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Energética
Indaial – 2022
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 20222
Elaboração:
Prof.ª Grace Jenske
J54e
Jenske, Grace
CDD 621.31
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Eficiência Energética. Aqui
você irá aprender conceitos, definições, estratégias, perspectivas e exemplos que serão
essenciais para a sua formação profissional.
Se você olhar ao seu redor, verá diversos exemplos de fontes de energia que
são empregadas no seu cotidiano: eletricidade, combustíveis, luz solar, biomassa, entre
outras. Você já deve ter observado também que existe uma série de equipamentos e
sistemas que transformam as formas de energia. Essa transformação é um processo
que é avaliado pela sua eficiência em reduzir a perda de energia para o meio.
Caro acadêmico, lembre-se: mais do que saber, é preciso saber fazer. Você
é o protagonista da sua história, por isso aproveite ao máximo os conteúdos aqui
apresentados! Bons estudos!
QR CODE
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a
você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, a UNIASSELVI disponibiliza materiais
que possuem o código QR Code, um código que permite que você acesse um conteúdo
interativo relacionado ao tema que está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse
as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade
para aprimorar os seus estudos.
ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 53
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................106
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................158
UNIDADE 1 -
EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA E CIDADES
SUSTENTÁVEIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
PRINCIPAIS CONCEITOS DE
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
1 INTRODUÇÃO
A demanda por energia é crescente em nossa sociedade e essencial para o
desenvolvimento econômico e social. Por outro lado, as preocupações com as questões
ambientais elevam a preocupação com a utilização dessa energia e o impacto dessa
demanda sempre crescente. Esse fato leva à necessidade de aumentar a disponibilidade
de energia, através do investimento em geração e na otimização do consumo energético
dos sistemas e equipamentos utilizados.
3
De maneira geral a eficiência energética mede a qualidade no
uso da energia para os fins a que ela serve à sociedade. Qualquer
atividade atualmente exercida pela sociedade moderna só é possível
através do uso de uma ou mais formas de energia, provenientes das
diversas fontes disponíveis para produção deste bem imprescindível
(POLIQUEZI, 2016, p. 10).
Desta forma, a eficiência energética pode ainda ser entendida como a utilização
da menor quantidade técnica e economicamente possível para a obtenção dos diversos
produtos e serviços através da eliminação dos desperdícios, do uso de equipamentos
eficientes e do aprimoramento de processos produtivos.
4
Portanto, acadêmico, se a lâmpada da sua residência for do tipo incandescente,
ela possui uma eficiência de apenas 8%, o que significa que apenas 5% da energia
elétrica que essa lâmpada consome é transformada em energia luminosa (luz), e o
restante, 95%, são perdidos em forma de calor.
INTERESSANTE
Acadêmico, você sabe qual tipo de lâmpada tem a maior eficiência energética?
Analise as informações contidas na figura a seguir para responder a esta
pergunta!
5
As lâmpadas de LED de 14 W consomem menos energia ainda, com dissipação de apenas 5%, logo,
com eficiência energética de 95%. Ou seja, aproveita muito melhor a energia de forma útil, usando
13,3 W para iluminar.
FONTE: <https://www.futura.org.br/qual-dessas-lampadas-tem-maior-eficiencia-energetica/>.
Acesso em: 21 jan. 2022.
Outro exemplo a ser citado são nas indústrias, hospitais e hotéis, onde
emprega-se o uso de caldeiras para a produção de vapor, para reduzir o consumo de
energia. A partir de novas tecnologias, motores de alto rendimento foram otimizados
para economizar de 20 a 30% de energia em relação a um motor tradicional.
ESTUDOS FUTUROS
Acadêmico, a eficiência energética pode ser estendida, inclusive, para
edificações e processos, como veremos na Unidade 2.
FONTE: A autora
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IMPORTANTE
O conceito de energia útil engloba a energia efetivamente utilizada, tal
qual calor, iluminação, potência mecânica. No Brasil, a estimação dos
valores de energia útil é apresentada no Balanço de Energia Útil (BEU).
Neste documento, energia útil é a parte da energia final utilizada, isto é,
a energia final menos as perdas. Assim, poder-se-ia expressar como o
produto da energia final por um rendimento energético.
Para que tal critério seja atendido, é preciso utilizar fontes de energia que sejam
renováveis e explorar com cautela as fontes esgotáveis de energia, como é o caso do
petróleo e do carvão mineral. Sendo assim, a sustentabilidade energética minimiza os
impactos que provoca ao meio ambiente através de três pilares: econômico, social e
ambiental.
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FIGURA 2 – PILARES DA SUSTENTABILIDADE
INTERESSANTE
Acadêmico, você já deve ter ouvido falar nos 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU),
mas você sabia que existe um objetivo específico com metas a serem
cumpridas até 2030 pelos países filiados à organização? A figura a seguir
representa este objetivo de desenvolvimento sustentável.
FONTE: <https://www.cnm.org.br/cms/images/stories/comunicacao_novo/inter-
nacional/ODS_07.jpg>. Acesso em: 12 out. 2021.
9
• 7.b, até 2030: expandir a infraestrutura e modernizar a tecnologia para o
fornecimento de serviços de energia modernos e sustentáveis para todos nos
países em desenvolvimento, particularmente nos países de menor desenvolvimento
relativo, nos pequenos Estados insulares em desenvolvimento e nos países em
desenvolvimento sem litoral, de acordo com seus respectivos programas de apoio.
• 7.3, até 2030: dobrar a taxa global de melhoria da eficiência energética.
• 7.2, até 2030: aumentar substancialmente a participação de energias renováveis na
matriz energética global.
• 7.1, até 2030: assegurar o acesso universal, confiável, moderno e a preços acessíveis
a serviços de energia.
IMPORTANTE
Acadêmico, quando se trata de recursos, é preciso ter uma visão do
todo envolvido na produção, como os aspectos sociais da água, energia,
matérias-primas, resíduos e educação.
10
A questão sobre a mudança de hábitos também é relevante para contribuir com
a melhoria da eficiência energética, através do processo de conscientização e criação
de uma cultura eficiente. Dessa forma, a conservação de energia por parte da população
implica em:
• Admitir uma nova atitude, uma forma de usufruir de tudo que a energia elétrica
pode proporcionar.
• Reduzir até o limite de eliminar desperdícios em processos e no dia a dia.
• Exercer o consumo racional, tendo em mente que, ao utilizar energia, devemos
gastar apenas o necessário, buscando o máximo desempenho com o mínimo
consumo.
12
AUTOATIVIDADE
1 O conceito de eficiência energética surge diante da constatação de que grande parte
da energia útil é desperdiçada através do uso ineficiente. Assim, eficiência energética
tem por definição a redução do consumo de energia, provendo o mesmo nível de
serviço energético ou a manutenção do consumo e o aumento do oferecimento do
serviço energético. Sobre a eficiência energética, assinale a alternativa CORRETA:
I- Admitir uma nova atitude, uma forma de usufruir de tudo que a energia elétrica
pode proporcionar.
II- Reduzir até o limite de eliminar desperdícios em processos e no dia a dia.
13
III- Exercer o consumo racional, tendo em mente que, ao utilizar energia, devemos
gastar apenas o necessário, buscando o máximo desempenho com o mínimo
consumo.
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – V.
d) ( ) F – F – V.
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UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
FORMAS DE ENERGIA E
ENERGIAS ALTERNATIVAS
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, sabemos que a energia se manifesta sob distintas formas,
podendo realizar diferentes tipos de trabalho e tem diversas fontes de obtenção. A
energia está presente no nosso dia a dia de diversas maneiras e seu estudo parte desde
o uso dos recursos naturais até os aspectos relacionados ao desempenho de modernas
tecnologias, buscando-se otimizar a utilização dos fluxos de energia e aumentar sua
eficiência.
A energia é a base da vida, sem ela não haveria nenhuma forma de vida em
nosso planeta. A prosperidade humana sempre esteve ligada a nossa capacidade de
capturar, coletar e aproveitar a energia. O amplo uso da energia na sociedade em que
vivemos fez com que fosse necessário repensar os meios de obtenção e de exploração
das fontes de energia, para que estes sejam renováveis e disponíveis para a utilização
das próximas gerações.
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INTERESSANTE
Acadêmico, você sabia que a palavra “energia” vem da palavra grega “energia”,
que quer dizer "força em ação".
Em 1872, o físico britânico James Clerk Maxwell propôs uma definição interessante
como energia: “energia é aquilo que permite uma mudança na configuração de um
sistema, em oposição a uma força que resiste à esta mudança” (Maxwell, 1872). Essa
definição refere-se a mudanças de condições e a alterações do estado de um sistema, e
inclui duas ideias importantes, como as modificações de estado que implicam em vencer
resistências, sendo justamente a energia que permite obter essas modificações de estado.
Assim, para elevar uma massa até uma determinada altura, aquecer ou esfriar um
volume de gás, transformar uma semente em planta, converter minério em ferramentas,
jogar futebol, ler este tópico de estudos, sorrir, enfim, qualquer processo que se associe a
alguma mudança, implica em se ter fluxos energéticos. Segundo o Princípio de Lavoisier, a
energia não pode surgir do nada e nem pode ser destruída, ou seja, a energia se transforma
continuamente. Sendo assim, a única possibilidade que existe é a transformação de
um tipo de energia em outro, como a energia da queda d'água nas hidrelétricas, que é
convertida em energia elétrica.
INTERESSANTE
Acadêmico, se para você é muito natural acender a luz quando está escuro,
para alguém da sua idade, só que 120 anos atrás, não era. A lâmpada só
foi inventada em 1879. Antes disso, para iluminar um ambiente escuro, era
preciso usar lampiões a gás ou a óleo, ou velas. Imagine só o desconforto!
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Um conceito frequentemente associado à energia é o da potência, que corresponde
ao fluxo de energia no tempo, de enorme importância ao se tratar de processos humanos
e econômicos, em que o tempo é essencial. Ou seja, é pelo cálculo da potência elétrica
que se é possível determinar qual será a quantidade de energia elétrica consumida por um
dispositivo elétrico durante um determinado intervalo de tempo.
ESTUDOS FUTUROS
No cotidiano, a energia recebe nomes específicos que geralmente fazem
referência explícita à natureza do sistema envolvido no armazenamento ou
às plantas industriais, onde estas são levadas à transformação. As fontes de
energia são classificadas em não renováveis e renováveis e veremos mais
sobre elas nos próximos tópicos.
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3.1 ENERGIA POTENCIAL
Por definição, a energia potencial é a energia armazenada por um corpo
devido a sua posição. Toda energia potencial pode ser transformada em outras formas
de energias potenciais ou em energia cinética por meio da aplicação de uma força
sobre o corpo. Sendo assim, a energia potencial é uma forma de energia que pode ser
armazenada nos corpos e que depende do tipo de interação e da posição que o corpo
apresenta em relação à sua vizinhança. Na física, existem basicamente duas formas de
energia potencial mecânica: energia potencial gravitacional e energia potencial elástica.
Acadêmico, pense que você está segurando um arco com sua flecha estendidos
até o seu ponto máximo. Isso fornece a flecha a capacidade de realizar um trabalho.
A flecha possui, portanto, energia potencial elástica, pois depende da elasticidade do
material para realizar um trabalho.
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4 FONTES DE ENERGIA NÃO RENOVÁVEIS
As fontes de energia não renováveis são aquelas que se utilizam de recursos
naturais esgotáveis, ou seja, que terão um fim, seja em um período de curto, médio
ou longo prazo. Os principais exemplos de fontes de energia não renováveis são os
combustíveis e a energia nuclear. Veremos a seguir um pouco de cada um deles.
O termo “fóssil” provém do fato deste combustível ser formado pelos restos ou
vestígios de plantas ou animais, que se encontram nas camadas terrestres anteriores
ao atual período geológico, através da decomposição lenta dos seres vivos, animais e
vegetais, ao longo de milhares ou milhões de anos.
O gás natural, por sua vez, é composto principalmente de metano e pode ser
encontrado nas jazidas petrolíferas associado ao petróleo. Ele é usado como combustível,
matéria-prima na síntese de compostos orgânicos e na fabricação de plásticos. O
governo também tem incentivado o uso do gás natural em indústrias para a geração de
calor, tendo em vista que ele é menos poluente que os derivados do petróleo.
19
O petróleo é um líquido escuro composto por uma mistura complexa de
hidrocarbonetos, além de pequenas quantidades de compostos orgânicos que contêm
enxofre, nitrogênio e oxigênio. Estima-se que suas jazidas tenham entre 10 e 500
milhões de anos.
20
Outro problema é que, com a queima de combustíveis minerais, são produzidos
gases que produzem o efeito estufa, como o gás carbônico, e libertados metais pesados,
como o mercúrio.
21
INTERESSANTE
Você sabia que no Brasil temos em operação duas usinas de produção de
energia nuclear? O Brasil tem apenas duas usinas nucleares, Angra 1 e Angra 2,
responsáveis pela produção de 3% da energia consumida no país. A usina Angra
1 entrou em operação comercial em 1985, e a Angra 2, em 2001. A construção
de uma terceira usina, Angra 3, foi iniciada há 35 anos, tem 62% das obras
executadas, mas atualmente o canteiro encontra-se paralisado. Acadêmico,
para saber mais sobre as usinas de energia nuclear brasileiras, acesse o link:
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-48683942.
5 ENERGIAS RENOVÁVEIS
As energias renováveis são aquelas provenientes de recursos naturais, que
são naturalmente reabastecidos, como sol, vento, chuva, marés e energia geotérmica.
Ou seja, as fontes renováveis de energia são aquelas formas de produção de energia
em que suas fontes são capazes de manter-se disponíveis durante um longo prazo,
contando com recursos que se regeneram ou que se mantêm ativos permanentemente.
Existem vários tipos de fontes renováveis de energia, das quais iremos estudar
nos tópicos a seguir, como a solar, a eólica, a hídrica e a biomassa.
No Brasil, essa fonte de energia é bastante utilizada pelas usinas que transformam
a energia hidráulica e cinética em eletricidade. Um exemplo é a hidrelétrica binacional
de Itaipu, cuja vista aérea pode ser observada na Figura 6.
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FIGURA 6 – HIDRELÉTRICA BINACIONAL ITAIPU
INTERESSANTE
A Itaipu Binacional é a maior hidrelétrica do mundo e é líder mundial em
produção de energia limpa e renovável, tendo produzido mais de 2,7
milhões de gigawatts-hora (GWh) desde o início de sua operação, em 1984.
Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, fornece
10,8% da energia consumida no Brasil e 88,5% no Paraguai.
Por ser considerada uma fonte de energia limpa, a energia solar é uma das
fontes alternativas mais promissoras para obtenção energética. Na Figura 7, podemos
observar uma estação de captação de energia solar para geração de energia.
23
FIGURA 7 – ESTAÇÕES DE ENERGIA SOLAR
INTERESSANTE
Acadêmico, você sabia que a energia solar recebida pela Terra é cerca de
5 mil vezes maior do que o consumo mundial de eletricidade e energia
térmica somados?!
Uma grande vantagem da energia solar é que ela permite a geração de energia,
no mesmo local de consumo, através da integração da arquitetura. Assim, pode ser
levada a sistemas de geração distribuída, quase eliminando completamente as perdas
ligadas aos transportes, que representam cerca de 40% do total. No entanto, essa fonte
de energia tem o inconveniente de não poder ser usada à noite, a menos que se tenha
bateria.
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As usinas eólicas utilizam-se de grandes cataventos instalados em áreas onde
a movimentação das massas de ar é intensa e constante na maior parte do ano. Os
ventos giram as hélices, que, por sua vez, movem as turbinas, acionando os geradores.
Na Figura 8, podemos observar os cataventos em funcionamento.
Embora essa fonte de energia seja bastante eficiente e elogiada, ela apresenta
algumas limitações, como o caráter não totalmente constante dos ventos durante o
ano, havendo interrupções, e a dificuldade de armazenamento da energia produzida.
5.4 BIOMASSA
A biomassa corresponde a toda e qualquer matéria orgânica não fóssil. Assim,
pode-se utilizar esse material para a queima e produção de energia, por isso ela é
considerada uma fonte renovável.
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de domicílios. Estima-se que essas utilizações tradicionais da
biomassa respondam por mais de 90% da contribuição da biomassa
para o suprimento global de energia, a maior parte do qual ocorre
fora da economia formal de mercado, e principalmente nos países
em desenvolvimento. Nesses países, calcula-se que a biomassa
tradicional responda por mais de 17% do consumo total de energia
primária (FAPESP, 2010, p. 207).
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FIGURA 9 – CONSUMO DE ENERGIA EM GRANDES ÁREAS URBANAS
IMPORTANTE
Acadêmico, para atingirmos os objetivos de sustentabilidade, exigirá
mudanças não apenas no modo pelo qual a energia é fornecida, mas no
modo como é usada.
Além dos meios renováveis para a produção de eletricidade, como eólica, solar
e hidrelétrica, os combustíveis à base de biomassa representam uma área importante
de oportunidade para substituir os combustíveis convencionais para transporte à base
de petróleo.
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• Esforços combinados devem ser ampliados para melhorar a
eficiência energética e reduzir a intensidade de carbono na
economia mundial, incluindo a introdução mundial de sinalização
de preços para emissões de carbono, considerando os diferentes
sistemas energéticos e econômicos de diferentes países.
• Tecnologias devem ser desenvolvidas e implementadas para
sequestrar o carbono de combustíveis fósseis, principalmente
do carvão.
• O desenvolvimento e implementação de tecnologias devem ser
acelerados de forma ambientalmente responsável.
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Pelo Princípio de Lavoisier, a energia não pode surgir do nada e nem pode ser
destruída, ou seja, a energia se transforma continuamente.
• A energia hidroelétrica utiliza-se do movimento das águas dos rios para a produção
de eletricidade.
• A energia solar é proveniente da luz e do calor emitidos pelo Sol, que é captada
com painéis solares nas usinas fotovoltaicas e através de receptores nas usinas
térmicas, chamadas usinas heliotérmicas.
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• A energia eólica é a energia obtida pela ação do vento, através da utilização da
energia cinética gerada pelas correntes atmosféricas, captadas por grandes
cataventos instalados em áreas onde a movimentação das massas de ar é intensa
e constante na maior parte do ano.
• A biomassa é toda e qualquer matéria orgânica não fóssil, que é queimada para
produção de energia.
30
AUTOATIVIDADE
1 A energia pode ser entendida como a capacidade de realizar trabalho ou, ainda,
como a capacidade de colocar as coisas em movimento. Para isso foram sendo
desenvolvidos ao longo da história diversos processos de transformação, transporte
e armazenamento de energia. Em relação às formas de energia, assinale a alternativa
CORRETA:
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longo prazo, contando com recursos que se regeneram ou que se mantêm ativos
permanentemente. De acordo com os conteúdos estudados sobre as energias
renováveis, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) A energia hidroelétrica utiliza-se do movimento das águas dos rios para a produção
de eletricidade. É o recurso renovável mais desenvolvido em todo o mundo e
corresponde por aproximadamente 85% da produção de eletricidade renovável
mundial.
( ) A energia eólica é a energia obtida pela ação do vento, ou seja, através da utilização
da energia gravitacional gerada pelas correntes marítimas.
( ) A energia solar é proveniente da luz e do calor emitidos pelo Sol, que é captada a
partir painéis solares.
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
4 Sem energia não haveria nenhuma forma de vida em nosso planeta. A prosperidade
humana sempre esteve ligada à nossa capacidade de capturar, coletar e aproveitar a
energia. A respeito da energia, disserte sobre o significado físico de energia.
5 O uso da energia deve ser sustentável e acessível a toda a população mundial, para que
assim possamos realmente atingir um nível de desenvolvimento energético igualitário
entre as nações. Nesse contexto, cite quais são as principais medidas que devem ser
adotadas pelas nações para o desenvolvimento energético mundial.
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UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
PAPEL DAS CIDADES NO USO DE ENERGIAS
1 INTRODUÇÃO
Você sabia que, segundo informações do relatório de perspectivas de urbanização
mundial, elaborado pela Organização das Nações Unidas, em 2018, atualmente, 55% da
população mundial vive em áreas urbanas, sendo que essa proporção deve aumentar
para 68% até 2050. As projeções mostram que a urbanização, a mudança gradual na
residência da população humana das áreas rurais para as urbanas, combinada com o
total, sendo que o crescimento da população mundial pode adicionar mais 2,5 bilhões
de pessoas às áreas urbanas até 2050.
Para que essa acelerada e intensa urbanização das cidades ocorra de forma
sustentável, é necessário cada vez mais uma gestão bem-sucedida do crescimento
urbano e dos recursos necessários para esse desenvolvimento. Essas necessidades
crescentes das populações urbanas incluem habitação, transporte, sistemas de energia
e outras infraestruturas, bem como empregos e serviços básicos.
33
de programas e iniciativas de agentes governamentais. A Figura 10 reflete o impacto da
relação do consumo energético com o fator econômico do alto valor associado a energia
elétrica.
34
3 O CONSUMO ENERGÉTICO POR SETOR
Acadêmico, vimos no item anterior alguns aspectos gerais do consumo
energético. Agora, iremos compreender como cada setor da economia consome energia
para a realização de suas atividades.
35
Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), no ano de 2020,
a maior participação foi da região Sudeste (SE), com média de participação de 50,5%,
sendo seguida pelas regiões Sul (17,9%), Nordeste (17,1%), Centro-Oeste (7,5%) e Norte
(7%). A região Sul é a líder em consumo per capita de energia elétrica no Brasil, com 2.901
kWh por habitante, no entanto, a sua população é a 3ª maior dentre as cinco regiões do
país. Nível semelhante é encontrado na região Sudeste, com 2.609 kWh por habitante, e
com aproximadamente o triplo da população da região Sul. De fato, a alta concentração
da indústria eletrointensiva no Centro-Sul do país favorece o maior consumo per capita
nessas regiões (EPE, 2021).
36
Em relação ao consumo comercial de energia, o comércio varejista é o gênero
que mais consome energia, sendo responsável por 29,9%. O comércio atacado é
responsável por 9,1%, e os serviços para edifícios e paisagismo utilizam 7,4% da energia
consumida pelo setor. O perfil completo de consumo energético no setor comercial
pode ser visto na Tabela 2.
37
4 FATORES QUE INFLUENCIAM A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Existem alguns fatores de destaque em relação ao consumo energético de um
espaço físico. Acadêmico, conhecer esses fatores será de grande auxílio no momento
de estruturar projetos que visem uma maior eficiência na gestão energética em sua
jornada profissional. Dessa forma, nos próximos itens, veremos alguns fatores que
influenciam diretamente a eficiência energética.
IMPORTANTE
Acadêmico, é importante lembrarmos que a gestão energética é o
procedimento para se abordar a eficiência energética de maneira corretiva
em uma instalação existente e de maneira preventiva em uma nova
instalação.
4.1 ILUMINAÇÃO
O primeiro fator a ser observado é a iluminação. A iluminação corresponde por
aproximadamente 23% do consumo de energia elétrica no setor residencial, 44% no
setor comercial e serviços públicos e 1% no setor industrial. Desse modo, o estudo da
luminotécnica se faz importante como instrumento de aplicação da eficiência energética.
4.2 REFRIGERAÇÃO
Os sistemas de condicionamento de ar atuam na manutenção dos níveis de
temperatura e umidade de um ambiente, gerando conforto para os ocupantes e, por
vezes, atendendo a condições necessárias em processos produtivos. A refrigeração
pode responder por até 60% do consumo de energia elétrica no setor comercial. Assim,
analisar o impacto desse consumo em um projeto pode ser fundamental para elevar a
eficiência energética.
38
4.3 SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO
Os sistemas de ar comprimido são utilizados como uma forma de transportar
energia. Em algumas situações, substitui a eletricidade quando esta não pode ser
utilizada, como no interior de minas e em trabalhos subaquáticos.
39
5 CIDADES INTELIGENTES E SUSTENTÁVEIS
ENERGETICAMENTE
Um dos maiores desafios da atualidade é estabelecer um desenvolvimento
sustentável para a sociedade moderna. Os avanços da industrialização e da urbanização
levaram à discussão dos impactos negativos do homem sobre o meio em que vive e os
limites necessários para se garantir um equilíbrio entre desenvolvimento econômico,
social e ambiental.
Diante desse contexto, a qualidade de vida da população que mora nas cidades
passou a ser prioridade para o poder público e de interesse para a iniciativa privada.
Foi então que, em meados da década de 1990, o termo “cidades inteligentes” ganhou
relevância, promovendo uma nova estruturação social, econômica e cultural dos
grandes centros urbanos, e impulsionando pesquisas científicas em todo o mundo, com
o objetivo de auxiliar a criação de lugares mais agradáveis, eficientes e sustentáveis
para as pessoas viverem.
ATENÇÃO
É importante compreendermos que os sistemas atuais de distribuição de
energia são em grande maioria antigos e apresentam limitações técnicas,
encarecendo a distribuição e dificultando a implementação de novas
tecnologias de forma economicamente viável.
40
à tradicional infraestrutura de rede elétrica com o objetivo de gerenciar, monitorar e
supervisionar todo o sistema. A energia passa a ser gerada localmente, através de micro
redes integradas, reduzindo os riscos de interrupção de energia por longos períodos.
ATENÇÃO
Acadêmico, assista ao vídeo “Cidades Inteligentes: o uso responsável
da energia elétrica”, da DW Brasil: https://www.youtube.com/
watch?v=nzgsWElL85s. O vídeo é o primeiro de uma série chamada
“Cidades Inteligentes e debate às diferentes demandas do futuro em
relação à produção, distribuição e consumo de energia elétrica”.
41
FIGURA 11 – REGIÃO RESIDENCIAL ABASTECIDA COM ENERGIA SOLAR
42
Neste tópico, vimos que a questão energética está intrinsecamente relacionada
à infraestrutura de energia e tecnologias da informação e comunicação, à estrutura das
edificações, à mobilidade urbana, ao saneamento e reaproveitamento de resíduos, ao
comportamento do consumidor e à gestão de dados e energia.
43
LEITURA
COMPLEMENTAR
CIDADES SUSTENTÁVEIS E CIDADES INTELIGENTES: UMA ANÁLISE DOS
RANKINGS ARCADIS E EUROPEAN SMART CITIES
1 INTRODUÇÃO
Atingir a eficiência energética das edificações deve ser uma busca constante,
visto que o bem-estar e o conforto dos seus usuários dependem do seu bom desempenho
no tocante ao consumo de energia, pois um edifício é considerado mais eficiente do que
outro se este oferecer condições ambientais com um consumo sustentável (LAMBERTS;
DUTRA; PEREIRA, 2014). Nesse sentido, entender os condicionantes climáticos de cada
local é imprescindível para a implantação de estratégias para alcançar a eficiência
energética das edificações, sendo muito importante no Brasil, uma vez que esses
condicionantes apresentam dinâmicas adversas de região para região.
Além disso, para se obter uma boa eficiência energética na edificação no que
se refere à ventilação, deve-se atentar para as aberturas de entrada de ar, essas devem
ser localizadas nas zonas de ventos predominantemente favoráveis, bem como manter
uma ventilação higiênica, ou seja, acima do nível da cabeça do usuário da residência
(LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014). Nesse sentido, Gomes (2010) destaca o uso
da ventilação natural, isto é, a renovação do ar independentemente de elementos
mecânicos, que gera entrada de ar fresco no interior do edifício, substituindo o ar poluído
que se encontra no seu interior.
44
De acordo com Lamberts et al. (2013), depois do sombreamento, a ventilação
natural é a estratégia bioclimática mais importante para o Brasil em termos de edificações,
pois, ambientes naturalmente ventilados resultam no resfriamento estrutural oriundo
da inercia térmica.
Doravante, deve-se atentar à área útil de ventilação, uma vez que, essa variável
determinará como e quanto a ventilação natural irá se propagar no ambiente, sendo
diretamente relacionada ao tipo de abertura das janelas e portas. Assim, a área útil
corresponde à área efetiva de ventilação, quando a janela estiver totalmente aberta,
dessa forma, cada tipo de janela terá uma área útil correspondente à sua abertura
(LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014). No trabalho de Lamberts, Dutra e Pereira (2014) é
ilustrada a relação: área útil de ventilação versus tipo de janela, ali é constatado que a
janela do tipo guilhotina (ou “de correr”) mantém uma área útil de ventilação de 50%, pois
quando totalmente aberta, somente metade de sua área é livre para ventilar o ambiente,
diferente da janela de abertura vertical, esta possui 100% de sua área útil de ventilação.
45
Diante da relevância ventilação para a promoção do consumo consciente de
energia, equilíbrio bioclimático e eficiência energética das edificações, este trabalho
tem como objetivo principal analisar o desempenho de uma edificação residencial (em
planta baixa) considerando suas disposições de cômodos, quantidade e tamanho de
aberturas. Isto para chegar a conclusões sobre fluxo de vento no ambiente construído,
vislumbrando melhorias nas edificações e sua eficiência energética.
2 MATERIAL E MÉTODOS
46
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na pesquisa de Cardoso (2008), foi desenvolvida uma janela eco eficiente, que
buscava a otimização da prestação funcional dos ambientes exteriores, dando suporte
na eficiência energética e transferindo com mais facilidade os elementos naturais, tais
como os térmicos, lumínicos, de ventilação e acústicos.
47
Um estudo mais recente é o de Bedin, Pelisser e Pozzebon (2016), no qual estes
apresentam a ventilação cruzada como método para aumento da eficiência energética
da cidade de Passo Fundo – RS. Os autores basearam-se nos critérios das cidades
sustentáveis, propondo sugestões que unam os ventos predominantes do território
e seu melhor aproveitamento, assim, trazendo uma maior comodidade térmica às
moradias.
FONTE: FLORES, L. E. B.; TEIXEIRA, C, S. Cidades sustentáveis e cidades inteligentes: uma análise dos
rankings arcadis e european smart cities. Revista Científica do Alto Vale do Itajaí, Florianópolis,
v. 6, n. 9, p. 68-76, 2017. Disponível em: https://www.periodicos.udesc.br/index.php/reavi/article/
view/2316419006092017068/7204. Acesso em: 26 out. 2021.
48
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O setor industrial é o que mais consome energia no Brasil, seguido pelo setor
residencial e o setor comercial.
49
• Quanto se busca a eficiência energética em uma cidade, um ponto importante é
a utilização de energias renováveis em projetos urbanos e para o abastecimento
energético dos sistemas de iluminação pública.
50
AUTOATIVIDADE
1 Existem diversos aspectos do consumo energético que estão relacionados com o
crescimento demográfico e econômico do país, uma vez que tais crescimentos
implicam no aumento absoluto e per capita no consumo de energia elétrica. Em
relação ao consumo energético nas cidades, assinale a alternativa CORRETA:
51
3 O consumo de energia é um tópico relevante quando se discute os desafios associados
à transformação urbana e ao desenvolvimento sustentável. De acordo com os
conteúdos estudados sobre consumo energético, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
( ) O setor residencial é o que mais consome energia no Brasil, seguido pelo setor
comercial e o setor industrial.
( ) A gestão energética é o procedimento para se abordar a eficiência energética de
maneira corretiva em uma instalação existente e de maneira preventiva em uma
nova instalação.
( ) Os principais fatores que influenciam a eficiência energética nos setores da
economia são a iluminação, a refrigeração, os sistemas de ar comprimido e os
eletrodomésticos.
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) F – V – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
5 Nas últimas décadas, acompanha-se uma acelerada e intensa urbanização das cidades.
Para que esse processo ocorra de forma sustentável, é necessário cada vez mais uma
gestão bem-sucedida do crescimento urbano e dos recursos necessários para esse
desenvolvimento. Nesse contexto, explique quais são os aspectos avaliados em uma
cidade para ela ser considerada sustentável.
52
REFERÊNCIAS
ALTOÉ, L. et al. Políticas públicas de incentivo à eficiência energética.
Estudos Avançados, São Paulo, v. 31, p. 89, p. 285-297, 2017. Disponível em:
encurtador.com.br/ixBMZ. Acesso em: 21 jan. 2022.
53
54
UNIDADE 2 —
APLICAÇÕES TÉCNICAS DA
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
55
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
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56
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
NORMAS DE DESEMPENHO
DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
1 INTRODUÇÃO
As normas nacionais de desempenho da eficiência energética visam contribuir
com um conjunto de procedimentos e atividades que podem ser implementadas por
qualquer tipo de organização na sua rotina para promover uma redução no consumo
energético, tornando-a mais eficiente e reduzindo a emissão de Gases do Efeito Estufa
(GEE).
57
• 1981 – Conserve (Programa de Conservação de Energia do Setor Industrial)
INTERESSANTE
Atualmente, diversas ações continuam a ser realizadas no âmbito do
programa, como a etiquetagem de equipamentos como geladeiras,
ar-condicionado, fogões, ventiladores, televisões, computadores,
chuveiros, veículos, motores elétricos, lâmpadas, entre outros. A
etiqueta atua como um Selo de Conformidade, que evidencia que
determinado equipamento atende a requisitos de desempenho
energético estabelecidos em normas e regulamentos técnicos.
58
Quando a principal informação é a eficiência energética, por exemplo, ela se chama Etiqueta
Nacional de Conservação de Energia, e classifica os equipamentos em faixas coloridas que
variam da mais eficiente (A) aos menos eficientes, que ficam com E, F ou G, dependendo
do produto. A etiqueta fornece outras informações relevantes, como o consumo de
combustível dos veículos e a eficiência na lavagem e no uso da água em lavadoras de
roupa. Na figura a seguir, temos um exemplo de etiqueta com as principais informações
contidas nela.
Em 1993, foi criado o Selo Procel, com a finalidade de ser uma ferramenta
simples e eficaz, que permitisse ao consumidor conhecer, entre os equipamentos e
eletrodomésticos à disposição no mercado, os mais eficientes e que consomem menos
energia. Na Figura 1, temos o selo Procel de economia de energia (PROCEL, 2020).
59
FIGURA 1 – SELO PROCEL DE ECONOMIA DE ENERGIA
A referida Lei também determina que cabe à ANP fazer cumprir as boas práticas
de conservação e uso racional do petróleo e do gás natural e da preservação do meio
ambiente.
61
• 2021 – PDEf (Plano Decenal de Eficiência Energética)
INTERESSANTE
Acadêmico, a NBR ISO 50001 começou a ser elaborada em 2007 e
participaram da sua criação mais de 40 países, além de organizações
representativas. Em junho de 2011, a norma foi publicada
internacionalmente e, no mês seguinte, no Brasil, a sua versão brasileira
(ABNT, 2018).
Esse fato representa um diferencial para a norma, uma vez que diminui de forma
significativa a implementação de um Sistema de Gestão Energética (SGE) em organizações
que já possuem outros sistemas de gestão em operação.
62
A NBR ISO 50001 (ABNT, 2018) tem por objetivos:
63
• Uso mais consciente dos consumidores mais significantes de energias.
• Análise baseada em medição, documentação, comparação e relatórios sobre o uso
de energia e impactos projetados na emissão de gases do efeito estufa.
• Aplicação de lições de melhores práticas no uso e gestão de energia.
• Aplicação da importância da eficiência energética a novos projetos e aquisições.
• Avaliação e priorização de novas tecnologias visando eficiência energética.
• Possibilidade de promover eficiência energética na cadeia de fornecedores.
INTERESSANTE
O Ciclo PDCA teve origem na década de 1920, quando um físico norte-
americano chamado Walter Andrew Shewart, conhecido por sua atuação
na área de controle estatístico de qualidade, criou o ciclo PDCA para a
aplicação de um sistema de qualidade em indústrias. Porém, só na década
de 1950 que o Ciclo PDCA foi popularizado em todo mundo, pelo também
americano professor William Edwards Deming, conhecido pela dedicação
às melhorias dos processos produtivos dos EUA durante a Segunda
Guerra Mundial e por ter o título de guru do gerenciamento de qualidade.
64
A ferramenta PDCA pode ser utilizada de diversas formas, em projetos de
qualquer processo, porém ficou consagrada na garantia da qualidade, ao ser incorporada
como base de estrutura para as Normas ISO. Esse método é chamado de ciclo, pois a
cada execução de todas as etapas, uma nova análise pode ser feita e a ferramenta pode
ser novamente aplicada. A Figura 3 ilustra as fases do PDCA em um sistema de gestão.
IMPORTANTE
Os passos que integram o ciclo PDCA são suficientes para proporcionar
o entendimento e a estruturação do SGE a qualquer tipo de organização.
3.2.1 Planejamento
O planejamento é a primeira etapa do ciclo PDCA. Nessa etapa, busca-se
estabelecer as metas, objetivos e indicadores de desempenho do projeto, assim como
as ações a serem tomadas. Segundo os autores Fossa e Sgarbi (2018), no “Guia para
Aplicação da norma ABNT NBR ISO 50001: Gestão de Energia”, temos que:
65
de consumo da energia, para identificar os tipos de energia utilizados
e a sua distribuição entre os diversos processos da organização.
Com base nessas informações, será possível definir as bases que
sustentarão a medição sistemática do desempenho energético e
analisar as melhorias a serem implementadas. O estabelecimento
das linhas de base e dos indicadores de desempenho energético
permite verificar se os objetivos e metas previamente estabelecidos
estão sendo atendidos (FOSSA; SGARBI, 2018, p. 28).
66
3.2.2 Operação
Nessa etapa, ocorre a execução do plano de ação elaborado anteriormente,
assim como os controles de operação e manutenção, comunicação e conscientização,
além de assegurar competências e considerar o desempenho energético no projeto e
aquisição.
IMPORTANTE
É importante que as ações definidas estejam atuando nas causas
fundamentais do problema. A equipe que for designada para essa
demanda, deve analisar as principais dificuldades e pontos relevantes
encontrados em cada execução e apontar soluções, quando necessário.
3.2.3 Avaliação
Nessa etapa, as melhorias projetadas, tanto do sistema propriamente dito
quando do desempenho energético, serão verificadas na realidade. Sendo assim, nessa
etapa, ocorre o monitoramento, medição, análise, avaliação, auditorias e análise crítica
pela direção do desempenho energético e do Sistema de Gestão da Energia.
67
3.2.4 Melhoria
Na última etapa, efetua-se a conclusão do trabalho, garantindo a padronização
daquilo que deu certo e tomando novas ações para tratar não conformidades e melhorar
continuamente o desempenho energético e o SGE. Os principais pontos da etapa de
melhoria são analisar estratégias, definir prioridades e promover melhorias.
• Elaborar uma política interna para que o consumo de energia seja mais eficiente.
• Planejar objetivos e metas para que a política seja implementada.
• Utilizar dados para melhor compreensão e tomada de decisões sobre o consumo
energético.
• Fazer a medição dos resultados apresentados pelos dados.
• Analisar como a política adotada está sendo trabalhada.
• Melhorar continuamente a gestão de energia.
68
A otimização do uso de energia elétrica pode ser facilitada por
considerações apropriadas no projeto e na instalação. Uma instalação
elétrica pode fornecer o nível de serviço e de segurança requeridos
com o menor consumo de energia elétrica. Isto é considerado pelos
projetistas como um dos requisitos gerais de seus procedimentos de
projeto, visando estabelecer o melhor uso da energia elétrica. Além
dos diversos parâmetros considerados no projeto de instalações
elétricas atualmente é muito importante reduzir as perdas no sistema
durante a sua utilização. O projeto de toda a instalação, portanto, leva
em consideração as contribuições dos contratantes, fornecedores e
distribuidor de energia (ABNT, 2020, p. 5, 2020).
69
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A eficiência energética no Brasil foi motivada por uma série de eventos históricos
que afetaram o setor energético nacional, assim como pela necessidade de reduzir
custos para os consumidores e pela necessidade de expansão da oferta de energia.
• O Ciclo PDCA é uma ferramenta de gestão que tem como objetivo promover a
melhoria contínua dos processos por meio de um circuito de quatro ações: PLAN
(Planejar), DO (fazer), CHECK (checar) e ACT (agir).
70
AUTOATIVIDADE
1 O Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) consiste em uma política de etiquetagem
com informações direcionadas ao consumidor sobre o nível de eficiência energética
dos equipamentos domésticos disponíveis no país. Sobre a etiqueta do PBE, assinale
a alternativa CORRETA:
71
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
3 A NBR ISO 50001:2018 – Sistema de Gestão de Energia, criada em 2011, tem o intuito de
estabelecer os requisitos necessários e específicos para garantir a melhoria contínua
do desempenho energético de uma determinada organização que implementá-la. De
acordo com as etapas necessárias para que uma organização receba a certificação
da NBR ISO 50001:2018, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as
falsas:
( ) A organização deve elaborar uma política interna para que o consumo de energia
seja mais eficiente.
( ) A organização deve fazer a medição dos resultados apresentados pelos dados.
( ) A organização deve melhorar continuamente a gestão de energia.
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – V – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
5 A NBR ISO 50001:2018 tem por finalidade auxiliar organizações a estabelecer sistemas
e processos para melhoria do desempenho energético que conduza a uma redução de
custos com energia, da emissão de gases de efeito estufa e de outros impactos ambientais
associados. Disserte sobre os objetivos que fundamentam a NBR ISO 50001:2018.
72
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
SISTEMAS PREDIAIS EFICIENTES E
CERTIFICAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, você já parou para refletir como no nosso cotidiano buscamos
cada vez mais ter um olhar crítico em relação aos bens de consumo que utilizamos e
seus impactos ao meio ambiente? Esse olhar passou a se expandir com a realização e
perpetuação das pesquisas científicas no mundo todo para outros setores, chegando as
edificações e a formulação de sistemas prediais eficientes energeticamente.
73
Um conceito correlato importante nesse assunto é o que são os edifícios
eficientes. Segundo o Guia Interativo de Eficiência Energética em Edificações (SCHINAZI
et al., 2018), edifícios eficientes podem ser definidos por:
Sabemos que para projetar edifícios com altos níveis de conforto, depende-
se de variáveis físicas e ambientais que estão relacionadas à adoção de estratégias
construtivas, bem como de variáveis ligadas aos usos do edifício e aos hábitos dos
usuários. Nos próximos tópicos, veremos a classificação dos subsistemas prediais que
compõem um projeto de um edifício sustentável e suas principais características. Na
Figura 5, temos uma ilustração que representa a complexidade dos sistemas prediais
eficientes.
74
Em relação à funcionabilidade dos sistemas frente ao uso da energia, deve-
se levar em consideração os espaços (shafts e dutos); a modularidade, fontes de
alimentação de energia alternativas (cogeração, geradores, nobreak e baterias stand-
by); e a administração energética eficiente, visando à conservação energética.
75
Sobre as instalações hidráulicas, um ponto de observação importante é o
uso de água quente nas situações em que se faz necessária, tais como em banhos e
para higiene, cozinhas, lavanderias, ou ainda para finalidades médicas. É necessário
que o sistema garanta o fornecimento de água em quantidade, temperatura e pressão
adequadas às necessidades dos usuários.
3.2 ELÉTRICAS
Entende-se por instalação elétrica o subsistema do edifício que tem por
finalidade o fornecimento da energia elétrica aos diversos pontos de utilização, tanto de
iluminação quanto de força (tomadas em geral).
ATENÇÃO
Os condutores são elementos de formato adequado destinados a
transportar a corrente elétrica.
76
Os projetos de instalações elétricas dependem da distribuição dos pontos de
utilização, do tipo de ligação (número de fases e voltagem) e da potência necessária em
cada ponto. A entrada da energia elétrica é feita a partir da rede de distribuição pública,
através do ramal de ligação e do ramal de entrada até o centro de entrada e medição.
77
FIGURA 8 – SISTEMAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO
3.4 COMPLEMENTARES
Outros sistemas complementares podem estar presentes em um edifício
dependendo da complexidade e finalidade. Assim, podemos ter instalações de
comunicação, que compreendem telefonia, interfones, antena de TV, antena parabólica,
sonorização ambiental, rádio, central de chamadas, entre outros. Pode-se ter ainda
instalações como segurança; transporte e mecânicas, de ventilação, de condicionamento
de ar e de exaustão.
78
conceitos teóricos e experiência prática para a construção de um projeto multidisciplinar
e otimizado. Na Figura 9, podemos ver a representação de vários aspectos relacionados
à criação de um projeto integrado.
ESTUDOS FUTUROS
Acadêmico, o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é uma
ferramenta de Certificação que busca incentivar e acelerar a adoção de
práticas de construção sustentável. Esse sistema de avaliação promove
uma abordagem ao edifício por inteiro, desde a concepção do projeto até
a construção final. No Subtópico 5 deste tópico, poderemos compreender
melhor sobre as certificações.
79
• Se possível, incluir representantes da construtora para que o custo e suas
considerações sejam integrados com o desenvolvimento de conceito de projeto.
• Se possível, incluir representantes da equipe de facilities.
• Certificar-se de que os membros da equipe escolhida tenham experiência suficiente
em suas áreas para contribuir de forma efetiva.
5 CERTIFICAÇÕES PREDIAIS
Acadêmico, como vimos nos conteúdos estudados até aqui, a sustentabilidade
e a eficiência energética são dois pilares que vem ganhando destaque em todos os
setores da economia. Em relação à construção civil não é diferente!
80
comprovar que um determinado edifício cumpre uma série de requisitos que o tornam
sustentável, existem duas certificações internacionais importantes que integram o
Programa de Etiquetagem Brasileiro, a GBC Brasil e LEED.
81
FIGURA 10 – ETIQUETA DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DO PBE PARA EDIFICAÇÕES COMERCIAIS, DE
SERVIÇOS E PÚBLICAS
82
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Para assegurar que um edifício cumpre uma série de requisitos que o tornam
sustentável, existem duas certificações internacionais que integram o Programa de
Etiquetagem Brasileiro, a GBC Brasil e LEED.
83
AUTOATIVIDADE
1 Os sistemas prediais correspondem ao conjunto de insumos e serviços necessários
para o desenvolvimento de atividades de um edifício e têm como características a
capacidade de adaptação às evoluções funcionais do edifício, a confiabilidade da
permanência de operação e a capacidade organizacional de gerir informações que
permitam a ação efetiva sobre os sistemas. Sobre os sistemas prediais, assinale a
alternativa CORRETA:
84
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) V – V – V.
d) ( ) F – F – V.
4 Os sistemas prediais devem estar voltados para a operação prática dos edifícios,
sendo dinâmicos, funcionais e de fácil manutenção. Os projetos de instalações
elétricas, por sua vez, dependem da distribuição dos pontos de utilização, do tipo de
ligação e da potência necessária em cada ponto. A partir dos conteúdos estudados,
disserte sobre os critérios de funcionabilidade dos sistemas prediais em relação ao
uso de energia.
5 Para assegurar que um edifício cumpre uma série de requisitos que o tornam sustentável,
existem duas certificações internacionais que integram o Programa de Etiquetagem
Brasileiro, a GBC Brasil e LEED. Sobre esse assunto, disserte sobre os benefícios dessas
certificações para os edifícios e para as cidades no geral.
85
86
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
INICIATIVAS DE APLICAÇÃO E AVALIAÇÃO
DE DESEMPENHO
1 INTRODUÇÃO
O processo de análise de eficiência energética de uma edificação, equipamento
ou sistema é um processo complexo e que requer conhecimentos multidisciplinares,
assim como um extenso volume de dados e informações técnicas para a elaboração de
uma avaliação completa que sirva como norte para a tomada de decisões e para uma
melhor gestão energética.
Essa avaliação torna-se cada vez mais importante nos últimos anos, uma vez
que os elevados índices de consumo energético e as perspectivas de aumento deste
tem levado à necessidade de se elaborar e executar projetos mais eficientes em relação
ao uso e consumo de energia.
87
medição de desempenho energético (ABNT, 2016). Dessa forma, o IDE e a LBE são dois
elementos-chave inter-relacionados da NBR ISO 50001:2018, que permitem a medição,
e, logo, a gestão do desempenho energético em uma organização.
IMPORTANTE
É importante ressaltarmos que as orientações nessa norma são aplicáveis
a qualquer organização, independentemente do seu tamanho, tipo,
localização ou nível de maturidade na área de gestão de energia.
Por sua vez, as linhas de base energética (LBE) são uma referência que
caracteriza e quantifica o desempenho energético de uma organização durante um
período específico. A LBE permite que uma organização avalie alterações do desempenho
energético entre dois períodos selecionados, sendo utilizada para cálculos de economia
de energia, como uma referência antes e depois da implementação de ações de melhoria
do desempenho energético. Por exemplo, pode-se utilizar o IDE e a LBE nos níveis de
instalação, sistemas, processos ou equipamentos, ou ainda para a avaliação de ações
individuais de melhoria de desempenho energético. Essas ferramentas servem como
um guia para a proposta de novos objetivos e metas para garantir a melhoria contínua.
89
DICA
Para sistematizar a coleta e a integração dos dados necessários para gerar
e visualizar esses indicadores e acompanhar o histórico, além de desenhar
possíveis cenários e criar alertas, existem algumas ferramentas de gestão
disponíveis, como softwares que automatizam, analisam e reúnem esses
indicadores-chave de desempenho energético. Essas ferramentas dão
mais embasamento para a tomada de decisões e são especialmente
indicadas para organizações nas quais a energia é um insumo estratégico.
90
Para a definição das etapas do processo de diagnóstico energético em uma
edificação, sugere-se seguir algumas etapas, elencadas a seguir:
4 INICIATIVAS DE APLICAÇÃO
A implementação de iniciativas de aplicação para promover o uso racional de
energia e tornar os processos, serviços e equipamentos mais eficientes do ponto de
vista energético são indispensáveis para reduzir o consumo de energia.
Portanto, acadêmico, veremos nos itens a seguir três exemplos de iniciativas de
aplicação que visam aumentar a eficiência energética.
91
FIGURA 13 – SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA
Outros benefícios ainda podem ser apontados como um maior conforto visual
para motoristas e pedestres, evitando acidentes. Essas lâmpadas não necessitam
de reatores, irradiam luz em 360º, possuem a possibilidade de gerenciamento e
monitoramento remoto e não emitem gases nocivos, auxiliando na redução da poluição
atmosférica.
De forma muito simples, a energia é gerada pelo painel solar, que capta a luz
do sol e a transforma em energia. Essa energia alimenta uma bateria recarregável, que
ilumina o poste. Por conta dessa bateria, o poste pode continuar gerando luz, mesmo
em dias em que o sol não aparece, ou à noite, que é justamente quando é necessário
acender as lâmpadas.
IMPORTANTE
Acadêmico, lembre-se que um edifício é mais eficiente energeticamente
que outro quando proporciona as mesmas condições ambientais com
menor consumo de energia.
94
objetos e metas para a melhoria contínua da gestão energética. Vimos, também, que os
edifícios possuem papel fundamental na gestão sustentável das cidades, sendo uma
ferramenta importante na redução de consumo de energia no mundo.
95
LEITURA
COMPLEMENTAR
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DAS CONSTRUÇÕES:
O QUE MINHA RESIDÊNCIA TEM A VER COM ISSO?
Rui Raoli
Grasiela Gaspar Gonçalves
Sabemos que os recursos naturais são finitos. Soluções técnicas que garantem
o uso racional da energia e diminuem o impacto ambiental que todas as construções
causam, além de contribuírem com o meio ambiente, são ótimos argumentos de venda.
96
Programa Brasileiro de Etiquetagem
Segundo o Guia da GBC BRASIL, passamos em média 90% do nosso tempo em
ambientes construídos. Como os edifícios impactam diretamente o meio ambiente e
bem-estar, devemos buscar formas de fazer que nossos edifícios se tornem benéficos
para a saúde humana, assim como para a natureza, ambientes urbanos e suburbanos.
97
FONTE: <encurtador.com.br/rwJKV>. Acesso em: 21 jan. 2022.
Nas edificações prontas, a avaliação vai ter como foco a utilização de sistemas
e equipamentos que atingem o desempenho ótimo com a menor utilização de energia
dentro do que se mostrar possível pelas características de construção e de vocação
(comercial, pública ou residencial) do imóvel. A seguir, podemos analisar os edifícios
considerados como classe E, como mostra a (Figura 4).
98
Quanto aos projetos de construção, é possível aproveitar o máximo da eficiência
energética aplicando todo o conhecimento já produzido: posição solar, zoneamento
bioclimático, utilização de materiais com melhor desempenho energético, sendo assim
considerado como classe A, de acordo a Figura 5.
A avaliação considera três aspectos da construção: envoltória, que são os
elementos externos, que “vestem” a edificação (paredes e estruturas); a Iluminação
(divisão de circuitos, aproveitamento da luz natural e desligamento automático da
iluminação); e o sistema de condicionamento de ar, conforme apresentado na Figura 6.
99
A classificação é realizada por auditoria técnica, que avalia a eficiência por meio
de inspeção do projeto ou da edificação. Os métodos avaliativos foram determinados
pelo INMETRO e a verificação da adequação é realizada por entidades credenciadas ou
acreditadas (OIA) por esse órgão.
Entendendo a Etiqueta PBE-Edifica
Ninguém quer chegar em segundo lugar em nada na vida, certo? Quem vai
querer adquirir um imóvel com classificação “F” em aproveitamento energético?
100
Iniciativas que aumentem a eficiência energética da edificação, tais como
aproveitamento de água da chuva, sistemas e fontes renováveis de energia, entre
outras, economizam os recursos naturais, propiciam diminuição de gastos durante a
vida útil do imóvel (você gasta menos para manter o conforto) e tornam a edificação
diferenciada em relação às demais.
Quem procura imóvel certamente vai preferir adquirir aquele que tenha nível de
eficiência A. Algumas pessoas podem pensar “ah, mas a obra vai ficar mais cara!”. Para
esse argumento, existe outro ainda melhor: gastar um pouco mais na obra e economizar
durante toda vida útil do imóvel.
FONTE: RAOLI, R.; GONÇALVES, G. G.. Eficiência energética das construções: o que minha residência tem a
ver com isso? CBIC’S Agency. Brasília, DF, 22 maio 2020. Disponível em: https://cbic.org.br/en_US/artigo-
eficiencia-energetica-das-construcoes/. Acesso em: 22 nov. 2021.
101
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• As linhas de base energética (LBE) são uma referência que caracteriza e quantifica
o desempenho energético de uma organização durante um período específico.
• Uma solução para reduzir gastos com iluminação pública é a utilização da tecnologia
LED.
102
• A busca da eficiência energética em prédios públicos tem um papel fundamental
como uma política pública, tanto como efeito demonstrativo quanto como indutor
do mercado.
103
AUTOATIVIDADE
1 A NBR ISO 50006:2016 aborda os princípios gerais e fornece orientações para
organizações de como estabelecer, utilizar e manter indicadores de desempenho
energéticos (IDE) e linhas de base energética (LBE) como parte do processo de
medição de desempenho energético. Sobre os conteúdos abordados por essa Norma,
assinale a alternativa CORRETA:
104
Assinale a alternativa CORRETA:
( ) A energia solar para aquecimento utiliza a energia solar para garantir água quente
em chuveiros, torneiras, piscinas, banheiras ou até mesmo para gerar eletricidade
por meio do vapor produzido.
( ) Uma solução para reduzir gastos com iluminação pública é a utilização da tecnologia
LED.
( ) A busca da eficiência energética em prédios públicos tem um papel fundamental
como uma política pública, tanto como efeito demonstrativo quanto como indutor
do mercado.
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – V – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
5 Os postes com painel solar são uma iniciativa para aumento da eficiência energética em
iluminação pública que utilizam energia renovável para geração de eletricidade. Nesse
contexto, disserte sobre os benefícios desse tipo de sistema na iluminação pública.
105
REFERÊNCIAS
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 50006
– Sistemas de gestão de energia – medição do desempenho energético
utilizando linhas de base energética (LBE) e indicadores de desempenho
energético (IDE) – princípios gerais e orientações. Rio de Janeiro: ABNT, 2016.
106
BRASIL. Decreto nº 18, de 18 de julho de 1991. Institui o Programa
Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás
Natural – CONPET e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da
República, 1991. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/dnn/
anterior_a_2000/1991/Dnn213.htm#:~:text=Dnn213&text=DECRETO%20
DE%2018%20DE%20JULHO,que%20lhe%20confere%20o%20art.. Acesso em: 5
nov. 2021.
107
CARVALHO, A. A norma ABNT NBR ISO 50001: gestão de energia. Rio de
Janeiro: ABNT, [201-]. Apresentação de slides. Disponível em: https://docplayer.
com.br/17377224-A-norma-abnt-nbr-iso-50001-gestao-de-energia-andre-
carvalho.html. Acesso em: 10 nov. 2021.
FOSSA, J. A.; SGARBI, A. F. Guia para aplicação da norma ABNT NBR ISO
50001: gestão de energia. São Paulo: International Copper Association Brazil,
2018. Disponível em: http://www.abrinstal.org.br/docs/guia_gestao_de_
energia.pdf. Acesso em: 6 nov. 2021.
108
UNIDADE 3 —
PANORAMA DA
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
109
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
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110
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO
AMBIENTE CONSTRUÍDO
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, a partir dos conhecimentos anteriores apresentados neste
caderno de estudos, você poderá ampliar sua visão sobre a eficiência energética nos seus
mais diversos aspectos. Agora, chegou o momento de compreender como os conceitos
se aplicam de modo geral no ambiente construído representado pelas grandes cidades.
2 URBANISMO BIOCLIMÁTICO
Acadêmico, se pararmos para observar o processo de urbanização do século
XX, veremos que este foi caracterizado em grande parte por uma expansão urbana
desorganizada na maioria das cidades existentes. Por exemplo, é comum avistarmos
edifícios mal orientados, ruas mal projetadas, áreas desprotegidas contra intempéries,
edifícios que projetam sombras nos edifícios circundantes, entre muitos outros, assim
como a poluição significativa do ar, da água ou solo.
111
Entretanto, as cidades devem ser entendidas como territórios com grande
diversidade econômica, cultural e ambiental, de forma organizada, em um sistema que
interfere diretamente na qualidade de vida das pessoas que ali residem.
Diante desse contexto, nos últimos anos, diversos acordos, diretrizes e legislações
foram aprovados para alcançar um desenvolvimento mais sustentável do crescimento
urbano. É nesse cenário que surge o conceito de urbanismo bioclimático, que visa
um planejamento urbano alinhado a cada ambiente (físico, ambiental, paisagístico e
socioeconômico).
IMPORTANTE
Por definição, o urbanismo é uma ciência multidisciplinar que está
relacionada ao estudo, regulação, controle e planejamento da cidade como
um todo. Por sua vez, o urbanismo bioclimático estabelece os critérios para
garantir que as estruturas de uma cidade sejam integradas ao seu ambiente
e que os recursos sejam administrados de forma eficiente, possibilitando
uma melhor qualidade de vida aos seus usuários.
A forma urbana é um dos aspectos que pode ser planejada para evitar os
impactos negativos da urbanização.
3 ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA
A arquitetura bioclimática consiste em conceber edificações a partir do clima
local, a fim de proporcionar conforto térmico aproveitando fontes ambientais, assim como
a integração estética ao ambiente circundante.
113
FIGURA 2 – ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA
O conforto térmico pode ser definido, segundo Lamberts, Dutra e Pereira (2014)
e Souza (2006), como o estado mental que expressa a satisfação do homem com o
ambiente térmico que o circunda.
O conforto térmico pode ser medido através de índices que procuram englobar,
através de um parâmetro chamado de sensação térmica, o efeito conjunto de variáveis,
como adaptação climática, idade, biotipo, sexo, hábitos alimentares, entre outros. Em
geral, eles são desenvolvidos fixando um tipo de atividade e, a partir daí, relacionam
as variáveis do ambiente às respostas subjetivas ou fisiológicas dos indivíduos sob a
forma de gráficos, diagramas, cartas ou nomogramas, em que são delimitadas zonas de
conforto térmico, conhecidos como diagramas bioclimáticos.
Sendo assim, o conforto luminoso nos edifícios está relacionado aos estímulos
à visão que são incitados pela quantidade de luz, seja de forma natural ou artificial. No
item a seguir, veremos a diferença entre esses dois tipos de iluminação.
3.2.1 ILUMINAÇÃO NATURAL E ARTIFICIAL
A iluminação natural, além de ser importante recurso para promover bem-estar e
qualidade ambiental, tem impacto relevante na redução do uso de energia. A iluminação
natural, quando bem utilizada, diminui a necessidade de luz artificial e instalação de
ar-condicionado, considerando que a luz artificial é convertida em calor. Na Figura 3,
podemos observar um exemplo de um projeto que permite a utilização de luz natural.
116
FONTE: <encurtador.com.br/eiALY>. Acesso em: 6 dez. 2021.
O uso da luz natural pode trazer uma relevante contribuição para a diminuição
do consumo de energia elétrica em edificações industriais, comerciais, institucionais
e residenciais. O melhor aproveitamento da luz natural pode reduzir sensivelmente o
dimensionamento e sobrecarga do sistema de iluminação durante o período do dia,
podendo ainda diminuir o dimensionamento dos sistemas de refrigeração artificial para
os meses quentes e a demanda nos horários de pico.
117
De forma simplificada, a automação residencial e predial é a integração dos
diversos sistemas existentes em um edifício, com o objetivo de tornar o uso desses
sistemas mais simples e eficientes.
INTERESSANTE
A automação residencial e predial também é conhecida como “domótica”,
termo que indica a integração dos mecanismos automáticos de um
espaço residencial. Esse conceito nasceu na década de 1980, na França,
quando surgiram os primeiros projetos residenciais com integração e
controle automático de iluminação, climatização e segurança.
118
Dessa forma, é possível percebermos que a eficiência energética está
intimamente ligada à automação. O conceito de edifícios inteligentes ganha força
com o cenário de transformações pelo qual estamos passando, com o aumento da
preocupação sobre o uso racional de recursos.
119
Na Figura 4, podemos observar uma ilustração que representa as emissões de
dióxido de carbono relacionadas à energia.
121
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
122
• O baixo desempenho ambiental das cidades contemporâneas e sua contribuição à
mudança climática global indicam a necessidade de se buscar novos paradigmas
para o desenvolvimento urbano.
123
AUTOATIVIDADE
1 O urbanismo bioclimático visa um planejamento urbano alinhado a cada ambiente
físico, ambiental, paisagístico e socioeconômico inserido em um determinado espaço
geográfico. Sobre a aplicação do urbanismo bioclimático no planejamento das
cidades, assinale a alternativa CORRETA:
124
Assinale a alternativa CORRETA:
3 O conforto luminoso nos edifícios está relacionado aos estímulos à visão que são
incitados pela quantidade de luz, seja de forma natural ou artificial. De acordo com o
conteúdo estudado, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – V – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
125
126
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA PARA OS SETORES
DA INDÚSTRIA E TRANSPORTES
1 INTRODUÇÃO
Ao analisarmos o consumo de energia por finalidade, podemos constatar que os
setores da indústria e transportes são os grandes consumidores de energia no Brasil.
Nesse tópico, abordaremos a utilização de energia nos setores da indústria e transportes,
enfocando a intensidade de uso no consumo final e as possibilidades de ganhos de
eficiência na sua utilização, assim como a oferta de energia elétrica e combustíveis de
forma compatível e adequada.
127
De forma geral, a energia é um fator de custos e não de resultados para a
indústria no geral. Porém, a energia representa uma parcela significativa no custo final
da maioria dos produtos produzidos. A Figura 5 representa o setor industrial em relação
ao consumo de energia.
Outro ponto importante é que, em nosso país, as ações de promoção não foram
pautadas por um planejamento de longo prazo bem estruturado, mas ocorreram de
forma reativa, em resposta a episódios específicos de dificuldade no atendimento da
demanda por energia.
129
2.1 PROGRAMAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA PARA A
INDÚSTRIA NO BRASIL
O investimento em eficiência energética tem o potencial de trazer diversos
benefícios para a indústria, que vão desde o aumento da vida útil dos equipamentos e
redução dos custos operacionais até o aumento da produtividade e a possibilidade de
isenções fiscais. Nesse sentido, existe uma série de iniciativas de incentivo à eficiência
energética no Brasil, dentre os quais podemos destacar:
130
Outra medida importante foi a criação do Programa de Eficiência Energética
(PEE) pela ANEEL. A iniciativa estabelece uma fração da receita operacional das
empresas de distribuição, que deve ser destinada a projetos da agência que promovam
a eficiência energética. O objetivo é promover o uso eficiente da energia e demonstrar
a importância e a viabilidade econômica na adoção de equipamentos e processos mais
econômicos.
O PEE, por sua vez, recebe recursos pela destinação de 0,5% da Receita
Operacional Líquida (ROL) das concessionárias de eletricidade, que devem ser aplicados
em projetos, conforme orientações da ANEEL, sendo 60% desse valor, ou 0,30% da ROL,
direcionados, obrigatoriamente, aos consumidores de baixo poder aquisitivo atendidos
pela Tarifa Social.
E, por fim, tem-se o CONPET, que tem tido uma atuação mais discreta no setor
industrial, por haver priorizado o setor de transportes, principal consumidor de combustíveis.
Uma de suas ações, tomada em conjunto com o PROCEL e a CNI (Confederação Nacional
da Indústria), é o Prêmio de Conservação de Energia na Indústria, que premia as melhores
medidas empreendidas pelas empresas no ano.
IMPORTANTE
Os incentivos também podem se dar na esfera estadual e até mesmo
em nível municipal.
131
IMPORTANTE
Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento,
as despesas com energia elétrica das operadoras do setor constituem,
para a maioria, a segunda despesa da pauta de custos operacionais.
132
• Escassez de mão de obra qualificada.
• Prevalência da manutenção corretiva em detrimento da preditiva e preventiva.
O PROCEL vem atuando no setor de saneamento desde 1996, porém seu foco
estava restrito ao uso eficiente de energia elétrica, nos conjuntos motobombas dos
sistemas de saneamento. Com a criação do PROCEL SANEAR, esse enfoque foi ampliado
e, atualmente, abrange também ações quanto à conservação da água, visando integrar
os dois temas, além do desenvolvimento e a operacionalização de projetos e políticas
governamentais articuladas.
• Promover ações que visem ao uso eficiente de energia elétrica e água em sistemas
de saneamento ambiental, incluindo os consumidores finais.
• Incentivar o uso eficiente dos recursos hídricos, como estratégia de prevenção à
escassez de água destinada à geração hidroelétrica.
• Contribuir para a universalização dos serviços de saneamento ambiental, com
menores custos para a sociedade.
Para isso, o PROCEL SANEAR atua por meio de parcerias estratégicas, visando
ao desenvolvimento de projetos que promovam a eficiência energética e o combate ao
desperdício de água e energia elétrica no setor de saneamento, bem como a integração
institucional com a academia, agentes governamentais, associações de classe,
entidades públicas e privadas, de modo a minimizar fatores críticos à transformação do
mercado da eficiência energética no Brasil.
133
4 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA PARA O SETOR DE
TRANSPORTES
Os serviços de transporte têm um papel estratégico na economia brasileira,
com as empresas atuando em território nacional e integradas às cadeias de produção
e distribuição de bens, em especial no escoamento da produção agrícola, mineral e
industrial para o mercado externo e na movimentação de mercadorias para consumo
intermediário e final das empresas e das famílias internamente.
134
Por exemplo, as dificuldades enfrentadas no transporte rodoviário,
frequentemente saturado para os níveis de serviços ofertados, e no transporte aéreo,
que apresenta problemas de infraestrutura para atender a uma demanda com taxas de
crescimento muito elevadas, requerem grandes investimentos para serem solucionadas.
135
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A energia representa uma parcela significativa no custo final da maioria dos produtos
produzidos.
136
AUTOATIVIDADE
1 O setor de saneamento representa um agente importante no consumo de energia
elétrica em uma cidade e, por esse motivo, em 2003, a ELETROBRAS/PROCEL instituiu
o PROCEL SANEAR (Programa de Eficiência Energética em Saneamento Ambiental).
Sobre esse programa, assinale a alternativa CORRETA:
137
3 De forma geral, a energia é um fator de custos e não de resultados para a indústria,
uma vez que a energia representa uma parcela significativa no custo final da maioria
dos produtos comercializados atualmente. De acordo com os conceitos referentes
à eficiência energética na indústria, classifique V para as sentenças verdadeiras e F
para as falsas:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) V – V – F.
d) ( ) F – F – V.
138
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
PERSPECTIVAS, DESAFIOS E FUTURO DA
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
1 INTRODUÇÃO
As perspectivas da expansão da demanda de energia, associadas à crise
energética e aos impactos climáticos, intensificaram os desafios energéticos e tornaram
a eficiência energética uma questão prioritária na gestão de políticas públicas e na
tomada de decisões em todos os setores sociais e econômicos.
Assim, diante dos tópicos que serão apresentados neste tópico, será possível
ter uma ideia geral de como a eficiência energética tem sido tratada no contexto atual
e compreender quais os melhoramentos necessários para a condução do assunto,
principalmente no que diz respeito ao ajuste no foco das iniciativas para a questão
do consumo, nas pesquisas científicas, na conscientização da população e no uso de
energias renováveis.
139
As profissões tecnológicas têm um importante papel a desempenhar na busca de
uma maior eficiência energética, pois só com o pleno uso do conhecimento tecnológico
encontraremos as alternativas de geração e consumo sustentáveis e justas.
IMPORTANTE
O setor necessita de profissionais cada vez mais qualificados. A busca
por especializações e certificações é um dos grandes diferenciais
valorizados por grande parte dos contratantes.
140
Nesse sentido, é importante que o profissional também se aprofunde em temas
menos técnicos e mais humanos, como a universalização da energia, redução de
emissões e soluções renováveis e acessíveis.
Hoje, a profissão tem cada vez mais visibilidade, porque está diretamente ligada
à redução de gases do efeito estufa. Nosso objetivo é deixar a produção mais consciente
e sustentável. Quanto menos se consome, emitindo menos gases, menos recursos são
gastos e menos se afeta a natureza.
142
3 PESQUISA E DESENVOLVIMENTO NA EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA
Acadêmico, é de conhecimento geral que a eficiência energética significa
consumir menos energia para o mesmo nível de produção ou aumentar o nível de
produção tendo o mesmo consumo de energia. O governo brasileiro trabalha com esse
entendimento desde 1984, quando motivado pela crise do petróleo, criou o programa
de etiquetagem e, em seguida, o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
(PROCEL).
143
bem sucedidos e qualidade de modelos matemáticos em resultados práticos que
melhorem o desempenho das organizações e vida das pessoas, com base em diretrizes
e no contínuo levantamento de oportunidades e lacunas tecnológicas.
144
notar, o Brasil está defasado em comparação com outros países, mostrando uma piora
no período 2008-16 em relação a 2000-08.
Uma das razões para esse resultado é que, em nosso país, as ações de
promoção não foram pautadas por um planejamento de longo prazo bem estruturado,
mas ocorreram de forma reativa, em resposta a episódios específicos de dificuldade no
atendimento da demanda por energia.
145
São necessários estudos mais detalhados de cada setor e de uma avaliação das
políticas públicas já implementadas, para entender se estas tiveram efeito no combate
a algumas dessas falhas.
Nesse último ponto, aliás, o Brasil apresenta forte crescimento. Somente entre
2018 e 2019, a geração de energia solar fotovoltaica cresceu mais de 92%, gerando
impactos positivos para todo o país: pela primeira vez, aparecemos entre as dez nações
que mais geraram emprego no setor de energia solar em 2019.
Desde 2012, a ANEEL permite que o consumidor gere sua própria energia
elétrica a partir de fontes renováveis, e troque o excedente com a concessionária local.
Na Figura 11, podemos observar a instalação de placas de energia solar.
146
Todos esses movimentos levam o Brasil rumo à transição energética, que propôs
a substituição de um modelo dependente de combustíveis fósseis para a geração de
energia por um sistema focado em fontes renováveis, área que o país tem potencial
para se tornar referência mundial.
5 SUSTENTABILIDADE E ENERGIA
A sustentabilidade é o suprimento das necessidades presentes sem afetar
o sustento das gerações futuras. Em outras palavras, refere-se à preservação dos
recursos ambientais. Sendo assim, quando economizamos energia ajudamos o nosso
planeta a conservar o meio ambiente ou manter-se sustentável. O consumo racional de
energia é um dos caminhos para o desenvolvimento sustentável do Brasil nos próximos
anos, conforme apresentado na Figura 12.
147
• Redes inteligentes de energia: aprimorar o gerenciamento energético por meio
do incentivo à autogeração baseada em fontes renováveis e do trabalho conjunto
entre sistemas tradicionais de transmissão/distribuição e tecnologias avançadas,
a fim de reduzir custos financeiros no longo prazo, bem como a dependência dos
modelos convencionais.
• Novas tecnologias sustentáveis: desenvolver soluções tecnológicas que reduzam
impactos ambientais, diminuam os custos da energia e ampliem a eficiência e a vida
útil dos produtos.
• Educação para o consumo consciente de energia: promover a reflexão sobre o
uso adequado de recursos energéticos independentemente de situações e lugares
específicos, levando o consumidor a pensar não só no nível individual/familiar da sua
residência, mas também em empresas, escolas e outras áreas de interação social.
148
LEITURA
COMPLEMENTAR
AUMENTANDO A EFICIÊNCIA NOS USOS FINAIS DE ENERGIA NO BRASIL
RESUMO
INTRODUÇÃO
149
Inicialmente, o artigo apresenta as principais motivações e justificativas para
investimentos em usos finais. A seguir, discute a recente experiência em regulação de
investimentos das concessionárias e as perspectivas para o futuro, motivações para
investimentos na melhoria do uso de energia. A redução do uso de energia nos processos
produtivos ou em sistemas que proporcionam conforto e amenidades não é um fim em
si mesmo, na realidade, o uso eficiente de energia está estritamente relacionado com
a consecução de importantes objetivos mais abrangentes e de interesse da sociedade,
como, por exemplo:
150
As estratégias para criação e consolidação do mercado de energia elétrica
são muito importantes, pois estabelecem uma infraestrutura de consumo que muito
dificilmente pode ser modificada em curto espaço de tempo. Há várias décadas,
o Brasil tem seguido uma rota de aumento da intensidade de uso de eletricidade. A
racionalidade das empresas privadas de eletricidade as impulsiona a procurar expandir
suas vendas como forma de aumentar seus lucros, o que as torna refratárias a esforços
de eficiência energética. Dessa forma, são necessários mecanismos que resolvam esses
desincentivos.
151
O principal programa nacional de conservação de eletricidade foi criado em 1985,
tendo a Eletrobras como sua secretaria-executiva e principal órgão implementador de
suas atividades. O PROCEL passou por várias descontinuidades, tendo, inclusive, sido
cogitada a sua extinção em meados de 1998. Durante o período de 1986-97, foram
aprovados um total de R$235,5 milhões, mas, devido a dificuldades de gerenciamento,
nem todos esses recursos puderam ser realizados.
O próprio PROCEL estimou que, durante esse período, foi possível evitar um
total de 1.113 MW de capacidade instalada.
A Resolução 242/98 veio dar uma redação mais clara e uniforme e estabelecer
rituais para submissão e aprovação das atividades das empresas, o que era até aquele
momento muito vago. A Resolução 242/98 e as posteriores emitidas até o ano 2000
152
demonstram a lógica dos reguladores e dos responsáveis pela condução da política
energética nesse período.
153
Essa busca na melhoria da qualidade pode ser alcançada através de medidas
regulatórias e legislativas, mecanismos de mercado, incentivos financeiros e informação
aos agentes.
FONTE: JANNUZZI, G. De M.. Aumentando a eficiência nos usos finais de energia no Brasil. Curitiba:
UFPR, 2002. Disponível em: http://www.moretti.agrarias.ufpr.br/eletrificacao_rural/tc_06.pdf. Acesso em:
28 dez 2021.
154
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O Brasil caminha na direção contrária à de outras nações que vêm adotando políticas
consistentes de estímulo à eficiência energética.
155
AUTOATIVIDADE
1 A educação tem papel fundamental na formação de cidadãos comprometidos com
uma sociedade sustentável para as futuras gerações. Sobre a inserção da eficiência
energética na educação escolar, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
157
REFERÊNCIAS
BARBOSA, P. G.; AGUILAR, M. T. P.; SALES, R. B. C. Conforto térmico do
ambiente construído, eficiência energética e difusividade térmica: um estudo
interdisciplinar que envolve o Design. Rev. Pensamentos em Design. Belo
horizonte: v. 1, n. 1, p. 95-102, 2021. Disponível em: https://revista.uemg.br/
index.php/pensemdes/article/view/5914/3591. Acesso em: 21 jan. 2022.
158