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Você já se cobrou e se frustrou por não ter a produtividade que desejava?

Você já se comparou com alguém nas redes sociais e se sentiu deprimido ou fracassado?
Questionamentos e sentimentos como estes, são decorrentes da sociedade do cansaço, um termo criado por
Byung-Chul Han um filósofo sul-coreano, que se dedicou a entender como o modelo de produção da última fase
do capitalismo tem interferido na vida das pessoas. Os resultados foram reunidos no livro Sociedade do Cansaço.
Fica aí a dica de leitura.
De acordo com o Byung-Chul Han, a nossa sociedade naturalizou a cobrança excessiva por produtividade, pela
alta performance e pelos resultados, tudo isso sob o pano da positividade. O problema é quando essas coisas não
acontecem. As pessoas tendem a se sentir frustradas, deprimidas e fracassadas... E com tanta pressão por
resultado e perfeição, a saúde física e mental pagam um preço alto.
No Brasil, a depressão atinge 5,8% da população (Oms 2017)
O Brasil tem o maior número de pessoas ansiosas no mundo 9,3% = 18,6 milhões de brasileiros
O cansaço extremo na visão do filósofo, favorece o surgimento de patologias que afetam a saúde física e mental,
como a hiperatividade, o déficit de atenção, o transtorno de personalidade borderline, a ansiedade, a
melancolia, a depressão e a síndrome de burnout.
Outra característica marcante da sociedade do cansaço levantada pelo filósofo sul-coreano é a individualização e
o isolamento. As pessoas vivem cercadas por outras, mas estão isoladas dentro de si.
A cobrança em excesso, somada a individualização e ao surgimento de patologias resulta ainda em um outro
problema: o uso excessivo de medicamentos.
Para poder desempenhar bem seus papéis, as pessoas vêm se utilizando de medicamentos para que oscilações
emocionais não aconteçam. Afinal, não podem ficar tristes nem desmotivadas; precisam garantir a estabilidade
de humor e a alta produtividade sempre.
As redes sociais acabam contribuindo com patologias decorrentes da sociedade do cansaço.
A necessidade de se expor e se mostrar feliz o tempo todo, bem-sucedido e realizado em troca da aprovação
social contribui para à exaustão e esgotamento mental.
As redes sociais reúnem momentos de felicidade, de conquista e de perfeição: são corpos esculturais, profissões
de alto desempenho, relações perfeitas…
Tudo isso contribui para que as pessoas se sintam exigidas a serem assim também...
Como se blindar? 4 alternativas:
1)Busque o propósito, o sentido no que você faz ou quer fazer. Tenha um olhar crítico sobre seus esforços e
objetivos. Entender os motivos pelos quais você faz determinadas coisas ou toma algumas atitudes é o primeiro
passo para não cair nas armadilhas da sociedade do cansaço.
Esse olhar crítico é fundamental para que possamos identificar o quanto nossas atitudes são pautadas em coisas
que são, de fato, significativas pra nós ou o quanto estamos fazendo isso porque outras pessoas fazem ou
porque estamos em um piloto automático.

2)Aprenda a lidar com suas imperfeições. Reconheça-se imperfeito, com falhas. Entenda que não existem
relações perfeitas nem corpos perfeitos, e que não é possível estar sempre estável emocionalmente.
3)Busque por momentos com qualidade de vida
Busque por momentos que proporcionem qualidade de vida. Aprenda a contemplar a vida, a viver o momento.
Preste atenção em cada detalhe do seu dia, leia mais livros, medite.
Use redes sociais com moderação. Procure deixar o celular um pouco de lado e use as redes sociais e outras
interações digitais com moderação.
4)Exercitar a fé. Buscar desenvolver a espiritualidade se relacionando com o criador. Ter saúde
espiritual contribui para a saúde emocional e física.
As pessoas têm um desejo quase pornográfico de exibir sua
privacidade. Elas expõem seus pensamentos, seus momentos privados,
seus sentimentos e tudo o que são, ou fingem ser, através das redes
sociais. Todo mundo faz isso 'voluntariamente'. O poder não precisa mais
interferir ou se infiltrar nos segredos de ninguém, pois essas pessoas
oferecem tudo isso de forma espontânea.”
BYUNG-CHUL HAN

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