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Prof.ª Vanessa Moura de Souza
Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof.ª Vanessa Moura de Souza
S729m
ISBN 978-65-5663-243-8
CDD 629.2
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico, mais um semestre se inicia e, com ele, a disciplina
Motores de Combustão Interna, a qual também complementa a disciplina de
Práticas de Motores.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Bons estudos!
UNI
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
TÓPICO 1 — MOTORES....................................................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................................... 3
2 HISTÓRICO........................................................................................................................................... 4
3 CONCEITO: COMBUSTÃO INTERNA E EXTERNA.................................................................. 6
4 CLASSIFICAÇÃO................................................................................................................................. 8
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 11
AUTOATIVIDADE............................................................................................................................... 12
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 149
UNIDADE 1 —
CONCEITOS BÁSICOS
E COMPONENTES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. Em cada um deles, você
encontrará atividades visando à compressão dos conteúdos apresentados.
TÓPICO 1 – MOTORES
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
MOTORES
1 INTRODUÇÃO
3
UNIDADE 1 — CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES
2 HISTÓRICO
Durante esses longos milênios, dia sim, dia não, as pessoas ficavam cara
a cara com a invenção mais importante na história da produção de energia – e
não conseguiam perceber isso. Essa invenção as encarava cada vez que uma dona
de casa ou um servo colocava no fogão uma chaleira para ferver água para o chá
ou uma panela cheia de batatas. No minuto em que a água fervia, a tampa da
chaleira ou da panela saltava. O calor estava sendo convertido em movimento.
Mas tampas de panelas saltando eram uma perturbação, sobretudo se alguém
esquecia a panela no fogo e a água transbordava.
4
TÓPICO 1 — MOTORES
5
UNIDADE 1 — CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES
DICAS
6
TÓPICO 1 — MOTORES
• Recebem calor de uma fonte à alta temperatura (energia solar, fornalha, reator
nuclear, combustão etc.).
• Convertem parte desse calor em trabalho (em geral, na forma de um eixo
rotativo).
• Rejeitam o restante do calor para um sumidouro à baixa temperatura (a
atmosfera, os rios, dentre outros).
• Operam em um ciclo.
4 CLASSIFICAÇÃO
Os principais motores modernos são derivados dos construídos por Otto
e Diesel e as características básicas deles são as seguintes:
8
TÓPICO 1 — MOTORES
Pela forma de ignição são chamados de motores por centelha (Ignição por
Centelha – ICE) ou por compressão (Ignição por Compressão – ICO).
9
UNIDADE 1 — CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES
NÚMERO DE CILINDROS
10
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
11
AUTOATIVIDADE
12
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
DICAS
Bloco
14
TÓPICO 2 — COMPONENTES DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA
Cabeçote
FIGURA 6 – CABEÇOTE
Cárter
O cárter fecha o bloco na sua parte inferior e serve de depósito para o óleo
lubrificante do motor. Normalmente, é fabricado de ferro fundido ou alumínio
fundido.
FIGURA 7 – CARTER
Válvulas
15
UNIDADE 1 — CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES
16
TÓPICO 2 — COMPONENTES DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA
• Ângulo de 45° permite uma melhor centragem da válvula sobre o seu assento
cada vez que se dá o encaixe: utilizam-se as válvulas de escape, mais facilmente
deformáveis a altas temperaturas,
• Ângulo de 30° às válvulas de admissão que devem, sobretudo, favorecer a
entrada dos gases novos no cilindro.
E
IMPORTANT
Pistão (êmbolo)
17
UNIDADE 1 — CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES
18
TÓPICO 2 — COMPONENTES DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA
E
IMPORTANT
19
UNIDADE 1 — CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES
Biela
E
IMPORTANT
20
TÓPICO 2 — COMPONENTES DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA
Virabrequim
FIGURA 14 – VIRABREQUIM
Volante
21
UNIDADE 1 — CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES
FIGURA 15 – MOTOR
22
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
23
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Virabrequim.
b) ( ) Volante.
c) ( ) Cárter.
d) ( ) Biela.
24
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
SISTEMAS COMPLEMENTARES
DOS MOTORES
1 INTRODUÇÃO
25
UNIDADE 1 — CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES
FIGURA 16 – FILTRO
• Filtro banho de óleo – como o próprio nome diz, é um filtro com óleo para
reter partículas, basicamente funciona da seguinte maneira: o ar segue por
um tubo até a cuba de óleo, entrando em contato com o mesmo, fazendo com
que as partículas menores de poeira fiquem retidas nele.
• Filtro seco – as impurezas são separadas por movimento inercial em um pré-
purificador tipo ciclone, no qual o ar admitido adquire um movimento circular.
A força centrífuga faz com que as impurezas maiores sejam depositadas num
reservatório. Em seguida, o ar passa pelos elementos filtrantes, primário e
secundário. O primário é confeccionado de papel e o secundário de feltro.
• Filtro seco – as impurezas são separadas por movimento inercial em um pré-
purificador tipo ciclone, no qual o ar admitido adquire um movimento circular.
A força centrífuga faz com que as impurezas maiores sejam depositadas num
reservatório. Em seguida, o ar passa pelos elementos filtrantes, primário e
secundário. O primário é confeccionado de papel e o secundário de feltro.
26
TÓPICO 3 — SISTEMAS COMPLEMENTARES DOS MOTORES
27
UNIDADE 1 — CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES
E
IMPORTANT
28
TÓPICO 3 — SISTEMAS COMPLEMENTARES DOS MOTORES
FIGURA 20 – AFTERCOOLER
29
UNIDADE 1 — CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES
E
IMPORTANT
30
TÓPICO 3 — SISTEMAS COMPLEMENTARES DOS MOTORES
31
UNIDADE 1 — CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES
32
TÓPICO 3 — SISTEMAS COMPLEMENTARES DOS MOTORES
3 SISTEMA DE ARREFECIMENTO
Um sistema de arrefecimento, ou seja, um sistema de resfriamento, tem por
objetivo impedir que os elementos mecânicos do motor atinjam uma temperatura
muito elevada ao contato com os gases da combustão, controlando a temperatura
ideal dentro da faixa de operação do motor. É um dos sistemas mais importantes
pois a manutenção da temperatura ideal de trabalho evita o desgaste. As folgas
adequadas e a viscosidade do lubrificante também são responsabilidade do
sistema de refrigeração.
33
UNIDADE 1 — CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES
34
TÓPICO 3 — SISTEMAS COMPLEMENTARES DOS MOTORES
• Bomba centrífuga de baixa pressão e alta vazão que recalca a água do radiador
para o bloco do motor.
• Válvula termostática que atua como um dispositivo automático que permite
normalizar rapidamente a temperatura do motor e a estabilização ideal de
funcionamento do motor.
• Radiador cujo elemento de refrigeração tem a forma de um favo, tubular ou
com tiras; a parte superior do radiador possui sempre uma saída de segurança
chamada “registro”. Essa saída limita a pressão na circulação quando, por
aquecimento, o volume do líquido aumenta.
• Ventilador, que se destina a provocar uma intensa circulação de ar através do
elemento de refrigeração do radiador.
• Câmara de água em volta dos cilindros, dos assentos das válvulas e dos
cabeçotes. Essa câmara possui na sua parte inferior uma entrada de água fria
e na parte superior uma saída de água quente; frequentemente, coloca-se um
bujão de esvaziamento no local mais baixo da câmara de água.
35
UNIDADE 1 — CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES
E
IMPORTANT
4 SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO
O sistema de lubrificação tem como função distribuir o óleo lubrificante
entre partes móveis do motor para diminuir o desgaste, o ruído e auxiliar no
arrefecimento do motor. Nos motores de quatro tempos o óleo lubrificante é
armazenado no cárter e o fluxo de óleo é feito sob pressão através de galerias
existentes no motor. Nos motores de dois tempos do ciclo Otto o óleo lubrificante
fica misturado com o combustível no tanque.
36
TÓPICO 3 — SISTEMAS COMPLEMENTARES DOS MOTORES
37
UNIDADE 1 — CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES
38
TÓPICO 3 — SISTEMAS COMPLEMENTARES DOS MOTORES
SA – Serviços leves
SB – Serviços médios
SC – Serviços pesados e intermitentes
SD – Serviços pesados e contínuos
SE – Serviços muito pesados e velocidades elevadas e contínuas
SF – Serviços extremamente pesados em grandes velocidades
CA – Serviços leves
CB – Serviços médios
CC – Motor aspirado serviço normal
CD – Motor aspirado serviço pesado
CE – Motor turbinado serviço normal
CF – Turbinado serviço pesado
39
UNIDADE 1 — CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES
5 SISTEMA ELÉTRICO
O sistema elétrico dos motores é composto pela bateria que se comporta
como um acumulador de energia elétrica, considerada o principal elemento desse
sistema, o motor de partida ou arranque que tem a função de iniciar o movimento
do motor e o alternador, que transforma parte da energia produzida pelo motor
em energia elétrica para atender à demanda de consumo dos dispositivos elétricos
consumidores e manter a carga da bateria (TILLMANN, 2013).
A seguir, temos a bateria que tem como função acumular energia elétrica
suficiente para assegurar a partida do motor e iluminação do trator.
40
TÓPICO 3 — SISTEMAS COMPLEMENTARES DOS MOTORES
1. Pasta de vedação.
2. Pino polar negativo.
3. Barra de acoplamento dos elementos do acumulador.
4. Ponto polar (de montagem das placas de sinal idêntico).
5. Bujão.
6. Pino polar positivo.
7. Tampa da bateria.
8. Cuba.
9. Calço de madeira (separador).
10. Placa positiva.
11. Suporte.
12. Placa negativa.
O motor de partida tem como função acionar o volante para dar início
ao funcionamento do motor de combustão interna. Um motor de partida, são
basicamente, motores elétricos que recebem energia da bateria, conforme a Figura
32. Ao entrar em contato com o volante, a árvore de manivelas gira até que ocorra
combustão em um dos cilindros do motor, a mistura é então queimada e o motor
entra em funcionamento.
41
UNIDADE 1 — CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES
42
TÓPICO 3 — SISTEMAS COMPLEMENTARES DOS MOTORES
43
UNIDADE 1 — CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES
LEITURA COMPLEMENTAR
Felipe Aldabaladejo
Arando Laganá
Alexsander Carvalho
Carlos Morioka
Fábio Delatore
METODOLOGIA
O desenvolvimento do hardware necessário para testar o software. Esse
hardware é composto de um circuito regulador de tensão, três microcontroladores
(gerenciamento, sincronismo e comunicação), interface para as válvulas injetoras
e bobinas (LM1949), interface para os relés (ZTX450), circuito de gravação dos
44
TÓPICO 3 — SISTEMAS COMPLEMENTARES DOS MOTORES
Como até esse momento o motor está girando apenas pelo trabalho
exercido pelo motor de partida, o software permanece em um loop até que a
rotação do motor seja maior que 400 rotações por minuto, sempre consultando a
linha 15 para identificar se a chave ainda está ligada. Ao ultrapassar uma rotação
45
UNIDADE 1 — CONCEITOS BÁSICOS E COMPONENTES
RESULTADOS E DISCUSSÕES
46
TÓPICO 3 — SISTEMAS COMPLEMENTARES DOS MOTORES
47
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
48
AUTOATIVIDADE
4 (Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: SABESP Prova: FCC – 2014 – SABESP) Com
relação ao motor, o filtro de ar de um carro:
a) ( ) Retém impurezas dos cilindros que iriam para o carburador.
b) ( ) Filtra a entrada de ar que refrigera os cilindros.
c) ( ) Retém impurezas do ar que segue para dentro do motor.
d) ( ) Mantém limpa a água de admissão ao motor.
e) ( ) Lança ar puro para o interior do veículo.
49
5 (Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: Copergás–PE/Prova: FCC-2016) Os
compressores que são utilizados em sistemas de turbocompressão de ar em
motores alternativos (de combustão interna a pistão) e que se caracterizam pelo
fato de o escoamento do fluido no rotor entrar paralelo ao eixo do compressor
e sair dele perpendicular ao mesmo, são denominados compressores:
a) ( ) De palhetas.
b) ( ) Axiais.
c) ( ) De parafusos.
d) ( ) Alternativos.
e) ( ) Centrífugos.
50
UNIDADE 2 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
51
52
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE
DESEMPENHO
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico abordaremos cada um dos itens para você, caro acadêmico,
ser capaz de desenvolver toda a parte de cálculo técnico de um motor. Bons
estudos!
53
UNIDADE 2 — PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA
Onde:
1. Bomba-d'água
2. Válvula termostática
3. Compressor de ar
4. Duto de admissão
5. Injetor de combustível
6. Válvula de escapamento
7. Coletor de admissão
8. Válvula de admissão
9. Linha de combustível
10. Haste de válvula
11. Duto de água
12. Tampa de válvula
54
TÓPICO 1 — CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE DESEMPENHO
Onde:
• PMS: Ponto morto superior – é a posição na qual o pistão está o mais próximo
possível do cabeçote.
• PMI: Ponto morto inferior – é a posição na qual o pistão está o mais afastado
possível do cabeçote.
• S: Curso do pistão – é a distância percorrida pelo pistão quando se desloca de
um porto morto para outro (do PMS ao PMI) ou vice-versa.
• V₁: Volume total – é o volume compreendido entre a cabeça do pistão e o
cabeçote, quando o pistão está no PMI.
• V₂: Volume morto ou volume da câmara de combustão – é o volume
compreendido entre a cabeça do pistão e o cabeçote, quando o pistão está no
PMS (também indicado como Vm).
• Vdu: Cilindrada unitária – também conhecida como volume deslocado útil ou
deslocamento volumétrico, é o volume deslocado pelo pistão de um ponto
morto a outro.
• Vd: Volume deslocado do motor, deslocamento volumétrico do motor ou
cilindrada total
• z: Número de cilindros do motor.
• D: Diâmetro dos cilindros do motor.
55
UNIDADE 2 — PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA
Onde:
• V.E: válvula de escapamento
• V.A: válvula de admissão
• r: raio de manivela
• n: frequência da árvore de manivelas (Hz)
• ω: velocidade angular da árvore de manivelas (rad/s), onde ω: 2pi . n
• Vp: velocidade média do pistão, onde: Vp: 2.S.n
• α: ângulo formado entre a manivela e um eixo vertical de referência, quando
α: 0°, quando o pistão está no PMS, quando α: 180°, quando o pistão está no
PMI, conforme a Figura 4.
• L: comprimento da biela
• S: distância entre PMS e PMI
• x: distância para o pistão atingir o PMS
56
TÓPICO 1 — CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE DESEMPENHO
57
UNIDADE 2 — PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA
Onde:
•
•
Exemplo:
Um motor alternativo tem 2 cilindros de diâmetro 4 cm e curso 8 cm e
uma taxa de compressão 9. Pede-se a cilindrada do motor em cm³:
Número de cilindros (Z)= 2 cilindros
Diâmetro= 4 cm
Curso (s)= 8 cm
Taxa de compressão (rv)= 9
58
TÓPICO 1 — CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE DESEMPENHO
4 TAXA DE COMPRESSÃO
A câmara de compressão ou de combustão é o espaço acima do pistão,
quando este se encontra no ponto morto superior (PMS), é a região onde a mistura
ar/combustível do motor a gasolina, que entrou pela válvula de admissão, será
comprimida e, após, a faísca emitida pela vela de ignição explodirá para que a
expansão dos gases movimente o pistão e dê sequência ao funcionamento do
motor (TILLMANN, 2013). Nos motores a Diesel, o processo é muito similar,
porém, na câmara de compressão é confinado apenas o ar admitido que ao
ser comprimido, recebe alta pressão e temperatura para receber o combustível
realizando assim a combustão. A câmara geralmente encontra-se no cabeçote ou
na cabeça dos pistões.
Exemplo: um motor que tenha uma taxa de compressão de 8:1 indica que
o volume aspirado para dentro do cilindro foi comprimido oito vezes antes que a
centelha da vela de ignição iniciasse a combustão, Figura 5.
59
UNIDADE 2 — PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA
Onde:
• rv: relação volumétrica ou taxa de compressão – é a relação entre o volume
total (V₁) e o volume morto (V₂), e representa em quantas vezes V₁ é reduzido.
DICAS
60
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
61
AUTOATIVIDADE
62
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
FASES EM UM MOTOR DE
COMBUSTÃO INTERNA
1 INTRODUÇÃO
64
TÓPICO 2 —
65
UNIDADE 2 — PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA
O ciclo Diesel e Otto se diferem através da faísca emitida pelo Otto, que
faz a explosão na mistura ar e combustível, diferentemente do ciclo Diesel onde se
comprime apenas o combustível e o calor da própria compressão no combustível
gera a combustão. Mas em um ciclo de 4 tempos, quais são as diferenças
fundamentais entre os motores ciclo Otto e Diesel a 4 tempos?
66
TÓPICO 2 —
DICAS
67
UNIDADE 2 — PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA
Onde:
Vd – Cilindrada Wankel
B – largura do rotor
e – excentricidade do rotor
R – raio da circunferência circunscrita pelo rotor
K – número de câmaras
• pequenas potências;
• custo inicial para uma mesma potência é menor que o dos 4t, não são usados
para potências elevadas;
• ruidosos, instáveis em certas faixas de funcionamento e extremamente
poluentes;
• aplicados em motocicletas, pequenos barcos, motosserras, cortadores de
grama, geradores, pequenas aplicações estacionárias.
DICAS
69
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
70
AUTOATIVIDADE
1 (Ano: 2013 Banca: IBFC Órgão: PC-RJ Prova: IBFC – 2013 – PC-RJ – Perito
Criminal – Engenharia Mecânica). As máquinas térmicas são aquelas que
transformam a energia térmica em energia mecânica. A energia térmica
provém de fontes, por exemplo, da queima de combustível, da energia
elétrica e da energia atômica. Essas máquinas são muito utilizadas
para a propulsão de meios de transportes: carros, navios, trens, aviões,
motocicletas etc. Por outro lado, podem também ter uso estacionário onde
elas acionam geradores de energia elétrica, compressores de ar e bombas.
Dentre as opções de motores apresentadas a seguir, a única que menciona
um motor de combustão interna e outro de combustão externa, nessa
ordem, é a opção:
2 (Ano: 2016 Banca: IFBR Órgão: IFBR Prova: IFBR – 2016 – Docente –
Engenharia Mecânica). Sobre os motores diesel 4 tempos é CORRETO
afirmar que:
3 (Ano: 2012 Banca: CONSUPLAN Órgão: PC-RJ Prova: IBFC – 2012 – PC-RJ
– Analista Judiciário – Engenharia Mecânica). Selecione a correta sequência
de funcionamento de motor quatro tempos à combustão interna:
71
a) ( ) Admissão, compressão, expansão e escape.
b) ( ) Admissão, expansão, compressão e escape.
c) ( ) Compressão, admissão, expansão e escape.
d) ( ) Compressão, expansão, admissão e escape.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
72
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
CICLOS TERMODINÂMICOS
1 INTRODUÇÃO
O funcionamento dos motores de combustão interna se realiza em
ciclos denominados ciclos termodinâmicos, no qual se distinguem em quatro
fases ou quatros tempos: admissão, compressão, explosão/expansão e escape,
como visto no tópico anterior. Durante o funcionamento de um motor, o fluido
ativo é submetido a uma série de processos físicos e químicos, que se repetem
periodicamente, dando origem ao chamado ciclo do motor. Esse ciclo pode ser
visualizado em um diagrama p-V (pressão x volume).
73
UNIDADE 2 — PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA
FONTE: O autor
74
TÓPICO 3 — CICLOS TERMODINÂMICOS
75
UNIDADE 2 — PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA
76
TÓPICO 3 — CICLOS TERMODINÂMICOS
77
UNIDADE 2 — PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA
FONTE: O autor
78
TÓPICO 3 — CICLOS TERMODINÂMICOS
FONTE: O autor
79
UNIDADE 2 — PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA
FONTE: O autor
80
TÓPICO 3 — CICLOS TERMODINÂMICOS
FONTE: O autor
81
UNIDADE 2 — PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA
Onde:
q – calor
w – trabalho
u – energia
Onde:
cx – calor específico a volume constante
u – energia interna
82
TÓPICO 3 — CICLOS TERMODINÂMICOS
Onde:
T – temperatura ao longo do ciclo, em Kelvin
v – volume
k – constante adiabática
Onde:
83
UNIDADE 2 — PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA
NOTA
Prezado acadêmico, você sabe como funciona a construção dos gráficos dos
ciclos? Através de indicadores de pressão. Mas o que é isso? Segundo Brunetti (2012), os
ciclos reais dos motores podem ser descritos em um diagrama p-V (pressão x volume),
traçado por aparelhos denominados indicadores de pressão. Fundamentalmente esse
aparelho, Figura 29, constitui-se de um pequeno cilindro que é ligado ao cilindro do motor,
do qual faz continuamente a tomada da pressão. No cilindro menor, um pequeno êmbolo
assume movimentos de translação proporcionais à pressão existente no cilindro do
motor, graças à mola calibrada. Os movimentos do êmbolo do aparelho são transmitidos
ao traçador, cuja ponta risca um gráfico sobre o tambor, que possui um movimento
sincronizado com o pistão do motor ou o seu eixo. O tipo de gráfico traçado depende do
movimento do tambor que pode sofrer um movimento de vaivém em torno de seu eixo
ou uma rotação contínua.
84
TÓPICO 3 — CICLOS TERMODINÂMICOS
CICLO DIESEL
O motor de ignição por compressão foi proposto pela primeira vez por
Rudolph Diesel em 1890. É bastante semelhante ao motor de ignição por centelha,
diferindo principalmente pelo método de início da combustão. Na Figura 32
temos o gráfico termodinâmico do ciclo Diesel que consiste em quatro processos
internamente reversíveis O processo de injeção de combustível inicia-se no
final do tempo de compressão e continua durante parte do tempo de expansão.
Processo de combustão ocorre com fornecimento de calor a pressão constante em
quatro etapas:
1 – 2 Compressão isentrópica
2 – 3 Fornecimento de calor a pressão constante
3 – 4 Expansão Isentrópica
4 – 1 Rejeição de calor a volume constante
86
TÓPICO 3 — CICLOS TERMODINÂMICOS
87
UNIDADE 2 — PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA
FIGURA 34 – GRÁFICO EFICIÊNCIA POR RAZÃO DE COMPRESSÃO CICLO DIESEL COM DIFE-
RENTES CONSTANTES ADIABÁTICAS
DICAS
3 CICLO MISTO
No ciclo Otto, o processo de combustão ocorre a volume constante,
já no ciclo Diesel o processo ocorre a pressão constante, como já mencionado
anteriormente. No entanto, na prática, esses dois ciclos não representam o ciclo de
funcionamento real do motor. O ciclo misto também chamado de ciclo Sabathé,
Figura 35, é uma junção de ambos e é o que melhor descreve a operação dos
motores de combustão de alta rotação, ou seja, traz resultados mais próximos das
condições reais. Nesse ciclo, a combustão ocorre em duas fases: em um primeiro
momento o calor sendo fornecido a volume constante e na segunda fase fornecido
a pressão constante.
88
TÓPICO 3 — CICLOS TERMODINÂMICOS
Onde:
r = V1/V2
k = γ = cp/cv
O ciclo real de um motor Diesel a 4T, de cilindrada 7.000 cm3, a 2.400 rpm
é aproximado ao ciclo teórico representado na Figura 36, na qual o retângulo
desenhado tem a mesma área do ciclo. A taxa de compressão é 17 e a eficiência
térmica é 0,597 quando 26,3% do calor é fornecido isocoricamente. Adota-se que
o fluido ativo tenha k = 1,35 e R = 240 J/kg.K. Determinar:
89
UNIDADE 2 — PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA
a) Ponto (1)
Ponto (2)
Ponto (3)
90
TÓPICO 3 — CICLOS TERMODINÂMICOS
91
UNIDADE 2 — PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA
LEITURA COMPLEMENTAR
92
TÓPICO 1 — CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE DESEMPENHO
para escolher o combustível que possibilite uma resposta rápida e eficiente por
parte da máquina térmica. Sendo assim, este trabalho apresentará uma análise da
eficiência técnica-econômica de cada combustível (álcool, gasolina e gás natural
veicular) em motores de ciclo Otto, visando chegar à resposta das seguintes
interrogações: Até que ponto a economia no uso dos combustíveis pode afetar
o desempenho do motor? Quais conhecimentos deve-se ter para obter a melhor
condição do motor na finalidade que se deseja? Vamos descobrir neste artigo!
93
UNIDADE 2 — PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA
94
TÓPICO 1 — CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE DESEMPENHO
FONTE: GADELHA, N. F.; DANTAS, F. C.; LIMA, R. S. Análise da eficiência técnica-econômica dos
combustíveis em motores de ciclo Otto. Revista Ciência e Tecnologia, v. 19, n. 35, p. 1-5, 2016.
95
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
96
AUTOATIVIDADE
97
98
UNIDADE 3 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
TÓPICO 2 – COMBUSTÍVEIS
CHAMADA
99
100
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
F – Força
m – Massa
a – Aceleração
101
UNIDADE 3 — COMBUSTÍVEIS, EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
Onde:
W – Trabalho
F – Força
Onde:
ΔE – Variação de energia
Δt – Variação do tempo
Onde:
Pot – potência de movimento
F – Força
v – Velocidade de deslocamento
ou
Onde:
Pot – potência de movimento
T – torque
w – Velocidade angular
102
TÓPICO 1 — AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS DE DESEMPENHO
Nm = Rotação do motor
Tm= Torque do motor
NOTA
Você lembra o que é torque? Torque é um conceito físico vetorial, uma medida
de força, por exemplo; em um objeto qualquer, quando se aplica o torque, ele gira sobre
um ponto central, também chamado de pivô. A distância do ponto pivô ao ponto onde
atua uma força F é denominado braço do movimento e denotada por r, definido através
da equação:
103
UNIDADE 3 — COMBUSTÍVEIS, EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
FIGURA 2 – TORQUE
104
TÓPICO 1 — AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS DE DESEMPENHO
Potência mecânica
A potência em geral é obtida através da quantidade de trabalho mecânico
efetuado em um determinado tempo. O trabalho mecânico por sua vez, tem por
característica dois fatores:
• Força que atua por impulso ou tração, medida em Newton (N);
• Deslocamento da força, medida em metros (m).
900 N 0,04 m = 36 J
105
UNIDADE 3 — COMBUSTÍVEIS, EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
(Pm) permite, então, calcular o trabalho efetivo fornecido pelo motor. Este
trabalho é tanto maior quanto maior é a superfície do pistão, quanto mais longo
é o curso e quanto mais elevado é o número de cilindros (MARTINS, 2006). A
Figura 4 apresenta as curvas de rendimento obtidas através da pressão média
efetiva, chamadas curvas RV.
Exemplo:
Superfície do pistão:
Trabalho:
106
TÓPICO 1 — AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS DE DESEMPENHO
Potência efetiva
A potência representa a taxa de transformação da energia ao longo
do tempo. A potência efetiva é estimada em função do torque e da rotação no
volante do motor. Esses parâmetros são obtidos em equipamentos denominados
dinamômetros. O dinamômetro é constituído por duas partes essenciais: uma
parte móvel ligada ao motor e outra acionada por ele; uma parte fixa provida de
um dispositivo de frenagem que atua diretamente sobre a parte móvel. A parte
fixa é montada sobre um eixo de oscilação (braço de alavanca), sendo estabilizada
por uma carga variável por meio de contrapesos e de uma mola calibrada.
Onde:
FB = força atuante na haste da biela, N;
Pe = pressão na expansão. Pa;
φ = ângulo entre haste da biela e vertical, graus.
107
UNIDADE 3 — COMBUSTÍVEIS, EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
Onde:
To = torque na árvore de manivelas, N.m;
FBy = força tangencial, N;
R = raio da circunferência, m.
PE = potência efetiva, W;
To = torque na árvore de manivelas (torque do motor), N;
N = rotação na árvore de manivelas (rotação do motor), rps.
Exemplo
108
TÓPICO 1 — AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS DE DESEMPENHO
3 RESERVA DE TORQUE
A reserva de torque é a diferença entre o torque máximo do motor e o
torque correspondente a potência máxima, permite um incremento temporário
ao motor superando uma eventual resistência, obtido através de:
Onde:
∆To = reserva de torque do motor, N.m;
To = torque máximo do motor (torque do motor);
Top = torque correspondente a potência máxima do motor.
FONTE: O autor
109
UNIDADE 3 — COMBUSTÍVEIS, EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
4 DESEMPENHO DE MOTORES
O rendimento térmico é a relação entre o calor que efetivamente se
transforma em trabalho útil e o calor equivalente ao trabalho que poderia ser
obtido pela queima do combustível. São utilizados como parâmetros comparativos
entre motores na avaliação de perdas caloríficas e mecânicas. São coeficientes que
expressam a eficiência dos motores térmicos na conversão da energia proveniente
da combustão (MARTINS, 2006).
Onde:
RT = rendimento térmico;
PI = potência indicada;
PT = potência teórica.
110
TÓPICO 1 — AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS DE DESEMPENHO
NOTA
Rendimento mecânico
Onde:
RM = rendimento mecânico;
PE = potência efetiva;
PI = potência indicada.
Rendimento termomecânico
Onde:
RTM = rendimento mecânico;
PE = potência efetiva;
PT = potência teórica.
111
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
112
AUTOATIVIDADE
113
114
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
COMBUSTÍVEIS
1 INTRODUÇÃO
2 TEORIAS DA COMBUSTÃO
Reações de combustão são reações químicas que envolvem a oxidação
completa de um combustível e liberação de energia. Para a reação deve haver
um agente oxidante, ou seja, um comburente. O comburente mais amplamente
utilizado é o ar atmosférico, pois é gratuito e amplamente disponível. A
composição do ar (mol ou volume), basicamente possui
115
UNIDADE 3 — COMBUSTÍVEIS, EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
• 20,9% – oxigênio
• 78,1% – nitrogênio
• 0,9% – argônio (nessa parcela há também quantidades não significativas de
outros gases).
Dentro dessa reação temos também os regentes que são componentes que
existem antes da reação e os produtos que são componentes que existem após a
reação, em máquinas térmicas, no geral, as reações funcionam como na Figura 7.
Exemplo:
C + O₂ CO₂
• Hidroxilação
• Radicais livres
• Craqueamento
NOTA
Hidroxilação
117
UNIDADE 3 — COMBUSTÍVEIS, EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
Radicais livres
Reações em cadeia são iniciadas em velocidades proporcionais à
concentração do formaldeído. O formaldeído sofre um aumento gradual até
que seu valor estacionário seja atingido. Sua velocidade de formação é igual à
velocidade de destruição.
Craqueamento
Aplica-se aos casos em que não há tempo suficiente para uma boa mistura
entre ar e combustível e ao mesmo tempo, a taxa de aquecimento do combustível
for muito alta. Ocorre a quebra das moléculas do hidrocarboneto em carbono e
hidrogênio que reagem separadamente com o oxigênio. A presença do carbono
livre altamente aquecido explica a luz amarelada e no caso do hidrogênio, chama
de coloração azulada, ocorre geralmente na queima de hidrocarbonetos pesados
(ex.: óleos combustíveis)
Onde:
PCI = poder calorífico inferior
PCS = poder calorífico superior
H = teor de hidrogênio do combustível, kg/kg em base seca
u = teor de umidade do combustível, kg de água/kg de combustível seco
118
TÓPICO 2 — COMBUSTÍVEIS
119
UNIDADE 3 — COMBUSTÍVEIS, EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
Onde:
Tchama = temperatura de chama, K.
Tar = temperatura de entrada do ar de combustão, K.
PCI = poder calorífico inferior, kJ/kg.
.
mc = fluxo mássico do combustível queimado, kg/s.
.
mg = fluxo mássico dos gases de combustão, kg/s.
cpg = calor específico dos gases de combustão, kJ/(kg ∙ K).
120
TÓPICO 2 — COMBUSTÍVEIS
121
UNIDADE 3 — COMBUSTÍVEIS, EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
122
TÓPICO 2 — COMBUSTÍVEIS
3 COMBUSTÍVEIS
São compostos que podem ser queimados e assim liberam energia
suficiente para aproveitamento em máquinas térmicas.
Exemplos:
Óleo diesel C₁₂H26
Gasolina C₈H18
Etanol C₂H6O
Mistura de gasolina e etanol -
Gás natural – GN (metano) CH₄
Gás liquefeito de petróleo – GLP C₃H₈/C₄H10
Gás natural
Basicamente é constituído de metano (80 a 90%), etano (de 5 a 10 %) e em
menores proporções propanos, butanos, pentanos, hexanos, gás carbônico, gás
sulfídrico, nitrogênio, gases raros. No Brasil, a Agência Nacional do Petróleo, Gás
natural e Biocombustíveis – ANP – especifica o gás natural para uso combustível.
No Quadro 4 pode-se visualizar algumas destas especificações.
Índice de Wobbe (5) kWh/m³ 40 500 a 45 000 46 500 a 53 500 46 500 a 53 500
Metano, mín kJ/m³ 68,0 85,0 85,0
Etano, máx. % vol 12,0 12,0 12,0
Propano, máx. % vol 3,0 6,0 6,0
Butanos e mais
% vol 1,5 3,0 3,0
pesados, máx.
Oxigênio, % máx(7) % vol 0,8 0,5 0,5
Inertes (N₂+CO₂), máx. % vol 18,0 8,0 6,0
Dióxido de carbono,
% vol 3,0 3,0 3,0
máx.
Gás sulfídrico (H₂S),
mg/ m³ 10 13 10
máx.
123
UNIDADE 3 — COMBUSTÍVEIS, EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
Ponto de Orvalho de
hidrocarbonetos a 4,5 °C 15 15 0
MPa, máx.(9)
Mercúrio, máx.(10) ug/m³ Anotar Anotar Anotar
FONTE: Garcia (2013, p. 108)
124
TÓPICO 2 — COMBUSTÍVEIS
125
UNIDADE 3 — COMBUSTÍVEIS, EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
126
TÓPICO 2 — COMBUSTÍVEIS
Este tipo de gás ocorre uma redução de 600 vezes no volume específico em
relação ao estado gasoso na pressão ambiente em uma temperatura de -162 °C. Pode
ser transportado por longas distâncias em navios ou distribuído por caminhões
criogênicos. É menos eficiência que o gás natural e por isso utilizado com menor
frequência. No Quadro 6 temos as características gerais do GNL.
Item Valor
Composição, % volume
Metano 90,65
Etano 6,85
Propano 1,33
Butano 0,30
C⁵+ 0,05
Nitrogênio 0,67
Oxigênio 0,16
Água 0
CO₂ 0
Poder calorífico superior, kcal/m³ a 20°C e 1 atm 9 483
Densidade absoluta, t/m³ 0,47
FONTE: ANP/SDP (2011, p. 13)
127
UNIDADE 3 — COMBUSTÍVEIS, EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
Características Especificações
Água Isento de Água Livre ou Dispersa
Corrosividade ao Cobre
(1 h a 37,8 °C) 1 máx.
Densidade a 20/4 °C Anotar
Enxofre Volátil, g/m³ 0,36 máx.
Ponto de Ebulição de 95% a 101,325 kPa, °C 2 máx.
Pressão de Vapor a 37,8 °C,
em kgf/cm² 15,0 máx.
em MPa 1,47 máx.
FONTE: ANP/SDP (2011, p. 15)
Biogás
Gás combustível produzido a partir da decomposição da matéria orgânica,
por micro-organismos, em ambiente anaeróbico. Podem ser obtidos através de:
• Aterros sanitários
• Biodigestores (resíduos orgânicos de animais)
• Unidades de tratamentos de efluentes industriais e de esgotos sanitários
Querosene
É um combustível leve, com baixo teor de enxofre normalmente utilizado
em pequenas instalações onde o custo do combustível não é importante. Pela
ANP é chamado de querosene iluminante, devido sua utilização em lamparinas.
O poder calorífico inferior não é especificado, mas deve ser no mínimo de 42760
kJ/kg. No Quadro 10 temos as características gerais do querosene.
129
UNIDADE 3 — COMBUSTÍVEIS, EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
Destilação, °C
• 80% recuperados (ou) 285 máx.
• Ponto Final de Ebulição 300 máx.
Querosene de aviação
Também conhecido como Jet-A1 ou QAV, é um derivado de petróleo que
contém cadeias de 11 a 12 carbonos geralmente utilizado em motores movidos
à turbina a gás. Há diversos tipos de querosene de aviação comercializados no
mundo, as diferenças se dão principalmente:
• pela região de utilização
• ponto de fulgor
• ponto de congelamento
Óleo diesel
Bastante utilizado em pequenas instalações industriais, pois devido ao
baixo custo quando comparado ao querosene. Normalmente, no Brasil, o óleo
diesel para uso industrial é o mesmo de uso automotivo, entretanto, para uso
térmico o óleo diesel não precisa ser tão bom quanto o de uso automotivo. Para uso
automotivo, o óleo diesel requer melhores especificações para o bom desempenho
dos motores. Para uso industrial, por exemplo, não precisa ter índice de cetano
especificado. Atualmente, no Brasil, há quatro tipos básicos de diesel produzido
nas refinarias ou centrais petroquímicas:
• Diesel S1800
• Diesel S500
• Diesel S50
• Diesel S10
130
TÓPICO 2 — COMBUSTÍVEIS
Assim, pode-se ter, por exemplo, óleo diesel A S500 e óleo diesel B S500,
ambos com teor máximo de enxofre de 500mg/kg. As resoluções ANP 42 de
16/12/2009 (S1800, S500 e S50) e ANP 31 de 14/10/2009 (S10) especificam estes
óleos diesel no Brasil
O poder calorífico dos óleos Diesel não é especificado pela ANP, mas para
efeitos práticos o PCI é cerca de 42220 kJ/kg e PCS de 45150 kJ/kg. No Quadro 11
temos as especificações dos óleos diesel no Brasil.
131
UNIDADE 3 — COMBUSTÍVEIS, EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
Biodiesel
Tipo de óleo diesel composto por alquil de ésteres de ácidos graxos de cadeia
longa derivados de óleos vegetais ou de gorduras animais. É produzido a partir de
óleos vegetais, novos ou reciclados, e de sebo animal. Atualmente, segundo a ANP,
mais de 70% do biodiesel do Brasil é produzido a partir de óleo de soja.
132
TÓPICO 2 — COMBUSTÍVEIS
Gasolina
Mistura complexa de hidrocarbonetos relativamente voláteis que podem
variar de 5 a 12 carbonos. Usualmente é formada por centenas desses compostos
químicos independentemente de sua origem. Para garantir o padrão de gasolina
determinado pela ANP é necessário recorrer à formulação. Toda a gasolina é
formulada, seja por refinaria, central petroquímica ou formulador. Desde que
sejam atendidas às especificações da ANP, a qualidade e o desempenho da
gasolina são sempre os mesmos. As gasolinas comercializadas no país são:
• Gasolina A: Sem etanol, distribuídas pelos produtores e importadores de
gasolina
• Gasolina C: Com adição de etanol anidro combustível pelos distribuidores,
distribuída aos postos revendedores e em seguida ao consumidor final
• Gasolina de Aviação: derivado de petróleo que possui cadeias de 5 a 8 carbonos
Etanol
Pode ser usado como combustível de veículos em três maneiras: etanol
comum, etanol aditivado e etanol misturado à gasolina. O etanol comum é o
álcool hidratado, mistura de álcool e água que precisa ter de 95,1% a 96% de
graduação alcoólica. O etanol aditivado é o álcool hidratado com aditivos que
proporcionam melhor rendimento e um desgaste menor do motor. O etanol
misturado à gasolina é álcool anidro, álcool com graduação alcoólica de no
mínimo 99,6%, praticamente álcool puro.
133
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
134
AUTOATIVIDADE
135
136
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
137
UNIDADE 3 — COMBUSTÍVEIS, EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
2 EMISSÕES
Na década de 1920, a detonação se tornou um importante parâmetro
limitante no desenvolvimento dos motores de combustão interna, surgindo então
a necessidade de medir e testar estes parâmetros. Em 1928, foi encomendado a
Waukesha Motor um motor experimental com taxa de compressão variável
(4 a 18:1), especialmente adaptado para permitir ensaios em combustíveis. O
primeiro método foi padronizado em 1931, atualmente chamado de Método de
Pesquisa ou RON (Research Octane Number). Em 1931, Graham Edgar, da Ethil
Coorporation, propôs a utilização de dois hidrocarbonetos puros como padrões
de referência para os ensaios, são eles:
• n-heptano: com baixa resistência a detonação;
• 2,2,4 – trimetilpentano, também conhecido como isooctano: com alta
resistência à detonação.
138
TÓPICO 3 — EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
139
UNIDADE 3 — COMBUSTÍVEIS, EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
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TÓPICO 3 — EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
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UNIDADE 3 — COMBUSTÍVEIS, EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
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TÓPICO 3 — EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
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UNIDADE 3 — COMBUSTÍVEIS, EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
LEITURA COMPLEMENTAR
L. L. P. SOUZA
145
UNIDADE 3 — COMBUSTÍVEIS, EFICIÊNCIA E MEIO AMBIENTE
146
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
147
AUTOATIVIDADE
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REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E
BIOCOMBUSTÍVEIS (ANP). Anuário estatístico brasileiro do petróleo, gás
natural e biocombustíveis 2015. Rio de Janeiro, 2011.
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