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Ribeirão Preto
Agosto de 2022
Incialmente, o autor traz o conceito de repressão, que remonta historicamente aos
primórdios da psicanálise. A primeira referência a ele que foi publicada, consta da
‘Comunicação Preliminar’ de Breuer e Freud (Edição Standard Brasileira, Vol. II, pág.
51, IMAGO Editora, 1974). O termo “Verdrängung” fora empregado pelo psicólogo
Herbart, no início do século XIX, e possivelmente chegou ao conhecimento de Freud
através de seu mestre Meynert, que tinha sido admirador de Herbart.
Além disso, pode-se notar que os relatos feitos nos Estudos o termo realmente
empregado para descrever o processo não é “repressão” mas, sim “defesa”. Nesse período
inicial, os dois termos foram utilizados por Freud indiretamente, quase como
equivalentes, embora defesa fosse talvez o mais comum. Logo, contudo, como observou
em seu artigo sobre a sexualidade nas neuroses (1960a), Edição Standard Brasileira, Vol.
VII, pág. 288, anamnese do ‘Homem dos Ratos’ (1909d) Freud examinou o mecanismo
de repressão na neurose obsessiva, ou seja, o deslocamento da catexia emocional da ideia
objetável, em contraste com a expulsão completa da ideia da consciência, na histeria,
referiu-se a “duas espécies de repressão” (Standard Ed. 10, 196).
É nesse sentido mais amplo que o termo é utilizado no presente artigo, como fica
demonstrado pela discussão, que aparece quase no final, sobre os diferentes mecanismos
de repressão nas várias formas da psiconeurose. É claro, que todavia, a forma da
repressão que Freud tinha em mente, era sobretudo a que ocorre na histeria. Vale ressaltar
que Freud propôs restringir o termo “repressão” a esse único mecanismo particular, e
reviver “defesa” como uma designação geral para todas as técnicas empregadas pelo ego
em conflitos que possam levar a uma neurose.
O autor ainda revela que a condição para a repressão viria a ser o motivo do
desprazer adquira uma maior força do que o prazer da satisfação do instinto. Sua
essência se daria em rejeitar e manter alguma coisa afastada da consciência.
Além disso, existe a categorização em duas fases, que seria a repressão primordial, que
seria caracterizada pela negação do acesso do conteúdo psíquico a consciência, e a
repressão propriamente dita, caracterizada pelo ocultamento não só da ideia
representativa do instinto, mas tudo que é ligado a mesma. A repressão primordial ainda
viria causar uma fixação, pois a representação ideal do instinto não seria desvinculado
do impulso, como na outra fase.
Referência Bibliográfica