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A invisibilização de moradores de rua no Brasil

“Não recomendado à sociedade” são palavras do compositor, Caio Prado, as quais explicitam o sentimento
de exclusão do eu lírico, na música “Não Recomendado”. Para além do universo artístico, no Brasil, é possível notar tal
postura, uma vez que a invisibilidade dos moradores de rua é inegavelmente reinante nas esferas sociais. À luz dessa ideia, a
necropolitica brasileira é enormemente responsável pelas condições desumanas dos menos favorecidos.

A priori, é crucial apontar a arquitetura hostil das cidades como uma das faces da politica da morte adotada pelo Estado e
corroborada pela sociedade. Isso é demonstrado na fixação de barras de ferros nos bancos de praças públicas e pedras
embaixo de pontes, a fim de evitar que os moradores de rua durmam e se abriguem nesses locais. Em agravo, os indivíduos
sem teto são esquecidos e ignorados nas épocas quentes do Brasil, visto que só há uma pressão da população nos governos
para disponibilizar abrigos a eles nas estações frias, e mesmo assim são insuficientes e precários. Tais atitudes desumanas é
explicada no termo “Cidadão de Papel” do jornalista brasileiro, Dilberto Dimenstein, em que ele faz uma crítica ao não
cumprimento dos direitos civis, nesse caso, a moradia, saúde e proteção.. Logo, a tentativa de apagamento desses indivíduos
marginalizados contribui para o agravamento de suas situações de vida.

Em seguida, é importante analisar como a desumanização é uma forma de invisibilizar os moradores de rua. Sob essa ótica,
destaca-se, o livro “ Quarto do Despejo” da escritora brasileira, Carolina Maria de Jesus, em que ela ao narrar a vida na favela
conta as vezes em que foi procurar comida nos lixos de restaurante e estavam todos envenenados. Em paralelo a obra, no
cotidiano dos indivíduos sem teto, esses são tratados como animais, não só por um governo o qual os excluis e condena-os a
morte, mas também por um grupo social apático que nega a eles comida – ate mesmo as jogadas fora - e os esquece nas
épocas eleitoras, na hora de votar em um polítocos com proposta para ajudá-los. Ademais, tais cidadãos marginalizados são
muitas vezes agredidos por pessoas que enxergam neles, algo a ser eliminado. Assim, tais indivíduos já inseridos em um
contexto de miséria tem suas existências ameaçadas por feitores da necropolitica.

Fica claro, portanto, como a arquitetura hostil e a desumanização dos moradores de rua são faces da necropolitica a qual
condena-os à condições desumanas e, por isso, deve-se intervir em combate. Nessa direção, as Secretarias de Educação,
mediante pressão e parceira de ONGs focadas nos direitos humanos, como o Exército da Salvação, a obrigatoriedade3
de projetos com viés sociais, nas escolas públicas e privadas brasileiras. Pata tal, é interessante a criação de
atividade audiovisuais, em que os alunos norteados pelos professores de Arte e Sociologia, depois de lerem “
Quarto de Despejo” e assistirem “ A procura da Felicidade”, por exemplo, produzem minifilmes retratando
situações parecidas, debatendo sobre a problemática todas as suas consequências, a fim de criar não só um
sendo de empatia entre eles, mas também estimularem para protestarem contra o jeito que o Estado e a
população enxerga, ou não, os indivíduos em seto. Enfim, o cidadão de papel poderá torna-se de carne.

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