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Inovação
Indaial – 2022
1a Edição
Elaboração:
Prof. Giovani Mendonça Lunardi
L961c
ISBN 978-65-5663-055-7
CDD 658.56
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Prezado acadêmico! Este livro didático foi elaborado para a construção de novos
conhecimentos que servirão de base para ideias, projetos e entendimentos em relação
ao processo criativo e sua inovação. A geração de novas ideias possibilitou a evolução e
desenvolvimento do ser humano desde a pré-história até os dias atuais.
Bons estudos!
Prof. Giovani Mendonça Lunardi
GIO
Olá, eu sou a Gio!
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Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você –
e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR
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que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para
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ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 205
UNIDADE 1 —
O FUNCIONAMENTO DA
MENTE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 —
O CONHECIMENTO HUMANO E SUA
EPISTEMOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
A fim de compreendermos a relação existente entre criatividade e inovação
tecnológica, precisamos, primeiramente, olhar para traz para poder compreender o
processo de construção do conhecimento. Para isso, além de conceitualizá-la, iremos
compreender a diferença entre dados, informação e conhecimento, e investigar as
teorias do conhecimento. Nesse sentido, no decorrer deste tópico iremos abordar as
principais definições e conceitos evidenciados na literatura sobre o termo conhecimento
para contribuir na sua concepção de criatividade e inovação.
2 O CONHECIMENTO HUMANO
Quando nos deparamos em pensar no significado da palavra “conhecimento”,
chegamos à conclusão de que a vida é um processo cíclico e contínuo. Mas o que é
conhecimento? Como ocorre seu processo de construção, essencial para a vida, e que
permitiu nossa evolução desde os primórdios?
Diversas são as teorias que visam explicar como construímos e nos apropriamos
do conhecimento. Tais teorias se embasam em diferentes aportes teóricos, que
abrangem visões das áreas de filosofia, sociologia, biologia, tecnologia, entre outras
(MATURANA; VARELA, 2011).
3
FIGURA 1- APORTES TEÓRICOS PARA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
Filosofia Sociologia
Conhecimento
Tecnologia Biologia
Autor Abordagem
Confúcio (séc. IV a.C.) O "saber" é saber que nada se sabe.
Platão (428 a.C.) É uma “crença verdadeira justificada”.
Locke (1689) É o resultado da experiência.
Polanyi (1966) O indivíduo pode conhecer mais do que é capaz de expressar.
Pears (1972) É o estado da mente.
É composto por processo dinâmico de um sistema de crenças pessoais
Nonaka e Takeuchi
justificadas. É o resultado da interação entre o conhecimento explícito
(1997)
e o tácito.
É capacidade humana de caráter tácito, que orienta para a ação.
Baseado em regras, é individual e está em constante transformação.
O conteúdo revela-se em ações de competência individual, pois, na
Sveiby (1998)
prática, se expressa através do conhecimento explícito, habilidades,
experiências, julgamentos de valor e rede social. Não há como definir
conhecimento de forma completa com apenas uma palavra.
Davenport e Prusak O conjunto de informações combinado com experiências, vivências e
(1998) intuição, que possibilitam ao indivíduo interpretar, avaliar e decidir.
É a informação modificada através da razão e da reflexão em crenças,
Choo (1998)
e é composto pelo acúmulo de experiências.
É construído a partir de relações sociais sucessivas, é fruto de uma
Maturana e Varela
interação do homem com o mundo, estruturando se pelo viés da
(2001)
interpretação individual.
Diferencia o conhecimento produzido pela ação (implícito) e o
Spender (2001)
produzido pela comunicação (explícito).
São os dados e informações que os indivíduos utilizam na ação, na
Schreiber et. al.,
prática diária, para a realização de tarefas e produção de novas
(2002)
informações.
4
É a junção de cognição com habilidades, uso da teoria, da prática,
Probst, Raub e
das regras diárias, do modo de agir do ser humano, para resolver seus
Romhardt (2002)
problemas.
É a combinação de fatores como contexto, interpretação, experiência
Siqueira (2005) pessoal, aplicabilidade e processo cognitivo, que se somam à
informação.
Deriva da informação, mas é mais rico e significativo do que esta,
pois inclui consciência, familiaridade e compreensão adquiridas
Servin (2005)
pela experiência, possibilitando comparações, identificação das
consequências e novas conexões.
É, portanto, um fenômeno multidimensional, de maneira inseparável,
Morin (2005) simultaneamente físico, biológico, cerebral, mental, psicológico,
cultural, social.
É um conjunto de informações, elaborado crítica e valorativamente,
Angeloni (2008)
por meio da legitimação empírica, cognitiva e emocional.
É o conjunto completo de informações, dados, relações que levam
os indivíduos a tomar decisões, a desempenhar atividades e a criar
Fialho et. al. (2010) novas informações ou conhecimentos. Um conjunto de informações
contextualizadas e dotadas de semânticas inerentes ao agente que o
detém.
Informações subjetivas e valiosas que foram validadas e organizadas
Dalkir (2011) em um modelo mental. Normalmente é originário da experiência
acumulada, e incorpora percepções, crenças e valores.
ATENÇÃO
Para Piaget (1988, p. 17), o conhecimento vem sempre associado a
compreender, que por sua vez: “[...] é inventar, ou reconstruir através
da reinvenção, e será preciso curvar-se ante tais necessidades se
o que se pretende, para o futuro, é moldar indivíduos capazes de
produzir ou de criar, e não apenas de repetir”.
5
Ainda nesse viés, para a transformação dos dados (informações) em
conhecimento há uma importante variável: a criatividade. A criatividade é o primeiro
passo na direção da mobilização e aplicação do conhecimento, definindo criatividade
como o princípio de uma nova ideia ou perspectiva derivada de uma dada base de
conhecimento.
DICA
Se você gostou desse assunto, seguem algumas dicas de sites:
• http://eliana-rezende.com.br/dados-informacao-e-conhecimento-o-que-sao/;
• https://blog.pandora.com.br/dado-informacao-e-conhecimento-voce-sabe-
diferenca/.
Essas palavras, muitas vezes, são utilizadas de forma errada, como sinônimas,
sendo necessário entendermos os principais pontos de sua diferenciação (DAVENPORT;
PRUSAK, 2003).
6
Conforme observamos no Quadro 2, os dados são os fatos brutos, são os números,
as palavras, os símbolos, as figuras, entre outros, sendo que não há interpretação de
um dado, não é considerado seu contexto. Angeloni (2008, p. 1) define dados como
“elementos descritivos de um evento” sem tratamento lógico ou contextualização.
7
IMPORTANTE
Primeiro, o conhecimento, ao contrário da informação, diz
respeito a crenças e compromissos. O conhecimento é uma
função de uma atitude, perspectiva ou intenção específica.
Segunda, o conhecimento, ao contrário da informação, está
relacionado à ação. É sempre o conhecimento “com algum
fim”. E terceira, tanto o conhecimento como a informação,
dizem respeito ao significado. É específico ao contexto e
relacional (NONAKA; TAKEUCHI, 1997, p. 63, grifos nossos).
8
DICA
Veja alguns sites interessantes sobre Teoria do Conhecimento:
• http://www.criticanarede.com/fil_conhecimento.html;
• https://descomplica.com.br/artigo/teoria-do-conhecimento/4nS/;
• https://www.todamateria.com.br/teoria-conhecimento/.
Para Silvano, Silva e Silva (2018, p. 141), a epistemologia trata de quatro áreas
fundamentais:
9
FIGURA 4 – PRINCIPAIS TIPOS DE CONHECIMENTO
Mitologia
Senso
Tecnologia
Comum
EPISTEMOLOGIA
Ciência Filosofia
Teologia
DICA
Veja mais sobre os tipos de conhecimento em:
• https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/conhecer-o-mundo-
mitologia-religiao-ciencia-filosofia-senso-comum.htm?cmpid=copiaecola.
10
QUADRO 3 - TIPOS DE CONHECIMENTO
MODOS DE
CRITÉRIOS DE
COMPREENDER MÉTODOS IDEIA BÁSICA
VERDADE
O MUNDO
Mitologia Crenças Tradição oral Natureza
Experiência pessoal
Senso comum Costumes e hábitos Natureza e cultura
e cultural
Razão discursiva e Natureza e Pólis
Filosofia Reflexão racional
dialética (comunidade)
Conciliação entre a
Teologia Fé e Razão razão discursiva e a Deus
revelação divina
Razão crítica e Observação e
Ciência e Tecnologia Homem
sistematizada experimentação
4.1 MITOLOGIA
A palavra “mitologia” não é um termo incomum na nossa vida, geralmente,
vários filmes ou livros são baseados ou abordam algum tipo de mitologia. Mas você sabe
qual é o significado da palavra mitologia? A palavra mito vem do grego mythos e deriva
de dois verbos: do verbo mytheyo (contar, narrar, falar alguma coisa para outros) e do
verbo mytheo (conversar, contar, anunciar, nomear, designar).
11
Na sua acepção original, mito é a narrativa tradicional, integrante da cultura
de um povo, que utiliza elementos simbólicos e sobrenaturais para explicar o mundo
e dar sentido à vida humana. Conforme Eliade (1972, p. 11) “O mito conta uma história
sagrada: ele relata um acontecimento ocorrido no tempo primordial [...]. O mito narra
como, graças às façanhas dos entes sobre naturais, uma realidade passou a existir [...]”.
DICA
Aprenda mais sobre mitologia em:
• https://www.infoescola.com/mitologia/o-que-e-mitologia/.
Os mais antigos indícios dessa arte são datados no período Paleolítico Superior
(40.000 a.C.), e consistiam em pinturas e desenhos gravados em paredes e tetos
das cavernas. Isso demonstra que o homem pré-histórico já sentia a necessidade de
expressão através das artes, algo inerente ao ser humano.
12
O homem pré-histórico usava ossos de animais, cerâmicas e pedras como
pincéis, além de fabricar suas próprias tinturas por meio de folhas de árvores, sangue
de animais e excrementos humanos (PINTO, 2018).
FONTE: <https://cultura.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/pinturas-de-lascaux-4/Pinturas-de-
Lascaux-11.jpg>. Acesso em: 22 jun. 2020.
13
QUADRO 4 – TEOGONIA, ILÍADA E ODISSEIA
Teogonia
Ilíada
Odisseia
FONTE: <http://estudosliterariosculturaafinsppgl.blogspot.com/2012/10/teogonia-iliada-e-
odisseia.html>. Acesso em: 21 nov. 2019.
14
DICA
Sugestões de filmes que apresentam contextos mitológicos:
FONTE: <http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/prometeu-245x350.jpg>.
Acesso em: 17 jun. 2020.
DICA
Quer conhecer outras mitologias? Acesse:
• https://brasilescola.uol.com.br/mitologia/.
15
4.2 SENSO COMUM
O senso comum é o modo de pensar, noções admitidas no cotidiano, soma de
saberes formado a partir de hábitos, costumes, crenças criadas pelos indivíduos. Na
epistemologia, o termo senso comum é utilizado para explicar as interpretações feitas
pelos indivíduos a partir de experiências e vivências da realidade que os circundam sem
provas científicas, ou estudos anteriores (BEZERRA, 2019).
ATENÇÃO
O senso comum é o conhecimento adquirido com base
em experiências vividas e crenças, que, muitas vezes, não
são verdadeiras.
16
4.3 FILOSOFIA
Philos significa amizade, Sophia sabedoria, logo, filosofia é definida como amiga
da sabedoria. Ela é um tipo de conhecimento que está em constante transformação.
Surge da relação do homem com seu dia a dia, porém está relacionada ao estudo de
problemas relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais
e à mente humana (SCHMAELTER, 2018).
QUADRO 5 - DEFINIÇÕES
17
FIGURA 7 – ESCOLA DE ATENAS, ACADEMIA DE PLATÃO. PINTURA DE RAFAEL SANZIO (1510)
DICA
Filmes para compreender a filosofia de Platão:
18
O que alguns filósofos dizem sobre o que é a Filosofia
Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.): “A admiração sempre foi, antes como agora, a
causa pela qual os homens começaram a filosofar: a princípio, surpreendiam-se com
as dificuldades mais comuns; depois, avançando passo a passo, tentavam explicar
fenômenos maiores, como, por exemplo, as fases da lua, o curso do sol e dos astros
e, finalmente, a formação do universo. Procurar uma explicação e admirar-se é
reconhecer-se ignorante”.
Epicuro (341 a.C. – 270 a.C.): “Nunca se protele o filosofar quando se é jovem,
nem o canse fazê-lo quando se é velho, pois que ninguém é jamais pouco maduro
nem demasiado maduro para conquistar a saúde da alma. E quem diz que a hora
de filosofar ainda não chegou ou já passou assemelha-se ao que diz que ainda não
chegou ou já passou a hora de ser feliz”.
Edmund Husserl (1859-1938): “O que pretendo sob o título de filosofia, como fim
e campo de minhas elaborações, sei-o naturalmente. E, contudo, não o sei... Qual o
pensador para quem, na sua vida de filósofo, a filosofia deixou de ser um enigma?”
Karl Jaspers (1883-1969): “As perguntas em filosofia são mais essenciais que
as respostas e cada resposta transforma-se numa nova pergunta” (Introdução ao
pensamento filosófico, p. 140).
19
García Morente (1886-1942): “Para abordar a filosofia, para entrar no território
da filosofia, é absolutamente indispensável uma primeira disposição de ânimo. É
absolutamente indispensável que o aspirante a filósofo sinta a necessidade de levar
seu estudo com uma disposição infantil. […] Aquele para quem tudo resulta muito
natural, para quem tudo resulta muito fácil de entender, para quem tudo resulta
muito óbvio, nunca poderá ser filósofo” (Fundamentos de filosofia, p. 33-34).
Em seu resumo, Sócrates fala para Glauco imaginar a existência de uma caverna
onde prisioneiros vivessem desde a infância, acorrentados na parede. Na caverna
havia a interação apenas entre os prisioneiros, que viviam à luz de uma fogueira, e à
existência de algumas sombras. Um dia um prisioneiro conseguiu sair da caverna. Ao
sair, ele percebe que as sombras eram apenas ilusão de ótica, cópias imperfeitas do
que, para ele, era a realidade (PORFÍRIO, 2015).
20
Quando sai da caverna ele tem um susto ao deparar-se com o mundo exterior.
Com dificuldade de enxergar, aos poucos, sua visão acostuma-se com a luz e ele
começa a perceber o mundo que existe fora da caverna. O prisioneiro liberto, após
conhecer o mundo real, volta para avisar seus companheiros, quando sofre ataques e é
julgado como louco, em que seus companheiros preferem ficar presos à caverna do que
conhecer a realidade (PORFÍRIO, 2015).
21
Neo Anderson decide então conhecer a verdade.
DICA
A professora Marilene Chauí, do departamento de Filosofia da
USP, escreveu um excelente texto didático explorando as relações
do filme Matrix com o diálogo de Platão. Este texto está publicado
no início do livro Convite à Filosofia (CHAUÍ, Marilena. Convite à
filosofia. São Paulo: Ática, 1995).
22
FIGURA 9 – PLATÃO E ARISTÓTELES – PINTURA DE RAFAEL
FONTE: <https://i.em.com.br/HbkC82RceglnU-Dn09wOE7eIzbw=/675x0/smart/imgsapp.em.com.br/
app/noticia_127983242361/2016/08/12/793593/20160812171928660506o.jpg>.
Acesso em: 22 jun. 2020.
No século III d.C., o filósofo neoplatônico Porfírio (233-305 d.C.) apresentou seu
próprio modelo explicativo. Nele é detalhada uma classificação sobre as substâncias,
ficando tal modelo conhecido como a Árvore de Porfírio. Fica conhecida por esse
nome devido sua estrutura se assemelhar a forma de árvore onde tudo o que existe é
concebido de maneira gradual, ou seja, da substância mais geral para a mais particular
(CONCEITOS, 2019).
Esse modelo irá servir como método de classificação para as ciências naturais,
na forma que chamamos hoje de Mapas Mentais.
23
FIGURA 10 – ÁRVORE DE PORFÍRIO
24
Na sequência, teremos o surgimento do Império Romano que irá absorver a
filosofia grega e incorporar ao que chamamos de filosofia latina.
DICA
Algumas sugestões de filmes e séries interessantes sobre esse período:
4.4 TEOLOGIA
O nascimento de Jesus Cristo, durante o Império Romano, aponta o início de
uma transformação social, política, religiosa e epistemológica na sociedade ocidental.
A mensagem cristã, transmitida pelos seus discípulos, após sua morte, e espalhada
pelo mundo greco-latino, traz novidades na forma de compreensão do mundo e da vida
em sociedade:
25
FIGURA 11 - A ASCENSÃO DE CRISTO – PINTURA DE JOHN SINGLETON COPLEY
FONTE: <https://images.freeart.com/comp/art-print/fan16225811/ascension.
jpg?units=cm&pw=20.3&ph=20.3&fit=True>. Acesso em: 22 jun. 2020.
O período histórico da Idade Média, que abrange desde 476 a.C. até 1453 d.C.
com a queda de Constantinopla, representa também o fim do poder da Igreja. Com o
Renascimento, o Mercantilismo, as Grandes Navegações, a Reforma Protestante, e a
expansão do Islamismo, consolida-se um processo de separação do que a Idade Média
unira: a Razão separa-se da Fé; a Natureza e o Homem, de Deus; o Estado, da Igreja.
26
DICA
Dica de filmes:
Científica
Evolução
espécie
humana
Mítica Filosófica
27
A palavra scire significa, em latim, saber [...]. O conceito de scientia,
portanto, apenas podia ser atribuível a um determinado tipo de
conhecimento: ao que possuía o saber correto, diferente de outros
pretensos conhecimentos que não o possuíam, que não podiam ser
scientia. Como havia vários conhecimentos, um poderia ser o correto
e os outros não. Havia assim, a necessidade de se descobrir algum
meio ou algum critério que distinguisse o correto do não correto, isto
é a ciência da não ciência (KÖCHE, 1997, p. 67).
DICA
Se você se interessou e quer saber mais sobre Positivismo, acesse:
• https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/positivismo.
28
A história da ciência está atrelada à tecnologia, portanto, o avanço tecnológico
marcou e interferiu no avanço do conhecimento científico. No Quadro 6, a seguir,
poderemos evidenciar a evolução do conhecimento até chegarmos à Idade Moderna,
em que a ciência e tecnologia se tornam as únicas bases para a construção do
conhecimento.
29
período, que marca a transição da Idade Média para a Idade Moderna, há uma migração
da área rural para a área urbana, impondo o crescimento das cidades. Na Modernidade,
o trabalhador rural transforma-se em trabalhador urbano, com um novo processo de
socialização do trabalho dado pelo desenvolvimento industrial (CUNHA, 2005).
30
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A mitologia grega e suas principais obras (Teogonia, Ilíada e Odisseia), onde cada uma
conta a história e cultura de seu povo.
• A filosofia surge da relação do homem com seu dia-a-dia, mas que usa o questionamento
e o pensamento como base. É um conhecimento do dia a dia, que se preocupa em
questionar o relacionamento do indivíduo com o meio em que está inserido.
• Na teologia, a partir da Igreja, surgiu uma nova percepção de mundo visando conciliar
a Fé e Razão. Nessa categoria enfatiza-se que Deus é o centro do mundo.
31
AUTOATIVIDADE
1 O conhecimento é uma relação (interação) entre o sujeito e o objeto. Ele é um
conjunto de informações adquirida por meio da experiência em vivência. Mas, para
interpretação da informação é necessário em um primeiro momento converter
dados em informação, para que, assim, possa gerar um novo conhecimento. Com
base na importância dos termos: dados, informação e conhecimento, selecione as
características a seguir de cada variável. Para isso, informe com a letra D, para dados,
I para Informação e C para conhecimento.
3 Assista ao filme Matrix, e verifique a relação do filme com o Mito da Caverna de Platão.
Em seguida, reflita sobre essa metáfora e sua relação com os dias atuais.
32
UNIDADE 1 TÓPICO 2 —
DINÂMICAS DO PENSAMENTO:
COMO A MENTE FUNCIONA
1 INTRODUÇÃO
Estudamos, no Tópico 1, o desenvolvimento do conhecimento humano ao
longo da sua história, com seus vários tipos até chegarmos aos dias atuais, marcados
pelo exponencial avanço do conhecimento científico com alto grau de sofisticação
tecnológica. Este avanço da ciência e da tecnologia permitiu o surgimento de novas
áreas na fronteira do conhecimento, tais como a neurociência, a psicologia e a
inteligência artificial, que desta forma, nos possibilitaram adentrar ao cérebro humano
para compreendermos o seu funcionamento, assunto que nos interessa para o tema de
nossa disciplina de Criatividade e Inovação.
33
NOTA
O iluminismo tornou-se intenso na Europa, ainda mais na França e atingiu o
seu apogeu no século XVIII, sendo chamado de Século das Luzes. Essas ideias
trouxeram seguidores e foram as principais motivações para o surgimento da
Revolução Francesa, cujo lema era liberdade, igualdade e fraternidade.
ATENÇÃO
Locke detalhou a tese da tábula rasa em seu livro Ensaio Acerca do
Entendimento Humano, de 1690. Para ele, todas as pessoas nascem
sem conhecimento algum, comparando a mente a uma "folha em
branco". O conhecer, é aprendido por meio da experiência.
FONTE: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/john-locke-e-o-
empirismo-britanico-todo-conhecimento-provem-da-experiencia.htm>.
Acesso em: 22 jun. 2020.
Essa teoria é uma crítica à doutrina das ideias inatas, segundo a qual princípios
e noções são inerentes ao conhecimento humano e existem independentemente
da experiência. Basicamente é isso que o empirismo sustenta: contrapondo-se ao
racionalismo, que privilegia a razão como fonte segura do conhecimento, esta escola
enfatiza o papel da experiência.
34
Suponhamos, pois, que a mente é, como dissemos, um papel em
branco, desprovida de todos os caracteres, sem quaisquer ideias;
como ela é suprida? De onde lhe provém este vasto estoque, que
a ativa e que a ilimitada fantasia do homem pintou nela com uma
variedade quase infinita? De onde apreende todos os materiais
da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da
experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dela
deriva fundamentalmente o próprio conhecimento.
FONTE: <https://www.profwilliam.com/2018/07/empiristas-dos-seculos-xvii-e-xviii.html>.
Acesso em: 24 jun. 2020.
DICA
Leia mais sobre racionalismo e empirismo em:
• http://www.acervofilosofico.com/racionalismo-x-empirismo.
35
3 A PSICOLOGIA
A palavra “psicologia” vem do grego antigo psyque, que significa “mente”, e logos,
que significa “conhecimento ou estudo”. Psiquê ou psique (em grego antigo: Ψυχή, transl.:
Psychē), na mitologia grega, é uma divindade que representa a personificação da alma.
Como a Psicologia é uma ciência, ela tenta investigar as causas, motivação que
desencadeiam um determinado comportamento. Para isso, utiliza além de procedimentos
de forma sistemática e objetivos de observação, medição e análise, apoiados esses por
interpretações teóricas, explicações e previsões (BATTISTELLI, 2018).
IMPORTANTE
A psicologia tem como objetivo imediato a compreensão de
grupos e indivíduos tanto pelo estabelecimento de princípios
universais como pelo estudo de casos específicos, e tem, segundo
alguns autores, como objetivo final o benefício geral da sociedade.
36
• Psicologia forense: analisa os fatores psicológicos que influenciam no comportamento
humano. É aplicada em investigações criminais e a lei.
• Psicologia da saúde: nessa psicologia, ao invés de analisar as causas biológicas
de uma doença, é observado o contexto social, comportamento, que muitas vezes
influenciam o desenvolvimento ou agrava doenças.
• Neuropsicologia: estuda a estrutura do cérebro de acordo com comportamentos.
Pode estar relacionada avaliações de registro de atividades elétricas celebrais, e a
condições para desenvolvimento de lesões celebrais.
• Psicologia ocupacional: investiga ações relacionadas a maior produtividade no
trabalho. Contribuem na avaliação e desenvolvimento de ações para melhorar o
desempenho da equipe e em treinamentos, e auxiliam as organizações a compreender
o comportamento das pessoas no trabalho.
• Psicologia social: analisa como as influências sociais podem interferir no comporta-
mento humano.
37
4 PERCEPÇÃO DA MENTE
A percepção mental, de acordo com Predebon (2008), é decorrente do ato
de observar determinada realidade, tornando essa realidade, não considerada antes,
evidente para as pessoas. Ela possibilita a manifestação de um novo aspecto da
realidade que as pessoas não perceberam antes.
FONTE: <https://image.cleveland.com/home/cleve-media/width960/img/plain-dealer/photo/2011/02/-
ee28c90adf631557.JPG>. Acesso em: 22 jun. 2020.
38
FIGURA 16 - PERCEPÇÃO DA MENTE
Como eu não
percebi isso
antes?
Assim, Steven Pinker (2000 apud TIMM, 2004), no livro Como a mente funciona,
relata como nos deparamos com diversos aspectos relacionados ao processamento da
mente humana, e enfatiza suas principais características e causas nesse processo. De
acordo como Timm (2004), Steven Pinker considera as características genéticas que são
moldadas pela seleção natural, e relata suas consequências na formação das relações
humanas, sendo elas na sociedade, cultura, religião, arte, entre outras.
INTERESSANTE
No livro Como a mente funciona, Pinker (2000) utiliza a teoria computa-
cional da mente e a teoria da evolução. O objetivo principal de sua obra
é sugerir e até mesmo explicar nossa capacidade de amar, manter — ou
não — relações sociais, criar, julgar, ver figuras em 3D, assistir à televisão
e se emocionar com música.
39
Assim, um dos primeiros passos realizados pela nossa mente é, a partir da
necessidade de sobrevivência, identificar ações que contribuam para ela. Segundo Pinker
(2000), a operação básica de nosso cérebro, consiste no desenvolvimento de estratégias
para realizar tais ações, visando eliminar ou sanar as necessidades encontradas. Segundo
o autor, esse impulso por sobrevivência, possibilitou o enfrentamento de obstáculos, e
aprimorando a capacidade de processar informações de forma inteligente (TIMM, 2004).
DICA
Um resumo dos principais pontos do modelo adotado por Pinker
é descrito pelo próprio autor. Acesse: http://www.cinted.ufrgs.br/
renoteold/mar2004/artigos/05-computador_neural.pdf.
40
ser combinadas a outros dados, símbolos, já armazenados no cérebro, produzindo a
validação ou não de informações, ou por sua vez podem acionar redes conectados aos
músculos, resultando em movimento (TIMM, 2004).
FONTE: <https://s2.glbimg.com/TN-UfMlb4a_pVWXQMQaxaif9MFQ=/e.glbimg.com/og/ed/f/
original/2018/03/13/dx4mp8cw0aavtuz.jpg>.Acesso em: 17 jun. 2020.
41
INTERESSANTE
Inspirado pelo filme O Jogo da Imitação, 2015, direção de Morten
Tyldum, o entusiasta por tecnologia, Richard J. Ridel passou seis
meses desenvolvendo uma Máquina de Turing em madeira, em
um processo que envolveu tentativa e erro até o funcionamento
do dispositivo.
DICA
Para saber mais sobre inteligência artificial assista ao filme:
42
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
43
AUTOATIVIDADE
1 Nesta unidade estudamos alguns aspectos relacionados ao funcionamento da
mente. Constatamos que a evolução tecnológica possibilitou o surgimento de novas
áreas na fronteira do conhecimento, possibilitando adentrar ao cérebro humano para
compreendermos o seu funcionamento, como a psicologia. A partir desse contexto
defina psicologia, e identifique seus principais ramos:
Ramos da
Descrição/Características
Psicologia
a) ( ) 2 – 3 – 4 – 5 – 1.
b) ( ) 3 – 2 – 4 – 5 – 1.
c) ( ) 3 – 2 – 4 – 1 – 5.
d) ( ) 5 – 2 – 4 – 3 – 1.
e) ( ) 3 – 2 – 1 – 5 – 4.
44
UNIDADE 1 TÓPICO 3 —
A MENTE HUMANA: CARACTERÍSTICAS
INDIVIDUAIS E INFLUÊNCIAS SOCIAIS
1 INTRODUÇÃO
Nesta unidade iniciamos nossa trilha de aprendizagem abordando inicialmente
a definição e a evolução do termo conhecimento. Estudamos também os tipos de
conhecimento e suas visões distintas a cada momento da história. Nos dias atuais,
identificamos algumas teorias relacionando o conhecimento a sistemas computacionais.
45
IMPORTANTE
O livro O erro de Descartes, emoção, razão e cérebro humano
lida com a teoria do dualismo mente/corpo proposto por René
Descartes. O erro de Descartes, segundo Damásio (1994), foi não
considerar que o cérebro não foi apenas criado por cima do corpo,
mas também a partir dele e junto com ele.
46
QUADRO 7 – TIPOS DE INTELIGÊNCIA MÚLTIPLAS
TIPOS DE
DESCRIÇÃO
INTELIGÊNCIA
A capacidade de confrontar e avaliar objetos e abstrações, discernindo
Lógico- as suas relações e princípios subjacentes. Habilidade para raciocínio
matemática dedutivo e para solucionar problemas matemáticos. Cientistas possuem
esta característica.
Caracteriza-se por um domínio e gosto especial pelos idiomas e pelas
Linguística palavras e por um desejo em os explorar. É predominante em poetas,
escritores e linguistas.
Identificável pela habilidade para compor e executar padrões musicais,
executando pedaços de ouvido, em termos de ritmo e timbre, mas
Musical
também os escutando e discernindo-os. Pode estar associada a outras
inteligências como a linguística, espacial ou corporal-cinestésica. É
predominante em compositores, maestros, músicos e críticos de música.
Expressa-se pela capacidade de compreender o mundo visual com
precisão, permitindo transformar, modificar percepções e recriar
Espacial
experiências visuais até mesmo sem estímulos físicos. É predominante
em arquitetos, artistas, escultores, cartógrafos, geógrafos, navegadores e
jogadores de xadrez, por exemplo.
Traduz-se na maior capacidade de controlar e orquestrar movimentos do
Corporal-
corpo. É predominante entre atores e aqueles que praticam a dança ou os
cinestésica
esportes.
Expressa na capacidade de se conhecer, é a mais rara inteligência sob
domínio do ser humano pois está ligada a capacidade de neutralização
Intrapessoal
dos vícios, entendimento de crenças, limites, preocupações, estilo de vida
profissional, autocontrole e domínio dos causadores de estresse.
Expressada pela habilidade de entender as intenções, motivações e
desejos dos outros. Encontra-se mais desenvolvida em políticos, religiosos
Interpessoal
e professores, como por exemplo Mahatma Gandhi, John F. Kennedy e
Silvio Santos.
Traduz-se na sensibilidade para compreender e organizar os objetos,
Naturalista fenômenos e padrões da natureza, como reconhecer e classificar plantas,
animais, minerais. É característica de biólogos e geólogos, por exemplo.
Investigada no terreno ainda do “possível”, carece de maiores evidências.
Existencial Abrange a capacidade de refletir e ponderar sobre questões fundamentais
da existência. Seria característica de líderes espirituais e de pensadores
filosóficos.
47
4 INTELIGÊNCIA COGNITIVA X INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Os estudos sobre inteligência cognitiva e inteligência emocional sempre foram
realizados, mas com o lançamento do livro de Daniel Goleman, em 1995 denominado
“Inteligência emocional”, tal temática ganhou maior destaque. Daniel Goleman é
psicólogo e jornalista do The New York Times, e, em 2011 a partir de suas pesquisas sobre
ciência do cérebro, defendeu que existe uma grande limitação no nosso conhecimento
sobre como ocorre a maneira de pensar (EDUCADOR 360, 2018).
De acordo com EDUCADOR 360 (2018), esse livro, que foi um paradigma para
estudos sobre emoções, identifica dois tipos de inteligência.
Inteligência Emocional
Inteligência Cognitiva
Medida pelo Q.E. (quociente emocional),
Avaliada pelo Q.I (quociente de inteligência),
diz respeito a capacidade de compreender e
representa o nosso lado intelectual e de
lidar com as emoções tanto a nível pessoal,
raciocínio lógico.
quanto exterior.
Autoconhecimento
emocional
Habilidades em
Controle
relacionamentos
emocial
interpessoais
Reconhecimento de
emoções de outras Automotivação
pessoas
48
Goleman (2011) também cita que essas duas inteligências são bem diferentes,
não existe correlação entre QI e empatia emocional. Eles são controlados por diferentes
partes do cérebro. Porém, de acordo com EDUCADOR 360 (2018), mesmo que tais
inteligências atuem em campos diferentes, eles se afetam entre si. Uma pessoa com
baixo nível de inteligência emocional enfrentara maior dificuldade de desenvolvimento
intelectual de forma plena. EDUCADOR 360 (2018) relata que “um exemplo comum é
quando alguém está tão nervoso para realizar uma prova, que não consegue pensar
com clareza e por isso se sai mal. Isso pode acontecer mesmo que haja alto nível de
conhecimento sobre o tema da avaliação” (EDUCADOR 360, 2018, s.p.).
49
• Habilidades emocionais: referem-se a como lidar com as próprias emoções a partir
das situações a que somos expostos no cotidiano. Representa habilidades como:
aprender a ganhar e a perder, aprender com os erros, desenvolver autoconfiança,
senso de autoavaliação e de responsabilidade.
• Habilidades sociais: englobam aspectos de como se relacionar com o mundo
externo e com as pessoas ao redor. Dizem respeito às capacidades de saber cooperar
e colaborar, lidar com regras, comunicar-se bem, resolver conflitos e atuar em
ambientes de competição saudáveis.
• Habilidades éticas: envolvem ações de como agir positivamente para o bem
comum. Respeito, tolerância e aceitação das diferenças são qualidades importantes
nessa área.
DICA
Leia mais sobre inteligência emocional em:
• https://www.sbcoaching.com.br/blog/inteligencia-emocional/.
50
DICA
Você pode ter acesso ao relatório Jacques Delors, organizado
pela UNESCO, pelo link:
• https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000109590_por.
Sistema de ensino
51
e o Desenvolvimento Econômico — OCDE — passaram a realizar pesquisas para criar
conhecimento visando apoiar a elaboração de políticas e práticas para a promoção
dessas competências (PORVIR, 2014).
DICA
Você pode encontrar mais sobre as competências Gerais da BNCC em:
• http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base.
52
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• As emoções são indispensáveis para a nossa vida racional. São as emoções que
nos fazem únicos, é o nosso comportamento emocional que nos diferencia dos
outros. Assim, percebemos que o conhecimento depende também dos aspectos
socioemocionais, surgindo estudos sobre inteligência cognitiva e inteligência
emocional e suas subdivisões.
53
AUTOATIVIDADE
1 A Inteligência Emocional é considerada por muitas pessoas mais importante do
que a Inteligência Cognitiva, visto vez que, além de envolver o indivíduo como um
todo, pode ser aplicada tanto na esfera profissional quanto pessoal (EDUCADOR 360,
2018). Assim, EDUCADOR 360 (2018), classifica essas habilidades em três grupos:
habilidades emocionais, habilidades sociais, e habilidades éticas. Com base na
importância de tais habilidades, relacione as colunas a seguir:
54
3 De acordo com Daniel Goleman (1995), existem dois tipos de inteligência. Identifique
quais são esses tipos de inteligências elencadas pelo autor, e descreva suas principais
características.
55
56
UNIDADE 1 TÓPICO 4 —
INTRODUÇÃO DA INOVAÇÃO NO DESIGN
1 INTRODUÇÃO
Agora que já compreendemos algumas questões relacionadas à construção dos
conhecimentos, suas teorias com base em períodos e culturas distintas, inteligência
e habilidades diversas, vamos continuar nossa trilha do conhecimento, inicialmente,
abordando criatividade, inovação e a relação entre design e inovação.
Na teoria, como vamos perceber, sua definição está vinculada, de acordo com
Pinheiro (2016), à originalidade e flexibilidade.
57
QUADRO 9 - PERSPECTIVAS SOBRE CRIATIVIDADE
58
De acordo com Pinheiro (2016), existem duas dinâmicas divulgadas para o
processo criativo. Uma dinâmica ocorre em duas etapas, proposta por Campbell (1960
apud PINHEIRO, 2016, p. 51), sendo elas: a) variação cega, na qual se gera ou se encontra
alguma novidade e b) retenção seletiva, na qual se filtra a novidade de acordo com
algum parâmetro de utilidade.
A outra dinâmica é composta por quatro etapas, proposta por Wallas (1926 apud
PINHEIRO, 2016, p. 51) é descrita a seguir:
De acordo com Pinheiro (2016, p. 51), “na prática do design, Clinton e Hokanson
(2012) apontam que esse mesmo processo de quatro etapas é sempre desencadeado
pela detecção de algum problema a ser resolvido e que ele é recorrente nos estágios de
análise, desenvolvimento, implementação e avaliação de projetos”.
59
NOTA
O processo criativo se configura como um passo a passo que algumas
pessoas seguem e que todos nós podemos elaborar o nosso próprio e
segui-lo, com o objetivo de estimular a criatividade em nossa mente e
aplicá-la nos mais diversos âmbitos da vida.
FONTE: https://www.ibccoaching.com.br/portal/comportamento/
processo-criativo-entendendo-conceito-importancia-desenvolvimento/.
Assim, Godin (2008 apud Pinheiro 2016, p. 54) visa compreender tais conceitos,
voltando-se inicialmente para o entendimento da imitação e da invenção e a própria
existência da inovação.
4 INOVAÇÃO NA CIÊNCIA
Desde os primórdios, na evolução da espécie humana, nós identificamos o
desenvolvimento da observação, criatividade e inovação, possibilitando a diferenciação
da espécie humana do seus ancestrais primatas. Assim, o ser humano começou a
aprimorar a capacidade de compreensão do mundo ao seu redor, e criar ferramentas e
estratégias para sobrevivência (OLIVA; SILVA, 2012).
60
FIGURA 23 – EVOLUÇÃO HUMANA
Período Inovação
1,6 milhão Pedra Lascada como instrumento
Aproximadamente 70 mil a.C. Fogo
500 a.C. Aquedutos
1769 Motor a vapor
1879 Lâmpada elétrica
1886 Carro
1906 Avião
1928 Penicilina
1969 Arpanet
1976 Microcomputador Apple
2012 iPhone 5
Constamos, então, que ciência e inovação são as duas faces de uma mesma
moeda e constituem a força propulsora maior do avanço da humanidade ao longo de
toda a sua história (OLIVA; SILVA, 2012).
61
DICA
Conheça a linha do tempo das inovações, acessando o
endereço: http://s3.amazonaws.com/cdn.infografiaepoca.
com.br/768inovacoesTimeline/images/inovacoesBase.jpg.
62
DICA
Dica de filmes e séries sobre design:
Mota (2008, s.p.) enfatiza que a conceituação de design é complexa, na qual vários
fatores influenciam: “as condições de produção, as ideias do designer, as determinantes
tecnológicas, contexto cultural, e até a situação política do país pode influenciar
diretamente o modo como este será produzido”. Assim, Pinheiro (2016) constata que
a capacidade de inovação é um dos aspectos mais exaltados e fundamentais para
diversas áreas incluindo o design. O design comporta um “amplo conjunto de atividades
que são voltadas para o planejamento e o desenho de procedimentos, as especificações
técnicas e outras características funcionais de uso para novos produtos e processos”
(OCDE, 2006, p. 108 apud MOURA, 2019, p. 30).
63
FIGURA 24- RELAÇÃO DESIGN E INOVAÇÃO
Design Inovação
FONTE: O autor
64
A principal contribuição do conhecimento da rede é a
Bertola e Teixeira
troca contínua de descobertas, um dos componentes
Rede do (2002), Sunley et
fundamentais para fomentar a inovação. Envolver
cliente al., (2008), Ravasi e
os fornecedores dentro do processo ajuda no
Stigliani (2012).
desenvolvimento eficaz do design.
Verganti e Dell’era
Rede do
A inovação depende da diversidade trazida pelos (2010), Ravasi e
escritório
designers. Envolver outros designers dentro do processo Stigliani (2012), Salter
(designers
ajuda no seu desenvolvimento eficaz. e Gann (2003) Sunley
externos)
et al., (2008).
65
LEITURA
COMPLEMENTAR
IMITAÇÃO INVENÇÃO E INOVAÇÃO
Sendo assim, conforme sugere Godin (2008), esta revisão volta-se inicialmente
para o entendimento da imitação e da invenção, conceitos que fundamentam a
genealogia e, por conseguinte, a própria existência da inovação.
Uma vez que a tradição filosófica oriental concebe a própria realidade como
uma entidade cíclica e harmônica, sem início e sem fim, as primeiras contribuições
ontológicas no que diz respeito ao conceito de imitação, até onde os registros escritos
permitem saber, estão presentes na cultura grega (Albert & Runco, 1999).
Neste período, a imitação, então, em nada era considera pejorativa, uma vez que
ela possibilitava não somente o próprio aprendizado a respeito do mundo físico por meio
da experimentação, mas também o barateamento dos bens de consumo, a aquisição
de novas tecnologia alheias e, em geral, a difusão de boas práticas (GODIN, 2008). Nisso,
percebe-se que os critérios utilizados para se avaliar as imitações no decorrer da história
não necessariamente dizem respeito à proximidade entre os objetos verdadeiros e seus
representantes (fidedignidade), mas sim à capacidade que a mímica tem de sensibilizar
66
um ou mais indivíduos, cujas opiniões passam a incentivar tal reprodução (utilidade).
Destarte, a imitação, em certos aspectos, até hoje é indistinguível da inovação, já
que ambas consistem da adoção e da posterior multiplicação de novas tendências
sociais, sejam elas hábitos de consumo, técnicas expressivas, concepções políticas ou
científicas, práticas culturais ou estratégias empresariais.
O termo invenção, originário da clássica arte da retórica, não pôde, porém, ser
considerado um mero substituto da palavra imitação, pois, ao conferir identidade às
forças motrizes da sociedade, ele adentrou no domínio do deus criador cristão. A palavra
invenção, então, apesar de primordialmente referir-se à articulação de uma ideia, de um
argumento ou de um fato para convencer ou persuadir os outros, enviesou-se para o
simples ato de criação ex nihilo (DE MASI, 2003). Nisso, a vertente monista predominante
no contexto da imitação, este estruturado em um sistema social fechado, perdeu o seu
lugar para a vertente dualista no contexto da invenção, uma vez que a própria concepção
da absoluta novidade requer o acesso a outra dimensão da realidade. Tal perspectiva
romântica da invenção perdura até os dias de hoje em algumas concepções a respeito
da criatividade, as quais se sustentam em explicações de genialidade, inspiração, sorte
ou dotação (PINHEIRO; CRUZ, 2009). Com o advento do empirismo de Francis Bacon
no século XVII, a ciência, contudo, ganhou força por seu caráter utilitário e, finalmente,
a prática de explicitar um determinado uso ou interpretação da natureza, inclusive
nas artes e nas humanidades, passou a ser compreendida prioritariamente como uma
questão de reconhecimento social (ALBERT; RUNCO, 1999). Conforme Godin (2008), o
marco que melhor sinaliza a transformação da ideia de invenção, da noção de divina
criação para o reconhecimento de uma descoberta em um dado campo de atuação,
é o início da concessão de patentes nominais aos novos produtores de tecnologias
funcionais. Neste momento histórico, o termo invenção, mesmo afastado de suas
concepções exotéricas, não se aproxima, porém, novamente da imitação, pois esta é
tomada arbitrariamente como sua antítese no processo de registro legal.
67
de um produto ou de uma ideia é o reconhecimento subjetivo de profissionais pares
(AMABILE, 1982; CSIKSZENTMIHALYI, 1996). Tal procedimento, mesmo obedecendo
à rigorosa metodologia científica, ainda é limitado à expertise dos avaliadores, ao
limiar de descontinuidade adotado por eles e, principalmente, aos seus interesses
individuais (NAGEL, 2001; SIMONTON, 1991). Desse modo, em última instância, o termo
invenção caracteriza-se apenas como o objeto físico ou conceitual capaz de oferecer
reconhecimento formal a um indivíduo que promove, de alguma forma, a descontinuidade
em seu sistema social. Isso é coerente com o modelo de propulsão de Sternberg (1999),
no qual um organismo individual ou coletivo qualquer pode alterar a inércia de seu
sistema, basicamente, de sete diferentes maneiras: replicação; redefinição; incremento;
incremento progressivo; redirecionamento; reconstrução e; reinicialização.
68
A visão conjunta de todos os modelos da inovação permite a compreensão
desse processo como a profunda integração de inúmeros atores, tanto internos
quanto externos às empresas, com a intenção de gerar desenvolvimento econômico
sustentável por toda a rede de relações (TIDD, 2006). O processo de inovação, então,
por fim, torna-se conceitualmente um mecanismo de homeostase social que equilibra
os interesses e as necessidades individuais através da sua reorganização estrutural,
sempre que houver a percepção de mudanças ambientais. Para promover a integração
entre a miríade de conceitos apresentados, a seguir descreve-se o método empregado
para estruturar uma definição única e compreensiva da inovação no campo do design.
FONTE: PINHEIRO, I. R.; MERINO, E. A.; GONTIJO, L. A. Sobre a definição de inovação em design: o uso da
análise de redes para explorer conceitos complexos. Revista Brasileira de Design da Informação,
São Paulo, v. 12, n. 3, p. 357-375, 2015. p. 359 à 362. Disponível em: https://www.infodesign.org.br/
infodesign/article/download/362/251. Acesso em: 17 jun. 2020.
69
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A criatividade é caracterizada em indivíduos que têm ideias úteis, e que sempre visam
à resolução de problemas a partir de um novo olhar, sendo identificado por alguns
autores como Campbell (1960) e Wallas (1926) algumas dinâmicas e etapas para o
processo criativo como: variação cega e retenção seletiva; preparação, incubação,
iluminação e verificação.
70
AUTOATIVIDADE
1 De acordo com Pinheiro (2016), existem duas dinâmicas para o processo criativo.
Uma é dividida em duas etapas: variação cega, e retenção seletiva (CAMPBELL, 1960),
e outra composta por quatro etapas, proposta por Wallas (1962): preparação, incubação,
iluminação e verificação. A partir de tais etapas relacione as colunas a seguir:
3 De acordo com Moura (2005), o design e a inovação caminham lado a lado, sendo
a inovação uma constante necessidade do profissional de design. A partir do que
aprendemos até aqui, cite as principais características que podem influenciar o
processo criativo:
71
72
UNIDADE 2 —
CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
TECNOLÓGICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
73
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
Acesse o
QR Code abaixo:
74
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
MODELOS E FERRAMENTAS
DA CRIATIVIDADE
1 INTRODUÇÃO
Os termos Criatividade e Inovação estão cada vez mais frequentes e presentes
em nosso cotidiano. Com base na importância desses termos, vamos abordar seus
conceitos e suas relações com a criação de novos conhecimentos. Vamos investigar,
também, como ocorre o processo de criatividade na nossa mente por meio do modelo
de pensamento vertical e lateral identificado por Bono (1995).
Vamos lá?
Bons estudos!
Coconete et al. (2003) por sua vez, afirma que a criatividade é um processo
que consiste de quatro estágios principais: (1) preparação; (2) imaginação; (3)
desenvolvimento; e (4) ação.
75
FIGURA 1 – QUATRO ESTÁGIOS DO PROCESSO DE CRIATIVIDADE
Dados
Inovação Informação
Criatividade Conhecimento
76
Jessop (2002) acrescenta que a criatividade não é um conceito mágico, é apenas,
o exercício de habilidades de alto nível já classificadas pela literatura científica: análise,
síntese e avaliação. Assim, tem-se que a criatividade é um processo de transformação
de conhecimento e ideias prévias em uma ideia inovadora que, em si, constitui um
novo conhecimento. O autor enfatiza que o pensamento é o processo intelectualmente
disciplinado de conceituar, aplicar, analisar, sintetizar e/ou avaliar informações ativamente
e habilmente coletadas de — ou geradas por — observação, experiência, reflexão, raciocínio
ou comunicação, como um guia para crença e ação. Nesse viés, Jessop (2002) infere que
o pensamento crítico abre o caminho do processo criativo.
Análise
Jessop (2002)
Avaliação Síntese
ATENÇÃO
Cabe destacar que criatividade e inovação podem estar relacionadas como
vimos no decorrer desta unidade, mas possuem conceitos distintos! Vamos
ver essa questão de forma mais detalhada no Tópico 2.
77
FIGURA 4 – INSIGHT
Por traz de uma grande ideia existem várias outras, assim, Jessop (2002) enfatiza
que o novo conhecimento decorre da combinação do conhecimento já existente (ideias
prévias), com novas ideias. Para isso, em um primeiro momento, é necessário identificar
e esclarecer um problema (JESSOP, 2002).
78
QUADRO 1 – DEFINIÇÕES DO TERMO “CRIATIVIDADE”
79
Com a descoberta do potencial da criatividade, modelos de processos
criativos foram introduzidos nas mais diversas áreas do conhecimento, incentivando
o desenvolvimento de novos produtos, e a transformação de algo que já existe em algo
inovador.
DICA
Dicas de livros sobre criatividade:
3 MODELOS DE CRIATIVIDADE
O conceito criatividade é principalmente alvo de estudos da área de psicologia e
sociologia, dando origens a várias teorias que objetivam explicar tal processo.
Elas podem ser decorrentes de quatros aspectos: “do ponto de vista da pessoa
criativa, do ponto de vista dos processos mentais envolvidos no acontecimento criador,
do ponto de vista da influência ambiental e cultural na emergência do potencial criativo e
do ponto de vista do produto criativo” (SAKAMOTO, 2000, p. 51).
80
O pensamento lateral, todavia, é responsável pelo desenvolvimento da nossa
criatividade, pelo surgimento de novas ideias. De acordo com Alencar (1996), também
é conhecido como pensamento criativo, divergente ou ampliativo. Essa modalidade de
pensamento que se caracteriza pela produção de muitas ideias, em especial novas e
originais, não lembradas anteriormente pela pessoa ou pelo seu grupo (ALENCAR, 1996).
81
FIGURA – DIFERENÇAS ENTRE PENSAMENTO LATERAL E VERTICAL
FONTE: <http://gestor.pt/imagens/pensamento-vertical-lateral-150x150.png>.
Acesso em: 18 jun. 2020.
FONTE: <https://br.psicologia-on-line.com/pensamento-lateral-o-que-e-caracteristicas-e-
exemplos-211.html>. Acesso em: 18 jun. 2020.
82
Além desse modelo, iremos abordar, na seção a seguir, a Teoria de Investimento
em Criatividade de Sternberg e Lubart (1996), e o Modelo Componencial da Criatividade,
de Amabile (1997). Ambas partem da percepção de criatividade como um fenômeno
sociocultural, considerando como principais variáveis as interações do indivíduo com a
da sociedade, possibilitando o desenvolvimento do potencial criativo, independente de
idade, sexo ou condição social (OLIVEIRA, 2010).
DICA
Quer saber mais sobre o modelo de pensamento vertical e lateral?
Acesse: https://www.hellerdepaula.com.br/pensamento-lateral/
83
FIGURA 7 - FATORES DA TEORIA DE STERNBEG
84
• Personalidade: predisposição a correr riscos, autoconfiança, tolerância à
ambiguidade, coragem de expressar as próprias ideias, perseverança, autoestima,
fatores nem sempre presentes juntos. Esses traços podem ser influenciados por
condições ambientais e, portanto, também podem ser adquiridos.
• Motivação: tanto intrínseca (que vem do interior da pessoa) como extrínseca
(influenciada por fatores externos), juntam-se para fortalecer a criatividade.
• Ambiente: pode-se ter todos os recursos internos necessários para pensar
criativamente, mas sem algum apoio ambiental (por exemplo, um fórum para propor
essas ideias), a criatividade que uma pessoa tem dentro dela pode nunca ser exibida.
Ele facilita a expressão da criatividade e interage com variáveis pessoais e situacionais
de uma forma complexa.
85
Assim, a teoria de Sternberg inclui distintos elementos identificados em
pesquisas anteriores considerados importantes na produção criativa, por exemplo,
aspectos presentes no modelo componencial, proposto por Amabile (1997), que
descreve a criatividade como resultado da motivação, habilidades relevantes de domínio e
processos criativos relevantes.
IMPORTANTE
Na Teoria do Investimento, os fatores que se inter-relacionam
estão atrelados à habilidade cognitiva sintética de redefinir
problemas, ver o mesmo sob um novo ângulo.
86
Conforme já abordamos no início desta unidade, a criatividade é considerada o
primeiro passo da inovação. Assim, o Modelo Componencial da Criatividade visa explicar
como fatores cognitivos, motivacionais e sociais podem influenciar no processo criativo
(OLIVEIRA, 2010). Nesse modelo, sugerido por Teresa Amabile, é necessário um conjunto
de componentes considerados necessários e suficientes para a produção criativa em
qualquer domínio (ARANDA, 2009).
Motivação
Criatividade
Habilidades
Expertise
criativas
87
De acordo com Amabile (1997), a expertise é fundamental para criatividade,
sendo como um conjunto de percursos cognitivos seguido para resolver um determinado
problema. A habilidade criativa é um estilo cognitivo favorável para tomar novas
perspectivas sobre problemas. Já a motivação contribui para adquirir competências de
outras áreas.
V. Resultado
IV. Comunicação e
validação da resposta
II. Preparação
I. Identificação do problema
88
ATENÇÃO
Segundo Amabile (1997, p. 35), “um produto, ou resposta, será
julgado como criativo na medida em que é novo e apropriado,
útil, correto ou de valor para a tarefa em questão, e a tarefa é
heurística e não algorística”.
4 FERRAMENTAS DA CRIATIVIDADE
Além dos modelos e teorias apresentados até aqui, existem diversas ferramentas
que visam incentivar o processo de criatividade, tanto de forma individual ou como coletiva.
Esses são potenciais recursos, que cada vez mais são utilizados pelas empresas visando
inovações em processos e produtos.
Substituir.
Combinar.
Adaptar.
Modificar.
Procurar outros usos.
Eliminar.
Rearrumar.
Essa ferramenta pode ser aplicada para uso geral, sendo poderosa na medida
em que recorre a um conjunto estruturado e completo de questões que objetivam
potencializar o nascimento de novas soluções, fácil de usar e que recorre a uma checklist
de questões para estimular o aparecimento de ideias. Também é adequado seu uso
para redefinição de processo ou produto, possibilitando um olhar distinto do habitual
(SANTOS, 2012). O método SCAMPER é composto pelas etapas descritas na Figura 11:
89
FIGURA 11 – SCAMPER
• Substituir: visa à intenção de determinar o que é que pode ser utilizado como
substituto daquele pensamento. Nessa etapa é primordial analisar qual produto
ou serviço existente pode ser substituído. Em termos gerais essa fase consiste na
substituição.
• Combinar: nessa etapa, o objetivo é investigar como combinar ideias e objetos para
desenvolver novos produtos ou serviços.
• Adaptar: consiste em saber como se pode adaptar uma ideia existente ou a ideia
de outra pessoa.
90
• Modificar: neste processo, a partir de uma ideia já existente, tenta-se atribuir-lhe
uma nova utilização, uma modificação no produto ou serviço a qualquer nível (forma,
dimensão, peso, tempo, frequência, velocidade, entre outros). Nessa fase, a questão
a ser colocada é a seguinte: “de que forma o produto ou serviço pode ser modificado,
aumentado e/ou reduzindo”?
• Procurar outros usos: o objetivo nesta fase é encontrar utilizações alternativas para
ideias existentes, isto é, identificar se a ideia elaborada também pode ser utilizada em
outros mercados.
• Eliminar: este é o processo da eliminação, redução ou adição de novos ingredientes,
componentes, partes de produção ou serviços, de modo a alterar uma ideia ou
pensamento na eliminação de várias partes ou características do produto ou serviço,
de forma a solucionar alguns problemas.
• Rearrumar: reverter o produto ou o serviço de modo a criar outra ideia. A inversão da
sequência em que as tarefas estão sendo executadas ou a conversão do espaço na
possibilidade de criação de um novo conceito ou a chamada de exploração de novas
possibilidades no tempo e no espaço.
91
FIGURA 12 – MODELO DE MAPA MENTAL
FONTE: <https://www.mapamental.org/wp-content/uploads/2015/02/como-fazer-mapa-mental-1024x450.jpg>.
Acesso em: 18 jun. 2020.
92
Nas organizações, essa técnica vem sendo amplamente utilizada, uma vez que
auxilia na identificação de oportunidades e no planejamento de negócio. Ela serve para
organizar ideias ordenadamente, sendo extremante útil nos cenários corporativos. De
acordo com Buzan (2009), podemos utilizá-los em diversas áreas, como no trabalho, na
escola, entre outros, podendo ser empregados para leitura, desenvolvimento de novas
ideias, revisão de conteúdo.
Consiste em um quadro composto por quatro blocos divididos por nove etapas
no total. Recomenda-se que seja elaborado em tamanho grande para que a equipe tenha
uma boa visualização, contribuindo para constantes alterações com uso de post-its
ou marcadores.
93
As nove etapas são descritas a seguir (ANDRADE, 2018):
4.4 BRAINWRITING
O Brainwriting criado por Rohrbach (1969) foi desenvolvido com base no
brainstorming, a partir da percepção que algumas ideias iniciais são desenvolvidas de
maneira intensiva, os resultados, soluções podem ser melhores. Para criação de novas
ideias por esse método, primeiramente é necessário a análise e conhecimento do
problema (DE CARVALHO; BACK,2000).
94
FIGURA 14 – BRAINWRITING
FONTE: <https://cms-assets.tutsplus.com/uploads/users/23/posts/26451/image/brainwriting-
idea-generation-process.jpg>. Acesso em: 18 jun. 2020.
95
FIGURA 15 - DESIGN THINKING
FONTE: <https://aprendeai.com/wp-content/uploads/2018/07/Design-Thinking-03-2.png>.
Acesso em: 18 jun. 2020.
ATENÇÃO
Criada por Kenneth Andrews e Roland Cristensen, professores
da Harvard Business School, e posteriormente aplicadas por
inúmeros acadêmicos, a análise SWOT estuda a competitividade
de uma organização segundo quatro variáveis: Strengths (Forças),
Weaknesses (Fraquezas), Oportunities (Oportunidades) e Threats
(Ameaças) (SILVA et al., 2011, p. 2).
96
NOTA
“Big Data é o grande volume de dados produzidos por diferentes fontes
autônomas, distribuídas e descentralizadas. A análise de Big Data em
redes sociais on-line é denominada de Big Social Data” (FRANÇA et al.,
2014, p. 23).
NOTA
O termo startup surgiu nos Estados Unidos, e se popularizou no Brasil
entre os anos de 1996 e 2001. Define-se como um grupo de pessoas
à procura de um modelo de negócio inovador, repetível e escalável,
trabalhando em condições de extrema incerteza e com soluções a
serem desenvolvidas.
FONTE: <https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-
e-uma-startup,6979b2a178c83410VgnVCM1000003b74010aRCRD>.
Acesso em: 18 jun. 2020.
97
4.6 BENCHMARKING
O Benchmarking consiste na análise das melhores práticas utilizadas pelas
empresas de mesmo setor. Benchmarking vem da palavra de origem inglesa benchmark,
que significa “referência”. É essencial para o aprimoramento de processos, produtos e
serviços, possibilitando inovação e maior competitividade entre as organizações. De
acordo com Costa (1999, p. 22), “é uma poderosa ferramenta de gestão empresarial,
mundialmente difundida e utilizada para transformar as organizações e introduzir as
mudanças necessárias à melhoria de seus processos, práticas e resultados”.
4.7 BRAINSTORMING
O Brainstorming, também chamado de “tempestade de ideias”, é uma
ferramenta que visa incentivar a criatividade de um determinado grupo. Consiste em
reuniões realizadas para identificar possíveis soluções de um problema. Os participantes
devem expor sugestões e discutir sobre elas. Após a chuva de ideias ocorre uma
seleção, e, posteriormente, uma definição de quais descartar e quais sugestões devem
ser aprofundadas (MEIRELES, 2001).
98
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
99
AUTOATIVIDADE
1 Bono (1995) identificou em suas investigações o modelo do pensamento lateral e
vertical. Para isso, ele dividiu o processo de criatividade em dois modelos a partir
do funcionamento do cérebro humano: pensamento lateral e o pensamento vertical.
Identifique quais das características listadas a seguir são do Pensamento Lateral (PL)
e do Pensamento Vertical (PV):
3 Com base nas ferramentas estudadas para incentivar a criatividade, tanto de forma
individual ou como coletiva, assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para as
falsas, e, em seguida, assinale a resposta correta.
100
( ) O Brainwriting foi desenvolvido com base no brainstorming, a partir da percepção
que algumas ideias iniciais são desenvolvidas de maneira intensiva, os resultados,
soluções podem ser melhores.
( ) O Brainwriting, também chamado de “tempestade de ideias”, é uma ferramenta que
visa incentivar a criatividade de um determinado grupo.
( ) O Benchmarking consiste na análise das melhores práticas utilizadas pelas empresas
de mesmo setor.
( ) O Benchmarking é uma ferramenta que auxilia na criação de modelo de negócio, e
reúne as informações importantes de forma rápida e sistêmica.
( ) O mapa mental é uma técnica que auxilia na organização das informações e
memorização de conteúdo, contribuindo, assim, para a sua compreensão e
assimilação.
a) ( ) V – F – V – F – V.
b) ( ) V – F – V – F – F.
c) ( ) V – V – V – F – V.
d) ( ) V – F – F – F – V.
e) ( ) V – V – V – V – V.
101
102
UNIDADE 2 TÓPICO 2 —
CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO
DA INOVAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Agora que já compreendemos os modelos e ferramentas da criatividade, vamos
estudar a inovação. A inovação e a criatividade estão relacionadas, uma vez que para
inovar precisamos criar novas ideias, sermos criativos.
Vamos lá?
2 O QUE É INOVAÇÃO
Agora que já estudamos a criatividade, é essencial conhecermos os conceitos sobre
a inovação e quais são as suas características, uma vez que criatividade e inovação podem
estar diretamente relacionadas.
103
QUADRO 2 – DEFINIÇÕES DE INOVAÇÃO
AUTORES DEFINIÇÃO
O impulso fundamental que estabelece e mantém a máquina capitalista
em movimento vem de novos bens de consumo, de novos métodos
de produção ou transporte, de novos mercados e de novas formas de
organização industrial que a empresa capitalista cria.
[...] A abertura de novos mercados, estrangeiros ou nacionais e o
SCHUMPETER
desenvolvimento organizacional a partir da manufatura e da indústria
(2003, p. 82-83)
[...] ilustram o mesmo processo de mutação industrial [...] que
incessantemente revoluciona a estrutura econômica a partir de dentro,
incessantemente destruindo uma velha, incessantemente criando uma
nova. Esse processo de Destruição Criativa é o fato essencial acerca do
capitalismo.
THOMPSON Inovação é a geração, aceitação e implantação de novas ideias,
(1965, p. 2) processos, produtos e serviços.
BECKER e WHISLER [Inovação é] o primeiro ou inicial uso de uma ideia por parte de um
(1967, p.463) conjunto de organizações com objetivos similares.
ROGERS Uma inovação é uma ideia, prática ou objeto que é percebido
(1983, p. 12) como novo por um indivíduo ou outra unidade de adoção.
ROTHWELL e A inovação não implica, necessariamente, apenas a comercialização de
GARDINER grandes avanços tecnológicos (inovação radical), mas também inclui a
(1985, 3 apud TIDD utilização de mudanças de know-how tecnológico em pequena escala
et al., 2008, p. 86) (melhoria ou inovação por incremento).
Inovação é a ferramenta específica dos empreendedores, o meio
DRUCKER através do qual exploram a mudança como uma oportunidade para um
(1985, p. 19) negócio ou serviço diferente. É capaz de ser apresentada como uma
disciplina, de ser aprendida e de ser praticada.
Contanto que a ideia seja percebida como nova para as pessoas
VAN De VEN
envolvidas, é uma “inovação”, mesmo que possa parecer ser para outros
(1986, p. 592)
uma “imitação” de algo que já existe em outro lugar.
Companhias alcançam vantagem competitiva através de atos de
PORTER (1990, p. 74) inovação. Elas abordam a inovação em seu sentido mais amplo, incluindo
tanto novas tecnologias quanto novas formas de fazer as coisas.
Inovação diz respeito a processos de aprendizado e descoberta sobre
novos produtos, novos processos de produção e novas formas de
DOSI organização econômica, sobre os quais, ex ante, os atores econômicos,
(1990, p. 299 apud muitas vezes, possuem apenas crenças não estruturadas sobre
BAREGHEH et al., algumas oportunidades não exploradas, e que, ex post, geralmente
2009, p. 1329) são verificadas e selecionadas, em economias descentralizadas e não
planejadas, por algumas interações competitivas, de alguma forma, no
mercado de produtos.
Inovação é uma mudança organizacional não rotineira, significante e
MEZIAS e GLYNN
descontínua que incorpora uma nova ideia que não é consistente com o
(1993, p. 78)
atual conceito de negócio da organização.
Inovação é concebida como um meio de mudar uma organização
seja como resposta às mudanças no ambiente externo ou como uma
ação preventiva para influenciar o ambiente. Assim, a inovação é aqui
DAMANPOUR
amplamente definida de forma a abranger uma variedade de tipos,
(1996, p. 694)
incluindo novos produtos ou serviços, novas tecnologias de processo,
novas estruturas organizacionais ou sistemas administrativos, ou novos
planos ou programas pertencentes aos membros da organização.
104
Inovação é tanto a criação de novos significados quanto a criação de
novos artefatos materiais. Ou – mais exatamente – é muito mais a criação
de significado que apenas a criação de artefatos. Devemos, portanto,
entender a inovação como um processo multifocal de desenvolvimento,
no qual uma ecologia de comunidades desenvolve novos usos
TUOMI para artefatos tecnológicos existentes, ao mesmo tempo mudando
(2002, p. 423) ambas as características dessas tecnologias e suas próprias práticas.
A inovação é um fenômeno social. É gerada em interações complexas
entre várias comunidades, cada uma com seus próprios estoques de
conhecimento e significado. Projetos tecnológicos e práticas sociais
coevoluem. Portanto, toda a inovação é fundamentalmente uma
inovação social.
Inovação é, por definição, novidade. É a criação de algo qualitativamente
novo, através de processos de aprendizagem e construção de
conhecimento. Envolve mudanças de competências e capacidades,
SMITH (2005, p. 149) produzindo resultados de desempenho qualitativamente novos. [...] De
forma mais genérica, inovação envolve novidades multidimensionais
em aspectos de aprendizado e organização do conhecimento que são
difíceis de medir ou intrinsecamente imensuráveis.
Uma inovação é a implantação de um novo ou significantemente
melhorado produto (bem ou serviço) ou processo, um novo método de
OECD (2005, p. 46)
marketing ou um novo método organizacional nas práticas de negócio,
na organização do ambiente de trabalho ou nas relações externas.
Inovação é a substancial criação de novo valor para clientes e para a
empresa através da mudança criativa de uma ou mais dimensões do
SAWHNEY et al.
sistema do negócio.
(2006, p. 76)
A inovação é relevante apenas se cria valor para clientes – e, portanto,
para a empresa.
Uma distinção é normalmente feita entre invenção e inovação.
Invenção é a primeira ocorrência de uma ideia para um novo produto
ou processo, enquanto inovação é a primeira tentativa de realizá-la na
FAGERBERG
prática.
(2006, p. 4)
[...] Para ser capaz de converter uma invenção em uma inovação,
a empresa precisa combinar diferentes tipos de conhecimentos,
capacidades, habilidades e recursos.
[Inovação é] a criação de novos conhecimentos e ideias para facilitar
os resultados de novos negócios, visando a melhoria dos processos
DU PLESSIS
internos e das estruturas do negócio e a criação de produtos e serviços
(2007, p. 21)
orientados para o mercado. Inovação abrange tanto a inovação radical
quanto a incremental.
BESSANT e TIDD Inovação é o processo de tradução de ideias em produtos, processos ou
(2009, p. 47) serviços úteis – e utilizáveis.
105
Conforme evidenciado no Quadro 2, são várias as definições encontradas na
literatura, contudo todas estão relacionadas à criação, implementação de um produto,
processo ou serviço.
Quando falamos em inovação, esse termo nos remete à ideia de algo novo,
uma novidade. Ela sempre esteve relacionada à evolução da humanidade e aplicação
gradativa da informação e conhecimento, resultando na criação de novos processos
e produtos.
Mas, a partir dessas definições, você deve pensar: uma descoberta ou invenção
é considerada uma inovação? Para responder à sua pergunta elaboramos o seguinte
quadro:
106
FIGURA 16 – PROCESSO PARA INOVAÇÃO
Concepção Exploração
Invenção Inovação
teórica comercial
FONTE: O autor
DICA
Dicas de filmes e uma série sobre inovação que irão lhe inspirar:
3 TIPOS DE INOVAÇÃO
A inovação pode ser classificada de acordo com algumas características, sendo
dividida em diversos modelos. A seguir iremos conhecer os principais tipos de inovação
identificados na literatura.
107
FIGURA 17 - CICLO DE VIDA DO PRODUTO
FONTE: <https://lirp-cdn.multiscreensite.com/87c8e234/dms3rep/multi/opt/ciclo-de-vida-do-produto-
1080x494-960w.png>. Acesso em: 18 jun. 2020.
DICA
Saiba mais sobre o ciclo de vida do produto em: https://administradores.
com.br/artigos/ciclo-de-vida-do-produto-e-a-necessidade-da-inovacao-
sustentavel-como-cultura.
108
Inovar o modelo de negócio é promover mudanças no modo de gerar receita
para a empresa e também no modelo de operação.
109
3.7 INOVAÇÃO EM MARKETING
A inovação em marketing está relacionada ao preço do produto ou serviço,
posicionamento no mercado, distribuição, embalagem, designer do produto, segmentação
de clientes, entre outras (OCDE, 1997).
DICA
Para saber mais sobre inovação, acesse o manual de Oslo em: https://
www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf. Esse
documento é composto de Proposta de diretrizes para a coleta e
interpretação de dados sobre inovação tecnológica e está editado
conjuntamente pela OCDE, dentro da denominada “Família Frascati” e
EUROSTAT.
Assim:
110
Além dos tipos de inovação, conforme descrito na seção anterior, ela ainda
pode ser caracterizada como inovação radical, realmente nova, incremental e imitativa
(KIANE, 2019).
IMPORTANTE
Um exemplo de inovação radical é a Uber. Nessa inovação, eles
mudaram a lógica do mercado de transporte, baratearam o
serviço e criaram uma força de trabalho informal gigantesca!
111
FIGURA 19 - PRINCIPAIS COLABORADORES DA INOVAÇÃO COLABORATIVA
Fornecedores
Competidores ICT
EMPRESA
Intermediários Consumidores
ATENÇÃO
Exemplos de empresas que utilizam práticas de inovação
colaborativa são: Nestlé, Embraer, 3M e Procter&Gamble.
112
De acordo com Tidd e Bessant (2015), os princípios da inovação aberta são:
113
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A inovação acontece não somente nos produtos, mas também nos serviços.
114
AUTOATIVIDADE
1 Conforme evidenciado no decorrer do conteúdo deste tópico, os termos invenção,
descoberta e inovação muitas vezes são utilizados de forma errônea, como sinônimas.
Com base no significado desses termos, diferencie descoberta, invenção e inovação.
115
116
UNIDADE 2 TÓPICO 3 —
CARACTERÍSTICAS DA CRIATIVIDADE E A
IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, vamos identificar as principais características e comportamentos
de uma pessoa criativa que, segundo Predebon (2008), poderá ser circunstancial e
compulsivo.
Finalizando este tópico, vamos conhecer algumas das mentes mais brilhantes
da humanidade para inspirá-lo ainda mais a ser criativo e a inovar.
Bons estudos!
117
2 CARACTERÍSTICAS DA PESSOA CRIATIVA E
INOVADORA
Uma pessoa criativa possui várias características específicas que a difere das
pessoas que não possuem essas qualidades tão desenvolvidas. Claro que a criatividade
em cada indivíduo é diferente, e cada um possui atributos em níveis distintos.
118
Assim, podemos perceber algumas diferenças nesses tipos de comportamentos
criativos. Outro item que incentiva o aprimoramento da criatividade é a necessidade de
solução, e está relacionado, principalmente, ao campo de atuação profissional, uma vez
que cada vez mais as empresas prezam por profissionais qualificados e criativos, em
razão de a inovação possibilitar mais competitividade no mercado.
Em outras palavras, podemos destacar, então, que uma pessoa criativa possui a
mente aberta para o novo, e sempre pergunta o “por quê”? Além disso, Predebon (2008)
cita a capacidade de visualizar as coisas sob um ângulo diferente, a partir de um outro
ponto de vista, é fundamental para o processo de criatividade.
119
A Inspiração é considerada como um primeiro sinal para a descoberta.
Já na fase de Preparação, ocorre a coleta de informações necessárias sobre o
problema em questão, envolvendo associações, combinações e contextualizações do
problema; em seguida, na Incubação, ocorre o afastamento temporário do problema,
o armazenamento das informações, para descanso mental; na fase de Iluminação, a
pessoa tem uma ideia (momento eureca) e chega a uma solução criativa; e por fim, na
Verificação, ocorre o ajuste e implementação da solução idealizada (BAXTER, 1998).
IMPORTANTE
Em 1961, Rhodes desenvolveu o modelo das Quatro Dimensões
da Criatividade: pessoa, produto, processo e ambiente (pressão).
Rhodes concluiu que somente haveria criatividade se todos esses
fatores fossem estudados e entendidos em conjunto.
120
3.1 TEORIA DAS QUATRO DIMENSÕES DA CRIATIVIDADE
Essa teoria foi criada pelo cientista educacional norte-americano James Melvin
Rhodes em 1961. Em suas pesquisas ele visou identificar uma definição universal para
criatividade.
Nesse viés, Fox (2012) e Rhodes (1961) destacam que no item pessoa são
identificadas informações de personalidade, intelecto, temperamento, físico, traços,
hábitos, atitudes, autoconceito, crenças, mecanismos de defesa e comportamentos;
em processo, engloba estudos sobre questões relacionadas às etapas da experiência
criativa como estratégias, métodos e técnicas para gerar e analisar ideias, resolver
problemas, tomar decisões e gerenciar seu pensamento durante o processo criativo
com a promoção do seu desenvolvimento e de elementos cognitivos como motivação,
percepção, aprendizagem, pensamento e comunicação; no ambiente, atrela-se a
relação entre os indivíduos e o seu ambiente, é o lugar onde os outros “Ps” convivem
e integram-se, exerce uma pressão sobre o indivíduo e esta tanto pode ajudar como
dificultar a expressão criativa; e, por fim, o produto refere-se ao pensamento que foi
comunicado a outros sujeitos na forma de palavras, quadros, metal, pedra, tecido ou
outro material.
121
FIGURA 21 – 4Ps
Pessoa
Processo Produto
Ambiente
"Fazer as coisas
"Fazer as coisas melhor"
diferentemente"
Adaptação
Inovação
122
Tal teoria visa contribuir para que as pessoas compreendam suas preferências
e de outras pessoas e comportamentos, auxiliando na tomada de decisão e solução
de problemas (KIRTON, 1976) Características existentes entre as pessoas consideradas
adaptadoras e inovadores (PUCCIO, 1999):
Adaptadores:
• São precisos, confiáveis, eficientes, metódicos, prudentes, disciplinados e
conformistas.
• Preocupam-se mais em resolver problemas do que em edificá-los.
• Preferem resolver problemas por métodos já conhecidos e testados.
• Amenizam problemas investindo no aperfeiçoamento da eficiência; tentam
preservar ao máximo a continuidade e a estabilidade.
• São vistos como sensatos, bem ajustados e confiáveis.
• Tendem a transformar meio em objetivos.
• Parece que o tédio nunca os atinge. São capazes de manter alta precisão mesmo
em longas jornadas de trabalho minucioso.
• Assume a liderança dentro de estruturas predefinidas.
• Desafiam regras raramente, cautelosamente e apenas quando contam com forte
apoio.
• Tendem a ser bastante autocríticos; reagem a críticas aderindo ainda mais ao
sistema.
• São vulneráveis à autoridade e à pressão social; tendem a seguir regras.
• São essenciais ao funcionamento rotineiro da organização, mas de vez em quando
precisam ser “arrancados” de seus paradigmas.
Inovadores:
• São vistos como pessoas indisciplinadas, que pesam tangencialmente e abordam
os problemas por ângulos diferentes.
• Descobrem problemas quanto soluções. Lidam com os problemas questionando
os paradigmas preexistentes.
• “Ateiam fogo” em equipes mornas; tratam os consensos com irreverência; são
tidos como cáusticos, criadores de dissonância.
• São vistos como insensatos e pouco práticos; muitas vezes entram em choque
com seus opositores.
• Ao perseguir seus objetivos, dão pouca atenção aos meios tradicionais.
• Suportam uma rotina de trabalho minucioso (manutenção de sistemas) apenas
por períodos curtos; rapidamente delegam tarefas rotineiras.
• Em situações não estruturadas, tendem a assumir o controle.
• Desafiam regras com frequência; têm pouco respeito por tradições.
Parecem não duvidar de suas novas ideias; não precisam da aprovação alheia
para manter a autoconfiança.
• Saem-se muito bem em momentos de crise; podem até mesmo evitá-las, caso
consigam canalizar seus esforços para isso.
123
Adaptadores ao colaborar com inovadores:
• São precisos, confiáveis, eficientes, metódicos, prudentes, disciplinados e
conformistas.
• São fontes de estabilidade, ordem e continuidade.
• Mantêm a coesão e a cooperação da equipe – são sensíveis a questões
interpessoais.
• Fornecem uma base segura para operações mais arriscadas.
FONTE: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administracao/criatividade-nas-
organizacoes-a-pessoa-criativa-e-suas-dimensoes/43648>. Acesso em: 23 jun. 2020.
ESTUDOS FUTUROS
Sabia que o conceito da Barbie foi rejeitado em diversos Focus Group
(discussão em grupo)? Um insight de uma mãe que falou que gostou
da boneca, pois a ajudaria a ensinar a filha a se vestir, fez com que a
empresa pensasse que não só essa poderia ser a abordagem correta
para o mercado, como uma nova fonte de receita.
124
3.3 FERRAMENTA AVALIATIVA – TESTE TORRANCE DE
PENSAMENTO CRIATIVO OU TORRANCE TEST OF
CREATIVE THINKING
Além da definição, a avaliação da criatividade vem sendo alvo de diversos
estudos, resultando em algumas ferramentas que visam mensurar o nível de criatividade.
Em nossos estudos, tendo como base a multiplicidade de métodos e de instrumentos
que têm surgido ao longo de meio século, iremos investigar sobre o Torrance Tests of
Creative Thinking (TTCT), devido a ser o teste de criatividade mais divulgado e estudado
internacionalmente (AZEVEDO; MORAIS, 2012).
125
• Fluência: refere-se à quantidade de respostas. Quanto mais
possibilidades a pessoa levantar, mais fluente é.
• Flexibilidade: refere-se ao número de categorias em que as
respostas se encaixam. Por exemplo, uma pessoa poderia sugerir
pouco uso para o celular, porém em categorias diferentes, como:
falar, mandar uma mensagem, fotografar, utilizar na função GPS,
pagar conta, ler e-mail, entre outros.
• Originalidade: refere-se à raridade da resposta. Os resultados
do participante são comparados com os de outros e as respostas
mais raras são consideradas as mais originais.
• Elaboração: refere-se ao detalhamento da resposta. Quanto mais
pormenorizada e precisa, mais elaborada ela é.
126
4 A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO PARA A
CRIATIVIDADE
A motivação é essencial para o processo de criatividade. Ela é responsável pelo
impulso no comportamento do ser humano para uma determinada ação, estimulando a
realização de tarefas para que o objetivo esperado seja alcançado de forma satisfatória.
Possui três pilares, sendo eles: foco, intensidade e permanência (GOIS, 2011).
"A motivação é específica. Uma pessoa motivada para trabalhar pode não ter
motivação para estudar ou vice-versa. Não há um estado geral de motivação, que leve
uma pessoa a sempre ter disposição para tudo" (MAXIMIANO, 2007, p. 250).
127
FIGURA 25 – PIRÂMIDE DAS NECESSIDADES
Autorrealização
Estima
Sociais
Segurança
Fisiológicas
ATENÇÃO
A teoria de Maslow enfatiza que apenas quando uma necessidade
for satisfeita o ser humano terá necessidade da próxima.
128
A partir da identificação desses itens Herzberg, dividiu os entrevistados em
dois grupos: motivacionais e higiênicos.
4.3 TEORIA X E Y
A Teoria X e Y foi criada por McGregor. Ela parte do pressuposto de que os
trabalhadores não gostam de obter responsabilidades e não gostam das tarefas do
trabalho, sendo necessárias ordens superiores para realizar as atividades. “Estas
ordens vêm sempre acompanhadas de punição, elogios, dinheiro, coação etc.; artifícios
utilizados pelos gestores para tentar gerar um empenho maior do colaborador” (PERIARD,
2011b, s.p.).
129
Os princípios básicos da Teoria X são:
• Um indivíduo comum, em situações comuns, evitará sempre que
possível o trabalho;
• Alguns indivíduos só trabalham sob forte pressão. Eles precisam ser
forçados, controlados e às vezes ameaçados com punições severas
para que se esforcem em cumprir os objetivos estabelecidos pela
organização.
• O ser humano ordinário é preguiçoso e prefere ser dirigido, evita
as responsabilidades, tem ambições e, acima de tudo, deseja sua
própria segurança.
[...]
Os princípios básicos da Teoria Y são:
• O esforço físico e mental empregado no trabalho é tão natural
quanto o empregado em momentos de lazer;
• O atingimento dos objetivos da organização está ligado às
recompensas associadas e não ao controle rígido e às punições;
• O indivíduo comum não só aceita a responsabilidade do trabalho,
como também a procura.
• Os indivíduos são criativos e inventivos, buscam sempre a solução
para os problemas da empresa;
• Os trabalhadores têm a capacidade de se autogerirem nas tarefas
que visam atingir objetivos pessoais e estratégicos da organização.
Sem a necessidade de ameaças ou punições;
• O trabalhador normalmente não faz aquilo que não acredita. Por
isso exige cada vez mais benefícios para compensar o incômodo
de desempenhar uma função desagradável (PERIARD, 2011b, s.p.).
Assim, Periard (2011b, s.p.) cita que “na teoria X o indivíduo é motivado pelo
menor esforço, demandando um acompanhamento por parte do líder. Já na Teoria Y, as
pessoas são motivadas pelo máximo esforço, demandando uma participação maior nas
decisões e negociações inerentes ao seu trabalho”.
IMPORTANTE
• Na Teoria X: o trabalho é, em si mesmo, desagradável
para a maioria das pessoas.
• Na Teoria Y: o trabalho é tão natural como o lazer, se as
condições forem favoráveis.
130
4.4 CAMINHOS PARA GERAR MOTIVAÇÃO
Manter uma equipe motivada é um constante desafio enfrentado pelas
empresas. Para manter o grupo de trabalho motivado é essencial manter uma boa
energia no ambiente, o incentivo por meio de metas atingidas, bom clima organizacional,
e possibilitar a realização pessoal do empregado. De acordo com Predebon (2008),
quando conseguimos transformar nossas tarefas em meios de afirmação e nossos
obstáculos em desafios, passamos a colher muitas oportunidades de aprimoramento
em nosso dia a dia e, também, mobilizamos a motivação necessária para a ação criativa.
Não há uma receita para a motivação, mas manter uma visão mais leve,
pensamento positivo, esperança, ânimo e fé contribuem para maior entusiasmo e
motivação. No entanto, além de tais aspectos, existem também alguns recursos que
podem contribuir, portanto muito cuidado, muitas vezes as pessoas acabam se tornando
refém do materialismo. O ideal, de acordo com Predebon (2008), é balancear o idealismo
e o materialismo, e sempre ter um objetivo, um caminho para o crescimento pessoal.
DICA
Dica de filmes sobre o assunto abordado neste tópico:
131
LEITURA
COMPLEMENTAR
MENTES MAIS BRILHANTES DA HISTÓRIA DA CIÊNCIA
[...]
Numa época em que os dogmas da então poderosa Igreja Católica afirmavam que
a Terra ficava parada no espaço e era o centro do universo, a descoberta de Copérnico
era fantástica e ousada. Sua concepção de heliocentrismo, ainda que imperfeita, pois
previa órbitas circulares dos planetas em torno do Sol, quando na verdade elas são
elípticas, iniciou um fabuloso processo de descobertas astronômicas e físicas nas
décadas a seguir.
132
Johannes Kepler (1571-1628)
A primeira de suas três famosas leis diz que um corpo permanece em repouso
ou em movimento uniforme ao longo de uma linha reta, a menos que sofra ação de
uma força externa (lei da inércia). A segunda afirma que o efeito de uma força contínua
sobre um corpo inicialmente em repouso ou em movimento uniforme é fazê-lo acelerar.
E a terceira diz que se um corpo exerce uma força sobre o outro, o segundo exercerá
ao mesmo tempo força oposta e da mesma intensidade sobre o primeiro. Newton, ao
combinar teoria mecânica e matemática, explicou como o mundo funciona e como é
possível calcular o que acontece nele.
[...]
133
Foi durante essa viagem que ele fez as observações que o levariam a desenvolver
a revolucionaria teoria da evolução das espécies. Suas conclusões mostravam que a
humanidade era somente um passo a mais num processo evolutivo de sobrevivência e
de seleção natural. A revolução que colocava o ser humano no seu devido lugar no
universo, iniciada por Copérnico, estava concluída com a publicação de “Sobre a origem
das espécies por meio da seleção natural”, de Charles Darwin.
[...]
[...]
Quando Albert Einstein nasceu fazia quase dois séculos que Isaac Newton
havia provado que tempo e espaço eram absolutos e não tinham nenhuma relação com
coisas exteriores. Desde então acreditava-se que o tempo fluía de modo equitativo e o
espaço permanecia sempre semelhante e inamovível. Essas certezas cairiam por terra
com as ideias de Einstein. O cientista alemão supôs que não
há nada que se possa chamar de movimento absoluto.
134
Leonardo da Vinci (1452 – 1519)
O que sempre o guiou foi sua ávida curiosidade, a qual fez dele um autodidata
apaixonado pela natureza, pela ciência e pela pesquisa. Ele preencheu seus cadernos
com cada uma de suas nervosas ideias, projetos, esboços e teorias que, hoje em dia,
continuam sendo tão difíceis de interpretar. Um dos mais interessantes é, sem dúvida,
O Codex Atlânticus. Nele, vemos a famosa máquina voadora, a qual já indicava as bases
precoces da aeronáutica e da física.
135
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• As principais teorias da motivação são: Teoria X e Y; Teoria dos Dois Fatores; e Pirâmide
das Necessidades de Abraham H. Maslow.
• As possibilidades para gerar motivações nas pessoas a partir dos estudos de Predebon
(2008), sendo algumas delas: uma boa energia no ambiente, o incentivo por meio
de metas atingidas, bom clima organizacional, e possibilitar a realização pessoal do
empregado.
136
AUTOATIVIDADE
1 Nas pesquisas de Predebon (2008), o autor evidencia dois tipos de comportamento
criativo: o criativo compulsivo e o criativo circunstancial. Assim, identifique, nas
características listadas a seguir, quais são do comportamento criativo compulsivo
(CO), e quais são do comportamento criativo circunstancial (CI):
137
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) 3, 1, 2.
b) ( ) 3, 2, 1.
c) ( ) 2, 1, 3.
d) ( ) 2, 3, 1.
e) ( ) 1, 3, 2.
138
UNIDADE 3 —
CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
NAS ORGANIZAÇÕES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
139
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
Acesse o
QR Code abaixo:
140
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS E AS
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, nós vamos iniciar nossos estudos abordando as revoluções
industriais e suas principais características nos respectivos períodos.
141
Logo, o deslocamento dessas massas provocaram a concentração e o excesso
de mão de obra disponível que, junto com o desenvolvimento científico — neste
momento ressalta-se a invenção da máquina a vapor, além de outras novas tecnologias
— desencadeou o fenômeno da industrialização mundial (MARCOVITCH, 1983 apud
KILIAN, 2005).
FONTE: <https://3.bp.blogspot.com/-S9oKLQf1NmA/V9630CRHQGI/AAAAAAAAADU/XXXxpc-nFAkVkX-
XPHLDRZoM9miCpMZkACLcB/s640/daarteaindustria.png>. Acesso em: 19 jun. 2020.
142
DICA
Sugestão de filme sobre a Revolução industrial:
Segundo Bastos Tigre (2006), “por volta de 1820, um garoto operando dois
teares mecânicos era capaz de produzi até 15 vezes mais do que o artesão doméstico,
resultando na perda de empregos e drásticas reduções de salários”. Surgiu, assim,
o primeiro confronto homem-máquina, simbolizado pelo movimento liderado por
Martin Ludd — o Movimento Ludita. A cada dia, novas máquinas facilitavam os
processos de produção, reduziam custos e ampliavam a quantidade de riqueza
fabricada. De fato, podemos ver nessa experiência histórica um momento nunca
antes vivido no desenvolvimento da economia.
143
No fim do século XVIII, corria o boato de que um enfurecido operário britânico
chamado Ned Ludd havia quebrado as máquinas de seu patrão. Mesmo não tendo
comprovação, a história serviu de inspiração para vários operários que viam nas
máquinas a razão de sua condição de miséria. Nascia assim, na Inglaterra, o Ludismo
ou Movimento Ludita.
FONTE: <https://beduka.com/blog/wp-content/uploads/2019/06/revolucao-industrial.jpg>.
Acesso em: 19 jun. 2020.
A reação das autoridades inglesas contra esses levantes foi marcada por
vários conflitos entre os policiais e os trabalhadores. Finalmente, no ano de 1812,
o Parlamento Britânico aprovou a Frame Braking Act, lei que punia a quebra de
máquinas com a pena de morte. Dessa forma, observamos que a rebelião ludita
causou impacto significativo e determinou uma experiência de oposição entre o
homem e a tecnologia.
144
FONTE <https://www.trabalhosescolares.net/wp-content/uploads/2008/07/revolucao_industrial_
fabricas_automobilisticas.jpg>. Acesso em: 19 jun. 2020.
FONTE: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/mages?q=tbn%3AANd9GcTTvBNTheXlxSkX6QxXNTuqF_
RPOTKvS8ubW5-spYFid5YmpOYC&usqp=CAU>. Acesso em: 19 jun. 2020.
145
Nessa época, a eletrônica surge como verdadeira modernização da indústria.
Destacou-se pelos avanços tecnológicos e científicos na indústria, bem como na
agricultura, na pecuária, no comércio e na prestação de serviços.
146
QUADRO 2 – CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS DAS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS
Revolução
Período Características Tecnológicas
Industrial
Iniciou da segunda metade
• Máquina a vapor.
Primeira do século XVIII e avançou até
• Substituição da produção artesanal pela
Revolução meados do século XIX.
produção fabril.
Industrial Ocorreu entre as décadas
• Tear mecânico.
de 1760 e 1840.
• Energia elétrica.
Iniciou do século XIX e avançou até • Petróleo.
Segunda
a primeira metade do século XX. • Sistema de produção taylorista – fordista
Revolução
Ocorreu entre as décadas – divisão do trabalho manual e intelectual.
Industrial
de 1860 e 1900. • Automação e produção em massa.
• Linha de Montagem móvel.
• Surgimento da informática e avanço das
Iniciou na segunda metade do
comunicações.
Terceira século XX e avançou até o final
• Surge a sociedade do conhecimento.
Revolução deste século.
• Sistema de produção flexível.
Industrial Ocorreu entre as décadas
• Tecnologia da informação (TI).
de 1960 e 1990.
• Computação.
• Internet mais ubíqua e móvel, sensores
menores e mais poderosos.
• Fusão das tecnologias e a interação entre
Quarta
Iniciou na primeira década do domínios físicos, digitais e biológicos.
Revolução
século XXI, na década de 2000. • Sistemas e máquinas inteligentes
Industrial
conectados possibilitando um modelo de
produção de personalização em massa.
• Robótica avançada.
147
FIGURA 2 - BREVE HISTÓRIA DAS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS
INDÚSTRIA 4.0
INDÚSTRIA 3.0
Sistemas
INDÚSTRIA 2.0 cibernéticos,
Automação,
INDÚSTRIA 1.0 internet das coisas,
robótica,
Produção em escala, redes e inteligência
computadores,
linha de montagem, artificial
Mecanização, tear internet e
eletricidade e
e força à vapor eletrônicos
combustão
FONTE: <https://netscandigital.com/wp-content/uploads/2019/02/industria4.0-1024x768.jpg>.
Acesso em: 19 jun. 2020.
Da indústria 1.0 até os dias atuais (indústria 4.0), percebemos que a sociedade
se diferencia das anteriores, pela importância dada ao trabalho intelectual e à
criatividade dentro das empresas. Além disso, o comportamento do consumidor
muda, e os clientes passam a ser mais exigentes, causando, nas organizações,
mudança no pensamento estratégico em função da busca pela satisfação dos clientes,
provocando a aceleração no ciclo de vida dos produtos. Por consequência, dois fatores-
chave para a produção de novos produtos foram estimulados com o objetivo de se
manter competitivos no mercado: inovação e criatividade.
148
FIGURA 3 - INDÚSTRIA 4.0
FONTE: <https://russellbedford.com.br/wp-content/uploads/2018/06/industria-4-0.jpg>.
Acesso em: 19 jun. 2020.
O livro The fourth industrial revolution, de Klaus Schwab, foi lançado durante
o Fórum Econômico Mundial, de Davos e serviu de tema central para o encontro que
reúne a elite da economia mundial. Numa visão otimista, o livro diz que estamos à
beira de uma revolução tecnológica que alterará fundamentalmente a maneira como
vivemos, trabalhamos e nos relacionamos uns com os outros. A “Quarta Revolução
Industrial, em sua escala, escopo e complexidade, será diferente de tudo que a
humanidade já experimentou antes”, como diz o autor. A Primeira Revolução Industrial
começou no último quartel do século XVIII e teve como base o uso da água, do vapor
(início dos combustíveis fósseis) e a mecanização de equipamentos para a produção
149
de bens de consumo. A Segunda Revolução ampliou a divisão do trabalho e iniciou o
uso da energia elétrica para criar a produção em massa. A Terceira Revolução utilizou
a tecnologia da informação para automatizar a produção e ampliar a informação.
150
exprimindo suas opiniões, juntando esforços na implementação de políticas públicas
e supervisionando as autoridades constituídas. Simultaneamente, os governos
ganharão novos poderes tecnológicos, com base em sistemas de vigilância e
capacidade de controlar a infraestrutura digital, aumentando a concorrência, a
redistribuição das funções e a descentralização do poder.
Para não dizer que tudo são flores, o autor reconhece que a Quarta
Revolução Industrial poderia aumentar a desigualdade social, especialmente
afetando os mercados de trabalho. Como a automação substitui o trabalho em toda
a economia, o deslocamento líquido de trabalhadores por máquinas poderá agravar
o fosso entre os retornos de capital e os retornos do trabalho (gerando uma crise de
desemprego). O pior cenário seria aquele vislumbrado por Martin Ford (Rise of Robots)
em que a ascensão dos robôs levaria a um futuro sem emprego. Mas Klaus aposta
no efeito positivo, pois a tecnologia, em termos macroeconômicos, poderá não só
trazer aumento líquido nos postos de trabalho, como também pode transformar as
ocupações em atividades seguras e gratificantes.
151
Ele dá exemplo da velocidade do transporte (que é confirmada pelo fracasso
do Boeing 787 Dreamliner): “Até 1830, a velocidade de tráfego de passageiros e de
mercadorias era limitado pelo ‘casco e vela’, mas aumentou de forma constante até a
introdução do Boeing 707, em 1958. Desde então, não houve nenhuma mudança na
velocidade e, de fato, os aviões voam mais lento agora do que em 1958 por causa da
necessidade de economizar combustível e normas de segurança”.
O autor sugere que estes “ventos contrários” não estão atingindo apenas os
EUA, mas todas as economias avançadas, o que deve provocar taxas de crescimento
econômico abaixo de 1% nas próximas décadas. Para as sociedades emergentes,
os “ventos contrários” também existem, mas sopram com menos intensidade, por
enquanto. Mas, numa economia cada vez mais internacionalizada, é difícil imaginar
que os países em desenvolvimento possam manter altas taxas de crescimento
econômico sem contar com uma dinâmica parecida nos países desenvolvidos.
152
A tecnologia pode ser aliada do desenvolvimento humano e ambiental, mas
também pode ser fonte de dominação, exploração e de autoengano. O livro de Robert
Gordon, portanto, não rejeita a tecnologia, mas apresenta um forte argumento sobre
seus limites. Também reforça a tese da “estagnação secular” e do baixo crescimento
econômico no restante do atual século. Neste início de ano, enquanto o FMI prevê um
crescimento de 2,4% para o PIB dos EUA em 2016, diversos outros estudos apontam
um crescimento abaixo de 2% ou mesmo uma recessão. Tudo indica que a Era do alto
crescimento econômico é coisa do passado. A América Latina, por exemplo, vai ter
dois anos de recessão e sem uma recuperação forte a vista.
153
Ele diz que a sociedade atual, assentada no triângulo indústria-riqueza-consumismo, é
insustentável e injusta, envolvendo taxas de utilização de recursos per capita que
são impossíveis de atingir e universalizar para toda a população. Ao contrário de um
mundo de riquezas infinitas, ele propõe a simplicidade voluntária e o decrescimento.
O sonho do desenvolvimento economicamente inclusivo, socialmente justo e
ambientalmente sustentável virou um oxímoro e o tripé da sustentabilidade virou um
trilema (Martine e Alves, 2015 e Alves, 2015).
Ninguém sabe, com certeza, como será o futuro. Neste segundo quindênio
(2015-2030) do século XXI, quando a agenda global da ONU está centrada nos Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e no Acordo de Paris, aprovado na COP-21, o
monitoramento mundial da agenda pós-2015 deveria contrabalançar a atenção entre o
oba-oba da Quarta Revolução Industrial, de Klaus Schwab e a crítica realista dos limites
tecnológicos feitas por Robert Gordon. A sociedade afluente ainda é um sonho distante
para a maioria da população mundial.
FONTE: <https://www.ecodebate.com.br/2016/02/17/quarta-revolucao-industrial-ou-estagnacao-
secular-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/>. Acesso em: 19 jun. 2020.
DICA
Assista ao filme A Revolução Industrial, disponível no endereço:
https://www.youtube.com/watch?v=DmvL6vy_6Qg.
154
NOTA
Revolução Industrial foi a transição para novos processos de manufatura no período
entre 1760 a algum momento entre 1820 e 1840. Esta transformação incluiu a transição
de métodos de produção artesanais para a produção por máquinas, a fabricação de
novos produtos químicos, novos processos de produção de ferro,
maior eficiência da energia da água, o uso crescente da energia a vapor
e o desenvolvimento das máquinas-ferramentas, além da substituição
da madeira e de outros biocombustíveis pelo carvão. A revolução teve
início na Inglaterra e em poucas décadas se espalhou para a Europa
Ocidental e os Estados Unidos.
FONTE: <http://pt.dbpedia.org/resource/Revolu%C3%A7%C3%A3o_
Industrial>. Acesso em: 24 jun. 2020.
FONTE: <http://www.ipdeletron.org.br/wwwroot/pdf-publicacoes/14/Manual_de_Frascati.pdf>.
Acesso em: 19 jun. 2020.
155
Em seguida, a OCDE, com uma abrangência muito maior, lançou o Manual de
Oslo (1992, 1997, 2005), já em sua terceira versão, que colocam o monitoramento das
inovações tecnológicas como ponto crucial para o desenvolvimento econômico da
sociedade ocidental.
Mais especificamente, Bastos Tigre (2006) identifica duas forças básicas que
induzem as mudanças tecnológicas:
156
Bastos Tigre (2006, p. 77) também aponta que os custos dos fatores de
produção podem induzir mudanças tecnológicas, apresentando como exemplo que no
início do século XX, “o salário semanal de um trabalhador rural é suficiente para comprar
um acre de terra”. Ou seja, o alto custo da mão de obra impulsionou o investimento em
desenvolvimento tecnológico de máquinas que diminuíam este custo, tornando a
operação mais lucrativa.
Por sua vez, Castells (2006, p. 73) considera que “os fatores que induzem as
inovações tecnológicas não ocorrem de maneira isolada”. Estes fatores refletem:
Com esses fatores, segundo Castells (2006, 73), “quanto mais próxima for a
relação entre os locais de inovação, produção e utilização das novas tecnologias,
mais rápida será a transformação das sociedades e maior será o retorno positivo das
condições sociais sobre as condições gerias para favorecer futuras inovações”.
• fontes de tecnologias;
• natureza das necessidades dos usuários;
• relação custo/benefício de o investimento na inovação justificar os recursos gastos.
157
Estratégia tecnológica e competitiva das empresas industriais de Londrina
[...]
Tecnologia e Competitividade
158
3. Setores de fornecedores especializados: a inovação relaciona-se à introdução de
produtos a serem utilizados por outros setores, principalmente como equipamentos
de capital. Exemplo são as indústrias de bens de capital e instrumentação.
4. Setores baseados na ciência: as inovações estão relacionadas diretamente ao
avanço do conhecimento científico; as firmas têm de ser ágeis e oportunistas em
suas estratégias, baseadas em atividades inovativas formalizadas em laboratórios
de P&D e investimentos na área de ciência básica. Incluem-se as indústrias de
eletroeletrônica, mecânica de precisão, farmacêutica e química de especialidades.
[...]
FONTE: <http://www.abphe.org.br/arquivos/marcos-antonio-marques_marcia-regina-gabardo-da-
camara.pdf>. Acesso em: 19 jun. 2020.
DICA
Para saber mais leia: OCDE – ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO
E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. Manual de Oslo: diretrizes
para coleta e interpretação de dados sobre inovação. 3. ed. Paris:
OECD, 2015.
159
4. Treinamento: Introdução das inovações tecnológicas no mercado.
5. Projeto industrial e outras preparações técnicas para a produção e
distribuição.
[...]
Indicadores são necessários para aferir se uma política pública está atingindo
seus objetivos. São fundamentos que permitem elaborar e avaliar programas e
projetos, além de acompanhar seu desempenho, seus resultados, efeitos e impactos
(LINS, 2003). Durante décadas, indicadores tradicionais de inovação contemplavam
dimensões de input, como gastos em P&D. Durante os anos 1980 e 1990, abordagens
evolucionárias se tornaram populares na agenda de pesquisa da Economia e das
Ciências Sociais.
160
Os indicadores tradicionais são basicamente de input, de output ou de
impacto. Nas análises tradicionais sobre processos de inovação, geralmente há
pelo menos um desses. Primeiro, uma mensuração de input mede gastos com P&D.
Uma outra, de produção intermediária, verifica o número de invenções patenteadas,
por exemplo. Finalmente, uma mensuração direta de produção avalia o impacto de
determinado número de inovações comercializadas (LINS, 2003).
161
inovações introduzidas no mercado e que resultaram em fluxo de caixa positivo. As
fraquezas estão ligadas ao fato de que muitas empresas dão estimativas brutas das
participações das vendas de produtos inovadores. Não obstante, tais participações
podem ser sensíveis ao ciclo de negócios.
[...]
DICA
Consulte o site do IBGE sobre a PINTEC: ibge.gov.br/pintec.
A Pintec segue a metodologia do Manual de Oslo da OCDE
(2005) e é estruturada a partir de dados coletados das próprias
empresas por meio de entrevista pautada por um questionário.
162
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
163
AUTOATIVIDADE
1 A Quarta Revolução Industrial possibilitou ampliar a revolução digital que vinha
ocorrendo desde meados do século XX. Ela traz um grande potencial devido a sua
natureza hiperconectada, em tempo real, por causa da internet. Nesse contexto,
identifique quais são as principais características tecnológicas da Quarta Revolução
Industrial.
a) ( ) 4 – 2 – 1 – 3.
b) ( ) 3 – 4 – 2 – 1.
c) ( ) 3 – 4 – 1 – 2.
d) ( ) 3 – 1 – 4 – 2.
e) ( ) 1 – 4 – 2 – 3.
164
UNIDADE 3 TÓPICO 2 —
CAMPOS DE APLICAÇÃO NAS
ORGANIZAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, nós vamos estudar as fontes da criatividade e inovação, e sobre
seus processos e padrões para desenvolvimento, transformação de uma ideia inovadora,
em algo novo para o indivíduo, o mercado ou a empresa.
FONTE: <https://1.bp.blogspot.com/-TLFeBHUTkvU/WOsMkrW5rZI/AAAAAAAAAeI/ftogtx-hzcAJsanDs-
uo0y5iuhTh27G5wCLcB/s640/grandes-ideias.jpg>. Acesso em: 19 jun. 2020.
165
Para responder a essa pergunta, durante cinco anos, Steven Johnson, um dos
mais importantes pensadores da internet, investigou a questão sobre de onde vêm as
boas ideias sob a perspectiva do meio em que vivemos.
Em seu livro De onde vêm as boas ideias – uma história natural da inovação
(2011), ele investiga o surgimento de mais de 200 descobertas e invenções científicas
para descobrir as condições ideais de geração de criatividade e inovação. Johnson
(2011) encontrou os seguintes padrões comuns para se gerar níveis extraordinários de
criatividade e inovação:
Claudia Gasparini
Inventar algo incrível não tem nada a ver com uma inspiração "celestial" ou
um cérebro excepcionalmente poderoso. O processo criativo — mesmo aquele que
dá origem a monumentais obras de arte ou descobertas científicas — é acessível a
qualquer mortal.
166
“Todo o conceito de genialidade é ridículo e totalmente sem evidências”, diz o
pesquisador. “Algumas pessoas são melhores do que outras em algumas atividades,
mas isso não as torna diferentes ou especiais, apenas melhores”.
Ashton começou sua carreira na Procter & Gamble, empresa em que liderou
um trabalho pioneiro sobre identificação de produtos por radiofrequência. Também
fundou três startups de tecnologia, uma das quais foi vendida menos de um ano
após sua criação.
Ele foi a primeira pessoa a usar o termo IoT (“Internet of Things”, ou “Internet das
Coisas”), em 1999, no título de uma apresentação sobre seu projeto de radiofrequência
na P&G. A expressão se popularizou e descreve hoje a conexão de objetos do dia a dia,
como eletrodomésticos ou carros, à internet.
Sua conclusão é categórica: criar não tem nada a ver com genialidade,
inspiração ou qualquer outra forma de excepcionalidade. Na verdade, o processo é
banal, ainda que o resultado não o seja — e pode ser empreendido por qualquer ser
humano.
FONTE: <https://exame.abril.com.br/carreira/genialidade-e-um-conceito-ridiculo-diz-professor-do-mit/>.
Acesso em: 19 jun. 2020.
DICA
Para aprofundar o tema estudado neste tópico sobre a origem da
criatividade sugerimos a seguinte leitura:
Por sua vez, qual seriam as fontes de criatividade e inovação dentro de uma
empresa?
167
3 AS FONTES DE CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO NAS
ORGANIZAÇÕES
Segundo o Manual de Oslo (OCDE, 2006, p. 27), “as atividades de inovação de
uma empresa dependem parcialmente da variedade e da estrutura de suas relações
com as fontes de informação, conhecimento, tecnologias, práticas e recursos humanos
e financeiros”. Basicamente, identificam-se três tipos de fontes externas de inovação
para as empresas:
168
Gestão da inovação: a economia da tecnologia no Brasil
[...]
169
quando comparada a outras formas externas de transferência de tecnologia. As
consultorias externas são adotadas, sobretudo, por empresas de grande porte. Outras
fontes externas utilizadas no Brasil são as consultas a informações disponibilizadas
por associações de classe e compra de tecnologia de outras empresas através
de contratos de licenciamento. Outra forma de adquirir tecnologia é participar de
redes globais.
[...]
FONTE: BASTOS TIGRE, P. Gestão da inovação: a economia da tecnologia do Brasil. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2006. Disponível em: https://adm2016sjcampos.files.wordpress.com/2017/03/gestao-da-
inovacao-paulo-tigre.pdf. Acesso em: 19 jun. 2020.
DICA
Para perceber a importância da gestão da inovação dentro das
organizações, leia na íntegra: BASTOS TIGRE, PAULO. Gestão da
Inovação: a economia da tecnologia do Brasil. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2006. Disponível em: https://adm2016sjcampos.files.
wordpress.com/2017/03/gestao-da-inovacao-paulo-tigre.pdf.
Acesso em: 19 jun. 2020.
170
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
171
AUTOATIVIDADE
1 Bastos Tigre (2006) evidencia que as fontes de inovação nas empresas são de
origem interna e externa. Com base nessa afirmação identifique as fontes externas
de inovação listadas por Bastos Tigre (2006):
a) ( ) 1 – 2 – 3 – 4.
b) ( ) 4 – 3 – 2 – 1.
c) ( ) 4 – 3 – 1 – 2.
d) ( ) 1 – 3 – 1 – 2.
e) ( ) 4 – 2 – 1 – 3.
172
UNIDADE 3 TÓPICO 3 —
O PROCESSO DE GESTÃO CRIATIVA E DE
INOVAÇÃO NAS EMPRESAS
1 INTRODUÇÃO
Para inovação nas organizações é primordial incentivar a criatividade, assim
vamos compreender, neste tópico, a relação entre criatividade e inovação e sua
importância em estratégias coorporativas, liderança, estrutura organizacional, cultura
e recursos. Para isso iremos estudar as dez habilidades esperadas dos profissionais
do futuro identificadas pelo Fórum Econômico Mundial (2016).
173
A importância da criatividade para as organizações pode ser verificada no
documento do Fórum Econômico Mundial (2016), que a coloca dentro das dez habilidades
esperadas dos profissionais do futuro:
• gestão de pessoas;
• pensamento crítico;
• resolução de problemas complexos;
• empatia-trabalho em equipe;
• inteligência emocional;
• capacidade de julgamento e tomada de decisões;
• orientação para serviços;
• negociação;
• flexibilidade cognitiva.
174
A criatividade como processo de geração de ideias potencialmente inovadoras
envolve o pensamento divergente e convergente, flexibilidade, originalidade e
desenvolvimento e, para o pleno desempenho do processo criativo, é necessário que
as empresas procurem, estimulem e mantenham profissionais criativos. No entanto,
segundo Aranda (2009), tanto o processo de inovação quanto o processo criativo,
devido as suas complexidades, necessitam de um clima organizacional apropriado
para se desenvolverem. Ou seja, é necessário um ambiente de inovação para que a
criatividade possa prosperar.
175
DICA
• CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e
Terra, 2006. Com esta leitura, você irá perceber os desafios do
trabalho em sociedade conectada.
Robson Braga
Duas grandes tendências nos alertam para os desafios que teremos no Brasil
nesse campo. A primeira diz respeito ao fim do bônus demográfico, com a redução
do número de trabalhadores que entram no mercado em relação aos que o deixam.
A segunda está na crescente automatização e na digitalização do sistema produtivo,
que aumenta a busca por profissionais capazes de lidar com a dinâmica de uma
economia cada vez mais atrelada à tecnologia.
176
de empregados precisarão passar por aperfeiçoamento profissional, anualmente, até
2023. Essa necessidade se dá em virtude das mudanças provocadas pela chamada
Indústria 4.0 e da pressão pelo aumento da produtividade e da competitividade.
FONTE: <https://noticias.portaldaindustria.com.br/artigos/robson-braga-de-andrade/o-futuro-do-
trabalho-e-o-trabalhador-do-futuro/>. Acesso em: 19 jun. 2020.
177
Segundo o Manual de Oslo (OCDE, 2006, p. 57):
FONTE: <http://one2up.com.br/img/blog/ONE2UP---Dia-do-fot%C3%B3grafo---
Janeiro-2014_1389206640.png>. Acesso em: 19 jun. 2020.
Por sua vez, o primeiro tocador de MP3 portátil que combinou padrões de
softwares existentes com a tecnologia de disco rígido miniaturizado, foi uma nova
combinação de tecnologias existentes (OCDE, 2006).
178
FIGURA 9 - EVOLUÇÃO DOS APARELHOS SONOROS
FONTE: <http://4.bp.blogspot.com/-7nfFzUkyu4Y/T15f2P3XcII/AAAAAAAAAKo/0FYdnNe3_zE/s320/
IMAGEM%2B1.jpg>. Acesso em: 19 jun. 2020.
Em seu livro Produtos que dão certo, Robert G. Cooper, professor da McMaster
University e da Pennsylvania State University, apresenta os sete principais pontos para
desenvolver um produto:
179
QUADRO 3 – 7 PASSOS PARA CRIAR UM PRODUTO QUE TODOS VÃO QUERER
Para Cooper, "um produto diferenciado que fornece vantagens únicas e uma
proposta de valor atraente é a conduta número para gerar rentabilidade em novos
produtos".
Exemplo: A Apple - O iPhone de maior tela só foi possível graças ao apelo dos
clientes e entusiastas nas redes sociais e no feedback mantido pela empresa.
180
• avaliação do valor: esta etapa visa definir o valor e a importância econômica do
produto para o possível cliente;
• análise financeira e comercial: essa última etapa deve ser elaborada antes da
criação do plano de negócio, pois os números lá citados serão obtidos aqui.
Conforme Cooper, é preciso entender que bons produtos não são vendidos
por conta própria e o lançamento do seu projeto não deve ser tardio, pois outras
empresas podem entrar na frente e roubar a cena. Nunca subestime a importância
do marketing no lançamento de um produto.
181
• O plano de lançamento deve ser elaborado já no início do projeto e não em seu final.
• Estudos de mercado projetados para produzir informações essenciais para ações de
marketing devem estar embutidos no projeto durante todo o seu desenvolvimento.
• A força de vendas e demais pessoas da linha de frente devem ter engajamento do
marketing e, portanto, podem fazer parte da equipe de planejamento do projeto.
7) Seja rápido
Por sua vez, segundo Kloter e Keller (2006), a inovação em produtos é uma
necessidade para a sobrevivência das empresas, pois todo produto tem um ciclo de
vida composto por quatro fundamentos:
FONTE: <https://lirp-cdn.multiscreensite.com/87c8e234/dms3rep/multi/opt/ciclo-de-vida-do-produto-
1080x494-960w.png>. Acesso em: 19 jun. 2020.
182
Conforme Aranda (2009), a inovação de produtos pode ser compreendida em
função do grau das mudanças provocadas em aspectos como: vantagem do produto;
capacidades tecnológicas e padrões de utilização do consumidor. Por fim, Kotler e Keller
(2012, p. 619), baseados em Cooper (1998), sugerem dez maneiras de ter grandes ideias
para novos produtos:
DICA
Veja também a tese de doutorado de, Mariela Haidée Aranda
intitulada A importância da criatividade no processo de inovação (PI).
Com essa leitura, você vai aprofundar os fatores que tornam a
criatividade um elemento fundamental para o a inovação.
183
Pode-se perceber, também a importância das inovações tecnológicas do ponto
de vista dos valores de mercado ao identificarmos quais seriam as marcas mais valiosas
do mundo hoje.
IMPORTANTE
Veja a lista das 10 marcas mais valiosas do mundo, segundo a Brand Finance:
FONTE: <https://www.infomoney.com.br/consumo/este-grafico-
mostra-as-100-marcas-mais -valiosas-do-mundo-em-2020/>.
Acesso em: 19 jun. 2020.
O pesquisador francês Thomas Piketty em seu livro, O Capital no século XXI (2014),
mostra que o sistema capitalista permite mais concentração de renda e desigualdade
social do que crescimento econômico. Ou seja, o incentivo à inovação tecnológica para
incremento do sistema capitalista apenas produz mais desigualdade social.
184
De que serve o desenvolvimento industrial, de que servem
todas as inovações tecnológicas, todo esse esforço, todos esses
deslocamentos populacionais, se ao cabo de meio século de
crescimento da indústria, a situação das massas continua tão
miserável quanto antes [...] (PIKETTY, 2014, p. 16).
A seguir, no próximo tópico, vamos verificar que existem diversas barreiras que
podem comprometer o desenvolvimento da cultura da criatividade e inovação dentro
das organizações.
185
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A partir de indicadores CQQ e ICC os fatores que estimulam a criatividade são: ambiente
físico adequado; clima social favorável entre colegas de trabalho; incentivo a novas
ideias; liberdade de ação, atividades desafiantes; salários e benefícios adequados;
ações da chefia e da organização em apoio a ideias novas; disponibilidades de recursos
materiais. E os obstáculos à criatividade são: bloqueio a ideias novas; excesso de
serviço e escassez de tempo; resistência a ideias novas; problemas organizacionais.
• As opções, de acordo com o Manual de Oslo (OCDE, 2005), para inovação em produto
são:
◦ criação de produtos novos: criam um novo mercado;
◦ linhas de produtos novos: permitem a empresa entrar em mercados existentes,
mas ainda novos para ela;
◦ acréscimos a linhas de produtos já existentes;
◦ aperfeiçoamento e revisão de produtos existentes;
◦ reposicionamentos: redirecionam produtos para novos mercados ou segmentos;
◦ reduções de custo: criação de novos produtos, semelhantes aos existentes, mas
com custos menores.
186
AUTOATIVIDADE
1 O Fórum Econômico Mundial (2016) enfatiza a importância da criatividade para as
organizações, para tal ele lista dez habilidades esperadas para profissionais do futuro.
Com base em tais competências, assinale a alternativa correta:
( ) Gestão de pessoas.
( ) Pensamento crítico.
( ) Resolução de problemas complexos.
( ) Apatia-Trabalho em equipe.
( ) Inteligência emocional.
a) ( ) V – V – F – F – V.
b) ( ) V – V – V – F – V.
c) ( ) V – F – V – F – V.
d) ( ) V – V – V – V – F.
e) ( ) F – V – F – V – V.
2 Conforme descrito por Figueiredo (2017), Ekvall (1996) criou uma escala visando
medir no ambiente de trabalho alguns fatores que podem influenciar no processo
de criatividade e inovação, denominada CQQ (Creative Climate Questionnaire). Quais
são esses fatores?
a) ( ) E – E – O – O – E.
b) ( ) E – O – O – O – E.
c) ( ) E – O – O – E – E.
d) ( ) O – E – O – O – E.
e) ( ) E – O – E – O – E.
187
188
UNIDADE 3 TÓPICO 4 —
BARREIRAS DA CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Compreendemos, no decorrer desta unidade, como o processo criativo é
desenvolvido em cada pessoa. Contudo é necessário termos em mente que existem
algumas barreiras que impedem tal processo.
Outro fator importante que iremos abordar são as atividades que podemos
realizar para exercitar a criatividade, sendo alguns deles: leitura, escrita, jogos, ouvir
música, pesquisa fonte de dados, entre outros exemplos que serão descritos no decorrer
deste tópico.
189
Nos estudos iniciais sobre criatividade, a abordagem sobre as barreiras era
apenas individualista, uma vez que o processo criativo era entendido como individual,
deduzia-se que suas barreiras também eram internas, restringindo os estudos a uma
visão unidimensional. Todavia, passou-se a perceber que o bloqueio aconteceria por
estar ligado a aspectos sociais, culturais, momentos históricos, entre outros (GUERRA;
JOLY, 2005).
190
Vamos conhecer um pouquinho mais sobre alguns tipos de barreira de acordo
com Dias (2017) e Guerra e Joly (2005).
191
QUADRO 4 – AÇÕES PARA ENFRENTAR AS BARREIRAS DE CRIATIVIDADE
BARREIRAS AÇÕES
Podem ser trabalhadas com atividades em grupo, focadas em solução
Barreiras de de problemas, com foco no uso do conceito de empatia. As pessoas
percepção devem ser estimuladas a registrar suas percepções e não apenas fatos
e dados.
Deixar claro os objetivos da organização, reconhecer o erro como
oportunidade de aprendizado e dar autonomia para as pessoas para
Barreiras emocionais
que se sintam desafiadas, com o consequente reconhecimento, não
só de resultados, mas também de esforços.
É importante ter as lideranças como exemplo, sendo essencial para
combater as barreiras culturais. Os tabus organizacionais devem
ser debatidos, até que se chegue as reais causas destes modelos
mentais, e o uso dos 5 Porquês. Os “5 porquês” é uma técnica que
objetiva encontrar a causa de um defeito ou problema. Ela parte da
Barreiras culturais
premissa inicial, que após perguntar 5 vezes o porquê um problema
está acontecendo, será determinada a causa raiz do problema ao invés
da fonte de problemas. Ela costuma dar bons resultados. O modelo
de gestão não deve ser uma camisa de força, e sim um fio condutor,
resistente, mas flexível.
Fugir de ações que isolam as pessoas, de atividades altamente
especializadas e não conectadas na forma de processos, de ilhas
Barreiras ambientais
de conhecimento. Criar um ambiente de trabalho que não cause
sofrimento.
São combatidas com comunicação confiável, atualizada e acessível a
Barreiras intelectuais todos. A linguagem usada deve ser tão simples quanto possível, do
jeito que as pessoas entendam, sem eufemismos.
ESTUDOS FUTUROS
Outras barreiras da criatividade são: falta de tempo; falta de
referência; conformismo; insegurança; medo do ridículo; tradição;
autoridade; e ciúme.
192
FIGURA 12 – FATORES QUE CONTRIBUEM PARA EXERCÍCIO DA CRIATIVIDADE
193
• Escutar músicas: estudos demonstram que ouvir músicas incentiva a criatividade.
Assim, você pode encontrar novos sentidos e até mesmo achar uma solução ou uma
nova ideia de produto.
• Assistir a filmes: os filmes são obras que incentivam o processo criativo, assista aos
filmes, observe todos os detalhes, como os efeitos especiais utilizados, a trilha sonora
escolhida, recursos de iluminação, movimentação das câmeras, a fotografia, entre
outros.
• Dormir bem: uma boa noite de sono tem inúmeros benefícios, para a criatividade
não é diferente. Dormir bem contribui para melhor funcionamento do cérebro,
conseguindo, assim, analisar melhor as situações com mais assertividade. Outro fator
que pode auxiliar é tentar lembrar do sonho, a partir da lembrança dele você pode ter
uma inspiração.
• Hábito da leitura e escrita: a leitura e escrita contribuem para a criatividade. Durante
a leitura, o cérebro consegue recriar cenários e situações. Nesse viés, recomenda-se
ler pelo menos um livro por mês. Todavia desenvolver o hábito da escrita é mais difícil,
mas que ajuda você a sair da zona de conforto.
• Aproveitar o tempo de lazer: aproveitar o tempo de ócio pode contribuir para
aprimoramento de uma mente criativa. Para isso, aproveite o tempo vago para realizar
pesquisa na internet, uma ótima propulsora da criatividade.
• Organizar: a organização incentiva a criatividade, o surgimento de ideias novas.
Sabendo onde as coisas estão, além de otimizar seu tempo, contribui para exercício
do cérebro.
• Desafiar a si mesmo: impor limites desafiadores é uma maneira de aprender coisas
novas e não permanecer sempre parado no quesito profissional. Então sempre aprenda
novas coisas, tanto na área pessoal ou profissional, isso contribui significativamente
para novos conhecimentos e consequentemente para maior criatividade e inovação.
• Gostar das atividades que realiza: quanto mais você gosta de uma atividade, você
sente mais prazer ao realizá-la e o resultado é melhor. Goste do que faz e, se estiver
em um trabalho que não o agrade, procure uma alternativa.
• Informação: estar informado sobre os diversos assuntos contribui na maneira de
conversar, e interagir com as pessoas, auxiliando para obter novas ideias.
• Buscar novas experiências: novas experiências são uma poderosa fonte para
inovação. Contribui para novos conhecimentos e habilidades, e consequentemente
novas ideias, e soluções.
• Relaxar: para estimular a criatividade, manter um estado de espírito de tranquilidade
é fundamental. Por isso, mesmo com a estressante rotina que a maiorias das pessoas
estão acumulando, tente relaxar, ver o lado bom das coisas, aprender com os erros e
passar pelas dificuldades tentando encontrar o ponto de vista positivo.
• Ser curioso: a vontade de sempre tentar saber o “por que” das coisas é essencial.
Isso gera mais conhecimento, mais exercício para o cérebro e novas fontes para ser
uma pessoa mais criativa e inovadora.
• Resolver palavras cruzadas: as palavras cruzadas contribuem para exercitar o
pensamento criativo.
194
• Jogar: os jogos auxiliam para exercitar o cérebro, e assim impulsionam o surgimento
de novas ideias.
• Conhecer o mundo: conheça o mundo em que vive e explore-o, isso é essencial.
Aproveite para viajar, conhecer diferentes culturas e situações.
Carlos Tadeu da Silva Organização e método são fatores essenciais para um bom
profissional de inovação, segundo Silva. “Ao contrário do que muita
Diretor de tecnologia gente pensa, criar não é um processo caótico, é muito racional”,
para refrigeração e ar explica. Contudo, a disciplina não pode endurecer o processo. “Você
condicionado da Whirlpool não pode ter medo de errar, ou só colocar na mesa de discussão
Latin America. as ideias que ‘fazem sentido’”, diz ele.
Como mediador de workshops de inovação, o executivo acredita
na importância da diversidade como um dos grandes combustíveis
Rony Sato para novas ideias. “É preciso dar abertura para que todos participem
da discussão e tragam pontos de vista muitas vezes antagônicos
Gerente de tecnologia e sobre o assunto”, explica. Além disso, ele menciona o papel do
inovação da BASF para a envolvimento emocional para o processo criativo. “Você precisa
América do Sul. acreditar na missão do projeto, enxergar um propósito importante
por trás de tudo aquilo”, diz Sato. “Inovação depende muito de
motivação”.
Na visão de Durlacher, formular soluções originais — e viáveis — é
Camila Durlacher sempre um trabalho coletivo. “Somos mais criativos quando temos
outras pessoas ao nosso redor, que nos dão respostas para o que
Diretora de P&D da 3M não sabemos, e nos fazem perguntas sobre o que achamos que
do Brasil. sabemos”, explica. “Sem colaboração, fica muito difícil ter uma
ideia realmente boa”.
Estar bem informado é uma condição essencial para promover a
inovação, segundo o executivo. “Você precisa ter um amplo leque
Eduardo Conejo de informações e referências para fazer associações de ideias”,
afirma. “Quanto maior o seu repertório, mais facilmente você poderá
Gerente sênior de inovação cruzar áreas do conhecimento e chegar a novas conclusões”.
da Samsung América Para alimentar sua criatividade, Conejo cultiva leituras ecléticas,
Latina. de artigos acadêmicos a notícias sobre assuntos aparentemente
desconexos da sua área. Para ele, informação nunca é demais:
quando menos se espera, ela pode ser a chave de um problema.
195
Para gerar inovação, um profissional precisa se sentir bem no seu
ambiente de trabalho, isto é, ter a certeza de que suas contribuições
Daniel Rosa serão ouvidas e apreciadas”, afirma o executivo. Ter autonomia para
Gerente de agir — sem precisar pedir “licença” — é outro ponto fundamental.
desenvolvimento para Rosa também destaca a importância de não ter medo do fracasso.
TV e mídia da Ericsson. “Se você só aposta em projetos seguros, não rompe com nenhum
paradigma”, explica. “A inovação começa com ideias loucas,
absurdas”.
Ex-líder de uma banda de rock, o executivo acredita que a rebeldia
e a polêmica são ingredientes importantes para a inovação.
“Apresento as ideias mais extravagantes para a minha mãe”, conta.
Caito Maia “Se ela fica espantada, sinto que é um caminho que devemos
Presidente da Chilli Beans. perseguir”. Ele também diz que gosta de estar perto de pessoas
criativas. “Para alimentar o meu espírito inovador, eu me cerco
de gente que respira criatividade, como publicitários, arquitetos
e designers".
Tanaka acredita que a criatividade para criar novos produtos e
Graciela Tanaka serviços se alimenta da empatia. “Para ter boas ideias, você precisa
se colocar no lugar do consumidor”, afirma. Ela também destaca
Diretora de operações do a importância da insatisfação com o status quo. “É importante
Grupo Netshoes. olhar para as tecnologias já empregadas e acreditar que sempre é
possível melhorá-las”, diz a diretora.
FONTE: Adaptado de Gasparini (2016)
FONTE: <https://kdfrases.com/frases-imagens/frase-o-segredo-da-criatividade-esta-em-dormir-bem-e-
abrir-a-mente-para-as-possibilidades-infinitas-o-albert-einstein-91259.jpg>. Acesso em: 24 jun. 2020.
196
4 IMPORTÂNCIA DA CRIATIVIDADE NAS EMPRESAS
Como já enfatizamos, a criatividade possui grande valor universal, uma vez que
possibilita a ocorrência de mudanças, de transformações, e que visam sempre solucionar
problemas e otimizar processos. Essa capacidade pode ser mais desenvolvida em
algumas pessoas do que em outras, todavia, existem alguns exercícios que incentivam
seu aprimoramento.
Para ter sucesso no atual mercado de trabalho, ter uma equipe criativa e
inovadora faz toda a diferença, contudo, é essencial que os líderes realmente conheçam
as pessoas que fazem parte da equipe, e que dê chances para que elas possam
desenvolver a criatividade. Outro item importante destacado por Pires (2018), é estimular
a criatividade em reuniões com o intuito de ouvir novas ideias e sugestões da equipe.
Nesse viés, os pilares para inovação e criatividade nas empresas são uma
comunicação eficiente e efetiva entre todos os setores, uma boa organização das
estratégias para assim poder pôr em prática as boas ideias, o constante controle das
atividades, a análise dos resultados e o justo reconhecimento dos colaboradores
responsáveis pela inovação (LAFS, 2019).
197
FIGURA 14 - PILARES DE INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE
198
FIGURA 15 - RELAÇÃO CRIAÇÃO, INOVAÇÃO E SUCESSO COMERCIAL
FONTE: <https://www.folhavitoria.com.br/economia/blogs/gestaoeresultados/wp-content/
uploads/2012/11/digitalizar0011.jpg>. Acesso em: 19 jun. 2020.
Além disso, organizar o tempo dos colaboradores para que eles tenham
condições de pensar em soluções inovadoras, faz toda a diferença. Mas não adianta
mudar toda a cultura da empresa se, na prática, o gestor não aceita mudanças e a
implementação de soluções criativas e o time possui resistência (LAFS, 2019).
199
IMPORTANTE
A criatividade tem a ver com o ato de criar algo e a inovação tem a
ver com o que se faz com aquilo que se criou. Nicolau Copérnico
teve um pensamento criativo e, através de seus estudos, construiu
a ideia de que a terra gira em torno do sol, contudo, a inovação só
aconteceu quando sua pesquisa foi publicada 26 anos mais tarde,
por Johann Abrecht Widmanstadt.
Por fim, também é importante oferecer um bom equilíbrio entre a vida profissional
e pessoal. Essa ação não só ajuda a eliminar o estresse como desenvolve o ambiente
propício para ser mais criativo e inovador (SITEWARE, 2018).
200
LEITURA
COMPLEMENTAR
Principal tipo de inovação
OCDE
[...]
201
As inovações de produtos no setor de serviços podem incluir melhoramentos
importantes no que diz respeito a como elas são oferecidas (por exemplo, em termos de
eficiência ou de velocidade), a adição de novas funções ou características em serviços
existentes, ou a introdução de serviços inteiramente novos. São exemplos as melhorias
significativas em serviços bancários via internet, tais como um grande aumento na
velocidade e na facilidade de uso, ou a introdução de serviços de retirada e devolução
em casa que melhoram o acesso de clientes a carros de aluguel.
[...]
202
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
203
AUTOATIVIDADE
1 Neste tópico, algumas barreiras da criatividade, principalmente no ambiente
organizacional, foram encontradas. Identifique e descreva as principais barreiras
mensuradas por Hicks (1991).
204
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