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“Experiências Sonoras”
Alliana Daud
Perceber as sonoridades que nos cercam é a primeira etapa do processo que nos leva a conhecer,
sentir e nos desenvolver musicalmente. Já no útero da mãe a criança percebe os sons dos batimentos
cardíacos, e também a sua voz e a dos que interagem com ela. Quando nasce, ela inicia um processo de
descobertas sonoras com seu corpo. Ao mesmo tempo, percebe todas as sonoridades do ambiente que a
cerca. Então, podemos dizer que, enquanto vivemos, existimos dentro de um contexto sonoro.
Como profissionais da educação, em especial trabalhando com a linguagem musical, nossa função é
proporcionar aos alunos experiências de interação com este universo sonoro, de exploração de novos
ambientes, despertar o interesse por situações novas, por experimentação de combinações sonoras, por
localizar e diferenciar sons, dentre tantas outras habilidades a serem desenvolvidas junto aos alunos.
A educação através da música tem como objetivo proporcionar à criança meios para satisfazer suas
necessidades internas de exploração e interação com o mundo sonoro, proporcionar possibilidades de
expressão e de criação musical, proporcionar experiências sonoras de forma que possa vivenciar e sentir a
música na sua totalidade.
Precisamos pensar no aluno como um ser multidimensional, ou seja, nas suas dimensões
fisiológicas, sensoriais, emocionais, espirituais e relacionais. No processo educacional, onde há uma
primazia da dimensão intelectual, é preciso dar espaço para a emoção, o sentir e o prazer.
Vamos, então, às sugestões de experiências sonoras. São atividades simples que têm como finalidade
despertar para a percepção dos parâmetros sonoros e abrir caminho para a criação de novas
possibilidades sonoro-musicais, permitindo ampliações e adaptações pessoais para uma melhor prática
pedagógica multidimensional.
EXPERIÊNCIA 1
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Como foi realizar esta atividade? Comente a respeito de como você sentiu no exercício desta
escuta. Quais as dificuldades e facilidades desta experiência sonora.
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EXPERIÊNCIA 2
O nosso corpo como fonte sonora. Considerado nosso primeiro instrumento musical.
Para iniciar a experiência, comece explorando as sonoridades que você consegue produzir a partir
dos sons da boca. Quantas sonoridades você consegue produzir? Registre no quadro abaixo.
Estalar da língua no
céu da boca
Seguindo, explore os sons que consegue utilizando suas mãos e pés (individualmente e juntos).
Palmas
Como foi para você realizar esta atividade? Comente a respeito de como você produziu as
sonoridades individualmente e depois de forma conjunta. Quais as dificuldades e facilidades desta
experiência sonora?
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EXPERIÊNCIA 3
A partir desta sugestão, trabalhando as propriedades do som da sua voz (Altura, Duração e
Intensidade), e também os diversos sons que você pode produzir a partir do seu corpo, crie novas
situações com palavras e combinações sonoras com o seu corpo.
Agora, vamos incluir mais uma situação em nossa atividade. Você vai falar o seu nome executando os
sons com o corpo e utilizando os outros parâmetros: Agudo / Grave / Fraco / Forte/ Longo e Curto. Nesta
proposta crie situações diferentes. Use a imaginação.
MAR GA RI DA
MAR GA RI DA
Casinha de bambuê
É cercada de bambuá
A menina foi à feira
Pra comprar – o que que há?
Maracujá!
Quem mexer vai apanhá
Tem catinga de gambá
Misturada com Fubá.
Ande pelo ambiente falando (ou invente uma melodia), e nos finais de cada verso escolha
um som corporal para produzir. Ex: É cercada de bambuá (bater palmas e para de andar) ou
(bater com o pé direito ou esquerdo forte no chão);
Outra opção, agora andando rápido e. quando chegar na palavra MARACUJÁ, pare e bata
palmas em cada sílaba da palavra. Continue a parlenda e, quando chegar na palavra FUBÁ,
pare e bata o pé esquerdo ( FU) e direito (BÁ).
Invente uma melodia, imaginando que você vai cantar para um bebê que está quase
dormindo. Como seria?
Agora, imagine que você está furioso(a) e saia falando (ou cantando) esta parlenda! Como
seria?
Cante ou fale tampando o nariz!
Marque com um traço ou “x” embaixo das sílabas tônicas das palavras da parlenda. Escolha
uma sonoridade corporal (palmas, estalos de dedos, bater as mãos nas coxas, bater as mãos
no peito etc.). Comece a parlenda (falando ou cantando a sua melodia) e utilize um ou mais
sonoridades corporais para acompanhar a letra.
ATIVIDADE FINAL
Iniciar suave
É CERCADA DE BAMBUÁ
Ir crescendo
Junto com a sua “partitura sonora”, faça um breve relato de todas as etapas das
experiências sugeridas. Foi interessante? Enquanto professor, é possível utilizar estas
atividades na minha prática pedagógica? É possível utilizar estas sugestões para trabalhar
outros conhecimentos (Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, etc.)?
MENSAGEM FINAL
Musicalidade não é propriedade de indivíduos, mas atributo essencial da espécie humana. A implicação não é
que alguns homens são musicais enquanto outros não o são, mas que o homem é um ser musical, isto é, um
ser predisposto à música e com necessidade de música, um ser que para sua plena realização precisa se
expressar em tons musicais e deve produzir música para si mesmo e para o mundo. Neste sentido,
musicalidade não é algo que alguém pode ter, mas algo que – junto com outros fatores – é constitutivo do
ser humano.
Victor Zuckerkandl