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Que Fatores Levam as Empresas a Adotar Mídias Sociais em seus Processos: Proposta e Teste de um Modelo de Medição View project
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Autoria
Marcello Vinicius Doria Calvosa - mvcalvosa@yahoo.com.br
Outro (Grupo de Pesquisas GeCaPEP - Gestão de Carreiras e Planejamento Estratégico Pessoal DCAd-UFRRJ) -
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Outro (Grupo de Pesquisas GeCaPEP - Gestão de Carreiras e Planejamento Estratégico Pessoal DCAd-UFRRJ) - Outra
(CEDERJ)
Agradecimentos
Ao Grupo de Pesquisas GeCaPEP - Gestão de Carreiras e Planejamento Estratégico Pessoal
Resumo
Objetivo principal do estudo foi verificar se a abordagem de pesquisa científica sobre o tema
liderança, nos últimos dois triênios (2015-2020), aproxima-se de uma abordagem tradicional
ou contemporânea de pesquisa, por meio da análise e qualificação das bases de dados e da
quantidade de trabalhos presentes, representados por meio de seus descritores. Tais
descritores foram sugeridos em reuniões Focus Group com especialistas sobre liderança,
totalizando 14 expressões em inglês e 14 em português. Em seguida, uma pesquisa
bibliométrica foi realizada, com investigação quantitativa nas principais bases tradicionais de
publicações científicas, acadêmicas, técnicas ou tecnológicas. A principal contribuição
teórica foi apresentar uma lista de descritores que poderá ser usada por jovens pesquisadores
ou gestores organizacionais para uma análise preliminar sobre o tema liderança. Para esse
estudo não houve diferença entre o nível de relevância dos verbetes entre publicações das
línguas inglesa e portuguesa. O nível de publicações em mídia prestigiosa em português
mostrou-se incipiente. Como principal contribuição prática, a constatação de que em língua
inglesa, as publicações científicas em mídia prestigiosa parecem se aproximar do modelo
mental do século XX, enquanto, as de língua portuguesa, apesar de diminutas, parecem se
aproximar de um modelo mental do século XXI.
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Resumo
Objetivo principal do estudo foi verificar se a abordagem de pesquisa científica sobre o tema
liderança, nos últimos dois triênios (2015-2020), aproxima-se de uma abordagem tradicional
ou contemporânea de pesquisa, por meio da análise e qualificação das bases de dados e da
quantidade de trabalhos presentes, representados por meio de seus descritores. Tais descritores
foram sugeridos em reuniões Focus Group com especialistas sobre liderança, totalizando 14
expressões em inglês e 14 em português. Em seguida, uma pesquisa bibliométrica foi realizada,
com investigação quantitativa nas principais bases tradicionais de publicações científicas,
acadêmicas, técnicas ou tecnológicas. A principal contribuição teórica foi apresentar uma lista
de descritores que poderá ser usada por jovens pesquisadores ou gestores organizacionais para
uma análise preliminar sobre o tema liderança. Para esse estudo não houve diferença entre o
nível de relevância dos verbetes entre publicações das línguas inglesa e portuguesa. O nível de
publicações em mídia prestigiosa em português mostrou-se incipiente. Como principal
contribuição prática, a constatação de que em língua inglesa, as publicações científicas em
mídia prestigiosa parecem se aproximar do modelo mental do século XX, enquanto, as de língua
portuguesa, apesar de diminutas, parecem se aproximar de um modelo mental do século XXI.
1. INTRODUÇÃO
Uma provocação adequada sobre o tema liderança, nos tempos atuais, poderá envolver
a ponderação sobre os seguintes pontos: a liderança envolve uma percepção e novas vivências,
frutos da “digitalização” de costumes, práticas, efeitos e eventos, devido à natureza dos “novos
tempos” experimentados no cenário pandêmico ou passa a conquistar um ressignificado à
essência humana, com base em transformações profundas e alterações na forma de interagir,
consumir e usufruir a vida e a sua organização? Poderá um líder manter-se apático e indiferente
aos acontecimentos atuais, não compartilhar os valores sociais que moldaram a nossa atual
forma de perceber, pensar e agir neste novo cenário, ou mesmo, posicionar-se como um
“estrangeiro” social e organizacional, pouco sensível ao éthos, âmbito de comportamentos
instituídos e conjunto de valores, que nos foi apresentado como oferta de um “novo normal”?
Essas reflexões, por meio de questões e fomento de discussão filosófica, a partir de Figueiredo
(2021) e Camus (1979), o primeiro, autor contemporâneo, e o segundo, um autor clássico,
ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1957, denunciam que as preocupações, premências
e ansiedades envolvendo o “homem organizacional”, o líder, o direcionador de sentidos
conservam-se e suscitam interesse de forma atemporal. Oitenta anos separam as duas obras
originais, mas, o incômodo social e o desconforto da possível falta de significados parecem
estar presentes nesse e naquele momento de nossa sociedade, convidando o leitor a refletir sobre
tais ansiedades. Em ambos, alago em comum: qual o futuro que se espera e quem poderá
mostrar um caminho satisfatório a seguir?
As buscas pela compreensão do fenômeno liderança, do significado coletivo que essa
possui em um cenário organizacional e da atuação de um líder, durante milênios apenas presente
no campo da filosofia, estão longe de serem saciadas na literatura, na sociedade, nas
organizações e no mercado empresarial. O tema liderança apresenta fascínio para as pessoas,
em geral, porque temos, naturalmente, necessidades e desejos de sermos afiliados ou afiliar
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pessoas dentro de uma mesma causa, de um objetivo coletivista. Ainda mais, por buscarmos,
como sociedade, indivíduos que nos apontem caminhos a seguir, uma direção segura que
minimize nossas angústias, em uma proposta de valor. A liderança envolve a vontade de mudar
a nossa realidade, procurando caminhos que julgamos melhores para o futuro, em relação ao
presente (SOUZA NETO et al., 2006).
Liderança pode ser percebida em inúmeros e em diversos ambientes, tais como: escolas,
universidades, sindicatos, instituições públicas, empresas e quaisquer outras organizações
sociais. Essa é a razão pela qual o tema “é um dos fenômenos mais estudados nas Ciências
Sociais [...], tópico de interesse multidisciplinar e um rico campo para estudos e pesquisas”
(TURANO; CAVAZOTE, 2016, p.440). Também desperta o interesse e a atenção de
acadêmicos, profissionais de mercado, estudantes em todos os níveis, religiosos, políticos,
militares, gestores, colaboradores, comunidade, entre outros, em muitas esferas da sociedade.
Porém, não é razoável acreditar que o conhecimento humano, a curiosidade e a relevância sobre
o tema liderança e sua função social tenham se esgotado ou perdido a devida ênfase ao longo
dos anos. Liderança, sobretudo, é um assunto pesquisado no ambiente organizacional
competitivo, em uma perspectiva do que hoje se chama organizações de mercado, há cerca de
150 anos, abarcando muitas definições possíveis e enfoques em constante mudança, a depender
da época em que se situam. O interesse em consumir material, instrução, capacitação sobre esse
tema, em forma de conhecimento tácito e/ou explícito, em nível pessoal e/ou profissional, pela
sociedade e/ou pelas organizações, pode ser constatado em trabalhos publicados no Brasil e no
exterior (SOBRAL; FURTADO, 2019; ALMEIDA et al., 2018; FONSECA et al., 2015;
AVOLIO et al., 2014; SAMUL, 2020; USLU, 2019).
Bass, desde 1974, com sucessivos estudos e registros, observa o sempre crescente
número de literatura científica, em língua inglesa, sobre o tema liderança. Em seu famoso
Handbook de Liderança, até a edição publicada em 2008, foram contabilizados, ao todo, um
pouco mais de 12.000 estudos (BASS, 2008). Em 2019 foi constatado que foram publicados
12.235 trabalhos científicos em mídia prestigiosa, entre 1923 e 2019, somente na base de dados
da Web of Science (apontada por pesquisadores como a mais relevante atualmente para a
pesquisa científica mundial - com periódicos de altos fatores de impacto), segundo Samul
(2020). Em contraste, em dezembro de 2020, em uma análise preliminar na base de dados do
Google Scholar, um portal que identifica resultados para trabalhos diversos publicados,
principalmente acadêmicos ou científicos, mas também, técnico, tecnológicos, magazines,
blogs, entre outros, o termo Liderança apresentou 183.000 referências. Enquanto, o termo
Leadership (liderança, em inglês) apresentou 1.750.000 indicações de publicações em todo o
mundo, entre TCCs, Artigos Científicos, Livros, Capítulos, Normas Técnicas, Relatórios de
Pesquisa, Notas de Palestras, Livros e Artigos Virtuais em Magazines, Dissertações de
Mestrado e Teses de Doutorado, mostrando que é um assunto de franca atenção e interesse.
Com isso, a abordagem do tema pode ser abrangente e, caso não haja o devido
direcionamento, sem uma aplicabilidade dirigida, jovens pesquisadores, estudantes de pós-
graduação e gestores organizacionais poderão ser conduzidos para uma vasta literatura
desinteressante ou de baixa relevância para os seus resultados finais. O tema liderança parece
ter contornos específicos de abordagens tradicionais, como era de se esperar ao longo do século
XX, com assuntos em ênfases de gerenciamento, envolvendo, sobretudo, controle, organização
e direção de ativos. Porém, com uma grande mudança no início do século XXI, incorporando
questões sociais, ambientais, políticas, aspectos comportamentais, interesses virtuais, análises
de competências e inclinações culturais presentes a partir dos anos 2000, envolvendo,
sobretudo, conscientização, inspiração, realização e entregas sociais (CALVOSA, 2021).
Também, com um viés específico nacional, predominantemente exploratório, e outro viés
internacional (FONSECA et al., 2015). A provocação contida nas considerações desse último
trabalho científico e o estímulo a novas investigações a partir dele motivou a investigação de
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requeridas pelo mercado de trabalho, com foco no indivíduo e em sua diferenciação como
protagonista de sua carreira, apoiando a busca por competências e a preocupação em
desenvolvimento específico, presente em Figueiredo (2021), mas também, ratificando a tese
apresentada em Fonseca e colaboradores (2015).
Serra e colaboradores (2011) comprovaram que líderes empresariais possuem uma
motivação própria e específica em seu ambiente de trabalho, que gera prioridades e
comportamentos peculiares, quando definem sua visão de futuro e uma estratégia para o
atingimento das metas organizacionais. Uslu (2019) aponta que abordagens tradicionais
possuem uma visão clássica de liderança, mas a visão contemporânea envolve aspectos
contingenciais à organização. O que pode ser observado, de forma preliminar, é uma dicotomia
entre modelos mentais construídos em torno de uma visão e uma forma de pensar com recortes
definidos em foco de análise na organização, modelo mais presente na forma de perceber
liderança do século XX, ou foco de análise no indivíduo e suas idiossincrasias, como modelo
mais presente de perceber do século XXI, com um olhar contemporâneo.
As formas mais contemporâneas de se investigar, estudar e discutir o tema liderança
aplicadas a empresas de alta competitividade, aquelas em que há a maior oportunidade de
aprendizagem e mudanças organizacionais mais rápidas, envolvem reconhecer as competências
de liderança em um cenário mutável (SOUZA NETO et al., 2006); relacionar a estrutura da
organização com os dilemas do(a) líder empresarial e compreender desigualdades,
contemplando um largo espectro dessas (KIM; STARKS, 2016; de LIMA et al.; 2008);
diferenciar análises de gênero de carreira em estruturas de gestão (da SILVA; RODRIGUEZ,
2020; FELIX; da SILVA, 2020; LONGMAN et al., 2018); registrar a percepção de sucesso na
carreira dos gestores de alta performance a partir de seus esforços relacionados ao contexto
social, não especificamente à organização (AGAPITO et al., 2015); relacionar o fenômeno
liderança aos efeitos e oportunidades presentes na atuais mídias sociais (CALVOSA et al.,
2020); gerir a diversidade e priorizar a inclusão nas organizações (MARTINS, 2020); promover
a orientação profissional, inclusão social e gestão de carreira de colaboradores (LEITE et al.,
2020); considerar o impacto das equipes virtuais na integração e no planejamento da
organização (GALLEGO et al., 2021), entre outros fatores, que as abordagens tradicionais,
mais ligadas ao século XX, não comportavam, englobavam ou foram expostas, com ênfase no
indivíduo e na sua relação com sua comunidade, com novos valores demandados “de fora para
dentro das organizações” ou com a sociedade.
A forma tradicional da sociedade perceber liderança pode ter uma relação em como as
figuras emblemáticas do século XX, simbolizadas por meio de grandes e icônicos líderes
empresariais, conduziam as suas organizações, as deixavam competitivas e lucrativas, como
refletiam a sua imagem para as suas organizações e para todas as demais que se espelhavam
nelas, para a Academia e para a sociedade, especialmente, com um olhar “de dentro para fora”
das organizações, ou seja, como exerceria a liderança a partir da sua empresa. Porém, de forma
inevitável, muitos desses líderes previram o impacto que a tecnologia, a cultura e a abertura
social teriam sobre a organização, impulsionando uma diferente postura a ser adotada diante
dessa nova realidade, em novas estruturas organizacionais e novas formas de perceber a
liderança e a gestão (MELLO et al., 2009).
A aplicação de habilidades técnicas, humanas e conceituais, que aplicam em diferentes
graus e em diversos níveis organizacionais, as escalas que ganham dimensões de mudança e de
redesignação de significados, após o início do século XXI, geraram uma forma contemporânea
de se tratar, de se estabelecer e de se disseminar a liderança, a partir de novas formas de
convívios e relacionamentos; nos vínculos pessoais e profissionais; na aceitação da diversidade;
na relevância das às comunidades; no impacto da opinião pública por meio de manifestações
virtuais; nas percepções sobre objetos de observação empresa e líder; nas crenças sobre a figura
do líder e sobre o seu poder de atuação; na concentração de influência antes centradas em
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poucas figuras, agora pulverizada em muitos atores disseminadores de liderança; inclusive, nos
novos modelos de influência e de liderança, que, provavelmente, uma abordagem tradicional
não mais possua total correspondência ou validade na mente das pessoas. Essas contradições
entre a visão tradicional e contemporânea de liderança estão mais retratadas em ações que visam
o Gerenciar - gerir, controlar, monitorar, fiscalizar e dirigir ativos, com foco na percepção da
organização como impulsionadora de influência, para o século XX. E ações que visam o Liderar
- conduzir, orientar, inspirar e promover significado e sentido, com foco na percepção da
organização como reativa, flexiva e adaptável da influência externa, para o século XXI
(CALVOSA, 2021).
Segundo Kotter (1997), gerenciamento organizacional e liderança empresarial são
posições e papéis organizacionais que possuem funções e demandas distintas. Gerenciamento
em uma organização é o desenvolvimento de um sistema de gestão pautado pelo
estabelecimento de competências para exercício de funções, a execução de atividades, a
realização de tarefas e o uso consciente de recursos e ativos, de modo a potencializar o retorno
esperado pelo empregador e minimizar perdas de capital, de tempo, de energia, de desperdícios,
de motivação ou de qualquer natureza que possa afetar a competitividade da instituição,
atendendo a objetivos pré-definidos pela cúpula estratégica. E está relacionado a concentrar,
manipular, controlar e organizar recursos em primeiro lugar, posteriormente, pessoas.
Para Calvosa (2021, p. 27), o significado de gerenciar é “empregar o mínimo recurso
possível (pessoas, tempo, capital, maquinário etc.) para obter o máximo resultado esperado,
atingindo níveis extraordinários de produção e retorno, e ao mesmo tempo, um nível agradável
de satisfação dos funcionários”. Esse sistema de gestão é moldado pelas incertezas e
instabilidades das demandas organizacionais e sociais, geralmente, limitado a um setor, e atua
de forma tática e intermediária em uma organização.
Gerentes trabalham com eficiência em ambientes previamente estruturados, mas podem
apresentar dificuldades em se estabelecer em ambientes que mudam com frequência ou são
mais instáveis. É uma posição organizacional sujeita às mudanças externas do ambiente de
trabalho, como todos os outros, mas não é responsabilidade do gerente distinguir e decidir sobre
que mudanças terão de ser implantadas pela organização. Um gerente consegue reproduzir os
modelos existentes, permitindo ganho de produtividade porque deve administrar o dia a dia,
fazendo com que os sistemas continuem produtivos e com alto desempenho (SOUZA NETO et
al., 2006; KOTTER, 1997).
Em contraste, cabe ao líder disseminar a liderança, mas não depende apenas dele a
sustentar. A liderança é um fenômeno em que o líder é apenas um ator, em um conjunto mais
amplo de colaboradores que acreditam em uma visão de futuro que minimize as suas angústias.
Líderes podem ser encontrados em diversas esferas da sociedade. Podem ser formais ou
informais, Assim, eles são encontrados em vários níveis dentro das empresas: operacional,
tático e estratégico. Muitos líderes podem conviver ao mesmo tempo, com objetivos definidos
e funções específicas, desde que todos estejam associados à mesma meta final, ao mesmo
fenômeno de liderança (ZHAO et al., 2018). A liderança deverá ser capaz de romper estruturas,
mobilizar pessoas, inspirar pessoas, compartilhar uma visão de futuro, gerar credibilidade em
ambientes abstratos, entre outras funções que não são esperadas em um cargo ou na execução
do gerenciamento. Nesse sentido, exercer liderança afasta-se da função de exercer
gerenciamento. Essa última tem uma abordagem mais centrada em ativos inanimados e em uma
forma de direcionar pessoas e processos mais ligados ao século XX. Porém, apesar de algumas
práticas e habilidades de liderança serem claramente visíveis, e de se avançar em temas mais
complexos sobre liderança, questões mais simples ainda parecem gerar discordância e debates
entre os pesquisadores (FONSECA et al., 2015). Talvez, essa última possa se enquadrar em um
espectro de discussão ainda sem consenso. Outro exemplo, é a falta de um conceito amplamente
aceito para gerar uma definição objetiva e satisfatória do termo liderança. Mesmo após cerca
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de 150 anos de estudos intensivos sobre o tema, não há um consenso sobre um conceito final
de liderança, devido à grande diversidade de enfoques. Para esse trabalho, o conceito
apresentado em Calvosa (2021, p. 33) parece sintetizar os objetivos da pesquisa e ser um
norteador da visão mais ligada à abordagem contemporânea destacada: “liderança é o fenômeno
interpessoal de exercer influência, sob orientação colaborativa, por meio de um processo de
comunicação, para o alcance de objetivos específicos participados, sendo ação contínua,
universal e atemporal, estruturada no compartilhamento de uma visão de futuro e valores
revalidados por um grupo”. Esse conceito encontra abrigo, pelo menos parcial, no entendimento
de outros autores correntes e hodiernos, como de Muzzio (2017), que observa a importância do
líder, dentro de uma visão organizacional e social, envolver os colaboradores em um ambiente
de instrução e acolhimento. Também, em Martins (2020), que destaca a comunicação como um
valor importante para o desempenho da equipe. E para Patton (2020), que evidencia a
importância do líder promover experiências entre os membros da equipe, compartilhando
perspectivas. Finalmente, para não apontar “n” autores distintos, também para Fonseca e
colaboradores (2015), que defendem uma forma mais abrangente de liderança, com foco não
apenas no líder, mas nos liderados e no contexto.
A liderança é mais notada (ou apreciada) em tempos de crises interna ou externa,
mudanças de cenários e pressões externas sobre a organização. Nesses momentos, geralmente,
outras pessoas não conseguem perceber uma solução, não são capazes enxergar prioridades ou
oportunidades. Contudo, a visão de futuro do líder mostra-se essencial para apresentar um
caminho estruturado a ser seguido, que se apresenta como abstrato para o grupo, porém, claro
e delineado para o líder. Os processos psicológicos, como a influência dos líderes nos membros
de uma equipe, que validam tal caminho abstrato, estão sujeitos, socialmente, a influências e
capacidades de tomada de decisão (NUNES et al., 2018) com base em uma credulidade
despertada. A liderança não é uma atividade passiva! É um fenômeno social que envolve
interação, comunicação, participação, comprometimento e mobilização de pessoas em prol dos
objetivos organizacionais. Por meio da liderança é que os valores e os princípios
organizacionais, direcionadores do comportamento das pessoas e precursor dos objetivos
estratégicos são difundidos.
3. MÉTODO
Esse trabalho é parte de uma pesquisa maior, de um projeto pertencente a uma linha de
pesquisa de um grupo de pesquisas registrado em IES federal e no CNPq, que apresenta nesse
paper, um recorte pontual de aplicação do tema, com as devidas limitações de espaço e
compromisso com a pergunta de pesquisa e os objetivos propostos. O objetivo geral do projeto
é desenvolver conhecimentos, investigações, dados, informações, conhecimentos, debates,
trilhas de pesquisa, interface com a extensão universitária, material acadêmico e publicações
sobre o tema liderança.
Acatando a provocação presente em Fonseca e colaboradores (2015), a saber, melhor
analisar a disseminação de pesquisas em liderança, em língua inglesa e portuguesa, além de
abordagens e visões do século XX e XXI, a pesquisa apresentada nesse trabalho foi projetada
em fases distintas para atingir os objetivos propostos. Assim, os esforços desse trabalho foram
materializados, inicialmente, por meio da Fase 1, que envolveu entrevistas Focus Group,
agendadas e realizadas com oito integrantes, entre professores pesquisadores e gestores de
empresas, especialistas sobre o tema liderança. Focus Group é um tipo de entrevista em
profundidade realizada em grupo, cujas reuniões apresentam características definidas quanto à
proposta. Os resultados são discutidos, transcritos e analisados de forma qualitativa
(OLIVEIRA; FREITAS, 1998). Após as duas entrevistas Focus Group distintas foram
definidos que os 14 principais verbetes ou expressões presentes em publicações científicas ou
literatura acadêmica no estudo de liderança são: Leader, Leadership, Management, Business
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Esperou-se, com a pesquisa bibliométrica, pelo menos com a parte apresentada nesse
trabalho, inicialmente, analisar, a partir de recortes trienais dos últimos dois triênios, (i) o fluxo
coletivo de interesse dos pesquisadores sobre o tema liderança, por meio do somatório de
publicações nas bases científicas e acadêmicas, (ii) se houve mudanças no interesse dos temas
de pesquisa nos últimos seis anos, em nível nacional e internacional, em abordagens tradicionais
e contemporâneas, a partir dos verbetes e expressões levantados nas reuniões de grupo focal.
Também, analisar (iii) o impacto do volume de publicações, uma visão essencialmente
quantitativa, na produção de trabalhos em mídia prestigiosa (bases Web of Science, Scopus e
Scielo) e em canais de divulgação de trabalhos científicos, em geral, além de acadêmicos e
técnicos (bases Capes e Google Scholar). Adicionalmente, (iv) apontar um caminho para novos
pesquisadores ou gestores organizacionais sobre a relevância de verbetes e as pesquisas com
descritores em língua portuguesa e língua inglesa.
Pesquisa Bibliométrica é uma técnica quantitativa e estatística que possibilita a
identificação de vários padrões na produção do conhecimento científico (ARAÚJO, 2006). Seus
recortes foram distribuídos por interesse/atratividade aos objetivos da respectiva Linha de
Pesquisa na qual a investigação foi realizada.
4. ANÁLISES E CONSIDERAÇÕES
Nessa seção foram analisados os resultados e tecidas considerações sobre as tabelas
elaboradas a partir dos resultados das pesquisas bibliométricas em cada base de dados, após a
indicação de verbetes pelas reuniões e Focus Group com especialistas sobre o tema liderança.
Nas duas tabelas a seguir, os resultados dos achados da pesquisa com verbetes e
expressões em inglês podem ser observados em dois momentos distintos: dos anos 2015 a 2017
e, posteriormente, 2018 a 2020. Apenas os sete principais verbetes, pelo critério de maior
recorrência, foram utilizados para o registro de dados, devido à baixa incidência na porção
inferior, ordenados entre o 8° e o 14° verbete ou descritor.
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por ordem de recorrência Web of Science Scopus Scielo Capes Google Scholar
Management* 474.447 579.188 9.056 1.158.680 1.090.000
Leadership 24.678 33.266 617 187.792 377.000
Leader 11.002 32.148 177 192.770 304.000
Leadership Styles* 594 1.444 24 3.240 18.300
Leadership Development 767 1.010 11 4.877 26.800
Leadership Skills 503 742 8 5.709 23.300
Leadership Behaviors 196 692 1 1.101 15.000
Total dos 14 verbetes 512.481 649.279 9.900 1.557.552 1.885.986
Por conjunto de bases A: 1.171.660 B: 3.443.538
Fonte: dados da pesquisa. *Descritores relacionados à percepção do modelo mental de
liderança do século. XX, apontados pelos especialistas após Focus Group.
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Abrangente. Isso pode ser um reflexo do ano pandêmico de 2020, que talvez tenha inibido a
submissão de trabalhos, e consequente registro, para ambos os conjuntos de bases. As únicas
exceções encontram-se (a) no principal verbete do modelo mental do século XX, Management,
que manteve praticamente o mesmo percentual em mídia prestigiosa, mas teve um acelerado
aumento no conjunto de mídias abrangentes. E (b) na manutenção percentual dos índices dos
dois principais verbetes do modelo mental do século XXI: Leadership e Leader, mas que nas
mídias do conjunto B, obtiveram alterações de 22,3% para 16,4% do primeiro, do triênio 2017-
2015 e, de 19,6% para 14,4% do segundo, para o triênio seguinte. Vale destacar que o conjunto
A tende a ter alterações mais lentas e graduais que o conjunto B, que não dependem
especificamente de um processo de submissão, avaliação, aceite e publicação, essencialmente
complexo. Entre o bloco secundário de verbetes o interesse permaneceu inalterado.
(vi) Percentualmente, em ambos os triênios há um interesse massivo em temas ainda
recorrentes entre os mais discutidos no século XX, enquanto termos mais ligados ao século XXI
representaram ocorrências menores. Esse fenômeno é bem ilustrado quando o termo
Management foi isolado na análise e notou-se que, dentre os 14 verbetes, ele foi a principal
recorrência de citação nos dois triênios. Para as tabelas anteriores, quando somados os
percentuais de ocorrência dos dois verbetes ligados ao modelo mental do século XX
encontramos 91,3% de publicações para mídias do conjunto A e 55,1% do conjunto B, para o
triênio 2017-2015. E 90,9% de publicações para mídias do conjunto A e 65,9% do conjunto B,
para o triênio 2020-2018. Além dos indicadores mostrarem franco interesse dos pesquisadores
nesse modelo mental, também é possível inferir que houve um aumento de interesse desses nos
descritores que os representam, devido ao significativo aumento do conjunto B. Algo digno de
ressalva é que a base Google Scholar, além de englobar a base Scielo, também é um repositório
de periódicos pouco prestigiosos, também incorpora magazine, revistas eletrônicas de blogs,
livros, relatórios de pesquisa, notas de palestra e relatórios técnicos, que são mais dinâmicos e
retratam as mudanças da sociedade com mais rapidez.
Outros achados dessa pesquisa com verbetes e expressões em português podem ser
vistos nas Tabela 3 e 4:
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com a proposição levantada em Fonseca e colaboradores (2015) pode-se afirmar que a pesquisa
científica relevante em liderança, em língua portuguesa ínfima e incipiente, contando com
baixíssima correspondência em relação ao conjunto de mídias abrangentes. Esse percentual em
língua inglesa foi de 22,5% no primeiro triênio e 25,4% no segundo triênio. Ou seja, mesmo
com um cenário pandêmico que, como os números absolutos demonstram, afetou todas as bases
de dados, em ambas as línguas, os trabalhos em língua inglesa tiveram um substancial aumento
de qualidade em publicações, com melhora de 12,8%, quando combinados os índices
percentuais dos dois triênios, criando um indicador aqui chamado de Indicador Qualitativo de
Publicações Prestigiosas. Apesar de uma perda absoluta de 110.854 trabalhos quando
comparados os dois triênios, o nível percentual de trabalhos em mídias do conjunto B foi menor
do que no conjunto A, em relação ao total de trabalhos publicados.
(vi) O verbete Gerenciamento, principal representante do grupo de modelo mental do
século XX, teve recorrência de 45,0% para o conjunto A e 35,2% para o conjunto B, no triênio
2017-2015. No triênio seguinte, 47,9% e 27,1%, respectivamente para os conjuntos A e B. Os
verbetes Líder e Liderança, somados, tiveram 53,3% de recorrência e 61,6% para os conjuntos
A e B, no primeiro triênio. E, respectivamente, 50,4% e 63,4%, para o triênio seguinte,
indicando que, além dos pesquisadores em língua portuguesa não demonstrarem mudanças
significativas no modelo mental conceitual de suas publicações em mídias prestigiosas, quando
comparadas às mídias abrangentes, também não as modificaram ao longo dos dois triênios, no
recorte temporal proposto.
Ao comparar as investigações anteriores nas mesmas bases, pode ser constatado que,
em inglês, dos trabalhos totais publicados nos últimos seis anos, ao somar todos os índices,
23,8% foram publicados em bases específicas de periódicos (principalmente tradicionais e
prestigiosos, envolvendo as bases Web of Science, Scopus e Scielo), que conferem mais
qualidade e robustez teórica, maior índice de confiança e abordagem científica do tema. Em
língua portuguesa foram 2.036 trabalhos em periódicos de 207.920 trabalhos totais, nas mesmas
condições perfazendo 1% da produção.
A Tabela 5 apresenta os registros percentuais sobre os cinco principais verbetes da
pesquisa de maior recorrência, inglês e português, para a comparação de produção por língua.
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Apesar da quantidade pouco expressiva pode-se eleger a Scielo como principal base de
dados para a análise de artigos científicos de mídia prestigiosa em português. A base Periódico
Capes, que também conta com dissertações de mestrado, teses de doutorado, notas técnicas etc.
apresenta 5.239 e 10.175 trabalhos, respectivamente, para os triênios 2020-2018 e 2017-2015.
A base do Google Scholar apresenta cerca de 92% dos trabalhos em língua portuguesa, o que
indica uma fragilidade qualitativa das publicações, sendo esse último ponto o de maior
concordância com as constatações de Fonseca e colaboradores (2015).
5. CONCLUSÕES
Ser líder envolve atribuir significado às pessoas e às organizações, conseguir comunicar
um propósito, direcionar esforços e recursos para o atingimentos de resultados expressivos. Por
isso, mostra-se relevante estudar o fenômeno liderança nas organizações e na sociedade. Essa
definição afasta-se da função e expectativas sobre um “gerente”, figura da qual se espera outras
relações organizacionais. Tal compreensão semântica e prática, baseada principalmente em
vasta literatura internacional, como relação dicotômica mais própria do século XXI, permitiu
aos especialistas de liderança, nas reuniões realizadas de Focus Group, tecerem especulações
sobre determinados conceitos ligados aos modelos mentais mais “envelhecidos”, tradicionais,
ou mais atuais, contemporâneos. Por isso, pode-se gerar inferências sobre os resultados
estatísticos analisados, principalmente sobre as bases de mídias prestigiosas, das quais, os
autores estão familiarizados com tais conceitos e aplicações acadêmicas e organizacionais.
O método estabelecido para esse trabalho foi próprio, inédito e desenhado
especificamente para atingir o esforço da pesquisa. Por isso, apesar de ser executado com
satisfatório percentual de sucesso pelos autores, nas análises realizadas para atingir os objetivos
do trabalho, ele merece ser melhor testado, analisado em novas amostras e comparado com
futuros trabalhos, para definir de forma confirmatória o seu êxito em novas aplicações.
Os índices e estatísticas trazidos para o trabalho foram recortes pontuais de uma
pesquisa maior, que tiveram por objetivo apenas responder as questões propostas, não
contemplados ordenamentos e classificações sobre relevâncias e recorrências de autores, de
publicações, de mídias específicas de abrigos de trabalhos científicos, de cocitações, de
concentração de pesquisas, tão comuns nas pesquisas bibliométricas mais clássicas. Por isso,
tais dados e informações serão alvos de novos estudos e elaboração de novos papers.
Relativo à pergunta de pesquisa gerada como norteadora do trabalho, a partir do estudo
pode-se concluir que, de acordo com a lista de verbetes propostos pelos especialistas em
liderança, registradas, também, como expressões muito comuns em literatura nacional e
internacional sobre o tema, a abordagem tradicional de liderança está muito presente ainda no
final dessa segunda década século XXI, principalmente no modelo mental de pesquisadores de
língua inglesa, devido à alta concentração de trabalhos em mídias abrangentes e em mídias
prestigiosas para essa língua. Por isso, para essa língua, as publicações parecem ser refletir um
modelo mental mais conservador, principalmente em mídia chamada prestigiosa.
Em língua portuguesa, o modelo contemporâneo parece ser mais incorporado e
utilizado, porém, com ínfima produção prestigiosa, uma conclusão definitiva parece
inapropriada, para esse conjunto de mídia (1% do total). Mas, o resultado manteve-se o mesmo
para o conjunto de mídias abrangentes, permitindo uma inferência com grande intervalo de
confiança, efeito que satisfaz o objetivo principal do estudo. Adicionalmente, ao serem
analisados os dois triênios de forma individual e conjunta, pode-se concluir que, mesmo
isolando a inferência sobre o modelo mental estabelecido como pressuposto do trabalho, não
houve mudança de interesse no conteúdo das publicações ao longo dos últimos seis anos entre
os pesquisadores do tema liderança, tanto em língua inglesa, quanto em língua portuguesa, à
exceção de um maior interesse em conteúdos conservadores em língua inglesa para mídias mais
abrangentes no último triênio. Apenas uma análise qualitativa poderia apontar os reais motivos
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dessa tendência. Essas deduções atendem ao objetivo secundário proposto para o trabalho.
Complementado com a seguinte inferência: a pouca recorrência de trabalhos em português em
mídia prestigiosa pode ser um indicativo de que o tema liderança não tenha despertado tanto
interesse nos últimos seis anos em pesquisadores primários com essa língua nativa. E os
motivos que justificam essa baixa participação percentual em relação às mídias abrangentes
podem ser alvos de novos estudos.
Vale ressaltar que, mesmo autores com língua nativa português que publicam
regularmente em inglês, para as bases investigadas, na grande maioria dos periódicos e journals,
um resumo em língua nativa é publicado com suas respectivas palavras-chave, o que permitiria
a seleção da publicação. Outra suposição poderá encontrar respaldo na oportunidade de que as
publicações internacionais satisfaçam o viés científico de pesquisadores sobre o tema. De
qualquer modo, guardadas as devidas proporções (devido a distância de quantidade e de
qualidade das publicações) pode-se inferir que em português as mídias que fazem circular o
conhecimento de liderança afastam-se mais das tradicionais e se aproximam das
contemporâneas, tratando o tema com menos formalidade e de forma mais prática, contudo,
com menor rigor científico e metodológico, logo, menos confiáveis e aplicáveis, tanto na
Academia, quanto no interior das organizações. Em mídias abrangentes, essa inferência ganha
força ao destacar que 61% dos trabalhos envolvendo atividades ou práticas de gestão em inglês,
somados ambos os triênios, englobam o conceito primário de gerenciamento, enquanto em
português são 34%, no mesmo período. Essa última conclusão é a única que rebate, ainda assim
de forma parcial, as conclusões do trabalho de Fonseca e colaboradores (2015).
Em mídia prestigiosa, muitas vezes, a publicação passa por eventos, avaliação por pares,
avaliação de editor, melhoramento do trabalho pelos autores etc., em um processo que pode
levar de 2 a 5 anos para a sua publicação. Por isso, pode dar a impressão que as pesquisas em
língua portuguesa possuem um menor viés tradicional que os de língua inglesa, que parece
percentualmente e absolutamente mais conservadoras.
A distância entre as duas metades dos verbetes investigados, bloco primário e
secundário, tanto nas bases em português com termos equivalentes nessa língua, quanto os de
língua inglesa, podem mostrar uma de percepção um pouco distante ou equivocada dos
especialistas no tema liderança. Contudo, os processos de Focus Group foram conduzidos com
rigor metodológico, em dois momentos diferentes, com oito especialistas, com carreiras
acadêmicas e científicas definidas e bem desenvolvidas. Dos 14 verbetes, cerca de metade
apenas, com variação entre as línguas, mostram-se relevantes em todos os espectros de análises.
Uma suposição é que alguns termos centrais não foram listados e alguns sugeridos,
provavelmente, tenham caído em desuso, especialmente em tempos recentes, nos seis anos de
recorte temporal da pesquisa. Por isso, para futuras pesquisas, sobretudo de análise
bibliométrica, recomenda-se utilizar como descritores os seguintes termos ou expressões:
Management, Leadership, Leader, Leadership Development, Leadership Skills, Leadership
Styles e Leadership Behaviors, nessa ordem, para a análise de publicações em investigações
sobre o tema liderança em inglês, e seus equivalentes, em português, apenas com a substituição
do verbete Leadership Behaviors por Liderança Empresarial, após análise de recorrência.
Pode ter havido sobreposição de citações em algumas bases, como Periódicos Capes e
Google Scholar, parcialmente com outras bases. Contudo, acolhe-se o julgamento de que esses
eventos não atrapalharam, pelo menos de modo significativo, os resultados da pesquisa.
Acredita-se que a análise em dois triênios atingiu os resultados da pesquisa, porém, sem
esgotar o assunto. Sugere-se que novas pesquisas e investigações sejam feitas sobre o tema
liderança, aumentando o recorte temporal, acrescentando outros verbetes ou estendendo a
pesquisas para novas bases. Inclusive, qualificando os periódicos por extratos, avaliando a
recorrência de trabalhos e citação ordenadas de autores por verbete ou expressão de recorrência
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no tema liderança. Algumas dessas novas investigações são metas do projeto que envolve essa
linha de pesquisa.
Não pode ser comprovado, por meio da pesquisa, a discussão presente em Uslu (2019)
de que novas abordagens ou novas teorias de liderança são formas de autorreplicarão das teorias
antigas, pelo menos, com a metodologia adotada para esse trabalho, pois precisaria de um olhar
qualitativo aprofundado. Outra limitação da pesquisa, porém, não alvo da mesma, foi a restrição
da análise qualitativa dos dados e resultados, não possível para o método desenhado para a
elaboração do trabalho.
REFERÊNCIAS
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