboradas no século XIX pelos pan-africanistas. A diáspora africana nas

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Caraíbas, América e Europa reivindicou o direito de determinar os destinos do
continente e manifestou a sua pertença à África, impulsionando uma parte
imaginária de África a-territorial;
 “Africa Múltipla” este tipo de perspetiva foi institucionalizada de maneira
diferenciada pelos Estados através de quadros de reagrupamento com base na
solidariedade geográfica ou por integração económica regional manifestam uma
proximidade com base no interesse comum de desenvolvimento económico, o
critério geográfico é basilar

Em suma, a análise e estudo da referida disciplina, leva-nos a conhecer os antecedentes


da formação do Direito comunitário da União Africana, as etapas da construção do
Direito comunitário Africano, o processo da integração económica e política no
continente (U.A) e a existência de várias comunidades regionais Africanas tais como:
C.E.D.E.A.O; SADAC; UEMOA; IGAD; UNIÃO DO MAGREB ÁRABE…

2 – PROPÓSITO GERAL

Adquirir conhecimentos ou noções básicas do Direito Comunitário Africano, conhecer e


entender o objeto de estudo da referida disciplina. No entanto, na mesma lógica serão
abordados, fundamentalmente, a relação existente entre o Ordenamento jurídico
comunitário do ordenamento jurídico dos Estados-membros, fazendo referência sempre
em ilustrações práticas intraestados a fim de facilitar o ensino e a aprendizagem no
domínio desta matéria.

Ainda, pretende-se que o estudante conheça os movimentos de integração económica e


política que caracterizam certas sociedades, mas também conhecer as regras que
regulam a sua organização e funcionamento, em especial, a considerada a mais
avançada forma de integração económica e política que constitui a União Africana e as
Comunidades regionais existentes no referido continente e posteriormente entender as
implicações que essa integração acarreta no conceito moderno de soberania dos Estados.

3 – OBJECTIVOS ESPECIFICOS

A disciplina de Direito comunitário da União Africana tem como objetivo dotar os


estudantes do 2º ano do curso de DIREITO, conhecimentos básicos sobre as normas
jurídicas a nível da comunidade com impactos internacionais. No final espera-se que o
aluno: 1) tenha condições de situar o Direito comunitário da União Africana no mundo
dos ramos de Direito; 2) saiba encontrar, interpretar e aplicar as suas normas na
comunidade africana e em outras realidades, a casos reais ou hipotéticos da vida
comunitária, exemplificando: (Casos concretos: fracassos da democracia moderna) e 3)

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ter ferramentas para estender um olhar crítico sobre as questões comunitárias com
análises e repercuções internacionais, compreendendo-as e adquirindo as competências
políticas, jurídicas, económicas, sociais, diplomáticas…

- Ter a capacidade de analisar e apreciar a complexidade nos conflitos jurisdicionais, da


Ordem jurídica interna/Ordem jurídica comunitária;

- Fomentar a compreensão do Direito Comunitário da União Africana como uma ciência


de interesse prático nas realidades comunitárias;

- Desenvolver as técnicas de atuação desta disciplina na ordem jurídica comunitária e os


seus impactos no ordenamento jurídico interno dos Estados.

4 – CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

Capítulo I: A INTEGRAÇÃO REGIONAL AFRICANA

Introdução:

 O regionalismo na África: Antecedentes Históricos;


 O projeto de integração regional;
 As comunidades sub-regionais Africanas.

Secção I- África Múltipla

Paragrafo 1: As características dos mecanismos de integração regional


Paragrafo 2: O Direito comunitário Africano.

Secção II- A evolução do processo de integração em África

Paragrafo 1: Os principais desafios (Jurídico, político, económico, financeiro


étnico…) da integração no continente.
Paragrafo 2: As primeiras iniciativas da criação de uma União Aduaneira.
Paragrafo 3: União aduaneira versus União monetária.

Secção III- Da OUA à UA União Africana (U.A)

Paragrafo 1: O processo histórico da criação da OUA


Paragrafo 2: O ato constitutivo da U.A
Paragrafo 3: As comunidades económicas Regionais.
Paragrafo 4: A nova parceria para o Desenvolvimento Africano - NEPAD

Secção IV- As Fontes do Direito comunitário Africano

Paragrafo 1: O Tratado de Etiópia de 1963.


Paragrafo 2: O ato constitutivo da UA.

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Secção V- A Estrutura institucional da União Africana

Paragrafo 1: As componentes institucionais da U.A


Paragrafo 2: A cooperação institucional na concretização dos objetivos da U.A
Paragrafo 3: A agenda 2063 da UA.

Secção VI- A relação com os Direitos internos dos Estados membros.

Paragrafo 1: A relação tímida entre os ordenamentos jurídicos.


Paragrafo 2: A ausência do primado do direito Comunitário Africano.

Secção VII- O Sistema de Proteção Jurídica no Continente Africano


Paragrafo 1: O papel do Tribunal africano dos direitos do Homem e dos povos.
Paragrafo 2: A comissão Africana dos Direitos do homem e dos povos.
Paragrafo 3: A tramitação processual junto do Tribunal Africano dos direitos do
homem e dos povos.

Capítulo II: A AFIRMAÇÃO PAULATINA DE UM DIREITO COMUNITÁRIO


REGIONAL NO ESPAÇO DA COMUNIDADE ECONÓMICA DOS ESTADOS DA
AFRÍCA OCIDENTAL - (C.E.D.E.A.O/ ECOWAS).

Secção I- A Etapa histórica de esforços da integração na nossa sub-região.

Paragrafo 1: As organizações de integração Africanas: (L’U.E.M.O.A;


C.E.D.E.A.O…).

Paragrafo 2: O aparecimento de outras organizações de integração regionais


(C.E.M.A.C; S.A.D.C…)

Secção II- A emergência de um Direito comunitário Africano.

Paragrafo 1: O direito comunitário principal/Originário


Paragrafo 2: O direito comunitário derivado.

Secção III- As instituições comunitárias.

Paragrafo 1: As instituições criadas no âmbito da Comunidade: C.E.D.E.A.O


Paragrafo 2: A cooperação institucional.

Secção IV- A relação com os Direitos internos dos Estados membros e a sua
implementação.

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Paragrafo 1: As divergências entre os ordenamentos jurídicos dos Estados.
Paragrafo 2: Os grandes desafios sub-regionais face a implementação do direito
comunitário.

Secção V- Cabo-verde e as suas actuações como Estado membro da C.E.D.E.A.O

5 - PROCEDIMENTOS DE ENSINO/ENFOQUE METODOLÓGICO

Aulas expositivas nas TEÓRICAS e discussão de casos, reais ou hipotéticos, nas


PRÁTICAS.

6- CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Dentro dos limites fixados pelos REGULAMENTOS DE AVALIAÇÃO, serão tidos em


consideração para a nota de avaliação contínua: 1) a participação oral e escrita dos
alunos numa escala de 0/20 valores; e 2) o resultado das provas escrita/oral, final notada
de 0/20 valores. Os exames regem-se pelos critérios fixados no regulamento interno.

7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bibliografias Básicas:

 BANZE, V. A. Desafios da cooperação intra-regional e perspectivas da


integração tripartida entre SADC-EAC-COMESA;
 BOTELHO, J. C. A. A institucionalização de blocos de integração: uma
proposta de critérios de medição;
 A integração regional Africana: Panorama, avanços e desafios - artigo dos
professores: Caroline Chagas de Assis, Renata Albuquerque Ribeiro, Ana
Saggioro Garcia.
Bibliografias complementares:
 SALL, Alioune, Les mutations de l’intégration des Etats en Afrique de l’Ouest,
2007;

 IBRIGA, Marius, Droit communautaire ouest africain, Ouaga;

 LECLERC Stéphane, FRANÇOIS Jean, REDOR Marie, L’Union européenne et


les droits fundamentaux, Bruylant, Bruxelles, 1999;

5
 CARTOU, Louis, L’Union européenne-Traités de Paris, Rome, Maastricth, 2 e
Edition, Dalloz, Paris 1996 ;

 NEPAD – NEW PARTNERSHIP FOR AFRICA’S DEVELOPMENT; AUDA –


AFRICAN UNION DEVELOPMENT AGENCY. Strengthening the
Institutional Capacity of the Economic Community of Central African States
(Eccas). Midrand: Nepad, 2015.

8- Cronograma das atividades de Ensino-Aprendizagem

Aul Data Nº de Conteúdo de Aprendizagem Bibliogra Avaliaçã


a Nº Horas fia o
1T
2T
3T
4T
5T
6T
7T
8T
9T
10 T
11 T
12 T
13 T
14 T
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20 T
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25 T
26 T
27 T
28 T
29 T
30 T

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9- Horário de atendimento

Quarta-feira das 10: 30 às 11:30.

O Docente

Paulo Monteiro

Cidade da Praia, 13 de Outubro 2023.

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