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“Eu tentei me adaptar a um sisteme que me esvaziava” são palavras, da escritora indiana, Rupi

Kaur, as quais explicitam o desgaste do eu lirico em acompanhar o ritmo do sistema econômico no


poema “Capitalismo”. Fora do universo artístico, no Brasil, é possível notar tal postura, tendo em
vista como romantização da produtividade relacionada ao trabalho é inegavelmente reinante na
sociedade. À luz dessa ideia, a falta de empatia social é enormemente responsável pelo agravamento
da saúde mental do empregador.

A priori, é crucial apontar como a exaltação do sacrifício trabalhista esta relacionada com a saúde
mental dos indivíduos. Sob esse olhar, Rupi Kaur, já citada anteriormente, é assertiva ao expor uma
coletana de poemas relacionados aos abusos psicológicos sofridos por ela ao tentar chegar ao limite
de sua produção em seu livro “Meu corpo, minha casa”. Em paralelo a isso, na sociedade brasileira,
é alta a ocorrência desse transtorno de ansiedade, apesar de banalizado por um corpo social apático
o qual normaliza a produtividade excessiva nos empregos, levando muitos adultos a embarcarem
em uma alta exploração para agradá-los. Em agravo, muitos jovens também sofrem com a mesma
cobrança da perfeição, principalmente nos últimos anos de escola, em que são forçados a prestarem
o vestibular, terminar a escola e se autossustentarem, tudo ao mesmo tempo. Logo, tais cidadãos,
mentalmente adoecidos, são condenados a uma vida infeliz decorrente da romantização de seus
esforços.

Em seguida, é fundamental analisar como os conceitos utópicos usados na sociedade são uma das
faces da romantização da produtividade. Nesse contexto, destaca-se a “cultura da meritocracia”,
termo usado para “tranquilizar” os indivíduos dizendo que se eles se empenharem o suficiente,
chegarão em seus objetivos. Como resultados, muitos brasileiros ao crescerem ouvindo tal falácia,
se alto exploram ou permitem ser explorados em seus trabalhos, pois, acreditam ser a única maneira
de possuir uma boa condição de vida. Ademais, essa ideia imaginária se torna totalmente apática ao
desconsiderar os diversos preconceitos reinantes no Brasil, em que os negros, pobres, mulheres ou
LGBTQI+s tem seus esforços esquecidos ao tentarem conseguir, por exemplo, uma vaga de
emprego. Assim, tais sujeitos ignorados têm suas saúdes mentais agravadas tendo em vista a falsa
noção de recompensação por seus sacrifícios.

Fica claro, portanto, como a exaltação do sacrifício e o uso de conceitos utópicos pela sociedade
brasileira são formas apáticas de agravarem a saúde mental do empregador e por isso, deve-se
intervir em combate. Por isso, ONGs especializadas em patologias neurológicas em parceria com os
sindicatos dos trabalhadores devem agendar um programa nacional de enfrentamento a
romantização da produtividade no Brasil. Para tal, é necessário a disponibilização de lives
direcionadas as grandes empresas, com psicólogos, a fim de debater sobre os problemas
relacionados a exigências de uma perfeição irreal e como ela afeta a vida de seus empregados.
Ademais, seria interessante também a realização de palestras nas escolas por essas ONGs, com o
objetivo de informar desde cedo a forma mais saudável e realista de obter sucesso profissional, com
sociólogos e pedagogos. Afinal, é preciso esvaziar o sistema inadaptável

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