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Inteligência

Artificial em
Cidades
Inteligentes
Prof. Nader Ghoddosi

Indaial – 2021
1a Edição
Elaboração:
Prof. Nader Ghoddosi

Copyright © UNIASSELVI 2022

Revisão, Diagramação e Produção:


Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI

G427i

Ghoddosi, Nader

Inteligência artificial em cidades inteligentes. / Nader


Ghoddosi – Indaial: UNIASSELVI, 2021.

199 p.; il.

ISBN 978-65-5663-962-8
ISBN Digital 978-65-5663-963-5

1. Técnicas de inteligência artificial. - Brasil. II. Centro


Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 004

Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Caro acadêmico! Estamos iniciando o estudo da disciplina Inteligência Artificial
em cidades inteligentes. Esta disciplina objetiva apontar influência de Inteligência
Artificial em cidades, abordando uso de tecnologias emergentes e técnicas de
Inteligência Artificial (IA) nos centros urbanos e demonstrando a importância da IoT
para o planejamento sustentável da cidade inteligente. Além disso, será destacada a
importância dos indicadores para o fortalecimento das cidades inteligentes.

Recomendamos fortemente que você realize todos os exemplos e exercícios


resolvidos para um aproveitamento excepcional da disciplina.

Neste contexto, o livro de estudos de Inteligência Artificial em cidades inteligen-


tes está dividido em três unidades de estudo: Unidade 1 – As cidades do futuro; Unidade
2 – Internet das coisas e a evolução das cidades; Unidade 3 – Sociedade inovadora e as
cidades inteligentes.

Aproveito a oportunidade para destacar a importância de desenvolver as


autoatividades, lembrando que essas atividades NÃO SÃO OPCIONAIS. Elas objetivam
a fixação dos conceitos apresentados. Em caso de dúvida na realização das atividades,
sugiro que você entre em contato com seu tutor externo ou com a tutoria da UNIASSELVI,
não prosseguindo as atividades sem ter sanado todas as dúvidas que irão surgindo.

Bons estudos! Sucesso na sua trajetória acadêmica e profissional!

Professor Nader Ghoddosi


GIO
Olá, eu sou a Gio!

No livro didático, você encontrará blocos com informações


adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender
melhor o que são essas informações adicionais e por que você
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais
e outras fontes de conhecimento que complementam o
assunto estudado em questão.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos


os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina.
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada
também digital, em que você pode acompanhar os recursos
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que
também contribui para diminuir a extração de árvores para
produção de folhas de papel, por exemplo.

Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente,


apresentamos também este livro no formato digital. Portanto,
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.

Preparamos também um novo layout. Diante disso, você


verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos,
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.

QR CODE
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!

LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.

Com o objetivo de enriquecer seu conheci-


mento, construímos, além do livro que está em
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem,
por meio dela você terá contato com o vídeo
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de
auxiliar seu crescimento.

Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que


preparamos para seu estudo.

Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!


SUMÁRIO
UNIDADE 1 - AS CIDADES DO FUTURO....................................................................1

TÓPICO 1 - AS CIDADES DO FUTURO: CIDADES INTELIGENTES.......................... 3


1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 3
2 CIDADES INTELIGENTES: DEFINIÇÕES E DESAFIOS.........................................4
2.1 INDICADORES DA CIDADE INTELIGENTE.........................................................................7
2.2 ECONOMIA INTELIGENTE....................................................................................................9
2.3 POPULAÇÃO INTELIGENTE...............................................................................................11
2.4 GOVERNANÇA INTELIGENTE...........................................................................................12
2.5 MOBLIDADE INTELIGENTE................................................................................................13
2.6 MEIO AMBIENTE INTELIGENTE........................................................................................16
2.7 VIDA INTELIGENTE..............................................................................................................16
3 EVOLUÇÃO DA CIDADE DIGITAL À CIDADE INTELIGENTE................................17
RESUMO DO TÓPICO 1...........................................................................................20
AUTOATIVIDADE....................................................................................................22

TÓPICO 2 - TECNOLOGIAS E CONCEITOS............................................................25


1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................25
2 IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA E DA INOVAÇÃO............................................25
3 INTERNET DAS COISAS (IOT).............................................................................26
4 BIG DATA.............................................................................................................29
4.1 COMPUTAÇÃO EM NUVEM................................................................................................31
4.2 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL............................................................................................... 33
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................... 37
AUTOATIVIDADE....................................................................................................38

TÓPICO 3 - PLATAFORMAS DE CIDADES INTELIGENTES................................... 41


1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 41
2 AS PLATAFORMAS E OS REQUISITOS PARA AS CIDADES INTELIGENTES......... 41
2.1 REQUISITOS FUNCIONAIS DE UMA PLATAFORMA
DE CIDADES INTELIGENTES .......................................................................................... 42
2.2 REQUISITOS NÃO FUNCIONAIS DE UMA PLATAFORMA
DE CIDADES INTELIGENTES .......................................................................................... 46
3 OPENIOT..............................................................................................................52
4 INTERSCITY ........................................................................................................54
5 CIDAP...................................................................................................................55
6 COMPUTAÇÃO EM NUVEM E BIG DATA.............................................................. 57
LEITURA COMPLEMENTAR...................................................................................58
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................... 61
AUTOATIVIDADE....................................................................................................62

REFERÊNCIAS........................................................................................................64
UNIDADE 2 — INTERNET DAS COISAS E A EVOLUÇÃO DAS CIDADES...............69

TÓPICO 1 — INTERNET DAS COISAS (IoT).............................................................71


1 INTRODUÇÃO........................................................................................................71
2 EVOLUÇÃO DA IOT...............................................................................................71
3 ELEMENTOS DA IOT ........................................................................................... 75
4 CONSTRUÇÃO DA IOT......................................................................................... 77
5 ARQUITETURA BÁSICA DOS DISPOSITIVOS....................................................78
6 SOFTWARE PARA REDE DE OBJETOS INTELIGENTES.................................... 81
RESUMO DO TÓPICO 1...........................................................................................85
AUTOATIVIDADE....................................................................................................86

TÓPICO 2 - A IOT E A SOCIEDADE.........................................................................89


1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................89
2 REDES..................................................................................................................89
2.1 TIPOS DE REDES EM APLICAÇÕES IOT .........................................................................91
3 REDE 5G ..............................................................................................................95
4 IOT NAS NUVENS................................................................................................98
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................... 101
AUTOATIVIDADE..................................................................................................102

TÓPICO 3 - PLANEJAMENTO URBANO E A INTERNET DAS COISAS................105


1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................105
2 A IOT E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM MEIO URBANO................105
3 A IOT E AS CIDADES INTELIGENTES...............................................................106
3.1 IOT E OS RECURSOS HÍDRICOS..................................................................................... 108
3.2 A IOT E OS RESÍDUOS SÓLIDOS.................................................................................... 114
3.3 IOT E A REDUÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA NAS CIDADES...............................117
3.4 REDES VEICULARES........................................................................................................ 119
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................. 121
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................... 125
AUTOATIVIDADE.................................................................................................. 126

REFERÊNCIAS...................................................................................................... 129

UNIDADE 3 — SOCIEDADE INOVADORA E AS CIDADES INTELIGENTES.......... 135

TÓPICO 1 — SOCIEDADE INOVADORA................................................................. 137


1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 137
2 CAPITAL HUMANO E AS CIDADES INTELIGENTES......................................... 137
3 INOVAÇÃO E O CAPITAL HUMANO...................................................................140
4 INDICADORES E FATORES DE CAPITAL HUMANO EM UMA
CIDADE INTELIGENTE.........................................................................................142
5 DESAFIOS DAS CIDADES PARA DESENVOLVER O CAPITAL HUMANO...........144
RESUMO DO TÓPICO 1.........................................................................................146
AUTOATIVIDADE.................................................................................................. 147

TÓPICO 2 - A ECONOMIA E O CONHECIMENTO.................................................. 149


1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................149
2 ECONOMIA NO CONTEXTO DAS CIDADES INTELIGENTES............................ 149
3 INDICADORES ECONÔMICOS DA ISO 37120:2018.........................................154
4 INDICADORES ECONÔMICOS DA IESE CITY IN MOTION INDEX..................... 156
5 ECONOMIA, ASPECTO SOCIAL E CIDADES INTELIGENTES...........................160
6 EXEMPLOS DE INICIATIVAS NO BRASIL .........................................................160
7 DESAFIOS E SOLUÇÕES PARA INOVAÇÃO DAS CIDADES
INTELIGENTES.....................................................................................................164
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................... 165
AUTOATIVIDADE.................................................................................................. 166

TÓPICO 3 - TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO........................ 169


1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 169
2 A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E AS TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO........... 169
3 AS TIC E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL..............................................171
4 SUSTENTABILIDADE INTEGRAL...................................................................... 175
4.1 RANKING CONNECTED SMART CITIES.........................................................................178
4.1.1 São Paulo.................................................................................................................... 180
4.1.2 Florianópolis.............................................................................................................. 183
4.1.3 Curitiba....................................................................................................................... 184
LEITURA COMPLEMENTAR.................................................................................186
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................... 189
AUTOATIVIDADE..................................................................................................190

REFERÊNCIAS...................................................................................................... 192
UNIDADE 1 -

AS CIDADES DO FUTURO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• compreender a definição de cidade inteligente;

• entender as diferentes tecnologias que compõem a cidade inteligente;

• diferenciar os requisitos funcionais e não funcionais relacionados com cidade


inteligentes;

• entender a importância da cidade inteligente para o futuro sustentável da sociedade


moderna.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – AS CIDADES DO FUTURO: CIDADES INTELIGENTES


TÓPICO 2 – TECNOLOGIAS E CONCEITOS
TÓPICO 3 – PLATAFORMAS DE CIDADES INTELIGENTES

CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!

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2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
AS CIDADES DO FUTURO: CIDADES
INTELIGENTES

1 INTRODUÇÃO

O atual crescimento populacional, bem como a migração para os centros


urbanos geraram muitos problemas sociais (CARVALHO, 2021; MAZO et al., 2021;
LUDERMIR, 2021). As Projeções da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que
nos próximos 40 anos, a população mundial poderá crescer até mais de dois bilhões de
pessoas (MAZO et al., 2021). Deste modo, a gestão pública enfrenta e enfrentará grandes
desafios decorrentes da aglomeração urbana. Esses desafios exigirão dos gestores
novas abordagens para seu planejamento, financiamento, execução e operação dos
centros urbanos (CARVALHO, 2021; MAZO et al., 2021).

Para esses desafios, a tecnologia é a mais cotada solução, já que pode


reconfigurar os modos de viver, os modos de relacionar, bem como as experiências em
geral (FREUND et al., 2019; JOAO et al., 2019; MAZO et al., 2021). Desse modo, o aumento
dos centros urbanos irá demandar um novo olhar direcionado para planejamento
inteligente das cidades, não somente pensando nos problemas de poluição e resíduos
(JOAO et al., 2019; MAZO et al., 2021). Isso significa tornar as cidades preparadas para
residentes, e ainda, para receber visitantes.

Mas, afinal, o que significa tornar uma cidade inteligente? Esse conceito está
atrelado ao desenvolvimento sustentável, inovação tecnológica, qualidade de vida
populacional, otimização na utilização consciente dos recursos naturais, gestão eficiente
com a integração tecnológica. Portanto, as cidades devem ser planejadas como espaços
que garantam o acesso ao conhecimento; a geração de riqueza e criação de valor; por
meio de ecossistemas institucionais públicos ou privados que proporcionem a busca por
soluções inovadoras (SILVA et al., 2019; ANTONIALLI; KIRA, 2020; LOGSDON; FABRÍCIO,
2020; FARINIUK, 2020; RECH, 2020; CARVALHO, 2021; MAZO et al., 2021; LUDERMIR,
2021). Neste tópico, vamos estudar os conceitos vinculados à cidade inteligente e a sua
importância na configuração atual da gestão pública.

3
2 CIDADES INTELIGENTES: DEFINIÇÕES E DESAFIOS
O desempenho dos centros urbanos depende da infraestrutura da cidade e
social; da disponibilidade e qualidade da comunicação, tal como, do capital intelectual
e social. Considerando este contexto é que o conceito de cidade inteligente foi
abordado como algo estratégico para englobar fatores de produção urbana moderna
(ANTONIALLI; KIRA, 2020; MAZO et al., 2021).

O conceito da cidade inteligente surgiu na década de 1990 e evoluiu com o


tempo. No início, o conceito estava focado na importância das tecnologias na superação
dos desafios urbanos (SILVA et al., 2019; ANTONIALLI; KIRA, 2020; MAZO et al., 2021).
Posteriormente, ocorreu a evolução do conceito considerando agora capital humano,
educação e questões ambientais, como fatores primordiais para o desenvolvimento
adequado das cidades (SILVA et al., 2019; ANTONIALLI; KIRA, 2020). Segundo Antonialli
e Kira (2020, p. 3):

Em comum as definições, parece estar o uso de tecnologias de


informação e comunicação para a transformação de dinâmicas
urbanas, tais como o planejamento urbano e territorial, o engajamento
e a participação cidadã, as políticas de mobilidade, habitação, entre
outras. Para tanto, é fundamental que a administração pública
tenha a possibilidade de utilizar dados cada vez mais completos
e precisos. A multiplicação de dispositivos conectados à internet
(“internet das coisas”), os menores custos de armazenamento de
dados, a popularização dos smartphones e das técnicas de análise
de big data são algumas das novidades que contribuíram para que
uma quantidade cada vez maior de dados estivesse à disposição dos
gestores públicos.

É importante salientar que uma cidade que utiliza tecnologias pode ser
denominada como uma cidade digital. Entretanto, uma cidade inteligente proporciona
melhoria da qualidade dos serviços oferecidos à população. Conforme a Fundação
Getúlio Vargas (2019 apud ABREU; MARCHIORI, 2020 p. 531):

Smart Cities são sistemas de pessoas interagindo e usando energia,


materiais, serviços e financiamento para catalisar o desenvolvimento
econômico e a melhoria da qualidade de vida. Esses fluxos de
interação são considerados inteligentes por fazer uso estratégico
de infraestrutura e serviços e de informações e comunicação com
planejamento e gestão urbana para dar resposta às necessidades
sociais e econômicas da sociedade. [...] dez dimensões indicam o
nível de inteligência de uma cidade: governança, administração
pública, planejamento urbano, tecnologia, meio ambiente, conexões
internacionais, coesão social, capital humano e a economia.

4
QUADRO 1 – CONCEITO DE CIDADES INTELIENTES

AUTORES CONCEITO

Uma cidade conectando a infraestrutura física, a infra-


HALL et al. (2000) estrutura de TI, infraestrutura social e infraestrutura de
negócios para alavancar a inteligência coletiva da cidade.

Uma cidade inteligente é uma cidade com bom desem-


GIFFINGER et al.
penho construída sobre a combinação inteligente com ci-
(2007)
dadãos autodeterminados, independentes e conscientes.

Uma cidade inteligente é uma cidade preparada para


HARRISON et al. oferecer condições para uma comunidade saudável
(2010) e feliz nas condições desafiadoras que as tendências
globais, ambientais, econômicas e sociais podem trazer.

Uma cidade passa ser inteligente quando os investimentos


em capital humano e social e infraestruturas de comuni-
cação tradicionais (transportes) e modernas (TIC) alimen-
CARAGLIU et al. (2011)
tam o crescimento econômico sustentável e uma elevada
qualidade de vida, com uma gestão inteligente dos recur-
sos naturais, através de uma governação participativa.

Uma cidade que monitora e integra condições de todas as


suas infraestruturas críticas, incluindo estradas, pontes,
túneis, ferrovias, metrôs, aeroportos, portos marítimos,
comunicações, água, energia, mesmo grandes edifícios,
DAMERI (2013)
podem otimizar melhor seus recursos, planejar suas
atividades de manutenção preventiva e monitorar os
aspectos de segurança, maximizando os serviços aos
seus cidadãos.

FONTE: Adaptado de Abreu e Marchiori (2020) e Antonialli e Kira (2020)

Portanto, o que você pode perceber com as denominações do quadro


apresentado é que a cidade inteligente utiliza novas tecnologias promovendo a
melhoria da qualidade de vida populacional, por meio de serviços essenciais tais como:
abastecimento de água, saneamento, gestão de resíduos sólidos, mobilidade urbana,
saúde, educação e governança (ANTONIALLI; KIRA, 2020; LOGSDON; FABRÍCIO, 2020;
FARINIUK, 2020). As principais tecnologias utilizadas são as:

• Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC).


• Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês).
• Tecnologias Geoespaciais (TG).

5
FIGURA 1 – AS DIMENSÕES DAS CIDADES INTELIGENTES

FONTE: <https://bit.ly/3EP4u58>. Acesso em: 18 jun. 2021.

Portanto, o conceito de cidade inteligente significa eficiência na gestão inteli-


gente e integração das tecnologias da informação e comunicação com a participação
efetiva da população (JOÃO et al., 2019; SILVA et al., 2019; ABREU; MARCHIORI, 2020).

FIGURA 2 – EXEMPLO DE SETORES QUE PODEM SER IMPACTADOS DENTRO


DE CIDADES INTELIGENTES

FONTE: <https://bit.ly/39Wy4aV>. Acesso em: 18 jun. 2021.

6
A palavra inteligente é usada tanto para designar o desenvolvimento tecnológico
quanto à inovação social e econômica. Por isso, existem inúmeros esforços aplicados
nos estudos atuais para soluções inteligentes nas cidades que deram origem ao
conceito de cidades inteligentes (ANTONIALLI; KIRA, 2020; LOGSDON; FABRÍCIO, 2020;
FARINIUK, 2020).

QUADRO 2 – RELAÇÃO DA CIDADE INTELIGENTE COM SETORES DA SOCIEDADE

SETORES DESCRIÇÃO

Implantação de modo significativo de comunicações de


COMUNICAÇÃO
banda larga para o setor público e privado.

Educação eficaz, treinamento e capital humano com


EDUCAÇÃO
conhecimento para realizar inúmeras atividades.

Promover a democracia digital acabando com a exclusão


POLÍTICAS digital para garantir que todos os setores da sociedade se
beneficiem.

Inovação nos setores público e privado, bem como


esforços para a criação de aglomerados empresariais e de
SETOR PÚBLICO
capital de risco para financiar o desenvolvimento de novos
empreendimentos.

Desenvolvimento econômico de marketing eficaz que


ECONOMIA use os recursos tecnológicos para atrair empregos e
investimentos.

FONTE: Adaptado de Abreu e Marchiori (2020) e Antonialli e Kira (2020)

2.1 INDICADORES DA CIDADE INTELIGENTE


As cidades inteligentes surgem de um modelo de planejamento integrado
com a capacidade de inovação e a cooperação entre todas as partes interessadas
da sociedade (FERNANDES et al., 2019; JOÃO et al., 2019; SILVA et al., 2019). Isso
promove a participação e a integração abrangente dos aspectos sociais da vida
urbana (LUDERMIR, 2021).

7
FIGURA 3 – RECURSOS DE UMA CIDADE INTELIGENTE

FONTE: <https://bit.ly/3FZxjwG>. Acesso em: 18 jun. 2021.

Porém, para avaliar esse processo são necessários indicadores, sendo que o
Fórum Comunidade Inteligente elaborou uma lista de indicadores que fornecem uma
estrutura para a compreensão de como as comunidades e regiões podem ganhar uma
vantagem competitiva na economia (FERNANDES et al., 2019; JOÃO et al., 2019; SILVA
et al., 2019; LUDERMIR, 2021).

QUADRO 3 – INDICADORES POR SETORES

SETORES INDICADORES

• Capacidade de monitorar a frequência de estudantes;


EDUCAÇÃO • Disponibilizar materiais educativos para promover o
conhecimento integrado;

• Integração entre o sistema de distribuição de energia


elétrica com as novas soluções das cidades inteligentes;
ENERGIA • Potencial de ganho de escala e replicação de novas
soluções de cidades inteligentes;
• Possibilidade de haver fontes alternativas de energia;

SEGURANÇA • Sistema de aviso rápido em caso de desastre ambiental;

• Existência de um banco de dados central aberto;


• Acesso aberto de documentos governamentais não
GOVERNANÇA confidenciais;
• Participação cidadã em mecanismos on-line;
• Taxa de vazamento de informações;

8
• Existência de um extenso banco de dados sobre saúde
SAÚDE pública;
• Possibilidade de visita e controle remoto de pacientes;

• Medição de consumo de energia, gás e água por


equipamentos inteligentes e conectados a aplicativos;
MORADIA • Existência de equipamentos inteligentes;
• Capacidade de compartilhar internet e conteúdos de
entretenimentos com outras aplicações;

POPULAÇÃO • Serviços para pessoas com necessidades especiais;

PLANEJAMENTO • Plano diretor e projetos de expansão da cidade


URBANO disponíveis abertos e on-line;

• Acesso livre à internet em espaços públicos;


TELECOMUNICAÇÕES • Uso de tecnologia da comunicação em diferentes áreas
(transporte, gestão de resíduos, água e energia).

FONTE: Adaptado de Abreu e Marchiori (2020, p. 535)

Com isso, você pode perceber que o conceito de cidade inteligente tem ligação
na área política; na definição do capital em relação ao capital humano, social e relacional
como fatores primordiais para o crescimento urbano. Agora, vamos estudar a relação do
conceito cidades inteligentes com os setores da sociedade!

2.2 ECONOMIA INTELIGENTE


Economia inteligente mensura do ponto de vista econômico a preparação de
uma determinada cidade, usando parâmetros como qualidade das organizações e o seu
ambiente para empreendedorismo (HARRISON et al., 2010; SANCHEZ; CAPPELLOZZA,
2012; TIGRE; NORONHA, 2013). A economia inteligente possui as seguintes características,
conforme o Quadro 4.

QUADRO 4 – CARACTERÍSTICAS DA ECONOMIA INTELIGENTE

CARACTERÍSTICAS DESCRIÇÃO

Implementar os princípios de desenvolvimento


VERDE sustentável, economia limpa com uso eficiente dos
recursos energéticos;

DIGITAL Utilizar as tecnologias de comunicação e informação;

9
Desenvolver redes de competências, sociais, infraes-
trutura e outras redes entre universidades, empresas,
FUNCIONA EM REDE organizações, poder público e consumidores; para fins
de criação, desenvolvimento e utilização de bens e
serviços urbanos;

SOCIALMENTE Atuar de modo social, ambiental, ética, legal e


RESPONSÁVEL filantrópico.

FONTE: Adaptado de Fariniuk (2020), Rech (2020), Carvalho (2021) e Mazo et al. (2021)

Você pode perceber, analisando a Figura 4, que os elementos apresentam


relações diretas uns com os outros. Sendo assim, entender que os elementos são parte
de um todo é essencial para compreender o conceito da cidade inteligente. Conforme
Barranco (2018, p. 16):

Não deve-se confundir as pessoas inteligentes, nesta definição,


como sendo pessoas com alta capacidade intelectual. Esta é uma
definição das pessoas inteligentes no contexto da cidade inteligente.
Desta forma, são pessoas que estão em constante evolução,
sempre aprendendo coisas novas, são boas no que fazem, possuem
consciência ecológica e são comprometidas com o desenvolvimento
de uma sociedade cada vez melhor.

FIGURA 4 – RELAÇÃO DA ECONOMIA INTELIGENTE COM A CIDADE INTELIGENTE

FONTE: Barranco (2018, p. 15)

Desse modo, a economia inteligente engloba inúmeras áreas e está


relacionada aos demais elementos da cidade inteligente. Isso significa que depende
do funcionamento adequado desses elementos para que atue de modo eficiente
(BARRANCO, 2018; FARINIUK, 2020; RECH, 2020; CARVALHO, 2021; MAZO et al., 2021).

10
Por conta de sua abrangência, o desenvolvimento e a implementação da economia
inteligente envolve autoridades públicas, organizações, associações empresariais,
instituições de pesquisa e a sociedade (CARVALHO, 2021; MAZO et al., 2021).

2.3 POPULAÇÃO INTELIGENTE


População inteligente mensura o desenvolvimento da população urbana uti-
lizando parâmetros como educação, emprego e renda. Indivíduos que compõem uma
cidade inteligente possuem destaque em suas atividades profissionais compondo uma
população com índice de desenvolvimento humano (IDH) alto (BARRANCO, 2018; FER-
NANDES et al., 2019; JOÃO et al., 2019). Outra característica importante é que a cida-
de inteligente integra as universidades para potencializar a atração do humano de alto
nível (FERNANDES et al., 2019; JOÃO et al., 2019; CARVALHO, 2021; MAZO et al., 2021).

Algumas cidades inteligentes enfatizaram o investimento em tecnologia


avançada em oposição às necessidades da população (WEISS; BERNARDES; CONSONI,
2015; KON; SANTANA, 2017). Isso resultou em altos custos e pouco retorno efetivo,
por isso, cidades inteligentes precisam aproveitar a infraestrutura de tecnologia para
possibilitar a colaboração entre as comunidades e entre os indivíduos e os setores
públicos (KON; SANTANA, 2017; FERNANDES et al., 2019; JOÃO et al., 2019). Mas, para
isso, é primordial que o setor público faça investimento em treinamento, e que os
profissionais tenham capacidade básica para realizar o processo de gerenciamento de
dados (KON; SANTANA, 2017; BARRANCO, 2018).

O que se pode observar é que as maiores taxas de crescimento urbano foram


alcançadas em cidades onde existem profissionais capacitados e disponíveis. Assim,
a inovação é motivada por empreendedores que buscam inovar no mercado exigindo
profissionais cada vez mais qualificados (KON; SANTANA, 2017; BARRANCO, 2018; MAZO
et al., 2021; LUDERMIR, 2021). Portanto, o objetivo de uma cidade inteligente é por meio
dos seguintes fatores, segundo Kon e Santana (2017) e Barranco (2018):

• integração de camadas físicas (capacidade humana), institucionais e de infraestrutura


digital;
• disponibilização de serviços de qualidade;
• população e empresas inovadoras;
• ambiente urbano seguro, agradável e inclusivo.

11
FIGURA 5 – RELAÇÃO DOS FATORES HUMANOS COM O CONCEITO DE CIDADES INTELIGENTES

FONTE: <https://bit.ly/3kKRANB>. Acesso em: 20 jun. 2021.

2.4 GOVERNANÇA INTELIGENTE


Governança inteligente mensura a qualidade e transparência da gestão pública
municipal com indicadores como facilidade na utilização dos serviços públicos, capital
investido em tecnologia, transparência na disponibilidade dos dados, na utilização e
gerenciamento de recursos públicos (KON; SANTANA, 2017; BARRANCO, 2018; RECH,
2020; CARVALHO, 2021).

Para isso, a governança de uma cidade inteligente precisa abranger a prestação


de contas inovando de modo constante a governança eletrônica. Esse processo trará
benefícios à população melhorando a capacidade do setor público em fornecer serviços
de modo eficaz e eficiente (KON; SANTANA, 2017; RECH, 2020; CARVALHO, 2021). É ne-
cessário ainda uma formulação de política pública participativa no processo de plane-
jamento, implementação e monitoramento urbano, bem como a discussão de um orça-
mento participativo (BARRANCO, 2018; FARINIUK, 2020; RECH, 2020; CARVALHO, 2021).

12
FIGURA 6 – CARACTERÍSTICAS DE UM GOVERNO INTELIGENTE

FONTE: <https://bit.ly/2XSSGOc>. Acesso em: 20 jun. 2021.

Portanto, você pode perceber através da figura que determinadas ações estão
relacionadas com a criação de governos participativos tendo o foco no cidadão (KON;
SANTANA, 2017; RIZZON et al., 2017). O engajamento do cidadão pode auxiliar no pro-
cesso legislativo, já que os habitantes podem opinar sobre leis em um website fornecido
pelo governo (FARINIUK, 2020). Após esse processo participativo, a lei é colocada para
voto popular.

2.5 MOBLIDADE INTELIGENTE


Mobilidade inteligente está relacionada à facilidade da mobilidade nos centros
urbanos considerando os diversos tipos de transporte (KON; SANTANA, 2017; RIZZON et
al., 2017; BARRANCO, 2018; ABREU; MARCHIORI, 2020). Os indicadores para mensurar
a mobilidade são os quilômetros de congestionamento, tamanho da malha metroviária
e quantidade de indivíduos que utilizam o transporte público ou não poluente (KON;
SANTANA, 2017; RIZZON et al., 2017).

A mobilidade inteligente inclui, portanto, transporte e indivíduos, sendo que


a cidade precisa gerenciar de modo adequado o fluxo de veículos, pedestres e o
congestionamento de tráfego (ABREU; MARCHIORI, 2020). Porém, é preciso ter opções
de transporte e um sistema de transporte eficiente em massa (KON; SANTANA, 2017).

A acessibilidade precisa ser alcançada para auxiliar as pessoas com necessidade


especiais a se locomoverem com mais facilidade pela cidade (KON; SANTANA, 2017;
BARRANCO, 2018; ABREU; MARCHIORI, 2020; MAZO et al., 2021; LUDERMIR, 2021). Isso
acarreta mudanças na infraestrutura e no design urbano, como sinais de trânsito com
alto-falantes, calçadas com indicações e bem pavimentadas, ônibus adaptado, entre
outros recursos de acessibilidade (MAZO et al., 2021; LUDERMIR, 2021).

13
FIGURA 7 – MOBILIDADE INTELIGENTE INCLUINDO PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS

FONTE: <https://guiaderodas.com/cidades-inteligentes-inclusivas/>. Acesso em: 20 jun. 2021.

Cada indivíduo também pode contribuir para que o sistema de transporte seja
mais eficiente com o auxílio de roteamento de tráfego inteligente através de aplicativos
que fornecem informações em tempo real sobre o tráfego (JUMP, 2007; KON; SANTANA,
2017; ABREU; MARCHIORI, 2020; MAZO et al., 2021; LUDERMIR, 2021).

FIGURA 8 – APLICATIVO GOOGLE MAPS

FONTE: <http://glo.bo/3GjlvWg>. Acesso em: 20 jun. 2021.

Leia a GIO a seguir, com mais exemplos sobre a mobilidade inteligente!

14
NOTA
Para as pessoas que utilizam carros estão sendo implementados estacionamentos
inteligentes com sensores que alertam o motorista em relação à disponibilidade de vaga.
Garagens que estacionam os carros sem ajuda do motorista são soluções para organizar
os veículos de modo que ocupem o menor espaço possível.  Nesse caso, um dispositivo
é acionado por um aplicativo de celular e não exige a presença do motorista, tornando
as manobras totalmente autônomas. A direção e o estacionamento autônomos são
importantes pilares para a mobilidade do futuro. A aprovação das autoridades cria um
precedente para obter validação para o serviço de estacionamento em garagens do mundo
todo. Além disso, existem os estacionamentos verdes, que são autossustentáveis em
termos de energia e recarregam carros elétricos.

FONTE: <https://bit.ly/3EYB2tG>. Acesso em: 20 jun. 2021.

FIGURA – ESTACIONAMENTOS AUTÔNOMOS

FONTE: <https://bit.ly/3EYB2tG>. Acesso em: 20 jun. 2021.

Veículos autônomos já são opção em algumas cidades, ocasionando mudanças no processo


de transporte de passageiros.

FIGURA – CARROS AUTÔNOMOS EM NOVA YORK

FONTE: <https://bit.ly/3ugZz86>. Acesso em: 20 jun. 2021.

15
2.6 MEIO AMBIENTE INTELIGENTE
Meio ambiente inteligente avalia a sustentabilidade na cidade tendo como
indicadores a poluição ambiental, eficiência na utilização dos recursos não renováveis
e a quantidade de resíduos reciclados (JUMP, 2007; KON; SANTANA, 2017; MAZO et al.,
2021). Considerando a gestão de resíduos têm-se os programas de coleta seletiva e
reciclagem, sendo que estes são realizados com base na conscientização da sociedade
(KON; SANTANA, 2017; BARRANCO, 2018; ABREU; MARCHIORI, 2020; MAZO et al., 2021;
LUDERMIR, 2021).

Outro ponto importante é sobre o uso de recursos hídricos e sobre o consumo


de energia elétrica, sendo que o investimento em tecnologias para energia renovável é
essencial (KON; SANTANA, 2017; BARRANCO, 2018; MAZO et al., 2021).

FIGURA 9 – EXEMPLOS DE ENERGIA DE FONTES RENOVÁVEIS

FONTE: <https://bit.ly/3B97eYI>. Acesso em: 20 jun. 2021.

2.7 VIDA INTELIGENTE


Vida inteligente está relacionada à qualidade de vida da população utilizando
indicadores tais como (JUMP, 2007; KON; SANTANA, 2017):

• Entretenimento.
• Segurança pública.
• Acesso à cultura.
• Disponibilidade ecessibilidade de áreas verdes.
• Número de bibliotecas.

Desse modo, uma cidade inteligente precisa valorizar a história, a cultura, bem
como as riquezas naturais (JUMP, 2007). Porém, precisa garantir segurança e a quali-
dade de vida de seus habitantes, sendo que a segurança deve ocorrer também no meio
cibernético (KON; SANTANA, 2017; BARRANCO, 2018; RECH, 2020; CARVALHO, 2021).

16
Os espaços públicos precisam ser revitalizados considerando a mobilidade e
a segurança, já que esses espaços melhoram a qualidade de vida da população, bem
como afetam de modo positivo o comércio local (KON; SANTANA, 2017; RECH, 2020;
CARVALHO, 2021).

FIGURA 10 – REVITALIZAÇÃO DO PARQUE SÃO LOURENÇO, EM CURITIBA

FONTE: <https://bit.ly/3wSJjNE>. Acesso em: 20 jun. 2021.

3 EVOLUÇÃO DA CIDADE DIGITAL À CIDADE INTELIGENTE


A cidade digital oferece interoperabilidade, ou seja, o sistema tem a capacidade
de se comunicar de modo transparente com outro sistema. Na prática da rotina das
cidades, isso significa que os serviços governamentais com base na internet possibilitam
uma conectividade com os processos do governo, facilitando o acesso tanto de outras
instituições públicas quanto para cidadãos (WEISS; BERNARDES; CONSONI, 2015; KON;
SANTANA, 2017; RECH, 2020; CARVALHO, 2021). Portanto, os serviços da cidade digital
são acessíveis através de dispositivos wireless móveis.

Entretanto, as cidades inteligentes são ambientes que incorporam as tecnologias


de informação e comunicação desenvolvendo espaços interativos e inteligentes.
Conforme Weiss, Bernardes e Consoni (2015, p. 313):

A abordagem de cidades inteligentes inclui tecnologias que


promovem maior eficiência energética e otimização na produção
de bens e serviços; sistemas inteligentes para o monitoramento
e gerenciamento das infraestruturas urbanas e antecipação a
acidentes naturais; soluções de colaboração e redes sociais;
sistemas integrados para a gestão de ativos; sistemas especializados
de atenção à saúde e educação que permitem a interação com os
atores por intermédio da internet; sistemas, métodos e práticas para o
gerenciamento integrado de serviços de qualquer natureza; sistemas

17
para o tratamento de grandes volumes de dados estruturados e
não estruturados; sistemas de georreferenciamento; aplicações
inteligentes embarcadas em toda sorte de bens; tecnologias de
identificação por radiofrequência e etiquetas digitais colocadas
em produtos e cargas, otimizando os processos logísticos e as
transações comerciais; sensores e sistemas de inteligência artificial
que percebem e respondem rapidamente a eventos ocorridos no
mundo físico, desencadeando processos digitais que passam a ter
consequências cada vez mais imediatas e significativas no mundo,
conectando pessoas, empresas e poder público a qualquer tempo e
em qualquer lugar.

Portanto, as cidades inteligentes têm capacidade de resolver problemas,


enquanto que a capacidade das cidades digitais é na prestação de serviços por meio da
comunicação digital (JUMP, 2007; WEISS; BERNARDES; CONSONI, 2015; KON; SANTANA,
2017; RECH, 2020; CARVALHO, 2021).

FIGURA 11 – EXEMPLOS DE CIDADES INTELIGENTES

FONTE: <https://bit.ly/3m4bK4D>. Acesso em: 20 jun. 2021.

Jump (2007, p. 50) relata que:

As cidades inteligentes criam sistemas urbanos mais eficazes,


capazes de enfrentar os desafios contemporâneos e problemas
urbanos. Surgem cidades mais inovadoras e competitivas, com
base em clusters de conhecimento e inovação lideradas pela
sociedade, um networking global que oferece maior capacidade
de monitorização e gestão das questões ambientais, gestão
dos transportes, gestão dos espaços urbanos tornando-os mais
seguros. Essa maior eficácia se baseia em soluções/plataformas que
integram a inteligência humana, coletiva e artificial, ou seja, integra
as atividades urbanas, a capacidade institucional e a Tecnologia da
Informação e Comunicação.

18
As soluções compreendem edifícios sustentáveis; sistemas de mobilidade;
cidades digitais; soluções de gestão pública; sistemas de planejamento e participação
cidadã; plataformas destinadas à economia da inovação com foco em inteligência
estratégica; transferência de tecnologia; inovação colaborativa; incubação de
tecnologias; entre outros (JUMP, 2007; CERRI et al., 2017; MAGRANI, 2018). O Quadro
5 mostra os campos de ativação das cidades inteligentes.

QUADRO 5 – PRINCIPAIS CAMPOS DE ATIVAÇÃO DAS CIDADES INTELIGENTES

INFRAESTRUTURA
ECONOMIA E INOVAÇÃO GOVERNANÇA
URBANA

Inovação nas indústrias, Serviços da administração


Transporte
clusters, distritos de uma cidade ao cidadão

Força de trabalho de
Democracia participativa
conhecimento: Educação e Energia; utilitários
e direta
emprego

Criação de empresas de Proteção do ambiente;


Serviços ao cidadão
conhecimento intensivo segurança

FONTE: Adaptado de Jump (2007)

As cidades inteligentes estão implantando serviços on-line em diferentes seto-


res privilegiando o desenvolvimento sustentável, com isso observa-se que a integração
é primordial (JUMP, 2007; RIZZON et al., 2017). Isso porque estabelece ambientes mais
eficientes na tomada de decisões buscando inovação (JUMP, 2007; CERRI et al., 2017;
RIZZON et al., 2017; MAGRANI, 2018). De acordo com Komninos (2009 apud RIZZON et
al., 2017 p. 9):

A inteligência espacial das cidades se refere aos processos cogniti-


vos da informação, ou seja, coleta de informações e processamento,
alerta em tempo real, previsão, aprendizagem, inteligência coletiva
e cooperativa, resolução de problemas distribuídos. Deste modo, a
inteligência das cidades reside na combinação cada vez mais eficaz
das redes de telecomunicações digitais (os nervos), da inteligência
onipresente incorporado (o cérebro), sensores e tags (os órgãos sen-
soriais), software (conhecimento e a competência cognitiva).

Portanto, os sistemas eficientes da tecnologia da informação possibilitam o


desenvolvimento adequado das comunidades, sendo que isso está atrelado ao objetivo
principal de uma cidade inteligente, que é oportunizar o acesso à informação (JUMP,
2007; CERRI et al., 2017; MAGRANI, 2018). Desse modo, a utilização de TIC transforma
a dinâmica urbana, já que oferece possibilidade da participação de cada cidadão. O
desenvolvimento de uma determinada comunidade pode levar à construção de uma
sociedade sustentável (JUMP, 2007; RIZZON et al., 2017; MAGRANI, 2018).

19
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• O atual crescimento populacional, bem como a migração para os centros urbanos


geraram muitos problemas sociais. As Projeções da Organização das Nações Unidas
(ONU) apontam que nos próximos 40 anos, a população mundial poderá crescer até
mais de dois bilhões de pessoas. Desse modo, a gestão pública enfrenta e enfrentará
grandes desafios decorrentes da aglomeração urbana. Esses desafios exigirão dos
gestores novas abordagens para seu planejamento, financiamento, execução e
operação dos centros urbanos.

• O conceito da cidade inteligente surgiu na década de 1990 e evoluiu com o tempo.


No início, o conceito estava focado na importância das tecnologias e na superação
dos desafios urbanos. Posteriormente, ocorreu a evolução do conceito considerando
agora capital humano, educação e questões ambientais, como fatores primordiais
para o desenvolvimento adequado das cidades.

• A palavra inteligente é usada tanto para designar o desenvolvimento tecnológico


quanto a inovação social e econômica. Por isso, existem inúmeros esforços aplicados
nos estudos atuais para soluções inteligentes nas cidades que deram origem ao
conceito de cidades inteligentes.

• A economia inteligente mensura do ponto de vista econômico a preparação de uma


determinada cidade, usando parâmetros como qualidade das organizações e o seu
ambiente para empreendedorismo.

• A população inteligente mensura o desenvolvimento da população urbana utilizando


parâmetros como educação, emprego e renda. Indivíduos que compõem uma cidade
inteligente possuem destaque em suas atividades profissionais compondo uma
população com índice de desenvolvimento humano (IDH) alto.

• A governança inteligente mensura a qualidade e transparência da gestão pública


municipal com indicadores como facilidade na utilização dos serviços públicos, capital
investido em tecnologia, transparência na disponibilidade dos dados, na utilização e
gerenciamento de recursos públicos.

• A mobilidade inteligente está relacionada à facilidade da mobilidade nos centros


urbanos considerando os diversos tipos de transporte. A mobilidade inteligente
inclui, portanto, transporte e indivíduos, sendo que a cidade precisa gerenciar de
modo adequado o fluxo de veículos, pedestres e o congestionamento de tráfego.
A acessibilidade precisa ser alcançada para auxiliar as pessoas com necessidades
especiais a se locomoverem com mais facilidade pela cidade.

20
• O meio ambiente inteligente avalia a sustentabilidade na cidade tendo como indica-
dores a poluição ambiental, eficiência na utilização dos recursos não renováveis e a
quantidade de resíduos reciclados.

• A cidade digital oferece interoperabilidade, ou seja, o sistema tem a capacidade de se


comunicar de modo transparente com outro sistema. Na prática da rotina das cidades,
isso significa que os serviços governamentais com base na internet possibilitam uma
conectividade com os processos do governo facilitando o acesso tanto de outras
instituições públicas quanto para cidadãos. As cidades inteligentes estão implantando
serviços on-line em diferentes setores privilegiando o desenvolvimento sustentável,
com isso observa-se que a integração é primordial. Isso porque estabelece ambientes
mais eficientes na tomada de decisões buscando inovação.

21
AUTOATIVIDADE
1 O conceito de cidade inteligente significa eficiência na gestão inteligente e
integração das tecnologias da informação e comunicação com a participação efetiva
da população. A palavra inteligente é usada tanto para designar o desenvolvimento
tecnológico quanto a inovação social e econômica. Por isso, existem inúmeros
esforços aplicados nos estudos atuais para soluções inteligentes nas cidades e
deram origem ao conceito de cidades inteligentes. Considerando esta afirmação,
elabore um quadro com a relação da cidade inteligente com setores da sociedade.

2 O conceito da cidade inteligente surgiu na década de 1990 e evoluiu com o tempo.


No início, o conceito estava focado na importância das tecnologias na superação
dos desafios urbanos. Posteriormente, ocorreu a evolução do conceito considerando
agora capital humano, educação e questões ambientais, como fatores primordiais
para o desenvolvimento adequado das cidades. Dessa forma, assinale a alternativa
INCORRETA:

a) ( ) Em comum, parece estar as definições do uso de tecnologias de informação


e comunicação para a transformação de dinâmicas urbanas, tais como o
planejamento urbano e territorial, o engajamento e a participação cidadã, as
políticas de mobilidade, habitação, entre outras.
b) ( ) Uma cidade que utiliza tecnologias pode ser denominada como uma cidade
digital. Entretanto, uma cidade inteligente proporciona melhoria da qualidade
dos serviços oferecidos à população.
c) ( ) Smart Cities são sistemas de pessoas interagindo e usando energia, materiais,
serviços e financiamento para catalisar o desenvolvimento econômico e a
melhoria da qualidade de vida.
d) ( ) Os fluxos de relação simples são considerados inteligentes por fazer uso
estratégico de serviços com planejamento e gestão urbana para dar resposta
às necessidades sociais e econômicas da sociedade.

3 As cidades inteligentes surgem de um modelo de planejamento integrado com


a capacidade de inovação e a cooperação entre todas as partes interessadas da
sociedade. Isso promove a participação e a integração abrangente dos aspectos
sociais da vida urbana. Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras
e F para as falsas:

( ) Economia inteligente mensura do ponto de vista econômico a preparação de uma


determinada cidade, usando parâmetros como qualidade das organizações e o seu
ambiente para empreendedorismo.

22
( ) A economia inteligente engloba inúmeras áreas e está relacionada aos demais
elementos da cidade inteligente. Isso significa que depende do funcionamento
adequado desses elementos para que atue de modo eficiente.
( ) População inteligente mensura o desenvolvimento da população urbana utilizando
parâmetros como educação, emprego e renda.
( ) Indivíduos que compõem uma cidade inteligente possuem destaque em suas
atividades profissionais compondo uma população com índice de desenvolvimento
humano (IDH) alto.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V - V - V - F.
b) ( ) V - F - V - V.
c) ( ) F - V - V - F.
d) ( ) V - V - V - V.

4 Para avaliar o processo de desenvolvimento das cidades inteligentes são necessários


indicadores, sendo que o Fórum Comunidade Inteligente elaborou uma lista
de indicadores que fornecem uma estrutura para a compreensão de como as
comunidades e regiões podem ganhar uma vantagem competitiva na economia.
Considerando esta afirmação, elabore um quadro com os indicadores propostos.

5 Governança inteligente mensura a qualidade e transparência da gestão pública


municipal com indicadores como facilidade na utilização dos serviços públicos,
capital investido em tecnologia, transparência na disponibilidade dos dados, na
utilização e gerenciamento de recursos públicos. Sobre o exposto, classifique V para
as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) A governança de uma cidade inteligente precisa abranger a prestação de contas


inovando de modo constante a governança eletrônica.
( ) A governança trará benefícios à população melhorando a capacidade do setor
público em fornecer serviços de modo eficaz e eficiente.
( ) É necessária uma formulação de política pública participativa no processo de
planejamento, implementação e monitoramento urbano, bem como a discussão de
um orçamento participativo.
( ) O engajamento do cidadão pode auxiliar o processo legislativo, já que os habitantes
podem opinar sobre leis em um website fornecido pelo governo.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V - V - V - F.
b) ( ) V - F - V - V.
c) ( ) F - V - V - F.
d) ( ) V - V - V - V.

23
24
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
TECNOLOGIAS E CONCEITOS

1 INTRODUÇÃO
A expansão das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) relacionadas
com acesso a redes de sensores que produzem dados minuciosos sobre as atividades
que ocorrem nos ambientes urbanos prometem revolucionar a vida social nos centros
urbanos (JUMP, 2007; CERRI et al., 2017; RIZZON et al., 2017; MAGRANI, 2018).

A popularização dos dispositivos móveis conectados à internet, o menor custo


de armazenamento de dados, bem como as técnicas de análise de big data são novi-
dades que vêm contribuindo para que uma maior quantidade de dados esteja à dis-
posição dos gestores públicos (CERRI et al., 2017; ANTONIALLI; KIRA, 2020; LOGSDON;
FABRÍCIO, 2020).

Porém, é primordial que a administração pública use os dados de modo


completo e preciso. Essas são novas possibilidades de análise, que otimizam de
modo revolucionário a formulação de políticas públicas (CERRI et al., 2017; LOGSDON;
FABRÍCIO, 2020). Portanto, neste tópico, vamos estudar a importância da tecnologia no
processo de desenvolvimento das cidades inteligentes.

2 IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA E DA INOVAÇÃO


A cidade pode ser vista como uma unidade ambiental, em que os elementos
e processos ambientais são inter-relacionados e interdependentes, de modo que uma
mudança em qualquer componente terá impacto nos outros componentes (SILVA;
VARGAS, 2010 apud KNIESS et al., 2019). Segundo Kniess et al. (2019, p. 119):

A cidade expressa, pois uma interação sistêmica e recíproca entre


ecossistema social e ecossistema natural. Por outro lado, os centros
urbanos crescem e com eles crescem os grandes problemas sociais
e desequilíbrios ambientais, que resultam na diminuição da qualidade
de vida, degradação ambiental acelerada e riscos de governabilidade.

O grande desafio das cidades atuais é o enfretamento dos problemas urbanos


para que a população tenha uma melhor qualidade de vida, ao mesmo tempo em que
oportuniza o crescimento econômico e garante a sustentabilidade ambiental (KNIESS
et al., 2019; FARINIUK, 2020; RECH, 2020; CARVALHO, 2021). A criação de novas tec-
nologias estabelece facilidades, serviços e produtos, que mudam a rotina das cidades.

25
QUADRO 6 – TECNOLOGIAS E A INFLUÊNCIA NAS CIDADES

TECNOLOGIAS DESCRIÇÃO

Poderão revolucionar o setor da construção civil


IMPRESSORAS 3D e contribuir para suprir o déficit habitacional
das cidades.

Poderão criar indicadores em tempo real para


SISTEMAS DE BIG DATA E
melhorar a governança e a tomada de decisão
ANÁLISE
dos gestores públicos.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA) Poderão impulsionar a eficiência das TIC.

Poderão integrar bilhões de objetos e sensores


INTERNET DAS COISAS (IOT)
à internet.

FONTE: Adaptado de Kniess et al. (2019)

Então, agora, vamos abordar as tecnologias!

3 INTERNET DAS COISAS (IOT)


A Internet das Coisas (IoT) é considerada uma conexão de objetos da rotina
diária da sociedade moderna, por exemplo: lâmpadas para iluminação pública; sensores
de qualidade de água e ar; entre outros (JOÃO et al., 2019; FORNASIER, 2019). Os objetos
são identificados com um nome único, sua posição e estado conhecidos, e devem ser
acessíveis através de uma rede interoperável (FORNASIER, 2019; FARINIUK, 2020; RECH,
2020; CARVALHO, 2021). Conforme Magrani (2018, p. 20):

De maneira geral, a internet das coisas (IoT) pode ser entendida


como um ambiente de objetos físicos interconectados com a
internet por meio de sensores pequenos e embutidos, criando
um ecossistema de computação onipresente (ubíqua), voltado
para a facilitação do cotidiano das pessoas, introduzindo soluções
funcionais nos processos do dia a dia.

Outro fator importante na definição é que a IoT se concentra em como


computadores, sensores e objetos interagem uns com os outros e processam
informações/dados em um contexto de hiperconectividade (MAGRANI, 2018;
FORNASIER, 2019; JOÃO et al., 2019). De acordo com Lacerda e Lima-Marques (2015,
p. 160):

O termo Internet das Coisas foi cunhado em 1999 por Kevin Ashton,
co-fundador do Auto-ID Center do Massachusetts Institute of
Technology (MIT). Em recente artigo, Ashton (2009) afirmou que a ideia
original da IdC previa a conexão de todos os objetos físicos à Internet,
com capacidade de capturar informações por meio de identificação

26
por radiofrequência (RFID) e tecnologias de sensoriamento – as
quais os permitiriam observar, identificar e compreender o mundo
independentemente das pessoas e suas limitações de tempo,
atenção e precisão.

Podemos destacar três componentes principais em um sistema de IoT (LACERDA;


LIMA-MARQUES, 2015; MAGRANI, 2018; FORNASIER, 2019; JOÃO et al., 2019):

• Hardware: sensores, atuadores e aparelhos de comunicação.


• Middleware: processamento e armazenamento dos dados capturados pelo hardware.
• Camada de apresentação: usuários ou administradores do sistema podem acessar,
manipular e analisar os dados.

A IoT é considerada eficiente para o gerenciamento de inúmeros dispositivos


que estarão conectados em uma cidade inteligente. Deste modo, os dados coletados na
cidade são encaminhados para as plataformas de software, ou ainda, para as aplicações
para que sejam armazenados e processados proporcionando o desenvolvimento de
serviços inovadores (LACERDA; LIMA-MARQUES, 2015; MAGRANI, 2018; FORNASIER,
2019; JOÃO et al., 2019).

FIGURA 12 – IOT NAS CIDADES INTELIGENTES

FONTE: <https://bit.ly/3ogCD80>. Acesso em: 22 jun. 2021.

A Internet das Coisas possui uma enorme quantidade de aplicações potenciais


em cidades inteligentes. Alguns exemplos são (LACERDA; LIMA-MARQUES, 2015;
MAGRANI, 2018; FORNASIER, 2019; JOÃO et al., 2019):

• monitoramento da estrutura de prédios históricos;


• detecção da quantidade armazenada de resíduos;
• monitoramento de ruídos próximo a áreas críticas;

27
• monitoramento das condições de semáforos;
• monitoramento de lâmpadas de iluminação pública;
• monitoramento de vazamentos em sistema públicos.

Uma aplicação interessante e que pode auxiliar no processo de gerenciamento


de resíduos sólidos é a instalação de sensores com IoT em contêineres de resíduos
(MAGRANI, 2018; JOÃO et al., 2019). Esses sensores detectam o nível de armazenamento
emitindo um aviso à central quando a capacidade estiver próxima ao limite (MAGRANI,
2018; FORNASIER, 2019; JOÃO et al., 2019). Isso proporciona uma gestão eficiente dos
resíduos nas cidades, e ainda, oferece uma visão do comportamento da população,
permitindo que estratégias sejam planejadas, tais como: rotas e horários para
recolhimento; instalação e remanejamento de outros aparelhos (LACERDA; LIMA-
MARQUES, 2015; MAGRANI, 2018).

FIGURA 13 – SENSORES COM IOT EM CONTÊINERES DE RESÍDUOS

FONTE: <https://bit.ly/39HfymJ>. Acesso em: 22 jun. 2021.

Leia o UNI a seguir sobre o Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT)!

DICA
Visando promover o desenvolvimento sustentável e competitivo da economia brasileira,
foi instituído o Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT), pelo Decreto nº 9.854, de 25 de
junho de 2019. Trata-se de uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações
(MCTI), do Ministério da Economia e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), em conjunto com a sociedade civil, para garantir que o Brasil se beneficie
da tecnologia de IoT. No plano foram definidas quatro áreas prioritárias: indústria, saúde,
cidades inteligentes e agricultura. O Art. 3º do Decreto nº 9.854, de 25 de junho de 2019
define como objetivos do Plano Nacional de Internet das Coisas:

28
• melhorar a qualidade de vida das pessoas e promover ganhos de
eficiência nos serviços, por meio da implementação de soluções de IoT;
• promover a capacitação profissional relacionada ao desenvolvimento
de aplicações de IoT e a geração de empregos na economia digital;
• incrementar a produtividade e fomentar a competitividade das
empresas brasileiras desenvolvedoras de IoT, por meio da promoção
de um ecossistema de inovação neste setor;
• buscar parcerias com os setores público e privado para a implemen-
tação da IoT;
• aumentar a integração do País no cenário internacional, por meio da
participação em fóruns de padronização, da cooperação internacional
em pesquisa, desenvolvimento e inovação e da internacionalização de
soluções de IoT desenvolvidas no País.

FONTE: <https://bit.ly/3kJtd2N>. Acesso em: 20 jun. 2021.

4 BIG DATA
O conceito de Big Data diz respeito a grandes volumes de dados com diferentes
características, ou seja, dados heterogêneos e de diferentes fontes (LUKOIANOVA;
RUBIN, 2014; GANDOMI; HAIDER, 2015; NETO, 2016). As organizações estão gerando
um grande volume de dados que necessitam de um processo de gestão específico para
garantir a sua qualidade (GANDOMI; HAIDER, 2015; FREUND et al., 2019).

O maior diferencial da Big Data é a capacidade de tratar qualquer tipo de registro


digital, sendo que no setor agrícola determinados registros são indispensáveis, tais
como (LUKOIANOVA; RUBIN, 2014; GANDOMI; HAIDER, 2015; NETO, 2016):

• vídeos de geolocalização;
• características físicas, químicas e biológicas do solo;
• históricos de consumo e disponibilidade dos recursos hídricos;
• rotação de cultura.

Os cinco princípios do Big Data estão relacionados ao algoritmo que usa uma
grande quantidade de informações concretas, coletadas em tempo real e que podem
gerar conhecimento para tomada de decisão (FREUND et al., 2019).

29
FIGURA 14 – CINCO PRINCÍPIOS DO BIG DATA

FONTE: <https://blog.neoway.com.br/o-que-e-big-data/>. Acesso em: 22 jun. 2021.

A avaliação adequada possibilita a identificação antecipada de ameaças e


vulnerabilidades, e garante ações preventivas para reduzir riscos e evitar prejuízos
(LUKOIANOVA; RUBIN, 2014; FREUND et al., 2019). A característica veracidade em
ambientes Big Data refere-se ao grau de credibilidade dos dados, sendo que os mesmos
devem apresentar confiabilidade significativa para proporcionar valor e utilidade aos
resultados gerados a partir deles (LUKOIANOVA; RUBIN, 2014; GANDOMI; HAIDER, 2015;
NETO, 2016).

QUADRO 7 – DESCRIÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO BIG DATA

PRINCÍPIO DESCRIÇÃO

Considera a grande quantidade de dados gerada por


VOLUME
organizações, usuários e dispositivos.

Refere-se aos diversos tipos e formatos de dados que são


VARIEDADE
gerados e precisam ser suportados pelos ambientes de Big Data.

Relacionada com o tempo de resposta para determinada


VELOCIDADE
requisição.

Relacionada com a qualidade e fidelidade dos dados, ou seja,


VERACIDADE
com o grau de precisão e confiabilidade que o dado possui.

Refere-se à utilidade dos dados e a sua importância dentro de


VALOR
um determinado contexto.

VARIABILIDADE Mudança de significado que o dado sofre ao longo do tempo.

VISUALIZAÇÃO Refere-se à eficácia da forma de apresentação dos dados.

FONTE: Adaptado de Freund et al. (2019)

30
Os dados, portanto, são ferramentas capazes de promover a integração entre
setores públicos e a sociedade, tendo os seguintes benefícios (FREUND et al., 2019;
NETO, 2016):

• Conscientização situacional: o setor público, bem como a população compreendem


as tendências com base em dados reais.
• Relação de causa e efeito das medidas tomadas: mensura quais variáveis causam
determinado problema e quais auxiliam na busca da solução.
• Previsibilidade: característica de real-time do Big Data, sendo essencial na definição
de ações, riscos e demandas.
• Avaliação de impacto: possibilita observar a localização dos obstáculos que interferem
no sucesso das ações.

Portanto, o Big Data não é somente uma estrutura de armazenamento moderna,


mas uma evolução do ciclo de vida dos dados dentro de uma aplicação (GANDOMI;
HAIDER, 2015; NETO, 2016; FREUND et al., 2019). Isso porque suporta a coleta, o
armazenamento, o processamento, a análise e, ainda, a visualização de conjuntos de
dados (GANDOMI; HAIDER, 2015). Considerando as cidades inteligentes, as ferramentas
do de Big Data são utilizadas para o gerenciamento dos dados gerados nas cidades
(NETO, 2016; FREUND et al., 2019). Alguns exemplos do uso de Big Data em cidades
inteligentes (GANDOMI; HAIDER, 2015; NETO, 2016; FREUND et al., 2019):

• reconhecimento de padrões em trânsito usando dados históricos para descobrir as


causas e evitar congestionamentos;
• facilitar as decisões de administradores da cidade usando análises sobre grandes
conjuntos de dados;
• prever a quantidade de energia elétrica utilizada em diferentes dias e horários
utilizando dados históricos e fluxos de dados em tempo real;
• prever a demanda do uso de transporte público utilizando dados históricos sobre a
venda de passagens;
• detectar automaticamente problemas de segurança pública utilizando fluxos de
dados de sensores e redes sociais.

4.1 COMPUTAÇÃO EM NUVEM


A computação em nuvem oferece uma infraestrutura importante ao desenvol-
vimento das aplicações das cidades inteligentes, já que armazena e processa os dados
(TIGRE; NORONHA, 2013; ASHTON; TOMAZZONI; EMMENDOERFER, 2014). Além disso,
uma cidade inteligente pode ser muito dinâmica, precisando de reconfigurações auto-
máticas de sua infraestrutura, e isso é auxiliado pela computação em nuvem (TIGRE;
NORONHA, 2013; ASHTON; TOMAZZONI; EMMENDOERFER, 2014; LUDERMIR, 2021).
Conforme Tigre e Noronha (2013, p. 119):

31
A computação em nuvem (cloud computing) simboliza a tendência
de colocar toda a infraestrutura e informação disponível de forma
digital na Internet, incluindo  software  aplicativo, ferramentas
de busca, redes de comunicação, provedores, centros de
armazenamento e processamento de dados. O Protocolo Internet
(IP) constitui a linguagem universal que permite a padronização
dos pacotes de diferentes mídias e comporta o tráfego indistinto
de voz, dados e imagens. A infraestrutura é acessada por terminais
e dispositivos móveis que conectam a nuvem ao ser humano.
O conceito de nuvem é muito importante porque permite que a
computação se transforme em uma utilidade pública, pois os bens da
informação são não rivais e podem ser utilizados simultaneamente
por ilimitados usuários.

FIGURA 15 – COMO FUNCIONA A COMPUTAÇÃO EM NUVEM

FONTE: <https://www.mandic.com.br/cloud/>. Acesso em: 22 jun. 2021.

As características principais dos serviços oferecidos pela computação em nuvem


são  (SANCHEZ; CAPPELLOZZA, 2012; TIGRE; NORONHA, 2013; ASHTON; TOMAZZONI;
EMMENDOERFER, 2014):

• Acesso sob demanda:  atendimento da demanda de recursos computacionais


conforme o requerido pelo processo. Isso acarreta acréscimo ou redução de recursos
computacionais conforme as necessidades do usuário.
• Pay-per-use:  calcula os pagamentos aos fornecedores conforme o uso dos serviços.
• Conectividade: característica que requer que o acesso aos servidores seja efetuado
em alta velocidade, isso possibilita maior tráfego de informações.

32
• Compartilhamento:  refere-se à possibilidade de ganhos de escala nas receitas
dos serviços de computação em nuvem pelo compartilhamento do excesso de
capacidade de infraestrutura de TI entre grupos de clientes.
• Abstração: clientes que desconhecem o local físico de hospedagem de suas
informações.

Portanto, a computação em nuvem é primordial para fornecer a infraestrutura


para armazenar e executar os serviços de uma cidade (SANCHEZ; CAPPELLOZZA, 2012;
TIGRE; NORONHA, 2013; ASHTON; TOMAZZONI; EMMENDOERFER, 2014). Os dados
podem ser provenientes de uma rede implantada com as ideias de IoT e encaminhadas
à infraestrutura de computação em nuvem, onde os dados são processados usando
ferramentas de Big Data (SANCHEZ; CAPPELLOZZA, 2012; TIGRE; NORONHA, 2013).

4.2 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL


Nos últimos anos, houve um crescimento considerável da presença da
Inteligência Artificial (IA) na rotina diária da sociedade. O uso da IA ocorre em atividades
comuns, tais como: ler mensagens encaminhadas por e-mail; utilizar a máquina de lavar
roupas; dirigir um veículo autônomo ou semiautônomo; ou ainda, escolher um filme
para assistir em uma plataforma de streaming (SANCHEZ; CAPPELLOZZA, 2012; TIGRE;
NORONHA, 2013; RECH, 2020; CARVALHO, 2021). O avanço no uso da IA ocorre por meio
de três eixos, conforme o Quadro 8 (RECH, 2020; CARVALHO, 2021).

QUADRO 8 – EIXOS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

EIXOS DESCRIÇÃO

Extração de dados que ocorreram por meio do desenvolvimento


PRIMEIRO
de novos sensores, incluindo câmeras.

Armazenamento de dados, por meio de novos materiais que


SEGUNDO aumentaram a capacidade de armazenamento, melhorando sua
confiabilidade e reduzindo custos.

Transmissão de dados em decorrência das redes de computadores


TERCEIRO e pela internet, que conecta mais dispositivos, ou coisas, do que
pessoas.

FONTE: Adaptado de Carvalho (2021)

A IA pode ser caracterizada em três tipos, de acordo com o Quadro 9.

33
QUADRO 9 – TIPOS DE IA

IA Focada IA Generalizada IA Superinteligente

Consiste de algoritmos Os algoritmos Os algoritmos são mais


especializados em resolver desenvolvidos são capazes que humanos
problemas em uma área e/ou um capazes de realizar em praticamente todas
problema específico. inúmeras tarefas. Nestes as atividades. Ainda
Os sistemas são capazes casos, geralmente não existem sistemas
de armazenar uma grande os algoritmos usam com IA Superinteligente
quantidade de dados e os técnicas de aprendizado e não se sabe se
algoritmos podem realizar tarefas de máquina como existirão sistemas
complexas. Entretanto, sempre ferramenta. O mais inteligentes
focadas no objetivo para o qual desempenho dos que os humanos
foram desenvolvidos. Exemplos: algoritmos pode desenvolvidos com
Sistemas Especialistas e ser semelhante aos técnicas de IA.
Sistemas de Recomendação. humanos.

FONTE: Adaptado de Ludermir (2021)

As técnicas do aprendizado de máquina são orientadas a dados, ou seja, podem


aprender de modo automático a partir de grandes volumes de dados (RECH, 2020;
CARVALHO, 2021; LUDERMIR, 2021). Existem três tipos principais de aprendizado de
máquina, conforme a figura a seguir.

FIGURA 16 – TIPOS DE APRENDIZADO DE MÁQUINA

FONTE: <https://bit.ly/3oh4wx0>. Acesso em: 22 jun. 2021.

34
A utilização de aprendizado de máquina na busca de soluções precisa de alguns
pré-requisitos bem construídos e atualizados (TIGRE; NORONHA, 2013; LUDERMIR,
2021). Os dados devem ser confiáveis, por isso é importante a utilização de técnicas
que melhorem a qualidade dos dados (RECH, 2020; CARVALHO, 2021; MAZO et al.,
2021). Porém, é preciso considerar que nem todo algoritmo de aprendizado de máquina
consegue resolver todos problemas, por isso é importante efetuar a seleção dos
conjuntos de algoritmos adequados para a solução do problema (TIGRE; NORONHA,
2013). Posteriormente, é preciso definir os parâmetros dos algoritmos para depois
verificar se o algoritmo está resolvendo o problema com eficiência (RECH, 2020;
CARVALHO, 2021; MAZO et al., 2021; LUDERMIR, 2021). Por último, o sistema precisa ser
atualizado, porque as alterações nos dados podem acarretar falhas de funcionamento
do sistema.

QUADRO 10 – TIPOS DE APRENDIZADO DE MÁQUINA

TIPO DESCRIÇÃO

Para cada exemplo apresentado ao algoritmo de aprendizado


é necessário apresentar a resposta desejada. Desta maneira,
cada exemplo é descrito por um vetor de valores (atributos)
Aprendizado
e pelo rótulo da classe associada. O objetivo do algoritmo é
Supervisionado
construir um classificador que possa determinar corretamente
a classe de novos exemplos ainda não rotulados. Esse método
de aprendizado é o mais usado.

Os exemplos são fornecidos ao algoritmo sem rótulos. O


algoritmo agrupa os exemplos pelas similaridades dos seus
atributos. O algoritmo analisa os exemplos fornecidos e tenta
Aprendizado não
determinar se alguns deles podem ser agrupados de algum
Supervisionado
modo, formando agrupamentos. Após a determinação dos
agrupamentos é preciso uma análise para determinar o que
cada agrupamento significa no contexto.

O algoritmo não recebe a resposta correta, mas recebe um


Aprendizado por sinal de reforço, de recompensa ou punição. O algoritmo faz
Reforço uma hipótese baseado nos exemplos e determina se essa
hipótese foi boa ou ruim.

FONTE: Adaptado de Ludermir (2021)

Uma das técnicas mais utilizadas de aprendizado de máquina são as Redes


Neurais Artificiais (RNA), que são considerados modelos matemáticos que se
assemelham nas estruturas neurais biológicas (RECH, 2020; CARVALHO, 2021; MAZO et
al., 2021; LUDERMIR, 2021). Estes possuem a capacidade computacional adquirida por
meio de aprendizado. Segundo Ludermir (2021, p. 89):

35
O número de neurônios em uma RNA determina a sua capacidade de
generalização, tanto quanto sua qualidade na resolução do proble-
ma. A determinação do número de neurônios depende da comple-
xidade do problema, no entanto não existem estudos que provem
como deve ser feita essa distribuição de neurônios por camada.

FIGURA 17 – REDES NEURAIS ARTIFICIAIS (RNA)

FONTE: <https://nutrimosaic.com.br/redes-neurais-artificiais-aplicadas-a-zootecnia/>. Acesso em: 22


jun. 2021.

Portanto, a utilização da IA está transformando a rotina dos indivíduos da


sociedade moderna, tanto que de acordo com Rech (2020, p. 90):

A inteligência artificial vem sendo defendida para a solução dos


problemas urbanos de nossas cidades futuras. O tema tem sido
tratado como cidades inteligentes, tendo a tecnologia como
instrumento de planejamento dos atuais problemas enfrentados
pelas cidades. O crescimento tecnológico precisa ser transformado
em desenvolvimento sustentável, em que a inovação, a tecnologia,
a inteligência artificial, tenham como plataforma de planejamento, o
meio ambiente.

Desse modo, você pôde perceber ao longo deste tópico, que as cidades
inteligentes geram dados que oferecem maior eficiência dos serviços públicos
interconectando inúmeros pontos da cidade. Isso garante que a tomada de decisões
seja embasada em dados reais gerando efeitos positivos na gestão pública (JUMP,
2007; ANTONIALLI; KIRA, 2020; LOGSDON; FABRÍCIO, 2020).

36
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• A popularização dos dispositivos móveis conectados à internet, o menor custo


de armazenamento de dados, bem como as técnicas de análise de big data são
novidades que vêm contribuindo para que uma maior quantidade de dados esteja à
disposição dos gestores públicos.

• A cidade pode ser vista como uma unidade ambiental, em que os elementos e
processos ambientais são inter-relacionados e interdependentes, de modo que uma
mudança em qualquer componente terá impacto nos outros componentes.

• A Internet das Coisas (IoT) é considerada uma conexão de objetos da rotina diária
da sociedade moderna, por exemplo: lâmpadas para iluminação pública; sensores
de qualidade de água e ar; entre outros. Os objetos são identificados com um nome
único, sua posição e estado conhecidos, e devem ser acessíveis através de uma rede
interoperável.

• O conceito de Big Data  diz respeito a grandes volumes de dados com diferentes
características, ou seja, dados heterogêneos e de diferentes fontes. As organizações
estão gerando um grande volume de dados que necessitam de um processo de
gestão específico para garantir a sua qualidade.

• O maior diferencial da Big Data é a capacidade de tratar qualquer tipo de registro


digital, sendo que no setor agrícola determinados registros são indispensáveis.

• A computação em nuvem oferece uma infraestrutura importante para o desenvolvi-


mento das aplicações das cidades inteligentes, já que armazena e processa os dados.
A computação em nuvem é primordial para fornecer a infraestrutura para armazenar
e executar os serviços de uma cidade.

• Os dados podem ser provenientes de uma rede implantada com as ideias de IoT e
encaminhadas à infraestrutura de computação em nuvem, onde os dados são
processados usando ferramentas de Big Data.

• Nos últimos anos, houve um crescimento considerável da presença da Inteligência


Artificial (IA) na rotina diária da sociedade. O uso da IA ocorre em atividades comuns,
tais como: ler mensagens encaminhadas por e-mail; utilizar a máquina lavar roupas;
dirigir um veículo autônomo ou semiautônomo.

37
AUTOATIVIDADE
1 A expansão das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) relacionadas com
acesso a redes de sensores que produzem dados minuciosos sobre as atividades que
ocorrem nos ambientes urbanos prometem revolucionar a vida social nos centros
urbanos. Considerando esta afirmação, elabore um quadro com o desenvolvimento
de novas tecnologias e a influência nas cidades.

2 A Internet das Coisas (IoT) é considerada uma conexão de objetos da rotina diária
da sociedade moderna, por exemplo: lâmpadas para iluminação pública; sensores
de qualidade de água e ar; entre outros. Os objetos são identificados com um nome
único, sua posição e estado conhecidos, e devem ser acessíveis através de uma rede
interoperável. Dessa forma, assinale a alternativa INCORRETA:

a) ( ) A IoT se concentra em como computadores, sensores e objetos interagem


uns com os outros e processam informações/dados em um contexto de
hiperconectividade.
b) ( ) A IoT é considerada eficiente para o gerenciamento de inúmeros dispositivos
que estarão conectados em uma cidade inteligente.
c) ( ) Os dados coletados na cidade são encaminhados para as plataformas de
software, ou ainda, para as aplicações para que sejam armazenados e
processados proporcionando o desenvolvimento de serviços inovadores.
d) ( ) A IoT possui uma quantidade finita de aplicações de hardware em Cidades
Inteligentes.

3 O conceito de Big Data diz respeito a grandes volumes de dados com diferentes
características, ou seja, dados heterogêneos e de diferentes fontes. As organizações
estão gerando um grande volume de dados que necessitam de um processo de
gestão específico para garantir a sua qualidade. Sobre o exposto, classifique V para
as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) O maior diferencial da Big Data é a capacidade de tratar qualquer tipo de registro


digital, sendo que no setor agrícola determinados registros são indispensáveis.
( ) A avaliação adequada possibilita a identificação de ameaças e vulnerabilidades, e
garante ações preventivas para não ocorrer nenhum erro.
( ) A característica veracidade em ambientes Big Data refere-se ao grau de credibili-
dade dos dados, sendo que os mesmos devem apresentar confiabilidade significa-
tiva para proporcionar valor e utilidade aos resultados gerados a partir deles.
( ) Os dados são ferramentas capazes de promover a integração entre setores públicos
e a sociedade.

38
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - V - V - F.
b) ( ) V - F - V - V.
c) ( ) F - V - V - F.
d) ( ) V - V - V - V.

4 O Big Data não é somente uma estrutura de armazenamento moderna, mas uma
evolução do ciclo de vida dos dados dentro de uma aplicação. Isso porque suporta
a coleta, o armazenamento, o processamento, a análise e, ainda, a visualização
de conjuntos de dados. Considerando esta afirmação, elabore um quadro com os
princípios do Big Data.

5 A computação em nuvem oferece uma infraestrutura importante para o desenvolvi-


mento das aplicações das cidades inteligentes, já que armazena e processa os da-
dos. Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) A computação em nuvem (cloud computing) simboliza a tendência de colocar toda


a infraestrutura e informação disponível de forma digital na Internet, incluindo
software aplicativo, ferramentas de busca, redes de comunicação, provedores,
centros de armazenamento e processamento de dados.
( ) Acesso sob demanda: atendimento da demanda de recursos computacionais
conforme o requerido pelo processo.
( ) Pay-per-use: calcula os pagamentos aos fornecedores conforme o uso dos serviços.
( ) Conectividade: característica que requer que o acesso aos servidores seja efetuada
em alta velocidade, isso possibilita maior tráfego de informações.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V - V - V - F.
b) ( ) V - F - V - V.
c) ( ) F - V - V - F.
d) ( ) V - V - V - V.

39
40
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
PLATAFORMAS DE CIDADES
INTELIGENTES

1 INTRODUÇÃO

Um problema que ocorre frequentemente nas aplicações de cidades


inteligentes é que são desenvolvidos desde o início com pouco reuso de software e
sem a comunicação entre os sistemas (FAVARETTO, 2007; NASCIMENTO; SAFADI;
SILVA, 2011; LACERDA;  LIMA-MARQUES, 2015). O uso não otimizado dos recursos
impede o desenvolvimento de aplicações que necessitem de dados e serviços de
diversos domínios, o que é uma das principais características de cidades inteligentes
(FAVARETTO, 2007; LACERDA; LIMA-MARQUES, 2015).

Para resolver os problemas de integração entre as aplicações, é o uso de


uma plataforma de software que oferece diversos mecanismos e características
não funcionais para o uso dos dados e serviços da cidade de modo integrado e com
o objetivo de auxiliar a implementação de aplicações de cidades inteligentes para
cidadãos e administradores da cidade (FAVARETTO, 2007; NASCIMENTO; SAFADI; SILVA,
2011; LACERDA; LIMA-MARQUES, 2015; ANTONIALLI; KIRA, 2020).

Este tópico traz a implementação de plataformas de software para Cidades Inte-


ligentes incluindo os desafios técnicos e de pesquisa que ainda precisam ser resolvidos.

2 AS PLATAFORMAS E OS REQUISITOS PARA AS


CIDADES INTELIGENTES
As plataformas são desenvolvidas com o objetivo de auxiliar as aplicações de
cidades inteligentes, propiciando o desenvolvimento de novas soluções (KON; SANTA-
NA, 2017; RIZZON et al., 2017; JOÃO et al., 2019; ANTONIALLI; KIRA, 2020). Existem inú-
meros desafios técnicos em plataformas de cidades inteligentes, sendo que as soluções
estão relacionadas com a compreensão dos requisitos (KON; SANTANA, 2017; JOÃO et
al., 2019).

Agora, vamos entender o que são requisitos e qual a sua importância para as
cidades inteligentes.

41
2.1 REQUISITOS FUNCIONAIS DE UMA PLATAFORMA DE
CIDADES INTELIGENTES
A maior parte das plataformas desenvolvidas às cidades inteligentes oferecem
funcionalidades para armazenamento, coleta e compartilhamento das informações dos
centros urbanos, bem como para o desenvolvimento e execução de serviços e aplicações
(KON; SANTANA, 2017; RIZZON et al., 2017; JOÃO et al., 2019; ANTONIALLI; KIRA, 2020).
O Quadro 11 apresenta os principais requisitos funcionais para plataformas de software.

QUADRO 11 – REQUISITOS FUNCIONAIS

REQUISITOS
DESCRIÇÃO
FUNCIONAIS
A manipulação de dados em uma cidade inteligente é enorme,
portanto, é preciso que as plataformas implementem inúmeras
ações relacionadas ao ciclo de vida dos dados da cidade, tais
como: coleta, armazenamento, análise e visualização.
Gerenciamento de
Dados Inúmeras técnicas e ferramentas podem ser utilizadas para
esse requisito, tais como: banco de dados NoSQL (dados não
estruturados ou semiestruturados), ferramentas de Big Data
(análise e processamento dos dados), geradores de relatórios
e imagens para a visualização dos dados.

Determinadas plataformas suportam a execução de aplicações da


Ambiente para
cidade auxiliando no processo de implantação e integração entre
Execução de
essas aplicações. Já outras, disponibilizam serviço para a execu-
Aplicações
ção de aplicações criadas com ferramentas da própria plataforma.

As cidades inteligentes gerenciam uma rede considerável de


dispositivos instalados, tais como: sensores que coletam dados
Gerenciamento da
ambientais ou que monitoram o trânsito. Sendo que, algumas
Rede de Sensores
atividades necessárias são a adição, remoção, monitoramento
e coleta de dados dos sensores.

O processo de processamento dos dados é primordial para


a criação tanto de serviços quanto de aplicações para
cidades. Outro ponto relevante do processamento de dados
é a compreensão de algum fenômeno que ocorre na cidade,
podendo assim realizar uma pesquisa direcionada.
Processamento de
Dados Inúmeras ferramentas são usadas para o processamento
de dados, podendo-se citar: máquinas de inferência;
processadores de workflows; ferramentas de Big Data para
processar um grande volume de dados. Deste modo, esses
componentes auxiliam no processo de análise, verificação,
agregação e filtragem dos dados coletados.

42
Para facilitar a criação de aplicações é importante que os dados
coletados e processados sejam acessados por aplicações e
serviços externos à infraestrutura da cidade. Existem inúmeras
iniciativas que disponibilizam seus dados em portais de
Acesso aos Dados
dados abertos, mas é preciso que estes estejam em formatos
padronizados e com meta-dados descritivos associados. Outro
modo de disponibilizar os dados é através de serviços de
publicação/assinatura (publish/subscribe).

A maioria das plataformas adota a arquitetura orientada


a serviços (SOA) para disponibilizar funcionalidades da
plataforma em um ambiente de Computação em Nuvem. Os
Gerenciamento de serviços oferecidos são: acesso aos dados; dados processados;
Serviços componentes para o processamento de dados como máquinas
de inferência e algoritmos de aprendizado de máquina;
componentes para a execução de workflows e serviços de
gerência de usuários da plataforma.

As plataformas devem fornecer ferramentas que ajudem o


uso dos serviços fundamentais e componentes básicos da
Ferramentas para o plataforma. Exemplos: interfaces visuais para a descrição de
Desenvolvimento de aplicações usando as fontes de dados e serviços disponíveis na
Software plataforma; ferramentas para a descrição de workflows; uso de
ferramentas para desenvolver relatórios e análise de dados, e
ainda, a criação de um kit para facilitar a criação de aplicações.

Os modelos representam aspectos estáticos da cidade, tais


como: mapa com a localização das ruas e equipamentos
públicos; ou ainda, aspectos dinâmicos como o fluxo de
veículos, ou a variação no uso dos serviços de saúde. Os
modelos auxiliam na análise automática dos dados através de
algoritmos de aprendizado de máquina.

Determinadas plataformas usam esses modelos para consultar


Definição de um
os dados em uma linguagem própria de consulta e outras
Modelo da Cidade
usam os modelos para auxiliar na definição das aplicações e
serviços. As atividades principais das plataformas são:

controlar o ciclo de vida dos dados,


coletar os dados com a rede de sensores e atuadores,
gerenciar e processar os dados na plataforma,
compartilhar os dados coletados e processados permitindo
acesso externo a esses dados.

FONTE: Adaptado de Kon e Santana (2017) e João et al. (2019)

Leia a GIO a seguir, com conceitos importantes que foram abordados no Quadro 11.

43
IMPORTANTE
• Banco de dados NoSQL (ou não relacionais): usam um padrão diferente de
armazenamento em relação ao SQL. O diferencial é a capacidade de escalabilidade para
as operações de um modo mais simples e econômico. 

FIGURA – DIFERENÇAS ENTRE O BANCOS DE DADOS NOSQL E O SQL

FONTE: <https://zimozi.co/nosql-db-not-only-sql/>. Acesso em: 20 jun. 2021.

• Bancos de dados SQL (Structured Query Language): pode executar muitos comandos
para criar, alterar, gerenciar, consultar, dentre outras informações no seu banco de
dados. Estes se baseiam no fato de que todos seus dados sejam guardados em tabelas.
O quadro a seguir faz uma comparação entre esses dois bancos de dados.

QUADRO – DIFERENÇAS ENTRE SQL E NOSQL

SQL NoSQL

Armazenamento de Dados estruturados e


Armazenamento de Dados
não estruturados por colunas, grafos,
Estruturados por Tabela
chave-valor e documentos.

Esquema estático Esquema dinâmico

Maturidade de suporte maior Suporte por comunidade independente


(geralmente pago) (open source)

Escalabilidade vertical Escalabilidade horizontal

Pago Gratuito

O desempenho não é alto em todas


as consultas. Não suporta pesquisas Alto desempenho em consultas
e cruzamentos muito complexos.

44
Necessidade de predefinição de
Altamente flexível (fácil adição de colunas e
um esquema de tabela antes da
campos de dados não estruturados)
adição de qualquer dado

FONTE: <https://bit.ly/3ARwUJx>. Acesso em: 22 jun. 2021.

• Workflow: considera a sequência de etapas pelas quais um trabalho passa desde o


início até a sua conclusão.

FIGURA – IMPORTÂNCIA DO WORKFLOW

FONTE: <https://bit.ly/3igt4lU>. Acesso em: 22 jun. 2021.

• Sistema de Mensagens de Publicação/Assinatura: o sistema de mensagens de


publicação/assinatura para publicar uma mensagem para vários assinantes. Um
aplicativo de produção publica uma mensagem sobre uma determinada área de assunto
ou tópico.  O tópico para uma mensagem específica (publicação) é a propriedade da
mensagem.  Os aplicativos de consumidores que assinaram o tópico recebem uma
cópia da mensagem. Um espaço de tópico é uma hierarquia de tópicos de publicação/
assinatura. Esses tópicos possuem pontos de publicação definidos automaticamente
em cada mecanismo do sistema de mensagens em seus barramentos de integração de
serviços associados.

FONTE: <https://ibm.co/3ARYmXl>. Acesso em: 22 jun. 2021.

45
• Arquitetura Orientada a Serviços (SOA) não é uma tecnologia,
não é uma metodologia, não é um serviço, mas é um conceito de
arquitetura corporativo que promove a integração entre o negócio e
a TI por meio de conjunto de interfaces de serviços acoplados. SOA
trata os requisitos de baixo acoplamento, desenvolvimento baseado
em padrões, computação distribuída independente de protocolo,
integração de aplicações e sistemas legados.

FONTE: <https://bit.ly/3NCxhNY>. Acesso em: 22 jun. 2021.

2.2 REQUISITOS NÃO FUNCIONAIS DE UMA PLATAFORMA


DE CIDADES INTELIGENTES
Os requisitos não funcionais de uma cidade inteligente estão atrelados,
geralmente, ao fato de que os indivíduos estão expostos às grandes e heterogêneos
sistemas distribuídos (KON; SANTANA, 2017; RIZZON et al., 2017; JOÃO et al., 2019;
ANTONIALLI;  KIRA, 2020). Os principais requisitos não funcionais e plataformas de
software são:

• INTEROPERABILIDADE: diferentes dispositivos, sistemas, aplicações e plataformas


que integram um ambiente e todos esses componentes precisam operar de modo
integrado. A interoperabilidade, portanto, pode ser considerada como a capacidade
de uma solução ou ferramenta de software trocar dados e trabalhar em conjunto com
outras soluções ou ferramentas. Um exemplo prático, em uma videoconferência, a
interoperabilidade descreve a capacidade de uma solução de enviar e receber dados
de vídeo e áudio com outras soluções de modo independentemente do fabricante
que os desenvolveu, sem causar a interrupção da chamada (RIOS; JANISSEK-MUNIZ,
2014; KON; SANTANA, 2017; SILVA et al., 2019; LOGSDON; FABRÍCIO, 2020).

FIGURA 18 – A INTEROPERABILIDADE EM UMA VIDEOCONFERÊNCIA

FONTE: <https://bit.ly/2Y7BPrA>. Acesso em: 20 jun. 2021.

46
• ESCALABILIDADE: representa a quantidade de usuários, informações, dados, e
serviços em uma cidade inteligente que pode aumentar conforme o tempo, devido à
integração de mais serviços e o aumento populacional (KON; SANTANA, 2017; SILVA
et al., 2019; LOGSDON; FABRÍCIO, 2020). Esse requisito não funcional é essencial
para o funcionamento de outros requisitos funcionais, tais como: gerenciamento da
rede de sensores, de dados e de serviços. Portanto, o que o usuário deve buscar é
a qualidade do serviço prestado pela plataforma independentemente do aumento
da escala do sistema, isso significa que os acordos de nível de serviço (SLA) sejam
respeitados (RIO;  JANISSEK-MUNIZ, 2014; KON; SANTANA, 2017; SILVA et al., 2019;
LOGSDON; FABRÍCIO, 2020).

FIGURA 19 – A ESCALABILIDADE

FONTE: <https://www.remotatec.com.br/noticias/escalabilidade>. Acesso em: 20 jun. 2021.

IMPORTANTE
O Acordo de Nível de Serviço (SLA), é um documento que padroniza um nível de serviço
e a relação entre as partes envolvidas. Esse documento é fundamental para a prestação
de serviços com a descrição detalhada dos acordos das partes envolvidas. A figura a se-
guir exemplifica um SLA da Microsoft Azure, que confirma os níveis de qualidade, missão
crítica e segurança.

47
FIGURA – SLA DA MICROSOFT AZURE

FONTE: <https://www.gtidigital.com/sla/>. Acesso em: 23 jun. 2021.

• ELASTICIDADE: representa a quantidade de usuários que podem acessar os ser-


viços de uma cidade inteligente. Os acessos variam durante o dia tendo horários de
pico. Portanto, é fundamental que toda a infraestrutura da cidade seja redimensio-
nada dinamicamente conforme as necessidades, evitando, assim, a falta de recursos
quando eles realmente forem precisos. Isso evita o desperdício quando estes recur-
sos não mais forem mais usados. Um exemplo prático desse redimensionamento
está relacionado aos serviços de trânsito da cidade que terão mais requisições na
hora do rush do que em outro período (RIOS; JANISSEK-MUNIZ, 2014; KON; SANTANA,
2017; SILVA et al., 2019; LOGSDON; FABRÍCIO, 2020).

• SEGURANÇA: alguns usuários com caráter malicioso poderão fraudar os serviços e as


informações disponibilizadas pela plataforma. Desse modo, as plataformas precisam
implementar mecanismos de segurança para controlar o acesso, tais como: criptografia,
autenticação e a proteção dos dados da plataforma (RIOS; JANISSEK-MUNIZ, 2014; SILVA
et al., 2019; LOGSDON; FABRÍCIO, 2020).

48
FIGURA 20 – CONTROLE DE ACESSO

FONTE: <https://bit.ly/3icdzLx>. Acesso em: 23 jun. 2021.

• PRIVACIDADE: uma característica importante de uma cidade inteligente é a coleta


contínua e regular de dados sensíveis dos usuários, governos, instituições públicas
e privadas como, por exemplo: a localização dos indivíduos e suas ações; dados
governamentais; dados sigilosos de negócios. O que você pode perceber é que a
segurança da privacidade é um desafio. Para isso, algumas estratégias são usadas para
alcançar esse objetivo, como a utilização da criptografia, dispositivos para controlar o
acesso aos dados da plataforma (certificados digitais, biometria e anonimização dos
dados). A anonimização dos dados tem o objetivo de tornar um dado anônimo, ou
seja, é impossível reverter este dado em dado identificável (RIOS; JANISSEK-MUNIZ,
2014; KON; SANTANA, 2017; SILVA et al., 2019; LOGSDON; FABRÍCIO, 2020).

FIGURA 21 – ANONIMIZAÇÃO DOS DADOS

FONTE: <https://bit.ly/39Q3NKs>. Acesso em: 23 jun. 2021.

49
• ADAPTABILIDADE: algumas plataformas adaptam o seu comportamento de modos
diferentes, ou ainda, em dimensões diferentes, considerando os usuários ou a
cidade. Os benefícios são: aumenta a tolerância a falhas; procura e utiliza um servidor
mais próximo a um usuário para executar sua requisição; decide se determinado
processamento será em tempo real ou em lote; busca adaptar dados de fontes
diferentes para uma representação comum. Um exemplo prático desse requisito
ocorre em plataformas que usam os conceitos de IoT para adaptar o funcionamento
das redes de sensores (RIOS; JANISSEK-MUNIZ, 2014; KON; SANTANA, 2017; SILVA et
al., 2019; LOGSDON; FABRÍCIO, 2020).

• EXTENSIBILIDADE: representa a habilidade de somar serviços, componentes e


aplicações à plataforma. Esse requisito é essencial para garantir a evolução da
plataforma atendendo a novos requisitos e funcionalidades. Por isso, é primordial
o uso de boas práticas de programação orientada a objetos e de arquitetura
de software como, por exemplo: princípios SOLID e uma boa metodologia ágil
(RIOS; JANISSEK-MUNIZ, 2014; KON; SANTANA, 2017; SILVA et al., 2019; LOGSDON;
FABRÍCIO, 2020).

• CONFIGURABILIDADE: uma plataforma de cidade inteligente tem um grande volu-


me de configurações e indicadores para adaptar o seu funcionamento a contextos
distintos em tempo de execução. Desse modo, é essencial que seja permitida a (re)
configuração das variáveis da plataforma (RIOS; JANISSEK-MUNIZ, 2014; KON; SAN-
TANA, 2017; SILVA et al., 2019; LOGSDON; FABRÍCIO, 2020).

Veja a GIO a seguir, com alguns conceitos importantes que já foram abordados!

IMPORTANTE
• As metodologias ágeis são conjuntos de atividades do processo de desenvolvimento
de software (CARVALHO; MELO, 2012; ANDRADE; DANTAS, 2018). Estas possuem maior
flexibilidade e foco na produtividade do processo de desenvolvimento (ANDRADE; DANTAS,
2018). Nesse processo, cada etapa é trabalhada e analisada ao mesmo tempo, antes de
passar à próxima (ALBINO; SOUZA; PRADO, 2014; PEGORARO, 2014). As metodologias
ágeis se adaptam aos novos fatores do projeto ao longo do seu desenvolvimento, sendo
assim, não tentam prever o que poderá ocorrer (SOMMERVILLE, 2007; CARVALHO; MELO,
2012; ALBINO; SOUZA; PRADO, 2014; VARGAS, 2016). As diferenças entre métodos
tradicionais e ágeis resultam em diversas práticas específicas de cada uma de como
ocorre o planejamento e controle, o papel assumido entre os desenvolvedores, o papel
dos clientes e o modo de condução do projeto (SOMMERVILLE, 2007; PEGORARO, 2014;
ANDRADE; DANTAS, 2018). O quadro a seguir faz um comparativo entre as metodologias
ágeis e as tradicionais.

50
QUADRO – COMPARATIVO ENTRE AS METODOLOGIAS ÁGEIS E AS TRADICIONAIS

ABORDAGEM ABORDAGEM DA
TRADICIONAL METODOLOGIA ÁGIL

Existem dois planos de projeto,


sendo:
- um plano geral que considera
o tempo total de duração do
Existe um único plano
projeto, mas que contém apenas
de projeto, que engloba
os produtos principais do
Modo de elaborar o tempo total do projeto
projeto;
o plano do projeto e possui os produtos,
entregas, pacotes de
- um plano de curto prazo
trabalho e atividades.
(iteração) que possui somente as
entregas e atividades referentes
a uma fração de tempo do
projeto.

Descrição exata do
Modo de descrever resultado final por meio de
Descrição do resultado final de
o escopo do texto (normas contratuais,
modo abrangente.
projeto objetivos e indicadores de
desempenho).

As atividades são Não existe um padrão para


O nível de detalhe detalhadas de modo descrever as atividades, que
e padronização padronizado e organizadas podem ser escritas como estórias,
em listas. problemas, ações ou entregas.

As listas de atividades são válidas


Horizonte de As listas de atividades são
para uma iteração, que é definida
planejamento das válidas para o horizonte
como uma fração do tempo total
atividades total do projeto.
do projeto.

Usam-se relatórios com Usam-se dispositivos visuais


Estratégia usada indicadores de desempe- que indicam entregas físicas
para o controle do nho, documentos escritos, do resultado final e ainda
tempo auditorias e análises de são realizadas reuniões com
transições de fase. frequência.

O gerente de projeto avalia, O cliente avalia, prioriza, adiciona


prioriza, adiciona ou altera ou altera o produto final do
Estratégia usada
as atividades do projeto projeto, conforme a experiência
para a garantia do
para que os resultados com os resultados alcançados. A
alcance do escopo
estejam em conformidade equipe altera as atividades para
do projeto
com o escopo do projeto obter os resultados propostos
assinado com o cliente. pelo cliente.

FONTE: Pegoraro (2014, p. 29)

51
• A programação orientada a objetos é um padrão que tem evoluído muito, principalmente
em questões voltadas para segurança e reaproveitamento de código, sendo isso essencial
no processo de desenvolvimento de aplicações (SOMMERVILLE, 2007; CARVALHO; MELO,
2012; ALBINO; SOUZA; PRADO, 2014; VARGAS, 2016).

FIGURA – A PROGRAMAÇÃO ORIENTADA A OBJETOS

FONTE: <https://bit.ly/39KBf5e>. Acesso em: 23 jun. 2021.

• S.O.L.I.D. propõe princípios simples e poderosos para desenvolver produtos escaláveis.


Reconhecendo que as mudanças ocorrerão, previne problemas e custos por meio
da identificação de dependências desnecessárias e desacoplamento, eliminando-
as. Por uma livre leitura, observamos que os princípios podem ser generalizados
para a gestão empresarial, não só da indústria de software. Como os processos das
empresas são estabelecidos por critérios, por vezes, menos racionais, se comparado
ao desenvolvimento de um produto de software, a aplicação destes princípios poderá
prevenir e mitigar muitos dos problemas observados nas empresas.

FONTE: <https://bit.ly/2Y84htn>. Acesso em: 23 jun. 2021.

3 OPENIOT
O OpenIoT é definido como uma plataforma capaz de suportar o desenvol-
vimento de aplicações baseadas na IoT. A Figura 22 exemplifica uma visão geral da
arquitetura dessa plataforma, ou seja, plano físico, plano virtualizado e o plano de
utilidades e aplicações (SOMMERVILLE, 2007; CARVALHO; MELO, 2012; VARGAS, 2016;
KON; SANTANA, 2017).

52
FIGURA 22 – ARQUITETURA DA PLATAFORMA OPENIOT

FONTE: <https://bit.ly/3igR7kO>. Acesso em: 23 jun. 2021.

O plano físico é um middleware, ou seja, software que fornece serviços e


recursos comuns a aplicações. Esse plano tem como responsabilidade coletar, filtrar,
agregar e limpar os dados de sensores, atuadores e outros dispositivos (CARVALHO;
MELO, 2012; VARGAS, 2016; KON; SANTANA, 2017). Desse modo, ele atua como uma
interface entre o mundo físico e a plataforma OpenIoT.

O plano virtualizado é responsável por armazenar os dados, executar serviços


e agendar a execução desses serviços, sendo que seus componentes estão descritos
no Quadro 12 (KON; SANTANA, 2017).

QUADRO 12 – COMPONENTES DO PLANO VIRTUALIZADO

COMPONENTES DESCRIÇÃO

Recebe requisições por serviços garantindo o


acesso aos recursos necessários para executar
Agendador (Scheduler) esses serviços. É, ainda, responsável no processo de
identificação dos sensores que serão utilizados na
execução dos serviços.

Armazenamento de
Responsável pelo armazanamento dos dados da
Dados na Nuvem (Cloud
plataforma.
Data Storage)

53
Possui as seguintes funções:

• possibilita a definição de serviços sobre a


plataforma;
• executa os serviços requisitados por usuários e
Gerenciador de Serviços aplicações;
e Utilidades (Service • permite a definição de parâmetros de configuração
Delivery and Utility da plataforma;
• faz o monitoramento de toda a infraestrutura que é
Mana-ger)
executada na plataforma.

Definição de Requisições (Request Definition): possibi-


lita que os usuários definam novas aplicações utilizan-
do os serviços e os dados disponíveis na plataforma.

Apresentação de Requisições (Request Presentation):


implementa uma aplicação desenvolvida no
componente Definição de Requisições.

Configuração e
Monitoramento
Permite a configuração dos parâmetros da plataforma.
(Configuration and
Monitoring)

FONTE: Adaptado de Kon e Santana (2017)

Conforme Kon e Santana (2017, p. 22):

O OpenIoT é uma plataforma bastante completa atendendo à


maioria dos requisitos necessários para a criação de uma cidade
inteligente. Os pontos fortes dessa plataforma são o middleware para
o armazenamento dos dados coletados na cidade, suas ferramentas
para a definição dos serviços e o fato da plataforma ser de software
livre. Entretanto, a plataforma não oferece coleta de dados de outras
fontes importantes como redes sociais e não oferece suporte para o
pré-processamento dos dados, o que é bastante relevante quando a
quantidade de dados é muito grande.

4 INTERSCITY
O InterSCity é uma plataforma para cidades inteligentes que surgiu através
de pesquisas científicas que abordavam os principais desafios no desenvolvimento
de infraestruturas (MAZO et al., 2021; LUDERMIR, 2021). O seu objetivo é oferecer
serviços e integrações para o desenvolvimento de aplicações de cidades inteligentes
mais complexas. Essa plataforma utiliza metodologias ágeis fazendo com que o projeto
tenha uma participação colaborativa. Uma característica importante dessa plataforna é
a escalabilidade (KON; SANTANA, 2017; MAZO et al., 2021; LUDERMIR, 2021).

54
FIGURA 23 – O INTERSCITY E A ESCALABILIDADE

FONTE: <https://interscity.org/software/interscity-platform/>. Acesso em: 23 jun. 2021.

5 CIDAP
A plataforma CiDAP (City Data and Analytics Platform) usa ferramentas de Big
Data com o intuito de processar um volume maior de dados coletados para incrementar
inteligência e contexto nas aplicações e serviços criados para a cidade (MAZO et al.,
2021; LUDERMIR, 2021).

55
FIGURA 24 – ARQUITETURA DA PLATAFORMA CIDAP

FONTE: Kon e Santana (2017, p. 32)

Agora, vamos entender os componentes representados na figura anterior, para


isso, leia o Quadro 13 com atenção e relacione com a figura.

QUADRO 13 – COMPONENTES DA ARQUITETURA DA PLATAFORMA CIDAP

COMPONENTES DESCRIÇÃO

Conectam-se com o middleware IoT como um gateway para


IoT-Agents
coletar os dados dos dispositivos e armazenar na plataforma.

Esse componente se comunica com o repositório de Big Data


IoT-
para encaminhar os dados que serão armazenados ou com o
Brokersagem
CityModel para serem usados nas aplicações.

Big Data Armazena os dados coletados da cidade, bem como os dados pro-
Repository cessados usando o componente de processamento de Big Data.

Responsável por processamentos complexos tais como a


Big Data
agregação dos dados ou algoritmos de aprendizado de máquina,
Processing
utilizando os dados armazenados no repositório de Big Data.

FONTE: Adaptado de Kon e Santana (2017)

56
Conforme Kon e Santana (2017, p. 32):

A plataforma CiDAP tem como objetivo armazenar e processar


um grande volume de dados urbanos. Isso é importante porque a
quantidade de dados coletados em uma cidade inteligente será muito
grande. Os pontos fortes dessa arquitetura são a preocupação com
a escalabilidade e elasticidade das estruturas de armazenamento
e processamento. Além de disponibilizar ferramentas para o
processamento de dados históricos e em tempo real.

6 COMPUTAÇÃO EM NUVEM E BIG DATA


A arquitetura possui como estrutura três camadas, sendo (MAZO et al., 2021;
LUDERMIR, 2021):

• Camada inferior: composta por repositórios distribuídos e heterogêneos e diversos


sensores conectados à plataforma. O objetivo é a coleta, limpeza e classificação dos
dados usando padrões abertos para a representação de dados.
• Camada intermediária: os dados coletados podem ser de diferentes formatos e sem
relação entre eles, já que existe um componente para a compreensão e a ligação dos
dados usando ferramentas de Web Semântica.
• Camada superior: podem ser usadas ferramentas que processam um grande
volume de dados com algoritmos de aprendizado de máquina para compreender o
comportamento da cidade.

Conforme Kon e Santana (2017, p. 40):

A plataforma tem como pontos fortes o suporte a vários requisitos


não funcionais de cidades inteligentes como escalabilidade e
elasticidade, a possibilidade da ligação entre os dados utilizando
ferramentas de Web Semântica e o uso de diversas ferramentas
prontas e de código livre em sua implementação como o Apache
Spark e o Apache Cassandra.

Portanto, o que podemos perceber ao longo deste tópico é que existem


inúmeros desafios técnicos, bem como de pesquisa que precisam ser solucionados para
que as cidades inteligentes sejam eficazes. Alguns dos maiores desafios são: garantir a
interoperabilidade entre os componentes da cidade, e ainda, garantir a privacidade e a
segurança dos cidadãos e sistemas da cidade. No entanto, um dos grandes desafios é o
processo de gerenciamento e o armazenamento de grandes quantidades de dados, ou
seja, os dados precisam ser coletados, tratados e analisados para serem usados como
ferramentas de gestão da cidade.

57
LEITURA
COMPLEMENTAR
CIDADES INTELIGENTES E MODELOS SUSTENTÁVEIS GANHAM DESTAQUE
NA CONSTRUÇÃO CIVIL POR POSSIBILITAREM MAIOR QUALIDADE DE VIDA À
POPULAÇÃO E AO MEIO AMBIENTE

As cidades inteligentes usam a tecnologia de modo estratégico para melhorar a


infraestrutura, otimizar a mobilidade urbana e criar soluções sustentáveis

Depois de algumas baixas, o setor da construção civil volta a crescer no mercado,


entre os motivos principais estão as inovações tecnológicas e a sustentabilidade,
com alto potencial revolucionário, de acordo com a Câmara Brasileira da Indústria
da Construção (CBIC). Segundo a Organização das Nações Unidas - ONU, 55% da
população mundial vive atualmente em zonas urbanas, mas a perspectiva é que esse
número aumente e chegue em 70% até 2050. Com o crescimento geral da população,
a urbanização adicionará mais 2,5 bilhões de pessoas nas próximas três décadas, com
isso, os modelos sustentáveis e inteligentes para as grandes metrópoles, tornam-se
necessários para construção de cidades.

58
O grande desafio dos profissionais da construção civil é equalizar os conceitos
da engenharia às tecnologias e ao movimento cultural globalizado em busca do consu-
mo mais sustentável, de forma a tornar as cidades em espaços com soluções inteligen-
tes e mais verdes, informa Janine Apelfeler Rodrigues, graduada em Engenharia Civil,
pós-graduada em Engenharia Sanitária Ambiental e especializada em Sustentabilidade
no Ambiente Construído.

A tecnologia e os serviços de inteligência artificial formam uma cadeia invisível


tão eficiente e automática que muitas vezes nem percebemos que coisas simples do
nosso cotidiano, como a configuração de um semáforo ou o sistema de caixa de um
supermercado, dependem de inovações tecnológicas para funcionar. Muitos serviços,
como configuração de tráfego de veículos e rastreamento de rotas de transporte público,
por exemplo, são ainda mais intrincados, já que funcionam de forma integrada, criando
sistemas que organizam toda uma cidade.

Esse conceito de “cidade inteligente”, que faz uso de tecnologias avançadas para
melhorar a vida dos cidadãos e otimizar a organização pública, não é novo e já começa
a ser aplicado em algumas capitais brasileiras. Um exemplo global bem-sucedido é
a cidade de Tel Aviv, capital de Israel, que passou por uma transformação utilizando
interfaces de inteligência artificial para integrar os principais serviços públicos da
cidade. A partir da interface do Microsoft 365, a administração pública criou programas
como o Clube de Residentes DigiTel e o aplicativo móvel Digitel, que oferecem serviços
digitais para moradores como aluguel de bicicletas, centrais para que os moradores
possam acionar a prefeitura em casos como acidentes de trânsito, canos estourados
e problemas de estrutura e até mesmo um sistema que permite que você consulte em
tempo real quais casas de shows e espetáculos estão funcionando naquele momento
com ingressos exclusivos e rotas inteligentes para você se descolar.

Tais serviços podem parecer distantes da realidade brasileira, mas as ferramentas


da Microsoft de inteligência artificial conseguem dar conta de grandes bibliotecas de
dados, o que facilita a vida em cidades notavelmente burocráticas. A partir das interfaces
do 365, um serviço de agendamento de um documento, por exemplo, pode ser feito em
segundos a partir da análise de uma base de dados e oferecer ao usuário uma data e
horário disponíveis, documentos necessários e como se organizar imediatamente. 

Um exemplo atual é a chegada da Linkle no Brasil em fevereiro de 2021, usando


a tecnologia da Microsoft para conectar, em uma mesma área geográfica, empresas
com vagas disponíveis a candidatos com dificuldades de acesso a empregos. Usando
tecnologia de IA, a empresa tenta criar um match mais democrático entre profissionais
e oportunidades, abrindo espaço para pessoas de várias demografias e classes sociais.

59
Serviços como o Microsoft CityNext também podem mudar a cara das cidades
brasileiras, com avanços de IA e machine learning que podem trazer colaborações entre
equipes multidisciplinares de empresas privadas e poder público para oferecer serviços
especializados de assistência social e habitacional, por exemplo. Com as tecnologias de
nuvem da Microsoft, usuários podem, por meio de seus celulares, encontrar soluções
móveis que fornecem informações e recursos desde educação até saúde pública.

Um exemplo bem-sucedido de serviços do tipo aconteceu em Barcelona, na


Espanha, em uma iniciativa da Bismart com interface da Microsoft. A cidade reuniu
várias fontes diferentes e criou uma solução de Big Data na nuvem, permitindo que
turistas e residentes acessem informações em tempo real de funcionamento da cidade,
história e serviços de saúde, moradia e entretenimento por meio de uma interface de IA.

FONTE: <https://bit.ly/3un1rMF>. Acesso em: 23 jun. 2021.

60
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• As plataformas são desenvolvidas com o objetivo de auxiliar as aplicações de


cidades inteligentes, propiciando o desenvolvimento de novas soluções. Existem
inúmeros desafios técnicos em plataformas de cidades inteligentes, sendo que
as soluções estão relacionadas à compreensão dos requisitos. A maior parte das
plataformas desenvolvidas às cidades inteligentes oferecem funcionalidades para
armazenamento, coleta e compartilhamento das informações dos centros urbanos,
bem como para o desenvolvimento e execução de serviços e aplicações.

• Os requisitos não funcionais de uma cidade inteligente estão atrelados, geralmente,


ao fato de que os indivíduos estão expostos a grandes e heterogêneos sistemas
distribuídos.

• OpenIoT é definido como uma plataforma capaz de suportar o desenvolvimento


de aplicações baseadas na IoT. O plano físico é um middleware, ou seja, software
que fornece serviços e recursos comuns a aplicações. Esse plano tem como
responsabilidade coletar, filtrar, agregar e limpar os dados de sensores, atuadores
e outros dispositivos. O plano virtualizado é responsável por armazenar os dados,
executar serviços e agendar a execução desses serviços.

• InterSCity é uma plataforma para cidades inteligentes que surgiu através de pesqui-
sas científicas que abordavam os principais desafios no desenvolvimento de infra-
estruturas. O seu objetivo é oferecer serviços e integrações para o desenvolvimento
de aplicações de cidades inteligentes mais complexas. Essa plataforma utiliza me-
todologias ágeis fazendo com que o projeto tenha uma participação colaborativa.

• A plataforma CiDAP (City Data and Analytics Platform) usa ferramentas de Big Data
com o intuito de processar um volume maior de dados coletados para incrementar
inteligência e contexto nas aplicações e serviços criados para a cidade.

61
AUTOATIVIDADE
1 As plataformas são desenvolvidas com o objetivo de auxiliar as aplicações de
cidades inteligentes, propiciando o desenvolvimento de novas. Existem inúmeros
desafios técnicos em plataformas de cidades inteligentes, sendo que as soluções
estão relacionadas com a compreensão dos requisitos. Considerando esta afirmação,
elabore um quadro com os seguintes requisitos funcionais: gerenciamento de dados,
gerenciamento da rede de sensores, processamento de dados e acesso aos dados.

2 Os requisitos não funcionais de uma cidade inteligente estão atrelados, geralmente,


ao fato de que os indivíduos estão expostos a grandes e heterogêneos sistemas
distribuídos. Dessa forma, assinale a alternativa INCORRETA:

a) ( ) A interoperabilidade pode ser considerada como a capacidade de uma solução


ou ferramenta de software trocar dados e trabalhar em conjunto com outras
soluções ou ferramentas.
b) ( ) A elasticidade representa a quantidade de usuários, informações, dados, e
serviços em uma cidade inteligente que pode aumentar conforme o tempo,
devido à integração de mais serviços e o aumento populacional.
c) ( ) As plataformas precisam implementar mecanismos de segurança para controlar
o acesso, tais como: criptografia, autenticação e a proteção dos dados da
plataforma.
d) ( ) A anonimização dos dados tem o objetivo de tornar um dado anônimo, ou seja, é
impossível reverter este dado em dado identificável.

3 O OpenIoT é definido como uma plataforma capaz de suportar o desenvolvimento


de aplicações baseadas na IoT. A arquitetura dessa plataforma é composta pelo
plano físico, plano virtualizado e o plano de utilidades e aplicações. Sobre o exposto,
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) O plano físico é um middleware, ou seja, software que fornece serviços e recursos


comuns a aplicações. Esse plano tem como responsabilidade coletar, filtrar, agregar
e limpar os dados de sensores, atuadores e outros dispositivos.
( ) O plano virtualizado é responsável por armazenar os dados, executar serviços e
agendar a execução desses serviços.
( ) O OpenIoT é uma plataforma bastante completa atendendo à maioria dos requisitos
necessários para a criação de uma cidade inteligente.
( ) Os pontos fracos da OpenIoT são o middleware para o armazenamento dos dados
coletados na cidade, suas ferramentas para a definição dos serviços e o fato da
plataforma ser de software livre.

62
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - V - V - F.
b) ( ) V - F - V - V.
c) ( ) F - V - V - F.
d) ( ) V - V - V - V.

4 A plataforma CiDAP (City Data and Analytics Platform) usa ferramentas de Big Data
com o intuito de processar um volume maior de dados coletados para incrementar
inteligência e contexto nas aplicações e serviços criados para a cidade. Considerando
esta afirmação, elabore um quadro com os componentes da arquitetura da plataforma
CiDAP.

5 As metodologias ágeis são conjuntos de atividades do processo de desenvolvimento


de software. Estas possuem maior flexibilidade e foco na produtividade do processo
de desenvolvimento. Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e
F para as falsas:

( ) As metodologias ágeis se adaptam aos novos fatores do projeto ao longo do seu


desenvolvimento, sendo assim, não tentam prever o que poderá ocorrer.
( ) As diferenças entre métodos tradicionais e ágeis resultam em diversas práticas es-
pecíficas de cada uma de como ocorre o planejamento e controle, o papel assumido
entre os desenvolvedores, o papel dos clientes e o modo de condução do projeto.
( ) Nas metodologias ágeis não existe um padrão para descrever as atividades, que
podem ser escritas como estórias, problemas, ações ou entregas.
( ) Nas metodologias ágeis usam-se dispositivos visuais que indicam entregas físicas
do resultado final e ainda são realizadas reuniões com frequência.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V - V - V - F.
b) ( ) V - F - V - V.
c) ( ) F - V - V - F.
d) ( ) V - V - V - V.

63
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67
68
UNIDADE 2 —

INTERNET DAS COISAS E A


EVOLUÇÃO DAS CIDADES

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• compreender a definição de internet das coisas (IoT);

• entender os diferentes modos de utilização da IoT nas cidades inteligentes;

• diferenciar as diferentes combinações de tecnologias que compõem a IoT;

• entender a importância da IoT para o planejamento sustentável da cidade inteligente.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – INTERNET DAS COISAS (IoT)


TÓPICO 2 – A IOT E A SOCIEDADE
TÓPICO 3 – PLANEJAMENTO URBANO E A INTERNET DAS COISAS

CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

69
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!

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QR Code abaixo:

70
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
INTERNET DAS COISAS (IoT)

1 INTRODUÇÃO
O crescimento constante dos núcleos urbanos enfrenta desafios, já que os
habitantes urbanos consomem aproximadamente três quartos dos recursos naturais
existentes no planeta terra (QURESHI; ABDULLAH 2013; LOUREIRO, 2015). Além disso,
são considerados os principais responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa.

Um dos problemas da urbanização acelerada é a perda das funcionalidades


básicas das cidades, tais como: dificuldade no gerenciamento dos resíduos; a redução de
recursos naturais; a qualidade do ar e da água; poluição do ar; proliferação de doenças;
tráfego intenso de veículos; falta de manutenção e adequação das infraestruturas
básicas (QURESHI; ABDULLAH 2013; MAGRANI, 2019; 2018.). Deste modo, você pode
observar que as cidades são sistemas complexos que possuem um grande volume de
serviços e de infraestruturas responsáveis pelo consumo acelerado de recursos e de
energia (LOUREIRO, 2015; LUSEMBO, 2017). Isso acarreta um impacto significativo tanto
no nível econômico quanto ambiental (NEVES, 2021).

Uma das medidas para ajudar a solucionar este problema urbano é a Internet
das Coisas (Internet of Things - IoT), que possui como ideia principal a presença de
um conjunto de objetos (things) como sensores, atuadores, dispositivos móveis que,
através de mecanismos da internet são capazes de interagir e cooperar uns com os
outros para alcançar objetivos em comum (LOUREIRO, 2015; LUSEMBO, 2017; NEVES,
2021). Portanto, uma cidade é considerada inteligente quando utiliza tecnologias
para transformar e melhorar a qualidade de vida dos habitantes e na preservação dos
recursos naturais (LOUREIRO, 2015; HOFFMANN, 2020). Neste tópico, vamos estudar o
uso da IoT na estruturação das cidades inteligentes.

2 EVOLUÇÃO DA IOT
Conforme Neves (2021, p. 13):

O termo IoT foi criado em 1999 por Kevin Ashton, um britânico


pioneiro em tecnologia. Numa apresentação, Ashton explicou a
forma como os computadores do futuro iriam estar conectados e
autossuficientes. O próprio Ashton trabalhava em um projeto de
otimização de cadeia de abastecimento, e queria atrair a atenção da
administração da sua empresa, a Procter & Gamble, para uma nova

71
tecnologia chamada Radio-Frequency Identification (RFID). Por isso,
Ashton foi considerado na literatura como o então criador desse
termo, ao descrever que os objetos do mundo físico poderiam se
conectar à internet, criando um mundo mais inteligente.

QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DA IOT

PERÍODO DESCRIÇÃO

John Romkey foi o responsável pelo desenvolvimento do


1990 primeiro dispositivo em IoT. Ele desenvolveu uma torradeira que
poderia ser ligada e desligada pela Internet.

Em 1991, Weiser escreveu o artigo The Computer for the 21st


Century, que afirma que os dispositivos serão conectados em
1991 todos os lugares de modo transparente para o ser humano, sem
haver preocupação em instalar, configurar e manter os recursos
computacionais.

A LG apresenta uma geladeira inteligente conectada à internet,


e ainda, gerenciada através de um sistema próprio. Essa
Junho de 2000
geladeira poderia ser utilizada também como televisão, rádio,
vídeo, agenda e câmera digital.

A discussão em relação à IoT ganha importância dos governantes


em decorrência da privacidade e segurança de dados, já que
a IoT pode se conectar a qualquer objeto, e ainda, transpor
alguns desafios como padronização, privacidade, espectro de
frequência e questões sociais e éticas.

A partir de 2005 Foi lançado nesse período o Nabaztag, um objeto conectado à


internet, que poderia ser programado para receber previsão do
tempo e ler e-mails, entre outros.

Nesse período, a IoT tornou-se a pauta da Agência das Nações


Unidas para as Tecnologias da Informação e da Comunicação
(International Telecommunication Union -ITU).

Nesse período havia mais objetos conectados, por exemplo:


2008-2009 smartphones, tablets e computadores, do que o total da
população mundial.

Rob Van Kranemburg publicou o livro The Internet of Things, que


2008
é considerado uma das referências principais sobre o assunto.

72
O serviço de Street View da Google e a capacidade de
armazenamento de toneladas de dados das redes WI-FI,
2010 suscitando um debate a respeito da indexação do mundo
físico. No mesmo ano, o Governo chinês anunciou a pretensão
de tornar a IoT uma prioridade estratégica.

O termo Internet das Coisas foi adicionado ao Gartner Hype


2011 Cycle foi discutida a criação de padrões internacionais para a
criação de objetos conectados no panorama global.

A União Europeia propôs uma consulta pública para que os


Março de 2012 cidadãos apontassem suas necessidades e seguranças em
Internet das Coisas.

A IoT já pode ser considerada uma realidade, sendo que


A partir de 2015 aproximadamente 4,9 bilhões de objetos estão conectadas e
em uso. Isso representa um aumento de 30% em relação a 2014.

A IoT é considerada uma ferramenta essencial para a


2020
transformação da sociedade

FONTE: Adaptado de Costa (2018) e Neves (2021)

A Figura 1 representa o Nabaztag, considerado o primeiro objeto inteligente


comercializado em larga escala.

FIGURA 1 – NABAZTAG

FONTE: <https://hackaday.com/2020/05/26/teardown-nabaztag/>. Acesso em: 15 set. 2021.

A Figura 2 ilustra o período de 2008 a 2009 (representado pela flecha) que é


considerado o ano do nascimento da IoT. Você pode observar que no ano de 2003, a po-
pulação mundial era de 6,3 bilhões de habitantes com 500 milhões de dispositivos conec-
tados, mas em 2008, o total de dispositvos conectados ultrapassou o total de habitantes.

73
FIGURA 2 – O PERÍODO DE NASCIMENTO DA IOT

FONTE: <https://bit.ly/3ATQBQS>. Acesso em: 15 set. 2021.

O  Hype Cycle  é uma  representação gráfica, desenvolvida pela  Gartner, dos


estágios do ciclo de vida de uma tecnologia, que vai desde a concepção até a maturidade,
passando pela adoção generalizada dessas tecnologias pela população (EYER, 2019;
NEVES, 2021). A Figura 3 representa Hype Cycle das tecnologias no período de 2011 e a
inserção da IoT na curva de crescimento das tecnologias.

FIGURA 3 – HYPE CYCLE NO PERÍODO DE 2011

FONTE: <https://bit.ly/3CVg5hl>. Acesso em: 19 jul. 2021.

74
Portanto, através do gráfico representado, as tecnologias vitais são aquelas
que desaparecem sendo integradas à rotina diária até serem indistinguíveis. Conforme
Barros (2016 apud PAYÃO; SANTIAGO, 2018, p. 20):

Estudos divulgados recentemente estimam que, no ano de 2025, a


Internet das Coisas poderá alcançar um impacto econômico em torno
de U$11,1 trilhões, equivalente a onze por cento da economia global,
sendo que, no ano de 2050, serão cinquenta bilhões de objetos
conectados à Internet. Nota-se que uma revolução tecnológica está
em curso e impactará variados setores da sociedade.

Desse modo, a IoT pode ser resumida como a capacidade de coletar, analisar e
tomar decisões através de dados gerados por meio de objetos e máquinas conectados
à Internet (PAYÃO; SANTIAGO, 2018; NEVES, 2021). Conforme Payão e Santiago (2018,
p. 794):

A IoT é considerada, ainda como a primeira revolução de infra-


estrutura inteligente da história da humanidade com aptidão de
conectar cada equipamento, organização, residência e veículo em
uma rede inteligente composta pela Internet das Comunicações,
a Internet da Energia e a Internet do Transporte, todas embutidas
em um único sistema operacional. Em uma escala ainda superior,
a formação das smart cities ou cidades inteligentes, amplamen-
te conectadas à Internet, utilizam a tecnologia para transformar
a vida e o trabalho da comunidade, monitorando em tempo real o
trânsito, segurança e o clima, por exemplo.

Assim, a IoT é uma ferramenta indispensável para o planejamento urbano ade-


quado e sustentável (MAGRANI, 2018; PAYÃO; SANTIAGO, 2018; NEVES, 2021). Sendo
assim, a cidade inteligente monitora e integra as condições de toda a sua infraestrutura
física (estradas, pontes, túneis, água, energia, por exemplo) otimizando seus recursos,
bem como prevenindo suas atividades de modo estratégico e monitorando os aspectos
de segurança (MAGRANI, 2018; PAYÃO; SANTIAGO, 2018).

3 ELEMENTOS DA IOT
A IoT possui o potencial considerável de substituir a realização de atividades
que antes eram executadas por indivíduos. Além do mais, é preciso considerar que os
computadores disporiam de sistemas inteligentes conectados o tempo todo, tornando-
se onipresente (MAGRANI, 2018; PAYÃO; SANTIAGO, 2018; NEVES, 2021). Segundo
Neves (2021, p. 15):

É interessante observar que as interfaces que auxiliam as interações


dos objetos de inteligentes na internet como forma de serviço
informando e alterando os fluxos de informações de acordo com
questões de segurança e privacidade. Isso define a internet das coisas
como uma rede global padronizada e objetos com identificações
únicas a fim de conectar objetos dotados da capacidade de agirem
por conta própria, com ou sem supervisão humana.

75
FIGURA 4 – CONEXÕES DA IOT

FONTE: Neves (2021, p. 15)

Portanto, a IoT é capaz de comunicar-se entre objetos, ou dispositivos, e o


indivíduo interage a partir disso. No entanto, tudo depende da conexão existente entre
esses dispositivos (PAYÃO; SANTIAGO, 2018; FARIAS, 2019; NEVES, 2021). O Quadro 2
apresenta os elementos responsáveis por essa comunicação.

QUADRO 2 – ELEMENTOS DA IOT

ELEMENTOS DESCRIÇÃO

Rede de objetos conectados à Internet com habilidade de


Internet das coisas
capturar e trocar dados por meio de sensores incorporados.

Dispositivo internet Qualquer dispositivo autônomo conectado à Internet que


das coisas pode ser monitorado a partir de um local físico.

Todos os componentes que possibilitem que as


Ecossistema
organizações públicas e privadas, bem como os usuários
Internet das coisas
em geral, se conectem aos seus dispositivos IoT.

Organizações públicas e privadas, bem como os


Entidade
consumidores.

O hardware que faz um dispositivo IoT (sensores e


Camada física
equipamentos de rede).

Responsável pela transmissão dos dados coletados pela


Camada de rede
camada física para diferentes dispositivos.

76
Considera os protocolos e interfaces que os dispositivos
Camada de aplicação
utilizam para identificar e comunicar uns com os outros.

Controles responsáveis pela conecção, por exemplo:


Controles remotos smartphones, tablets, PCs, smartwatches, TVs conectadas
e controles remotos não tradicionais.

Responsável em exibir as informações sobre o ecossistema


Dashboard de IoT para os usuários possibilitando o controle do seu
ecossistema de IoT.

 Sistemas de software responsáveis pela análise dos dados


Análise gerados através dos dispositivos de IoT. A análise pode ser
utilizada para manutenção preditiva, por exemplo.

Armazenamento de
Local onde os dados dos dispositivos IoT são armazenados.
dados

FONTE: Adaptado de Costa (2018) e Neves (2021)

FIGURA 5 – ELEMENTOS IOT

FONTE: <https://www.3way.com.br/voce-sabe-o-que-e-iot/>. Acesso em: 19 jul. 2021.

4 CONSTRUÇÃO DA IOT
A IoT pode ser vista como a combinação de diversas tecnologias, as quais são
complementares no sentido de viabilizar a integração dos objetos no ambiente físico ao
mundo virtual (PATINHA, 2017; COELHO, 2018; MAGRANI, 2018; NEVES, 2021). O Quadro
3 apresenta os elementos da construção da IoT.

77
QUADRO 3 – ELEMENTOS DA CONSTRUÇÃO DA IOT

ELEMENTOS DA
DESCRIÇÃO
CONSTRUÇÃO

Etapa primordial para identificar os objetos que serão


Identificação
conectados à Internet.

Os sensores são responsáveis pela coleta de informações


sobre o contexto de localização dos objetos e, posteriormente,
Sensores
armazenam ou enviam esses dados para centros de
armazenamento, por exemplo.

Os atuadores são capazes de manipular o ambiente ou reagir


Atuadores
conforme os dados lidos.

Considera as diversas técnicas utilizadas para conectar


Comunicação objetos inteligentes. Além disso, desempenha papel
essencial no consumo de energia dos objetos.

Considera a unidade de processamento, tais como: micro-


Computação controladores, processadores e FPGAs, que são responsá-
veis por executar algoritmos locais nos objetos inteligentes.

A IoT possui as seguintes classes de serviços:


Serviços de identificação: mapeia as Entidades Físicas (EF)
de interesse do usuário em Entidades Virtuais (EV). Por
exemplo, coordenadas geográficas do sensor;
Serviços de agregação de dados: coleta e sintetizam dados ho-
Serviços mogêneos ou heterogêneos obtidos dos objetos inteligentes;
Serviços de colaboração e inteligência: atuam sobre os
serviços de agregação de dados tomando decisões e
reagindo conforme um determinado cenário;
Serviços de ubiquidade: promovem serviços de colaboração
e inteligência no momento em que eles são requisitados.

Capacidade de extração de conhecimento dos objetos na


IoT. Podem ser utilizadas muitas técnicas como Resource
Semântica
Description Framework (RDF), Web Ontology Language
(OWL) e Efficient XML Interchange (EXI).

FONTE: Adaptado de Magrani (2018) e Neves (2021)

5 ARQUITETURA BÁSICA DOS DISPOSITIVOS


A arquitetura básica dos objetos inteligentes é composta por quatro unidades:
processamento/memória, comunicação, energia e sensores/atuadores (MAGRANI,
2018; NEVES, 2021).
78
QUADRO 4 – ARQUITETURA DOS DISPOSITIVOS

UNIDADES DESCRIÇÃO

Representada pela memória interna de armazenamento


de dados e programas, um microcontrolador e um con-
versor analógico-digital para receber sinais dos sensores.

Unidade(s) de As CPUs usadas são as mesmas que são utilizadas em


processamento e sistemas embarcados e geralmente não possuem alto
memória poder computacional.

Existe uma memória externa (flash), que é usada como


memória secundária para manter um “log” de dados, por
exemplo.

Compreende pelo menos um canal de comunicação com


ou sem fio, sendo que a maioria das plataformas utilizam
Unidade(s) de
rádio de baixo custo e baixa potência. Uma consequência
comunicação
desta utilização é a comunicação de curto alcance e com
perdas frequentes.

Fornece energia aos componentes do objeto inteligente.


Geralmente, a fonte de energia consiste de uma bateria
(recarregável ou não) e um conversor AC-DC e tem a
Fonte de energia função de alimentar os componentes. No entanto, outras
fontes de alimentação podem ser utilizadas, tais como:
energia solar e captura de energia do ambiente através
de técnicas de conversão.

Efetuam o monitoramento do ambiente no qual o


Unidade(s) de objeto está localizado. Os sensores capturam valores de
sensor(es) grandezas físicas como temperatura, umidade, pressão e
presença.

FONTE: Adaptado de Magrani (2018) e Neves (2021)

A Figura 6 apresenta uma visão geral da arquitetura de um dispositivo e a


interligação entre seus componentes.

79
FIGURA 6 – ARQUITETURA BÁSICA DOS DISPOSITIVOS DE IOT

FONTE: <https://www.slideshare.net/danielrodriguesdesousa90/iot-arduino>. Acesso em: 19 jul. 2021.

A GIO a seguir apresenta os quatro tipos de plataformas que são ofertados no


mercado de IoT internet das coisas.

IMPORTANTE
O quadro apresenta os tipos de plataformas IoT:

QUADRO – TIPOS DE PLATAFORMA IOT

PLATAFORMA DESCRIÇÃO

Facilitam o manuseio de milhões de conexões


simultâneas de dispositivos, fornecendo ferramentas
de hardware, software, conectividade, segurança e
End-to-end gerenciamento de dispositivos. Além disso, essas
plataformas fornecem atualizações de firmware OTA
(over the air), conectividade na nuvem e gerenciamento/
monitoramento de dispositivos. 

Fornecem soluções de conectividade de baixo custo


Conectivity geralmente para tecnologias 802.11(Wi-Fi) e celular (3G,
4G, LTE etc.).

Reduzem a complexidade de construir pilhas de rede


Cloud complexas e fornecem recursos de  back-end  para o
monitoramento de dispositivos.

80
Fornecem inúmeras ferramentas para roteamento de
dados e facilitam o gerenciamento e a visualização para
Data
a tomada de decisão usando ferramentas de análise de
dados, banco de dados etc.

FONTE: <https://bit.ly/38ULAyz>. Acesso em: 20 jul. 2021.

6 SOFTWARE PARA REDE DE OBJETOS INTELIGENTES


A Rede de Sensores Sem Fio (RSSF) possui Nós Sensores (NS) dispersos em
uma determinada área. O uso desta tecnologia possibilita atender às áreas que não
são viáveis para implantar redes cabeadas (JOSÉ, 2012; LOUREIRO, 2015; NEVES, 2021).
No entanto, as RSSF podem apresentar vulnerabilidades em relação à segurança, por
utilizar um meio que pode ser captado por outros meios maliciosos. De acordo com
Loureiro (2015, p. 15):

Os NS são dispositivos capazes de monitorar grandezas, como


temperatura, luminosidade ou umidade, por exemplo. Todas as
informações coletadas pelos NS são enviadas para um Nó Sorvedouro
por meio de comunicação sem fio. O Nó Sorvedouro é conectado
via cabo em um dispositivo chamado de gateway. O gateway é
responsável por enviar as informações para outras redes, como por
exemplo, a Internet.

FIGURA 7 – REPRESENTAÇÃO DE REDE DE SENSORES SEM FIO (RSSF)

FONTE: <https://bit.ly/3A49LT3>. Acesso em: 20 jul. 2021.

81
Para alcançar a crescente demanda da IoT por escalabilidade e robustez, as
RSSF precisam utilizar algoritmos e protocolos especializados, tais como: protocolos
que possibilitem o processamento ao longo da rede (in-network processing) (JOSÉ,
2012; LOUREIRO, 2015; COSTA, 2018).

Você ficou na dúvida sobre o conceito de escalabilidade e robustez? Então veja


a GIO a seguir.

IMPORTANTE
A escalabilidade é a capacidade de um sistema de atender a um
volume crescente de carga de processamento sem comprometer
seriamente a performance ou o tempo de resposta para os usuários. 

FONTE: <https://bit.ly/3il7BIC>. Acesso em: 23 jul. 2021.

Um produto de software é considerado confiável quando ele


consegue entregar suas funcionalidades da forma como elas
foram definidas. Robustez é um sub-atributo de confiabilidade e
diz respeito à capacidade do software em reagir especificamente a
defeitos externos. 

FONTE: <https://bit.ly/3CVtw0L>. Acesso em: 23 jul. 2021.

É preciso salientar que o processo de implementação e o gerenciamento de


um gateway é geralmente complexo, pois precisa executar atividades de tradução,
bem como tratar da semântica de serviços para a camada de aplicação (COELHO, 2018;
COSTA, 2018; NEVES, 2021). Portanto, a dificuldade dessas atividades torna o gateway
um problema para a IoT, tais como (NEVES, 2021):

• Todas as informações da rede de objetos inteligentes transitam por meio do gateway.


• O emprego dos gateways à inteligência da IoT fica no meio da rede.

82
FIGURA 8 – FUNCIONAMENTO DO GATEWAY EM CIDADES INTELIGENTES

FONTE: <https://bit.ly/3ijjf6x>. Acesso em: 23 jul. 2021.

Portanto, a arquitetura para IoT para conseguir conectar os mais variados


objetos inteligentes à Internet, deve-se ter uma arquitetura composta pelas seguintes
camadas (PATINHA, 2017; COSTA, 2018, NEVES, 2021):

• Camada física: composta de objetos inteligentes que representam os objetos físicos.


Isso significa os objetos que usam sensores para coletar e processar informações.
• Camada de rede: abstrações das tecnologias de comunicação, serviços de
gerenciamento, roteamento e identificação devem ser executados.
• Camada de aplicação: responsável por prover serviços para os clientes.

Um problema atual é o crescimento acelerado da rede mundial de computadores


que ocasionou o esgotamento de endereços IPv4 disponíveis, ou seja, não é escalável
o suficiente para conseguir atender à demanda da IoT atual. No entanto, tem-se
atualmente o IPv6, que é considerada uma abordagem mais eficaz para solucionar a
escassez de endereços IPv4 (PATINHA, 2017; COSTA, 2018, COSSETTI, 2019; NEVES,
2021). Conforme Neves (2021, p. 20):

83
Na IoT, os elementos da rede são endereçados unicamente usando o
IPv6 e, geralmente, têm o objetivo de enviar pequenas quantidades
de dados obtidos pelos dispositivos. Contudo, o IPv6 tem um
tamanho de pacote maior que o tamanho do quadro dos protocolos
usados pelos dispositivos na IoT (o pacote IPv6 é transmitido dentro
da área de dados do quadro do protocolo de acesso ao meio).

Você sabe o que é IP? Então veja a GIO!

IMPORTANTE
O IP (“Internet Protocol” ou Protocolo da Internet) é o endereço na rede. Cada dispositivo
conectado à rede possui um número exclusivo, denominado endereço IP ou número IP. É
essa informação que identifica os aparelhos na internet.
Para enviar informações de um computador para outro por meio da web, um pacote de
dados contendo os endereços IP de ambos os dispositivos deve ser transferido pela rede.
Sem esses endereços, os computadores não poderiam se comunicar e enviar dados uns
aos outros. É por isso que o IP é essencial para a infraestrutura da web.
O IPv4 é a quarta e mais difundida versão do protocolo IP. Com endereços no padrão 32
bits, é bem antigo e possui vários problemas — desde falhas de segurança incontornáveis
até o esgotamento da sua capacidade de expansão. Hoje, em todo o mundo, já está bem
difícil conseguir um endereço nesse padrão.
A sexta revisão do Internet Protocol, o IPv6 funciona de maneira semelhante ao IPv4, mas
com uma grande diferença: utiliza endereços no padrão 128 bits.

FONTE: <https://bit.ly/3m9xNa5>. Acesso em: 23 jul. 2021.

FIGURA – DIFERENÇAS ENTRE IPV4 E IPV6

FONTE: <https://www.avast.com/pt-br/c-ipv4-vs-ipv6-addresses>. Acesso em:


23 jul. 2021.

Portanto, você pôde perceber ao longo deste tópico que a IoT aplicada em
cidades possibilita o acesso a informações úteis para que seus habitantes e gover-
nantes possam ter uma melhor qualidade de vida e tomar decisões importantes dia-
riamente. Isso, portanto, permite que os processos trabalhem conjuntamente e com
mais eficiência.

84
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• O crescimento constante dos núcleos urbanos enfrenta desafios, já que os habi-


tantes urbanos consomem aproximadamente três quartos dos recursos naturais
existentes no planeta terra.

• Um dos problemas da urbanização acelerada é a perda das funcionalidades básicas


das cidades, tais como: dificuldade no gerenciamento dos resíduos; a redução de
recursos naturais; a qualidade do ar e da água; poluição do ar; proliferação de doenças;
tráfego intenso de veículos; falta de manutenção e adequação das infraestruturas
básicas.

• Uma das medidas para ajudar a solucionar este problema urbano é a Internet das
Coisas (Internet of Things - IoT), que possui como ideia principal a presença de um
conjunto de objetos (things) como sensores, atuadores, dispositivos móveis que,
através de mecanismos da internet são capazes de interagir e cooperar uns com os
outros para alcançar objetivos em comum.

• A IoT é uma ferramenta indispensável para o planejamento urbano adequado e


sustentável. Sendo assim, a cidade inteligente monitora e integra as condições de
toda a sua infraestrutura física (estradas, pontes, túneis, água, energia, por exemplo)
otimizando seus recursos, bem como prevenindo suas atividades de modo estratégico
e monitorando os aspectos de segurança.

• A IoT possui o potencial considerável de substituir a realização de atividades que


antes eram executadas por indivíduos. Além do mais, é preciso considerar que
os computadores disporiam de sistemas inteligentes conectados o tempo todo,
tornando-se onipresente.

• A Rede de Sensores Sem Fio (RSSF) possui Nós Sensores (NS) dispersos em uma
determinada área. O uso desta tecnologia possibilita atender às áreas que não são
viáveis para implantar redes cabeadas.

• Um problema atual é o crescimento acelerado da rede mundial de computadores que


ocasionou o esgotamento de endereços IPv4 disponíveis, ou seja, não é escalável
o suficiente para conseguir atender à demanda da IoT atual. No entanto, tem-se
atualmente o IPv6, que é considerada uma abordagem mais eficaz para solucionar a
escassez de endereços IPv4.

85
AUTOATIVIDADE
1 Um dos problemas da urbanização acelerada é a perda das funcionalidades básicas
das cidades. Uma das medidas para ajudar a solucionar este problema urbano é
a Internet das Coisas (Internet of Things - IoT), que possui como ideia principal a
presença de um conjunto de objetos (things) como sensores, atuadores, dispositivos
móveis que, através de mecanismos da internet são capazes de interagir e cooperar
uns com os outros para alcançar objetivos em comum. Dessa forma, assinale a
alternativa CORRETA:

a) ( ) No ano de 2000, John Romkey foi o responsável pelo desenvolvimento do


primeiro dispositivo em IoT. Ele desenvolveu uma torradeira que poderia ser
ligada e desligada pela Internet.
b) ( ) Em 2015, a LG apresentou uma geladeira inteligente conectada à internet, e
ainda, gerenciada através de um sistema próprio..
c) ( ) A partir de 2015, a IoT já pode ser considerada uma realidade, sendo que
aproximadamente 4,9 bilhões de objetos estão conectadas e em uso.
d) ( ) A IoT é considerada uma ferramenta que transforma a sociedade de inteligentes
para digital.

2 A IoT pode ser resumida como a capacidade de coletar, analisar e tomar decisões
através de dados gerados por meio de objetos e máquinas conectados à Internet.
Deste modo, a IoT é uma ferramenta indispensável para o planejamento urbano
adequado e sustentável. Dessa forma, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) A IoT é considerada, ainda, como a primeira revolução de infraestrutura inteligente


da história da humanidade com aptidão de conectar cada equipamento,
organização, residência e veículo em uma rede inteligente composta pela
Internet das Comunicações, a Internet da Energia e a Internet do Transporte,
todas embutidas em um único sistema operacional.
b) ( ) A formação das cidades digitais, conectadas à rede, utiliza a tecnologia para
transformar a vida e o trabalho da comunidade, monitorando em tempo real o
trânsito, segurança e o clima.
c) ( ) Estudos divulgados recentemente estimam que, no ano de 2050, a Internet
das Coisas poderá alcançar um impacto econômico em torno de U$11,1 trilhões,
equivalente a onze por cento da economia global, sendo que, no ano de 2055,
serão cinquenta milhões de objetos conectados à Internet.
d) ( ) O Nabaztag, um objeto conectado à internet, é um equipamento atual que pode
ser programado para receber previsão do tempo e ler e-mails, entre outros,
sendo considerado um dos últimos avanços na tecnologia IoT.

86
3 A IoT possui o potencial considerável de substituir a realização de atividades que
antes eram executadas por indivíduos. Além do mais, é preciso considerar que
os computadores disporiam de sistemas inteligentes conectados o tempo todo,
tornando-se onipresente. Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras
e F para as falsas:

( ) A internet das coisas é definida como uma rede global padronizada e objetos com
identificações únicas a fim de conectar objetos dotados da capacidade de agirem
por conta própria, com ou sem supervisão humana.
( ) A IoT é capaz de comunicar-se entre objetos, ou dispositivos, e o indivíduo
interage a partir disso. No entanto, tudo depende da conexão existente entre esses
dispositivos.
( ) A IoT pode ser vista como a combinação de diversas tecnologias, as quais são
complementares no sentido de viabilizar a integração dos objetos no ambiente
físico ao mundo virtual.
( ) Na IoT, os elementos da rede são endereçados unicamente usando o IPv6 e,
geralmente, têm o objetivo de enviar pequenas quantidades de dados obtidos
pelos dispositivos.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V - V - V - F.
b) ( ) V - F - V - V.
c) ( ) F - V - V - F.
d) ( ) V - V - V - V.

4 A arquitetura para IoT para conseguir conectar os mais variados objetos inteligentes
à Internet, deve-se ter uma arquitetura composta por camadas (PATINHA, 2017; COS-
TA, 2018, NEVES, 2021). Considerando esta afirmação descreva as três camadas da
arquitetura.

5 A IoT pode ser vista como a combinação de diversas tecnologias, as quais são
complementares no sentido de viabilizar a integração dos objetos no ambiente
físico ao mundo virtual. Neste sentido, a arquitetura básica dos objetos inteligentes
é composta por quatro unidades: processamento/memória, comunicação, energia
e sensores/atuadores. Considerando esta afirmação, elabore um quadro com a
descrição destas unidades.

87
88
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
A IOT E A SOCIEDADE

1 INTRODUÇÃO
O uso da tecnologia no dia a dia da sociedade, otimizando atividades rotineiras,
economizando recursos, de tal modo a assegurar uma melhor qualidade de vida, são
objetivos inerentes das novas tecnologias (PATINHA, 2017; NEVES, 2021). A IoT já é
considerada um grande marco na história do desenvolvimento tecnológico (PATINHA,
2017; COSTA, 2018, COSSETTI, 2019; NEVES, 2021).

Deste modo, os avanços alcançados com o desenvolvimento da IoT, as cidades


inteligentes vêm destacando-se devido ao seu potencial transformador permitindo
uma percepção concreta dos efeitos tecnológicos na rotina do cidadão. Sendo assim,
a tecnologia pode ser considerada como um dos pilares do desenvolvimento urbano
adequado (PATINHA, 2017; FARIAS, 2019; NEVES, 2021).

Ao longo deste tópico, abordaremos quanto a capacidade de infraestrutura que


as redes de dados precisam ter para suprir toda a demanda da IoT, bem como analisar
os avanços tecnológicos em relação ao 5G, especialmente no que se refere à Internet
das Coisas. Então, bons estudos!

2 REDES
Uma das grandes preocupações atuais é sobre a capacidade de infraestrutura
que as redes de dados necessitam para conseguir atender à demanda dos objetos
conectados à Internet (PATINHA, 2017; CARRARA, 2020). Atualmente, no Brasil, estima-
se que se tenha mais dispositivos móveis do que habitantes, em uma proporção de
107 dispositivos para cada 100 pessoas (CARRARA, 2020; NEVES, 2021). Junto ao
número de dispositivos conectados a um servidor local, o consumo diário de dados se
torna muito alto ao que se é esperado para um determinado período (LAVADO, 2019;
NEVES, 2021).

89
FIGURA 8 – NÚMERO DE CELULARES NO BRASIL DE 2015 A 2019

FONTE: <https://bit.ly/3kSHomo>. Acesso em: 21 jul. 2021.

O Gráfico 1 mostra o número de usuários que utilizaram a internet, sendo


que no período de 2018, 70% dos brasileiros usaram a internet, o que corresponde à,
aproximadamente, 127 milhões de indivíduos (COSSETTI, 2019).

GRÁFICO 1 – NÚMERO DE USUÁRIOS DA INTERNET NO BRASIL NO PERÍODO DE 2008 A 2018

FONTE: <https://glo.bo/3oiST8x>. Acesso em: 21 jul. 2021.

Agora você vai entender os diferentes tipos de redes e com diferentes


frequências em que operam para operacionalizar a IoT.

90
2.1 TIPOS DE REDES EM APLICAÇÕES IOT
Diferentes tipos de redes podem ser distinguidos no panorama de aplicação na
IoT, tal como a identificação por radiofrequência (RFID). Esta consiste no uso de ondas
eletromagnéticas com o objetivo de comunicar dados de identificação de algum objeto
(SILVA JUNIOR, 2016; COSSETTI, 2019). A Figura 9 representa a tecnologia LoRa de radio
frequência que possibilita a comunicação a longas distâncias, ou seja, até 12 km em
perímetro rural, com consumo mínimo de energia (SILVA JUNIOR, 2016; COSSETTI, 2019;
PALARMINI, 2020). A sua principal aplicação na IoT é em sensores e monitores remotos,
principalmente aqueles operados à bateria, de mensagens curtas e em alguns casos em
locais de difícil acesso (SILVA JUNIOR, 2016; PALARMINI, 2020).

FIGURA 9 – RADIOFREQUÊNCIA DO TIPO LORA PARA IOT

FONTE: <https://bit.ly/38sisyG>. Acesso em: 21 jul. 2021.

Portanto, o RFID é reconhecido como uma tecnologia de identificação sem


fios que se usa de sinais para identificar de modo remoto um objeto com capacidade
de armazenar e recuperar informação de suas próprias atividades a partir de um
código (PEDROSO; ZWICKER; SOUZA, 2009; COSSETTI, 2019). De acordo com Pedroso,
Zwicker e Souza (2009, p. 15):

As informações sobre a identificação de um objeto (incluindo


outras possíveis informações passíveis de monitoramento por
sensores, tais como temperatura, pressão etc.) são gravadas nas
etiquetas RFID. Essas etiquetas são anexadas em itens (caixas,
pallets, containers, veículos, pessoas, ativos ou máquinas) que se
movimentam ou estão dispostos ao longo da cadeia de suprimentos.
As informações contidas nas etiquetas são lidas por um conjunto
de sensores (antenas e leitores) por meio de rádio frequência. Os
sensores geralmente estão distribuídos em diferentes estágios e
várias posições na cadeia de suprimentos (docas de recebimento,

91
docas de expedição e pontos de controle em centros de distribuição
e armazéns; pontos de controle em processos de fabricação e linhas
de montagem; pontos de controle em rodovias, ferrovias, portarias,
operações de pesagem etc.).

FIGURA 10 – A IDENTIFICAÇÃO POR RADIOFREQUÊNCIA (RFID) EM RODOVIAS

FONTE: <https://bit.ly/3md7tvE>. Acesso em: 21 jul. 2021.

Outra aplicação consiste no monitoramento ambiental com o intuito de mo-


nitorar a qualidade do ar, praias ou rios, bem como a previsão de catástrofes. Deste
modo, são disponibilizados aos usuários os dados da qualidade do ar, ou até um alar-
me de enchente na SmartTV ou celular dos habitantes de áreas de risco (PEDROSO;
ZWICKER; SOUZA, 2009; COSSETTI, 2019; NEVES, 2021).

A Figura 11 ilustra uma possível solução com o uso efetivo de IoT, para possibi-
litar o poder de fiscalização da sociedade em relação às mineradoras de grande porte,
sendo que este uso foi desenvolvido após a tragédia de Brumadinho (BAZZO, 2019).
Nesta situação, as informações de monitoramento em tempo real, e ainda, o histórico
das medições das barragens seriam de domínio público.

Na parte inferior da figura você pode observar as barragens com seus centros
de controle privados e sensores para monitoramento remoto, usando tecnologias de
comunicação sem fio (NB-IoT, CAT-M, Sigfox e LoRa, protocolos padronizados como
MQTT e COAP), e com uma estrutura de dados aberta para uma rápida efetiva com a
plataforma de IoT (BAZZO, 2019).

92
FIGURA 11 – SOLUÇÃO IOT PARA AUMENTAR O PODER DE FISCALIZAÇÃO DA SOCIEDADE

FONTE: <https://bit.ly/3ijyI6O>. Acesso em: 20 jul. 2021.

No entanto, a convergência de todo o sistema, ou seja, sensores dos celulares,


estação de monitoramento e central de coleta de dados deve ser realizada pela Internet
viabilizada pela IoT.

Você sabe como funciona a tecnologia RFID? Então veja a GIO a seguir!

IMPORTANTE
Um aparelho com função de leitura envia, por meio de uma antena, sinais de
radiofrequência em busca de objetos a serem identificados.  Os sinais emitidos pelas
antenas do leitor ativam a antena da etiqueta que, por sua vez, reflete os sinais de
volta para o leitor, enviando-lhe as informações contidas no microchip. Os leitores são
conectados a um Software (Middleware), sendo responsável por monitorar as condições
de operação do leitor e gerenciar o fluxo de dados específicos, possibilitando integrações
com Sistemas ERP/WMS. 

FONTE: <https://bit.ly/3md7tvE>. Acesso em: 20 jul. 2021.

93
FIGURA – FUNCIONAMENTO DA TECNOLOGIA RFID

FONTE: <https://bit.ly/3md7tvE>. Acesso em: 20 jul. 2021.

O Quadro 5 apresenta os principais tipos tecnologia para aplicação na IoT.

QUADRO 5 – TIPOS TECNOLOGIA PARA APLICAÇÃO NA IOT

TECNOLOGIA DESCRIÇÃO

Considerada ótima para realizar transferências de grande volume


de dados entre os dispositivos. Porém, precisa de uma grande
Wifi quantidade de energia para operar, mas a maioria dos dispositivos
IoT necessita de uma taxa de transferência de dados muito menor
do que a utilizada pelo Wi-Fi.

A tecnologia Bluetooth é considerada um pilar da comunicação


de curto alcance, já que consegue transmitir dados numa
frequência de banda entre os 2,4 e os 2,485 GHz.
Bluetooth Em relação ao Wi-fi, o Bluetooth atua em distâncias menores e
precisa de menos energia. O Bluetooth v4.0 é visto como um
protocolo importante para a IoT, já que foi desenvolvido para um
consumo de energia reduzido.

O Zigbee permite a dispositivos de baixa potência de


operação, baixa taxa de transmissão de dados e baixo custo
Zigbee de implementação encaminharem dados na rede, com cada
dispositivo com capacidade de transmitir os dados em direção ao
seu destino pretendido.

94
O Z-Wave é considerada uma tecnologia de baixo consumo,
projetada inicialmente para automação de residências. Otimizada
para comunicação confiável e de baixa latência de pequenos
pacotes de dados, com taxas de transferência entre os 100 kbit/s,
Z-Wave opera na faixa de sub-1GHz, não interferindo na largura de banda
2,4GHz, como o Bluetooth ou o Z-Wave.
O Z-Wave usa um protocolo mais simples do que as outras
tecnologias, que podem permitir um desenvolvimento mais
rápido e simples.

A Thread tem como objetivo solucionar as necessidades da IoT,


sendo capaz de suportar uma rede de até 250 dispositivos. Cada
casa pode ter a sua própria rede, ou seja, uma rede pode ter até
Thread
250 aparelhos que interagem com os seus habitantes numa
base diária. Se a Thread comprovar a sua utilidade, será uma
plataforma sólida para a IoT.

FONTE: Adaptado de Neves (2021)

3 REDE 5G
As comunicações móveis estão em constante no processo de mudança e
atualmente precisam suportar trilhões de dispositivos transmitindo dados e voz ao
mesmo tempo (OLIVEIRA; WASLON; LOPES, 2018; COSSETTI, 2019; TERAL, 2019). Por
isso, a necessidade de um meio de conectividade eficiente através de redes sem fio
é alavancada pelo crescente número de tráfego de dados (TERAL, 2019). Conforme
Oliveira, Waslon e Lopes (2018, p. 45):

Para suportar os novos requisitos de rede, como baixa latência e


uma conectividade massiva, a rede 5G não apenas deve melhorar
a eficiência das tecnologias anteriores, mas também possuir uma
arquitetura flexível e escalável para se adaptar aos diversos cenários
atuais e futuros. A rede 5G deverá coexistir com o LTE e Wi-Fi por
um longo período. Essa coordenação entre os diversos requisitos
de tráfego e mobilidade do usuário entre essas redes deverão ser
administradas de forma que a taxa de transmissão e continuidade de
mobilidade seja alcançada.

A rede 5G tem por objetivo conectar indivíduos e coisas, bem como redefinir
uma nova dinâmica de imersão digital (OLIVEIRA; WASLON; LOPES, 2018; FARIAS, 2019;
TERAL, 2019; NEVES, 2021). Visto que a IoT é uma parte essencial do mundo moderno,
a infraestrutura sem fio atual não acomoda tantos bilhões de dispositivos conectados,
e ainda, não garante a troca de informações sem a ocorrência de pequenos atrasos
(TEECE, 2017; OLIVEIRA; ALENCAR; LOPES, 2018). De acordo com Farias (2019, p. 17):

95
Duas tendências significativas estão impulsionando a indústria
mobile a desenvolver uma quinta geração de tecnologia de rede: o
aumento explosivo na demanda por serviços de banda larga sem
fio, que precisam de redes mais rápidas e de maior capacidade,
capazes de fornecer vídeo e outros serviços ricos em conteúdo; e
a Internet of Things (IoT), que está alimentando a necessidade de
conectividade massiva de dispositivos, e também a necessidade
de conectividade ultra confiável e de latência ultrabaixa sobre o
Protocolo de Internet (IP).

Deste modo, o 5G pode possibilitar a comunicação dos dispositivos em tempo


real, isso permitiria, por exemplo, que automóveis dirijam sozinhos, ou ainda, que
cirurgias sejam efetuadas de modo remoto (FARIAS, 2019; TERAL, 2019; NEVES, 2021).

FIGURA 12 – CARACTERÍSTICAS DO 5G

FONTE: <https://bit.ly/3PIgAmg>. Acesso em: 21 jul. 2021.

As altas velocidades e a baixa latência prometidas pelo 5G impulsionarão as


sociedades para uma nova era de cidades inteligentes e a Internet das Coisas (IoT)
(COSSETTI, 2019; FARIAS, 2019; TERAL, 2019). De acordo com Farias (2019, p. 33):

A variedade de requisitos e as necessidades de espectro mostram


que há muitas opções e desafios para introdução do 5G. Diferentes
bandas de espectro serão necessárias para suportar todos os
casos de uso. As operadoras de telefonia móvel devem, portanto,
considerar a viabilidade de diferentes opções para atender aos casos
de uso inicialmente pretendidos e garantir a interoperabilidade de
suas redes.

96
Portanto, as cidades inteligentes utilizam IoT para captar dados em tempo real
com o objetivo de compreender de modo adequado os padrões de demanda e tomar
decisões rápidas, eficazes e de baixo custo (TEECE, 2017; MEDEIROS, 2019; TERAL,
2019). Sendo assim, a tecnologia 5G proporciona inúmeros recursos que afetam de
modo positivo as experiências digitais, bem como as cidades inteligentes. Isso ocorre
já que o 5G promove o desenvolvimento de cidades inteligentes da teoria para a prática
(TEECE, 2017; OLIVEIRA; WASLON; LOPES, 2018; COSSETTI, 2019).

FIGURA 13 – IOT E O 5G EM CIDADES INTELIGENTES

FONTE: <https://www.iberdrola.com/inovacao/o-que-e-5g-vantagens>. Acesso em: 20 jul. 2021.

A cidade inteligente utiliza soluções digitais, tecnologia e dados para garantir a


melhora dos indicadores de qualidade de vida da população (COSSETTI, 2019; NEVES,
2021). Isso representa uma melhora significativa no tempo de trânsito e deslocamento;
resposta rápida a emergências; redução no consumo de água e energia; redução do
desperdício (reciclagem); redução significativa de emissões nocivas ao meio ambiente,
mas principalmente um crescimento urbano planejado e sustentável (OLIVEIRA;
WASLON; LOPES, 2018; COSSETTI, 2019).

97
Você sabe a diferença entre 3G, 3.5G, 4G LTE, 4G+, 4.5G e 5G? Então veja a GIO
a seguir!

IMPORTANTE
Na imagem, você pode compreender, de modo simplificado, a evolução da internet móvel.

FIGURA – HISTÓRIA DA INTERNET MÓVEL

FONTE: <https://bit.ly/3F1ibxX>. Acesso em: 20 jul. 2021.

4 IOT NAS NUVENS


A computação em nuvem é uma tecnologia essencial, sendo que esta caminha
junto com IoT para proporcionar um novo cenário de tecnologia mundial. A IoT demanda
muito da computação em nuvem em decorrência da infraestrutura, plataforma,
software e análise de dados (MELL; GRANCE, 2011; GOMES; BRAUN; MONTEIRO, 2016).
Deste modo, atualmente, temos uma infinidade de dispositivos gerando informações
que necessitam de serviços escaláveis e com alta disponibilidade para armazenamento,
processamento, análise e entrega de dados de alto valor agregado para os usuários
em tempo real e em qualquer lugar (MELL; GRANCE, 2011; GOMES; BRAUN; MONTEIRO,
2016; GONÇALVES; BITTENCOURT; MADEIRA, 2018).

98
FIGURA 14 – A COMPUTAÇÃO EM NUVEM E A IOT

FONTE: Gonçalves, Bittencourt e Madeira (2018, p. 4)

Um ponto importante é a análise de dados como serviço (Analytics as a Service


- AaaS) que complementa o pacote de serviços essenciais à IoT que serão fornecidos
pela computação em nuvem (REIS, 2016; GONÇALVES; BITTENCOURT; MADEIRA, 2018).

FIGURA 15 – IOT, COMPUTAÇÃO EM NUVEM E AAAS

FONTE: <https://bit.ly/3iecFhR>. Acesso em: 20 jul. 2021.

99
Entretanto, é preciso considerar que a computação em nuvem para a IoT
traz inúmeros desafios relativos à segurança dos dados (GONÇALVES; BITTENCOURT;
MADEIRA, 2018). Já que, atualmente, as informações são armazenadas em servidores
distribuídos ao redor do mundo. Além disso, a infraestrutura de computação em nuvem
precisará atingir uma interface amigável ao usuário final (REIS, 2016; MELL; GRANCE,
2011; GOMES; BRAUN; MONTEIRO, 2016; GONÇALVES; BITTENCOURT; MADEIRA, 2018).
Uma solução que vem sendo adotada é o desenvolvimento de nuvens privadas que
aumentam a segurança e a privacidade dos dados das entidades.

Você sabe o que significa análise de dados como serviço (Analytics as a Service
– AaaS)? Então veja a GIO a seguir.

IMPORTANTE
A tecnologia de Analytics as a Service (AaaS) combina os aspectos
“on demand” da computação na nuvem com a democratização da
informação possibilitada pelas ferramentas de análise de big data.
As ferramentas de AaaS permitem que os departamentos de TI
não tenham de comprar uma infraestrutura e nem se preocupem
em configurar nada. A tecnologia elimina as tarefas manuais dos
profissionais de TI que antes inibiam o uso de ferramentas de análise
de big data. O AaaS ainda ajuda a reforçar a segurança, a privacidade e
os controles de compliance, ajudando a TI a reduzir significativamente
os custos e os riscos de segurança, ao mesmo tempo que aumenta a
satisfação e a produtividade.

FONTE: <https://bit.ly/3un8WDr>. Acesso em: 20 jul. 2021.

Portanto, a IoT possibilita que objetos coletem, troquem e armazenem dados


numa nuvem, para que sejam processados e analisados esses dados, e com isso, geram
informações significativas para o planejamento urbano de uma cidade. No entanto, para
que a IoT alcance seus resultados, precisa de uma conectividade eficiente que suporte
o crescente número de tráfego de dados.

100
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• O uso da tecnologia no dia a dia da sociedade, otimizando atividades rotineiras,


economizando recursos, de tal modo a assegurar uma melhor qualidade de vida, são
objetivos inerentes das novas tecnologias. A IoT já é considerada um grande marco
na história do desenvolvimento tecnológico.

• Uma das grandes preocupações atuais é sobre a capacidade de infraestrutura


que as redes de dados necessitam para conseguir atender à demanda dos objetos
conectados à internet.

• Diferentes tipos de redes podem ser distinguidos no panorama de aplicação na


IoT, tal como a identificação por radiofrequência (RFID). Esta consiste no uso de
ondas eletromagnéticas com o objetivo de comunicar dados de identificação de
algum objeto. A sua principal aplicação na IoT é em sensores e monitores remotos,
principalmente aqueles operados à bateria, de mensagens curtas e em alguns casos
em locais de difícil acesso.

• As comunicações móveis estão em constante no processo de mudança e, atualmen-


te, precisam suportar trilhões de dispositivos transmitindo dados e voz ao mesmo
tempo. Por isso, a necessidade de um meio de conectividade eficiente através de
redes sem fio é alavancada pelo crescente número de tráfego de dados.

• A rede 5G tem por objetivo conectar indivíduos e coisas, bem como redefinir uma
nova dinâmica de imersão digital. Visto que a IoT é uma parte essencial do mundo
moderno, a infraestrutura sem fio atual não acomoda tantos bilhões de dispositivos
conectados, e ainda, não garante a troca de informações sem a ocorrência de
pequenos atrasos.

• A computação em nuvem é uma tecnologia essencial, sendo que esta caminha junto
com IoT para proporcionar um novo cenário de tecnologia mundial. A IoT demanda
muito da computação em nuvem em decorrência da infraestrutura, plataforma,
software e análise de dados.

101
AUTOATIVIDADE
1 O uso da tecnologia no dia a dia da sociedade, otimizando atividades rotineiras,
economizando recursos, de tal modo a assegurar uma melhor qualidade de vida, são
objetivos inerentes das novas tecnologias. A IoT já é considerada um grande marco
na história do desenvolvimento tecnológico. Dessa forma, assinale a alternativa
CORRETA:

a) ( ) Uma das grandes preocupações atuais é sobre a capacidade de infraestrutura


que as redes de dados necessitam para conseguir atender a demanda dos
objetos conectados a Internet.
b) ( ) No período de 2010, 90% dos brasileiros usaram a internet o que corresponde a
aproximadamente 180 milhões de indivíduos.
c) ( ) Atualmente no Brasil estima-se que não se tenha muitos dispositivos móveis em
relação ao número de habitantes.
d) ( ) A tecnologia pode ser considerada como um desafio para o desenvolvimento
urbano adequado.

2 Diferentes tipos de redes podem ser distinguidos no panorama de aplicação na


IoT, tal como a identificação por radiofrequência (RFID). Esta consiste no uso de
ondas eletromagnéticas com o objetivo de comunicar dados de identificação de
algum objeto. A sua principal aplicação na IoT é em sensores e monitores remotos,
principalmente aqueles operados à bateria, de mensagens curtas e em alguns
casos em locais de difícil acesso. Dessa forma, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) O RFID é reconhecido como uma tecnologia de identificação sem fios que se usa
de sinais para identificar de modo remoto um objeto com capacidade de arma-
zenar e recuperar informação de suas próprias atividades a partir de um código.
b) ( ) As informações sobre a identificação de um objeto (incluindo outras possíveis
informações passíveis de monitoramento por sensores, tais como temperatura,
pressão etc.) não podem ser gravadas nas etiquetas RFID.
c) ( ) Os sensores geralmente estão distribuídos em um mesmo local na cadeia de
suprimentos.
d) ( ) As informações contidas nas etiquetas são lidas por um conjunto de sensores
(antenas e leitores) por meio de Big Data.

3 As comunicações móveis estão em constante no processo de mudança e atualmente


precisam suportar trilhões de dispositivos transmitindo dados e voz ao mesmo tempo.
Por isso, a necessidade de um meio de conectividade eficiente através de redes
sem fio é alavancada pelo crescente número de tráfego de dados. Sobre o exposto,
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

102
( ) Para suportar os novos requisitos de rede, como baixa latência e uma conectivida-
de massiva, a rede 5G não apenas deve melhorar a eficiência das tecnologias an-
teriores, mas também possuir uma arquitetura flexível e escalável para se adaptar
aos diversos cenários atuais e futuros.
( ) A rede 5G tem por objetivo conectar indivíduos e coisas, bem como redefinir uma
nova dinâmica de imersão digital.
( ) O 5G pode possibilitar a comunicação dos dispositivos em tempo real, isso
permitiria, por exemplo, que automóveis dirijam sozinhos, ou ainda, que cirurgias
sejam efetuadas de modo remoto.
( ) As baixas velocidades e a alta latência prometidas pelo 5G impulsionarão as so-
ciedades para uma nova era de cidades inteligentes e a Internet das Coisas (IoT).

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V - V - V - F.
b) ( ) V - F - V - V.
c) ( ) F - V - V - F.
d) ( ) V - V - V - V.

4 A IoT é uma parte essencial do mundo moderno, a infraestrutura sem fio atual não
acomoda tantos bilhões de dispositivos conectados, e ainda, não garante a troca de
informações sem a ocorrência de pequenos atrasos. Considerando esta afirmação,
elabore um quadro com os principais tipos de tecnologia para aplicação na IoT.

5 A computação em nuvem é uma tecnologia essencial, sendo que esta caminha junto
com IoT para proporcionar um novo cenário de tecnologia mundial. A IoT demanda
muito da computação em nuvem em decorrência da infraestrutura, plataforma,
software e análise de dados. Dessa forma, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) A computação em nuvem para a IoT não acarreta problemas em relação à


segurança dos dados.
b) ( ) Atualmente, temos uma infinidade de dispositivos gerando informações
que necessitam de serviços escaláveis e com alta disponibilidade para
armazenamento, processamento, análise e entrega de dados de alto valor
agregado para os usuários em tempo real e em qualquer lugar.
c) ( ) A infraestrutura de computação em nuvem não precisará atingir uma interface
amigável ao usuário final.
d) ( ) A IoT possibilita que objetos coletem, troquem e armazenem dados numa nuvem,
para que geram informações significativas para o Big Data.

103
104
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
PLANEJAMENTO URBANO E A INTERNET
DAS COISAS

1 INTRODUÇÃO

Os grandes centros urbanos podem mitigar os seus problemas de crescimento,


bem como melhorar as condições de vida aos cidadãos através de tecnologias. As
tecnologias IoT, portanto, podem ser integradas como ferramentas de monitoramento
com diversas finalidades (PATINHA, 2017; MAGRANI, 2018; NEVES, 2021).

O atual avanço da IoT é consequência da convergência de inúmeras tecnologias.


A redução e popularização de sensores vêm viabilizando o sistema de coleta e
transmissão de dados em tempo real, ou seja, favorecendo a IoT (OLIVEIRA, 2018;
MAGRANI, 2018). Porém, a conectividade é imprescindível para viabilizar o avanço das
redes sem fio, garantindo o acesso e a transmissão dos dados para a Internet (PATINHA,
2017; MAGRANI, 2018; NEVES, 2021).

Deste modo, o atual planejamento urbano não depende somente da infraes-


trutura das cidades, mas também da disponibilidade e da qualidade da comunicação,
do acesso às informações, capital social e intelectual (OLIVEIRA, 2018; NEVES, 2021).
Então, neste tópico, vamos compreender como IoT é aplicada nas cidades, mas também
serão abordados os desafios do processo de implementação.

2 A IOT E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM


MEIO URBANO
Muitos autores afirmam com preocupação que não se deve reduzir os problemas
ambientais e os desafios urbanos a uma perspectiva unicamente tecnológica,
sobretudo considerando principalmente as dificuldades econômicas dos países (PAYÃO;
SANTIAGO, 2018; NEVES, 2021). Acreditar que o processo de implementação da IoT nos
centros urbanos garantirá a sustentabilidade, o crescimento adequado do ponto de
vista econômico, social e ambiental desconsiderando o contexto local compromete o
próprio desenvolvimento (PATINHA, 2017; MAGRANI, 2018; PAYÃO; SANTIAGO, 2018;
NEVES, 2021). De acordo com Payão e Santiago (2018, p. 798):

105
Os desafios urbanos atuais e futuros ultrapassam a esfera da
tecnologia e demandam iniciativas mais amplas e abrangentes que
podem e devem ser articuladas em conjunto com a noção de cidades
inteligentes, tudo calcado nos pilares da sustentabilidade ambiental,
econômica e social. Por outro lado, a priorização de interesses
individuais pode comprometer a noção de que as cidades sejam
os motores da remodelação econômica do Século XXI quando as
cidades inteligentes se tornam meros instrumentos de marketing ou
promoção privada, por representar uma moldura lucrativa frente às
demandas sociais e ambientais globais.

Portanto, as cidades não podem ser vistas somente como investimento


financeiro, mas como um sistema complexo que precisa ser analisado, pensado e
repensado com critérios definidos (PAYÃO; SANTIAGO, 2018). Isso significa considerar a
geografia, o clima, vegetação, fauna, história e características sociais (MAGRANI, 2018;
PAYÃO; SANTIAGO, 2018; NEVES, 2021). O desenvolvimento tecnológico adequado da
IoT pode evitar a potencialização das desigualdades regionais e globais.

Diante desse contexto, conforme Payão e Santiago (2018, p. 800):

As cidades inteligentes, ao aliarem a tecnologia à melhoria na qualidade


de vida, ao equilíbrio econômico e social, ao compartilhamento, à
tolerância cultural e à sustentabilidade, além da democratizarem
a tecnologia, podem se tornar um meio para alcançar o equilíbrio
socioambiental no futuro.

3 A IOT E AS CIDADES INTELIGENTES


Um exemplo de aplicação da IoT que afeta diretamente a qualidade de vida e a
segurança da população é o controle da poluição do ar (PAYÃO; SANTIAGO, 2018; PERLIN
et al., 2019). Um caso real da aplicaçaõ da IoT foi a redução de 30% das emissões de
carbono em Londres, a partir do acompanhamento das atividades do dia a dia (NEVES,
2021). Isso foi possível a partir da instalação de uma rede de sensores que apresentava
informações do nível de carbono em tempo real (GROTH, 2017; PERLIN et al., 2019;
NEVES, 2021). Conforme Perlin et al. (2019, s.p.): “O monitoramento da qualidade do ar
sempre será de extrema importância, para qualquer estudo sobre qualidade de vida e
saúde humana”.

106
FIGURA 16 – EXEMPLO DE UMA REDE SENSORES COM INFORMAÇÕES DO NÍVEL DE GASES POLUENTES
EM TEMPO REAL

FONTE: <https://bit.ly/3D0LAX9>. Acesso em: 22 jul. 2021.

Outro exemplo é o monitoramento do tráfego a partir de sensores localizados


ao longo das vias (LOUREIRO, 2015; COSTA, 2018). As informações obtidas pelos
sensores podem alimentar os sistemas de informação gerando rotas em tempo real, e
ainda redistribuir os veículos resultando na fluidez do trafego. A comunicação e a troca
de informações entre esses diferentes objetos representam um cenário clássico da
utilização da IoT (COSTA, 2018; COELHO, 2018).

107
FIGURA 17 – VEÍCULO COM TECNOLOGIA IOT

FONTE: <https://glo.bo/39P6lbT>. Acesso em: 22 jul. 2021.

Agora, vamos entender a aplicação da IoT por setores existentes nos centros
urbanos!

3.1 IOT E OS RECURSOS HÍDRICOS


As cidades vêm sofrendo com o desperdício de água por consequências do mau
gerenciamento dos recursos hídricos, só qu isso desencadeia problemas principalmente
nas regiões que sofrem com escassez deste recurso natural (VELASCO, 2020). A Figura
18 mostra que no período de 2015, 36,7% da água potável produzida no país foi perdida
durante a distribuição e no de 2018, o índice atingiu 38,5%, isso significa um prejuízo
econômico de 12,3 bilhões de reais (VELASCO, 2020).

108
FIGURA 18 – PERDA DE ÁGUA NO BRASIL NO PERÍODO DE 2014 A 2018

FONTE: <https://glo.bo/2XWoamJ>. Acesso em: 22 jul. 2021.

Conforme a Organização das Nações Unidas, no período de 2030 haverá


a necessidade de um aumento de 40% na disponibilidade de água para população
mundial (VERDÉLIO, 2014; VELASCO, 2020).  Então, é necessário desenvolver soluções
inteligentes e inovadoras para o gerenciamento adequado dos recursos hídricos, além
disso, fornecer água tratada e coletar o esgoto para mais habitantes de modo a reduzir
a barreira da desigualdade (VERDÉLIO, 2014; VELASCO, 2020).

109
FIGURA 19 – RECURSOS HÍDRICOS E O AUMENTO POPULACIONAL

FONTE: <https://bit.ly/3zZBG6m>. Acesso em: 22 jul. 2021.

O que se percebe é que o saneamento básico precisa mudar, já que é evidente


a ampliação da oferta desse serviço de modo mais eficiente, reduzindo os custos de
manutenção e perda da água ao longo do processo (GRANGEIRO, 2020; MACHADO et
al., 2021; VASCONCELOS, 2021). Conforme Grangeiro (2020, p. 418):

No Brasil, a gestão dos recursos hídricos é de domínio da União e dos


Estados, conforme a Constituição Federal de 1988, mas influencia
diretamente a qualidade de vida urbana, visto que os serviços de
saneamento básico deficientes podem comprometer a salubridade
ambiental e a vida humana. Já a gestão urbana é de competência
do município e deve ser realizada em nível de território municipal.
No âmbito da gestão urbana, estão o planejamento do uso do solo, a
mobilidade urbana, a habitação e o saneamento.

A gestão dos recursos hídricos pode ser realizada de modo eficiente por meio
da utilização de tecnologias que forneçam o monitoramento do consumo de água. Isso
significa usar medidores inteligentes de recursos hídricos que efetuem cálculos em
relação à vazão de água e emitam um alerta em situações que estejam fora do padrão
normal (GRANGEIRO, 2020; MACHADO et al., 2021; VASCONCELOS, 2021).

110
Um exemplo prático desta situação é da Companhia de Saneamento Básico do
Estado de São Paulo (SABESP), que desenvolveu em 2010 uma Superintendência de
Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico, Inovação e Novos Negócios, sendo que em
2016 foram investidos R$ 16 milhões nessa área (FARIA, 2020; GRANGEIRO, 2020). Outro
exemplo é o uso de sensores da IoT para monitorar a pressão e a qualidade da água
na rede de distribuição (FIGUEIREDO et al., 2019; FARIA, 2020; GRANGEIRO, 2020). As
vantagens do uso da IoT são (GRANGEIRO, 2020; FARIA, 2020):

• Redução do volume de água perdido em decorrência dos vazamentos.


• Aumento da vida útil da infraestrutura de saneamento básico.
• Redução da frequência de novos rompimentos.

FIGURA 20 – SENSORES DE IOT PARA AUXILIAR NO GERENCIAMENTO DO RECURSO HÍDRICO

FONTE: <https://alfacomp.net/2020/12/27/remotas-de-telemetria/>. Acesso em: 22 jul. 2021.

Veja a GIO a seguir, sobre a aplicação prática da IoT no gerenciamento dos


recursos hídricos!

111
IMPORTANTE
A empresa Ativa Soluções Tecnológicas criou a Solução em IoT para saneamento, o
Controlador VRP (Válvula Redutora de Pressão). Como indica o nome, trata-se de um
mecanismo inovador inteligente em IoT capaz de realizar remotamente o controle da
Válvula Redutora de Pressão (VRP) para que haja distribuição correta de água, de modo a
manter otimizada a pressão sem prejuízo ao serviço de abastecimento. Sua modulação é
baseada por tempo, vazão e ponto crítico.

FONTE: <https://bit.ly/2WtS8hC>. Acesso em: 24 jul. 2021.

FIGURA – MECANISMO INTELIGENTE EM IOT CAPAZ DE REALIZAR REMOTAMENTE O CONTROLE DA


VÁLVULA REDUTORA DE PRESSÃO (VRP)

FONTE: <https://bit.ly/2WtS8hC>. Acesso em: 24 jul. 2021.

O Controlador VRP é um equipamento para funcionar debaixo da terra, literalmente,


já que é instalado em ruas e galerias  sem o uso de energia elétrica, operando de
forma autônoma e inteligente com duração  ao longo de até  5 anos interruptos.

FONTE: <https://bit.ly/2WtS8hC>. Acesso em: 24 jul. 2021.

FIGURA – GRÁFICOS DA LEITURA DO CONTROLADOR VRP EM OPERAÇÃO ATRAVÉS


DA PLATAFORMA DE GERENCIAMENTO WEB SOLLUS

FONTE: <https://bit.ly/2WtS8hC>. Acesso em: 24 jul. 2021.

112
Um outro exemplo importante da IoT no processo de gerenciamento dos
recursos hídricos refere-se ao monitoramento de poços artesianos, que permitem
informações sobre o consumo, a temperatura e a condutividade dos poços (AZEVEDO
et al., 2018; FARIA, 2020). A solução IoT se mostra eficaz no envio de informações
em tempo real do que acontece em cada poço, evitando o esgotamento do aquífero
(AZEVEDO et al., 2018). Isso significa que a distribuição de água seja efetuada de modo
inteligente e sustentável. 

FIGURA 21 – IOT NO MONITORAMENTO DE POÇOS ARTESIANOS

FONTE: <https://2metric.com.br/>. Acesso em: 25 jul. 2021.

O desenvolvimento dessas tecnologias com o uso de IoT é importante para


possibilitar a eficiência no serviço, bem como para monitorar o consumo de água
(AZEVEDO et al., 2018; FARIA, 2020; NEVES, 2021). A utilização da IoT no saneamento
básico está ligada ao processo de automação e auxílio na identificação de pontos que
necessitam de correção para que os processos fluam do modo adequado (AZEVEDO et
al., 2018; FIGUEIREDO et al., 2019; FARIA, 2020). 

Veja a GIO a seguir, sobre a Companhia de Saneamento Básico do Estado de


São Paulo (SABESP) e o monitoramento de mananciais com IoT!

113
DICA
Para conseguir elaborar os boletins diários sobre a quantidade de água disponível nas
represas, a Sabesp utiliza um banco de dados que recebe informações a cada dez minutos
de estações automáticas de monitoramento, instaladas nos oito sistemas da Região
Metropolitana de São Paulo (RMSP). 

Para ler a reportagem completa acesso o seguinte link: https://bit.ly/3mf4vXA.

FIGURA – IOT E O MONITORAMENTO DE MANANCIAIS

FONTE: <https://bit.ly/3mf4vXA>. Acesso em: 26 jul. 2021.

3.2 A IOT E OS RESÍDUOS SÓLIDOS


A IoT também auxilia no processo de gerenciamento da gestão de resíduos
sólidos, facilitando a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
(ANDRADE, 2020; NEVES, 2021). Um exemplo disso é o desenvolvido do Smart Trash
(lixeira inteligente), que conforme Correia Junior, Santana e Santos (2018, p. 4):

O sistema consiste em uma plataforma que irá realizar o gerencia-


mento da lixeira eletrônica através de dispositivos como smartpho-
nes e desktops. A lixeira inteligente realiza a coleta dos dados no
espaço do recipiente através de um sensor ultrassônico que infor-
ma em um visor de LED localizado fora da lixeira, onde é possível
visualizar a capacidade do espaço disponível e enviará essa mensa-
gem através de uma ethernet Shield que possibilita a comunicação
entre a lixeira.

114
FIGURA 22 – LIXEIRAS INTELIGENTES COM IOT

FONTE: <https://bit.ly/3ii15Cs>. Acesso em: 25 jul. 2021.

A rede de lixeiras funciona com a coleta de dados de maneira que a arquitetura


interna  analise e envie os dados por meio de uma rede de comunicação (MAHMOUD;
MOHAMAD, 2016; ANDRADE, 2020). Desse modo, cada lixeira estará em hibernação quan-
do vazias e ficará operante quando estiveram cheias. Conforme Andrade (2020, p. 5):

As outras lixeiras estarão em posição de escravas inteligentes e


atuarão com uma coleção de interruptores e sensores coletores de
dados. Neste modo, elas se encarregarão de fazer a comunicação
periódica através da leitura dos sensores e interruptores e enviando
informações através da porta serial.

FIGURA 23 – REDE DE LIXEIRAS

LIXEIRA ESCRAVA

LIXEIRA ESCRAVA
LIXEIRA
MESTRA

LIXEIRA ESCRAVA

LIXEIRA ESCRAVA

FONTE: <https://bit.ly/3ii15Cs>. Acesso em: 25 jul. 2021.

115
Você conhece a Política Nacional de Resíduos Sólidos? Então veja a GIO a seguir!

IMPORTANTE
Para garantir a mitigação do impacto dos resíduos sólidos sobre os recursos naturais, em
2010 foi instituída no Brasil a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal 12.305).
Esta lei determina uma série de diretrizes e metas de gerenciamento ambiental que devem
ser cumpridas em todo o território nacional. A figura a seguir faz um resumo da PNRS
(MINGOTI, 2019).

Para ler a Política Nacional de Resíduos Sólidos acesse o link: https://bit.ly/3l1UfTr e para
acessar o Plano Nacional de Resíduos Sõlidos acesse o seguinte link: https://bit.ly/3otqBIu.

FIGURA – ESTRUTURA DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

FONTE: <https://bit.ly/3D2MtOX>. Acesso em: 25 jul. 2021.

116
3.3 IOT E A REDUÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA NAS
CIDADES
As cidades possuem um grande consumo de energia, sendo que esta deve ser
usada de modo mais eficiente. Deste modo, a IoT possibilita o desenvolvimento de que
fazem a redução no consumo (MAHMOUD; MOHAMAD, 2016; CERQUEIRA; COSTA, 2019;
NEVES, 2021). Um exemplo de aplicação é a iluminação pública inteligente que utiliza
uma rede de sensores que coletam dados e regulam a intensidade da luz emitida, com
isso utiliza-se somente a energia necessária para iluminar as ruas conforme as condições
atmosféricas (CERQUEIRA; COSTA, 2019; NEVES, 2021). Além disso, os sensores podem
identificar o funcionamento adequado das lâmpadas (CERQUEIRA; COSTA, 2019).

FIGURA 24 – IOT NO MONITORAMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA

FONTE: <https://blog.amds4.com.br/monitoramento-remoto-de-energia-iot-para-smart-grid/>. Acesso em:


26 jul. 2021.

Os contadores de eletricidade atuais medem e registram a eletricidade usada,


porém já foram desenvolvidos contadores de eletricidade com tecnologia ligados à web,
possibilitando a transmissão de informações para o fornecedor sem que um técnico
venha efetuar a leitura (PERERA et al., 2003; WORTMANN; FLÜCHTER, 2015; MAHMOUD;
MOHAMAD, 2016).

117
FIGURA 25 – CONTADORES DE ELETRICIDADE TRADICIONAIS X INTELIGENTES

FONTE: <https://bit.ly/3PMNvFY>. Acesso em: 26 jul. 2021.

O benefício dos contadores de eletricidade inteligente com tecnologia IoT


é a integração com outras aplicações das residências ou das cidades garantindo o
controle eficiente sobre a eletricidade usada (MAHMOUD; MOHAMAD, 2016; FATELA,
2021). Portanto, aplicação para monitoramento de energia é garantir a identificação
do equilíbrio do consumo de energia, bem como a análise de consumo adicional para
apontar as áreas a terem manutenção (PERERA et al., 2003; FATELA, 2021; NEVES,
2021). A grande vantagem para os usuários finais é o acompanhamento remoto dos
picos de consumo, por exemplo, ou ainda, receber alertas sobre irregularidades como
perda de energia (FATELA, 2021).

FIGURA 26 – CONTADORES DE ELETRICIDADE INTELIGENTE E OS USUÁRIOS FINAIS

FONTE: <https://bit.ly/3zZx6oC>. Acesso em: 26 jul. 2021.

118
3.4 REDES VEICULARES
A IoT pode ser utilizada para aumentar a capacidade de processamento e de
sensoriamento de veículos (LOUREIRO, 2015; COSTA, 2018; NEVES, 2021). É preciso
considerar que as redes veiculares proporcionam o controle do ambiente interno do
veículo e de seus módulos, mas, principalmente, evoluem para coletar dados do ambiente
externo para integrar aos controles internos do veículo (COELHO, 2018; FARIAS, 2019).
Neste sentido, conforme Loureiro (2015, p. 15):

A integração de redes veiculares com a IoT permite obter informações


de uma dada entidade física (e.g., estado de um semáforo à frente,
condições da estrada) quanto social (e.g., atividade de uma pessoa)
tanto no ambiente móvel (veículo) quanto no ambiente fixo e, a partir
daí, projetar diferentes tipos de serviços e aplicações.

É preciso considerar que a tecnologia de redes veiculares não foi implementada


de modo em larga escala em decorrência de muitos desafios para garantir um serviço
de segurança (QURESHI; ABDULLAH 2013; GLANCY 2015; COELHO, 2018; NEVES,
2021). Ainda, com o surgimento dos carros autônomos é necessário que os protocolos
existentes sejam revisados, garantindo uma comunicação eficiente entre os diversos
objetos e dispositivos que compõem o sistema de trânsito (COSTA, 2018; NEVES, 2021).
Conforme Coelho (2018, p. 23):

O crescimento acelerado da frota de veículos nas últimas décadas


sem uma política governamental adequada fez surgirem diversos
problemas. Um dos problemas é a poluição do ar causada, entre
outros fatores, pela queima de combustíveis fósseis nos veículos,
gerando impactos ambientais irreversíveis ao planeta.

Portanto, é preciso considerar que a eficiência e a segurança são fatores


primordiais às redes veiculares (PEDROSO; ZWICKER; CESAR, 2009; JOSÉ, 2012; COSTA,
2018; NEVES, 2021). Um exemplo de segurança seria quando ocorrer um acidente
em uma rodovia, mensagens serão encaminhadas para os veículos próximos, ou
seja, auxiliando que os condutores tomem uma decisão segura, ou ainda, sugerindo
caminhos alternativos para não gerar congestionamentos no local do acidente (JOSÉ,
2012; COELHO, 2018; COSTA, 2018).

119
FIGURA 27 – REDES VEICULARES EM CIDADES INTELIGENTES

FONTE: <https://bit.ly/3otw4z0>. Acesso em: 26 jul. 2021.

Portanto, você pôde verificar ao longo deste tópico que as tecnologias oferecem
transparência, ou seja, possibilitam que os usuários tenham clareza de suas decisões
e ações. Isso significa agir de modo a preservar os recursos naturais, ao mesmo tempo
em que se torna necessário expandir o seu fornecimento em decorrência do aumento
populacional. 

120
LEITURA
COMPLEMENTAR
MAIORIA DAS MÉDIAS E GRANDES EMPRESAS BRASILEIRAS IMPLEMENTARÁ
IOT NOS PRÓXIMOS 12 MESES

A maioria (73%) das empresas de médio e grande porte no Brasil já possuem


alguma implementação de IoT ou planejam implementar nos próximos 12 meses. Muitas
encontram-se em processo de digitalização através da implementação de medidores
inteligentes, gestão de frotas, Video Analytics, sensores conectados e aplicações para
melhorar a operação de seus negócios. Os dados são de um estudo recente da Pyramid,
divulgado com exclusividade no white paper “Internet das Coisas: um pilar chave no
processo de digitalização”, patrocinado pela Cisco e Intel.

Os resultados revelam que verticais como entretenimento, turismo, financeiro,


utilities e varejo apresentarão forte crescimento dentro do mercado de Internet das Coisas
no Brasil. Estas verticais possuem um grande potencial para melhorar a experiência de
seus clientes através da correlação de informações com Big Data e Analytics, que junto
a IoT, podem gerar novas fontes de receita para as empresas.

De acordo com a pesquisa, que focou no segmento B2B, a maioria das


empresas (60%) ainda enxerga IoT como sendo uma solução para melhorar eficiências
operacionais e reduzir custos. Já 24% delas mencionaram que pretendem aumentar
suas receitas em produtos e serviços já existentes em seus portfólios através da IoT.
Apenas 8% das empresas mencionaram que pretendem aumentar suas receitas através
de novos produtos e serviços e outros 8% focam na IoT para melhorar seus processos
de tomada de decisão.

Dentre as aplicações que as empresas já adotam ou planejam adotar, o


controle de ativos e pessoas aparece em primeiro lugar com 36% das menções. A
implementação de sistemas de segurança inteligentes ficou em segundo lugar, citada
por 28% das empresas entrevistadas, seguida por sistemas inteligentes de automação
para precificação de produtos, e sistemas preditivos para campanhas de marketing.

121
“Apesar da IoT já ser uma realidade para muitas companhias, elas precisam
avançar no processo de transformação digital, integrando redes de TA e TI, ‘coisas’
com pessoas e processos internos com toda a cadeia de valor. É preciso saber detectar
as possibilidades de transformar dados isolados em informações de valor para várias
unidades de negócio e com isso impactar positivamente seus processos internos e a
experiência de seus clientes”, comenta Severiano Macedo, especialista de soluções IoT
da Cisco Brasil. O executivo ainda menciona a importância da Internet das Coisas no
desenvolvimento das verticais de Smart Cities e Smart Buildings.

Um dos principais desafios para as companhias é entender a Internet das


Coisas como uma nova fonte de receita. Este fator foi mencionado por 32% das
empresas como o principal entrave para conseguir iniciar um projeto relacionado à IoT.

"Demonstrar o valor que será obtido através da IoT e justificar os custos do


projeto, bem como o retorno do investimento, são desafios-chave para se iniciar qualquer
projeto nesta área”, comenta o diretor de IoT e Inovação da Intel Brasil, Max Leite.

As preocupações ligadas à segurança foram mencionadas por 20% das


empresas como principal desafio, e 12% citaram a necessidade de desenvolver expertise
para gerenciar adequadamente esse tipo de solução.

A utilização inteligente de dados, com Big Data e Analytics, é essencial no


gerenciamento e análise das informações geradas pelo exponencial número de
dispositivos conectados. Muitas empresas necessitam redimensionar suas redes
para atender esta crescente demanda. Para que as empresas possam se beneficiar
completamente do conceito da IoT, estas devem possuir uma plataforma colaborativa
composta por equipamentos móveis, gerenciamento de dados, gerenciamento de
plataformas e aplicativos, e principalmente uma infraestrutura de redes que suporte
todos estes elementos de maneira segura.

Surge aí o conceito de Fog Computing, que é uma arquitetura que estende a


capacidade computacional e o armazenamento da nuvem para as camadas de acesso
da rede, permitindo que os dados sejam analisados e transformados em informações ou
em ações antes de serem simplesmente transmitidos. Fog (Neblina) é uma extensão da
Cloud para dentro do mundo físico, ou seja, para o mundo das “coisas”.

122
“Big Data, Fog Computing e Analytics são ferramentas fundamentais dentro do
processo da IoT. Elas permitem que as organizações entendam melhor determinados
processos e comportamentos que serão chave no desenvolvimento de novas soluções
que tenham um impacto positivo e significativo na experiência dos consumidores e nos
processos empresariais. Com esta plataforma, as empresas possuem uma importante
base para o desenvolvimento de novas fontes de receita, iniciando assim um processo
de monetização através da IoT”, detalha Marcelo Kawanami, gerente de pesquisa da
Pyramid Research.

123
FONTE: <https://bit.ly/3NCzcCb>. Acesso em: 26 jul. 2021.

124
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Os grandes centros urbanos podem mitigar os seus problemas de crescimento,


bem como melhorar as condições de vida aos cidadãos através de tecnologias. As
tecnologias IoT, portanto, podem ser integradas como ferramentas de monitoramento
com diversas finalidades.

• As cidades vêm sofrendo com o desperdício de água por consequências do


mau gerenciamento dos recursos hídricos, só que isso desencadeia problemas
principalmente nas regiões que sofrem com escassez deste recurso natural. Então,
é necessário desenvolver soluções inteligentes e inovadoras para o gerenciamento
adequado dos recursos hídricos, além disso, fornecer água tratada e coletar o esgoto
para mais habitantes de modo a reduzir a barreira da desigualdade.

• As vantagens do uso da IoT são: Redução do volume de água perdido em decorrência


dos vazamentos; Aumento da vida útil da infraestrutura de saneamento básico;
Redução da frequência de novos rompimentos.

• Uso da IoT no monitoramento de poços artesianos, que permitem informações


sobre o consumo, a temperatura e a condutividade dos poços. A solução IoT se
mostra eficaz no envio de informações em tempo real do que acontece em cada
poço, evitando o esgotamento do aquífero. O desenvolvimento dessas tecnologias
com o uso de IoT é importante para possibilitar a eficiência no serviço, bem como
para monitorar o consumo de água.

• As cidades possuem um grande consumo de energia, sendo que esta deve ser usada
de modo mais eficiente. Desse modo, a IoT possibilita o desenvolvimento de que
fazem a redução no consumo.

• A IoT pode ser utilizada para aumentar a capacidade de processamento e de


sensoriamento de veículos. É preciso considerar que as redes veiculares proporcionam
o controle do ambiente interno do veículo e de seus módulos, mas, principalmente,
evoluem para coletar dados do ambiente externo para integrar aos controles internos
do veículo.

125
AUTOATIVIDADE
1 Os grandes centros urbanos podem mitigar os seus problemas de crescimento,
bem como melhorar as condições de vida aos cidadãos através de tecnologias. As
tecnologias IoT, portanto, podem ser integradas como ferramentas de monitoramento
com diversas finalidades. Dessa forma, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) O aumento e a popularização de sensores vêm viabilizando o sistema de coleta


e transmissão de dados em tempo real, ou seja, favorecendo a IoT.
b) ( ) Os desafios urbanos atuais e futuros ultrapassam a esfera da tecnologia e
demandam iniciativas mais amplas e abrangentes que podem e devem ser
articuladas em conjunto com a noção de cidades inteligentes, tudo calcado nos
pilares da sustentabilidade ambiental, econômica e social.
c) ( ) As cidades inteligentes, ao aliarem a tecnologia à melhoria na qualidade de vida,
ao equilíbrio econômico e social, ao compartilhamento, à tolerância cultural e
à sustentabilidade, além da democratizarem a tecnologia, podem se tornar um
meio para não conseguir alcançar o equilíbrio socioambiental no futuro.
d) ( ) As cidades precisam ser vistas somente como investimento financeiro, que
necessita ser analisado, pensado e repensado com critérios definidos.

2 As cidades vêm sofrendo com o desperdício de água por consequências do


mau gerenciamento dos recursos hídricos, só que isso desencadeia problemas
principalmente nas regiões que sofrem com escassez desse recurso natural. Então,
é necessário desenvolver soluções inteligentes e inovadoras para o gerenciamento
adequado dos recursos hídricos, além disso, fornecer água tratada e coletar o esgoto
para mais habitantes de modo a reduzir a barreira da desigualdade. Dessa forma,
assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) A Organização das Nações Unidas, no período de 2030, haverá a necessidade de


um aumento de 40% na disponibilidade de água para população mundial.
b) ( ) No período de 2015, 36,7% da água potável produzida no país foi perdida durante
a distribuição e no de 2018, o índice atingiu 38,5%, isso significa um prejuízo
econômico de 12,3 bilhões de reais.
c) ( ) O saneamento básico precisa mudar, já que é evidente a ampliação da oferta
desse serviço de modo mais eficiente, aumentando os custos de manutenção e
perda da água ao longo do processo.
d) ( ) A gestão dos recursos hídricos pode ser realizada de modo ineficiente por meio da
utilização de tecnologias que forneçam o monitoramento do consumo de água.

126
3 A IoT também auxilia o processo de gerenciamento da gestão de resíduos sólidos,
facilitando a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Sobre
o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) A rede de lixeiras funciona com a coleta de dados de maneira que a arquitetura


interna analise e envie os dados por meio de uma rede de comunicação.
( ) Outras lixeiras estarão em posição de escravas inteligentes e atuarão com uma
coleção de interruptores e sensores coletores de dados. Neste modo, elas se
encarregarão de fazer a comunicação periódica através da leitura dos sensores e
interruptores e enviando informações através da porta serial.
( ) Para garantir a mitigação do impacto dos resíduos sólidos sobre os recursos
naturais, em 2010 foi instituída no Brasil a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(Lei Federal 12.305).
( ) A Política Nacional de Resíduos Sólidos determina uma série de diretrizes e metas de
gerenciamento ambiental que devem ser cumpridas em todo o território nacional.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V - V - V - F.
b) ( ) V - F - V - V.
c) ( ) F - V - V - F.
d) ( ) V - V - V - V.

4 As cidades possuem um grande consumo de energia, sendo que esta deve ser usada
de modo mais eficiente. Desse modo, a IoT possibilita o desenvolvimento de que
fazem a redução no consumo. Considerando esta afirmação, descreva os benefícios
dos contadores de eletricidade inteligente para o consumo de energia.

5 A IoT pode ser utilizada para aumentar a capacidade de processamento e de senso-


riamento de veículos. É preciso considerar que as redes veiculares proporcionam o
controle do ambiente interno do veículo e de seus módulos, mas, principalmente, evo-
luem para coletar dados do ambiente externo para integrar aos controles internos do
veículo. Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) A integração de redes veiculares com a IoT permite obter informações de uma dada
entidade física, quanto social tanto no ambiente móvel quanto no ambiente fixo e,
a partir daí, projetar diferentes tipos de serviços e aplicações.
( ) É preciso considerar que a eficiência e a segurança são fatores primordiais às redes
veiculares.
( ) A tecnologia de redes veiculares não foi implementada de modo em larga escala
em decorrência de muitos desafios para garantir um serviço de segurança.
( ) Em decorrência do surgimento dos carros autônomos é necessário que os
protocolos existentes sejam revisados, garantindo uma comunicação eficiente
entre os diversos objetos e dispositivos que compõem o sistema de trânsito.

127
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - V - V - F.
b) ( ) V - F - V - V.
c) ( ) F - V - V - F.
d) ( ) V - V - V - V.

128
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133
134
UNIDADE 3 —

SOCIEDADE INOVADORA E AS
CIDADES INTELIGENTES

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• compreender a definição de uma sociedade inovadora e criativa;

• entender a importância de uma economia alinhada ao conceito de cidade inteligente;

• diferenciar as tecnologias de informação e comunicação;

• entender a importância dos indicadores para o fortalecimento das cidades inteligentes.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – SOCIEDADE INOVADORA


TÓPICO 2 – A ECONOMIA E O CONHECIMENTO
TÓPICO 3 – TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.

135
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!

Acesse o
QR Code abaixo:

136
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
SOCIEDADE INOVADORA

1 INTRODUÇÃO
Uma sociedade inovadora requer uma cidade com ambientes sustentáveis
tanto para os seus cidadãos quanto às organizações (MARTINS, 2007; KARINO, 2019).
Para isso, é necessário o gerenciamento inovador dos serviços e das infraestruturas
para auxiliar as cidades a agirem com antecedência frente aos problemas urbanos
(COSTA; MENEZES, 2016; KARINO, 2019; CARNEIRO et al., 2021).

Portanto, torna-se fundamental repensar os centros urbanos, já que esses


espaços se tornam canais privilegiados para acessar os fluxos globais de conhecimento,
bem como para promover a geração da riqueza e criação de valor (WEISS et al., 2017;
ROSA, 2020; CARNEIRO et al., 2021). As cidades podem fomentar soluções criativas,
inovadoras e inclusivas à manutenção da qualidade de vida das populações urbanas
(WEISS et al., 2017; KARINO, 2019; ROSA, 2020).

As cidades precisam ser gerenciadas de modo abrangente e inovador usando


os avanços tecnológicos como aliados e valorizando o capital humano nesse processo
(COSTA; MENEZES, 2016; DEPINÉ, 2016b; CARNEIRO et al., 2021; MAZO et al., 2021).
Deste modo, neste tópico, vamos entender a importância do capital humano no pro-
cesso de desenvolvimento das cidades inteligentes.

2 CAPITAL HUMANO E AS CIDADES INTELIGENTES


O capital humano considerado o conceito de cidades inteligentes é definido
como pessoas criativas capazes de empoderar o desenvolvimento econômico regional
por meio da execução de suas atividades (DEPINÉ, 2016b; CARNEIRO et al., 2021; MAZO
et al., 2021). Conforme Depiné (2016b, p. 6): “A base para as cidades inteligentes é a
conexão entre capital humano, capital social e infraestrutura de TIC’s para gerar maior
desenvolvimento econômico sustentável e melhorar a qualidade da vida dos cidadãos”.

É fundamental promover a qualificação do capital humano, porém é preciso


ainda compreender como esse capital se estabelece em uma determinada cidade
(ROSA, 2020; CARNEIRO et al., 2021; MAZO et al., 2021). Para facilitar essa compreensão
foram estabelecidas as seguintes classes do capital humano, conforme o Quadro 1.

137
QUADRO 1 – CLASSES DO CAPITAL HUMANO

CLASSE DESCRIÇÃO

São caracterizados por profissionais que inovam


com produtos ou serviços transferíveis e passíveis
de serem utilizáveis. Fazem parte desta: cientistas e
NÚCLEO SUPERCRIATIVO engenheiros, professores universitários, escritores,
artistas, apresentadores e comunicadores, designers,
arquitetos, formadores de opinião da sociedade
moderna, entre outros.

São caracterizados por profissionais que trabalham


em larga faixa de ocupações com base no uso e ges-
tão do conhecimento, em setores de tecnologia, ser-
PROFISSIONAIS viços financeiros, setor jurídico e nas áreas de saúde.
CRIATIVOS Estes profissionais são responsáveis por elaborar
soluções para problemas específicos considerando
um complexo conhecimento, ou seja, isso requer um
elevado grau de educação formal.

Profissionais que atuam nas áreas de operação,


CLASSE TRABALHADORA
transporte, manutenção e construção civil.

CLASSE DE SERVIÇOS Profissionais que possuem pouca autonomia, e por


PRESTADORES DE isso, apresentam menor exigência de qualificação e
SERVIÇO salários mais baixos.

Profissionais vinculados ao cultivo da terra, à pesca e


AGRICULTURA
ao trabalho florestal.

FONTE: Adaptado de Depiné (2016a) e Carneiro et al. (2021)

A presença de uma classe criativa e elevados índices de educação estão


relacionados à riqueza urbana (COSTA; MENEZES, 2016; ROSA, 2020; CARNEIRO et al.,
2021). Os problemas vinculados ao desenvolvimento acelerado dos centros urbanos
vêm sendo resolvidos por meio da inovação e da criatividade do capital humano, ou
seja, a busca por soluções inteligentes (COSTA; MENEZES, 2016). Conforme Weiss et al.
(2017, p. 3):

A inovação tecnológica tem um importante papel a ser desempenha-


do no contexto do futuro das cidades, principalmente por demandar
e envolver muitas diferentes competências e especializações – en-
genheiros, arquitetos, acadêmicos, especialistas em tecnologias da
informação e comunicação, técnicos em geral – que são encontra-
das nas cidades e estão preparadas para avaliar e entender de forma
muito particular as características e necessidades dessas cidades.
Essa confluência de competências e tecnologias é crítica para a
prosperidade das cidades e dos países, como consequência.

138
Nesse contexto é importante salientar que conforme a Associação Brasileira
das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (BRASSCOM, 2019 apud
CARNEIRO et al., 2021, p. 52):

Para atingir a meta de dobrar o setor de Software e Serviços em 6


anos, 70 mil profissionais serão demandados ao ano até 2024. Estes
números despertam para a necessidade de formação de mão de obra
qualificada no curto prazo. Hoje o Brasil forma 46 mil pessoas com
perfil tecnológico por ano, com relativo descasamento geográfico
entre oferta e demanda de mão de obra. [...] Se não houver mudanças,
haverá um déficit de 260 mil profissionais. [...] A qualidade das vagas
ofertadas cria um hiato entre o ensino e a demanda por qualificação
esperada pelo mercado de trabalho.

A Figura 1 apresenta a demanda de empregos por tecnologias para o período


de 2019 a 2024. Também demonstra como é importante a qualificação do capital hu-
mano para promover o emprego e o crescimento econômico (ROSA, 2020; CARNEIRO
et al., 2021).

FIGURA 1 – DEMANDAS DE EMPREGOS POR TECNOLOGIAS

FONTE: <https://bit.ly/3asurwP>. Acesso em: 10 ago. 2021.

Desse modo, podemos perceber que a inovação é a geradora do crescimento


econômico, mas o capital humano é uma matéria-prima essencial (NITAHARA, 2019;
HESSEL, 2020; ROSA, 2020).

139
3 INOVAÇÃO E O CAPITAL HUMANO
A inovação e a tecnologia representam modos de a sociedade produzir mais
utilizando menos recursos. Deste modo, a adoção de novas tecnologias é considerada
uma estratégia capaz de aumentar a qualidade de vida da população (COSTA; MENEZES,
2016; WEISS et al., 2017; KARINO, 2019; MELO et al., 2020). Conforme Melo et al. (2020,
p. 67, tradução nossa): “A história tem mostrado que verdadeiras revoluções podem
ocorrer quando o conhecimento científico e tecnológico desencadeia novas formas de
produção e trazem mudanças nas relações sociais e econômicas.

A inovação será alcançada quando a educação fornecer aos alunos habilidades


necessárias para ter sucesso, ou seja, inteligência emocional necessária para trabalhar
em grupos; criatividade; pensamento crítico; comunicação, e ainda, colaboração
(MARQUES; LAZZARINI NETO, 2002; NITAHARA, 2019; MELO et al., 2020).

Portanto, uma cidade inteligente possui a necessidade inerente de uma


educação que forneça ao aluno habilidades transferíveis que o capacite em um mundo
em constante transformação (LATRÔNICO et al., 2019; MELO et al., 2020; ROSA, 2020).
Isso significa formar o capital humano em uma abordagem tecnológica e envolvente
para capacitá-los a enfrentar os desafios reais (MELO et al., 2020).

Um dos modos de mensurar a inovação e os seus resultados no processo


de desenvolvimento social é por meio do Índice Global de Inovação (IGI). O IGI foi
desenvolvido com informações sobre o que é necessário para causar a inovação e os
resultados decorrentes. Conforme Dutta et al. (2019 apud CARNEIRO et al., 2021, p. 61):

Os insumos abrangem instituições (ambiente político, regulatório


e de negócios), infraestrutura (instituições de pesquisa científica
e tecnológica, infraestrutura geral e sustentabilidade ecológica),
sofisticação de mercado (crédito, investimento, comércio,
competitividade e escala do mercado), sofisticação dos negócios
(trabalhadores do conhecimento, innovation linkages e knowledge
absorption), e capital humano e pesquisa (educação, educação
superior e pesquisa e desenvolvimento).

No período de 2020, o Brasil melhorou quatro posições no IGI, ou seja, passou


da 66ª para a 62ª colocação no ranking de 131 países pesquisados (HESSEL, 2020).

140
GRÁFICO 1 – RANKING DO IGI EM 2020

FONTE: <https://bit.ly/39zrRkF>. Acesso em: 10 ago. 2021.

Você ficou curioso sobre o IGI? Então veja a GIO a seguir.

NOTA
O Índice Global de Inovação (IGI) é uma ferramenta para as decisões de
investimento em um determinado país. O indicador é divulgado, desde 2007,
pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI - WIPO, na sigla em
inglês), em parceria com a Universidade de Cornell e a Insead. A Confederação
Nacional da Indústria (CNI), por meio da Mobilização Empresarial pela Inovação
(MEI), é parceira na produção e divulgação do IGI desde 2017.

FONTE: <https://bit.ly/3Gn5VsR>. Acesso em: 10 ago. 2021.

141
Um dos pontos essenciais em que o Brasil precisa melhorar está relacionado à
educação, ou seja, leitura, matemática e ciências, principalmente (HESSEL, 2020; MELO
et al., 2020; CARNEIRO et al., 2021). Foi observada, através do IGI, uma baixa formação
dos graduados em ciências e engenharia, além do reduzido número de ingressantes na
educação superior (HESSEL, 2020; ROSA, 2020).

Portanto, o capital humano é considerado crítico à produtividade da sociedade,


bem como para seu funcionamento político, social e institucional (SAMANS et al., 2017;
LATRÔNICO et al., 2019; MELO et al., 2020; CARNEIRO et al., 2021). Isso denota a impor-
tância significativa de uma sociedade inovadora e com qualificação adequada para o
desenvolvimento de cidades inteligentes (LATRÔNICO et al., 2019; MELO et al., 2020).

O Índice Global de Capital Humano (IGCH) considera os talentos de cada país,


de modo abrangente, conforme a capacidade do indivíduo obter, ampliar, desenvolver e
aplicar suas habilidades adquiridas ao longo de sua vida (SAMANS et al., 2017; LATRÔNICO
et al., 2019; MELO et al., 2020). Considerando o IGCH, o Brasil possui dificuldades na
construção de capital humano qualificado e diversificado para a nova geração (SAMANS
et al., 2017; COSTA, 2018). De acordo com Carneiro et al. (2021, p. 68):

Os resultados do IGI e IGCH do Brasil ressaltam a necessidade da


melhoria de alguns resultados educacionais brasileiros para que o
Brasil melhor se classifique no cenário internacional. Portanto, o Brasil
necessita de investimentos em educação e capital humano  para
aumentar o ritmo, bem como o alcance das novas tecnologias digitais.

4 INDICADORES E FATORES DE CAPITAL HUMANO EM


UMA CIDADE INTELIGENTE
O capital humano, portanto, é decisivo para a competitividade, aperfeiçoamento
e desempenho urbano (DEPINÉ, 2016a). Uma cidade que utiliza o capital humano dis-
ponível de modo adequado favorece o desenvolvimento de um ambiente inovador com
uma dinâmica saudável de geração de empregos e novos modos de participação ou
governança, ou seja, torna-se uma cidade humana inteligente (DEPINÉ, 2016a; WEISS et
al., 2017; MELO et al., 2020; MAZO et al., 2021). O Quadro 2 aprenta uma relação dos in-
dicadores e fatores de capital humano para o estabelecimento das cidades inteligentes.

142
QUADRO 2 – INDICADORES E FATORES DE CAPITAL HUMANO

FATOR INDICADORES

População com ensino superior e pós-


graduada

Competência em línguas estrangeiras


NÍVEL DE QUALIFICAÇÃO
Centros de conhecimento, como por exem-
plo: centros de pesquisas e universidades de
qualidade

Empréstimo de livros por habitante

FORMAÇÃO CONTÍNUA Participação em formação contínua

Participação em cursos de línguas

Número de estrangeiros
DIVERSIDADE ÉTNICA E SOCIAL
Número de cidadãos nascidos no estrangeiro

FLEXIBILIDADE Percepção sobre conseguir um novo emprego

Número de profissionais atuando na


CRIATIVIDADE
economia criativa

Taxa de eleitores que participou nas elei-


ções municipais
PARTICIPAÇÃO NA VIDA PÚBLICA
Participação em trabalhos voluntários

FONTE: Adaptado de Depiné (2016a)

Uma cidade inteligente deve estabelecer um clima ideal à classe criativa, por
meio de plataformas que apoiam a produção de conhecimento (DEPINÉ, 2016a; WEISS et
al., 2017; ROSA, 2020; MAZO et al., 2021). Isso significa tanto atrair quanto reter recursos,
tais como (DEPINÉ, 2016a):

• profissionais inovadores e qualificados;


• empresas inovadoras;
• investidores e empreendedores com o capital financeiro e humano.

143
5 DESAFIOS DAS CIDADES PARA DESENVOLVER O
CAPITAL HUMANO
O capital humano qualificado e criativo está vinculado ao desenvolvimento
urbano, mas também faz parte como elemento estrutural de diferentes modelos
de cidades inteligentes (AMONHÁ, 2O19; MELO et al., 2020; MAZO et al., 2021). Os
profissionais criativos e qualificados são considerados recursos primordiais à construção
de soluções inteligentes aos problemas de desenvolvimento das cidades (MELO et al.,
2020; MAZO et al., 2021).

Entretanto, você pode perceber que o Brasil está mal posicionado em rankings
internacionais sobre inovação e capital humano (IGI ou o IGCH). O maior desafio para
melhorar a posição do país nos rankings é a escolaridade, já que em 2019, 27,4% da
população de 25 anos ou mais havia concluído o ensino médio, e somente 17,4%
concluíram o ensino superior (CARNEIRO et al., 2021).

GRÁFICO 2 – NÍVEL DE INSTRUÇÃO DAS PESSOAS COM 25 ANOS OU MAIS DE IDADE (BRASIL - 2019)

FONTE: <https://bit.ly/3NDXaNw>. Acesso em: 10 ago. 2021.

A desatualização é reflexo da falta de uma política nacional de inovação e


tecnologia na educação que engloba as seguintes ações, conforme o Quadro 3.

144
QUADRO 3 – AÇÕES NA EDUCAÇÃO PARA PROMOVER A INOVAÇÃO

AÇÕES DESCRIÇÃO

Usar os recursos de modo eficiente, agregando


Infraestrutura tecnológica valor e gerando inovação no processo de formação
do indivíduo.

Desenvolvimento de
Estimular pesquisas tecnológicas avançadas tanto
conteúdos e recursos
no âmbito público quanto privado.
tecnológicos

O crescimento adequado da infraestrutura científi-


Formar docentes
ca das instituições de ensino precisa atender à de-
e gestores com
manda crescente das cidades, o que acarreta um
competências digitais para
aumento da demanda por profissionais qualificados,
o uso pedagógico
criativos e que buscam inovação.

As políticas públicas possuem um papel central


Estabelecer visão do plano para criar incentivos aos gastos em atividades de
de inovação e tecnologia na inovação nas instituições de ensino, através de
educação incentivos fiscais, financiamento, ou ainda, subsídio
de projetos. 

FONTE: Adaptado de Barranco (2018) e Carneiro et al. (2021)

Mas, afinal, qual a relação dessas questões educacionais com o desenvolvimento


das cidades inteligentes? Segundo Carneiro et al. (2021, p. 64):

As políticas de inovação podem se tornar inócuas, e os planos de


cidades inteligentes correm o risco de se transformarem em simples
incorporação de tecnologias, com exclusão dos munícipes menos
formados ou educados. Por isso, os municípios que pretendem aderir
ao paradigma de cidades inteligentes devem buscar formar e ocupar
seu território com capital humano qualificado e criativo.

Portanto, a sociedade atual atravessa um período de mudança, ou seja, da so-


ciedade da informação para a sociedade do conhecimento (RIBEIRO, 2021). Isso signifi-
ca que precisamos transformar a informação adquirida em conhecimento para transfor-
mar a realidade social. Sendo assim, é preciso evoluir para compreender os desafios do
mundo atual, aplicando o conhecimento adquirido para construir um futuro sustentável.

145
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Uma sociedade inovadora requer uma cidade com ambientes sustentáveis tanto para
os seus cidadãos quanto às organizações. Para isso, é necessário o gerenciamento
inovador dos serviços e das infraestruturas para auxiliar as cidades a agirem com
antecedência frente aos problemas urbanos. As cidades precisam ser gerenciadas
de modo abrangente e inovador usando os avanços tecnológicos como aliados e
valorizando o capital humano nesse processo.

• O capital humano considerado o conceito de cidades inteligentes é definido como


pessoas criativas capazes de empoderar o desenvolvimento econômico regional por
meio da execução de suas atividades.

• A presença de uma classe criativa e elevados índices de educação estão relacionados


à riqueza urbana. Os problemas vinculados ao desenvolvimento acelerado dos
centros urbanos vêm sendo resolvidos por meio da inovação e da criatividade do
capital humano, ou seja, a busca por soluções inteligentes.

• A inovação será alcançada quando a educação fornecer aos alunos habilidades


necessárias para ter sucesso, ou seja, inteligência emocional necessária para trabalhar
em grupos; criatividade; pensamento crítico; comunicação, e ainda, colaboração.

• O capital humano, portanto, é decisivo para a competitividade, aperfeiçoamento e


desempenho urbano. Uma cidade que utiliza o capital humano disponível de modo
adequado favorece o desenvolvimento de um ambiente inovador com uma dinâmica
saudável de geração de empregos e novos modos de participação ou governança, ou
seja, torna-se uma cidade humana inteligente.

146
AUTOATIVIDADE
1 O capital humano considerado o conceito de cidades inteligentes é definido como
pessoas criativas capazes de empoderar o desenvolvimento econômico regional por
meio da execução de suas atividades. Considerando esta afirmação, faça um quadro
com as classes do capital humano.

2 É fundamental promover a qualificação do capital humano, porém é preciso ainda


compreender como esse capital se estabelece em uma determinada cidade. Dessa
forma, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) A base para as cidades inteligentes é a conexão entre capital humano, capital


social e infraestrutura de TIC para gerar maior desenvolvimento econômico
sustentável e melhorar a qualidade da vida dos cidadãos.
b) ( ) A presença de uma classe criativa e elevados índices de educação estão
relacionados aos problemas de gerenciamento da riqueza urbana.
c) ( ) Os problemas vinculados ao desenvolvimento acelerado dos centros urbanos
vêm sendo resolvidos por meio da inovação e da criatividade do capital financeiro,
ou seja, a busca por soluções digitais.
d) ( ) A inovação tecnológica tem um importante papel a ser desempenhado no
contexto do futuro das cidades, principalmente por demandar e envolver poucas
competências e especializações.

3 A inovação e a tecnologia representam modos de a sociedade produzir mais utilizando


menos recursos. Deste modo, a adoção de novas tecnologias é considerada uma
estratégia capaz de aumentar a qualidade de vida da população. Sobre o exposto,
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

(   ) A história tem mostrado que verdadeiras revoluções podem ocorrer quando o
conhecimento científico e tecnológico desencadeia novas formas de produção e
trazem mudanças nas relações sociais e econômicas.
(   ) A inovação será alcançada quando a educação fornecer aos alunos habilidades ne-
cessárias para ter sucesso, ou seja, inteligência emocional necessária para trabalhar
em grupos; criatividade; pensamento crítico; comunicação, e ainda, colaboração.
( ) Uma cidade inteligente possui a necessidade inerente de uma educação que
forneça ao aluno habilidades transferíveis que o capacite em um mundo em
constante transformação.
( ) Um dos modos de mensurar a inovação e os seus resultados no processo de
desenvolvimento social é por meio do Índice Brasileito de Criatividade (IBC).

147
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - V - V - F
b) ( ) V - F - V - V.
c) ( ) F - V - V - F.
d) ( ) V - V - V - V.

4 O capital humano, portanto, é decisivo para a competitividade, aperfeiçoamento e


desempenho urbano. Uma cidade que utiliza o capital humano disponível de modo
adequado favorece o desenvolvimento de um ambiente inovador com uma dinâmica
saudável de geração de empregos e novos modos de participação ou governança, ou
seja, torna-se uma cidade humana inteligente. Considerando esta afirmação, elabore
um quadro com os indicadores e fatores do capital humano.

5 O capital humano qualificado e criativo está vinculado ao desenvolvimento urbano,


mas também faz parte como elemento estrutural de diferentes modelos de cidades
inteligentes. Os profissionais criativos e qualificados são considerados recursos
primordiais à construção de soluções inteligentes aos problemas de desenvolvimento
das cidades. Considerando essa afirmação, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) O maior desafio para melhorar a posição do Brasil nos rankings internacionais é


o meio ambiente.
b) ( ) As políticas de inovação podem se tornar inócuas, e os planos de cidades
inteligentes correm o risco de se transformarem em simples incorporação de
tecnologias, com exclusão dos munícipes menos formados ou educados.
c) ( ) A sociedade atual atravessa um período de mudança, ou seja, da sociedade da
informação para a sociedade da internet.
d) ( ) O crescimento adequado da infraestrutura científica das instituições de ensino
precisam atender à demanda crescente dos centros rurais, o que acarreta um
aumento da demanda por profissionais qualificados, criativos e que buscam
inovação.

148
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
A ECONOMIA E O CONHECIMENTO

1 INTRODUÇÃO
Uma cidade inteligente é caracterizada por ter uma sociedade consciente do
seu papel transformador, porém as cidades criativas estimulam a consolidação do
conhecimento e inteligência em todas as áreas da cidade. Isso significa o incentivo à
pesquisa, à inovação, à cultura, à economia, à tecnologia, mas, principalmente, à busca
de elementos que as diferencie de outras cidades (ROMERO, 2007; WEISS et al., 2017;
PIEKAS et al., 2018).

Desse modo, a economia baseada em conhecimento possibilita o rompimento


de fronteiras inimagináveis (PIEKAS et al., 2018). Porém, essa trajetória não é simples,
pois é necessário reconhecer a natureza e a complexidade das configurações da
economia atual para que ocorra a transformação (DEPINÉ, 2016a; WEISS et al., 2017;
PIEKAS et al., 2018).

Neste tópico, vamos entender a relação da economia com a implementação


das cidades inteligentes, bem como compreender a importância dos indicadores
econômicos para mensurar o desenvolvimento de uma cidade.

2 ECONOMIA NO CONTEXTO DAS CIDADES INTELIGENTES


O desenvolvimento da economia de modo mais acelerado iniciou com a
Revolução Industrial no século XVIII (BARRANCO, 2018; CARNEIRO et al., 2021). Esse
período foi marcado por adotar soluções eficientes no processo produtivo, bem como
na distribuição de bens e serviços considerando a aplicação de descobertas científicas
(BARRANCO, 2018; MAZO et al., 2021). Portanto, a economia, ou seja, a geração de
valor, estava baseada na transformação de matéria-prima em produtos ou serviços
a serem consumidos (MELO et al., 2020; MAZO et al., 2021). Isso significa que, na
economia tradicional, a atividade econômica estava centrada em elementos concretos,
já a economia do conhecimento tem esse elemento como o fator primário de produção
(DELLAGNELO, 2020; MELO et al., 2020; MAZO et al., 2021).

A Figura 2 ilustra a matéria-prima e os produtos da economia baseada no


conhecimento.

149
FIGURA 2 – ECONOMIA BASEADA NO CONHECIMENTO

FONTE: O autor

Dessa maneira, a informação é considerada um bem que pode ser comercializada


e as atividades intelectuais exigem profissionais qualificados (CORONA, 2010; PIEKAS
et al., 2018). Os avanços tecnológicos possibilitam a otimização de processos,
racionalização da utilização de recursos e eficiência na rede de distribuição (ROMERO,
2007; PARDO, 2011; BRANDÃO; JOIA, 2018; PIEKAS et al., 2018). O processo de transição
é gradual entre a economia baseada em conhecimento da economia tradicional, já que
a economia do conhecimento considera toda aprendizagem adquirida nos processos
produtivos de um determinado contexto econômico (BRANDÃO; JOIA, 2018; PIEKAS et
al., 2018).

Agora, qual a relação da economia baseada com conhecimento com as cidades


inteligentes?

Uma característica fundamental que define as cidades inteligentes é a inte-


gração de serviços públicos para aumentar a eficiência e abrangência, resultando na
melhoria da qualidade de vida dos cidadãos (CORONA, 2010; BARRANCO, 2018; BRAN-
DÃO;  JOIA, 2018; CARNEIRO et al., 2021). Portanto, a economia local em uma cidade
inteligente avança de modo natural para tornar-se uma economia apoiada no conhe-
cimento (PIEKAS et al., 2018; CARNEIRO et al., 2021). Conforme Barranco (2018, p. 30):

150
A otimização dos processos produtivos proporcionada pelo uso do
conhecimento acumulado e a produção de novas ideais induz a cidade
a alterar seu modo de operação e a rever paradigmas e políticas, o
que, por sua vez, oferece ambiente favorável ao desenvolvimento
e aplicação das novas expertises na economia. Sendo a cidade
inteligente extremamente conectada, o fluxo de informação é
intenso, o que torna o ambiente ideal para o desenvolvimento da
economia baseada em análises dessas informações.

Uma característica marcante da sociedade atual é que a grande parte das


informações está disponível on-line, entretanto, para que a economia do conhecimento
avance é necessário compreender os quatros pilares que a fundamentam, conforme o
Quadro 4 (PIEKAS et al., 2018; CARNEIRO et al., 2021).

QUADRO 4 – PILARES DO CONHECIMENTO

PILARES DESCRIÇÃO

Infraestrutura de
Elemento básico para o desenvolvimento de soluções
tecnologia da informação
inovadoras.
e comunicação (TIC)

Elemento essencial para conduzir processos


de desenvolvimento, disseminação e uso do
Força de trabalho conhecimento na melhoria da qualidade de vida
qualificada da sociedade. Deste modo, é necessário capacitar
o indivíduo a aprender e utilizar a informação para
buscar soluções inovadoras.

União entre instituições públicas e privadas, tais como:


instituições de ensino, centros de pesquisa, organiza-
Sistema de inovação
ções, governo. O sistema de inovação deve gerar novas
eficiente
soluções e conhecimento para conduzir o progresso
tecnológico, bem como a eficiência na economia.

Engloba políticas e regulação adequadas e


Regime econômico e
transparentes para incentivar os indivíduos a investir
institucional favorável
na aplicação e desenvolvimento de conhecimento.

FONTE: Adaptado de Piekas et al. (2018), Melo et al. (2020) e Carneiro et al. (2021)

No entanto, é preciso considerar que, segundo Turch e Morais (2017, p. 65):

Países como Estados Unidos e Alemanha investem prioritariamente


em novas tecnologias, buscando redução dos custos e do tempo de
produção, menor consumo de energia, maior segurança aos traba-
lhadores, entre outros benefícios. Tratam-se de novas modalidades
de organização da produção que elevam a qualidade e a eficiência,

151
extrapolam o mundo fabril e apontam para novas dimensões de con-
sumo, de cultura e de sociabilidade. O Brasil, que já perdeu o bonde
da microeletrônica e das TICs, não deve fechar os olhos para essas
novas tendências. Não por qualquer modismo, mas pela necessidade
de promover uma reviravolta em seu sistema produtivo.

Portanto, a implementação adequada das cidades inteligentes no Brasil precisa


se fundamentar na economia baseada em conhecimento, sendo que esse efeito se
mostra de modo mais visível no que se convencionou denominar de gig economy
(BRANDÃO; JOIA, 2018; MIGUEL, 2019; CARNEIRO et al., 2021). Isso ocorre devido à alta
conectividade experimentada atualmente pela sociedade, podendo ocorrer de dois
modos (CORONA, 2010; MIGUEL, 2019; ANPEI, 2020; CARNEIRO et al., 2021):

• Crowdwork: atividades executadas em uma plataforma on-line pelos trabalhadores,


remunerados a cada conclusão.
• Work-on-demand: trabalho tradicional (entregas, limpeza e manutenção) é realizado
conforme as solicitações encaminhadas por meio de plataforma. A disponibilização
da plataforma é efetuada pela empresa que estabelece níveis mínimos de qualidade,
e se responsabiliza a receber e repassar a remuneração ao trabalhador.

Nesses dois casos de gig economy, a cidade que sedia a empresa fornecedora
da plataforma é a maior beneficiada, já que a economia neste caso tem por base o
conhecimento (CORONA, 2010; MIGUEL, 2019; ANPEI, 2020).

Você ficou curioso sobre a gig economy? Então veja a GIO a seguir!

IMPORTANTE
Hoje em dia, o desenvolvimento profissional vem se tornando uma prioridade cada vez
mais constante na vida das pessoas. As novas gerações acabaram criando expectativas
muito altas em relação às possibilidades de integrar trabalho, estilo de vida e paixões ou
motivações pessoais, contando com uma remuneração superior e mais interessante do
que o salário que ganhariam se continuassem presas ao modelo de trabalho tradicional.

A GIG Economy, também conhecida como a economia de trabalhadores livres,  engloba


qualquer tipo de atividade econômica que se pague por tarefa, projeto ou breve
atividade. E isso inclui diversas pessoas, como freelancers de todas as áreas de atuação,
donos de micronegócios, consultores independentes e empreendedores que aproveitam
as novas tecnologias.

FONTE: <https://bit.ly/3Gog6xc>. Acesso em: 10 ago. 2021.

152
FIGURA – CARACTERÍSTICAS DAS GIG ECONOMY

FONTE: <https://bit.ly/3hZBL3L>. Acesso em: 10 ago. 2021.

153
3 INDICADORES ECONÔMICOS DA ISO 37120:2018
A norma ABNT NBR ISO 37120:2018 “Desenvolvimento sustentável em
comunidades – indicadores para serviços urbanos e qualidade de vida” é a primeira
norma técnica brasileira sobre cidades sustentáveis (ISO, 2018).

A ISO 37120 está reunida em 17 temas com 100 indicadores. Os indicadores


dos temas economia avaliam a empregabilidade, o empreendedorismo e a inovação.
Já os indicadores do tema finanças consideram o processo de gestão dos recursos
financeiros locais (COUTO, 2018; ISO, 2018; SANTOS, 2018; ABREU; MARCHIORI 2020).

FIGURA 3 – CARACTERÍSTICAS DA ISO 37120

FONTE: O autor

Conforme Couto (2018, p. 21), a norma define:

Outra questão central é a padronização dos indicadores de desem-


penho utilizados ao redor do mundo, já que somente a uniformiza-
ção destes permitiria uma comparação consistente entre as cidades.
Dessa forma, seriam favorizadas as trocas de experiências e boas
práticas entre estas. Os indicadores de desenvolvimento sustentá-
vel, entretanto, não têm valores limites ou parâmetros determinados
pela norma, se restringindo à uma análise quantitativa dos dados. A
avaliação dos indicadores obtidos na aplicação da norma se torna
possível através de uma análise comparativa, seja entre cidades dis-
tintas, seja pela evolução destes indicadores para um mesmo local.

154
O Quadro 5 apresenta uma sugestão de indicadores relacionados aos eixos
temáticos da ISO 37120, por Abreu e Marchiori (2020).

QUADRO 5 – INDICADORES RELACIONADOS AOS EIXOS TEMÁTICOS DA ISO 37120

Eixos temáticos ISO


INDICADORES SUGERIDOS
37120

• Capacidade de monitorar a frequência dos alunos por


EDUCAÇÃO
meio de ferramentas tecnológicas.

• Integração entre sistema de distribuição de energia


elétrica com as novas soluções em cidades inteligentes.
ENERGIA • Potencial ganho de escala e replicação de novas
soluções de cidades inteligentes.
• Possibilidade de fontes alternativas em nível residencial.

SEGURANÇA • Sistema de aviso rápido em situações de risco ambiental.

• Existência de um banco de dados central para busca,


inserção e acesso de dados.
GOVERNANÇA • Acesso aberto on-line de documentos governamentais
não confidenciais.
• Taxa de vazamento de informações.

• Existência de um extenso banco de dados sobre saúde


SAÚDE pública.
• Possibilidade de visita e controle remoto de pacientes.

• Existência de equipamentos inteligentes.


• Capacidade de compartilhar internet e conteúdos de en-
MORADIA tretenimento com outras aplicações e casas inteligentes.
• Medição de consumo de energia, gás e água por
equipamentos inteligentes e conectados a aplicativos.

POPULAÇÃO E • Serviços para pessoas portadoras de necessidades


CONDIÇÃO SOCIAL especiais.

• Plano diretor e projetos de expansão da cidade


PLANEJAMENTO disponíveis e on-line.
URBANO • Proporções entre usos de espaços e uso do tempo dos
cidadãos.

• Acesso livre à internet em espaços públicos.


TELECOMUNICAÇÕES • Uso das TIC em diferentes áreas de gestão das cidades
inteligentes.

FONTE: Adaptado de Abreu e Marchiori (2020, p. 535)

155
Veja uma informação sobre a certificação da ISO 37120!

IMPORTANTE
Conforme Couto (2018, p. 23):

O World Council on City Data (WCCD), um conselho que


lidera mundialmente na padronização de métricas urbanas e
coordena uma plataforma de dados referentes aos indicadores
de desenvolvimento sustentável. O WCCD desenvolveu um
sistema de certificação ISO 37120 e o Global Cities Registry
TM, que é a lista de cidades que receberam tal certificação.
Para o desenvolvimento da plataforma, o conselho convidou
20 cidades a adotar a norma e, assim, ajudar a criar o WCCD.
Estas cidades foram intituladas “cidades fundadoras”, um
grupo composto pelas cidades de Amã, Amsterdã, Barcelona,
Bogotá, Boston, Buenos Aires, Dubai, Guadalajara, Haiphong,
Helsinque, Joanesburgo, Londres, Los Angeles, Makati, Meca,
Melbourne, Minna, Roterdã, Toronto e Xangai.

4 INDICADORES ECONÔMICOS DA IESE CITY IN


MOTION INDEX
O City In Motion Index (CIMI) é uma publicação periódica anual do IESE – Instituto
de Estudos Superiores da Empresa. Conforme Barranco (2018, p. 20):

A edição de 2018 (a quinta) possui 83 indicadores, separados em 9


dimensões chaves, que fornecem uma visão ampla e integrada de
cada cidade avaliada, expondo os pontos fortes e fracos de cada
uma. As vantagens são uma melhor identificação das necessidades
da cidade e das pessoas, o estabelecimento de objetivos comuns,
a ampliação das oportunidades de aprendizagem, o aumento da
transparência e a implementação de políticas públicas mais flexíveis.

156
FIGURA 4 – AS DIMENSÕES PRINCIPAIS E OS RESULTADOS ESPERADOS DO CIMI

FONTE: O autor

Considerando a dimensão capital humano, a cidade de Londres ficou na primeira


posição no ranking geral da CIMI em 2019. Essa dimensão considera a capacidade que a
cidade possui em atrair e reter o capital humano, por meio da educação e da promoção
da criatividade e da pesquisa. Nesse sentido, analisou-se os seguintes indicadores
(ZANELLA, 2020):

• museus e galerias;
• teatros;
• escolas;
• universidades;
• escolas de negócios;
• escolas de ensino superior;
• movimento de estudantes.

Nova York ocupa a primeira posição no ranking geral da CIMI em 2019, na


dimensão economia. Os principais indicadores avaliados foram (ZANELLA, 2020):

• tempo necessário para abrir um negócio;


• Uber;
• salário;
• facilidade em abrir um negócio;
• poder de compra.

157
A Reykjavík (Islândia) ocupa a primeira posição no ranking geral da CIMI em 2019,
na dimensão meio ambiente. Os principais indicadores avaliados foram (ZANELLA, 2020):

• melhoria da sustentabilidade ambiental por meio de planos antipoluição;


• apoio a edifícios verdes e energia alternativa;
• gestão eficiente das águas e dos resíduos;
• existência de políticas que ajudem a combater os efeitos as alterações climáticas.

A rede de energia elétrica de Reykjavik tem fonte geotérmica, aproveitando


os vulcões existentes na região (FARIA, 2021). Atualmente, o país está investindo na
utilização de hidrogênio como alternativa de fonte energética que poderá abastecer
veículos (ZANELLA, 2020; FARIA, 2021).

FIGURA 5 – FONTE GEOTÉRMICA DE REYKJAVIK

FONTE: <https://bit.ly/3zGmJpS>. Acesso em: 10 ago. 2021.

A cidade de Shangai (China) ocupa a primeira posição no ranking geral da CIMI


em 2019, na dimensão mobilidade e transporte. Os principais indicadores avaliados
foram (ZANELLA, 2020):

• infraestrutura rodoviária;
• frota de veículos e transporte público;
• transporte aéreo, mas também;
• número de bicicletas compartilhadas;
• estações de metrô;
• porcentagem de bicicleta por residência;
• índice de tráfego para deslocamento para o trabalho.

Veja na GIO a seguir, duas alternativas da cidade de Shangai para facilitar a


mobilidade de pedestres nas faixas!

158
IMPORTANTE
As linhas brancas e retas dos cruzamentos foram alteradas para zig-zag, com isso, formou-
se o desenho de uma seta que aponta a direção correta que o pedestre precisa seguir.
Além disso, divide a circulação em duas trajetórias diferentes evitando a colisão entre os
pedestres nos horários de pico (OLIVEIRA, 2018).

FIGURA – ALTERAÇÃO DAS FAIXAS DE PEDESTRES

FONTE: <https://glo.bo/2XRLiDg>. Acesso em: 10 ago. 2021.

Outro projeto que facilita a mobilidade urbana é a separação dos tipos de mobilidade por


cores, isso estabelece uma hierarquia de ritmos de movimentos. Por exemplo: uma
pista linear na cor verde clara demarca o percurso de bicicletas e patinetes, ao passo que
uma faixa sinuosa em magenta delimita o espaço para a circulação mais lenta dos pedestres. 

FONTE: <https://bit.ly/3CvUb46>. Acesso em: 10 ago. 2021.

FIGURA – SEPARAÇÃO DOS TIPOS DE MOBILIDADE POR CORES

FONTE: <https://bit.ly/3kxveyT>. Acesso em: 10 ago. 2021.

159
5 ECONOMIA, ASPECTO SOCIAL E CIDADES INTELIGENTES
As cidades inteligentes têm como meta principal a melhoria da qualidade de
vida do cidadão, ou seja, o aspecto social é relevante. Portanto, é necessário, conforme
Carneiro et al. (2021, p. 76):

Encontrar soluções para questões sociais profundas, seja por meio


da geração de valor social direto ou pela geração de valor financeiro
posteriormente aplicado em melhorias sociais. Assim, é importante
que o empreendedorismo como um todo seja fomentado na cidade
inteligente/economia do conhecimento, mas é essencial que o
empreendedorismo social também seja estimulado de modo a
permitir o surgimento de soluções que façam a cidade avançar no
sentido de se tornar, de fato, inteligente, e que todos os cidadãos
possam usufruir de seus benefícios.

Desse modo, as práticas colaborativas impulsionam as potencialidades de


cada cidade, já que conduzem ao desenvolvimento eficiente de todos os envolvidos
(ROMERO, 2007; DEPINÉ, 2016a; WEISS et al., 2017). Isso ocorre através da troca de
conhecimento e de ajustes que podem aumentar a eficiência de toda a cadeia em
decorrência da articulação dos atores sociais (ROMERO, 2007; CARNEIRO et al., 2021).

Portanto, a coordenação do arranjo produtivo local acarreta aumento da efici-


ência de todo o sistema, tendo os seguintes resultados (BARRANCO, 2018; CARNEIRO
et al., 2021):

• compatibilização da capacidade dos fornecedores;


• compatibilização do potencial do mercado;
• compatibilização da mão de obra disponível;
• redução e mitigação dos impactos ambientais;
• regulação de incidentes que afetam a produção.

6 EXEMPLOS DE INICIATIVAS NO BRASIL


Os municípios brasileiros vêm passando por profundas mudanças no seu espaço
geográfico ao longo dos anos, mas suas competências técnicas e administrativas não
evoluem no mesmo ritmo (BARRANCO, 2018; LOCATELLI; VICENTIN, 2019; CARNEIRO
et al., 2021). Desse modo, os municípios reconheceram a importância de adotar novos
instrumentos de planejamento urbano para se adequar de modo flexível e dinâmico
ao desenvolvimento das cidades (BARRANCO, 2018; LOCATELLI; VICENTIN, 2019;
CARNEIRO et al., 2021). Segundo Locatelli e Vicentin (2019, p. 498):

Ao longo dos anos, verificou-se que o processo de urbanização é


uma tendência marcante em países em estágio de desenvolvimento
como o Brasil e os grandes centros de aglomeração humana
implicam em maiores desafios aos municípios e com a ampliação
de problemas decorrentes deste estilo de vida e que se inserem

160
em inúmeros temas como educação, saúde, segurança, moradia,
infraestrutura, tecnologia, economia, acolhimento social, mobilidade,
transporte, acessibilidade, energia, saneamento básico, cultura,
lazer, conservação e uso sustentável de recursos naturais, poluição,
oportunidades de empregos, comunicação local e global, via relações
sociais presenciais e não presenciais, dentre muitos outros.

Portanto, é fundamental a implementação de cidades inteligentes capazes de


planejar suas ações de inteligente, criativo, inovador e conscientes dos atores que nelas
atuam (WEISS et al., 2017; LOCATELLI; VICENTIN, 2019; CARNEIRO et al., 2021). Então,
agora vamos ver alguns exemplos de cidades inovadoras no Brasil.

A cidade do Rio de Janeiro possui o Centro de Operações (COR) que utiliza a


tecnologia para gestão administrativa da cidade, bem como para prestação de serviços
ao cidadão (BATISTA, 2016; WEISS et al., 2017). O COR efetua o monitoramento contínuo
através de câmeras localizadas em pontos estratégicos da cidade, sendo que o benefí-
cio desse processo é o monitoramento do trânsito integrado com o aplicativo Waze. Isso
possibilita o forneccimento de informações sobre o tráfego em tempo real aos motoris-
tas (BATISTA, 2016).

FIGURA 6 – CENTRO DE OPERAÇÕES NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

FONTE: <https://glo.bo/3lKNtjK>. Acesso em: 13 ago. 2021.

A cidade de Porto Alegre também possui o Centro Integrado de Comando (CEIC),


que fomenta a inovação e o desenvolvimento científico e tecnológico, através do Gabi-
nete de Inovação e Tecnologia (Inovapoa) (VIEGAS, 2015; WEISS et al., 2017).

161
FIGURA 7 – CENTRO INTEGRADO DE COMANDO DA CIDADE DE PORTO ALEGRE

FONTE: <https://bit.ly/3wQOXPb>. Acesso em: 13 ago. 2021.

A cidade de Curitiba é reconhecida nacionalmente pelo seu sistema de trans-


porte público e mobilidade urbana (WEISS et al., 2017; ROTA, 2018). Segundo Locatelli e
Vicentin (2019, p. 505), Curitiba lançou o projeto 2035, que tem por objetivo:

Instrumentalizar as aspirações e o futuro almejado pela sociedade


curitibana, bem como de suas interrelações metropolitanas, no
sentido de preparar o município para um crescimento ordenado, um
desenvolvimento socioeconômico e sustentável, aproveitando de
forma consciente as oportunidades e os investimentos inerentes à
cidade, primando pela qualidade de vida e bem-estar da população
local. Em seu conteúdo, revisita o estudo prospectivo Curitiba 2030,
considerando as evoluções ocorridas desde o ano de 2010 para
incorporar as mudanças significativas do contexto socioeconômico
e tecnológico, dar continuidade àquilo que já foi planejado e injetar
vitalidade no planejamento de longo prazo por meio de novas
estratégias de participação social.

162
FIGURA 8 – SISTEMA DE TRANSPORTE PÚBLICO DE CURITIBA

FONTE: <https://bit.ly/3toV0tx>. Acesso em: 13 ago. 2021.

A cidade de Recife relizou projetos de mobilidade urbana no qual aluga bicicletas


e veículos elétricos. Esses projetos foram elaborados no laboratório vivo Porto Digital,
que busca soluções inovadoras para a região metropolitana de Recife através do trabalho
conjunto de empresas, autoridades públicas e cidadãos (PORTO DIGITAL, 2021).

FIGURA 9 – MOBILIDADE URBANA EM RECIFE

FONTE: <https://bit.ly/3agBEQi>. Acesso em: 13 ago. 2021.

163
7 DESAFIOS E SOLUÇÕES PARA INOVAÇÃO DAS
CIDADES INTELIGENTES
O Brasil possui muitas realidades e uma dimensão continental, o que torna o
processo de geranciamento das cidades uma ação complexa. Porém, no contexto das
cidades inteligentes, determinados desafios podem ser resolvidos se forem trabalhdos
através de políticas públicas em nível nacional (PARDO, 2011; PIEKAS et al., 2018;
CARNEIRO et al., 2021). Um exemplo são as TIC, que podem trazer inúmeros benefícios,
tais como (CARNEIRO et al., 2021):

• melhoria da comunicação dos indivíduos;


• acesso facilitado à informação;
• possibilidade de colaboração;
• eliminação de barreiras de localização, de idioma, entre outras.

Entretanto, as tecnologias também possuem efeito colateral no meio social,


tal como o impacto dos aplicativos de transporte compartilhado que as trouxeram às
relações de trabalho já existentes (WEISS et al., 2017; SANTOS, 2018; CARNEIRO et al.,
2021). A utilização das TIC ocorre inúmeras vezes de modo desigual, sendo que os meios
para produção de riqueza estão vinculados ao acesso a esses meios, a desconexão
resulta em maior desigualdade social. Por isso, conforme Santos (2018, p. 92):

Esse cenário reforça a importância das políticas que visam a inclusão


digital, não só aquelas que buscam dar conectividade ao cidadão, mas
também novas habilidades, dentre elas as diversas abordagens sobre
literacia ou alfabetismo digital, e o uso responsável da rede, afinal a
internet é uma porta para o mundo, mas também para o submundo.

Outro desafio para inovação das cidades inteligentes é o uso indiscriminado


ou irresponsável dos dados. Por isso, a necessidade de utilizar as melhores práticas de
segurança da informação para mitigar os problemas de perda de privacidade (WEISS et
al., 2017; BARRANCO, 2018). Ainda, é preciso considerar, de acordo com Mcneill (2015
apud CARNEIRO et al., 2021, p. 98):

A imprescindibilidade cada vez maior da tecnologia para a


vida em ambiente urbano, combinada com a concentração do
desenvolvimento das soluções em um pequeno número de atores,
leva a problemas de governança, dependência tecnológica e (sobre)
simplificação dos problemas urbanos Essas externalidades devem
ser consideradas tanto pelos cidadãos, como pela administração
pública em suas necessárias reflexões sobre o uso das tecnologias.

Desse modo, você pôde verificar, ao longo deste tópico, que são inúmeros
os aspectos que precisam ser verificados antes da implementação de soluções
tecnológicas. Isso significa que não é somente adquirir uma ferramenta ou digitalizar
um determinado serviço, mas é preciso avaliar quais soluções são adequadas conforme
o problema verificado. Portanto, é preciso avaliar os impactos tecnológicos, financeiros,
socioeconômicos, educativos e políticos.

164
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• Uma cidade inteligente é caracterizada por ter uma sociedade consciente do seu
papel transformador, porém as cidades criativas estimulam a consolidação do
conhecimento e inteligência em todas as áreas da cidade. Isso significa o incentivo
à pesquisa, à inovação, à cultura, à economia, à tecnologia, mas, principalmente, à
busca de elementos que as diferencie de outras cidades.

• Os avanços tecnológicos possibilitam a otimização de processos, racionalização da


utilização de recursos e eficiência na rede de distribuição. O processo de transição é
gradual entre a economia baseada em conhecimento da economia tradicional, já que
a economia do conhecimento considera toda aprendizagem adquirida nos processos
produtivos de um determinado contexto econômico.

• A norma ABNT NBR ISO 37120:2018 “Desenvolvimento sustentável em comunida-


des – indicadores para serviços urbanos e qualidade de vida” é a primeira norma
técnica brasileira sobre cidades sustentáveis (ISO, 2018). A ISO 37120 está reunida
em 17 temas com 100 indicadores. Os indicadores dos temas economia avaliam a
empregabilidade, o empreendedorismo e a inovação. Já os indicadores do tema
finanças consideram o processo de gestão dos recursos financeiros locais.

• As práticas colaborativas impulsionam as potencialidades de cada cidade, já que


conduzem ao desenvolvimento eficiente de todos os envolvidos. Isso ocorre através
da troca de conhecimento e de ajustes que podem aumentar a eficiência de toda a
cadeia em decorrência da articulação dos atores sociais.

• O Brasil possui muitas realidades e uma dimensão continental, o que torna o processo
de geranciamento das cidades uma ação complexa. Porém, no contexto das cidades
inteligentes, determinados desafios podem ser resolvidos se forem trabalhdos através
de políticas públicas em nível nacional.

165
AUTOATIVIDADE
1 Os avanços tecnológicos possibilitam a otimização de processos, racionalização da
utilização de recursos e eficiência na rede de distribuição. O processo de transição é
gradual entre a economia baseada em conhecimento da economia tradicional, já que
a economia do conhecimento considera toda aprendizagem adquirida nos processos
produtivos de um determinado contexto econômico. Considerando esta afirmação,
elabore um quadro com os pilares do conhecimento.

2 Uma característica fundamental que define as cidades inteligentes é a integração de


serviços públicos para aumentar a eficiência e abrangência resultando na melhoria da
qualidade de vida dos cidadãos. Portanto, a economia local em uma cidade inteligente
avança de modo natural para tornar-se uma economia apoiada no conhecimento.
Dessa forma, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) A cidade inteligente é extremamente conectada, o fluxo de informação é baixo,


o que torna o ambiente ideal para o desenvolvimento da economia baseada em
análises dessas informações.
b) ( ) A otimização dos processos produtivos proporcionada pelo uso do conhecimento
acumulado e a produção de novas ideais induz a cidade a alterar seu modo de
operação e a rever paradigmas e políticas, o que, por sua vez, oferece ambiente
favorável ao desenvolvimento e aplicação das novas expertises na economia.
c) ( ) Países como Brasil e Alemanha investem prioritariamente em novas tecnologias,
buscando redução dos custos e do tempo de produção, menor consumo de
energia, maior segurança aos trabalhadores, entre outros benefícios.
d) ( ) A implementação adequada das cidades inteligentes no Brasil precisa se
fundamentar na economia tradicional.

3 A norma ABNT NBR ISO 37120:2018 “Desenvolvimento sustentável em comunidades


– indicadores para serviços urbanos e qualidade de vida” é a primeira norma técnica
brasileira sobre cidades sustentáveis. Os indicadores dos temas economia avaliam
a empregabilidade, o empreendedorismo e a inovação. Já os indicadores do tema
finanças consideram o processo de gestão dos recursos financeiros locais. Sobre o
exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) Educação: capacidade de monitorar a frequência dos alunos por meio de


ferramentas tecnológicas.
( ) Segurança: sistema de aviso rápido em situações de risco ambiental.
( ) Moradia: medição de consumo de energia, gás e água por equipamentos inteli-
gentes e conectados a aplicativos.
( ) Planejamento urbano: plano diretor e projetos de expansão da cidade disponíveis
e on-line.

166
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - V - V - F.
b) ( ) V - F - V - V.
c) ( ) F - V - V - F.
d) ( ) V - V - V - V.

4 O City In Motion Index (CIMI) é uma publicação periódica anual do IESE – Instituto de
Estudos Superiores da Empresa. A edição de 2018 (a quinta) possui 83 indicadores,
separados em 9 dimensões-chaves, que fornecem uma visão ampla e integrada de
cada cidade avaliada, expondo os pontos fortes e fracos de cada uma. Considerando
esta afirmação, elabore uma figura que mostre as dimensões e os resultados
esperados do CIMI.

5 As práticas colaborativas impulsionam as potencialidades de cada cidade, já que


conduzem ao desenvolvimento eficiente de todos os envolvidos. Isso ocorre através
da troca de conhecimento e de ajustes que podem aumentar a eficiência de toda
a cadeia em decorrência da articulação dos atores sociais. Considerando esta
afirmação, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) A coordenação do arranjo produtivo local acarreta redução da eficiência de todo


o sistema.
b) ( ) Encontrar soluções para questões sociais superficiais, seja por meio da geração
de valor social indireto ou pela geração de valor financeiro posteriormente apli-
cado em melhorias sociais.
c) ( ) É importante que o empreendedorismo como um todo seja fomentado na cidade
inteligente/economia do conhecimento, mas é essencial que o empreendedo-
rismo social também seja estimulado de modo a permitir o surgimento de solu-
ções que façam a cidade avançar no sentido de se tornar, de fato, inteligente, e
que todos os cidadãos possam usufruir de seus benefícios.
d) ( ) Os municípios brasileiros vêm passando por profundas mudanças no seu espaço
geográfico ao longo dos anos, mas suas competências técnicas e administrativas
também evoluem no mesmo ritmo.

167
168
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO

1 INTRODUÇÃO

As cidades são essenciais para o desenvolvimento social e econômico dos


países, entretanto, precisam ser eficientes e produtivas (PARDO, 2011; CARNEIRO et
al., 2021). O resultado do bom funcionamento de uma determinada cidade pode ser
mensurado através de investimentos em infraestrutura e serviços que garantem a
melhoria social (DEPINÉ, 2016a; WEISS et al., 2017; CARNEIRO et al., 2021).

Portanto, para isso é necessária a criação de um novo modelo de gerencia-


mento urbano com o engajamento do poder público, e dos demais interessados para
estreitar suas relações e o desenho, e com isso, planejar, implementar e manter os
espaços urbanos (WEISS et al., 2017; AMONHÁ, 2O19; CARNEIRO et al., 2021). Para
isso, é importante a adoção de uma visão de inteligência, sendo que a informação e
a criatividade são ativos fundamentais do capital humano para o desenvolvimento da
inovação (COSTA; MENEZES, 2016; WEISS et al., 2017; AMONHÁ, 2O19).

Neste tópico, vamos estudar a transformação digital e as tecnologias de comu-


nicação e a sua relação direta com as cidades inteligentes. Isso significa compreender o
modo como os sistemas de telecomunicações e recursos da internet podem mudar os
modos de relacionamento e de vida social em uma cidade.

2 A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E AS TECNOLOGIAS


DE COMUNICAÇÃO
Conforme Costa e Menezes (2016, p. 334):

Por TIC entende-se os procedimentos, métodos, equipamentos e


recursos para processar informação e proceder a diferentes formas
de comunicação via suporte tecnológico e de dispositivos digitais, o
que inclui a internet (por redes e sem fio), tablets, smartphones etc.
Esses novos dispositivos não só viabilizam a comunicação virtual
como também contribuem para, em tempo real, motivar as pessoas a
compartilhar interesses, ideias, opiniões etc., independentemente de
uma posição geográfica ou da presença física.

169
Sendo assim, observa-se que as TIC são importantes e podem auxiliar em
mudanças significativas no padrão de gerenciamento das cidades, acarretando
benefícios na eficiência e no desempenho das cidades (RIVERA; SICILIANO; TEIXEIRA,
2013; OLIVEIRA; MUTHEMBA; UNSIHUAY-VILA, 2018; CAVALCANTE et al., 2019). As
plataformas de TIC podem ser configuradas de modo a garantir a sua utilização, tal como:

• canais de transmissão de conhecimento;


• pontes de acesso às transações econômicas;
• geração de riqueza;
• criação de valor científico;
• fomento de soluções inovadoras.

Isso significa afirmar que as cidades inteligentes são desenvolvidas por meio da
capacidade de aprendizagem, desenvolvimento tecnológico e inovação, sendo estas,
empregadas aos processos de gerenciamento urbano (CAVALCANTE et al., 2019; CAR-
NEIRO et al., 2021). A utilização inteligente das tecnologias está aperfeiçoando os modos
de produção e a execução de negócios, isso acarreta estímulo das interações sociais en-
tre a sociedade e os governos, e ainda, proporciona transparência e melhoria nos servi-
ços entre os atores que atuam nas cidades (RIVERA; SICILIANO; TEIXEIRA, 2013; KAGAN
et al., 2013; OLIVEIRA; MUTHEMBA; UNSIHUAY-VILA, 2018; CAVALCANTE et al., 2019).

Portanto, a transformação digital pode acarretar impactos diferenciados


dependendo da situação, ou seja, a realidade de cada cidade influencia de modo direto
na eficiência de utilização das TIC (CAVALCANTE et al., 2019; CARNEIRO et al., 2021).
É necessário considerar os diferentes níveis de maturidade de uma cidade inteligente
para que a transformação digital ocorra de modo benéfico à toda sociedade (COSTA;
MENEZES, 2016; BRANDÃO; JOIA, 2018).

FIGURA 10 – NÍVEIS DE MATURIDADE DE UMA CIDADE INTELIGENTE

FONTE: <https://bit.ly/3u7iBxZ>. Acesso em: 15 ago. 2021.

170
Veja na GIO a seguir, os termos de TIC que você deve conhecer!

IMPORTANTE
Veja a figura que lista os principais termos mais atuais sobre as TIC, estes termos são muito
usuais no processo de desenvolvimento de cidades inteligentes.

FIGURA – TERMOS DE TIC

FONTE: <https://bit.ly/3PMbqFA>. Acesso em: 15 ago. 2021.

3 AS TIC E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


De acordo com Weiss, Bernardes e Consoni (2013, p. 8):

Inúmeras empresas do setor de TIC vêm sistematicamente


desenvolvendo tecnologias com potencial para proporcionar maior
eficiência energética e otimização na produção de bens e serviços,
muitas vezes se utilizando da internet: sistemas inteligentes para
o monitoramento e gerenciamento das infraestruturas urbanas e
antecipação a acidentes naturais; terceirização e consolidação de

171
data centers; virtualização de servidores; computação em nuvem
(cloud computing); soluções de colaboração e redes sociais;
documentação eletrônica; componentização de baixo carbono
(terminais de plasma, virtualização de desktops, eliminação de
impressão, data centers inteligentes); tecnologias para a criação de
escritórios virtuais e de home-offices; sistemas, métodos e práticas
para o gerenciamento integrado de serviços de qualquer natureza;
sistemas para o tratamento de grandes volumes de dados.

Você pode perceber, com esta afirmação, que para estabelecer uma cidade
inteligente é preciso que as tecnologias estejam integradas e capazes de conectar
diferentes sistemas em diferentes organizações.

As TIC têm como responsabilidade coletar os dados da cidade através do


desenvolvimento e execução de projetos voltados para a sua coleta, tratamento e
disponibilização em tempo real (COSTA; MENEZES, 2016; OLIVEIRA; MUTHEMBA;
UNSIHUAY-VILA, 2018). Isso possibilita que cada cidadão se envolva de modo direto
com a realidade de sua cidade, e possibilita, ainda, que o poder público atue de modo
preventivo por meio da utilização de sistemas de monitoramento, gerenciamento e
sistemas analíticos (RIVERA; SICILIANO; TEIXEIRA, 2013; KAGAN et al., 2013; OLIVEIRA;
MUTHEMBA; UNSIHUAY-VILA, 2018; CAVALCANTE et al., 2019).

Um exemplo prático com o aumento crescente da utilização de tecnologia nas


cidades ocorre a ampliação no consumo de energia elétrica, tornando imprescindível
um sistema inteligente sustentável (OLIVEIRA; MUTHEMBA; UNSIHUAY-VILA, 2018;
CAVALCANTE et al., 2019). As redes inteligentes (Smart Grid) são uma solução possível
para essa realização, já que integram as redes elétricas de modo amplo garantindo o
fornecimento de energia para todas as redes e evitando a sobrecarga das mesmas
(SEBRAE, 2015; CAVALCANTE et al., 2019). As redes inteligentes são definidas, conforme
Oliveira, Muthemba e Unsihuay-Vila (2018, p. 2, tradução nossa) como:

As redes inteligentes são os sistemas de distribuição e transmissão


que usam os recursos de Tecnologia da Informação (TI), telecomuni-
cações e automação de alto nível para aumentar significativamente
a qualidade da energia e a eficiência operacional. Devido ao alto nível
de tecnologia agregada, as Smart Grids são capazes de responder
às diversas demandas da sociedade moderna, tanto em termos de
necessidades de energia quanto de desenvolvimento sustentável.

172
FIGURA 11 – REDES ELÉTRICAS INTELIGENTES, SEUS ELEMENTOS E FUNCIONALIDADES

FONTE: Rivera, Siciliano e Teixeira (2013, p. 46)

O processo de implementação das redes inteligentes é compreendido em três


dimensões complementares e independentes, conforme o Quadro 6 (RIVERA; SICILIANO;
TEIXEIRA, 2013; CAVALCANTE et al., 2019).

QUADRO 6 – DIMENSÕES DAS REDES INTELIGENTES

DIMENSÕES DESCRIÇÃO

As intervenções são realizadas para reunir diferentes tipos de


PRIMEIRA inteligência ao sistema de fornecimento de energia elétrica
garantindo a eficifiência, qualidade e segurança da rede.

Obter os benefícios do processo de substituição dos medidores


eletromecânicos por eletrônicos inteligentes. Nessa dimensão,
os consumidores conseguem obter informações sobre o
SEGUNDA
consumo de energia por horário, e ainda, sobre a qualidade
de energia recebida ao longo do dia. As concessionárias de
energia podem efetuar o corte e religamento remotos.

Apresenta residências com eletrodomésticos inteligentes


interconectados ao medidor. Isso possibilita o gerenciamento
do consumo energético, comunicação bidirecional de energia,
TERCEIRA
através da geração distribuída com fonte solar, eólica ou
biomassa, e armazenamento de energia com a utilização dos
carros elétricos.

FONTE: Adaptado de Rivera, Siciliano e Teixeira (2013) e Cavalcante et al. (2019)

173
O processo de implementação das redes inteligentes possibilitará a implantação
de cidades inteligentes, mas também de ambientes interligados por meio da internet das
coisas (IoT) (RIVERA; SICILIANO; TEIXEIRA, 2013). Sendo assim, as redes elétricas, redes
sanitárias, redes de distribuição de água potável, sinais de trânsito, veículos, indivíduos,
ou seja, tudo poderá gerar dados, que serão processados e tratados com inteligência
(RIVERA; SICILIANO; TEIXEIRA, 2013; KAGAN et al., 2013; OLIVEIRA; MUTHEMBA;
UNSIHUAY-VILA, 2018). As informações obtidas irão ajudar, por exemplo:

• na compreensão e na gestão do trânsito;


• na gestão remota da saúde de cardíacos;
• na oferta de serviços e produtos conforme os hábitos dos consumidores.

FIGURA 12 – DAS REDES ELÉTRICAS INTELIGENTES À INTERNET DAS COISAS

FONTE: Adaptado de Rivera, Siciliano e Teixeira (2013)

IMPORTANTE
Por meio do projeto Smart Grid, do Sebrae, 18 micro e pequenas empresas passaram por
capacitação, rodadas de negócios e missões técnicas, com o objetivo de desenvolver novas
tecnologias para o setor de energia em Itajubá (MG) e região. Entre os participantes do
projeto está a TR Soluções, que desenvolveu aplicativo gratuito que detalha o perfil do gasto
de energia elétrica do consumidor residencial, além de possibilitar:

174
FIGURA – ORÁCULUZ

FONTE: <https://bit.ly/3AB2BGI>. Acesso em: 15 ago. 2021.

Todas essas possibilidades ocorrem com o uso de tecnologias-chave aliadas ao


desenvolvimento de sistemas especializados em grande escala (WEISS; BERNARDES;
CONSONI, 2013; CAVALCANTE et al., 2019). Esses sistemas são primordias para o
gerenciamento adequado das transformações urbanas para auxiliar a superar os desafios
provocados pelo crescente aumento da urbanização (WEISS; BERNARDES; CONSONI,
2013; COSTA MENEZES, 2016; BRANDÃO; JOIA, 2018; CAVALCANTE et al., 2019).

4 SUSTENTABILIDADE INTEGRAL
De acordo com Ribas et al. (2007, p. 2009), a sustentabilidade refere-se:

[...] ao uso dos recursos biofísicos, econômicos e sociais, segundo


sua capacidade em um espaço geográfico, para obter bens e
serviços diretos e indiretos da agricultura e dos recursos naturais
para satisfazer as necessidades das gerações futuras e presentes. O
valor presente dos bens e serviços deve representar mais que o valor
das externalidades e dos insumos incorporados, melhorando ou pelo
menos mantendo de forma indefinida a produtividade do ambiente
biofísico e social.

Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) correspondem a uma


agenda mundial adotada na Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento
Sustentável, sendo que são 17 objetivos e 169 metas a serem alcançadas até 2030

175
(OLIVEIRA, 2020; MASSRUHÁ et al., 2020). Na Figura 13 você pode observar a presença
de objetivos importantes para o desenvolvimento sustentável das cidades inteligentes,
tais como: educação de qualidade, cidades e comunidades sustentáveis, energia limpa
e acessível e parcerias e meios de implementação (NASCIMENTO; SAFADI; SILVA, 2011;
MASSRUHÁ et al., 2020).

FIGURA 13 – OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

FONTE: <https://bit.ly/3wSdof2>. Acesso em: 15 ago. 2021.

O Quadro 7 apresenta uma relação de algumas contribuições das TIC para


alcançar os ODS.

QUADRO 7 – TIC E OS OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS)

ODS CONTRIBUIÇÃO DAS TIC

Acesso móvel a serviços financeiros para os indivíduos


Erradicação da Pobreza
não bancarizados.

Fome Zero e Agricultura e-Agricultura: acesso a atualizações de mercado e


Sustentável previsões de tempo.

e-Saúde: interação direta com o paciente, informatiza-


Saúde e Bem-Estar
ção da saúde e telemedicina.

e-Aprendizado: acesso a conhecimento a todos os


Educação de Qualidade
indivíduos.

TIC são um caminho essencial para igualdade e


Igualdade de Gênero
empoderamento.

Água Potável e Sistemas inteligentes de gerenciamento de recursos


Saneamento hídricos e saneamento básico.

176
Energia Limpa e Eficiência energética, smart grids, padronização verde e
Acessível tecnologia para energia sustentável.

Promoção da economia digital, comércio eletrônico,


Trabalho Decente e
pequenas e médias empresas tecnológicas, empreen-
Crescimento Econômico
dedorismo e confiança cibernética.

Indústria, Inovação e Promoção de acesso universal e a preços viáveis à


Infraestrutura internet.

Redução das Diminuição de divisão digital e fortalecimento das


Desigualdades comunidades.

Cidades e Comunidades Cidades inteligentes e sustentáveis, sistemas de


Sustentáveis transporte inteligentes, 5G e IoT.

TIC possibilitam produção e consumo sustentáveis


Consumo e Produção
por meio de smart grids, medidores inteligentes e
Responsáveis
computação em nuvem.

Ação Contra a Mudança TIC apoiam modos de vida mais verdes, monitoramento
Global do Clima do clima, sistemas de alerta e previsão.

Observação e monitoramento satelitais aumentam o


Vida na Água
conhecimento científico sobre os oceanos.

Observação satelital dos ecossistemas terrestres ajuda


Vida Terrestre
a proteger a biodiversidade.

Paz, Justiça e Dados abertos aumentam a transparência, empoderam


Instituições Eficazes o cidadão e impulsionam o crescimento econômico.

TIC fazem a integração e facilitam todos os ODS por


Parcerias e Meios de
meio de colaborações inovadoras e do aumento da
Implementação
capacitação.

FONTE: Adaptado de Carneiro et al. (2021)

Portanto, a tecnologia pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida nas


cidades, mas considerando uma definição mais ampla do conceito de sustentabilidade,
ou seja, abrangendo outros elementos além dos ambientais, tais como: economia,
inclusão social, governança, mobilidade e acessibilidade (COSTA; MENEZES, 2016;
MELO et al., 2020; CARNEIRO et al., 2021; MAZO et al., 2021). Isso reflete em uma cidade
adequada da melhor maneira possível aos seus habitantes para que surgam novas
ideias e para o desenvolvimento econômico e social (COSTA; MENEZES, 2016). Conforme
Carneiro et al. (2021, p. 96):

177
As cidades sustentáveis têm na gestão ambiental um de seus
focos, pois é necessária a eficiência na utilização dos recursos
do planeta. É preciso, então, pensar em planejamento urbano, de
mobilidade e transporte, recursos hídricos, saneamento, remoção e
gestão de resíduos, geração e transmissão de energia, infraestrutura
residencial e industrial, redução no risco de desastres, segurança,
acesso à informação e à educação, e comunicação: todos esses são
temas relevantes em uma cidade que quer ser sustentável, seja ela
inteligente ou não.

4.1 RANKING CONNECTED SMART CITIES


Você pôde observar com as afirmações expostas anteriormente, que surge a
necessidade eminente de buscar um planejamento efetivo, porém com padrão de indi-
cadores que avaliem as ações de cidades que investem no futuro (LOCATELLI; VICEN-
TIN, 2019; CARNEIRO et al., 2021). Por isso, conforme Locatelli e Vicentin (2019, p. 499):

Em 2015, foi criado no Brasil o ranking de cidades inteligentes,


chamado Ranking Connected Smart Cities, como ferramenta útil para
mensurar o desempenho das cidades mais inteligentes, levando em
consideração o planejamento destas para o tratamento dos temas
mais importantes para a construção de uma cidade voltada para o
futuro. O ranking é o principal indicador nacional sobre o tema, sua
constituição está de acordo com os princípios de sustentabilidade,
as cidades selecionadas para sua composição são avaliadas
segundo esses critérios e a integração do município dentre os mais
inteligentes, conectados, humanos e sustentáveis torna-se um
diferencial que pode gerar melhorias nos resultados financeiros e na
imagem da municipalidade perante à comunidade em geral, nacional
ou internacional.

 O objetivo do Ranking Connected Smart Cities é definir as cidades com maior


potencial de desenvolvimento do Brasil (LOCATELLI; VICENTIN, 2019; CSC, 2020;
CARNEIRO et al., 2021). O Ranking apresenta indicadores que compõem 11 principais
eixos, conforme a Figura 14.

FIGURA 14 – EIXOS DO RANKING CONNECTED SMART CITIES

FONTE: <https://bit.ly/3z3Zc5v>. Acesso em: 16 ago. 2021.

178
O Ranking considera que as cidades inteligentes compreendem que o pro-
cesso de desenvolvimento só é alcançado quando os atores do processo da cida-
de entendem o poder de conectividade entre todas as esferas sociais (LOCATELLI;
VICENTIN, 2019; CARNEIRO et al., 2021). Um exemplo prático é o entendimento que
investimentos em saneamento básico estão ligados tanto aos ganhos ambientais
quanto em saúde pública. Desse modo, observa-se que é fundamental considerar
a sustentabilidade econômica como fundamento para sustentabilidade ambiental e
social (CARNEIRO et al., 2021).

Veja a GIO a seguir sobre a explicação de como é elaborado o Ranking Connected


Smart Cities!

IMPORTANTE
Para a elaboração do Ranking Connected Smart Cities foram mapeadas
as principais publicações internacionais e nacionais sobre o tema de
cidades inteligentes, cidades conectadas, cidades sustentáveis e demais
artigos sobre o assunto ou assuntos correlatos, dentre elas:

• “Cidades Sustentáveis, Programa Cidades Sustentáveis”.


• “Escala Brasil Transparente, Controladoria Geral da União”.
• “Brazil Competitiveness Profile, Fundação Getúlio Vargas”.
• “IESE Cities in Motion, IESE Business School”.
• “Innovation Cities, Innovation Cities Program”.
• “Maiores e Melhores Cidades do Brasil, América Economia”.
• “Mapping Smart Cities in the European Union, Smart Cities”.
• “ARCADIS Sustainable Cities Index, Yale Center for Environmental Law
& Policy”.
• “World Council on City Data”.
• “ISO 37.120 - Sustainable development of communities -- Indicators
for city services and quality of life”.
• “ISO 37.122 - Sustainable cities and communities - Indicators for
smart cities”.

FONTE: <https://bit.ly/3A9VBQe>. Acesso em: 16 ago. 2021.

O destaque no Ranking Geral 2020 foi para a cidade de São Paulo, que atingiu
a primeira colocação. O segundo lugar ficou com Florianópolis (SC), seguida por Curitiba
(PR), Campinas (SP) e Vitória (ES) (CSC, 2020a).

179
FIGURA 15 – AS 10 CIDADES MAIS INTELIGENTES E CONECTADAS DO BRASIL EM 2020 CONFORME O
RANKING CONNECTED SMART CITIES

FONTE: <https://blog.aaainovacao.com.br/smart-cities/>. Acesso em: 16 ago. 2021.

Agora, vamos entender algumas características das três primeiras colocadas no


Ranking Connected Smart Cities de 2020.

4.1.1 São Paulo


Conforme Souza e Menelau (2018, p. 6):

São Paulo, a maior cidade do país, ocupa o topo do ranking CSC, foi
escolhida por dispor do sistema de transporte mais integrado do
país, liderando o ranking de mobilidade urbana. O investimento em

180
tecnologias avançadas voltadas para a infraestrutura e o transporte
foi o fator decisivo para tornar a cidade de São Paulo um destaque no
indicador de mobilidade urbana.

Uma característica marcante da cidade de São Paulo é que ela é considerada


uma cidade  colaborativa, conectada e integranda às tecnologias digitais (URBAN SYS-
TEMS, 2020). Os elementos que conduzem à cidade como um ambiente inteligente são:

• espaço urbano;
• segurança pública;
• gestão inovadora.

Um exemplo adotado pela cidade de São Paulo durante o ano de 2020 foi o
incentivo na utilização da bicicleta, em que se ampliou o horário permitido ao transporte
das bicicletas em metrôs e trens (CARNEIRO et al., 2021). A Figura 16 mostra uma ciclista
passando pelo contador de bicicletas da Avenida Faria Lima (NEVES, 2018).

FIGURA 16 – MOBILIDADE URBANA EM SÃO PAULO

FONTE: <https://glo.bo/3CGHzY4>. Acesso em: 16 ago. 2021.

Outras características marcantse da cidade são:

• Ampliação no modelo de WiFi Livre que passou de 120 pontos de rede pública sem
fio para 600 hotspots em 2019: a disponibilidade da internet gratuita possibilita o
fortalecimento das ações para fomentar a cultura digital, bem como facilitar o uso
dos espaços públicos (MEDEIROS, 2019).

181
FIGURA 17 – MAPA COM A LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE REDE PÚBLICA SEM FIO

FONTE: <https://bit.ly/3avP7UF>. Acesso em: 16 ago. 2021.

• Redução de 100 para cinco dias para se abrir uma empresa na cidade: o Empreenda
Fácil é uma plataforma on-line que visa reduzir o tempo de abertura de empresa em
São Paulo (CARRIJO, 2020).

182
FIGURA 18 – CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDA FÁCIL

FONTE: <https://rme.net.br/2019/06/28/entenda-o-que-e-o-empreenda-facil/>. Acesso em: 16 ago. 2021.

• Digitalização de 98% dos processos judiciais na prefeitura: possibilidade de tramitação


do processo mesmo em trabalho remoto (CARNEIRO et al., 2021).

4.1.2 Florianópolis
Conforme Yigitcanlar et al. (2020, p. 20):

O Floripa Conecta mobilizou dezenas de eventos envolvendo tec-


nologia, gastronomia, games, design, marketing, música, artes plás-
ticas, empreendedorismo, turismo, produção audiovisual e outras
experiências. A iniciativa teve a duração de dez dias e proporcionou
uma troca de experiências entre iniciativas públicas e privadas, além
de ter cativado os moradores e de atrair turistas, contando com a
participação de um público próximo a 120 mil pessoas. Foi uma ini-
ciativa de uma cidade verdadeiramente inteligente.

183
A cidade de Florianópolis é conhecida como a “Ilha do Silício”, e vem se
destacando em relação ao capital humano e inovação, além de ocupar o sexto lugar em
acesso ao capital financeiro (DEPINÉ, 2016a; FERREIRA, 2020). A cidade apresentou, em
2020, os seguintes dados em relação à tecnologia:

• crescimento de 9,4% de empresas de tecnologia;


• 2 Parques Tecnológicos e 6 incubadoras de empresas;
• crescimento de 2,9% de empresas economia criativa;
• alta de 25,8% de MEI.

4.1.3 Curitiba
Conforme Weiss et al. (2017, p. 7):

Curitiba é uma cidade planejada. Desde a década de 70, se tornou


um modelo mundial de transporte, urbanização e respeito ao meio
ambiente, sendo considerada uma das 10 cidades mais inteligentes
do mundo. Nos últimos anos, mais precisamente a partir da década de
1980, o poder público vem realizando investimentos no planejamento
e execução de modernizações nos sistemas de infraestrutura da
cidade, com especial atenção às questões de mobilidade.

O projeto Vale do Pinhão associa a requalificação urbana de antigos distritos


industriais de Curitiba, bem como o fomento de um ambiente de estímulo à inovação e
à criatividade por meio de novos conceitos e políticas (MEINERS; AZEVEDO, 2019).

FIGURA 19 – PILARES DO PROJETO VALE DO PINHÃO

FONTE: <http://www.valedopinhao.com.br/sobre/>. Acesso em: 16 ago. 2021.

184
Desse modo, as tecnologias já existentes podem potencializar a eficiência no
processo de gerenciamento das cidades, bem como a disponibilidade de serviços.
Com isso, você pôde perceber ao longo deste tópico que os sistemas de monitora-
mento da infraestrutura urbana; dados sobre o comportamento e condições de saúde
dos habitantes; a inclusão das pessoas com deficiência, e ainda sistemas de pre-
venção de riscos são oportunidades reais às cidades que estão se preparando para
transformação inteligente.

185
LEITURA
COMPLEMENTAR
PARANÁ É SELECIONADO PARA PROGRAMA DA UNIÃO EUROPEIA PARA O
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O Paraná foi selecionado para integrar um programa de cooperação promovido


pela União Europeia para aproximar diferentes regiões no mundo com cenários e
objetivos semelhantes. O Programa de Cooperação Internacional Urbana e Regional
(IURC, na sigla em inglês) cria uma linha direta entre regiões da Europa e da América
Latina, América do Norte, Ásia e Oceania, aproximando suas experiências de governança
em áreas estratégicas.

Na prática, isso leva a um desenvolvimento mais acelerado de objetivos que


as regiões tenham em comum. O programa é dividido em três temáticas: transição
ecológica e acordo verde (economia circular, soluções sustentáveis, agricultura
urbana sustentável), renovação urbana e regional (agendas urbanas, planejamento
urbano, mobilidade e transporte, habitação, indústria 5.0) e ecossistemas inovadores,
sustentáveis e neutros em carbono (turismo, cultura, saúde, educação, inovação).

Tanto o grupo temático quanto o parceiro europeu escolhido para cooperar com
o Paraná serão revelados nas próximas semanas. A iniciativa terá duração de 18 a 24
meses a partir do seu início, que é esperado para setembro. A expectativa do Estado
é poder avançar em um ou mais temas como turismo rural e sustentável, cidades
inteligentes, governo eletrônico e transformação digital.

A seleção é fruto de uma articulação do Conselho Estadual de Desenvolvimento


Econômico e Social (Cedes), órgão responsável pela implementação da Agenda 2030
no Paraná, em parceria com a Superintendência-Geral de Inovação, a Superintendência
de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano/
Paranacidade e a Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação do
Paraná (Assespro-PR).

"Estamos muito felizes com essa nova parceria que envolve regiões da União
Europeia porque ela é baseada em exemplos concretos de sucesso e aposta na criação
de um ambiente fértil entre os times para que as trocas técnicas ocorram de modo
efetivo", afirmou Keli Guimarães, vice-presidente do Cedes.

VITRINE PARANAENSE  – Filipe Braga Farhat, articulador de parcerias para a


Agenda 2030 pelo Cedes, argumenta que o ponto forte do programa é adaptar para a
realidade local exemplos que já obtiveram sucesso em outros contextos.

186
“Existe hoje um entendimento global de que é mais fácil conseguir implemen-
tar as mudanças necessárias para uma vida mais sustentável em diálogo com unida-
des subnacionais, como cidades ou estados, do que buscar implementar as mesmas
mudanças num país como um todo. Este programa vai nos permitir conhecer projetos
de sucesso, realizar trocas técnicas e oferecer aquilo que temos de melhor, propician-
do uma relação ganha-ganha. Estamos confiantes de que teremos resultados práti-
cos que trarão benefícios à sociedade – este é o espírito que move o time do Cedes”,
explica Farhat.

O superintendente geral de inovação, Marcelo Rangel, pontuou inovações já exis-


tentes no Paraná que poderão servir de vitrine para outros países. “Temos diversos exem-
plos de tecnologias na área sustentável. Uma delas é uma usina, na região dos Campos
Gerais, que transforma o lixo orgânico em eletricidade. Essa usina tem um custo muito
baixo de implantação, e poderia ser aplicada em outras regiões”, exemplifica Rangel.

Inaugurada em abril, a  usina termoelétrica pública de Ponta Grossa  pode


processar até 30 toneladas de resíduos orgânicos por dia – o suficiente para garantir
o funcionamento da própria usina e da UPA Sant’Ana, do Hospital Municipal Amadeu
Puppi, do Hospital Universitário Materno Infantil e do prédio da Prefeitura Municipal. A
economia em energia elétrica pode chegar a R$ 250 mil/mês.

Por outro lado, uma das áreas que ele aponta que o Paraná poderia avançar é
na desburocratização para uso de inovação na esfera pública – ponto em que países
europeus costumam apresentar bons exemplos. “Toda troca de experiências entre
regiões na área de inovação é essencial. A inovação se faz através de troca de ideias
com pessoas que precisam de soluções para suas dores”, pontua.

A iniciativa terá duração de 18 a 24 meses a partir do seu início, que é esperado


para setembro. Paraná já é exemplo de desenvolvimento sustentável. Foto: José
Fernando Ogura/AEN.

PRIMEIRA FASE – O IURC é a evolução de outra iniciativa da União Europeia,


implementada em 2017: o programa de Cooperação Urbana Internacional (IUC) – maior
ação de cooperação de cooperação regional do mundo, que promoveu parcerias
estratégicas entre mais de 200 cidades e regiões da União Europeia e de países da
América do Norte, Ásia, América Latina e Caribe.

A nova fase do programa, lançada no início de 2021, almeja criar uma rede
internacional de referência para a inovação urbana e regional e desenvolvimento urbano
sustentável.

“Nessa segunda etapa, houve uma pré-seleção de regiões no mundo feita


pela Comissão Europeia. As regiões pré-selecionadas foram convidadas a enviar uma
postulação de candidatura. O Paraná não só apareceu na curadoria de interesse dos

187
europeus como submeteu sua proposta e foi selecionado entre 10 regiões da América
Latina”, ressalta Izoulet Cortes Filho, diretor de projetos e negócios internacionais da
Assespro-PR.

O IURC é financiado pelo Instrumento de Parceria da União Europeia e tem


apoio estratégico da Direção-Geral da Política Regional e Urbana da Comissão
Europeia (DG REGIO).

OCDE – A seleção para o novo programa se soma a outros reconhecimentos


internacionais que o Paraná tem obtido. No último mês, a Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) lançou um Relatório (estudo de
caso sobre o Paraná) em que reconheceu algumas áreas em que o Estado se destaca
internacionalmente: energia renovável, proteção ambiental e redução de desigualdades.

O Estado do Paraná também é a primeira região do mundo a confirmar


participação em uma  nova fase do programa  de aceleração do desenvolvimento
sustentável promovido pela OCDE. O programa foi iniciado há dois anos com uma análise
de diferentes indicadores sobre o Estado, resultado em um relatório que mostra como o
Paraná se encontra frente ao alcance dos ODS.

Ao longo desse período, o programa promoveu o fortalecimento da estrutura


de indicadores socioeconômicos, a estruturação de diálogo com todos os setores dos
governos municipal, estadual e federal; o fortalecimento de parcerias também com o
setor privado, a sociedade civil e a academia, e uma política de trocas entre regiões
internacionais que trazem desafios semelhantes.

Entre as recomendações da OCDE para a segunda fase estão aperfeiçoar


estatísticas que medem o progresso dos ODS e fortalecer a articulação com prefeituras
para ações mais focadas segundo o contexto de cada município.

ODS  – Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) compõem


o documento chamado Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o
Desenvolvimento Sustentável - uma agenda global assinada sob os auspícios das
Nações Unidas para guiar novas políticas públicas e o engajamento da sociedade como
um todo, estimulando processos de governança sustentável e o estabelecimento de
bancos de boas práticas entre os países até 2030.

Ela integra 17 ODS, que abrangem os principais aspectos da sociedade. Entre


os objetivos, estão a erradicação da pobreza, da fome, a promoção da igualdade de
gênero, o estabelecimento de energia renovável e acessível, educação de qualidade,
a promoção da inovação, o crescimento econômico, o estabelecimento de parcerias,
entre outros. A proposta é que sociedade, empresas, academia e governo atuem juntos
para cumprir os objetivos.

FONTE: <https://bit.ly/3z9mGpW>. Acesso em: 20 ago. 2021.

188
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:

• As cidades são essenciais para o desenvolvimento social e econômico dos países,


entretanto, precisam ser eficientes e produtivas. O resultado do bom funcionamento
de uma determinada cidade pode ser mensurado através de investimentos em
infraestrutura e serviços que garantem a melhoria social.

• As TIC são importantes e podem auxiliar em mudanças significativas no padrão de


gerenciamento das cidades, acarretando benefícios na eficiência e no desempenho
das cidades. As plataformas de TIC podem ser configuradas de modo a garantir a sua
utilização, tal como: canais de transmissão de conhecimento, pontes de acesso às
transações econômicas, geração de riqueza, criação de valor científico e fomento de
soluções inovadoras.

• As TIC têm como responsabilidade coletar os dados da cidade através do


desenvolvimento e execução de projetos voltados para a sua coleta, tratamento
e disponibilização em tempo real. Isso possibilita que cada cidadão se envolva de
modo direto com a realidade de sua cidade, e possibilita, ainda, que o poder público
atue de modo preventivo por meio da utilização de sistemas de monitoramento,
gerenciamento e sistemas analíticos.

• A tecnologia pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida nas cidades, mas
considerando uma definição mais ampla do conceito de sustentabilidade, ou seja,
abrangendo outros elementos além dos ambientais, tais como: economia, inclusão
social, governança, mobilidade e acessibilidade.

189
AUTOATIVIDADE
1 As redes inteligentes (Smart Grid) são uma solução possível para essa realização,
já que integram as redes elétricas de modo amplo garantindo o fornecimento de
energia para todas as redes e evitando a sobrecarga das mesmas. O processo de
implementação das redes inteligentes é compreendido em três dimensões comple-
mentares e independentes, portanto, elabore um quadro com estas dimensões.

2 As TIC são importantes e podem auxiliar em mudanças significativas no padrão de


gerenciamento das cidades, acarretando benefícios na eficiência e no desempenho
das cidades. Dessa forma, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Entende-se por TIC os procedimentos, métodos, equipamentos e recursos


para processar informação e proceder a diferentes formas de comunicação via
suporte tecnológico e de dispositivos digitais, o que inclui a internet (por redes e
sem fio), tablets, smartphones etc.
b) ( ) As cidades inteligentes são desenvolvidas por meio da capacidade de
aprendizagem, desenvolvimento tecnológico e inovação, sendo estas,
empregadas aos processos de gerenciamento rural.
c) ( ) A utilização inteligente das tecnologias está aperfeiçoando os modos de
produção e a execução de negócios, isso acarreta estímulo das interações
financeiras entre a sociedade e os governos, e ainda, proporciona opacidade e
melhoria nos serviços entre os atores que atuam nas cidades.
d) ( ) A transformação da internet pode acarretar impactos diferenciados dependendo
da situação, ou seja, a realidade de cada cidade influencia de modo direto na
eficiência de utilização das TIC.

3 As TIC têm como responsabilidade coletar os dados da cidade através do


desenvolvimento e execução de projetos voltados para a sua coleta, tratamento
e disponibilização em tempo real. Isso possibilita que cada cidadão se envolva de
modo direto com a realidade de sua cidade, e possibilita, ainda, que o poder público
atue de modo preventivo por meio da utilização de sistemas de monitoramento,
gerenciamento e sistemas analíticos. Sobre o exposto, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:

( ) As redes inteligentes (Smart Grid) são uma solução possível para essa realização,
já que integram as redes elétricas de modo amplo garantindo o fornecimento de
energia para todas as redes e evitando a sobrecarga das mesmas.

190
( ) As redes inteligentes são os sistemas de distribuição e transmissão que usam os
recursos de Tecnologia da Informação (TI), telecomunicações e automação de
alto nível para aumentar significativamente a qualidade da energia e a eficiência
operacional.
( ) Devido ao alto nível de tecnologia agregada, as Smart Grids são capazes de
responder às diversas demandas da sociedade moderna, tanto em termos de
necessidades de energia quanto de desenvolvimento sustentável.
( ) O processo de implementação das redes inteligentes possibilitará a implantação de
cidades inteligentes, mas também de ambientes interligados por meio da internet
das coisas (IoT).

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V - V - V - F.
b) ( ) V - F - V - V.
c) ( ) F - V - V - F.
d) ( ) V - V - V - V.

4 Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) correspondem a uma agenda


mundial adotada na Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável,
sendo que são 17 objetivos e 169 metas a serem alcançadas até 2030. Considerando
esta afirmação, elabore um quadro com algumas contribuições das TIC para alcançar
os ODS.

5 A tecnologia pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida nas cidades, mas
considerando uma definição mais ampla do conceito de sustentabilidade, ou seja,
abrangendo outros elementos além dos ambientais, tais como: economia, inclusão
social, governança, mobilidade e acessibilidade. Considerando esta afirmação,
assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) As cidades sustentáveis têm na gestão ambiental um de seus focos, pois é


necessária a eficiência na utilização dos recursos do planeta.
b) ( ) O resultado do bom funcionamento de uma determinada cidade pode ser
mensurado através de investimentos em infraestrutura e serviços que garantem
a melhoria financeira das organizações privadas.
c) ( ) É importante adotar uma visão de inteligência, sendo que a informação
e a criatividade são passivos fundamentais do capital humano para o
desenvolvimento da inovação.
d) ( ) As TIC dificultam as mudanças significativas no padrão de gerenciamento das
cidades, acarretando prejuízos na eficiência e no desempenho das cidades.

191
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