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Sistemas:
Informática
Industrial
Prof. Andrey Pimentel Aleluia Freitas
Indaial – 2020
1a Edição
Elaboração:
Prof. Andrey Pimentel Aleluia Freitas
F866a
ISBN 978-65-5663-172-1
ISBN Digital 978-65-5663-173-8
CDD 004
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Olá, caro acadêmico! Seja bem-vindo a esta nova disciplina em seu curso.
Estaremos juntos no desenvolvimento de conceitos relativos à disciplina de Automação
de Sistemas: Informática Industrial.
Bons estudos!
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ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 223
UNIDADE 1 -
SISTEMAS DE PRODUÇÃO
INDUSTRIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
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2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, seja bem-vindo ao conteúdo do Tópico 1 desta unidade de
estudos. A proposta deste tópico é apresentar noções elementares da origem e evolução
dos sistemas de produção industrial, além da formação dos ambientes que os cercam.
Serão abordadas questões relacionadas aos fatos históricos que deram origem aos
aspectos da filosofia de produção e operações na indústria, sob o contexto estrutural
de organização do trabalho e dos ambientes. Além disso, serão abordadas questões
explicativas relacionadas aos conceitos básicos que promovem melhor entendimento
da disciplina, de forma que possibilitem aplicação na carreira profissional.
A visão tradicional da gestão da manufatura teve seu início no século XVIII, quando
Adam Smith reconheceu os benefícios econômicos da especialização do trabalho.
Sua proposta sugeria a divisão de tarefas em subtarefas, em que os trabalhadores se
tornassem altamente qualificados e eficientes naquilo que eram direcionados a fazer. No
começo do século XX, Frederick Taylor adaptou as teorias de Adam Smith e desenvolveu
um sistema de gerenciamento de manufatura sub uma abordagem científica.
2 REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Embora o conceito de revolução seja associado a um evento repentino, os
movimentos industriais que resultaram nas revoluções industriais evoluíram a partir de
processos sequenciados, e não apresentaram essa característica. Muitos historiadores
enxergam a revolução como uma abreviação de fatos históricos estruturados em
grande escala.
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A Revolução Industrial fomenta alterações em diferentes processos que, de forma
conjunta, desencadearam o desenvolvimento econômico em diversos países europeus –
pode-se destacar esse aspecto como o mais relevante da proposta revolucionária.
A história mostra que não havia, antes do século XVIII, um mecanismo específico
responsável por aspectos relacionados ao crescimento sustentável que pudesse ser
implantado para obter resultados a longo prazo. Os impactos provocados pela Revolução
Industrial somente puderam ser percebidos em meados do século XIX, quando
as mudanças de comportamento da sociedade passaram a ser influenciadas pela
elevação dos aspectos econômicos, impactados pelos processos de industrialização
– o crescimento e a expansão do setor industrial em relação aos demais setores da
economia britânica.
A ascensão da energia industrial dos EUA nos séculos XIX e XX também superou
muito os interesses dos países europeus. Além disso, o Japão aderiu aos conceitos
propostos pela Revolução Industrial e obteve impressionante sucesso inicial. Na Europa
Oriental, as mudanças não foram tão aceleradas e impactantes como na Ocidental.
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Embora a considerável eficácia dos seus conceitos tenha potencializado
os desenvolvimentos econômico e industrial em muitos países europeus, o primeiro
movimento da Revolução Industrial serviu como idealizador de um novo movimento
nascido no final do século XIX, com sua estrutura fundamentada nos mesmos moldes
e propósitos do movimento original. Esse movimento passou a ser conhecido como
Segunda Revolução Industrial e passou a explorar os recursos naturais e sintéticos que,
até então, não eram utilizados na época. Dentre seus principais recursos, destacam-
se: metais leves, produtos sintéticos e fontes de energia elétrica. Como consequência,
destaca-se, ainda, o desenvolvimento de maquinários e ferramentas para implantação
de processos automáticos de fabricação.
IMPORTANTE
Novos conceitos surgem em alinhamento com o movimento da
Segunda Revolução Industrial, fazendo com que as propriedades
de origem oligárquica que contextualizavam o cenário industrial
em meados do século XIX passassem a constituir uma distribuição
mais abrangente das propriedades, por meio de aquisição de ações
ordinárias estabelecidas por indivíduos ou por instituições de seguros.
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Tal fato passa a ser revertido no início da década de 1980, quando os Estados
Unidos e o Reino Unido entendem essa necessidade de intervenção para o propósito
inicial (TSUTSUI, 1998).
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3 SÍNTESE DAS DIFERENTES REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS
As várias tentativas de explicar a Revolução Industrial podem ser descritas
por modelos. Um modelo histórico ou econômico pode ser simplificado de forma a
representar um conjunto de processos históricos ou econômicos ao longo de um
determinado período – nesse caso, os processos que provocaram o surgimento e a
evolução da Revolução Industrial. Um modelo fornece um esboço esquemático que
mapeia a abrangência da realidade – ou daquilo que seu criador pensou da realidade.
Todo modelo surge a partir da existência de teorias que buscam explicar cada
elemento envolvido, descrevendo, detalhadamente, as etapas dos processos até o
seu entendimento. Tratando-se das Revoluções Industriais, muitas teorias diferem, no
entanto, esse é um motivo para discordância, entre diferentes escritores, a respeito do
crescimento econômico proporcionado pelos diferentes modelos gerados.
Os fatores associados ao trabalho são mais diretos e específicos, uma vez que
suas propriedades e relevância são preponderantes para os aspectos econômicos e
sociais; porém, assim como em qualquer contexto, existem complexidades relacionadas
ao grau de qualificação profissional dos envolvidos.
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4 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS CONCEITOS
DE PRODUÇÃO
As décadas de 1970 a 1990 foram um período de crescimento mais lento e
crescente em desigualdade de renda. Durante esse período, o sistema de organização da
produção e do consumo sofreu, talvez, uma segunda transformação, que prometia uma
segunda explosão de crescimento econômico. Esse novo sistema é frequentemente
chamado de "Sistema Flexível de Produção" (FSP) ou "Sistema de Gerenciamento
Japonês". No lado da produção, o FSP é caracterizado por reduções drásticas nos custos
e despesas gerais de informação, Gerenciamento da Qualidade Total (TQM), controle e
ressuprimento imediato de estoques (just-in-time) e grupos de trabalho sem líderes;
do lado do consumo, pela globalização dos mercados de bens de consumo, ciclos de
vida mais rápidos dos produtos e segmentação e diferenciação de produtos/mercados
muito maiores (TSUTSUI, 1998).
Por mais de meio século, o modelo de produção desenvolvido por Henry Ford,
aclamado como impulsionador do poder econômico da indústria americana, foi o
paradigma dominante na economia mundial.
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montagem. Críticos destacam que a retórica participativa dos japoneses nos locais
de trabalho é falha, pois os trabalhadores realizam tarefas repetitivas, fragmentadas e
supervisionadas de perto por chefes, assim como adotado pelo modelo americano.
4.1 TAYLORISMO
A administração industrial americana, até pouco tempo, era considerada como
uma medida do progresso e servia como referencial inspiração para gestores e líderes ao
redor do mundo. A Gestão Científica ou Taylorismo, desenvolvida por Frederick Winslow
Taylor, foi considerada uma das mais dominantes e, ao mesmo tempo, contestáveis
filosofias de gestão americana antes da Segunda Guerra Mundial – ao ponto de influenciar
diretamente o modelo da manufatura em massa difundida pelo Fordismo.
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4.2 FORDISMO
O termo fordismo está associado ao sistema de produção e consumo em
massa característico de economias altamente desenvolvidas durante as décadas de
1940 a 1960. Sob o fordismo, o consumo em massa, combinado com a produção em
massa, produziu crescimento econômico e avanço generalizado nos bens de consumo
americanos. Henry Ford já foi um símbolo popular da transformação de uma economia
fundamentalmente agrícola para industrial, de produção em massa e economia de
consumo em massa. A história mostra que a Ford foi uma das forças criativas que
impulsionaram o crescimento e o desenvolvimento da indústria automobilística,
tornando-a referência de atividade de manufatura no mundo, servindo como referencial
para outros tipos de indústria.
10
FIGURA 2 – LINHA DE PRODUÇÃO DO MODELO-T
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/fo/rd/fordismodecada20bb.jpg>.
Acesso em: 14 set. 2020.
INTERESSANTE
Quando iniciou sua linha de montagem, a histórica fábrica da Ford
(Palácio de Cristal, em Michigan) reduziu o tempo necessário de
montagem do Ford Modelo-T de 12 horas e meia para notáveis 93
minutos. Isso refletiu um crescimento do volume de produção, que
saiu das quase 100 unidades por dia para cerca de 1000 unidades
diárias (HOUNSHELL, 1984).
Por fim, dentro da sua filosofia de produção, a Ford instituiu o modelo integrado
verticalmente da cadeia de suprimentos para a produção dos seus carros. Essa ideia
era fundamentada por duas razões principais: primeiro, para aperfeiçoar técnicas
de produção em massa, conseguindo alcançar considerável economia por meio do
controle integral dos processos; segundo, dadas as capacidades de processamento de
informações da época, além do ceticismo da Ford relativo à contabilidade e às finanças,
a supervisão direta poderia coordenar, com mais eficiência, o fluxo de matérias-primas
e componentes através do processo de produção do que os relacionamentos de longa
distância. Certamente, essa integração vertical total exigia a organização de um grande
número de atividades e de funcionários com diversos níveis de especialistas, além de
líderes e gerentes de equipes classificados e enquadrados sob um esquema hierárquico
dentro do conceito organizacional.
11
mais do que uma confederação frouxa de empresas de automóveis e de peças para
carros. Sloan reposicionou as montadoras para criar uma gama de produtos de cinco
modelos, da Chevrolet à Cadillac, e estabeleceu um arranjo de controle administrativo
radicalmente descentralizado.
4.3 TOYOTISMO
O Sistema Toyota de Produção (STP), ou método Flexível de Produção, a
segunda das grandes transformações do século XX na organização do trabalho, foi,
como a produção em massa, trazida à nossa atenção por uma revolução na indústria
automobilística. Nessa revolução, a produção em massa e seu campeão, a poderosa
General Motors, foram totalmente encaminhados pelo Sistema Toyota de Produção.
12
A tecnologia da informação também deu origem a novos modos de organização
interna, que evidenciam equipes multidisciplinares, cujos integrantes são orientados a
trabalhar juntos desde o início de um trabalho até a sua conclusão. Em parte, porque os
sistemas modernos de informação e os sistemas especialistas o tornam eficiente para
impulsionar o exercício do julgamento para a organização, para as equipes que fazem
o trabalho de uma organização. Como Zuboff (1988) explica, operações eficientes no
local de trabalho moderno exigem uma distribuição mais igualitária de conhecimento,
autoridade e responsabilidade. Isso significa desmantelar a mesma hierarquia gerencial
que uma vez trouxe grandeza.
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5 FUNDAMENTOS ORGANIZACIONAIS
Antes do século XX, a manufatura era um capital intensivo de atividade. Como
vimos anteriormente, o modo rígido de produção em massa substituiu os pequenos
lotes de fabricação sob encomendas artesanais. Em 1920, o aquecimento da economia
americana, através da produção em larga escala de eletrodomésticos e veículos a motor,
proporcionou o aumento da renda familiar e estabilização econômica do país.
No início dos anos 1980, entendia-se que uma nação podia prosperar sem
uma forte base industrial, sobrevivendo somente de serviços complementares
disponibilizados ao mercado. Felizmente, esse conceito foi profundamente rejeitado
durante a década de 1990. As concepções da época apontam para a relevância da
manufatura para os aspectos econômicos e sociais de um país.
14
Uma planta de fabricação industrial é constituída por um conjunto de processos
e sistemas projetados para transformar uma variedade limitada de materiais em
produtos com valor agregado aos clientes. Esses três elementos – materiais, processos
e sistemas – apresentam um elevado grau de interdependência e constituem um
ambiente de produção moderna (FONGNH, 2005).
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Para superar as limitações dos seus ambientes produtivos, as empresas devem
adotar estratégias competitivas, estabelecendo uma visão clara para os objetivos
estabelecidos. Essas estratégias devem contemplar a variedade de incertezas presentes
nos ambientes internos e externos, do nível operacional ao estratégico. Isso inclui todas as
decisões ao nível de integração vertical, de instalações e capacidade produtiva, tecnologia
e força de trabalho, e, claro, estruturação completa do ambiente organizacional.
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Surgem, no século XX, três modelos de produção que passam a nortear todos os
conceitos relacionados a sistemas produtivos, impactando diretamente a economia
mundial: Taylorismo, Fordismo e Toyotismo.
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AUTOATIVIDADE
1 Quais são as principais características da produção de bens e artefatos antes da
Revolução Industrial?
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UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
SISTEMAS DE PRODUÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico, seja bem-vindo ao Tópico 2! Os temas relacionados aos
diferentes sistemas de produção adotados por empresas estão em constantes
processos de desenvolvimento e evolução. O mundo contemporâneo é caracterizado
por elevados níveis de competitividade entre as organizações nos diversos setores e
segmentos da economia. Dessa forma, conquistar espaços e se manter competitivo em
um mercado altamente disputado requerem entendimento aprofundado dos conceitos e
das ferramentas elementares para estruturar e auxiliar as estratégias das organizações.
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À medida que o setor de serviços se tornou mais proeminente na economia
mundial, a ideia de produção passa a ser entendida como operação, enfatizando a
relevância da sua ampliação para as estratégias das organizações. A segunda mudança
contemplou a importância da síntese nas práticas gerenciais, antes limitadas somente
pela análise dos ambientes (FONGNH, 2005).
FONTE: O autor
20
2.2 PROCESSOS DE PRODUÇÃO
O design do sistema de planejamento e controle dos processos é impactado por
vários fatores. Dentre os mais críticos, destacam-se o volume e a variedade dos produtos
fabricados. Essas questões tendem a ser potencializadas pelo nível de relacionamento
com os clientes. Essa extensão do cliente influencia os processos de produção e tende
a ser descrita pelas seguintes categorias destacadas (GROOVER, 2010):
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categoria geralmente é chamada de lote, pois os produtos geralmente são fabricados
em lotes discretos. Por exemplo, um processo em lote pode criar várias centenas de
um modelo de produto, levando muitas horas antes de mudarem a configuração para
produzir outro lote de um modelo ligeiramente diferente. Alguns processos em lote
podem ser MTO ou MTS, mas esse ambiente geralmente é adequado ao ambiente ATO.
• Processamento repetitivo ou por fluxos: como o nome indica, é utilizado
para o processamento de grandes volumes e poucas variedades de produtos.
Seus equipamentos tendem a ser altamente especializados e caros, não exigindo
qualificação da mão de obra. As despesas com os equipamentos especiais são
colocadas na categoria de custos indiretos, o que faz com que o custo relativamente
fixo seja distribuído rateado pela escala de produção, reduzindo o custo unitário e
tornando o preço competitivo. O processamento repetitivo é, geralmente, aplicado na
produção para estoque (MTS).
• Processamento contínuo: assim como no processamento por projetos, esse tipo
de processo está em um extremo dos tipos de processamento, tendo seu foco em
atividades altamente especializadas. Sua aplicação é direcionada a processos com
alto volume de produtos.
ATENÇÃO
O objetivo elementar do gerenciamento da produção é atender à
demanda de serviços e mercadorias com as características de qualidade
adequadas, em quantidades corretas, dentro dos prazos definidos,
dentro do menor custo possível.
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A qualidade do produto passa a ser definida em função das necessidades ou
expectativas dos clientes ou do mercado. Essa qualidade passa a ser determinada pelo
custo da produção da mercadoria e das características técnicas definidas por requisitos
específicos, que variam conforme a característica dos clientes. Nesse sentido, a
organização da produção deve disponibilizar as quantidades exatas de produtos,
conforme definições.
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É natural que, à medida que as ações evoluam, muitas intervenções devam ser
realizadas pela gestão de operações para haver o alinhamento dos processos dentro do
planejamento. De modo a simplificar a solução dessas dificuldades, deve-se consultar
modelos de planejamento agregado que possam auxiliar na identificação de alternativas
que viabilizem a redução dos custos dentro dos prazos estabelecidos.
FONTE: O autor
24
FIGURA 5 – ESTRUTURA DO GERENCIAMENTO DA PRODUÇÃO E DAS OPERAÇÕES
FONTE: O autor
IMPORTANTE
A seleção do local é um ponto-chave, pois engloba a construção das
instalações e grandes investimentos em equipamentos e maquinários.
A escolha de um local inadequado pode levar ao desperdício de
diversos recursos e comprometer todos os investimentos feitos
na planta industrial. Portanto, a localização da planta é elemento
fundamental para a expansão dos negócios.
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O layout de uma planta industrial está relacionado com o arranjo das
instalações. Sugere a configuração dos diversos departamentos, estações de trabalho,
além da organização dos equipamentos e maquinários nos processos de produção. O
objetivo geral do estudo de layouts de uma planta é projetar um arranjo físico que
atenda aos aspectos econômicos e eficazes de qualidade e quantidade de saídas dos
processos produtivos.
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O planejamento e o controle da produção podem ser definidos como um método
para identificar as demandas, planejar e programar a produção com antecedência, definir
a sequência de cada item, relacionando seus prazos de disponibilização, para fornecer
ordens de produção e acompanhar o andamento dos fluxos de acordo com as ordens.
Planejar é decidir com antecedência o que fazer, como fazer, quando e quem
deve fazer. Sua proposta deve preencher a lacuna existente nos questionamentos
básicos de onde estamos e para onde queremos ir. Isso torna possível que se saiba
exatamente onde se quer chegar, além da real posição atual.
A roteirização pode ser definida como a seleção dos caminhos que cada item
segue na produção, de modo que seu sequenciamento atenda às diferentes demandas
das etapas de transformação para os produtos acabados. Esse sequenciamento define
o mais caminho mais vantajoso a ser seguido até a matéria-prima chegar à forma final.
• melhorar a receita das empresas, tornando a produção mais aceitável para os clientes,
ou seja, proporcionando vida longa, utilidade, manutenção etc.;
• reduzir o custo das empresas através da redução de perdas devido a defeitos;
• alcançar a permutabilidade de fabricação na produção em larga escala;
• produzir qualidade ideal a preço reduzido;
• garantir a satisfação dos clientes com produtos ou serviços com nível satisfatório de
qualidade e confiança.
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Gerenciamento de materiais é o aspecto da gestão de produção direcionado,
principalmente, à aquisição, ao controle e ao uso dos materiais necessários para atender
aos fluxos de bens e serviços conectados ao processo de produção. Seus principais
objetivos são:
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3.1 LAYOUT DE PRODUÇÃO
A análise de design ou arranjo das linhas de produção ou linhas de montagem
se refere, principalmente, ao tempo, à coordenação e ao equilíbrio entre os estágios
individuais dos diversos processos existentes no ambiente industrial. Para layouts de
processos, o arranjo associado aos departamentos e máquinas é um fator crítico, devido
à grande quantidade de transportes e manuseios envolvidos.
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Para sistemas de manufatura, os fluxos de materiais e os custos de transporte
podem ser estimados razoavelmente bem, por meio de roteiros históricos de produtos
ou técnicas de amostragem aplicadas aos funcionários. Pode ser difícil estimar,
com precisão, o fluxo de pessoas, especialmente em um sistema de serviços, como
um escritório comercial ou um prédio da administração da universidade, embora a
amostragem do trabalho possa ser usada para obter estimativas aproximadas. Os valores
e os custos apropriados nos diversos fluxos dos centros de trabalho são representados
por matrizes de fluxos, custo-fluxo ou gráficos de proximidade.
30
A operação da produção vem da relação homem-máquina, quando quase
sempre as máquinas estão realmente funcionando (agregando valor a alguma coisa),
porém, algumas outras vezes estão apenas se movendo, como muitas fábricas
introduzem constantemente novas máquinas para automatizar e reduzir os custos da
mão de obra. Essa visão é, em muitos casos, distorcida, quando os gestores descobrem
que surgem novas demandas para o trabalho humano. Talvez, uma determinada
máquina não consiga executar todo o trabalho conforme o planejamento, e exija alguma
assistência humana. Talvez, outra máquina produza itens com elevada quantidade de
defeitos e necessite de supervisão humana. Dessa forma, quando são avaliados os
custos, percebe-se que os resultados mostram prejuízos na tentativa de simplesmente
automatizar a produção.
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Nas linhas de montagem, o objetivo da Jidoka é fazer com que os operadores
pressionem o botão de parada (de emergência) sempre que um defeito ou tarefa
anormal ocorra. Depois de parar a linha, uma melhoria imediata é executada para mitigar
o problema. Importante destacar que esforços constantes devem ser mobilizados para
reduzir resíduos das operações e promover o aumento contínuo da produtividade.
Assim, as três principais funções da Jidoka podem ser resumidas em:
32
• Expansibilidade: crescimento e expansão são naturais para qualquer empresa de
manufatura. Eles são os indicadores da prosperidade de um negócio. Os seguintes
fatores devem ser lembrados se a futura expansão for prevista:
◦ A área do terreno deve ser grande o suficiente para atender às futuras necessidades
de expansão da empresa e acomodar as necessidades atuais.
◦ O design do edifício deve ser retangular. Formas retangulares facilitam a expansão
de qualquer lado.
◦ Se a expansão vertical for esperada, fortes fundações, suportes e colunas devem
ser construídos.
◦ Se a expansão horizontal for esperada, as paredes laterais devem ser feitas sem
suporte de carga, facilitando a remoção.
• Instalações dos funcionários e área de serviço: os funcionários devem ser
dispostos em locais adequados, pois o ambiente afeta diretamente a produtividade.
O plano de construção deve, ainda, incluir instalações para refeitórios, lanchonete,
bebedouros, área de estacionamento e lazer. O fornecimento dessas condições é um
requisito legal.
4.1 ILUMINAÇÃO
Estima-se que 80% das informações necessárias para a realização do trabalho
sejam percebidas visualmente. A boa visibilidade do equipamento, do produto e dos
dados envolvidos no processo de trabalho é um fator essencial para acelerar a produção,
reduzir o número de produtos defeituosos, reduzir o desperdício e evitar fadiga visual e
dores de cabeça entre os trabalhadores. Também podemos acrescentar que a visibilidade
e o brilho inadequados são frequentemente causadores de acidentes.
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4.2 CLIMATIZAÇÃO
O controle das condições climáticas no local de trabalho é outro aspecto de
suma importância para a saúde e o conforto dos trabalhadores, conferindo, ainda, a
manutenção dos níveis de produtividade. Com excesso de calor ou frio, os trabalhadores
podem ter desconforto e suas eficiências diminuírem. Além disso, essa situação pode
provocar acidentes.
34
5.1 MODELO DE DIMENSIONAMENTO DE LOTES
SEM CAPACIDADE
O primeiro modelo é o modelo de dimensionamento de lotes sem item, de nível
único e sem capacidade. Esse modelo é o principal subproblema no planejamento da
produção, porque é o problema resolvido repetidamente para cada item (dos produtos
finais às matérias-primas) no sistema de planejamento sequenciado das necessidades
do material.
ATENÇÃO
A capacidade de produção em cada período não é considerada no modelo
e, portanto, esse aspecto é considerado como infinito (LI; YANG; XU, 2014).
35
5.3 MODELO DE PLANEJAMENTO DE MATERIAIS
Os primeiros sistemas MRP foram lançados na década de 1970 e estavam
limitados à programação das ordens de compras ou de serviços que eram derivadas do
plano mestre de produção. Eles não incluíam planejamento de capacidade e feedback
dos dados da fábrica. Essas deficiências tornaram-se aparentes na década de 1980, e
capacidades adicionais foram acrescentadas aos pacotes básicos do MRP, incluindo
o planejamento de requisitos e capacidade e os controles de chão de fábrica. O termo
planejamento e programação de recursos de manufatura foi usado para distinguir
os sistemas aprimorados do planejamento dos requisitos iniciais de material e a
abreviatura MRP II foi adotada (LI; YANG; XU, 2014).
36
Na política de produção sob encomenda (MTO) ou montagem sob pedido
(ATO), algumas atividades ainda podem ser executadas após o pedido externo
dos produtos. O prazo de entrega é o tempo prometido aos clientes. Portanto, no
momento do pedido, a instalação deve manter estoque suficiente de matérias-primas
ou produtos semiacabados em estoque, de modo que o tempo de produção restante
seja necessário para finalizar os produtos acabados que foram solicitados.
37
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
38
AUTOATIVIDADE
1 Quais as principais características do gerenciamento da produção?
2 Quais as principais características que um prédio industrial deve ter para se mostrar
eficaz para uma unidade de produção industrial?
39
40
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
INFRAESTRUTURA INDUSTRIAL
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico, seja bem-vindo ao Tópico 3! Os temas relacionados aos à
infraestrutura industrial estão em constante processo de aprimoramento e evolução
para atender às demandas tecnológicas dos novos conceitos e das estruturas de
gestão avançadas.
41
As estruturas de arquitetura que representam a engenharia dos sistemas
podem contemplar diferentes pontos de vista. Assim, elaborar e aplicar pesquisas
pode auxiliar na identificação e definição das prioridades, conforme os pontos de
vista da gestão em relação às estruturas de arquitetura dos sistemas em execução.
A abordagem dos pontos de vista deve contemplar três grupos de dimensões
características (SENDLER, 2013):
42
A seleção ideal dos métodos de produção e dos recursos é definida e suportada
pelo planejamento das atividades dos processos. Por esse motivo, o processo de
design colabora com diferentes níveis de planejamento de processos, o que possibilita
obter gerar: planos genéricos para os processos decidindo as classes de processos,
de acordo com as características e restrições dos produtos que são associadas pelas
disponibilidade de capacidades da linha de produção; um macro plano de processos
que identifica as sequências de processos ideais para as restrições e precedência dos
produtos; planos detalhados dos processos alinhados com a alocação dos processos e
recursos específicos, dispositivos, utensílios ou ferramentas; e um micro plano específico
para as condições operacionais ideais e instruções das máquinas e equipamentos.
NOTA
A taxonomia é uma abordagem utilizada para descrever um sistema de
produção em termos de soluções funcionais e físicas. Que segue uma
estrutura de arquitetura focada apenas em um ponto de vista físico para
representar o sistema de fabricação nos níveis genéricos e de realização
dos processos.
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Dependendo do campo de atuação, diferentes tipos de objetos e interfaces
podem ser focadas no domínio físico (por exemplo, em um sistema informacional, objetos
são dados e procedimentos; em um sistema mecânico, objetos são características de
materiais; em um sistema de negócios, os objetos são financeiros, departamentais e
recursos humanos).
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• Uma coexistência de duas camadas no nível do subsistema: uma unidade de
produção, com um sistema de transporte interno ou um sistema tampão para
garantir o fornecimento contínuo de peças, que pode incluir outros dispositivos de
manipulação (por exemplo, robôs).
• O fluxo dos objetos de pode ser constituído por peças brutas, subprodutos, energia,
resíduos e controle de dados.
• Os componentes do sistema são os itens de controle do sistema de produção
(gerenciamento de operações e sistemas de fabricação), unidades de produção
(células ou estações de trabalho), sistema de armazenamento (armazéns e galpões) e
sistemas de transporte entre as unidades. Os sistemas de gerenciamento de resíduos,
os dados do transporte de redes (rede LAN) e a energia do sistema de transporte
também são componentes do sistema global.
• A caracterização física das unidades dispostas (layout), dentro do tipo de sistema e
do arranjo lógico que representa o sistema informacional (controle do sistema).
46
2.6 NÍVEL DO SUBSISTEMA: CLASSE DO SISTEMA
DE ARMAZENAMENTO
O objetivo básico de um local de armazenamento é garantir a integridade
dos estoques, garantir seu controle e fornecimento de peças, subprodutos ou
ferramentas. As etapas usuais de um processo de armazenamento são: unidades de
armazenamento, identificação e verificação da qualidade dos itens, determinando a
localização e o despachando.
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O design de um sistema de produção deve ter foco não apenas na produção do
próprio local, mas também nos fornecedores e consumidores. Em termos operacionais,
a preocupação fundamental deve estar no planejar do layout, nos fluxos de material
e informações, criando condições favoráveis para proporcionar alto desempenho
ao sistema de produção. Embora seja altamente relevante para a estratégia das
organizações, pouca atenção é geralmente dispensada aos projetos de sistemas de
produção (SENDLER, 2013).
48
A análise de um sistema de produção existente pode ser vista como um tipo de
autoavaliação. Neste processo estarão disponíveis ferramentas diversas que podem, por
exemplo, indicar progresso na alteração do sistema atual para um sistema produção enxuta.
A RPA objetiva avaliar até onde os sistemas de produção atual de uma empresa
podem, após o processo de alteração, aderirem aos conceitos da produção enxuta.
Existem ainda ferramentas para avaliação de toda a empresa, por exemplo, aspectos
de qualidade – Fundação Europeia para Gestão da Qualidade (EFQM) e Instituto Sueco
para o Desenvolvimento da Qualidade (SIQ). Essas ferramentas envolvem a avaliação de
todas as funções de uma empresa, porém sem incluir seções específicas para avaliação
dos sistemas de produção.
A análise de fluxo dos processos pode ser usada para investigar, de forma
imparcial, o sistema de produção existente, elucidando possíveis melhorias associadas
aos fluxos de materiais ou operação (SCHULZ; KHAWLI, 2015).
Os sistemas de produção são complexos devido aos muitos parâmetros que devem
atuar em paralelo. Acredita-se que esse aspecto seja fundamental para o surgimento de
diferentes problemas que ocorrem no gerenciamento da produção industrial.
50
2.11 ESTRUTURA LÓGICA NOS AMBIENTES
DE PRODUÇÃO
Muitas regras são a forma básica de representação do conhecimento em muitas
áreas relacionadas aos diversos ambientes de produção, incluindo sistemas de produção
assistidos por conceitos de inteligência artificial ou por tecnologias lógicas programação.
Apesar de seu amplo uso nos ambientes industriais, ainda há muita confusão
entre os diferentes tipos de regras tecnológicas aplicadas no ambiente de produção e
pouco acordo relacionado as suas reais propostas e expectativas para as organizações.
51
Sistemas de produção (CPPS) seguem a definição de Sistema Físico
Cibernético (CPS), que deve ser entendido como um sistema de entidades
computacionais colaboradoras que estão em conexão constante com o mundo físico
circundante com seus processos em andamento, fornecendo e usando (ao mesmo
tempo) serviços de acesso a dados e processamento de dados disponíveis na Internet.
52
Outra arquitetura utilizada para processos orientados a serviços, monitora
e controla os recursos, utilizando conceitos atuais focados na próxima geração de
SCADA industrial (Controle de Supervisão e Aquisição de Dados) e DCS (Sistemas
de Controle Distribuído).
A Internet das Coisas (IoT) pode ser definida como uma rede de objeções físicas,
na qual a internet é não apenas uma rede de computadores, mas uma evolução de redes
de dispositivos de todos os tipos e tamanhos, veículos, smartphones, eletrodomésticos,
brinquedos, câmeras, instrumentos médicos, industriais e animais, animais, pessoas,
edifícios, todos conectados, todas as informações de comunicação e compartilhamento
baseadas em protocolos estipulados para obter reorganizações inteligentes,
posicionamentos, rastreamento, segurança e controle em tempo real de pessoal por
monitoramento on-line, atualização on-line, controle de processos e administração.
53
3.1 OTIMIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO
EM OPERAÇÃO
As empresas de manufatura enfrentam um grande número de desafios em
diferentes níveis. No nível de gerenciamento, mudanças nas demandas dos clientes, um
ambiente dinâmico e problemas de qualidade exigem que adaptem e seus processos
mais rapidamente para novas condições de contorno para reorganizar o fornecimento,
bem como as turbulências no valor das redes de cadeias de fornecedores.
54
De acordo com os níveis de automação, a otimização pode ocorrer em diferentes
níveis, por exemplo, como sistema que suporta o operador humano, possibilitando que
ele execute diferentes opções para sua atuação na área de produção, planejamento
ou como um sistema de trabalho quase autônomo quando considerado nos processos
de fabricação.
55
O sistema requer, portanto, interfaces ergonômicas entre homem-máquina
para exibir informações, habilitar o operador, reconhecer o estado atual do sistema
para entender seu estado funcional e o um comportamento de intervenção imediata,
caso necessário.
56
Uma produção bem-sucedida é caracterizada pela alta eficiência da gestão nos
processos e pela alta disponibilidade de informações.
57
LEITURA
COMPLEMENTAR
INDÚSTRIA 4.0 NA AUTO-ORGANIZAÇÃO DOS
SISTEMAS PRODUTIVOS
Introdução
58
Segundo o estudo alemão da Technische Universitat Dortmund (HERMANN;
PENTEK; OTTO, 2015), foram identificados seis requisitos para a implementação da
Indústria 4.0:
A forma com que são planejados os fluxos de processos não dá margem para
alterações, a menos que se reprograma todo o sistema. Assim, cada produto que
requeira uma característica diferente na sua produção requer uma nova programação
no seu fluxo de processo, o que implica em reprogramação de máquinas, ajuste de
leiaute, programação dos transportadores, entre outros.
59
flexíveis e adaptáveis, a ponto de se modificar rapidamente para atender a esta nova
produção. Setores com o coureiro-calçadista, vestuário, mobiliário e automotivo, são
exemplos de mercados em que os consumidores primam por ter produtos diferenciados
e por vezes customizados.
Material e Métodos
60
apoio a decisão, entre outros). A proposta de um ERP é que todos os recursos que a
produção de um determinado produto requeira sejam planejados de forma a serem
requisitados de forma escalonada. Além da disposição do recurso, o planejamento de
produto também obtém informações quanto ao custo de cada recurso, sua disposição
e prazos de entrega. Assim, a manufatura de um produto pode sofrer modificações em
seu processo em função da disponibilidade de recursos e obter minimização dos custos.
Ao integrar um MES com software ERP, os gerentes da fábrica podem ser proativos
em garantir a entrega da produção com boa qualidade em tempo hábil e baixo custo.
61
Resultados e Conclusões
Este artigo traz uma metodologia que leva o controlador lógico programável a
ter a capacidade de interação, a partir das funcionalidades dos sistemas multiagentes
que a ele fora disponibilizado.
62
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
63
AUTOATIVIDADE
1 Quais as dimensões características dos grupos fundamentados sob os pontos de
vista da gestão em relação às estruturas de arquitetura dos sistemas em execução?
64
UNIDADE 2 —
SISTEMAS DE CONTROLE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
65
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
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66
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
ASPECTOS PRELIMINARES
1 INTRODUÇÃO
Caro aluno, seja bem-vindo ao conteúdo do Tópico 1 desta unidade de estudos. A
proposta deste tópico é apresentar noções elementares a respeito da origem e evolução
dos sistemas de produção industrial, além da formação dos ambientes.
Serão abordadas questões relacionadas aos fatos históricos que deram origem aos
aspectos da filosofia de produção e operações na indústria, sob o contexto estrutural da
organização do trabalho e dos ambientes que o caracterizam. Além disso, serão abordadas
questões explicativas relacionadas aos conceitos básicos que promovem melhor
entendimento da disciplina, de forma que possibilitem aplicação na carreira profissional.
67
Ao longo da história, a humanidade tentou controlar o mundo em que vive. Desde
os primeiros dias, ela percebeu que sua força insignificante não era páreo para as criaturas
ao seu redor. Só poderia sobreviver usando sua inteligência e astúcia. Seu principal trunfo
sobre todas as outras formas de vida na Terra era sua superioridade de inteligência.
O primeiro passo importante no projeto de máquinas, que, por sua vez, anunciou
a revolução industrial, foi o desenvolvimento do motor a vapor. Um dos principais
problemas enfrentados pelos engenheiros na época era como controlar a velocidade de
rotação dos motores sem a intervenção humana.
68
O princípio de funcionamento do regulador Watt se baseia na mudança da
velocidade do eixo, que gera um ângulo cónico diferente dos flyballs. Isso, por sua vez,
gera o movimento linear da manga, que ajusta o débito de massa de vapor para o motor
por meio de uma válvula. Dessa forma, Watt observou que, sob certas condições, o
motor parecia caçar quando a velocidade de saída oscilou em torno do valor desejado.
A eliminação da instabilidade de caça, ou como é mais comumente conhecida, é uma
característica importante no design de todos os sistemas de controle (BURNS; SUTTON;
CRAVEN, 2000).
69
É necessário definir, claramente, o limite de cada sistema, além das entradas e
saídas especificadas dentro das delimitações. Em geral, um sistema pode ser definido
como uma coleção de materiais, peças, componentes ou procedimentos que estão
incluídos dentro de algum limite especificado, contemplando qualquer número de
entradas e saídas.
70
FIGURA 3 – ESQUEMA ILUSTRATIVO USADO PARA COMPARAR UM SISTEMA A UM NAVIO
Utilizando o exemplo, temos que, se um incêndio a gás for aceso em uma sala,
e a temperatura subir para 20 oC, ele permanecerá nesse valor, a menos que haja um
distúrbio. Isso pode ser causado por deixar uma porta da sala aberta, por exemplo.
Alternativamente, por uma mudança na temperatura externa. Em ambos os casos, a
temperatura interna da sala mudará. Para que a temperatura ambiente permaneça
constante, é necessário um mecanismo para variar a produção de energia interna do
incêndio (BLACKBURN, 2001; VERMAAT, 2008).
71
Esquemas com diagramas de blocos são utilizados de forma generalizada para
apresentar diferentes estruturas de sistemas de controle de malha fechada, ou também
conhecidos como sistemas de feedback.
72
De acordo com Vermaat (2008), existem dois tipos importantes de controles
incorporados: controle em tempo real e controle distribuído. Ambos ampliaram,
significativamente, o escopo das aplicações de controle industrial. Atualmente, os
controles distribuídos e em tempo real se tornaram os conceitos e as razões de controle
de uma vasta gama de sistemas, desde instrumentos médicos em hospitais até satélites
no céu.
73
Na década de 1970, computadores modernos com microprocessadores e
circuitos integrados programáveis
foram disponibilizados pela primeira vez, e as
indústrias começaram a usá-los em alguns processos de produção. No entanto,
existiam poucas aplicações em que os computadores não foram incorporados ao
sistema controlado.
Cerca de dez anos depois, no final dos anos 1980, foram produzidos chipsets de
microprocessadores, e os controles incorporados se tornaram amplamente aplicáveis.
74
Embora, no controle incorporado, a unidade central de processamento (CPU)
seja executada, independentemente de qualquer controlador supervisório, ela está
sempre vinculada a outras partes do sistema controlado para obter informações de
status digital. Nesse sentido, o controle incorporado pode ser considerado como um
subconjunto do processo geral de aquisição de dados.
76
Para fornecer flexibilidade, um sistema de controle incorporado, normalmente,
possui alguns chips ASIC, além do microprocessador. Um chip ASIC foi projetado para
uma aplicação específica, em vez de ser uma CPU de uso geral, uma vez que não incorre
na sobrecarga de obter e interpretar instruções armazenadas na memória.
NOTA
Nos sistemas de controle distribuídos, os protocolos de comunicação são
codificados no software. O software responsável pelas comunicações entre os
diferentes componentes é chamado de software de comunicação.
78
4.2 MÉTODOS DE IMPLEMENTAÇÃO
A implementação do controle incorporado, em qualquer sistema ou dispositivo
industrial, envolverá profissionais multidisciplinares e incluirá muitos tipos de projetos
técnicos. A Figura 7 explica essa questão, na qual se verifica que a conclusão de um
sistema de controle incorporado contempla (LAUGHTON; WARNE, 2003):
ATENÇÃO
Observe que a definição da camada apresentada aqui difere do protocolo
para redes de computadores, conforme o modelo padrão de comunicação
de rede OSI (Open System Interconnect).
79
Desde o século XX, metodologias eficazes foram desenvolvidas para a
implementação de sistemas de controle embutidos na indústria. Nesse cenário,
destacam-se os métodos de mapeamento de funções de controle para implementação
de hardware de sistemas de controle incorporados e a modelagem da lógica de
controle para implementar o software de sistemas de controle incorporados.
80
• Camada da interface do usuário: esta camada é responsável pela comunicação e
interação entre o usuário e o sistema controlado.
• Camada de manipulação de processo: esta camada é responsável por criar, gerenciar
e eliminar um processo (também conhecido como tarefa).
• Camada de controle de componentes: aqui, o componente é definido como um
subsistema ou parte individual do sistema ou dispositivo controlado.
• Driver do dispositivo/camada de interface: neste contexto, dispositivo significa um
subsistema ou parte do componente definido.
• Camada do sistema operacional: o mesmo que o software do sistema operacional
de um computador. Esta camada é a estrutura lógica do microprocessador e os
componentes externos do sistema controlado.
• Camada de hardware do processador: esta camada compreende o firmware da CPU
e o código de inicialização no chipset do microprocessador.
IMPORTANTE
A interface do usuário se comunica com esses controladores e interage
com os usuários. O comportamento dinâmico do sistema controlado é
essencial para a funcionalidade do controle incorporado. Os chipsets
da interface de E/S, também separados do software incorporado, são
dedicados ao sistema de controle incorporado.
81
O controle em tempo real deve ser um critério das operações de controle a
serem cumpridas pelos sistemas de controle industrial. Uma operação de controle é
uma série de eventos ou ações que ocorrem no hardware e software do sistema para
fornecer um resultado específico.
82
Como mencionado anteriormente, um fator-chave para qualquer sistema de
controle em tempo real é o intervalo de tempo que uma operação leva entre uma nova
entrada ou um novo evento e no instante em que a resposta ou atualização é fornecida.
Portanto, o critério em tempo real exige que esse intervalo de tempo seja
determinado e esteja dentro de um prazo confirmado para a execução de qualquer
operação de controle.
Embora uma operação de controle em tempo real deva satisfazer esses três
critérios, é essencial identificar um prazo para a operação em tempo real, porque esse
fator é crucial em um ambiente de sistema de controle industrial.
No entanto, deve-se notar que o controle em tempo real não é o mesmo que
o controle rápido. O controle rápido visa obter os resultados o mais rápido possível,
enquanto o controle em tempo real visa obter os resultados em um determinado período,
dentro de tolerâncias de tempo definidas ou prazos.
83
Um sistema de controle de velocidade de cruzeiro automotiva é um exemplo de
sistema de controle de circuito fechado. Nos dois tipos de sistema, torna-se necessária
a conclusão de uma operação dentro de um prazo específico. Esse tipo de desempenho
é conhecido como determinismo (SAMA, 2007).
Nos sistemas rígidos de tempo real, apenas as operações que podem cumprir os
prazos prescritos são válidas. A conclusão de uma operação após o prazo é considerada
inútil, e, se as operações continuarem perdendo os prazos prescritos, todo o sistema falhará.
Nos sistemas rígidos de tempo real, apenas as operações que podem cumprir os
prazos prescritos são válidas. A conclusão de uma operação após o prazo é considerada inútil,
e, se as operações continuarem perdendo os prazos prescritos, todo o sistema falhará.
NOTA
Um marcapasso cardíaco é um dispositivo eletrônico movido à bateria do
tamanho de uma caixa de fósforos. Produz corrente elétrica para fazer com
que o coração bata de maneira regular e confiável. O atraso na operação de
um marcapasso cardíaco pode resultar na perda de vidas humanas.
84
FIGURA 9 – ESQUEMA DO SISTEMA DE CONTROLE CENTRALIZADO PARA O DESLIGAMENTO
AUTOMÁTICO DE TODAS AS LUZES DE UM EDIFÍCIO
85
Para compartilhar informações entre processos com mais eficiência, os dados
devem estar disponíveis em um formato consistente e inequívoco. Sistemas de controle
distribuído são aqueles nos quais o processamento é realizado no local mais benéfico
para os objetivos gerais do sistema, onde as informações fluem por todo o sistema e estão
disponíveis onde e quando forem necessárias. Essas informações estão disponíveis em
um formato padrão, que não é ambíguo, para o processo de recebimento.
86
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
87
AUTOATIVIDADE
1 Ao longo da história, a humanidade tentou controlar o mundo em que vive. Desde o
começo, ela percebeu que sua força insignificante não era páreo para as criaturas ao
seu redor. Ele só poderia sobreviver usando sua inteligência e astúcia. Seu principal
trunfo sobre todas as outras formas de vida na Terra era sua superioridade de
inteligência. Nesse contexto, qual o primeiro passo para o desenvolvimento, que foi
obtido por meio da revolução industrial?
88
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
MODELAGEM DOS SISTEMAS
DE CONTROLE
1 INTRODUÇÃO
Processos industriais, no contexto dos sistemas de controle, significam
procedimentos em plantas indústrias que envolvem reações químicas, mudanças
de materiais ou etapas mecânicas que sejam realizadas para efetuar o transporte ou
fabricação de produtos, geralmente em grandes escalas.
89
Em uma fábrica de automóveis, o fluxo mais discreto contempla a produção de
peças discretas de produto, como estampagem de metal. Nesse contexto, montagem
robótica, pode ser caracterizada como um controle de processo discreto.
90
Os processos industriais em lote podem ser de dois tipos: processo de produção
em lote, que leva à produção de quantidades específicas de produto, submetendo
quantidades de materiais de entrada a um conjunto ordenado de atividades de
processamento ao longo de um período finito usando um ou mais equipamentos;
e processo químico descontínuo, no qual uma quantidade medida de reagentes é
adicionada a um vaso de reação, a reação é realizada e os produtos são então removidos
(HARRY; SCHROEDER, 2000).
ATENÇÃO
Além de reduzir o desperdício, o controle estatístico do processo pode
levar à redução do tempo necessário para produzir o produto ou serviço
de ponta a ponta.
91
Em parte, isso ocorre porque o produto tem menos probabilidade de precisar de
retrabalho, mas também resulta do uso de dados estatísticos de controle de processo
para identificar gargalos, tempos de espera e outras fontes de atrasos no processo.
92
Se o desempenho do sistema foi afetado pela carga, temperatura, umidade ou
lubrificação, então a saída real pode divergir do desejado. Por essas razões, o sistema
CNC de malha aberta é geralmente usado em sistemas ponto a ponto, no qual a precisão
não é crítica. Poucos sistemas de caminho contínuo utilizam o controle de malha aberta
(OBERG et al., 2005). A Figura 11 ilustra o mecanismo de controle de um sistema CNC
de malha aberta.
93
FIGURA 12 – ESBOÇO DE UM SISTEMA CNC DE CONTROLE FECHADO
A maioria dos sistemas CNC de malha fechada modernos são capazes de fornecer
uma resolução muito próxima de 0,0001 de polegada. Os sistemas de malha fechada
exigiriam, naturalmente, mais dispositivos de controle e circuitos para implementar o
controle de posição e velocidade. Isso os torna mais complexos e mais caros do que os
sistemas de malha aberta (OBERG et al., 2005).
A inclinação dada por esta função pode ser ajustada no dispositivo de controle.
Se a temperatura ambiente θR for alterada abrindo uma janela (= perturbação z’1), isso
não influenciará a posição da válvula, pois somente a temperatura externa influenciará
o fluxo de aquecimento (OBERG et al., 2005). Consequentemente, este princípio de
controle não compensará os efeitos de todos os distúrbios.
94
FIGURA 13 – CONTROLE DE CIRCUITO ABERTO DE UM SISTEMA DE
AQUECIMENTO AMBIENTE
95
Os diagramas de blocos de sistemas de controle de temperatura de malha
aberta e malha fechada mostrados nas Figuras 15 e 16, respectivamente, mostram a
diferença entre os dois tipos de controle de forma muito clara.
Com base nesses diagramas, podemos definir sistemas nos quais a quantidade
de saída não tem efeito sobre a quantidade de entrada do processo como sistemas de
controle de malha aberta, e sistemas nos quais a saída afeta a quantidade de entrada
do processo de forma a manter o valor de saída desejado são chamados de sistema de
controle de malha fechada.
96
3.2 CONTROLE ADAPTATIVO
Um sistema de controle adaptativo pode ser definido como um sistema de
controle de feedback inteligente o suficiente para ajustar suas características em um
ambiente em mudança de forma que alguns critérios especificados sejam satisfeitos
(OBERG et al., 2005; STEVENSON, 2007).
IMPORTANTE
De um modo geral, os métodos de controle adaptativo são principalmente
adequados para sistemas mecânicos que não têm atrasos de tempo
significativos e para sistemas que foram projetados de modo que suas
dinâmicas sejam bem compreendidas.
• PID trabalha em um processo que é basicamente linear e invariante no tempo. Ele não
pode controlar efetivamente processos complexos que são não lineares, variantes
no tempo, acoplados ou têm grandes atrasos, grandes perturbações e incertezas.
O PID não é adequado para processos industriais com combustíveis e condições
operacionais variáveis.
97
• Os parâmetros PID devem ser ajustados corretamente. Se a dinâmica do processo
variar devido às mudanças de combustível ou de carga, o PID precisa ser reajustado.
Muitas vezes, essa é uma experiência frustrante e demorada.
• O PID é um controlador fixo, que não pode ser usado como o núcleo de um sistema
de controle inteligente.
98
Enfatiza a função do modelo, não a estrutura do modelo. Portanto, uma equação
de estado, função de transferência ou mesmo uma resposta de degrau ou impulso pode
ser usada como o modelo do método preditivo.
NOTA
O controle preditivo é um algoritmo de controle ótimo. Ele calcula a ação de
controle futura com base em uma penalidade ou função de desempenho. A
otimização do controle preditivo é limitada a um intervalo de tempo móvel e é
realizada continuamente on-line.
99
Em sistemas industriais, existem algumas situações em que o controle ideal pode
ser aplicado, como o controle do conteúdo bacteriano em um sistema de bioengenharia.
No entanto, a maioria dos problemas de controle de processo são relacionados ao
controle de fluxo, pressão, temperatura e nível. Eles não são adequados para a aplicação
de técnicas de controle ideais.
Para um robô típico, as velocidades diferenciais são usadas para a direção. Por
exemplo, para ir em linha reta, os dois eixos do motor devem girar exatamente na mesma
velocidade e as rodas também devem ter o mesmo diâmetro.
101
Um perfil parabólico inicia a aceleração em alta taxa e depois diminui. Frear um
carro até parar exatamente no ponto certo é um exemplo de controle de desaceleração
usando um perfil parabólico.
IMPORTANTE
Com o perfil de posição, a velocidade de avanço do robô pode ser qualquer
valor baixo arbitrário. Pode ser que os eixos do motor avancem apenas de
vez em quando, mas eles avançam suavemente e o robô rasteja. Com a
criação de perfil, a aceleração também se torna fácil de fazer.
102
4.4 CONTROLE DE TORQUE
O controle de torque é amplamente utilizado como método de controle (de torque
ou força) em um sistema, independentemente de sua velocidade. Um exemplo seria uma
alimentação simples ou controle de tensão de recolhimento na fabricação de rolos.
O princípio de controle de torque pode ser ilustrado por meio desta analogia
mecânica do cálculo contínuo do melhor ângulo para girar um eixo, com um determinado
comprimento de braço e as forças disponíveis. Esses vetores de força elétrica são
gerados com a ajuda de interruptores semicondutores chamados de Transistores
Bipolares de Porta Integrada (IGBT) (STEVENSON, 2007).
103
5 SISTEMAS DE CONTROLE DE MOVIMENTO
Um sistema de movimento pode ser muito complexo e pode incluir muitos tipos
diferentes de componentes de controle de movimento. Como exemplo, temos um sistema
de manufatura integrada por computador (CIM), que recebe como entrada um arquivo de
dados de projeto auxiliado por computador (CAD) (LAUGHTON; WARNE, 2003).
104
FIGURA 17 – DIAGRAMA DO CONTROLE DE CIRCUITO FECHADO DO SISTEMA DE
AQUECIMENTO AMBIENTE
Uma função de feedback não seria necessária para algumas aplicações de controle
de movimento, como o controle de motores de passo, mas é vital para servo-motores.
ATENÇÃO
Controle de movimento industrial envolve compostos tecnologias
eletrônicas e mecânicas bastante complexas. Ao implementar e testar um
sistema de controle de movimento, precisamos levar em consideração
algum fatores-chave para os sistemas de controle de movimento.
105
Ao selecionar os componentes para um sistema de controle de movimento, os
primeiros fatores a serem considerados são a velocidade e o torque, que determinarão
se o sistema deve hospedar um motor de passo ou um servo motor.
106
O amplificador ou acionamento do motor (conforme ilustrado na Figura 17) é a
parte do sistema de controle de movimento que recebe comandos do controlador de
movimento, na forma de sinais de tensão analógicos de baixa corrente, e os converte
em sinais de alta corrente que acionam o motor. As unidades de motor vêm em muitas
variedades diferentes e são combinadas com um tipo específico de motor.
107
IMPORTANTE
Um codificador linear pode compensar a folga e a histerese em um sistema
de posicionamento acionado por parafuso. A histerese ainda deve ser
minimizada para evitar problemas com oscilação, e sistemas com potenciais
de histerese devem minimizar o atrito.
IMPORTANTE
Um codificador linear pode compensar a folga e a histerese em um sistema
de posicionamento acionado por parafuso. A histerese ainda deve ser
minimizada para evitar problemas com oscilação, e sistemas com potenciais
de histerese devem minimizar o atrito.
109
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
110
AUTOATIVIDADE
1 Os processos industriais, no contexto dos sistemas de controle, significam
procedimentos em plantas indústrias que envolvem reações químicas, mudanças
de materiais ou etapas mecânicas que sejam realizadas para efetuar o transporte
ou fabricação de produtos, geralmente em grandes escalas. Nesse sentido, quais as
características do controle de processos industriais?
4 Um sistema de movimento pode ser muito complexo e pode incluir muitos tipos
diferentes de componentes de controle de movimento. Identifique e caracterize
um tipo elementar de sistema de movimento utilizado na indústria. Ao selecionar os
componentes para um sistema de controle de movimento, quais os primeiros fatores
a serem considerados?
111
112
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
PROJETOS DE SISTEMAS DE CONTROLE
1 INTRODUÇÃO
Projetos de sistemas de controle são um exemplo específico de projetos de
engenharia de controle, cujo objetivo consiste em obter configuração, especificações
e identificação dos principais parâmetros de um sistema proposto para atender a uma
necessidade real.
113
FIGURA 19 – DIAGRAMA DO CONTROLE DE CIRCUITO FECHADO DO SISTEMA DE
AQUECIMENTO AMBIENTE
Sensor
Mediação de Saída Feedback
Em seguida, as etapas do projeto devem ser repetidas até que se possa atender
às especificações, ou até uma avaliação de que as especificações são muito exigentes
e devem ser relaxadas.
114
FIGURA 20 – FLUXOGRAMA DO PROJETO DO SISTEMA DE CONTROLE
115
Além disso, uma vez que o projeto é concluído, o controlador é frequentemente
implementado no hardware, portanto, problemas de interface com o hardware podem
surgir. Quando tomadas em conjunto, essas diferentes fases do projeto do sistema de
controle tornam a tarefa de projetar e implementar um sistema de controle bastante
desafiadora (VERMAAT, 2008).
NOTA
Projetos de sistemas de controle industrial são normalmente usados em
indústrias como elétrica, água e esgoto, petróleo e gás natural, química,
transporte, farmacêutica, papel e celulose, alimentos e bebidas e manufatura
discreta (por exemplo: automotiva, aeroespacial e bens duráveis).
116
3.1 SISTEMAS SCADA, DCS e PLC
Os sistemas SCADA são altamente distribuídos, usados para controlar ativos
geograficamente dispersos, muitas vezes espalhados por milhares de quilômetros
quadrados, onde a aquisição e controle de dados centralizados são essenciais para a
operação do sistema.
117
os componentes principais em configurações de sistema de controle menores, usadas
para fornecer controle operacional de processos discretos, como linhas de montagem
de automóveis e controles de soprador de fuligem de usinas de energia. PLC são usados
extensivamente em quase todos os processos industriais (HARRY; SCHROEDER, 2000).
ATENÇÃO
Embora os sistemas de controle usados nas
indústrias de distribuição e
manufatura sejam muito semelhantes em operação, são diferentes em
alguns aspectos.
Uma das principais diferenças é que os subsistemas controlados por DCS ou PLC
geralmente estão localizados em uma fábrica mais confinada ou em uma área centrada na
planta, quando comparados aos locais de campo SCADA geograficamente dispersos.
118
• Componentes de Controle:
◦ Servidor de controle: hospeda o software de controle de supervisão DCS ou PLC
que se comunica com dispositivos de controle de nível inferior.
◦ Servidor SCADA ou Unidade Terminal Mestre (MTU): dispositivo que atua como
mestre em um sistema SCADA. As unidades terminais remotas e os dispositivos
PLC (conforme descrito a seguir) localizados em locais de campo remotos
geralmente atuam como escravos.
◦ Unidade Terminal Remota (RTU): também chamada de unidade remota de
telemetria, é uma unidade de aquisição e controle de dados de propósito especial,
projetada para dar suporte a estações remotas SCADA.
◦ Controlador lógico programável (PLC): um pequeno computador industrial
originalmente projetado para realizar as funções lógicas executadas por hardware
elétrico (relés, interruptores e temporizadores / contadores mecânicos).
◦ Dispositivos Eletrônicos Inteligentes (IED): sensor/atuador “inteligente” que
contém a inteligência necessária para adquirir dados, comunicar-se com outros
dispositivos e realizar processamento e controle local.
◦ Interface Homem-Máquina (HMI): software e hardware que permitem que
operadores humanos monitorem o estado de um processo sob controle, modifiquem
as configurações de controle para alterar o objetivo do controle e substituam
manualmente as operações de controle automático no caso de uma emergência.
◦ Historiador de dados: banco de dados centralizado para registrar todas as
informações do processo em um ICS. As informações armazenadas neste banco
de dados podem ser acessadas para dar suporte a várias análises, desde o controle
estatístico do processo até o planejamento empresarial.
◦ Servidor de entrada/saída (IO): é um componente de controle responsável por
coletar, armazenar em buffer e fornecer acesso às informações do processo de
subcomponentes de controle, como PLC, RTU e IED.
• Componentes de Rede:
◦ Rede Fieldbus: conecta sensores e outros dispositivos a um PLC ou outro
controlador. O uso de tecnologias fieldbus elimina a necessidade de fiação ponto a
ponto entre o controlador e cada dispositivo.
◦ Rede de controle: conecta o nível de controle de supervisão aos módulos de
controle de nível inferior.
◦ Roteadores de comunicações: dispositivos de comunicação que transferem
mensagens entre duas redes. Os usos comuns de roteadores incluem conectar
uma LAN a uma WAN e conectar MTU e RTU a um meio de rede de longa distância
para comunicação SCADA.
◦ Firewall: protege os dispositivos em uma rede monitorando e controlando os
pacotes de comunicação usando políticas de filtragem predefinidas. Os firewalls
também são úteis no gerenciamento de estratégias de segregação de rede ICS.
◦ Modems: dispositivos usados para converter entre dados digitais seriais e um
sinal adequado para transmissão por uma linha telefônica para permitir que os
dispositivos se comuniquem.
◦ Pontos de acesso remoto: dispositivos, áreas e locais distintos de uma rede de controle
para configurar remotamente sistemas de controle e acessar dados de processo.
119
4 CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS SCADA – DCS – PLC
Os sistemas SCADA são usados em estruturas de distribuição, como
distribuição de água e sistemas de coleta de esgoto, oleodutos e gasodutos, sistemas
de transmissão e distribuição de utilidades elétricas, ferrovias e outros sistemas de
transporte público.
120
A Figura 21 mostra os componentes e a configuração geral de um sistema
SCADA, além do centro de controle que abriga um servidor SCADA (MTU) e os roteadores
de comunicação. Outros componentes do centro de controle incluem o HMI, estações
de trabalho de engenharia e o historiador de dados, todos conectados por uma LAN
(STEVENSON, 2007).
121
As arquiteturas de comunicação MTU-RTU variam entre as implementações,
por meio de várias arquiteturas usadas, dentre as quais destacam-se a ponto-a-ponto,
em série, em série-estrela e multidrop (STEVENSON, 2007). A Figura 22 apresenta uma
variação das arquiteturas do sistema SCADA.
122
4.2 SISTEMAS DE CONTROLE DISTRIBUÍDO - DCS
Os DCS são usados para
controlar sistemas de produção dentro da mesma
localização geográfica para indústrias como refinarias de petróleo, tratamento de
água e esgoto, usinas de geração de energia elétrica, fábricas de produtos químicos e
instalações de processamento farmacêutico (VERMAAT, 2008).
NOTA
O supervisor envia pontos de ajuste e solicita dados dos controladores de
campo distribuídos. Os controladores distribuídos controlam seus atuadores
de processo com base em comandos de servidor de controle e feedback de
sensor dos sensores de processo.
123
Protocolos de comunicação industrial padrão projetados por grupos da
indústria, como Modbus e Fieldbus, são frequentemente usados em
redes de controle
e redes fieldbus.
124
FIGURA 23 – ESQUEMA DEMONSTRATIVO DE IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE
CONTROLE POR PLC
125
4.4 SETORES INDUSTRIAIS E SUAS INTERDEPENDÊNCIAS
As indústrias de transmissão e distribuição de energia elétrica usam tecnologia
de controle SCADA geograficamente distribuída para operar sistemas altamente
interconectados e dinâmicos que consistem em milhares de concessionárias públicas
e privadas e cooperativas rurais para fornecimento de eletricidade aos usuários finais.
NOTA
Os sistemas SCADA monitoram e controlam a distribuição de eletricidade,
coletando dados e emitindo comandos para estações de controle de campo
geograficamente remotas de um local centralizado.
126
A falta de recursos de monitoramento e controle pode fazer com que uma
grande unidade geradora seja desligada, um evento que levaria à perda de energia em
uma subestação de transmissão. Essa perda pode causar um grande desequilíbrio,
provocando uma falha em cascata na rede elétrica. Isso pode resultar em blecautes
em grandes áreas que podem afetar a produção de petróleo e gás natural, operações
de refinaria, sistemas de tratamento de água, sistemas de coleta de águas residuais e
sistemas de transporte por dutos que dependem da rede para energia elétrica.
127
5.1 COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS DE CONTROLE
INDUSTRIAL E SISTEMAS DE TI
Inicialmente, os ICS tinham pouca semelhança com os sistemas de TI, pois eram
sistemas isolados executando protocolos de controle proprietários usando hardware e
software especializados.
Embora as soluções de segurança tenham sido projetadas para lidar com esses
problemas de segurança em sistemas de TI típicos, precauções especiais devem ser tomadas
ao introduzir essas mesmas soluções em ambientes ICS. Em alguns casos, são necessárias
novas soluções de segurança adaptadas ao ambiente ICS.
128
• Requisitos de disponibilidade: muitos processos ICS são contínuos por natureza.
Interrupções inesperadas de sistemas que controlam processos industriais não são
aceitáveis. Frequentemente, as interrupções devem ser planejadas e programadas
com dias ou semanas de antecedência. Testes exaustivos de pré-implantação são
essenciais para garantir alta disponibilidade para o ICS.
• Requisitos de gerenciamento de risco: em um sistema de TI típico, a confidencialidade
e integridade dos dados são normalmente as principais preocupações. Para um
ICS, a segurança humana e a tolerância a falhas para evitar a perda de vidas ou
o perigo da saúde pública ou da confiança, conformidade regulamentar, perda
de equipamentos, perda de propriedade intelectual ou produtos perdidos ou
danificados são as principais preocupações.
• Foco na segurança da arquitetura: em um sistema de TI típico, o foco principal
da segurança é proteger a operação dos ativos de TI, sejam eles centralizados ou
distribuídos, e as informações armazenadas ou transmitidas entre esses ativos. Em
algumas arquiteturas, as informações armazenadas e processadas centralmente
são mais críticas e têm mais proteção. Para ICS, os clientes de ponta (por exemplo:
PLC, estação de operação, controlador DCS) precisam ser protegidos com cuidado
porque são diretamente responsáveis pelo controle dos processos finais. A proteção
do servidor central ainda é muito importante em um ICS, porque o servidor central
pode impactar adversamente todos os dispositivos periféricos.
• Interação física: em um sistema de TI típico, não há interação física com o ambiente.
O ICS pode ter interações muito complexas com processos físicos e consequências
no domínio ICS que podem se manifestar em eventos físicos.
• Respostas de tempo crítico: em um sistema de TI típico, o controle de acesso pode
ser implementado sem consideração significativa para o fluxo de dados. Para alguns
ICS, o tempo de resposta automatizado ou a resposta do sistema à interação humana
é muito crítico.
• Operação de sistema: os sistemas operacionais (SO) e aplicativos ICS podem não
tolerar práticas típicas de segurança de TI. Os sistemas legados são especialmente
vulneráveis à indisponibilidade de recursos e interrupções de tempo. As redes de
controle são frequentemente mais complexas e requerem um nível diferente de
especialização (por exemplo, as redes de controle são normalmente gerenciadas por
engenheiros de controle, não por pessoal de TI).
• Restrições de recursos: ICS e seus sistemas operacionais de tempo real são
geralmente sistemas com recursos limitados que geralmente não incluem recursos
de segurança de TI típicos. Pode não haver recursos de computação disponíveis nos
componentes ICS para equipar esses sistemas com os recursos de segurança atuais.
• Comunicações: protocolos e meios de comunicação usados por ambientes ICS para
controle de dispositivo de campo e comunicação intraprocessador são normalmente
diferentes do ambiente de TI genérico e podem ser proprietários.
• Mudança na gestão: o gerenciamento de mudanças é fundamental para manter a
integridade dos sistemas de TI e de controle. O software sem patch representa uma
das maiores vulnerabilidades de um sistema. As atualizações de software em sistemas
de TI, incluindo patches de segurança, são normalmente aplicadas em tempo hábil
com base em políticas e procedimentos de segurança apropriados.
129
• Suporte gerenciado: os sistemas de TI típicos permitem estilos de suporte diversificados,
talvez suportando arquiteturas de tecnologia díspares, mas interconectadas. Para ICS,
o suporte de serviço geralmente é feito por meio de um único fornecedor, que pode
não ter uma solução de suporte diversificada e interoperável de outro fornecedor.
• Vida útil do componente: os componentes de TI típicos têm uma vida útil da ordem
de três a cinco anos, com brevidade devido à rápida evolução da tecnologia. Para ICS,
em que a tecnologia foi desenvolvida em muitos casos para uso e implementação
muito específicos, o tempo de vida da tecnologia implantada é frequentemente da
ordem de 15 a 20 anos e às vezes mais.
• Acesso aos componentes: os componentes de TI típicos são geralmente locais e
fáceis de acessar, enquanto os componentes do ICS podem ser isolados, remotos e
exigem grande esforço físico para obter acesso a eles.
130
LEITURA
COMPLEMENTAR
DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA SUPERVISÓRIO PARA UMA PLANTA
DIDÁTICA DE NÍVEL
Brehme D. R. de Mesquita
Jefferson A. L. e Silva
Ricardo V. C. S. Andrade
João A. C. Pinto
131
Com o surgimento dos primeiros computadores comerciais, por volta do início
da década de 1970, eles começaram a ser utilizados como controladores em sistemas
de controle de grande porte. O fato de o computador ser programável seria uma grande
vantagem em relação à lógica por interligação elétrica, utilizada em sistemas com relés
e CIs, entretanto, os primeiros computadores eram grandes, caros, difíceis de programar
e muito sensíveis à utilização em ambientes “hostis”, encontrados em muitas plantas
industriais (FRANCHI; CARMAGO, 2009).
REFERENCIAL TEÓRICO
132
Toda planta industrial necessita-se de uma forma de controle para garantir
seu funcionamento em uma faixa segura e economicamente viável de operação,
consequentemente os CLPs são utilizados em larga-escala em ambiente industrial. Sua
aplicação abrange desde processos de fabricação até qualquer processo que envolva
transformação de matéria-prima (FRANCHI; CAMARGO, 2009).
A arquitetura de um CLP pode ser dividida em duas partes: uma unidade central
de processamento; e sistemas de interface de entrada/saída.
• Além disso, as memórias de um CLP podem ser divididas em duas partes: instruções
do programa executivo que controla as atividades da CPU e instruções do programa
de aplicação do usuário, sendo esta última expansível.
• Memória de programa: responsável pelo armazenamento do programa aplicativo,
desenvolvido pelo usuário para desempenhar determinadas tarefas;
Todo tipo de CLP está de acordo com essas divisões e modos de funcionamento.
Normalmente, a mudança de um fabricante para outro está no requisito tecnologia
dos módulos de expansão, e, do software de programação, que pode ser amigável
ou não, contendo novas lógicas de programação para melhorar o desempenho de
funcionamento que o usuário deseja.
133
(Function Blocks Diagram) e a Linguagem de Diagrama de Contatos (Ladder Diagram). Para
a programação dos CLPs, utilizou-se a linguagem Ladder, por ela ser muito usada para o
desenvolvimento de programas e pela mesma permitir a programação de funções binárias
até funções matematicamente mais complexas (MORAES; CASTRUCCI, 2007).
134
Em todo processo industrial monitorado, há dois tipos básicos de variáveis: as
digitais, quando as variáveis assumem apenas dois estados discretos; e as analógicas,
quando as variáveis assumem valores percorrendo uma determinada faixa estabelecida.
135
O objetivo do trabalho foi a realização do monitoramento da planta didática
de controle de nível que se encontram no LACOPI através de um sistema supervisório
SCADA, utilizando o protocolo de comunicação OPC da Siemens.
RESULTADOS
136
CONCLUSÕES
FONTE: <https://www.researchgate.net/publication/236679679_DESENVOLVIMENTO_DE_UM_SISTEMA_
SUPERVISORIO_PARA_UMA_PLANTA_DIDATICA_DE_NIVEL>. Acesso em: 23 set. 2020.
NOTA
Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem pensando
em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as
novidades que preparamos para seu estudo.
137
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Grande parte dos sistemas de controle industrial (ICS) em uso foi desenvolvida
anos atrás, e projetados para atender aos requisitos de desempenho, confiabilidade,
segurança e flexibilidade das informações.
138
AUTOATIVIDADE
1 Projetos de sistemas de controle são um exemplo específico de projetos de
engenharia de controle, cujo objetivo consiste em obter configuração, especificações
e identificação dos principais parâmetros de um sistema proposto para atender a
uma necessidade real. Como característica elementar, consiste na sequência de três
etapas. Quais são essas etapas e como são estruturadas?
4 Considerando que a maioria dos sistemas de controle industrial (ICS) em uso, hoje, foi
desenvolvida anos atrás, muito antes das redes públicas e privadas, da computação
de desktop ou da internet serem uma parte comum das operações comerciais. Nesse
sentido, quais os propósitos desses sistemas?
139
140
UNIDADE 3 —
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
141
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
Acesse o
QR Code abaixo:
142
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
AUTOMAÇÃO DA PRODUÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, seja bem-vindo ao conteúdo do Tópico 1 desta unidade de
estudos! A proposta deste tópico é apresentar noções elementares da origem e evolução
dos sistemas de produção industrial, além da formação dos ambientes que os cercam.
Serão abordadas questões relacionadas aos fatos históricos que deram origem
aos aspectos da filosofia de produção e operações na indústria, sob o contexto estrutural
da organização do trabalho e dos ambientes. Além disso, serão abordadas questões
explicativas relacionadas aos conceitos básicos que promovem melhor entendimento
da disciplina, de forma que possibilitem aplicação na carreira profissional.
143
2 AUTOMAÇÃO
Automação é o uso de comandos de programação lógica e equipamento mecanizado
para a substituição da tomada de decisão e manual atividade de resposta do comando
de seres humanos. Historicamente, a mecanização – como o uso de um mecanismo de
cronometragem para acionar uma alavanca ou catraca e lingueta – ajudou as pessoas a
realizarem atividades físicas e requisitos das suas tarefas (WILAMOWSKI; IRWIN, 2011).
IMPORTANTE
A automação, no entanto, leva a mecanização a um passo adiante,
reduzindo significativamente a necessidade de pessoas e materiais ao
mesmo tempo em que otimiza a produtividade.
Acredita-se que o termo automação foi cunhado pela primeira vez na década de
1940, por um engenheiro da Ford Motor Company, descrevendo vários sistemas, nos quais
ações e controles automáticos foram substituídos por esforço e inteligência humana.
144
ATENÇÃO
Para muitas organizações, essa transformação tem sido gradual, começando
com a introdução de controladores lógicos programáveis e computadores
pessoais em máquinas e processos. No entanto, para muitas outras, a
mudança ainda está acontecendo.
Sob uma forma mais aplicada, automação se refere a uma tecnologia que se
baseia no uso dos sistemas mecânico, eletrônico e computadorizado nos processos de
manuseio e controle do processo de fabricação.
145
• Para migrar os efeitos da escassez de mão de obra: há uma escassez geral de mão
de obra em muitas nações desenvolvidas, e isso tem estimulado o desenvolvimento
de operações automatizadas como substituto da mão de obra.
• Reduzir ou eliminar as tarefas manuais e de rotina: pode-se argumentar que há valor
social em automatizar operações rotineiras, enfadonhas, fatigantes e possivelmente
enfadonhas. Automatizar tais tarefas serve ao propósito de melhorar o nível geral das
condições de trabalho.
• Melhorar a segurança do trabalhador: ao automatizar uma determinada operação e
transferir o trabalhador da participação ativa no processo para a função de supervisão,
o trabalho se torna mais seguro. A segurança e o bem-estar físico do trabalhador
se tornaram objetivos nacionais com a promulgação da Lei de Segurança e Saúde
Ocupacional (OSHA), em 1970. Isso deu um impulso para a automação.
• Melhorar a qualidade do produto: a automação não resulta apenas em taxas de
produção mais altas do que as operações manuais. Também realiza o processo
de fabricação com maior uniformidade e conformidade com as especificações de
qualidade. A taxa de defeitos de atração de redução é um dos principais benefícios
da automação.
• Reduzir os tempos de reposição: a automação ajuda a reduzir o tempo decorrido
entre o pedido do cliente e a entrega do produto, proporcionando, ao fabricante, uma
vantagem competitiva para pedidos futuros. Ao reduzir o lead time de fabricação, o
fabricante também reduz o estoque de trabalho no processo.
• Realizar processos que não podem ser feitos manualmente: certas operações não
podem ser realizadas sem o auxílio de uma máquina. Esses processos têm requisitos
de precisão, miniaturização ou complexidade da geometria que não podem ser
alcançados manualmente. Os exemplos incluem certas operações de fabricação
de circuitos integrados, processos de prototipagem rápida baseados em modelos
de computação gráfica (CAD) e a usinagem de superfícies complexas definidas
matematicamente usando controle numérico do computador. Esses processos só
podem ser realizados por sistemas controlados por computador.
• Evitar o alto custo de não automatizar: há uma vantagem competitiva significativa
obtida na automação de uma fábrica. A vantagem não pode ser facilmente
demonstrada no formulário de autorização de projeto de uma empresa.
146
2.2 DESVANTAGENS DA AUTOMAÇÃO
Além das vantagens apresentadas, também é importante discutirmos as
desvantagens do uso e implementação da automação na indústria, das quais podem
ser destacados os seguintes aspectos (LIN; PEARSON, 2017):
147
FIGURA 1 – EXEMPLO DE AMBIENTE DE FÁBRICA
IMPORTANTE
A configuração da fábrica provou ser um ambiente eficiente para a
produção em massa durante a Revolução Industrial, quando a Inglaterra
liderou a mudança de uma sociedade de base agrária para uma sociedade
alimentada por máquinas e manufatura.
No início do século 20, Henry Ford avançou com o conceito de fábrica ainda mais
com a inovação da produção em massa, a fim de atender a uma demanda crescente
por seus automóveis Modelo T. Através de uma combinação do emprego de fabricação
de precisão, divisão de mão de obra altamente especializada e uso da padronização e
peças intercambiáveis, além da criação de um rolamento contínuo e linha de montagem
precisamente cronometrada, a Ford foi capaz de reduzir drasticamente os tempos de
montagem por veículo e, finalmente, diminuir os custos de produção (LIN; PEARSON, 2017).
148
O modelo da Ford mudou a forma como, praticamente, todos os produtos eram
fabricados no século XX, e pavimentou o caminho para a próxima geração de fábricas
para a evolução com diversas melhorias.
Outra melhoria no modelo de fábrica foi a inovação dos robôs industriais, que
começaram a aparecer no chão das fábricas em 1970. Esses braços controlados por
computadores e garras conduzidas produziam tarefas simples, mas foram fundamentais
para melhorar a velocidade e o corte dos custos operacionais. As funções primárias
dessas máquinas de precisão de alta resistência incluíam soldagem, pintura, escolha e
colocação, montagem, inspeção e teste.
149
3 COMPONENTES E HARDWARE
O elemento mais básico da lógica de automação é o estado digital. Um interruptor
ou sinal só pode estar ligado ou desligado. Isso pode ser representado como um sinal 0
(desligado) ou 1 (ligado). Existem muitos elementos em um esquema de automação que
podem ser representados como 1 ou 0 – o estado de uma chave ou sensor; o estado
de um motor, válvula ou luz piloto; ou mesmo o estado da própria máquina (BERNER;
HÄGGLUND; ÅSTRÖM, 2016).
O estado de muitos dispositivos não pode ser descrito de forma tão simples.
Um motor pode ser descrito como ligado ou desligado, mas possui outros parâmetros,
como a velocidade, que só pode ser descrita numericamente. Para esse propósito, uma
representação analógica do valor é usada. Dependendo dos tipos de números que são
usados, um valor analógico pode ser representado como um número inteiro ou um
fracionário com um ponto decimal.
NOTA
Os sinais de entrada analógica assumem a forma de alterações na tensão ou
na corrente. O dispositivo analógico pode medir posição, velocidade, fluxo
ou outra característica física. Esses sinais são conectados a um circuito, que
converte o sinal em um número digital.
150
O número de etapas digitais de que um ADC ou DAC é capaz é conhecido como
resolução do sinal. Um DAC de 16 bits tem uma resolução mais alta do que um DAC de
14 bits, o que significa que há um número maior de valores subdivididos dentro da faixa
(BERNER; HÄGGLUND; ÅSTRÖM, 2016).
3.1 DIMENSIONAMENTO
Os valores analógicos devem ser convertidos em unidades de medida para
serem exibidos. A fórmula para fazer isso é derivada da Equação 1, também conhecida
como equação da reta (MCKEAG; BLAKLEY; HANSON, 2009):
(Eq. 1)
151
A fórmula, então, deve ser igual a (0,16 × 20) + 4 ou 7,2 mA. Outra maneira
conveniente de se obter um valor aproximado é representando graficamente uma reta
em um pedaço de papel milimetrado, com a utilização de escalas apropriadas.
152
3.2 ENTRADA E SAÍDA DE DADOS
O controle de um sistema reage às informações de entrada e configura as saídas
em conformidade. As informações de entrada e saída podem estar na forma de sinais
físicos, como pulsos elétricos e pneumáticos ou níveis, ou podem ser em uma forma
virtual, como instruções de texto ou dados (GALLOWAY; HANCKE, 2013).
Em alguns sistemas que precisam de energia elétrica ainda mais baixa por causa
de um ambiente perigoso, são usados sistemas de baixa tensão chamados de circuitos
“intrinsecamente seguros”. Normalmente, são cerca de 8 VCC ou menos. Quando um
sistema é protegido de efeitos externos, como sinais dentro de um controlador ou em
uma placa de circuito, sinais de 5 VCC ou menos são comuns.
Por questões de segurança de pessoal, I/O de 120 VCA não é tão amplamente
usado. No entanto, os sistemas que possuem sensores e atuadores espalhados por uma
grande área física, muitas vezes, usam AC. Muitos sistemas de automação mais antigos
ainda usam 120 VCA, mas 24 VCC é o mais amplamente aceito por sistemas mais novos,
pois seus requisitos de código elétrico limitam o acesso aos sistemas acima de 60 V.
153
ATENÇÃO
As plantas de processo com válvulas AC e acionadores de motor ou
transporte de grandes sistemas ainda usam, ocasionalmente, 120 VAC, mas
a comunicação distribuída, ou I/O baseada em rede, está se tornando cada
vez mais comum.
154
GRÁFICO 2 – SINAIS DISCRETOS (DIGITAIS) VS ANALÓGICOS
Para qualquer erro presente, deve ter algum atuador correspondente, ou valor
que deva ser controlado para compensar esse erro. No caso de erro de temperatura,
pode ser uma válvula proporcional que forneça água quente para um sistema, ou gás
para um queimador. Para um motor, pode ser um atuador para aumentar a velocidade
ou o torque. O erro, dentro de um sistema, está intimamente relacionado ao P, ou valor
proporcional. Em outras palavras, a variável é usada como um deslocamento direto para
o erro detectado.
156
Se a variável proporcional é o erro atual, o valor integral ou I pode ser pensado
como o acúmulo de erros passados, enquanto a derivada ou valor D pode ser pensado
como uma previsão de erros futuros. Esses valores são afetados pela taxa de mudança
no PV detectado e, se aplicado corretamente, pode melhorar imensamente o controle
dos processos.
4 COMUNICAÇÃO
Os métodos de comunicação podem ser aplicados para transferir grandes
quantidades de informações de e para um controlador. Com esse método, I/O digitais
e analógicas, com texto e dados numéricos, podem ser transferidas (WILAMOWSKI;
IRWIN, 2011).
IMPORTANTE
Frequentemente, os pontos de I/O montados, remotamente, podem
ser semiautônomos no controle das suas estações locais, com apenas
comunicação periódica para o controlador central.
157
Topologias ou layouts comuns para redes incluem configurações em anel ou em
estrela. Um elemento individual de uma rede também é conhecido como nó.
4.1 SERIAL
A comunicação serial atua em sequências de 1s e 0s digitais enviadas através
de um único fio. Ela pode alternar entre enviar e receber dados ou ter uma linha dedicada
para cada sinal. Os protocolos para os dados enviados através das linhas podem variar
amplamente, mas alguns dos tipos comuns das comunicações seriais podem ser:
RS232, RS422 e RS485 (WILAMOWSKI; IRWIN, 2011).
158
O TX e as linhas RX podem ser conectados aos mesmos números de pinos
em cada extremidade, ou como RX-TX e TX-RX, a configuração de "modem nulo". Os
adaptadores estão prontamente disponíveis para inverter esses pinos ou converter um
plug macho em fêmea. Estes são comumente conhecidos como “dobradores de gênero”
(SIEMENS, 2006).
As comunicações RS422 e RS485 usam um par (ou dois) de fios para transportar
os sinais de transmissão e recepção bidirecional. Apesar de não ser necessário o uso da
fiação de par trançado, ajuda na rejeição de ruído. Muitos cabos codificadores RS422
não usam par trançado, devido ao seu comprimento, normalmente, ser mais curto.
RS422 e RS485 podem ser usados em uma distância muito maior e com uma
taxa de dados mais alta do que RS232, porque requerem sinais mais baixos de voltagem. A
RS422 é uma configuração multidrop, enquanto RS485 é uma configuração multiponto ou
“em cadeia”. São frequentemente referidos para sinalização equilibrada ou diferencial (por
exemplo, quatro fios RS422 têm RX +, RX–, TX + e TX-). Em longas distâncias, RS422/485
precisam de resistores de terminação em ambas as extremidades (normalmente, 120 Ohm,
como barramento CAN).
NOTA
Portas seriais existem no mundo Universal Serial Bus (USB), não apenas através
de conversores USB/serial, mas também porque muitos dispositivos USB
funcionam como uma porta serial virtual.
159
4.2 PARALELA
As comunicações paralelas permitem que vários bits sejam transmitidos
simultaneamente em linhas paralelas. Isso pode aumentar o rendimento de dados dos
sinais RS232, mas aumenta o custo do cabeamento entre dois pontos.
4.3 ETHERNET
Ethernet é uma estrutura para tecnologia de rede de computadores que descreve
as características de fiação e sinalização usadas na área de rede local (LANs). O meio
usado para cabeamento das comunicações ethernet pode ser na forma de fiação de par
trançado, coaxial, cabeamento ou linhas de fibra óptica entre os pontos. Como os outros
métodos de comunicação descritos, o Ethernet descreve apenas as características
físicas do sistema em termos de fiação, e não do protocolo de comunicação usado
através dos fios ou fibras (EBEL et al., 2008; SIEMENS, 2006).
160
Os endereços devem ser configurados para cada dispositivo em uma rede
no formato de “xxx.xxx.xxx.xxx”. Essa configuração ocorre diretamente, digitando os
dados em um campo, ou configurado, automaticamente, por um servidor, usando Host
Dinâmico, Protocolo de Configuração (DHCP).
NOTA
Sistemas LAN típicos usam DHCP para evitar a duplicação acidental de
endereços. Uma máscara de rede também é usada para evitar a interferência
entre diferentes redes conectadas.
O Internet Protocol Suite pode ser visto como uma coleção de "camadas" de
fiação e sinalização. Cada camada aborda um conjunto de problemas, envolvendo
a transmissão de dados. Os serviços são prestados, às camadas superiores, pelas
camadas inferiores, que traduzem os dados em formas que podem ser transmitidos.
161
Ethernet/IP é um subconjunto de ethernet frequentemente usado no
controle de processos e outras aplicações de controle industrial. Desenvolvida pela
Rockwell Automação e gerenciada pela ODVA, é uma camada de aplicação-protocolo,
e considera todos os dispositivos em uma rede, como uma série de “objetos.”
Uma rede local sem fio (WLAN) conecta dois ou mais dispositivos a uma curta
distância, geralmente, fornecendo uma conexão, por meio de um ponto de acesso, para
acesso à internet. O uso de tecnologias de espelhamento espectral pode permitir que os
usuários se movimentem dentro de uma área de cobertura local, e, ainda, permaneçam
conectados à rede. Isso é especialmente útil para dispositivos, como IHMs portáteis.
Produtos que usam os padrões certificados pelo IEEE (Institute of Electrical and
Electronic Engineers) 802.11 WLAN são comercializados sob a marca Wi-Fi. Implementos
de links com tecnologia fixa sem fio no ponto a ponto entre computadores ou redes locais
distantes, muitas vezes usando micro-ondas dedicado ou feixes de laser modulados
162
sobre a linha de caminhos de visão. É frequentemente usado em sistemas como AGVs
(Veículos Guiados Automatizados), que movimentam produtos dentro de uma fábrica.
Também é usado com alguns sistemas RFID (BERNER; HÄGGLUND; ÅSTRÖM, 2016; LIN;
PEARSON, 2017).
Esse tempo é referido como planta ou linha tempo operacional. Desse número é
subtraída uma categoria de tempo chamada desligamento planejado, este consiste em
todos os eventos que devem ser excluídos do cálculo OEE porque não há intenção de
executar na linha.
IMPORTANTE
Os fabricantes de máquinas, geralmente, excluem esse tempo dos cálculos
de tempo de inatividade durante o escoamento da máquina ou testes de
aceitação de fábrica (FAT), uma vez que podem ser mantidos em um OEE
mínimo para aceitação da máquina.
163
Uma vez que o tempo de inatividade induzido pelo operador é uma fonte
importante de desperdício ou “Muda”, deve ser incluído no cálculo do OEE. O tempo
ocioso deve ser discutido como um problema separado durante o segundo turno, se for
considerado excessivo.
4.6 DISPONIBILIDADE
Para determinar a disponibilidade, eficiência e produtividade dos equipamentos,
as perdas são determinadas e analisadas. A primeira categoria de perda que é
considerada é a perda por tempo de inatividade. Este tempo é composto de qualquer
evento que interrompa a produção por tempo suficiente para registrar um evento
(MCKEAG; BLAKLEY; HANSON, 2009).
4.7 PERFORMANCE
As máquinas são projetadas para operar em uma velocidade ideal. Com nenhum
envolvimento humano. Isso geralmente é bastante fácil de calcular por meio da avaliação
da operação de uma máquina em condições perfeitas ou olhando na velocidade de
componentes individuais dentro de um sistema (MCKEAG; BLAKLEY; HANSON, 2009).
164
4.8 QUALIDADE
A qualidade de um processo é determinada, subtraindo as rejeições ou as peças
defeituosas do número total de peças produzidas. O resultado pode então ser usado
para calcular uma porcentagem de perdas devido aos problemas de qualidade. Isso
inclui peças que precisam ser retrabalhadas (MCKEAG; BLAKLEY; HANSON, 2009).
165
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
166
AUTOATIVIDADE
1 Considerando que existem duas maneiras de se obter altos rendimentos na fabricação,
a forma mais simples, porém mais cara, consiste em aumentar o número de linhas de
produção. De a cordo com esse entendimento, como seria a segunda maneira?
a) ( ) Automação.
b) ( ) Produção enxuta.
c) ( ) Indicadores de desempenho.
d) ( ) Qualidade.
e) ( ) Produção Mais Limpa.
167
168
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
TEORIA E TÉCNICA
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico, seja bem-vindo ao Tópico 2 desta unidade de ensino! Temas
relacionados aos diferentes sistemas de máquinas envolvidos nos processos de produção,
adotados por empresas que buscam estar em constante processo de desenvolvimento e
evolução. Nesse cenário, temos que o mundo contemporâneo passou a ser caracterizado
por elevados níveis de competitividade entre diversas organizações presentes em
variados setores e segmentos da economia mundial. Dessa forma, a utilização da
tecnologia passa a ser um fator primordial para as empresas que desejam elevar seus
níveis de competitividade em ambientes de extrema disputa, por meio de entendimento
aprofundado dos abrangentes conceitos e ferramentas modernas que possam estruturar
e auxiliar suas estratégias de conquistas e permanência em diferentes frentes de atuação.
169
2 SISTEMAS DE TRANSPORTADORES
Sistemas de transportadores são usados para mover objetos ou substâncias
de um ponto para outro no ambiente industrial. Eles podem assumir várias formas
e geralmente são acionados por um motor, ar ou gravidade. Grandes sistemas de
transporte geralmente têm um sistema de controle centralizado e controlado por um
PLC. Por causa das longas distâncias, associados a sistemas de transporte, os sensores
e atuadores foram historicamente operando a 120 VCA (MCKEAG; BLAKLEY; HANSON,
2009; SIEMENS, 2006).
170
Os motores utilizados para os transportadores de correia são normalmente
posicionados na cabeça, ou extremidade de tração, do transportador. Para
transportadores reversíveis, o motor pode estar localizado no meio.
NOTA
Os transportadores de correia são geralmente usados em aplicações que
requerem uma superfície sólida, onde os materiais não podem cair ou ficar
presos entre os rolos.
171
Os motores nesses grandes sistemas são geralmente trifásicos, com variações
de 480VAC. Isso requer I/O e alimentação do motor para funcionar separadamente,
caso I/O de 24 VCC seja usada devido ao potencial de interferência da eletricidade.
ATENÇÃO
A I/O é distribuída por meio dos métodos de comunicação, como Profibus,
Ethernet ou DeviceNet, que requerem cabeamento adicional, geralmente
anexado à estrutura dos transportadores.
O cinto pode ser puxado sobre uma superfície plana ou “cama”. No caso de
cargas maiores, pode ainda se moverem através de rolos adicionais, que são conhecidos
como transportadores de cama deslizante e cama de rolo, respectivamente.
172
2.2 TRANSPORTADORES POR ROLOS
Os transportadores de rolos podem assumir várias formas: motorizados ou
não, acionados por correia ou corrente, ou mesmo por séries de roletes acionados
individualmente.
Os rolos podem ser acionados por meio de vários métodos. Um eixo de linha
pode ser colocado ao longo do comprimento do transportador com correias de uretano
individuais, presas a cada rolo de carretéis no eixo. Outro método de acionamento de
rolos é colocando uma correia plana, ou em V, na parte inferior dos roletes.
A corrente de metal também pode ser usada para acionar os rolos. Uma única
corrente pode ser usada para acionar todos os rolos ou os rolos podem ser ligados entre
si com elos de rolo para rolo. Um maior número de dentes na roda dentada que fica em
contato com a corrente, permite suportar um carregamento mais pesado (GALLOWAY;
HANCKE, 2013).
173
FIGURA 7 – SISTEMA DE TRANSPORTE POR ROLOS
174
Os transportadores por correntes geralmente usam fios paralelos, montados
em rodas dentadas duplas ou engrenagens em cada extremidade de um dos eixos.
Isso permite que dispositivos como elevadores, façam paradas ou transferências, com
espaçamentos montados entre as correntes (GALLOWAY; HANCKE, 2013).
IMPORTANTE
Correntes de mesa, com ripas ou placas, podem ser usadas para mover
paletes ou produtos entre dispositivos. As correntes de mesa podem ser
compostas por material termoplástico ou metal.
Outro termo para este tipo de transportador é a multiflexão, uma vez que
a corrente é flexível tanto lateralmente quanto em declive. Um exemplo de um
transportador de corrente de mesa é mostrado na Figura 8.
Como as placas têm espaço entre elas, são eficazes para drenagem ou fluxo de ar –
uma consideração importante ao trabalhar com peças metálicas de máquinas.
175
Os transportadores por corrente de mesa não são colocados sob tensão, como
ocorre em transportadores por correias, pois uma roda dentada é usada para acioná-
lo. Além disso, uma catenária é estrategicamente posicionada nas extremidades
da corrente. Isso permite que o retorno da corrente na parte inferior da estrutura do
transportador seja executado de forma mais natural.
Os transportadores por corrente podem, ainda, ser usados para suspender peças
ou pendentes. Uma aplicação comum para este tipo de transportador é em cabines
de pintura ou fornos. Nesse caso, a corrente é quase sempre de metal, com ganchos
localizados em intervalos ao longo do seu cumprimento.
176
Os acessórios para transportadores por vibração incluem membros de contrapeso
para reduzir reações, gerando uma resposta fora de fase ao movimento do transportador, e
bases ponderadas com molas de isolamento para reduzir as vibrações transmitidas.
Os materiais também podem ser transportados por vias aéreas. Os itens podem
ser simplesmente empurrados de um local para outro usando um sistema de pressão
push ou pull. Três sistemas básicos, que são usados para gerar fluxos de ar de alta
velocidade para transporte, podem ser destacados (GALLOWAY; HANCKE, 2013):
• Sistemas de sucção ou vácuo, que usam um vácuo criado na tubulação para puxar o
material com o ar circundante. O sistema é operado em baixa pressão, geralmente 0,4
a 0,5 atm de pressão. Este método é usado principalmente no transporte de materiais
leves de fluxo livre.
• Sistemas de tipo de pressão, que usam uma pressão positiva para empurrar o material
de um ponto para o outro. O sistema é ideal para transportar material de um ponto de
carga para vários pontos de descarga. Ele opera a uma pressão acima de 6 atm.
• Sistemas de combinação, que usam um sistema de sucção para transportar o
material de vários pontos de carga e um sistema de pressão para entregá-lo em
diversos pontos de descarga.
ATENÇÃO
A pressão do ar pode ser gerada usando um soprador ou ventilador industrial.
Como alternativa, o ar comprimido é muitas vezes utilizado para aplicações
que atendam a pequenos volumes.
177
3 INDEXADORES E MÁQUINAS SÍNCRONAS
Indexadores movem objetos a uma distância fixa para posicionamento repetitivo
e para evitar erros cumulativos.
178
Os sensores são usados para detectar quando o indexador está dentro de
parte do "intervalo" do índice para que os dispositivos da estação possam operar no
produto. Um dispositivo comum que é geralmente usado em mesas de discagem, é uma
embreagem de sobrecarga.
179
FIGURA 10 – ESQUEMA SEQUENCIAL DE FEIXES AMBULANTES
Uma variação de uma viga móvel para caixas, sacolas ou produtos planos que
não requer um eixo Z é uma viga móvel de dedo de mola. Isso é um eixo horizontal
com dedos inclinados que são mantidos no alto posição com molas. Conforme o feixe é
movido para trás, por baixo o produto, o produto empurra os dedos para baixo. Quando
o feixe se move na direção para frente, os dedos saltam para cima e impulsionam o
produto para a frente.
3.4 PICK-AND-PLACE
Um pick-and-place, assim chamado porque normalmente pega um objeto
e o coloca em outro local, consiste em um eixo X ou eixo horizontal, um eixo Z, ou
eixo vertical, e um mecanismo de separação, como uma pinça mecânica, ventosas ou
mesmo ímãs. Se outro eixo horizontal, ou eixo Y, for adicionado, ele é descrito como um
gantry (BERNER; HÄGGLUND; ÅSTRÖM, 2016; CHAUDHURI; CHAUDHURI, 2012).
A Figura 11 mostra um robô de três eixos. Como característica, uma pinça pode
ser fixada na extremidade inferior do eixo vertical, ou eixo Z, criando um local de escolha
e colocação.
180
FIGURA 11 – ROBÔ DE TRÊS EIXOS USADO PARA PICK-AND-PLACE
4 ALIMENTADORES DE PEÇAS
Alimentadores de peças fornecem componentes para uma variedade de
processos de manufatura. Eles geralmente servem como um buffer – uma forma de
memória com armazenamento temporário de dados durante processos entre dispositivos
com taxas de transferência assíncronas – e dispositivo de orientação de peças.
181
FIGURA 12 – COMPARTIMENTO VIBRATÓRIO
IMPORTANTE
Os revestimentos especiais são aplicados de acordo com a forma, tamanho
e material do componente que auxilia na tração, minimizando danos ao
produto e reduzindo os níveis acústicos.
Pesos também podem ser adicionados ou removidos dos motores para ajustar
as taxas de avanço. Valores e comprimentos das constantes da mola são outras
considerações importantes que afetam o movimento da peça.
182
Tremonhas e bandejas vibratórias também são usadas para mover materiais à
granel e nem sempre estão associados a peças orientadoras ou individualizantes. Estas
são mais comumente usadas no manuseio de materiais e processos industriais para
controle de fluxos.
183
Quando o uso do alimentador de passos é considerado sobre um sistema
vibratório, é importante lembrar que essa parte será elevada consideravelmente acima
do nível do funil. Os alimentadores centrífugos, também conhecidos como alimentadores
rotativos, têm uma estrutura cônica e um rotor acionado centralmente rodeado por uma
parede circular. O alimentador separa as peças do componente usando força rotativa.
Então, as partes giram com alta velocidade e são puxados para fora do recipiente.
5 ROBÔS E ROBÓTICA
Um robô é uma máquina eletromecânica que pode realizar tarefas em sua
característica própria ou com orientações específicas. Os robôs industriais são
amplamente usados em todo o setor de manufatura e as várias categorias desses robôs
vêm em diferentes configurações e tamanhos (LIN; PEARSON, 2017; SIEMENS, 2006).
184
5.1 ROBÔS ARTICULADOS
Um robô articulado é aquele que usa juntas rotativas para acessar seu espaço de
trabalho. Normalmente, as juntas são dispostas por "correntes", de modo que uma junta
suporta outra mais distante na cadeia. Outro termo utilizado para um robô articulado é
o “braço robótico” (SIEMENS, 2006). Os robôs articulados geralmente têm de três a seis
juntas. Mais de seis juntas são possíveis, mas esses robôs geralmente caem em relação
a categoria personalizada. Outro termo para isso é "graus de liberdade", definido como o
número de moções independentes que compõem a área de operação do robô.
Por causa dos cabos que precisam, fazem o seu caminho através das várias
articulações para a potência e posição do servo. A rotação da junta para J1 é, geralmente,
inferior a 360°. A Figura 14 mostra um braço robótico denso de seis eixos montado em
uma base.
185
J2 e J3 geralmente operam no plano vertical, juntamente com a rotação de
J1. Isso permite que as outras juntas sejam colocadas próximas de quase todos os
pontos dentro do envelope operacional do robô. J4, J5 e J6, normalmente agem como
manipuladores, nos quais a última junta, J6, é geralmente executada por rotações, nas
quais garras ou outros dispositivos são fixados.
186
5.3 ROBÔS CARTESIANOS
Um robô cartesiano, também chamado de robô linear ou pórtico, possui três
eixos de controle nas direções X, Y e Z. Em vez de juntas rotativas. O eixo X é geralmente
montado em ambas as extremidades com o eixo Y acoplado a ele. Alguns gantries
suspendem o eixo Y entre dois eixos X, usando um arranjo de quatro postes. Isso cria
um trabalho em forma de caixa de envelope (BERNER; HÄGGLUND; ÅSTRÖM, 2016;
SIEMENS, 2006).
Arranjos de pórtico são o esquema de controle mais simples para robôs, uma
vez que as coordenadas estão no sistema familiar X-Y-Z, ou cartesiana, e não precisam
ser convertidas ou interpolados como acontece em outros sistemas.
187
FIGURA 16 – ROBÔ SCARA
NOTA
Robôs paralelos são geralmente suspensos acima dos objetos que estão
sendo manipulados. Um uso comum para robôs paralelos é a inserção de
componentes em placas de circuito impresso.
188
ATENÇÃO
Coordenadas adicionais às vezes são adicionadas ao X (horizontal primária),
Y (horizontal secundária) e Z (vertical). Estas são, às vezes, referidas como A
(rotação em torno de X), B (rotação em torno de Y) e C (rotação em torno de Z).
189
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Os eixos servos fornecem flexibilidade, pois suas posições e velocidades podem ser
reprogramadas para diferentes produtos.
190
AUTOATIVIDADE
1 Sistemas de transportadores são usados para mover objetos ou substâncias de
um ponto para outro no ambiente industrial. Eles podem assumir várias formas e
geralmente são acionados por um motor, ar ou gravidade. Grandes sistemas de
transporte geralmente têm um sistema de controle centralizado e controlado por um
PLC. Com base no texto, identifique a alternativa que apresenta dois sistemas de
transportes utilizados na manufatura.
191
192
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
PROJETOS DE AUTOMAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico, seja bem-vindo ao Tópico 3, o último desta unidade! O objetivo
deste Tópico será caracterizado pela descrição de ciclos típicos de cotação, aquisição,
projeto, fabricação, depuração e instalação de máquinas contempladas pelos conceitos
da automação.
193
FIGURA 17 – CONTROLE DA SAÍDA COM BASE NA DIFERENÇA ENTRE O VALOR DESEJADO
E O VALOR REAL
IMPORTANTE
O termo proporcional afetará, então, o sinal de controle para manter a
saída do controlador até que o erro chegue a zero. Enquanto isso, o termo
de integração também começará a contribuir para a saída do controlador,
conforme o erro se acumula ao longo do tempo.
Se o ganho de integração (I) não tiver um valor grande, o próximo erro será
menor do que o inicial e o termo de integração começará a diminuir à medida que erros
negativos serão adicionados ao termo positivo anterior. Esta operação pode ser repetida
algumas vezes até que o erro atual e o erro acumulado sejam eliminados.
195
É claro, a partir da descrição detalhada acima do comportamento de um
controlador PID, que o efeito de cada termo na Equação 5 tem sobre o valor da saída do
controlador, depende do comportamento da resposta do processo controlado.
Depois de programar um PID FB, ele será executado junto com o resto
do programa de automação dentro do horizonte de tempo do ciclo de varredura.
Dependendo do processo controlado, isso pode resultar em um controle PID aplicado
que não é satisfatório devido à duração do ciclo de varredura. Este último tem, é claro,
sempre uma curta duração que é satisfatória para a execução do controle ON-OFF, mas
que pode não ser suficiente para a ação do controle PID, especialmente para processos
rápidos (SIEMENS, 2006).
197
FIGURA 19 – EXEMPLO DE PARÂMETROS A SEREM ATRIBUÍDOS EM UM
PROGRAMA PID FB (SIEMENS)
198
FIGURA 21 – CONTROLE SEQUENCIAL DE DOIS PROCESSOS COM DOIS LOOPS
DE CONTROLE PID
199
O resultado do algoritmo PID em cada controlador é transferido diretamente para
a saída analógica correspondente sem esperar a operação do próximo controlador. Se
um controlador não for usado pelo usuário, então sua função é “bypassada” e, portanto,
não contribui para o tempo total do ciclo de operação de um módulo de controle PID.
Nesse caso, os painéis virtuais especiais fornecem ao usuário uma forma de menu, a
capacidade de definir facilmente o número e o tipo de termos do controlador (P, PI, PD e
PID), a combinação de loops internos para introduzir os valores do ganho do controlador
PID e, em geral, para organizar a tarefa de controle do processo, como acontece no
módulo de controle em malha fechada FM-355 da Siemens, por exemplo.
200
O Quadro 1 mostra a caracterização da simbologia utilizada pela metodologia.
Descrição da abreviatura
VP Plano de validação
QP Plano de qualificação
QPP Qualidade e plano de projeto
URS Especificação de requisitos do usuário
FDS Função e especificação de design
DS Especificação de design
FAT Teste de aceitação de fábrica
SAT Teste de aceitação do ambiente
IQ Qualificação de instalação
OQ Qualificação operacional
PQ Qualificação de desempenho
VR Relatório de validação
QR Relatório de qualificação
SOP Procedimento de operação padrão
FONTE: O autor
No caso de uma planta complexa, uma linha de produção com várias plantas
de processo e sistemas de automação, por exemplo, uma outra distinção pode
ser feita entre um documento mestre de substituição (plano mestre de validação,
também referido para como VMP ou MVP) e um VP que é válido somente para plantas
e sistemas individuais.
201
3.1.2 Qualidade e plano de projeto
O plano de qualidade e projeto (QPP) define o escopo e os procedimentos
relativos ao gerenciamento de projetos e qualidade, com procedimentos de controle
de documentos e mudanças, por exemplo, sendo especificados (ANVISA, 2020).
O ciclo de vida é definido de tal forma no QPP que não inclui apenas as
etapas do projeto que são relevantes para a validação, mas também outras relações
organizacionais (cronogramas diferentes das várias seções, por exemplo).
3.1.3 Especificação
O estágio de especificação começa com a criação da especificação de requisitos
do usuário (URS). Como regra, isso é criado pelo operador e descreve os requisitos que o
sistema deve se propor a atender. Uma vez que a especificação de requisitos do usuário
for criada, uma especificação de função deve então ser elaborada, geralmente pelos
fornecedores (SIEMENS, 2006).
• estrutura de software;
• padrões de programação;
• convenção de nomes;
• convenção de nomenclatura de arquivo.
202
3.1.5 Especificação de função e design (FDS)
Como regra, o FDS é criado pelo fornecedor do sistema, ocasionalmente em
colaboração com o usuário final. Com base na especificação dos requisitos do usuário,
descreve as funções do sistema em detalhes e inclui descrições detalhadas de hardware
e software a serem usados, listas de pontos de medição etc. A especificação da função
aprovada fornece a base sobre a qual especificações são elaboradas (ANVISA, 2020).
3.1.6 Implementação
O sistema é implementado de acordo com a especificação do projeto durante
a fase de implementação. Junto com os procedimentos definidos no QPP e diretrizes
adicionais (padrões de codificação, convenções de nomenclatura e backups de dados,
por exemplo), gestão de mudanças, que visa possibilitar mudanças e desvios das
especificações originais a serem rastreadas, desempenhando um papel importante.
ATENÇÃO
O objetivo do FAT é que o cliente aceite o sistema antes da entrega, em seu
estado testado, já tendo sido aprovado.
3.1.8 Teste/Qualificação
O FAT é seguido pelo comissionamento técnico (etapa de comissionamento/
liberações). Essa etapa envolve a instalação do sistema nas instalações do operador do
sistema, juntamente com o programa de usuário criado, seguido de comissionamento
técnico, testes e qualificações.
203
O plano de teste deve ser elaborado em um estágio inicial para que uma
verificação possa ser feita para evidenciar que os testes, já realizados como parte do FAT,
possam ser omitidos durante a qualificação. Nesse caso, os testes FAT documentados
passam a fazer parte da documentação de qualificação.
IMPORTANTE
Quando os documentos de teste são criados, os testes e os critérios de
aceitação devem ser claramente descritos.
3.1.10 Responsabilidades
As responsabilidades pelas atividades incluídas nas fases individuais do ciclo
vital devem ser definidas ao configurar sistemas automatizados no ambiente GMP e
criando especificações correspondentes.
204
3.1.12 Mudança em sistemas validados
Mudanças em um sistema validado, já existente, são regulamentadas de acordo
com os procedimentos de controle de mudanças da empresa. Antes de qualquer
alteração, eles devem ser descritos, assim como suas consequências potenciais
devem ser identificadas e as etapas associadas (execução de testes, atualização da
documentação “as built”, por exemplo) devem ser definidas (ANVISA, 2020). Assim que
a aprovação final for recebida, a mudança planejada é realizada, como as etapas forem
definidas. Se mudanças abrangentes forem necessárias, um ciclo de vida semelhante
pode ser usado, caso se entenda necessário.
205
FIGURA 24 – OPERAÇÃO CÍCLICA EM SEMÁFOROS
206
FIGURA 25 – SISTEMA DE TRANSPORTE PARA UMA VARIEDADE DE OBJETOS POR PARES
Cada posição do buffer M2 aceita apenas dois objetos. A placa metálica móvel
restringe o movimento para a frente de um único objeto. Depois que o emparelhamento
de um BW ou WB é formado, a placa metálica desce por 5s pela ativação do relé C5 e,
juntamente com seu par, são transferidos para M3. Claro, há um acoplamento mecânico
do movimento M3 com cada posição de M2 para a transferência entre pares.
207
A chegada de objetos é aleatória, mas suponha que seja impossível encontrar
mais de quatro objetos da mesma cor, o sistema de transporte começa a operar após
um sinal momentâneo do pressionamento do botão START e para, de forma semelhante
pressionando um botão STOP.
208
• logo após seis bolas caírem, as outras bolas param de cair, e após a conclusão de seis
bolas, o acondicionamento é iniciado no ponto A. Esse acondicionamento é realizado
por meio da rotação do motor-redutor M, disposto em 360°, e o fim da rotação é
detectado pela chave de proximidade S0;
• se durante a produção de 90 bolas, o número de bolas da mesma linha de alimentação
for maior ou igual a 21, então essa última bola é excluída dos próximos dois conjuntos de
90 bolas em produção, sendo revertida normalmente no seguinte conjunto de 90 bolas.
209
O silo possui uma porta de saída acionada eletricamente, que é aberta quando a
saída Q4.0 é energizada. O motor DC move a correia transportadora com três velocidades
através da conexão dos resistores conectados nas bobinas do motor.
210
III- Quando um barril atinge a posição adequada, que é detectada pela fotocélula
PC, a correia transportadora para. Com o barril na posição correta e a correia
transportadora parada, a válvula de guilhotina é energizada e o material seco a
granel cai no barril.
IV- A válvula guilhotina será desativada e o enchimento do barril será interrompido
quando a chave de nível for energizada. Em seguida, o indicador de cheio acende e
permanece aceso até que o cilindro cheio seja removido do PC.
V- Assim que um barril estiver cheio (sinal do sensor de nível), a correia transportadora
opera novamente para remover o barril cheio e trazer o próximo barril vazio, e assim
por diante. A próxima chegada de barril é um evento aleatório oportuno.
211
LEITURA
COMPLEMENTAR
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS AUTOMATIZADOS NA MOVIMENTAÇÃO
DE MATERIAIS
Leonardo Chwif
Wilson Inácio Pereira
212
Na Figura 2, pode-se observar um sistema de expedição integrado, no qual os
produtos que saem de uma linha de fabricação são movimentados por meio de AGVs
(veículos autônomos de transporte) para os conveyors (esteiras ou transportadores),
que alimentam um sistema de armazenagem automatizado (AS/RS); os AGVs também
podem alimentar diretamente os veículos de expedição (processo de cross docking). O
sistema de armazenagem, por sua vez, armazenará os produtos, ou deverá retirá-los para
expedição, quando necessário. No caso, os produtos são retirados do AS/RS para um
sistema de conveyor que alimentará os veículos de expedição automaticamente, pois o
piso do veículo é também roletado. Esse sistema, praticamente, não utiliza mão de obra.
AS/RS
Sistema
Conveyor
AGV
213
A Figura 3 ilustra um modelo desenvolvido no software de simulação, o SIMUL8,
para um sistema de expedição semelhante ao da Figura 2.
AS/RS
Sistema
Conveyor
Sistema
de AGVs
214
Carga Descarga
É evidente que esse cálculo simples não considera diversos fatores, como
por exemplo, possíveis variações nos processos de carga e/ou descarga. Na prática, o
tempo entre carregamentos pode não ser sempre igual a 25 segundos, pois está sujeito
a uma variabilidade do processo (manual).
Além disso, esse tipo de cálculo considera apenas um conversor simples e não
serve para configurações mais complexas, em que ocorrem transferências e operações
de separação (sorting), por exemplo. De fato, complexidade de operação e presença
de variabilidade são fatores que só podem ser considerados adequadamente por meio
da simulação de eventos discretos. A ideia básica, no caso da simulação, é construir
um modelo computacional da situação em questão, avaliar seu desempenho e fazer
os dimensionamentos com base em indicadores de desempenho e possíveis gargalos
observados, porém sem qualquer tipo de cálculo matemático.
215
O modelo de simulação mostrado na Figura 5, desenvolvido por um dos
autores para um sistema de fabricação de bens de consumo não duráveis, ilustra
o uso da Simulação de Eventos Discretos em um caso de complexidade média. A
construção desse modelo utilizou basicamente objetos de simulação que representam
conveyors, em que são definidos parâmetros como comprimento, velocidade (incluindo
variabilidade), tipo etc.
Paletizadora
Sistema de
separação
Conveyor
de transporte,
Conveyor linhas da
Conveyor
de transporte, direita -
príncipal
linhas da sistema de
esquerda - separação
sistema de
separação
Linhas de
produção
216
Vale mencionar que o sistema simulado considerou conveyors do tipo rolete; há
diversos outros tipos de conveyors, como os aéreos, por exemplo.
DIMENSIONAMENTO DE AGVS
217
A primeira linha calcula, para cada tipo de peça (processada na estação 2, 3
ou 4), a distância a ser percorrida e o tempo de locomoção necessário, assumindo que
os AGVs se movem com velocidade constante de 60 m/min. Somando-se o tempo de
locomoção com o tempo de processo, de carga e descarga, calcula-se o tempo de ciclo
por tipo de peça. Por exemplo, cada peça processada na estação 2 requer 7,83 minutos.
Multiplicando-se esse tempo pelo número de peças que devem ser produzidas
por hora, tem-se o tempo de ciclo necessário para o atendimento da demanda horária.
Por exemplo, atender à demanda da estação 2 exige que um AGV trabalhe durante 54,83
minutos ao longo de uma hora. Dessa forma, para se obter a produção total exigida, um
único AGV teria que trabalhar 178,33 minutos (= 54,83 + 61 + 62,50) ao longo de uma
hora, o que é inviável, pois só há 60 minutos em uma hora! Portanto, são necessários
2,97 AGVs (= 178,33/60). Como não existem “frações de AGV”, conclui-se que esse
sistema exige 3 AGVs para operar adequadamente.
218
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O ciclo de vida é definido de tal forma no QPP que não inclui apenas as etapas do projeto
que são relevantes para a validação, mas também outras relações organizacionais
(cronogramas diferentes das várias seções, por exemplo).
219
• Um sistema de produção automatizado é aquele em que um processo é executado
por várias máquinas sem a participação direta de um trabalhador. Todo o sistema
automatizado é construído a partir de unidades automatizadas menores e
adequadamente coordenadas.
220
AUTOATIVIDADE
1 Como descrever a contribuição de controladores PID para o cotidiano da sociedade?
221
222
REFERÊNCIAS
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Guia para validação de sistemas
computadorizados nº 33/2020 – versão 1. Brasília: Anvisa, 2020. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/5846922/Guia+n%C2%BA+33%2C+vers%
C3%A3o+1+-+Guia+para+Valida%C3%A7%C3%A3o+de+Sistemas+Computadorizados/
9db5c8fe-3253-4d72-ac69-0c1e75bbf90e. Acesso em: 14 set. 2020.
BERNER, J.; HÄGGLUND, T.; ÅSTRÖM, K. Asymmetric relay autotuning – practical features
for industrial use. Control Engineering Practice, Lund, v. 54, p. 231-245, 2016.
223
HOUNSHELL, D. A. From the american system to mass production, 1800-1932.
Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1984.
LI, M.; YANG, F.; XU, J. A metamodeling-based approach for production planning. In:
WINTER SIMULATION CONFERENCE– WSC, 14., 2014, Piscataway. Proceedings [...].
Piscataway: IEEE Press; 2014.
OBERG, E. et al. Machinery’s handbook. 27. ed. New York: Industrial Press, 2005.
SIEMENS. Programming with STEP 7. 3. ed. Munique: Siemens AG., 2006. Disponível
em: https://cache.industry.siemens.com/dl/files/056/18652056/att_70829/v1/
S7prv54_e.pdf. Acesso em: 14 set. 2020.
224
SKILTON, M.; HOVSEPIAN, F. The 4th industrial revolution responding to the
impact of artificial intelligence on business. Cham: Springer International
Publishing AG, 2017.
225