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Direitos Humanos
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Atualmente, um dos maiores desa os para a instituição dos direitos humanos é a adoção de uma perspectiva relativista cultural. Isto é ainda mais sensível
quando se pensa na proteção de DH no continente africano, que apresenta bases culturais distintas das tradicionais sociedades ocidentais, como apontam os
estudos antropológicos. Tendo como pano de fundo essa questão, faremos uma investigação sobre o sistema de proteção de DH na África.
Estudaremos os principais instrumentos normativos, chamando atenção para a Carta de Banjul que é a Carta Africana de Direitos do Homem e dos Povos e
paradigma normativo de proteção dos direitos humanos na África, assinada na década de 80 do século passado. Essa carta traz uma característica bastante
peculiar que é trazer o “direito dos povos” como parte integrante dos DH. Entre eles, por exemplo, temos o direito de todos os povos à existência, incluindo o
direito à autodeterminação; direito de todos os povos à assistência na luta de libertação contra a dominação estrangeira, “quer esta seja de ordem política,
econômica ou cultural”, conforme previsto no artigo 20º.
Igualmente, examinaremos o sistema africano de proteção dos DH. Identi caremos que esta proteção se opera em dois níveis: a Comissão Africana de DH e
dos Povos e o Tribunal Africanos de DH e dos Povos. Analisaremos que a Comissão Africana de DH é um organismo parajudicial, encarregado de fazer o
acompanhamento da implementação da Carta, por meio da promoção dos direitos do Homem e dos Povos e garantia de sua proteção na África.
Por m, explicaremos que o Tribunal é visto como complementar à Comissão Africana de DH, cabendo zelar pelo respeito e aplicação dos instrumentos
africanos de proteção aos DH. Apontaremos que o tribunal iniciou o cialmente suas atividades em 2006 e que é o órgão judicial do sistema africano que tem
competência consultiva e contenciosa civil. Investigaremos, entre outros aspectos, aqueles que poderão apresentar um petição ao Tribunal que está
disponível à Comissão, aos indivíduos, ONGs e Estados e como isso poderá ser feito.
OBJETIVOS
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VÍDEO
Vamos iniciar esta aula com um vídeo!
Assista à entrevista concedida pelo professor Leandro Rangel, especializado em Direito Internacional. Neste vídeo, disponibilizado em 12 de março de 2013,
há o debate das divergências entre o Universalismo e o Relativismo, quando da fundamentação dos Direitos Humanos no continente africano; a concordância
dos Direitos Humanos praticados pelo sistema internacional como uma criação ocidental dos mesmos.
Os desa os que se colocam a proteção dos direitos humanos a partir da perspectiva do relativismo cultural;
A forma com que tais desa os interferem nos Direitos Humanos.
, O conteúdo desta aula é uma adaptação das informações que constam nas páginas o ciais da União Africana; do IJRC - Internacional Justice Resource Centre (todas
essas em inglês); do Tribunal Africano de DH e dos Povos (em versão portuguesa) e do Gabinete Documentação e Direito Comparado da Procuradoria da República
Portuguesa.
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9. Criar as condições que permitam a África desempenhar o papel que lhe compete na economia mundial;
11. Coordenar e harmonizar as políticas entre as Comunidades Econômicas Regionais existentes e futuras, para a gradual realização dos objetivos da União;
Fonte da Imagem:
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O Marrocos retirou-se em 1984 por causa do con ito da República do Saara Ocidental (República Árabe Saharaui Democrática).
A República Centro-Africana foi suspensa da organização em março de 2013, devido a um golpe militar. Também a Guiné-Bissau e o Madagáscar estão
suspensos desde 2013.
INDICAÇÃO DE LINK
Leia, sobre essa questão, a matéria (glossário) publicada na Exame online, em 2015.
Para Flávia Piovesan (2016), “a recente história do sistema regional africano revela, sobretudo, a singularidade e a complexidade do continente africano, a luta
pelo processo de descolonização, pelo direito de autodeterminação dos povos e pelo respeito às diversidades culturais. Revela, ainda, o desa o de enfrentar
graves e sistemáticas violações aos direitos humanos”.
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O principal instrumento de direitos humanos do sistema africano é a Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos - CADHP
(//www.oplop.uff.br/sites/default/ les/documentos/carta_africana_dos_direitos_humanos_e_dos_povos.pdf), que também é conhecida como a Carta de Banjul – cidade da
Gâmbia, onde o tratado foi assinado.
Ela foi adotada em janeiro de 1981, e entrou em vigor em 21 de Outubro de 1986. Desde então, é por essa razão que o dia 21 de Outubro é considerado o Dia Africano dos
Direitos Humanos.
A carta foi complementada, em 8 de outubro de 1998, quando o primeiro Protocolo (//www.africancourtcoalition.org/images/docs/legal-texts/african_court_protocol.pdf)
mencionando Carta foi elaborado, criando o Tribunal/Corte Africana de Direitos dos Homens e dos Povos.
Para continuar lendo, clique aqui (galeria/aula7/docs/CADHP.pdf).
Além do tratado geral CADHP, existem também instrumentos mais especí cos, voltados para determinadas áreas temáticas, como os direitos das mulheres e das crianças.
O Protocolo à Carta Africana sobre os Direitos das Mulheres em África (//www.sa ii.org/ao/legis/num_act/pcadddhedpraddme855.pdf), de 2003 - até novembro de 2010, 28
Estados eram partes
A Carta Africana dos Direitos e do Bem-Estar das Crianças (//dev.ihrda.org/pt/doc/acrwc/view/), de 1990, - com 45 Estados Partes até novembro de 2010.
Segundo o GDDC, o controle da aplicação do Protocolo à Carta Africana sobre os Direitos das Mulheres em África é realizado através de um mecanismo de apresentação de
relatórios periódicos à Comissão Africana.
Já a Carta Africana dos Direitos e do Bem-Estar das Crianças criou um Comitê Africano de Peritos sobre os Direitos e o Bem-Estar da Criança que examina relatórios dos
Estados Partes, aprecia queixas e efetua inquéritos.
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Foi criada pelo artigo 30.º da Carta Africana. Este órgão, composto por 11 peritos independentes com assento a título pessoal, é um organismo para-judicial,
cujas decisões não são vinculantes, encarregado de fazer o acompanhamento da implementação da Carta, através da promoção dos direitos do Homem e dos
Povos e garantia de sua proteção na África.
A Comissão realiza coleta de documentos, estudos, difusão de informação, formulação de recomendações, elaboração de
regras e princípios e cooperação com outras instituições (artigo 45.º, n.º 1 da Carta).
A Comissão Africana examina, em sessões públicas, relatórios apresentados bienalmente sobre as medidas, de ordem
legislativa ou outra, tomadas com vista a tornar efetivas as disposições da Carta (artigo 62.º). Também examina queixas
(comunicações) interestaduais e de outras entidades (incluindo particulares). Nesses casos, após tentativas de compor
amistosamente a questão, a Comissão pode fazer recomendações (como estas não são obrigatórias, as decisões da
Comissão são muitas das vezes esvaziadas).
Além da ausência de obrigatoriedade das decisões da Comissão, a mesma tem sofrido críticas severas, como alerta Moraes (2015), já que seus membros,
idealizados como experts independentes são, muitas vezes, ligados aos países, até mesmo como Embaixadores – o que compromete uma atuação isenta e
independente de seus membros.
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Este Tribunal foi criado pelo Protocolo à Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos sobre o Estabelecimento de um Tribunal Africano dos Direitos do
Homem e dos Povos, adotado em 1998, e entrando em vigor a 25 de Janeiro de 2004.
Os seus primeiros 11 juízes foram eleitos a 22 de Janeiro de 2006, na 8.ª Sessão Ordinária do Conselho Executivo da União Africana. Com sede em Arusha, na
Tanzânia, tem competência consultiva e contenciosa, complementando a dimensão de proteção do mandato da Comissão Africana.
O Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos proferiu a sua primeira decisão a 15 de Dezembro de 2009, no caso Michelot Yogogombaye c.
Senegal – que se considerou incompetente para julgar. Até 29 de janeiro de 2016, a Corte havia recebido 74 casos, dos quais 25 já foram nalizados. Quatro
reclamações foram transferidas para a Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos.
As línguas o ciais do Tribunal são as mesmas que as da União Africana, conforme estipuladas no Ato Constitutivo da União Africana como sendo o árabe, o
inglês, o francês e o português.
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INDICAÇÃO DE LINK
Clique aqui (glossário) e conheça algumas das perguntas mais frequentes sobre o Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos.
VÍDEO
Veja o vídeo sobre o Tribunal Africano de DH e dos Povos e, em seguida, aponte um desa o enfrentado na atualidade pelo Tribunal.
Resposta Correta
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Glossário
ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE AFRICANA
A Organização da Unidade Africana (OUA) foi criada a 25 de Maio de 1963 em Addis Abeba, Etiópia, por iniciativa do Imperador etíope Haile Selassie, através da assinatura
da sua Constituição por representantes de 32 governos de países africanos independentes, para enfrentar o colonialismo e o neocolonialismo e apropriação das suas
riquezas. A OUA foi substituída pela União Africana a 9 de Julho de 2002.
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ADDIS ABEBA
Em amárico አዲስ አበባ, AFI: [adːiːs aβəβa], "nova or" - é a capital e a maior cidade da Etiópia, sede da União Africana, com uma população estimada em 1 de julho de 2006 para
2.973.000 habitantes. Sendo uma cidade multicultural, contém até 80 nacionalidades e línguas diferentes, como também comunidades cristãs, muçulmanas e judias. Situa-
se no centro da Etiópia a uma altitude de aproximada de 2440 metros. A cidade é o principal centro comercial, cultural e manufactural do país. Foi fundada em 1887 pela
esposa do então imperador Menelik, Taitu Bitul, em um caloroso dia de primavera. Por isso o signi cado do nome da cidade, "nova or". É a capital da Etiópia desde 1889.
Fonte: Wikipédia
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