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O uso da língua como instrumento de poder,

“Esta língua é como um elástico que espicharam pelo mundo” são palavras, do escritor brasileiro
Gilberto Mendonça, as quais explicitam a dinamização dos papéis exercidos pela oralidade no
poema “Linguá”. Para fora do universo artístico, no Brasil, é possível notar tal postura diversa, uma
vez que a fala é inegavelmente usada como instrumento de poder nas esferas sociais. À luz dessa
ideia, a repreensão das formas de se expressarem verbalmente é enormemente responsável pela
agressão a existências diversas

A priori, e cabível apontar como os colonizadores portugueses usaram de diversos meios para atacar
a existência diversa das colônias. Essa agressão é vista na inferiorização da linguagem indígena e
das muitas africanas, sem contar na imposição do português a esses escravizados. Tal tentativa de
apagamento da oralidade mesmo que tenha contribuído para o preconceituo com estes grupos
diminuídos não impossibilitou a formação do falar brasileiro ter o tupi-guarani e o falar dos
angolanos como base, por exemplo. Ademais, Gilberto Freyre, mesmo de forma intolerante e
romantizada, mostrou a mesclagens das culturas dos povos presentes no Brasil colonial em seu livro
“Casa Grande Senzala. Logo, o genocídio linguístico sofrido pelos nativos e negros é uma
demostração do uso da língua como instrumento de poder pelos europeus.

Em seguida, é necessário analisar como a língua é símbolo de resistência feminina. Sob esse olhar,
Marcos Bagno, professor brasileiro, é assertivo ao dizer “a língua é um instrumento de poder” ao
demonstrar a importância das expressões verbais. Para além da fala, na sociedade brasileira, a
mulher é historicamente oprimida por um grupo social sexista o qual a vê como submissa e sem
liberdade para até mesmo falar. Por isso, nas lutas feministas o grito passa não só a ser uma forma
de se expressar mas também um ato político, indo contra anos de violência as quais continuam
sendo praticadas, em formas de feminicídios entre outras. Assim, o grupo feminino tendo sua
exigência atacada por assédios verbais, hoje usa a oralidade para revidar e desta maneira empoderar.

Fica claro, portanto, como a língua é usada como forma de agressão a existência dos indígenas,
negros e mulheres, e por isso, deve-se intervir em combate. Nesse sentido, ONGs especializadas em
direitos humanos devem agendar um programa nacional de combate a repreensão das formas de se
expressarem verbalmente. Para tal, é imprescindível a criação de palestras com pedagogos e
psicólogos nas escolas para mostrar como o falar é usado de modo que seja um instrumento de
poder, e quais são as consequências disso: escravização, humilhação e violência, com o objetivo de
ensinar tais crianças a lutarem contra isso, demonstrando a importância da diversidade linguística na
cultura brasileira. Afinal, os idiomas são os elásticos mais antigos espichados os quais conectam
todo o mundo

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