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Elétricas,
Hidráulicas,
Sanitárias
e Preventivas
Profª. Laura Silvestro
Indaial – 2021
1a Edição
Elaboração:
Profª. Laura Silvestro
S587i
Silvestro, Laura
ISBN 978-65-5663-941-3
SBN Digital 978-65-5663-942-0
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo ao livro de Instalações Elétricas, Hidráulicas, Sanitárias e
Preventivas. Esta disciplina visa construir os conhecimentos teóricos e práticos sobre
instalações elétricas, instalações prediais de água fria e quente, esgoto sanitário, esgoto
pluvial, preventivo de incêndio e sistema predial de distribuição de gás combustível.
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ENADE
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para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
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LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 84
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 157
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................231
ANOTAÇÕES....................................................................................................................... 233
UNIDADE 1 -
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
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1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
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2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS: CONCEITOS
BÁSICOS
1 INTRODUÇÃO
2 CONCEITOS BÁSICOS
Nesta seção serão abordados os conceitos básicos relativos às principais
grandezas elétricas e luminotécnicas.
3
2.1 ESTRUTURA ATÔMICA
Para compreender o conceito de eletrização, é necessário revisar a estrutura
que compõe os corpos. Nesse contexto, a matéria é constituída por pequenas estruturas
denominadas átomos. Cada átomo é formado por uma parte central, denominada núcleo,
e uma parte periférica intitulada de eletrosfera (FIGURA 1). No núcleo encontram-se os
prótons e os nêutrons. Já na eletrosfera encontram-se os elétrons, que ficam em torno
do núcleo em diferentes órbitas. Os prótons são caracterizados por uma carga positiva
e os elétrons por uma carga negativa (BONJORNO et al., 1992).
4
NOTA
Materiais isolantes elétricos: borracha, madeira, vidro, cerâmica e plástico etc.
Materiais condutores elétricos: metais como o aço, ferro, alumínio, cobre,
ouro, prata etc.
5
Equação 1
Equação 2
Onde:
E – Intensidade do campo elétrico (N/C - newton por coulomb);
F – Força que atua na carga q (N);
q – Carga elétrica de prova (C);
k – Constante dielétrica do meio em que as cargas estão (constante no vácuo = 8,99 x
109 N.m2/C2);
Q – Carga geradora do campo elétrico (Q);
d – Distância entre as cargas Q e q (m).
IMPORTANTE
A unidade do potencial elétrico no Sistema Internacional (SI) é o volt (V):
6
corrente elétrica. A intensidade da corrente elétrica (i) é caracterizada pelo número de
elétrons (Δq) que passa por uma determinada seção do condutor em uma unidade de
tempo (Δt), conforme descrito pela Equação 3. A unidade de intensidade da corrente
elétrica é o ampère (A) (NISKIER, 2016).
Equação 3
IMPORTANTE
A unidade de resistência elétrica é o ohm (Ω). Equivale à resistência elétrica de
um elemento tal que a diferença de potencial constante de 1 volt, faz circular
nesse elemento uma corrente invariável de 1 ampère (NISKIER, 2016).
Equação 4
Pela 2ª Lei de Ohm, a resistência (R) dos condutores também pode ser calculada
pela Equação 5, onde é a resistividade do material do condutor (Ω.m), é o comprimento
do resistor (m) e é a área da seção reta transversal do resistor (m²).
Equação 5
7
Em um circuito elétrico os resistores podem ser associados de duas maneiras:
em série ou em paralelo. A FIGURA 3 apresenta um exemplo de resistores associados em
série. Neste caso a corrente elétrica (i) é a mesma que percorre todas as resistências.
A tensão elétrica (V) é dividida pelos elementos que constituem o circuito e pode ser
determinada pela Equação 6. Já a tensão de cada elementos é calculada pela Equação
7. Por fim, a resistência total equivalente (Req) do circuito será a soma das resistências
em série do circuito, conforme descrito pela Equação 8.
Equação 6
Equação 7
Equação 8
8
Equação 9
Equação 10
Equação 11
Equação 12
Equação 13
Nesse contexto, a potência ativa consiste na potência útil que efetivamente será
convertida em trabalho. Já a potência reativa, representa a parcela de potência que não
é aproveitada pelo sistema. Desta forma, a potência aparente corresponde à quantidade
total de potência gerada, levando em consideração a soma vetorial das potências ativa
e reativa. O fator de potência, que representa o cosseno do ângulo de defasagem entre
a tensão e corrente (cos Ø), pode ser calculado pela Equação 14 (VIEIRA JUNIOR, 2011).
9
Equação 14
ESTUDOS FUTUROS
Nos tópicos a seguir serão abordadas alternativas para corrigir o baixo fator
de potência de instalações.
Equação 15
GIO
Veja na TABELA 1 um resumo das principais grandezas elétricas.
10
2.4 PRIMEIRA LEI DE KIRCHHOFF
A primeira Lei de Kirchhoff, também conhecida como Lei dos Nós, define que a
soma das intensidades das correntes que chegam a um nó, ou seja, a um ponto de encontro
de três ou mais condutores de um circuito elétrica, é igual à soma das intensidades das
correntes que dele saem, conforme descrito pela Equação 16 (VIEIRA JUNIOR, 2011).
Equação 16
Equação 17
2.6.2 Iluminância
A iluminância (E), também conhecida como nível de iluminamento, corresponde
ao fluxo luminoso (ψ) incidente em uma determinada superfície por unidade de área (S),
conforme Equação 18 (MAMEDE FILHO, 2017).
Equação 18
11
IMPORTANTE
A unidade da iluminância no SI é o lux (lx):
Equação 19
12
2.6.5 Luminância
De acordo com Mamede Filho (2017, p. 61), “a luminância (L) é entendida como
a medida da sensação de claridade, provocada por uma fonte de luz ou superfície
iluminada e avaliada pelo cérebro”. Esta grandeza pode ser determinada pela Equação
20. Sua unidade é cd/m².
Equação 20
Onde:
S– Superfície iluminada (m²);
α– Ângulo entre a superfície iluminada e a vertical, que é ortogonal à direção do fluxo
luminoso (graus);
I – Intensidade luminosa (cd).
2.6.5 Luminância
De acordo com Mamede Filho (2017, p. 61), “a luminância (L) é entendida como
a medida da sensação de claridade, provocada por uma fonte de luz ou superfície
iluminada e avaliada pelo cérebro”. Esta grandeza pode ser determinada pela Equação
20. Sua unidade é cd/m².
Equação 20
Onde:
S– Superfície iluminada (m²);
α– Ângulo entre a superfície iluminada e a vertical, que é ortogonal à direção do fluxo
luminoso (graus);
I – Intensidade luminosa (cd).
13
2.6.6 Refletância
A refletância corresponde à relação entre os fluxos luminosos refletido e incidente
de uma dada superfície. Nesse contexto, é importante salientar que os objetos refletem
luz diferentemente uns dos outros. Assim, dois objetos colocados em um ambiente de
luminosidade conhecida ocasionam refletâncias diferentes (MAMEDE FILHO, 2017).
2.6.7 Emitância
A emitância é a quantidade de fluxo luminoso emitido por uma fonte superficial
por unidade de área. Sua unidade é lúmen/m² (MAMEDE FILHO, 2017).
14
3 NORMALIZAÇÃO E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
As condições gerais de fornecimento de energia elétrica são regulamentadas
pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) através da Resolução Normativa n⁰ 414,
de 9 setembro de 2010 (ANEEL, 2010). Esta resolução apresenta todas as disposições que
devem ser observadas pelas distribuidoras e consumidores. Já os projetos elétricos devem
ser elaborados de acordo com normas técnicas que, no Brasil, são de responsabilidade da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Além das normas brasileiras, normas
técnicas internacionais como as elaboradas pelo International Electrotechnical Commission
(IEC) também devem ser consideradas na ausência de normas nacionais. A seguir serão
apresentadas as principais normas relativas à elaboração de projetos elétricos.
De maneira geral, a NBR 5410 (ABNT, 2008) apresenta uma definição dos
componentes das instalações elétricas e diretrizes para a previsão de carga da
instalação de iluminação, tomadas de uso geral e tomadas de uso específico. Além disso,
estabelece aspectos que devem ser atendidos para a divisão da instalação em circuitos
visando operações de manutenção e reparo da instalação e o dimensionamento dos
condutores e dispositivos de proteção de menor seção e capacidade nominal. A NBR
5410 (ABNT, 2008) também fornece os métodos de dimensionamento de condutores e
eletrodutos, como será abordado nos próximos tópicos desta unidade.
15
que visam à segurança dos usuários são: proteção contra choques elétricos, proteção
contra efeitos térmicos, proteção contra sobrecorrentes, seccionamento e comando,
independência da instalação elétrica, acessibilidade dos componentes, condições de
alimentação e condições de instalação.
16
3.6 NORMA REGULAMENTADORA NR10
A norma regulamentadora NR10, de 7 de dezembro de 2004 (MINISTÉRIO
DO TRABALHO, 2004), que se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e
consumo de instalações elétricas, dispõe sobre os requisitos e exigências de sistemas
de controle e prevenção visando a segurança e integridade de trabalhadores que
interagem com as instalações e serviços de eletricidade no geral.
17
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
18
AUTOATIVIDADE
1 Calcule o valor da resistência de um chuveiro elétrico ligado a uma rede 220 V e
alimentado por uma corrente elétrica de 11 A. Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) R = 16,1 Ω.
b) ( ) R = 20 Ω.
c) ( ) R = 18 Ω.
d) ( ) R = 17,5 Ω.
19
4 A energia elétrica é essencial para o desenvolvimento de diversas atividades da nossa
sociedade. Nesse contexto, as grandezas elétricas estão presentes em qualquer
circuito de uma instalação elétrica. A respeito das grandezas elétricas, assinale a
alternativa CORRETA.
20
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
DE BAIXA TENSÃO
1 INTRODUÇÃO
O termo projetar remete ao desenvolvimento de soluções possíveis de serem
implementadas para a resolução de determinados problemas, visando atender a
uma necessidade ou objetivo. Nessa conjuntura, o problema objeto de estudo de
um projeto elétrico pode ser entendido como a forma que a energia elétrica será
conduzida da rede de distribuição até os pontos de utilização em uma determinada
edificação (LIMA FILHO, 2001).
21
FIGURA 6 – ESQUEMA SIMPLIFICADO DA REDE DE GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO
DE ENERGIA ELÉTRICA
22
3.2 QUANTIFICAÇÃO DO SISTEMA
Após a obtenção de todas as informações preliminares anteriormente
mencionadas, o projetista deverá realizar um levantamento da previsão de cargas do
projeto, considerando os pontos de utilização e a potência nominal de cada ponto. Nessa
etapa é realizada a previsão de tomadas, de pontos de iluminação, bem como a previsão
de cargas especiais, como elevadores, bombas de água, de combate a incêndio, dentre
outras. É fundamental que o projetista desenvolva a previsão de cargas tendo como
base as normas técnicas aplicáveis (LIMA FILHO, 2001).
3.5 DIMENSIONAMENTO
Nesta etapa é realizado o dimensionamento dos condutores, das tubulações,
dos dispositivos de proteção e dos quadros que compõem o projeto elétrico (LIMA
FILHO, 2001). Instalações elétricas em baixa tensão são elaboradas de acordo com a
NBR 5410 (ABNT, 2008).
23
3.7 ELABORAÇÃO DOS DETALHES CONSTRUTIVOS
Os detalhes construtivos têm como objetivo facilitar a interpretação e a execução
do projeto elétrico. Recomenda-se que os detalhes construtivos sejam amplamente
explorados. A FIGURA 8 exemplifica o detalhe construtivo de uma luminária com saída
vertical. Como pode ser observado, a ilustração é rica em detalhes e facilita a compressão
do projeto, evitando erros de execução e desvios entre o projetado e o executado.
24
3.10 ELABORAÇÃO DAS ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
As especificações técnicas compreendem o detalhamento dos materiais que
serão empregados e os procedimentos de execução dos serviços. Além disso, também
descrevem as normas técnicas que deverão ser levadas em consideração na execução
dos serviços (LIMA FILHO, 2001).
3.12 ART
A Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do responsável técnico pelo
projeto elétrico deve ser emitida junto à jurisdição do Conselho Regional de Engenharia
e Agronomia (CREA) local.
https://jonatasalexandre.com.br/projetos-eletricos-autocad-dwg/
IMPORTANTE
Embora a simbologia e representação gráfica usualmente encontrada
nos projetos elétricos prediais seja a descrita na NBR 5444 (ABNT, 1989),
é importante ressaltar que a referida norma foi recentemente cancelada e
substituída pela EC 60417 - Graphical symbols for use on equipment.
26
QUADRO 2 – SÍMBOLOS PARA QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO
27
QUADRO 4 – SÍMBOLOS PARA LÂMPADAS E TOMADAS
5.2.1 Iluminação
Deve ser previsto pelo menos um ponto de luz fixo no teto em cada cômodo
ou dependência, o qual deve ser comandado por um interruptor de parede. Em
relação à potência mínima de iluminação podem ser seguidos os seguintes critérios
(ABNT NBR 5410, 2008):
• Em cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6 m², deve ser prevista
uma carga mínima de 100 VA;
• Em cômodo ou dependências com área superior a 6 m², deve ser prevista carga mínima
de 100 VA para os primeiros 6 m², acrescida de 60 VA para cada aumento de 4 m² inteiros.
29
IMPORTANTE
A norma NBR ISSO/CIE 8995-1 (ABNT, 2013) especifica os requisitos de
iluminação para locais de trabalho internos e os requisitos para que as pessoas
desempenhem tarefas visuais de forma eficiente, com conforto e segurança.
Exemplo de cálculo:
Para determinar a potência de iluminação da sala de estar ilustrada na Figura 9,
inicialmente é necessário calcular a área do ambiente. A sala de estar possui uma área
de 24 m². Desta forma, de acordo com os critérios da NBR 5410 (ABNT, 2008), deve-se
prever uma carga mínima de 100 VA para os primeiros 6 m² e, para o restante da área,
60 VA para cada 4 m² inteiros.
Desta forma, a potência mínima de iluminação para a sala de estar deve ser
de 340 VA.
30
• Em cozinhas, copas, áreas de serviço, lavanderias e locais análogos, deve ser previsto
no mínimo um ponto de tomada para cada 3,5 m, ou fração de perímetro. Acima da
bancada devem ser previstas no mínimo duas tomadas de corrente, no mesmo ponto
ou em pontos distintos;
• Em varandas deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada;
• Em salas e dormitórios devem ser previstos pelo menos um ponto de tomada
para cada 5 m, ou fração de perímetro, devendo estes pontos ser espaçados tão
uniformemente quanto possível;
• Nos demais cômodos e dependências da habitação deve se previsto um ponto de
tomada, se a área do cômodo for igual ou inferior à 2,25 m². Um ponto de tomada, se a
área do cômodo for superior a 2,25 m² e igual ou inferior a 6 m². Um ponto de tomada
para cada 5 m, ou fração de perímetro, se a área do cômodo for superior a 6 m².
No que tange à potência mínima das tomadas de uso geral, a NBR 5410 (ABNT,
2008) define que:
Exemplo de cálculo:
Para determinar o número de tomadas de uso geral do dormitório ilustrado na FIGURA
10, inicialmente é necessário calcular o perímetro do ambiente. O dormitório possui um
perímetro de 15 m. Desta forma, de acordo com os critérios da NBR 5410 (ABNT, 2008),
deve-se prever pelo menos um ponto de tomada para cada 5 m, ou fração de perímetro.
Desta forma o número de tomadas pode ser calculado: N = 15 m/ 5 m = 3 tomadas.
31
tomadas é determinada de acordo com o número de aparelhos de utilização. A potência
da tomada de uso específico deve ser igual a potência nominal do equipamento a ser
alimentado ou à soma das potências nominais dos equipamentos a serem alimentados.
Além disso, os pontos de tomada de uso específico devem ser localizados no máximo
a 1,5 m do ponto previsto para a localização do equipamento a ser alimentado (ABNT
NBR 5410, 2008).
Exemplo de cálculo:
A Figura 11 consiste na planta baixa de uma residência unifamiliar. Os valores indicados
na planta estão em metros. A seguir faremos a previsão de cargas de iluminação e
tomadas de uso geral e uso específico para todos os cômodos da residência.
Sala de Estar:
• Área = 2,75 x 2,75 = 7,5 m²
• Perímetro = 2,75 + 2,75 + 2,75 + 2,75 + 2,75 = 11 m
32
Iluminação (I):
• Em cômodo ou dependências com área superior a 6 m², deve ser prevista carga
mínima de 100 VA para os primeiros 6 m², acrescida de 60 VA para cada aumento de
4 m² inteiros.
• Primeiros 6 m² - 100 VA
• Área restante: 7,5 m² - 6 m² = 1,5 m² - 0 VA
• I = 100 VA
Dormitório (Suíte):
• Área = 2,96 x 3,75 = 11,10 m²
• Perímetro = 2,96 + 2,96 + 3,75 + 3,75 = 13,42 m
Iluminação (I):
• Em cômodo ou dependências com área superior a 6 m², deve ser prevista carga
mínima de 100 VA para os primeiros 6 m², acrescida de 60 VA para cada aumento de
4 m² inteiros.
• Primeiros 6 m² - 100 VA
• Restante da área: 11,10 m² - 6 m² = 5,1 m² - 1 x 60 VA = 60 VA
• I = 100 VA + 60 VA
• I = 160 VA
Dormitório:
• Área = 4,75 x 2,35 = 11,16 m²
• Perímetro = 4,75 + 4,75 + 2,35 + 2,35 = 14,2 m
33
Iluminação (I):
• Em cômodo ou dependências com área superior a 6 m², deve ser prevista carga
mínima de 100 VA para os primeiros 6 m², acrescida de 60 VA para cada aumento de
4 m² inteiros.
• Primeiros 6 m² - 100 VA
• Restante da área: 11,16 m² - 6 m² = 5,16 m² - 1 x 60 VA = 60 VA
• I = 100 VA + 60 VA
• I = 160 VA
Banheiro:
• Área = 2,20 x 1,64 = 3,61 m²
• Perímetro = 2,20 + 2,20 + 1,64 + 1,64 = 7,68 m
Iluminação (I):
• Em cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6 m², deve ser prevista
uma carga mínima de 100 VA
• I = 100 VA
Corredor:
• Área = 4,83 m²
Iluminação (I):
• Em cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6 m², deve ser prevista
uma carga mínima de 100 VA
• I = 100 VA
34
Tomadas de uso geral (T.U.G):
• Nos demais cômodos e dependências da habitação deve se previsto um ponto de
tomada, se a área do cômodo for superior a 2,25 m² e igual ou inferior a 6 m²
• T.U.G. = 1 tomada
• Atribuir 100 VA por tomada
Equação 21
35
6.1 CÁLCULO DA DEMANDA DE RESIDÊNCIAS INDIVIDUAIS
Para residências individuais, como casas e apartamentos, a provável demanda
pode ser calculada de acordo com o Método do Comitê Brasileiro de Eletricidade,
Eletrônica, Iluminação e Telecomunicações (COBEI), conforme Equação 22.
Equação 22
Onde:
PD – Provável demanda, potência de alimentação ou potência demandada;
FD – Fator de demanda, determinado de acordo com a TABELA 5;
P1 – Soma das potências nominais atribuídas à iluminação e tomadas de uso geral;
P2 – Soma das potências nominais atribuídas a tomadas de uso específico.
Potência de iluminação e
Fator de demanda
tomadas de uso geral (kW)
0 < P1 ≤ 1 0,80
1 < P1 ≤ 2 0,75
2 < P1 ≤ 3 0,65
3 < P1 ≤ 4 0,60
4 < P1 ≤ 5 0,50
5 < P1 ≤ 6 0,45
6 < P1 ≤ 7 0,40
7 < P1 ≤ 8 0,35
8 < P1 ≤ 9 0,30
9 < P1 ≤ 10 0,27
P1 ˃ 10 0,24
FONTE: Niskier (2016, p. 99)
36
Exemplo de cálculo:
Calcular a provável demanda de um sobrado com as seguintes cargas instaladas:
• Iluminação = 2.200 VA
• T.U.G. = 3.600 VA
• T.U.E. = 12.000 VA
PD = (FD x P1) + P2
P1 = iluminação + tomadas de uso geral
P1 = 2200 + 3600 = 5800 VA = 5,8 kVA
Com P1 = 5,8 kVA, consultar TABELA 5 – fator de demanda = 0,45
P2 = tomadas de uso específico
P2 = 12000 VA = 12,0 kVA
PD = (0,45 x 5,8) + 12,0 = 14,61 kVA
Equação 23
Onde:
– Demanda total do edifício;
– Demanda atribuída aos apartamentos;
– Demanda atribuída ao condomínio.
A demanda atribuída aos apartamentos pode ser calculada através da Equação 24.
Equação 24
Onde:
F1 – fator de diversidade obtido no QUADRO 5 em função do número de apartamento
residenciais da edificação.
F2 – valor da demanda do apartamento em função da área da unidade (QUADRO 6).
37
Salienta-se que os valores apresentados no QUADRO 6 são referentes à área útil
do apartamento e, portanto, não englobam áreas de garagem e outras áreas comuns
do edifício. No caso de edifícios compostos por apartamentos com áreas distintas,
recomenda-se a utilização de um valor de área média, calculado a partir da média
ponderada das áreas dos apartamentos. Além disso, destaca-se que o QUADRO 6 é
aplicável apenas para apartamentos com área de até 400 m². Para apartamentos com
área superior a este valor, a demanda ( ) por ser calculada a partir da Equação 25,
onde A é a área útil do apartamento (m²).
Equação 25
N⁰ N⁰ N⁰ N⁰ N⁰ N⁰
F1 F1 F1 F1 F1 F1
Aptos Aptos Aptos Aptos Aptos Aptos
1 1,00 51 31,90 101 63,59 151 74,74 201 80,89 251 82,73
2 1,96 52 36,46 102 63,84 152 74,89 202 80,94 252 82,74
3 2,92 53 37,02 103 64,09 153 75,04 203 80,99 253 82,75
4 3,88 54 37,58 104 64,34 154 75,19 204 81,04 254 82,76
5 4,84 55 38,14 105 64,59 155 75,34 205 81,09 255 82,77
6 5,80 56 38,70 106 64,84 156 75,49 206 81,14 256 82,78
7 6,76 57 39,26 107 65,09 157 75,64 207 81,19 257 82,79
8 7,72 58 39,82 108 65,34 158 75,79 208 81,24 258 82,80
9 8,68 59 40,38 109 65,59 159 75,94 209 81,29 259 82,81
10 9,64 60 40,94 110 65,84 160 76,09 210 81,34 260 82,82
11 10,42 61 41,50 111 66,09 161 76,24 211 81,39 261 82,83
12 11,20 62 42,06 112 66,34 162 76,39 212 81,44 262 82,84
13 11,98 63 42,62 113 66,59 163 76,54 213 81,49 263 82,85
14 12,76 64 43,18 114 66,84 164 76,59 214 81,54 264 82,86
15 13,54 65 43,74 115 67,09 165 76,84 215 81,59 265 82,87
16 14,32 66 44,30 116 67,34 166 76,99 216 81,64 266 82,88
17 15,10 67 44,86 117 67,59 167 77,14 217 81,69 267 82,89
18 15,88 68 45,42 118 67,84 168 77,29 218 81,74 268 82,90
19 16,66 69 45,98 119 68,09 169 77,44 219 81,79 269 82,91
20 17,44 70 46,54 120 68,34 170 77,59 220 81,84 270 82,92
21 18,04 71 47,10 121 68,54 171 77,74 221 81,89 271 82,93
22 18,65 72 47,66 122 68,84 172 77,84 222 81,94 272 82,94
23 19,25 73 48,22 123 69,09 173 78,04 223 81,99 273 82,95
24 19,86 74 48,78 124 69,34 174 78,19 224 82,04 274 82,96
25 20,46 75 49,34 125 69,59 175 78,34 225 82,09 275 82,97
26 21,06 76 49,90 126 69,79 176 78,44 226 82,12 276 83,00
27 21,67 77 50,46 127 69,99 177 78,54 227 82,14 277 83,00
28 22,27 78 51,58 128 70,19 178 78,64 228 82,17 278 83,00
29 22,88 79 51,58 129 70,39 179 78,74 229 82,19 279 83,00
30 23,48 80 52,14 130 70,59 180 78,84 230 82,22 280 83,00
38
31 24,08 81 52,70 131 70,79 181 78,94 231 82,24 281 83,00
32 24,69 82 53,26 132 70,99 182 79,04 232 82,27 282 83,00
33 25,29 83 53,82 133 71,19 183 79,14 233 82,29 283 83,00
34 25,90 84 54,38 134 71,39 184 79,24 234 82,32 284 83,00
35 26,50 85 54,94 135 71,59 185 79,34 235 82,34 285 83,00
36 27,10 86 55,50 136 71,79 186 79,44 236 82,37 286 83,00
37 27,71 87 56,06 137 71,99 187 79,54 237 82,39 287 83,00
38 28,31 88 56,62 138 72,19 188 79,64 238 82,42 288 83,00
39 28,92 89 57,18 139 72,39 189 79,74 239 82,44 289 83,00
40 29,52 90 57,74 140 72,59 190 79,84 240 82,47 290 83,00
41 30,12 91 58,30 141 72,79 191 79,94 241 82,49 291 83,00
42 30,73 92 58,86 142 72,99 192 80,04 242 82,52 292 83,00
43 31,33 93 59,42 143 73,19 193 80,14 243 82,54 293 83,00
44 31,94 94 59,98 144 73,39 194 80,24 244 82,57 294 83,00
45 32,54 95 60,54 145 73,59 195 80,34 245 82,59 295 83,00
46 33,10 96 61,10 146 73,79 196 80,44 246 82,62 296 83,00
47 33,66 97 61,66 147 73,99 197 80,54 247 82,64 297 83,00
48 34,22 98 62,22 148 74,19 198 80,64 248 82,67 298 83,00
49 34,78 99 62,78 149 74,39 199 80,74 249 82,69 299 83,00
50 35,34 100 63,34 150 74,59 200 80,84 250 82,72 300 83,00
FONTE: Niskier (2016, p. 107-108)
A A A A A A A A
kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA kVA
(m²) (m²) (m²) (m²) (m²) (m²) (m²) (m²)
- - 51 1,18 101 2,17 151 3,12 201 4,03 251 4,91 301 5,78 351 6,63
- - 52 1,20 102 2,19 152 3,13 202 4,04 252 4,93 302 5,80 352 6,65
- - 53 1,22 103 2,21 153 3,15 203 4,06 253 4,95 303 5,81 353 6,66
- - 54 1,24 104 2,23 154 3,17 204 4,08 254 4,96 304 5,83 354 6,68
- - 55 1,26 105 2,25 155 3,19 205 4,10 255 4,98 305 5,85 355 6,70
- - 56 1,28 106 2,27 156 3,21 206 4,12 256 5,00 306 5,86 356 6,72
- - 57 1,30 107 2,29 157 3,23 207 4,13 257 5,02 307 5,88 357 6,73
- - 58 1,32 108 2,31 158 3,25 208 4,15 258 5,03 308 5,90 358 6,75
- - 59 1,34 109 2,33 159 3,26 209 4,17 259 5,05 309 5,92 359 6,77
- - 60 1,36 110 2,35 160 3,28 210 4,19 260 5,07 310 5,93 360 6,78
- - 61 1,38 111 2,37 161 3,30 211 4,20 261 5,09 311 5,95 361 6,80
- - 62 1,40 112 2,39 162 3,32 212 4,22 262 5,10 312 5,97 362 6,82
- - 63 1,43 113 2,40 163 3,34 213 4,24 263 5,12 313 5,98 363 6,83
- - 64 1,45 114 2,42 164 3,36 214 4,26 264 5,14 314 6,00 364 6,85
- - 65 1,47 115 2,44 165 3,37 215 4,28 265 5,16 315 6,02 365 6,87
- - 66 1,49 116 2,46 166 3,39 216 4,29 266 5,17 316 6,04 366 6,88
- - 67 1,51 117 2,48 167 3,41 217 4,31 267 5,19 317 6,05 367 6,90
- - 68 1,53 118 2,50 168 3,43 218 4,33 268 5,21 318 6,07 368 6,92
- - 69 1,55 119 2,52 169 3,45 219 4,35 269 5,23 319 6,09 369 6,93
39
- - 70 1,57 120 2,54 170 3,47 220 4,36 270 5,24 320 6,10 370 6,95
21 1,00 71 1,59 121 2,56 171 3,48 221 4,38 271 5,26 321 6,12 371 6,97
22 1,00 72 1,61 122 2,57 172 3,50 222 4,40 272 5,28 322 6,14 372 6,98
23 1,00 73 1,63 123 2,59 173 3,52 223 4,42 273 5,29 323 6,16 373 7,00
24 1,00 74 1,65 124 2,61 174 3,54 224 4,44 274 5,31 324 6,17 374 7,02
25 1,00 75 1,67 125 2,63 175 3,56 225 4,45 275 5,33 325 6,19 375 7,03
26 1,00 76 1,69 126 2,65 176 3,57 226 4,47 276 5,35 326 6,21 376 7,05
27 1,00 77 1,71 127 2,67 177 3,59 227 4,49 277 5,36 327 6,22 377 7,07
28 1,00 78 1,73 128 2,69 178 3,61 228 4,51 278 5,38 328 6,24 378 7,09
29 1,00 79 1,75 129 2,71 179 3,63 229 4,52 279 5,40 329 6,26 379 7,10
30 1,00 80 1,76 130 2,73 180 3,65 230 4,54 280 5,42 330 6,27 380 7,12
31 1,00 81 1,78 131 2,74 181 3,67 231 4,56 281 5,43 331 6,29 381 7,14
32 1,00 82 1,80 132 2,76 182 3,68 232 4,58 282 5,45 332 6,31 382 7,15
33 1,00 83 1,82 133 2,78 183 3,70 233 4,59 283 5,47 333 6,33 383 7,17
34 1,00 84 1,84 134 2,80 184 3,72 234 4,61 284 5,49 334 6,34 384 7,19
35 1,00 85 1,86 135 2,82 185 3,74 235 4,63 285 5,50 335 6,36 385 7,20
36 1,00 86 1,88 136 2,84 186 3,76 236 4,65 286 5,52 336 6,38 386 7,22
37 1,00 87 1,90 137 2,86 187 3,77 237 4,67 287 5,54 337 6,39 387 7,24
38 1,00 88 1,92 138 2,88 188 3,79 238 4,68 288 5,55 338 6,41 388 7,25
39 1,00 89 1,94 139 2,89 189 3,81 239 4,70 289 5,57 339 6,43 389 7,27
40 1,00 90 1,96 140 2,91 190 3,83 240 4,72 290 5,59 340 6,44 390 7,29
41 1,00 91 1,98 141 2,93 191 3,85 241 4,74 291 5,61 341 6,46 391 7,30
42 1,00 92 2,00 142 2,95 192 3,86 242 4,75 292 5,62 342 6,48 392 7,32
43 1,01 93 2,02 143 2,97 193 3,88 243 4,77 293 5,64 343 6,50 393 7,34
44 1,03 94 2,04 144 2,99 194 3,90 244 4,79 294 5,66 344 6,51 394 7,35
45 1,05 95 2,06 145 3,01 195 3,92 245 4,81 295 5,68 345 6,53 395 7,37
46 1,08 96 2,08 146 3,02 196 3,94 246 4,82 296 5,69 346 6,55 396 7,39
47 1,10 97 2,10 147 3,04 197 3,95 247 4,84 297 5,71 347 6,56 397 7,40
48 1,12 98 2,12 148 3,06 198 3,97 248 4,86 298 5,73 348 6,58 398 7,42
49 1,14 99 2,14 149 3,08 199 3,99 249 4,88 299 5,74 349 6,60 399 7,44
50 1,16 100 2,16 150 3,10 200 4,01 250 4,89 300 5,76 350 6,61 400 7,45
FONTE: Lima Filho (2001, p. 37)
Equação 26
40
Onde:
I1 – Parcela de carga de iluminação do condomínio até 10 kW;
I2 – Parcela de carga de iluminação do condomínio acima de 10 kW;
T – Carga total de tomadas;
M – Demanda total dos motores do condomínio, determinada de acordo com o QUADRO
7 para motores trifásicos e de acordo com o QUADRO 8 para motores monofásicos.
Quantidade de motores
Potência
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
motor
Fator diversidade
(cv)
1 1,5 1,9 2,3 2,7 3 3,3 3,6 3,9 4,2
1/3 0,65 0,98 1,24 1,50 1,76 1,95 2,15 2,34 2,53 2,73
1/2 0,87 1,31 1,65 2,00 2,35 2,61 2,87 3,13 3,39 3,65
3/4 1,26 1,89 2,39 2,90 3,40 3,78 4,16 4,54 4,91 5,29
1 1,52 2,28 2,89 3,50 4,10 4,56 5,02 5,47 5,93 6,38
1 1/2 2,17 3,26 4,12 4,99 5,86 6,51 7,16 7,81 8,46 9,11
2 2,70 4,05 5,13 6,21 7,29 8,10 8,91 9,72 10,53 11,34
3 4,04 6,05 7,68 9,29 10,91 12,12 13,33 14,54 15,76 16,97
4 5,03 7,55 9,56 11,57 13,58 15,09 16,60 18,11 19,62 21,13
5 6,02 9,03 11,44 13,85 16,25 18,06 19,87 21,67 23,48 25,28
7 1/2 8,65 12,98 16,44 19,90 23,36 25,95 28,55 31,14 33,74 36,33
10 11,54 17,31 21,93 26,54 31,16 34,62 38,08 41,54 45,01 48,47
12 1/2 14,09 21,14 26,77 32,41 38,04 42,27 46,50 50,72 54,95 59,18
15 16,65 24,98 31,63 38,29 44,96 49,95 54,95 59,94 64,93 69,93
20 22,10 33,15 41,99 50,83 59,67 66,30 72,93 79,56 86,19 92,82
25 25,83 38,75 49,08 59,41 69,74 77,49 85,24 92,99 100,74 108,49
30 30,52 45,78 57,99 70,20 82,40 91,56 100,72 109,87 119,03 128,18
40 39,74 59,61 75,51 91,40 107,30 119,22 131,14 143,06 154,99 166,91
50 48,73 73,10 92,59 112,08 131,57 146,19 160,81 175,43 190,05 204,67
60 58,15 87,23 110,49 133,74 157,01 174,45 191,90 209,34 226,79 244,23
75 72,28 108,48 137,33 166,24 195,16 216,84 238,52 260,21 281,89 303,58
100 95,56 143,34 181,56 219,79 258,01 286,68 315,35 344,02 372,68 401,35
125 117,05 175,58 222,40 269,22 316,04 351,15 386,27 421,38 456,50 491,61
150 141,29 211,94 263,45 324,97 381,48 423,87 466,26 508,64 551,03 593,42
200 190,18 285,27 361,34 437,41 513,49 570,54 627,59 684,65 741,70 798,76
FONTE: Niskier (2016, p. 117)
41
QUADRO 8 – DEMANDA DE MOTORES MONOFÁSICOS (KVA) EM FUNÇÃO DO NÚMERO DE MOTORES
Quantidade de motores
Potência
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
motor
Fator diversidade
(cv)
1 1,5 1,9 2,3 2,7 3 3,3 3,6 3,9 4,2
1/4 0,66 0,99 1,25 1,52 1,78 1,98 2,18 2,38 2,57 2,77
1/3 0,77 1,16 1,46 1,77 2,08 2,31 2,54 2,77 3,00 3,23
1/2 1,18 1,77 2,24 2,71 3,19 3,54 3,89 4,25 4,60 4,96
3/4 1,34 2,01 2,55 3,08 3,62 4,02 4,42 4,82 5,23 5,63
1 1,56 2,34 2,96 3,59 4,21 4,68 5,15 5,62 6,08 6,552
1 1/2 2,35 3,53 4,47 5,41 6,35 7,05 7,76 8,46 9,17 9,87
2 2,97 4,46 5,64 6,83 8,02 8,91 9,80 10,69 11,58 12,47
3 4,07 6,11 7,73 9,36 10,99 12,21 13,43 14,65 15,87 17,09
5 6,16 9,24 11,70 14,17 16,63 18,48 20,33 22,18 24,02 25,87
7 1/2 8,84 13,26 16,80 20,33 23,87 26,52 29,17 31,82 34,476 37,128
10 11,64 17,46 22,12 26,77 31,43 34,92 38,41 41,90 45,40 48,89
12 1/2 14,94 22,41 28,39 34,36 40,34 44,82 49,30 53,78 58,266 62,748
15 16,94 25,41 32,19 38,96 45,74 50,82 55,90 60,98 66,07 71,15
FONTE: Niskier (2016, p. 117)
Equação 27
Onde:
PD – Provável demanda da unidade não residencial;
D1 – Demanda de iluminação e tomadas de uso geral, calculada com base nos fatores de
demanda apresentados na TABELA 6.
D2 – Demanda dos aparelhos de ar-condicionado, calculada conforme fatores de
demanda listados na TABELA 7. No caso de unidades centrais de condicionamento de
ar, considerar fator de demanda igual a 100% (LIMA FILHO, 2001).
D3 – Demanda dos aparelhos eletrodomésticos e de aquecimento, de acordo com os
fatores de demanda da TABELA 7 e considerando fator de potência igual a 1. Recomenda-
se considerar cada tipo de aparelho separadamente (LIMA FILHO, 2001).
D4 – Demanda dos motores, considerando o fator de manda do QUADRO 7 e QUADRO 8
42
TABELA 6 – FATOR DE DEMANDA PARA ILUMINAÇÃO E TOMADAS DE USO GERAL DE UNIDADES
CONSUMIDORAS NÃO RESIDENCIAIS
43
7 60 17 42 27 65
8 57 18 41 28 35
9 54 19 40 29 34
10 52 20 40 30 33
FONTE: Lima Filho (2001, p. 45)
Equação 28
Onde:
– Demanda total do edifício;
– Demanda atribuída aos apartamentos;
– Demanda atribuída ao condomínio;
– Demanda atribuída às unidades comerciais.
7.1 COMPONENTES
Um esquema básico da instalação elétrica de um edifício é apresentado na
FIGURA 12. Como pode ser observado, os circuitos terminais alimentam diretamente
os pontos de utilização, os equipamentos e as tomadas. Estes circuitos terminais
partem de quadros de distribuição que são designados de quadros terminais. Já os
circuitos de distribuição alimentam um ou mais quadros de distribuição, partindo do
quadro geral (NISKIER, 2016).
44
FIGURA 12 – ESQUEMA BÁSICO DA INSTALAÇÃO ELÉTRICA DE UM EDIFÍCIO
Equação 29
Equação 30
45
A Figura 14 ilustra um quadro de distribuição. De maneira geral os quadros de
distribuição são compostos por disjuntores gerais e dos circuitos terminais, barramentos
dos condutores fase, barramento neutro, barramento de proteção, dispositivo de
proteção Diferencial Residual (DR, dispositivo de proteção contra surtos (DPS), tampa e
demais componentes estruturais.
46
7.4.1 Interruptor simples
O interruptor simples acende ou apaga uma só lâmpada ou grupo de lâmpadas
funcionando em conjunto. Ao interruptor vai o fio fase F e volta à caixa do ponto de luz
um fio que passa a chamar-se retorno, designado por R, conforme representado na
FIGURA 15 (NISKIER, 2016).
Terra
Neutro
Fase
Interruptor
Retorno
47
7.4.3 Interruptor intermediário
O interruptor intermediário, também denominado de four-way, é um interruptor
colocado entre interruptores paralelos, que acende e apaga, de qualquer ponto, o mesmo
ponto ativo de luz. Geralmente é empregado para a iluminação de corredores e escadas de
um prédio (NISKIER, 2016). O esquema de ligação elétrica e a representação gráfica deste
tipo de interruptor são apresentados na FIGURA 17.
48
8.1 CRITÉRIO DA CAPACIDADE DE CONDUÇÃO DA CORRENTE
Este critério leva em consideração que o condutor não pode ser submetido a
um aquecimento excessivo, provocado pela passagem da corrente elétrica. O roteiro
para dimensionamento da capacidade de condução da corrente é descrito a seguir:
Temperatura Temperatura
Temperatura
máxima limite de
limite de
Tipo de isolação para serviço curto-
sobrecarga
contínuo circuito
(condutor) ⁰C
(condutor) ⁰C (condutor) ⁰C
Policloreto de vinila (PVC) até 300 mm² 70 100 160
Policloreto de vinila (PVC) maior que
70 100 140
300 mm²
Borracha etileno-propileno (EPR) 90 130 250
Pilietileno reticulado (XLPE) 90 130 250
FONTE: NBR 5410 (ABNT, 2008, p. 100)
49
TABELA 10 – TIPOS DE LINHAS ELÉTRICAS
Método de
Método de
instalação Descrição
referência
número
Condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto de
1 A1
seção circular embutido em parede termicamente isolante
Cabo multipolar em eletroduto de seção circular embutido
2 A2
em parede termicamente isolante
Condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto
3 aparente de seção circular sobre parede ou espaçado desta B1
menos de 0,3 vez o diâmetro do eletroduto
Cabo multipolar em eletroduto aparente de seção circular
4 sobre parede ou espaçado desta menos de 0,3 vez o B2
diâmetro do eletroduto
Condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto
5 B1
aparente de seção não-circular sobre parede
Cabo multipolar em eletroduto aparente de seção não-
6 B2
circular sobre parede
Condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto de
7 B1
seção circular embutido em alvenaria
Cabo multipolar em eletroduto de seção circular embutido
8 B2
em alvenaria
Cabos unipolares ou cabo multipolar sobre parede ou
11 C
espaçado desta menos de 0,3 vez o diâmetro do cabo
FONTE: NBR 5410 (ABNT, 2008, p. 90)
50
• 4 – Bitola do condutor supondo uma temperatura ambiente de 30 ⁰C. A determinação
da bitola do condutor é feita com base no QUADRO 9 (isolação PVC) e no QUADRO 10
(isolação de EPR ou XLPE). Devem ser utilizados como dados de entrada a corrente
de projeto, o tipo de isolação, o tipo de condutor, o número de condutores (TABELA
11) e a maneira de instalação dos cabos (TABELA 10).
Exemplo de dimensionamento:
Para o dimensionamento de um condutor de cobre (isolação em PVC) utilizaremos o
Quadro 9. Neste quadro, inicialmente entra-se com o método de referência previamente
determinado através da Tabela 10. Considerando cabos isolados em eletroduto de
seção circular embutido em alvenaria, o número de referência é “7 – B1”. Além disso,
considerando um circuito monofásico de dois condutores, de acordo com a Tabela 11,
o número de condutores carregados a ser considerado é de 2. Utiliza-se como dados
de entrada no Quadro 9: i) o método de referência B1 e ii) o número de condutores 2 e,
posteriormente, iii) com o valor da corrente de projeto em ampère, obtém-se o diâmetro
do condutor. Considerando uma corrente de projeto de 30 A, verifica-se no Quadro 9,
que o valor que mais se aproxima para as condições previamente descrita é o valor de
32 A, que resulta em um condutor com seção de 4 mm².
51
FONTE: NBR 5410 (ABNT, 2008, p. 101)
52
FONTE: NBR 5410 (ABNT, 2008, p. 102)
Isolação
Temperatura (⁰C)
PVC EPR ou XLPE
Ambiente
10 1,22 1,15
15 1,17 1,12
20 1,12 1,08
25 1,06 1,04
35 0,94 0,96
40 0,87 0,91
45 0,79 0,87
50 0,71 0,82
55 0,61 0,76
60 0,50 0,71
65 - 0,65
70 - 0,58
75 - 0,50
80 - 0,41
53
Solo
10 1,10 1,07
15 1,05 1,04
25 0,95 0,96
30 0,89 0,93
35 0,84 0,89
40 0,77 0,85
45 0,71 0,80
50 0,63 0,76
55 0,55 0,71
60 0,45 0,65
65 - 0,60
70 - 0,53
75 - 0,46
80 - 0,38
FONTE: NBR 5410 (ABNT, 2008, p. 106)
A corrente de projeto (IP) deverá ser corrigida pelos fatores de correção FCT
(Tabela 12) e FCA (Quadro 11), de acordo com a Equação 31. É com esse valor da corrente
de projeto corrigida ( ) que será realizado o dimensionamento dos condutores.
Equação 31
54
8.2 CRITÉRIO DO LIMITE DE QUEDA DE TENSÃO
Este critério leva em consideração que a queda de tensão provocada pela
passagem de corrente elétrica deve estar dentro de determinados limites máximos para
não prejudicar o funcionamento dos equipamentos. Uma queda de tensão acentuada
pode levar os equipamentos de uma instalação elétrica a receber uma tensão inferior
aos valores nominais, o que é prejudicial para o desempenho dos mesmos e poderá
afetar a vida útil destes equipamentos (LIMA FILHO, 2001).
FONTE: <https://br.prysmiangroup.com/sites/default/files/atoms/files/Guia_de_Dimensionamento-Baixa_
Tensao_Rev9.pdf>. Acesso em: 7 jun. 2021.
55
NOTA
Usualmente a condução da energia elétrica nas linhas de transmissão é feita
em alta tensão com o intuito de reduzir o diâmetro dos condutores e as
perdas de cargas. Contudo, ao se aproximar da entrada das cidades a tensão é reduzida
visando diminuir as interferências em ruas e avenidas, diminuindo também o risco de
eventuais problemas e acidentes que venham a ser causados à população. Como pode
ser observado na Figura 20, as subestações e os transformadores têm como finalidade
reduzir a alta tensão para valores de distribuição ou consumo, ou seja, são responsáveis
pela redução das altas tensões em médias ou baixas tensões (MT/BT).
Equação 32
Eletroduto ou calha de
Eletroduto ou calha de material não magnético
material magnético
Seção Circuito monofásico ou
Circuito monofásico Circuito trifásico
nominal trifásico
(mm²) cos Ø = cos Ø =
cos Ø = 0,8 cos Ø = 0,8 cos Ø = 1 cos Ø = 0,8
0,95 0,95
V/A x km V/A x km V/A x km V/A x km
V/A x km V/A x km
1,50 23,03 27,60 20,20 24,00 23,00 27,40
56
2,50 14,03 16,90 12,40 14,70 14,00 16,80
4,00 8,90 10,60 7,80 9,20 9,00 10,50
6,00 6,00 7,10 5,20 6,10 5,90 7,00
10,00 3,60 4,20 3,20 3,70 3,50 4,20
16,00 2,30 2,70 2,00 2,30 2,30 2,70
25,00 1,50 1,70 1,30 1,50 1,50 1,70
35,00 1,10 1,20 0,98 1,10 1,10 1,20
50,00 0,85 0,94 0,76 0,82 0,86 0,95
70,00 0,62 0,67 0,55 0,59 0,64 0,67
95,00 0,48 0,50 0,50 0,43 0,50 0,51
120,00 0,40 0,41 0,36 0,36 0,42 0,42
150,00 0,35 0,34 0,31 0,30 0,37 0,35
185,00 0,30 0,29 0,27 0,25 0,32 0,30
240,00 0,26 0,24 0,23 0,21 0,29 0,25
FONTE: Niskier (2016, p. 162)
Exemplo de dimensionamento:
Dimensionar o diâmetro do condutor a partir do critério do limite de queda de
tensão considerando as seguintes características do circuito:
• Eletroduto de PVC;
• Circuito monofásico;
• Fator de potência do circuito de 0,8;
• Queda de tensão unitária de 7 (V/A x km).
57
8.3 SEÇÕES MÍNIMAS DOS CONDUTORES
A NBR 5410 (ABNT, 2008) também define as seções mínimas dos condutores
de fase, neutro e proteção, conforme apresentado na Tabela 14, Tabela 15 e Tabela 16,
respectivamente. Em relação ao condutor neutro, este deve possuir a mesma seção que
os condutores fase nos seguintes casos:
• Em circuitos monofásicos e circuitos com duas fases e neutro, qualquer que seja
a seção;
• Em circuitos trifásicos, quando a seção do condutor fase for inferior ou igual a 25
mm², em cobre ou em alumínio;
• Em circuitos trifásicos, quando for prevista a presença de harmônicos, qualquer que
seja a seção.
Seção mínima
Tipo de linha Utilização do circuito do condutor
mm² - material
1,5 Cu
Circuitos de iluminação
15 Al
Condutores
2,5 Cu
e cabos Circuitos de força ¹
16 Al
isolados
Instalações Circuitos de sinalização e
0,5 Cu ²
fixas em geral circuitos de controle
10 Cu
Circuitos de força
Condutores 16 Al
nus Circuitos de sinalização e
4 Cu
circuitos de controle
Como
Para um equipamento específico especificado no
equipamento
Linhas flexíveis com cabos
isolados Para qualquer outra aplicação 0,75 Cu ³
Circuitos a extrabaixa tensão para
0,75 Cu
aplicações especiais
¹ Os circuitos de tomadas de corrente são considerados circuitos de força
² Em circuitos de sinalização e controle destinados a equipamentos é admitida uma
seção mínima de 0,1 mm²
³ Em cabos multipolares flexíveis contendo sete ou mais veias é admitida uma seção
mínima de 0,1 mm²
FONTE: NBR 5410 (2008, p. 113)
58
TABELA 15 – SEÇÃO REDUZIDA DO CONDUTOR NEUTRO
Seção reduzida do
Seção dos condutores
condutor neutro
de fase (mm²)
(mm²)
S ≤ 25 S
35 25
50 25
70 35
95 50
120 70
150 70
185 95
240 120
300 150
400 185
FONTE: NBR 5410 (2008, p. 115)
S ≤ 16 S
16 < S ≤ 35 16
S ˃ 35 S/2
FONTE: NBR 5410 (2008, p. 150)
Como pode ser observado na Tabela 14, a seção mínima do condutor fase é
determinada de acordo com o tipo de linha e dos condutores, bem como da utilização
do circuito e do material do condutor. Para exemplificar, considerando um condutor fase
de cobre destinado a um circuito de iluminação, o mesmo deve possuir diâmetro de no
mínimo 1,5 mm².
59
Em relação à Tabela 15, verifica-se que o dimensionamento do condutor neutro
é feito com base no diâmetro do condutor fase. Quando o diâmetro do condutor fase
for igual ou inferior a 25 mm², o neutro deverá ter o mesmo diâmetro do condutor fase.
Contudo, para diâmetros maiores do condutor fase, a norma NBR 5410 (ABNT, 2008)
permite reduções na seção do condutor neutro. Para exemplificar, considerando um
circuito com um condutor fase com diâmetro de 50 mm², a seção do condutor neutro
pode ser reduzida para 25 mm².
9 ELETRODUTOS
Os eletrodutos são tubos destinados à colocação e proteção de condutores
elétricos e possuem como finalidade a proteção dos condutores contra ações
mecânicas, contra corrosão e proteção do meio ambiente contra incêndios resultantes
do superaquecimento ou da ocorrência de curtos-circuitos. Além disso, os eletrodutos
também funcionam como um envoltório metálico aterrado para os condutores,
contribuindo para evitar choques elétricos (NISKIER, 2016).
60
FIGURA 19 – EXEMPLOS DE ELETRODUTOS DE PVC: RÍDIGO (A) E FLEXÍVEL (B)
FONTE: A autora
Equação 33
• A previsão de cargas de uma instalação elétrica deve ser realizada de acordo com a
NBR 5410 (ABNT, 2008).
62
AUTOATIVIDADE
1 A partir das especificações para previsão de cargas estabelecidas pela NBR 5410
(ABNT, 2008), determinar a potência dos pontos de iluminação de uma sala de estar
com área de 24 m² e perímetro de 20 m.
a) ( ) P = 250 VA.
b) ( ) P = 340 VA.
c) ( ) P = 400 VA.
d) ( ) P = 310 VA.
2 A partir das especificações para previsão de cargas estabelecidas pela NBR 5410
(ABNT, 2008), determinar a quantidade de tomadas de uso geral de um dormitório
com área de 13,5 m² e perímetro de 15 m.
a) ( ) N = 1.
b) ( ) N = 2.
c) ( ) N = 3.
d) ( ) N = 4.
a) ( ) 15,74 kVA
b) ( ) 17,53 kVA
c) ( ) 18,48 kVA
d) ( ) 19,02 kVA
63
64
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
ILUMINAÇÃO INDUSTRIAL, PROTEÇÃO
E SELETIVIDADE
1 INTRODUÇÃO
A iluminação é responsável por uma parcela de 17% de toda a energia consumida
no Brasil, sendo 1,8% atribuído ao consumo do setor industrial. Neste âmbito, um projeto
de iluminação deve garantir um nível de iluminamento suficiente para o desenvolvimento
das atividades de trabalho e a distribuição espacial da luz no ambiente. Além disso,
deve considerar a escolha adequada da cor das luzes e seus respectivos rendimentos,
a escolha apropriada dos aparelhos de iluminação, bem como a iluminação de acesso
(MAMEDE FILHO, 2017).
2 ILUMINAÇÃO INDUSTRIAL
Inicialmente destaca-se que para a elaboração de um projeto de iluminação
industrial o projetista deve levar em consideração os valores de iluminância estabelecidos
na NBR ISSO/CIE 8995-1 (ABNT, 2013) de acordo com tipo de ambiente, tarefa ou
atividade a ser desenvolvida.
65
das intensidades luminosas, permite calcular o iluminamento em qualquer ponto da
superfície de trabalho considerando o iluminamento individual dos equipamentos. Este
último método também é caracterizado por elevada complexidade (MAMEDE FILHO,
2017). Nos subtópicos os métodos anteriormente citados serão apresentados.
Equação 34
Onde:
– Fluxo total a ser emitido pelas lâmpadas (lumens);
E – Iluminamento médio requerido pelo ambiente (lux);
S – área do ambiente (m²);
Fdl – fator de depreciação do serviço da luminária (adimensional);
Fu – fator de utilização do recinto (adimensional).
Equação 35
Onde:
– Fluxo luminoso emitido por uma lâmpada (lumens) – Consultar TABELA 2.
- Número de lâmpadas por luminárias.
66
Como pode ser observado na FIGURA 21, as distâncias X e Y entre luminárias deve
ser entre 1 e 1,5 o valor da sua altura útil (Hlp). Entretanto, em relação à distância da luminária
às paredes da edificação (X1 e Y1), recomenda-se que estes valores sejam a metade dos
espaçamentos X e Y previamente calculados. Desta maneira, considerando espaçamentos
X = 3 m e Y = 4,5 m entre as luminárias, a distância das mesmas em relação à parede da
edificação deve ser metade dos valores de X e Y (X1 = 1,5 m e Y1 = 2,25 m).
67
Equação 36
Onde:
– Fluxo total a ser emitido pelas lâmpadas (lumens);
E – Iluminamento médio requerido pelo ambiente (lux);
S – área do ambiente (m²);
Fu – fator de utilização do recinto.
Fdi – fator de depreciação do serviço da iluminação.
Equação 37
Equação 38
Onde:
– Iluminamento horizontal (lux);
I – Intensidade do fluxo luminoso (cd);
– Ângulo entre uma dada direção do fluxo luminoso e a vertical que passa pelo centro
da lâmpada;
H – Altura vertical da luminária (m);
– Iluminamento vertical (lux);
D – Distância entre a luminária e o ponto localizado no plano vertical (m).
3 PROTEÇÃO E SELETIVIDADE
Nas subseções a seguir, serão apresentados os principais tipos de proteção de
sistemas elétricos, bem como o conceito e tipos de seletividade.
68
3.1 TIPOS DE PROTEÇÃO DOS SISTEMAS ELÉTRICOS
Para que um sistema elétrico possa operar com maior confiabilidade e de maneira
segura é necessária a utilização de um conjunto de proteções, cada uma específica para
um determinado evento. Nos subtópicos a seguir serão abordados os principais tipos de
proteção para os eventos mais usuais em sistemas elétricos. Os tipos de proteção podem
ser divididos em: proteção de sobrecorrentes e proteção de sobretensões.
69
FIGURA 23 – DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO CONTRA CURTO-CIRCUITO: A) DISJUNTORES E B) FUSÍVEIS
70
3.2 SELETIVIDADE
O conceito de seletividade está atrelado à característica que um sistema
de proteção deve ter para que, ao ser submetido a eventos anormais, faça atuar os
dispositivos de proteção de maneira a desenergizar somente a parte do circuito afetado
(MAMEDE FILHO; MAMEDE, 2013). De acordo com Niskier (2016), representa a escolha
adequada de fusíveis e disjuntores, de modo que, ao ocorrer um ponto da ligação, o
desligamento afeta apenas uma parte mínima da instalação. Nessa conjuntura, a
seletividade de um sistema de proteção pode ser efetuada por meio de três diferentes
formas, as quais são classificadas como seletividade amperimétrica, seletividade
cronométrica e seletividade lógica, conforme explicitado a seguir.
• A primeira proteção a montante do ponto de defeito deve ter corrente: Ip1 ≤ 0,8 x Ics;
• As proteções situadas fora da zona protegida devem ter corrente nominal com valores
superiores à corrente de curto-circuito, isto é: Ip2 ˃ Ics.
71
3.2.2 Seletividade cronométrica
A seletividade cronométrica fundamenta-se no princípio de que a temporização
do dispositivo de proteção próximo ao ponto de defeito deve ser inferior à temporização
do dispositivo de proteção a montante. Desta maneira, este princípio consiste em
retardar uma proteção instalada a montante, com o intuito de que a proteção instalada
a jusante tenha tempo suficiente para atuar isolando a falha. Para exemplificar este tipo
de seletividade é apresentada a Figura 26.
Como pode ser observado na Figura 26, um curto-circuito na barra D gera uma
corrente de valor igual a Ics. Como pode ser observado, a proteção P1 tem um retardo de
100 ms. Já a proteção P2 tem um tempo de atuação de 400 ms, enquanto as proteções
P3 e P4 deve atuar em 700 e 1000 ms, respectivamente. Entretanto, é necessário tomar
cuidado uma vez que este tipo de seletividade pode conduzir a tempos de atuação
bastante elevados em pontos próximos à fonte de suprimento (MAMEDE FILHO;
MAMEDE, 2013).
73
Esses sistemas têm como objetivo conduzir a corrente elétrica até a terra, sem causar
prejuízos à vida e aos bens materiais (MAMEDE FILHO, 2017). A seguir serão abordados
os dois principais sistemas de proteção contra descargas atmosféricas, sendo estes o
para-raios do tipo Franklin e a gaiola de Faraday.
IMPORTANTE
A instalação de para-raios com captores comuns é descrita na
NBR 5419-1 (ABNT, 2015).
74
FIGURA 29 – EXEMPLO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO TIPO GAIOLA DE FARADAY
5 COMPENSAÇÃO REATIVA
Conforme previamente apresentado do Tópico 1 desta Unidade, as
concessionárias de energia elétrica estabelecem que o fator de potência deve ser igual
ou superior a 0,92 (NISKIER, 2016), com o intuito de evitar desperdícios nos sistemas.
Desta forma, em determinadas situações é necessário a compensação da potência
reativa. A Figura 30 exemplifica o conceito de compensação reativa. Como pode ser
observado, existe uma potência efetiva (P) e, em decorrência do fator de potência
(cos Ɵ1), uma potência aparente (Pa1) e uma potência reativa (Pr1). Para a redução do
fator de potência, supõe-se que Pr1 deve ser igual à Pr2, mantendo o valor da potência
efetiva P. As Equações 39 e 40 descrevem a Pr1 e Pr2, respectivamente. Desta forma,
considerando Pr1 = Pr2, é possível calcular a potência capacitiva (Pc) necessária para
essa redução através da Equação 41.
75
Pr1=P x tg Ɵ1 Equação 39
Equação 40
Equação 41
76
6 MOTORES E ACIONAMENTOS ELÉTRICOS
Os motores elétricos consistem em máquinas que transformam energia elétrica
em energia mecânica de utilização, utilizando campos magnéticos que interagem entre
si (MAMEDE FILHO, 2017). De acordo com o tipo de fonte de alimentação os motores
elétricos podem ser divididos em motores de corrente contínua e de corrente alternada.
Os motores de corrente contínua são aqueles acionados a partir de uma corrente
contínua. São caracterizados por um controle preciso de velocidade e por um ajuste
fino e, portanto, são largamente utilizados em aplicações que exijam tais características
(FRANCHI, 2008). Já os motores de corrente alternada são aqueles acionados a partir
de uma fonte de corrente alterada. É o tipo mais utilizado em aplicações industriais. De
acordo com Franchi (2008), estima-se que 90% dos motores fabricados são deste tipo.
De acordo com Petruzella (2013), como pode ser observado na Figura 32, o
funcionamento de um motor de corrente contínua é mais complexo em comparação
a de um motor de corrente alternada. Isso porque motores de corrente contínua são
compostos por comutador, escovas e enrolamentos da armadura, os quais requerem
uma manutenção superior em relação aos motores de corrente alternada. Isto posto,
destaca-se que um motor de corrente alternada não demanda comutador ou escova.
Em contrapartida, estes tipos de motores são equipados com barras no rotor de gaiola
em substituição aos fios de enrolamentos de cobre
Armação Estator
Suporte da extremidade
Computador
Carcaça
Conjunto
de escovas Estator
Eixo
Enrolamento do
estatortrifásico
Rotor
78
Os fabricantes tradicionais de lâmpadas e luminárias oferecem programas de
computador que rapidamente permitem quantificar o número de lâmpadas e luminárias
e a sua distribuição física para atender aos níveis de iluminação normalizados e
necessários para o ambiente em estudo.
79
Uma iluminação industrial bem projetada melhora o ambiente de trabalho,
aumenta a segurança dos funcionários, proporciona melhor produtividade, reduz custos
operacionais e, principalmente, contribui para a preservação do meio ambiente.
FONTE: <https://www.osetoreletrico.com.br/como-elaborar-projetos-de-iluminacao-industrial-visando-a-re-
ducao-do-consumo-de-eletricidade/ link>. Acesso em: 26 abr. 2021.
80
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
81
AUTOATIVIDADE
1 Determine o iluminamento de um galpão industrial com dimensões de 12 x 17 m
através do método dos lumens. Considerar que o iluminamento médio requerido para
a atividade desenvolvida no galpão é de 500 lux, que o fator de utilização é igual a
0,66 e que o fator de depreciação é de 0,70.
a) ( ) 180 lux.
b) ( ) 210 lux.
c) ( ) 245 lux.
d) ( ) 315 lux.
4 No método ponto por ponto, a soma algébrica das contribuições verticais determina
o iluminamento e vertical naquele ponto. Isto posto, calcular a iluminância vertical no
ponto B, considerando que D= 1,5m, α = 30⁰ e I = 1296 cd.
82
a) ( ) 56 lux.
b) ( ) 63 lux.
c) ( ) 72 lux.
d) ( ) 109 lux.
a) ( ) 35,87.
b) ( ) 36,91.
c) ( ) 38,72.
d) ( ) 42,63.
83
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 5410: Instalações
elétricas de baixa tensão, Rio de Janeiro, 2008.
84
BRITO, M. E. C. Dispositivos de compensação de energia reativa e controle
da tensão para redução de perdas técnicas em sistemas de distribuição.
2015. 177 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica,
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2015.
LIMA FILHO, D. L. Projetos de instalações elétricas prediais. 6 ed. Editora Érica, 2001.
MAMEDE FILHO, J. Instalações Elétricas Industriais. 9 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
85
86
UNIDADE 2 —
INSTALAÇÕES PREDIAIS DE
ÁGUA FRIA E ÁGUA QUENTE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
87
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
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88
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA:
INTRODUÇÃO
1 INTRODUÇÃO
As instalações prediais de água fria, ou seja, aquelas destinadas à condução
de água na temperatura ambiente, correspondem ao conjunto de tubulações,
equipamentos, reservatórios e dispositivos, destinados ao abastecimento de aparelhos
e pontos de utilização de água em uma edificação. Este sistema deve ser independente
de outras instalações que conduzam água, como, por exemplo, água para reuso ou de
qualidade insatisfatória ou questionável (CARVALHO JÚNIOR, 2017).
89
IMPORTANTE
É importante ressaltar que a norma de sistemas prediais de água fria
recentemente passou por uma revisão, dando origem a NBR 5626
(ABNT, 2020).
Extravasor
Descarga
Barrilete
Ramais de
distribuição
Coluna de distribuição
Coluna de distribuição
Coluna de distribuição
Recalque
Extravasor
Conjuntos
elevatórios
Descarga
Ramal Cavalete Alimentador
predial predial Reservatório
inferior
Canaleta
90
Quando a instalação da edificação é alimentada pela rede pública, a entrada de
água é feita através do ramal predial que corresponde à tubulação que interliga a rede
pública de distribuição à instalação predial, como pode ser observado na Figura 2. Nesse
contexto, a execução do ramal predial é responsabilidade da concessionária que efetua
o abastecimento da rede pública (CARVALHO JÚNIOR, 2017). Desta forma, no início da
obra solicita-se a ligação provisória do ramal predial, a qual, se já estiver definitivamente
locada, torna-se a ligação definitiva da edificação (BOTELHO; RIBEIRO JÚNIOR, 2014).
Registro
Muro
Hidrômetro
Abrigo do cavalete
Caixa para
registro de
calçada
Rua
Ramal predial
91
FIGURA 4 – COMPARTIMENTO DE PROTEÇÃO DO HIDRÔMETRO
92
FIGURA 6 – ILUSTRAÇÃO ESQUEMÁTICA DO CONJUNTO ELEVATÓRIO
93
3 SISTEMAS DE ABASTECIMENTO
Para a definição do tipo de abastecimento, deve ser considerado o consumo
da edificação, características da oferta de água, a constância do abastecimento, as
necessidades mínimas de reserva e, no caso de captação local de água, as características
da água, o nível do lençol subterrâneo e a avaliação do risco de contaminação (ABNT
NBR 5626, 2020). Nesse âmbito, o sistema de abastecimento pode ser do tipo direto,
indireto ou misto, conforme será exposto nos subtópicos a seguir.
94
FIGURA 9 – ILUSTRAÇÃO ESQUEMÁTICA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO INDIRETO
95
Para o cálculo do consumo de água de uma edificação, devem ser levados
em consideração diversos aspectos. Conforme descrito na NBR 5626 (ABNT, 2020),
as peculiaridades de cada instalação, as condições climáticas, as características de
utilização do sistema, a tipologia do edifício e a população atendida são parâmetros
a serem considerados no estabelecimento do consumo. Nesse sentido, a coleta de
algumas informações pode auxiliar nesse cálculo, tais como: pressão e vazão nos
pontos de utilização; quantidade e frequência de utilização dos aparelhos; população;
condições socioeconômicas e climáticas, dentre outros. Além disso, a consulta do
projeto arquitetônico também auxiliará na identificação de atividades que podem
influenciar o consumo diário, como por exemplo quando o projeto prevê a construção
de uma piscina (CARVALHO JÚNIOR, 2017).
Para uma estimativa do consumo diário de uma edificação pode ser utilizada
a Tabela 1, a qual apresenta a taxa de ocupação em função do tipo de utilização do
edifício e a Tabela 2 que contém o consumo per capita de acordo com a funcionalidade
da edificação. Isto posto, o consumo diário pode ser calculado através da Equação 1.
Para fins de cálculo do consumo diário de uma residência, recomenda-se considerar
cada quarto social habitado por duas pessoas e cada quarto de serviço, por uma pessoa
(CREDER, 2006).
Equação 1
Onde:
Cd - consumo diário (L/dia);
P - população que ocupará a edificação;
q - consumo per capita (L/dia).
96
TABELA 2 – CONSUMO DIÁRIO PER CAPITA
Exemplo de cálculo:
Para exemplificar, iremos determinar o consumo de água diário de um escritório que
possui uma área de 430 m². Inicialmente é necessário estimar a taxa de ocupação do
ambiente, de acordo com os valores apresentados na Tabela 1. Como pode ser observado,
para um escritório recomenda-se adotar uma taxa de ocupação de 1 pessoa a cada 6 m².
Desta forma, estima-se uma ocupação de 430 m²/6m² = 72 pessoas. Posteriormente,
é necessário consultar a TABELA 2 para obter qual o consumo per capita usual em
função do tipo de utilização da edificação. Para um escritório é estabelecido um valor
de consumo diário per capita de 50 L/dia. Após a definição destes dois parâmetros é
possível calcular o consumo diário a partir da Equação 1.
97
P = 72 pessoas
q = 50 L/dia
Cd = P x q = 72 x 50 = 3600 L/dia.
5 RESERVATÓRIOS
Conforme previamente apresentado, no sistema de abastecimento indireto
é necessária a instalação de um reservatório para armazenamento de água, visando
a garantia da sua regularidade (BOTELHO; RIBEIRO JUNIOR, 2013). De acordo com
Carvalho Júnior (2017), em países da Europa e Estados Unidos o abastecimento de
água usualmente é feito diretamente pela rede publicação. Já no Brasil as edificações
brasileiras normalmente utilizam reservatório superior, o que faz com que as instalações
funcionem sob baixa pressão. O autor salienta que estes reservatórios são utilizados
com o intuito de compensar eventuais faltas de água na rede pública, em função de
falhar existentes no sistema e rede de distribuição.
98
ficar em uma altura que possibilite que a pressão da rede seja suficiente para alimentá-
lo. Desta forma, recomenda-se como limite prático que a altura do reservatório em
relação à via pública não deve ser superior a 9 m. Nesse contexto, quando a pressão
da rede pública não for suficiente para abastecer diretamente o reservatório superior,
utiliza-se um sistema de recalque, composto por um reservatório inferior e superior
(CARVALHO JÚNIOR, 2017).
Reservatório
superior
H≥100 cm
Barrilete
Escada
FIGURA 12 – EDIFÍCIO COM SISTEMA PREDIAL DE ÁGUA FRIA COM RESERVATÓRIOS SUPERIOR E INFERIOR
Reservatório
Superior
Reservatório
Inferior
A NBR 5626 (ABNT, 2020) estabelece que o reservatório inferior pode ser
constituído por apenas um compartimento sempre que o volume de água destinada ao
consumo do reservatório superior superar o valor necessário durante o período estimado
para a operação de limpeza do reservatório inferior. Nestes casos, não há a necessidade
da subdivisão em compartimentos independentes do reservatório inferior.
100
FIGURA 13 – EXEMPLO DE RESERVATÓRIO DE CONCRETO MOLDADO IN LOCO
V=Axh Equação 2
Onde:
V – volume do reservatório (m³);
A – área do reservatório (m²);
h – altura do reservatório (m).
V = π x r2 x h Equação 3
Onde:
V – volume do reservatório (m³);
r – raio do cilindro (m);
h – altura do reservatório (m).
IMPORTANTE
Para reservatórios moldados in loco, devem ser consideradas as normas:
NBR 6118 (ABNT, 2014) para execução de projetos de estruturas
de concreto e a NBR 9575 (ABNT, 2010) que estabelece algumas
recomendações sobre impermeabilização.
101
Já os reservatórios industrializados são fabricados com fibrocimento, fibra
de vidro, PVC, polietileno, dentre outros (Figura 14). Usualmente são utilizados para o
armazenamento de pequenas ou médias quantidades de água, com capacidade máxima
na ordem de 1000 a 2000 litros. Nessa conjunta destaca-se os reservatórios de plástico,
que apresentam superfície interna lisa, que reduz o acúmulo de sujeira em relação aos
demais tipos e são mais leves, o que facilita o transporte, instalação e manutenção
(CARVALHO JÚNIOR, 2017).
FONTE: <https://insethunter.com.br/wp-content/uploads/2014/07/fibra-de-vidro.jpg;
https://insethunter.com.br/wp-content/uploads/2014/07/polietileno.jpg;
https://insethunter.com.br/wp-content/uploads/2014/07/fibrocimento.jpg>. Acesso em: 8 jun. 2021.
IMPORTANTE
As normas brasileiras para reservatórios de plástico são as descritas a seguir:
102
FIGURA 15 – ELEMENTOS COMPLEMENTARES DE UM RESERVATÓRIO
Ventilação
Reservatório superior
(caixa-d'água)
Extravazor
Tubo de limpeza
O extravasor, também conhecido como “ladrão”, é uma tubulação que tem como
função escoar os eventuais excessos no nível de água do reservatório, evitando o seu
transbordamento. O extravasor deve escoar livremente, de modo a indicar rapidamente
a ocorrência de falhas no sistema. Nesse contexto, são utilizados dispositivos para
controlar a entrada de água e manutenção do nível operacional desejado. Para este fim
são utilizadas torneira de boia ou automático de boia. A torneira de boia é o dispositivo
geralmente utilizado quando o abastecimento ocorre por gravidade. Já o automático de
boia é empregado quando o abastecimento é composto por sistema de recalque. Este
dispositivo fica localizado em ambos os reservatórios e aciona o motor bomba quando o
nível da água atinge um nível mínimo determinado no reservatório superior, desligando-
se ao atingir o nível máximo do reservatório. Isto posto, o sistema funciona de maneira
independente (BOTELHO; RIBEIRO JUNIOR, 2013).
Como pode ser observado na Figura 15, a tubulação de saída (consumo) deve
preferencialmente estar localizada na parede oposta à da alimentação, com o intuito
de evitar a formação de áreas de estagnação de água. Por fim, também deve ser
prevista uma tubulação de limpeza, destinada à higienização periódica e para o total
esvaziamento em caso de manutenção. Desta forma, deve estar posicionada em um
dos cantos do reservatório (BOTELHO; RIBEIRO JUNIOR, 2013).
103
5.5 CAPACIDADE DOS RESERVATÓRIOS
Para a definição da capacidade total de água potável a ser armazenada, deve ser
considerada a frequência e a duração de eventuais interrupções do abastecimento. Isto
posto, o volume total de água reservado deve atender no mínimo 24 horas de consumo
normal do edifício e deve levar em consideração o volume adicional de água para
combate a incêndio, quando este estiver armazenado conjuntamente (ABNT NBR 5626,
2020). Carvalho Júnior (2017) destaca que a reserva de incêndio deverá ser acrescida à
capacidade destinada ao consumo quando armazenada no reservatório superior ou em
um reservatório independente.
CR = 2 x Cd Equação 4
Onde:
CR – capacidade total do reservatório (L);
Cd – consumo diário (L/dia).
Nesse contexto a NBR 5626 (ABNT, 2020) define que o volume total de água
potável armazenada no reservatório deve ser limitado a um valor que assegure a sua
potabilidade dentro do período de detenção médio. Contudo, na impossibilidade de
determinar o volume máximo permissível, recomenda-se limitar o volume total ao valor
que corresponda a três dias de consumo diário.
Exemplo de cálculo:
Vamos dimensionar a capacidade de armazenamento dos reservatórios superior e
inferior de um edifício com 10 pavimentos, com quatro apartamentos por pavimento,
sendo que cada apartamento possui dois dormitórios.
Considerando 2 pessoas por quarto :
P = (2 x 2) = 4 pessoas/apartamento
N = 10 x 4 = 40 apartamentos
P = 4 pessoas/apartamento x 40 apartamentos = 160 pessoas
De acordo com a TABELA 2, considerando que para apartamentos o consumo per capita
é de 200 L/dia calculamos o consumo diário:
Cd = P x q = 160 x 200 = 32.200 L
O volume a ser reservado corresponde ao dobro do consumo diário:
CR = 2 x Cd = 2 x 32.000 = 64.000 L
104
Considerando que a reserva destinada ao combate de incêndio deve ser de 15% a 20%
o consumo diário, a reserva de incêndio (RIC):
RIC = 0,2 x Cd = 0,2 x 32.200 = 6.400 L
Considerando que a reserva destinada ao combate de incêndio será armazenada no
reservatório superior e que 60% do volume destinado ao consumo será armazenado no
reservatório inferior e 40% no superior:
RS = 0,4 x CR = 0,4 x 64.000 + 6.400 = 25.600 + 6.400 = 32.000 L
RI = 0,6 x CR = 0,6 x 64.000 = 38.400 L
6 REDE DE DISTRIBUIÇÃO
A rede de distribuição de um sistema predial de água fria é composta por
um conjunto de tubulações que interligam os pontos de utilização ao reservatório da
edificação. Nesse contexto, recomenda-se a divisão da rede de distribuição em função
dos pontos de consumo. Para isso, os pontos de consumo dos banheiros usualmente
são alimentados por uma tubulação independente, e os pontos de consumo da cozinha
e lavanderia por outra tubulação. Essa divisão torna a canalização mais econômica, visto
que quanto menor o número de pontos de utilização de uma rede, menor o diâmetro da
canalização e, assim, menor o seu custo (CARVALHO JÚNIOR, 2017).
6.1 BARRILETE
O conjunto de tubulações que saem do reservatório e alimentam as colunas
de distribuição são denominadas de barrilete. O barrilete pode ser classificado em dois
tipos, sendo estes: concentrado ou ramificado, conforme ilustrado na FIGURA 16. O tipo
concentrado permite que os registros de operação fiquem localizados em uma área
restrita, facilitando a segurança e controle do sistema. Já o tipo ramificado apresenta
os registros com um maior espaçamento e é mais econômico, visto que possibilita uma
menor quantidade de tubulações junto ao reservatório (BOTELHO; RIBEIRO JUNIOR, 2013).
105
6.2 COLUNAS DE DISTRIBUIÇÃO, RAMAIS E SUB-RAMAIS
As colunas de distribuição são as tubulações que saem do barrilete e desenvolvem-
se verticalmente alimentando os ramais. De acordo com a NBR 5626 (ABNT, 2020), deve ser
prevista setorização através da utilização de registro de fechamento ou de dispositivo de
idêntica finalidade na coluna de distribuição, posicionado à montante do primeiro ramal,
conforme pode ser observado na Figura 17.
FONTE: <https://bit.ly/3yCNoH9
https://bit.ly/38AGdV4
https://bit.ly/39n8Hlm>. Acesso em: 9 jun. 2021.
FONTE: <https://bit.ly/3sFcDoh
https://bit.ly/3PnM3tw> Acesso em: 9 jun. 2021.
107
Neste tópico foram apresentados os principais elementos que compõem
um sistema predial de água fria. Posteriormente, foram discutidas as formas de
abastecimento de água de uma edificação e as particularidades de cada sistema, bem
como as situações em que os sistemas direto, indireto e misto são recomendados.
Nessa conjuntura, quando existem problemas de interrupção, irregularidades e
variações na pressão na rede de abastecimento o sistema indireto ou misto são os mais
adequados. Também foram apresentadas algumas recomendações para a estimativa
do consumo diário de água de uma edificação e do volume a ser armazenado nos
reservatórios superior e inferior. Além disso, destacou-se elementos complementares
de um reservatório que são fundamentais para o seu correto funcionamento e que tem
como objetivo evitar a interrupção, vazamentos, sobre pressões e a contaminação da
água da rede de abastecimento. Por fim, foram elencados os dispositivos controladores
de fluxo que também compõem um sistema predial de água fria.
108
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O abastecimento de um sistema predial de água fria pode ser do tipo direto, indireto
ou misto.
109
AUTOATIVIDADE
1 No sistema de abastecimento indireto utiliza-se um reservatório para armazenamento
de água, visando a garantia da sua regularidade. Tendo isso em vista, calcular a
capacidade do reservatório de um hotel que pode acomodar 40 hóspedes.
a) ( ) 4.800 L.
b) ( ) 5.300 L.
c) ( ) 6.200 L.
d) ( ) 9.600 L.
a) ( ) RI = 11.200 L e RS = 16.800 L.
b) ( ) RI = 16.800 L e RS = 11.200 L.
c) ( ) RI = 8.400 L e RS = 5.600 L.
d) ( ) RI = 5.600 L e RS = 8.400 L.
110
5 As instalações prediais de água fria compreendem o conjunto de tubulações,
equipamentos, reservatórios e dispositivos, destinados ao abastecimento de
água em uma edificação. A respeito deste sistema classifique as afirmações em
Verdadeiras e Falsas:
111
112
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA:
DIMENSIONAMENTO E PROJETO
1 INTRODUÇÃO
De maneira geral, o projeto de uma instalação predial de água fria engloba três
etapas, sendo estas: planejamento, dimensionamento, desenhos e memoriais descritivos.
A etapa de planejamento deve levar em consideração todas as normas técnicas
pertinentes, bem como as particularidades e os fatores intervenientes de cada edificação.
Posteriormente é realizada a estimativa do consumo da edificação e o dimensionamento
propriamente dito de todas as tubulações, equipamentos, reservatórios e dispositivos
que constituem o sistema predial. Por fim, as plantas, isométricos e detalhes construtivos
necessários para o correto entendimento do projeto são elaborados. Nessa última etapa
também é definida a relação de materiais, equipamentos, o orçamento e os procedimentos
de execução (BOTELHO; RIBEIRO JUNIOR, 2013).
De acordo com a NBR 5626 (ABNT, 2020), os projetos de água fria devem
contemplar os seguintes elementos: premissas de cálculo; critérios e métodos de
dimensionamento; memorial descritivo; volume de armazenamento; pressões de trabalho;
fontes de abastecimento de água; previsão de dispositivos de segurança; desenho,
detalhes e diagramas verticais que facilitem a compreensão do projeto; especificação
da operação e controle de dispositivos elétricos; especificação dos componentes e
aparelhos sanitários e, por fim, a vida útil do projeto e os procedimento e periodicidade
de manutenções. Nessa conjuntura, é importante salientar que o projeto de instalações
prediais de água fria deve ser desenvolvido de maneira concomitante aos projetos
arquitetônicos, estruturais, de modo a garantir uma compatibilização entre todos os
requisitos técnicos, econômicos e de segurança envolvidos (CARVALHO JÚNIOR, 2014).
113
2 RAMAL PREDIAL
Para o dimensionamento do ramal predial pode-se estimar a vazão mínima (Qmín)
através da Equação 5 e o diâmetro mínimo (Dmin) com base na Equação 6. Para o cálculo,
admite-se que o abastecimento de água é contínuo e que a vazão deve ser suficiente
para atender ao consumo diário por 24 horas. Em relação à velocidade, recomenda-se
adotar valor na faixa de 0,6 m/s < V < 1,0 m/s (BOTELHO; RIBEIRO JUNIOR, 2013).
Equação 5
Equação 6
Onde:
Cd – consumo diário (L);
Qmin – vazão mínima (L/s);
Dmin – diâmetro mínimo (m);
V – velocidade (m/s).
Exemplo de cálculo:
Considerando uma edificação com consumo diário de 20.000L dimensionaremos o
diâmetro do ramal predial que abastecerá o edifício.
Cd = 20.000 L
114
3 HIDRÔMETRO
As características do hidrômetro, cavalete e abrigo são definidas pelas
concessionárias locais com base na vazão prevista para a edificação. Na Tabela 3
são exemplificadas algumas especificações para os hidrômetros em função da vazão
provável diária (BOTELHO; RIBEIRO JUNIOR, 2013). Como pode ser observado na tabela,
a partir do consumo provável diário da edificação, as concessionárias usualmente
recomendam a vazão característica do hidrômetro, assim como o diâmetro do cavalete
e as dimensões do abrigo do hidrômetro.
Hidrômetro Dimensões do
Diâmetro do Diâmetro
Consumo Vazão abrigo (altura
ramal predial do cavalete
provável (m³/ característica (m³/ x largura x
(mm) (mm)
dia) hora) profundidade) (m)
20 5 3 20 0,85 x 0,65 x 0,30
25 8 5 25 0,85 x 0,65 x 0,30
25 16 10 32 0,85 x 0,65 x 0,30
25 30 20 40 0,85 x 0,65 x 0,30
50 50 30 50 2,00 x 0,90 x 0,40
FONTE: Adaptado de Botelho e Ribeiro Junior (2013, p. 36)
4 ALIMENTADOR PREDIAL
Para o dimensionamento do alimentador predial deve-se adotar o mesmo
diâmetro calculado para o ramal predial, a partir das Equações 5 e 6 previamente
apresentadas. Destaca-se que para as edificações caracterizadas por um sistema de
abastecimento direto, o ramal predial também atuará como um sistema de distribuição
e, portanto, deverá ser dimensionado como barrilete, como será apresentado nos
subtópicos a seguir (BOTELHO; RIBEIRO JUNIOR, 2013).
5 SISTEMA ELEVATÓRIO
O trecho que conduz a água da bomba até o reservatório superior é denominado
de tubulação de recalque. O dimensionamento do diâmetro desta tubulação é realizado
com base na fórmula de Forchheimer, conforme a Equação 7 (CREDER, 2006).
Equação 7
Onde:
D – diâmetro (m);
Q – vazão (m³/s);
X – horas de funcionamento em 24 horas.
115
A Equação 7 originou o ábaco apresentado na Figura 20. A partir dos dados de
entrada: vazão e tempo de funcionamento, obtém-se o diâmetro da tubulação de recalque.
NOTA
O ábaco consiste em um instrumento para fazer cálculos matemáticos. Como
pode ser observado na Figura 21, simplifica o dimensionamento do diâmetro da
tubulação de recalque de um sistema elevatório.
IMPORTANTE
A Tabela 4 apresenta a conversão de diâmetros expressos em polegadas
para a unidade de milímetros.
116
TABELA 4 – CONVERSÃO POLEGADAS EM MILÍMETROS
Polegadas Milímetros
1/2'' 15
3/4'' 20
1'' 25
1 1/4'' 32
1 1/2'' 40
2'' 50
2 1/2'' 60
3'' 75
4'' 100
Fonte: A autora (2021)
ESTUDOS FUTUROS
O conceito de perda de carga das tubulações será abordado com maior
profundidade no próximo subtópico desta apostila.
117
A potência do conjunto motor-bomba pode ser determinada de acordo com a
Equação 8, onde P é a potência (CV), Hman a altura manométrica (m), Q a vazão (m³/s) e
n o rendimento do conjunto motor-bomba (CREDER, 2006).
Equação 8
No que tange à vazão, a NBR 5626 (ABNT, 2020) estabelece que o projeto deve
elencar as vazões consideradas nos pontos de utilização dos aparelhos sanitários para
o dimensionamento de distribuição, quando um ou mais pontos de utilização foram
considerados em uso. Além disso, o projeto deve conter as vazões máximas consideradas
nos pontos de utilização.
6.2 VELOCIDADE
Em relação à velocidade das tubulações, as mesmas devem ser dimensionadas
de modo a limitar a velocidade de escoamento com o intuito de evitar a geração e a
propagação de ruídos excessivos. Além disso, a limitação da velocidade também deve
evitar golpes de aríete com intensidades que podem trazer prejuízos aos componentes
da instalação. Diante disso, recomenda-se um limite máximo de velocidade de água de
3 m/s. Este valor não evita o golpe de aríete, contudo limita a intensidade dos picos de
sobre pressão (NBR 5626, 2020).
Equação 9
119
FIGURA 23 – EXEMPLOS DE PERDA DE CARGA
IMPORTANTE
O somatório das parcelas de perdas de carga distribuída e localizada
corresponde à perda de carga total no trecho analisado.
Equação 10
Equação 11
120
Onde:
Q – vazão (m³/s);
J – perda de carga (m/m);
D – diâmetro (m).
121
FIGURA 25 – ÁBACO DE FAIR-WHIPPLE-HSIAO PARA TUBULAÇÕES DE COBRE E PLÁSTICO
122
FIGURA 26 – EXEMPLO DE APLICAÇÃO DO ÁBACO DE FAIR-WHIPPLE-HSIAO PARA TUBULAÇÕES
DE PLÁSTICO
123
FIGURA 27 – PERDA DE CARGA LOCALIZADA - COMPRIMENTOS EQUIVALENTES EM METROS
DE TUBULAÇÃO DE PVC
6.4 PRESSÕES
Em relação as pressões nas tubulações prediais, podem ser definidos três
conceitos: pressão estática, aquela que ocorre nos tubos quando a água está parada,
pressão dinâmica, que ocorre quando a água está em movimento e , por fim, pressão de
serviço, que consiste na máxima pressão que pode ser aplicada na tubulação, conexão,
ou qualquer outro tipo de dispositivo quando em uso normal (CARVALHO JÚNIOR, 2014).
A Figura 28 ilustra as pressões estática e dinâmica.
124
FIGURA 28 – PRESSÕES ESTÁTICA E DINÂMICA
NOTA
As pressões são expressas nas unidades descritas a seguir:
1 kgf/cm² = 10 m.c.a (metro de coluna d’água) = 100 kPa = 0,1 MPa.
A NBR 5626 (ABNT, 2020) define que nos pontos de utilização a pressão dinâmica
de água não pode ser inferior a 10 kPa (1 m.c.a). Já no sistema de distribuição, a pressão
dinâmica deve ser de pelo menos 5 kPa (0,5 m.c.a). Esses valores objetivam impedir que o
ponto crítico da rede de distribuição possa apresentar pressão negativa e para que as peças
de utilização tenham um bom funcionamento (CARVALHO JÚNIOR, 2014).
No que tange à pressão estática, a NBR 5626 (ABNT, 2020) estabelece que o
valor não pode superar 400 kPa (40 m.c.a) nos pontos de utilização. Essa restrição tem
o intuito de limitar a pressão e a velocidade da água, a fim de evitar ruídos indesejados,
o golpe de aríete e atender o limite de pressão nas tubulações e aparelhos de consumo.
Tendo isto em vista, a diferença entre a altura do reservatório superior e o ponto mais
baixo da instalação não deve ser superior a 40 metros. Desta maneira, considerando
um pé-direito de 3 m, um número superior a 13 pavimentos não pode ser abastecido
diretamente pelo reservatório superior, sem a devida proteção do sistema (BOTELHO;
RIBEIRO JUNIOR, 2013).
125
FIGURA 29 – SOLUÇÕES PARA A REDUÇÃO DA PRESSÃO DE ÁGUA EM EDIFÍCIOS ALTOS
Reservatório superior Reservatório superior
30 m
Reservatório Válvula redutora
intermediário de pressão
30 m
Reservatório duplo
Exemplo de cálculo:
Determinar a perda de carga total de uma tubulação de PVC com 11 metros de
comprimento com uma vazão de Q = 0,95 L/s e diâmetro D = 40 mm. Considerar que na
tubulação existe um registro de gaveta e um joelho de 90⁰.
A perda de carga distribuída pode ser determinada a partir do ábaco da Figura 25.
D = 40 mm e Q = 0,95 L/s – Ábaco da FIGURA 25 – J = 0,02 m/m
Perda de carga distribuída – J x L = 0,02 m/m x 11 m = 0,22 m.c.a
A perda de carga localizada pode ser determinada a partir da FIGURA 27.
Registro de gaveta – 0,4 m
Joelho 90⁰ - 2 m
Comprimento equivalente – Leq = 2 m + 0,4 m = 2,4 m – Leq = 2,4 m
Perda de carga localizada – J x Leq = 0,02 m/m x 2,4 m = 0,048 m.c.a
6.5 SUB-RAMAIS
Cada equipamento de utilização deve ter o seu sub-ramal com um diâmetro
mínimo, de acordo com a TABELA 5. Além disso, é importante considerar que cada
equipamento possui uma pressão mínima de serviço para apresentar um bom
funcionamento, assim como um limite máximo para as pressões dinâmicas e estáticas
Carvalho Júnior (2014).
126
TABELA 5 – DIÂMETROS MÍNIMOS DOS SUB-RAMAIS
6.6 RAMAIS
Após a definição de quais aparelhos de utilização serão atendidos por cada ramal,
inicia-se o dimensionamento dos mesmos. Nesse contexto, existem duas abordagens
para o dimensionamento das tubulações, sendo estas: consumo máximo possível
e consumo máximo provável. A abordagem do consumo máximo possível considera
que todos os aparelhos de um ramal podem funcionar ao mesmo tempo. Este tipo de
abordagem é recomendado para locais onde a utilização de peças é simultânea, como,
por exemplo em quartéis, escolas, estabelecimentos industriais, dentre outros. Contudo,
como em termos práticos a utilização de todos os aparelhos é pouco usual, surge a
abordagem do consumo máximo provável, a qual se baseia na hipótese de que o uso
simultâneo dos aparelhos de um mesmo ramal é pouco provável e que a probabilidade
do uso simultâneo diminuir com o aumento no número de aparelhos. Diante disso, é
evidente que a última abordagem citada conduz a diâmetros inferiores, em comparação
ao método do consumo máximo possível (BOTELHO; RIBEIRO JUNIOR, 2013).
127
Nesse contexto, no método do consumo provável, foram estabelecidos pesos para
os equipamentos de utilização, conforme pode ser observado na Tabela 6. Já a vazão do
trecho analisado pode ser calculada pela Equação 12 (BOTELHO; RIBEIRO JUNIOR, 2013).
Equação 12
Onde:
Q – vazão (L/s);
C – coeficiente de descarga, adotado como 0,3 L/s;
P – soma dos pesos dos equipamentos de utilização do trecho analisado.
Vazão de
Peso
Aparelho sanitário Peça de utilização projeto
relativo
(L/s)
Caixa de descarga 0,15 0,3
Bacia sanitária
Válvula de descarga 1,7 32
Banheira Misturador (água fria) 0,3 1
Bebedouro Registro de pressão 0,1 0,1
Bidê Misturador (água fria) 0,1 0,1
Chuveiro ou ducha Misturador (água fria) 0,2 0,4
Chuveiro elétrico Registro de pressão 0,1 0,1
Lavadora de pratos ou de
Registro de pressão 0,3 1
roupas
Torneira ou misturador (água
Lavatório 0,15 0,3
fria)
com sifão integrado 0,5 2,8
Mictório
sem sifão integrado 0,15 0,3
Caixa de descarga ou registro
Mictório tipo calha 0,15* 0,3
de pressão
Torneira ou misturador (água
0,25 0,7
Pia fria)
Torneira elétrica 0,1 0,1
Tanque Torneira 0,25 0,7
Torneira de jardim ou lavagem
Torneira 0,2 0,4
em geral
* Por metro de calha
FONTE: Adaptado de Botelho e Ribeiro Junior (2013, p. 54)
128
Após a obtenção dos pesos dos equipamentos de utilização, somam-se os
pesos para cada trecho analisado e, posteriormente, utiliza-se o nomograma de pesos,
vazões e diâmetros, apresentado na Figura 30 para a obtenção dos diâmetros e vazões
prováveis. Salienta-se que esse nomograma já leva em consideração a velocidade
máxima estabelecida pela norma de água fria (BOTELHO; RIBEIRO JUNIOR, 2013).
129
FIGURA 31 – EXEMPLO DE APLICAÇÃO DO NOMOGRAMA DE PESOS, VAZÕES E DIÂMETROS
130
IMPORTANTE
Recomenda-se utilizar coluna específica para válvulas de descarga, para
segurança contra refluxo e para evitar interferências com os demais pontos
de utilização (BOTELHO; RIBEIRO JUNIOR, 2013).
6.8 BARRILETE
Quanto ao dimensionamento do barrilete, inicialmente é necessário definir se
o mesmo será do tipo ramificado ou concentrado. Posteriormente, o cálculo é feito
com base no mesmo procedimento de dimensionamento das colunas e ramais. Deve-
se somar os pesos das colunas e calcular o diâmetro do barrilete, trecho a trecho.
Recomenda-se adotar o diâmetro comercial imediatamente superior ao valor calculado,
para evitar o subdimensionamento das tubulações (BOTELHO; RIBEIRO JUNIOR, 2013).
NOTA
A Figura 32 exemplifica os diâmetros comerciais de tubos soldáveis de PVC.
Como pode ser observado, os diâmetros variam entre 20 e 110 mm. Neste
contexto, considerando que o valor do diâmetro calculado de um tubulação de
PVC é de 23 mm, recomenda-se adotar o diâmetro comercial imediatamente
superior ao valor calculado, que para este exemplo é de 25 mm.
FONTE: <https://www.tigre.com.br/themes/tigre2016/downloads/catalogos-tecnicos/ct-agua-fria.
pdf>. Acesso em: 10 jun. 2021.
Exemplo de cálculo:
Dimensionaremos o diâmetro de uma coluna d’água de uma residência que alimenta um
banheiro com um lavatório, um chuveiro elétrico e uma banheira.
Inicialmente determinaremos o peso de cada aparelho de utilização consultando a
Tabela 6.
131
Lavatório – P = 0,3
Chuveiro – P = 0,1
Banheira – P = 1,0
Posteriormente realizamos a soma dos pesos dos equipamentos de utilização
ƩP = 0,3 + 0,1 + 1,0 = 1,4
Após isso, calculamos a vazão:
132
Além disso, uma alternativa para melhorar a visualização da rede de distribuição
de água fria é a utilização de esquemas isométricos (Figura 34) para a representação
dos equipamentos sanitários. Desta forma, os detalhes isométricos geralmente são
elaborados na escala 1:20 ou 1:25 (CARVALHO JÚNIOR, 2014).
133
TABELA 7 – ALTURA USUAL DOS PONTOS DE UTILIZAÇÃO
134
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A pressão dinâmica de água não pode ser inferior a 10 kPa (1 m.c.a) nos pontos
de utilização.
• A pressão estática não pode ser superior a 400 kPa (40 m.c.a) nos pontos de utilização.
135
AUTOATIVIDADE
1 Considere uma instalação predial caracterizada por um reservatório com o nível
mínimo de água localizado na cota 42 m e um chuveiro localizado na cota 35 m, com
perda de carga total entre o reservatório e o chuveiro de 2 m. Qual a pressão dinâmica
no chuveiro? O mesmo atenderá a pressão dinâmica mínima estabelecida pela NBR
5626 (ABNT, 2020)?
a) ( ) 2 m.c.a.
b) ( ) 3 m.c.a.
c) ( ) 4 m.c.a.
d) ( ) 5 m.c.a.
a) ( ) 0,253 m.c.a.
b) ( ) 0,257 m.c.a.
c) ( ) 0,307 m.c.a.
d) ( ) 0,410 m.c.a.
a) ( ) 40 mm.
b) ( ) 50 mm.
c) ( ) 55 mm.
d) ( ) 60 mm.
136
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA
QUENTE
1 INTRODUÇÃO
Em algumas edificações o fornecimento de água quente é imprescindível,
tais como hospitais, lavanderias, hotéis, dentre outros. Nesse contexto, a TABELA 8
apresenta alguns valores de temperaturas indicadas para os pontos de utilização em
função do tipo da edificação e necessidades dos usuários. Isto posto, de acordo com a
NBR 5626 (ABNT, 2020), o sistema de armazenamento e distribuição de água quente
deve atender às necessidades dos usuários e aos usos pretendidos.
137
2 PARTES CONSTITUINTES DE UM SISTEMA PREDIAL DE
ÁGUA QUENTE
Como pode ser observado na FIGURA 35, o sistema predial de água quente
é composto por: (1) tubulação de água fria para alimentar o sistema de distribuição
de água quente; (2) aquecedores, que podem ser de passagem ou de acumulação,
como será abordado nos tópicos a seguir; (3) dispositivos de segurança; (4) tubulação
de distribuição de água quente e (5) peças de utilização, como chuveiros, duchas,
torneiras, entre outras. Dentre os dispositivos de segurança destaca-se as válvulas
termostáticas e os controladores de pressão. As válvulas termostáticas visam o controle
da temperatura da rede de distribuição, evitando superaquecimentos que podem
trazer prejuízos ao sistema. Já as válvulas controladoras de pressão visam evitar sobre
pressões na tubulação.
3 SISTEMAS DE AQUECIMENTO
Os sistemas de aquecimento podem ser classificados em sistema de
aquecimento individual, aquecimento central privado e aquecimento central coletivo.
Nos subtópicos a seguir, cada tipo de sistema será abordado assim como as vantagens
e desvantagens de cada método.
138
3.1 SISTEMA DE AQUECIMENTO INDIVIDUAL
O sistema de aquecimento individual é caracterizado pela alimentação de
apenas um ponto de utilização, como, por exemplo, um chuveiro ou torneira elétrica,
como exemplificado na FIGURA 36 (CARVALHO JÚNIOR, 2017). Como nesse sistema
o equipamento que gera água quente fica localizado no próprio ponto de utilização,
apresenta como principal vantagem os custos reduzidos, uma vez que não é necessário
um sistema de distribuição de água quente. Além disso, apresenta uma fácil instalação.
Contudo, a vazão de aquecimento fica limitada, não sendo recomendado para grandes
demandas de água quente.
139
FIGURA 37 – EXEMPLO DE SISTEMA DE AQUECIMENTO CENTRAL PRIVADO
AQUECEDOR AQUECEDOR
DE PASSAGEM DE PASSAGEM
APTO. 401 APTO. 401
AQUECEDOR AQUECEDOR
DE PASSAGEM DE PASSAGEM
APTO. 301 APTO. 301
AQUECEDOR AQUECEDOR
DE PASSAGEM DE PASSAGEM
APTO. 201 APTO. 201
AQUECEDOR AQUECEDOR
DE PASSAGEM DE PASSAGEM
APTO. 101 APTO. 101
140
FIGURA 38 – EXEMPLO DE SISTEMA DE AQUECIMENTO CENTRAL COLETIVO
Como pode ser observado na Figura 39, os sistemas centrais coletivos podem
ter distribuição ascendente, descendente ou mista. A distribuição ascendente é
caracterizada por um barrilete inferior que alimenta as colunas de água. Já na distribuição
descendente, a alimentação das colunas é feita por um barrilete superior. Por fim, o
sistema misto é uma combinação dos dois sistemas apresentados anteriormente. Este
tipo de sistema resulta em uma maior economia, visto que resulta em um menor número
de colunas de distribuição de água (GHISI; GUGEL, 2005).
141
4 ESTIMATIVA DE CONSUMO DIÁRIO
Para a estimativa do consumo diário de água quente de uma edificação
deve-se levar em consideração aspectos como as condições climáticas do local e as
características de utilização do sistema (CARVALHO JÚNIOR, 2014). Nesse contexto, de
maneira semelhante ao consumo diário de água fria, a estimativa do consumo de água
quente pode ser realizada através da Equação 13 (GHISI; GUGEL, 2005). Onde Cd é o
consumo diário de água quente (L/dia), C é o consumo per capita (consultar TABELA 9)
e P a população da edificação.
Equação 13
5 TIPOS DE AQUECEDORES
Os aquecedores podem ser classificados em aquecedores de passagem e de
acumulação, de acordo com o seu princípio de funcionamento. Nesse contexto, os
aparelhos de aquecimento de passagem, também conhecidos como instantâneos,
ocasionam o aquecimento da água à medida que a mesma passa pelo aparelho, ou
seja, sem reserva. Já nos aquecedores de acumulação, a água é aquecida e reservada
para posterior uso (GHISI; GUGEL, 2005).
142
De acordo com Carvalho Júnior (2014), os aquecedores de acumulação propiciam
um maior conforto aos seus usuários, visto que a água é aquecida para o consumo
posterior. Além disso, a acumulação permite uma maior vazão nos pontos de utilização
e fornece água quente de imediato e na temperatura desejada, em vários pontos de
consumo, simultaneamente. O autor ainda destaca que o seu bom funcionamento não
é dependente da pressão de água do sistema de distribuição.
IMPORTANTE
A NBR 8130 (ABNT, 2004) especifica as características exigíveis e os métodos
de ensaio para aquecedores de água tipo instantâneo.
A NBR 10542 (ABNT, 2015) define os métodos de ensaio para aquecedores de
água de acumulação que utilizam combustíveis gasosos.
143
Em comparação aos aquecedores elétricos, os aquecedores a gás apresentam
como vantagens: melhor pressão de água e água quente para uso imediato. Contudo, como
principal desvantagem cita-se o risco de vazamento de gás, e todos os problemas que
podem estar atrelados a isto (CARVALHO JÚNIOR, 2014).
saída de
consumo para
instalação
em desnível
RESERVATÓRIO TÉRMICO
registro
registro
alimentação
de água fria
retorno de
água quente registro
dos coletores
tubulação
de cobre
válvula
atenuante de congelamento
cavalete
registro
dreno do boiler a caixa
consumo
(quando utilizado como
horiontal de nível)
alimentação
COLETORES dos coletores solares
SOLARES
registro de dreno
dos coletores
144
Recomenda-se que os coletores sejam orientados para o norte da edificação e
que tenham inclinação em relação à horizontal igual à latitude do local, acrescida de 5 a
10⁰. Além disso, para que ocorra a circulação de água em fluxo ascendente, usualmente
utiliza-se um desnível de pelo menos 60 cm entre a saída de água do coletor e o fundo
do reservatório de água quente (GHISI; GUGEL, 2005).
IMPORTANTE
A NBR 10185 (ABNT, 2018) define os métodos de ensaios para avaliar
reservatórios termossolares destinados à sistemas de utilização térmica de
energia solar.
A NBR 15747-1 (ABNT, 2009) estabelece os requisitos gerais de durabilidade,
confiabilidade, segurança e desempenho térmico de coletores solares de
aquecimento.
A NBR 15747-2 (ABNT, 2009) apresenta os métodos de ensaio para avaliar
os coletores solares de aquecimento.
A estimativa da área dos coletores pode ser feita através da Equação 14,
onde Q é o calor necessário (kcal/dia), I é a intensidade de radiação solar (kcal/dia/
m²), R é o rendimento dos coletores (usualmente 50%) e A é a área dos coletores em
m² (GHISI; GUGEL, 2005)
Equação 14
145
FIGURA 41 – RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL DIÁRIA, MÉDIA ANUAL (MJ/ M².DIA)
6 MATERIAIS UTILIZADOS
Os materiais mais utilizados em tubulações e conexões de instalações prediais de
água quente são o cobre, o PEX (polietileno reticulado), o PPR (polipropileno copolímetro
Random) e o CPVC (policloreto de vinila clorado). Estes materiais serão abordados com
maiores detalhes na leitura complementar desta unidade.
146
TABELA 10 – PESOS RELATIVOS DOS PONTOS DE UTILIZAÇÃO
Soma dos
0 ↔ 0,6 ↔ 2,9 ↔ 8,2 ↔ 18 ↔ 35
pesos
Ø Soldável 15 22 28 35 42
(mm) mm mm mm mm mm
Ø Roscável 1 1
1/2'' 3/4'' 1''
(pol) 1/4'' 1/2''
FONTE: Adaptado de Carvalho Júnior (2014, p. 117)
Exemplo de cálculo:
Vamos calcular o diâmetro do barrilete de um edifício de 10 andares com um sistema
de aquecimento central coletivo, considerando que cada andar possui apenas 1
apartamento e que cada apartamento possui os seguintes pontos de utilização de água
quente: chuveiro, banheira e lavatório.
Inicialmente é necessário determinar o peso de cada ponto de utilização a partir da
TABELA 10:
Chuveiro – P = 0,4
Banheira – P = 1,0
Lavatório – P = 0,3
Posteriormente, faremos a soma dos pesos de cada apartamento:
ƩP = 0,4 + 1,0 + 0,3 = 1,7
Como o barrilete alimentará todos os andares do edifício, iremos calcular a soma de
pesos total:
ƩP = 10 x 1,7 = 17
Após a determinação da soma de pesos, basta entrar com este valor na TABELA 11 e
obter diretamente o diâmetro da tubulação:
ƩP = 17 – D = 35 mm
147
7.1 PRESSÕES MÁXIMA E MÍNIMA
A NBR 5626 (ABNT, 2020) define que nos pontos de utilização a pressão
dinâmica de água não pode ser inferior a 10 kPa (1 m.c.a) e a pressão estática não pode
superar 400 kPa (40 m.c.a) nos pontos de utilização. Em relação as sobre pressões a
norma estabelece que, em relação à pressão dinâmica de projeto, não devem superar
200 kPa (20 m.c.a). Adicionalmente, também devem ser consideradas as pressões
recomendadas pelos catálogos dos fabricantes, referentes aos aquecedores.
7.2 VELOCIDADE
Conforme estabelecido para os sistemas prediais de água fria, nas tubulações
de água quente a velocidade também deve evitar a geração e propagação de ruídos
excessivos. De maneira similar, recomenda-se um limite máximo de velocidade de água
de 3 m/s (NBR 5626, 2020).
7.4 DIÂMETROS
De acordo com a NBR 2656 (ABNT, 2020), os diâmetros das tubulações do
sistema de distribuição de água quente devem ser definidos com base nos valores das
velocidades e vazões consideradas, da limitação de ruído e meio de isolação acústica
adotado, da forma de instalação, do tipo de material especificado e da disponibilidade
de perda de carga, atendendo-se às pressões dinâmicas mínimas necessárias para o
funcionamento dos respectivos aparelhos sanitários com as vazões de projeto adotadas.
A norma ainda estabelece que não há limitação para diâmetros nominais mínimos de
sub-ramais e respectivos engates ou tubos de ligação.
148
LEITURA
COMPLEMENTAR
ÁGUA QUENTE
Juliana Nakamura
Nos últimos anos, novas possibilidades surgiram para atender às exigências das
instalações de água quente. O desenvolvimento de sistemas poliméricos, como o PEX
(polietileno reticulado), o PPR (polipropileno copolímetro Random) e o CPVC (policloreto
de vinila clorado), tem provocado mudanças na caracterização desse tipo de instalação,
na qual até então dominava a aplicação de sistemas rígidos, metálicos. Ao mesmo tempo,
características como facilidade e agilidade de instalação, bem como maior flexibilidade
e menor risco de vazamentos são cada vez mais desejáveis nos sistemas prediais.
"A evolução dos materiais para instalações de água quente deve passar pela
eliminação das restrições de uso, com o desenvolvimento de soluções capazes de
transportar água quente, fria e gás – e simplicidade de instalação", acredita o pesquisador
Adilson Lourenço Rocha, coordenador do Laboratório de Instalações Hidráulicas do
IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo). Segundo ele, o
desenvolvimento de sistemas de condução como o PEX, que por ser semelhante a
uma mangueira dispensa as juntas e consequentemente diminui a chance de haver
vazamentos, não deixa de ser um indicador de tal tendência.
149
Mas, na prática, o que determina a especificação de um material para condução
de água quente é o preço, a disponibilidade do material e a forma como é utilizado.
"O cobre, por ser uma commodity internacional, tem apresentado variações maiores
em comparação aos materiais plásticos, suscetíveis também às altas dos preços do
petróleo", comenta Rocha.
SISTEMAS
1 COBRE
É o material tradicionalmente empregado para condução de água quente. Os tubos de
cobre são fabricados por extrusão, sem costura, a partir de uma liga com, no mínimo,
99% do metal.
150
Principais características:
• Requer uso de manta para isolamento térmico
• Os tubos são produzidos de acordo com a norma NBR 13206/94.
• Em algumas cidades, como Rio de Janeiro, foram relatados casos de corrosão em
tubos de cobre, decorrente das características agressivas da água do sistema público
de abastecimento
• Possui propriedades adequadas para condução de água quente, água fria e gás
• Não é inflamável
Instalação: a tubulação é interligada por conexões de cobre ou bronze, que podem ser
rosqueáveis ou lisas. Nesse caso, as uniões são feitas por solda.
Durabilidade: o cobre é um dos metais mais duráveis. A vida útil de uma tubulação de
cobre é estimada em centenas de anos.
Principais características:
• O mesmo sistema serve para água quente ou fria. Suporta pressão de serviço de 6,0
kgf/cm² conduzindo água a 80ºC e de 24,0 kgf/cm² conduzindo água fria a 20ºC.
• Dispensa isolação térmica em trechos de tubulação de até 20 m de extensão.
• Emprega junta soldável a frio com adesivo plástico. Não requer mão-de-obra
especializada.
Instalação: utiliza sistema de encaixe e adesivo. Não precisa de fogo nem de eletricidade
para instalação.
Trata-se de uma resina plástica atóxica resistente a picos de temperatura de até 95ºC.
Principais características:
• Pode conduzir água quente, fria e gelada e suportar altas pressões e temperaturas
• (80°C constantes).
• O método de instalação permite que a tubulação seja isenta de roscas, soldas, anéis
de borracha ou cola. Por isso, as uniões das conexões ficam menos expostas a erros
humanos e às tensões em operação.
• Uma instalação completa para água quente em PPR pode custar 20% menos que a
mesma instalação em cobre.
151
Instalação: a união entre as peças é feita pelo processo de termo fusão, ou seja, tubos
e conexões se fundem molecularmente a 260°C, passando a formar uma tubulação
contínua. A produtividade média é de 6,5 horas/homem (instalação em um banheiro de
2,4 x 1,2 m).
Os tubos são compostos por cinco camadas: polietileno reticulado, adesivo, alumínio,
adesivo e polietileno reticulado. Como revestimento externo, o polietileno reticulado
evita o contato do cimento da construção e protege a tubulação de alumínio. Já como
revestimento interno, impede a oxidação do alumínio, evitando a contaminação da água
pelo metal.
Principais características:
Os tubos de alumínio resistem a temperaturas de até 95ºC sem dilatação.
O sistema usa 10% do tempo de instalação do cobre.
Condutibilidade térmica de – 0,43 W/m°C.
Os tubos são dobráveis e permanecem na posição definida.
Inspeção e troca podem ser feitas sem quebras de revestimentos e paredes. A ausência
de muitas conexões e emendas no sistema hidráulico evita fissuras e futuros vazamentos.
Instalação: sistema ponto a ponto, ou seja, a água corre por tubos livres de conexões
intermediárias. A distribuição da água até os pontos servidos é contínua e individual,
sem derivações a partir dos quadros distribuidores localizados em shafts.
Em seguida foram lançados o PEX e o PPR, este último com juntas realizadas por
termo fusão, após a qual a junta passa a constituir um conjunto único com espessura
reforçada. "Por isso, conforme a classe de pressão, a instalação PPR suporta temperatura
e pressão sob utilização superior à recomendada para tubulações de CPVC", comenta
Sérgio Gnipper.
152
O consultor em hidráulica lembra que os tubos de PPR disponíveis no mercado
com mais frequência são relativamente rígidos, permitindo curvaturas permanentes com
aplicação de ar quente, com raio não inferior a oito vezes o valor do diâmetro externo.
153
MATERIAIS PARA TUBULAÇÃO DE ÁGUA QUENTE – COMPARATIVO
FONTE: https://xdocs.com.br/doc/inst-agua-quente-plasticos-jovrjd5vp9nv
154
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O sistema predial de água quente é composto por tubulação de água fria para
alimentar o sistema de distribuição de água quente, aquecedores, dispositivos de
segurança, tubulação de distribuição de água quente e peças de utilização.
• Os aquecedores podem ter como fonte de calor a eletricidade, o gás ou a energia solar.
155
AUTOATIVIDADE
1 Estimar o consumo diário de água quente de um edifício residencial de 10 andares,
composto por 4 apartamentos por andar que será alimentado por um sistema central
coletivo. Considerar que cada apartamento é habitado por 2 pessoas.
a) ( ) 2.400 L/dia.
b) ( ) 3.800 L/dia.
c) ( ) 4.800 L/dia.
d) ( ) 5.200 L/dia.
a) ( ) 1.620 L/dia.
b) ( ) 1.850 L/dia.
c) ( ) 2.100 L/dia.
d) ( ) 2.250 L/dia.
156
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 5626: Sistemas prediais
de água fria e água quente – Projeto, execução, operação e manutenção. Rio de
Janeiro, 2020.
157
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15747-2: Sistemas
solares térmicos e seus componentes – Coletores solares. Parte 2: Método de Ensaio.
Rio de Janeiro, 2009.
158
UNIDADE 3 —
INSTALAÇÕES PREDIAIS
DE ESGOTO, PREVENÇÃO DE
INCÊNDIO E DISTRIBUIÇÃO
DE GÁS COMBUSTÍVEL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
159
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
Acesse o
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160
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ESGOTO
SANITÁRIO
1 INTRODUÇÃO
A disposição inadequada do esgoto pode causar diversos impactos na saúde da
população e comprometer o abastecimento de água destinada ao consumo humano,
a balneabilidade de rios, a irrigação de plantações, dentre outras aplicações. Estima-se
que no Brasil 43% da população possui esgoto coletado e tratado, enquanto 12% utilizam
fossas sépticas para a coleta do esgoto sanitário. Estes números evidenciam que 55%
da população tem um tratamento adequado no esgoto. Em contrapartida, 18% têm seu
esgoto coletado e não tratado e um número expressivo de 27% não possuem coleta e nem
tratamento (ANA, 2021). Diante do exposto, é evidente que o Brasil precisa avançar em
políticas e projetos para ampliar a rede de coleta de esgoto e implementar outros tipos de
soluções para o tratamento de esgoto, como, por exemplo, as fossas sépticas.
De acordo com definição da NBR 8160 (ABNT, 1999) o sistema predial de esgoto
sanitário tem como objetivo coletar e conduzir os despejos oriundos dos aparelhos
sanitários até um destino apropriado. Nesse contexto, este sistema deve evitar a
contaminação da água, garantindo a sua qualidade de consumo; permitir o rápido
escoamento da água utilizada, sem a ocorrência de vazamentos e depósitos dentro
das tubulações; impedir que os gases originados no interior do sistema predial atinjam
áreas da edificação; impossibilitar a entrada de corpos estranhos ao interior do sistema
e permitir que os seus componentes tenham inspeção facilitada.
161
2.1 SISTEMA INDIVIDUAL
Como pode ser observado na Figura 1, no sistema de esgoto sanitário individual
a edificação possui o seu próprio sistema de coleta, transporte e tratamento. No exemplo
em questão, o tratamento do esgoto é feito através de fossa séptica e a disposição
do efluente é feita através de sumidouros. Destaca-se que nos subtópicos a seguir o
princípio de funcionamento das fossas sépticas e as formas de disposição dos efluentes
serão abordadas com maiores detalhes.
Fossa séptica
Águas servidas
Sumidouro
Edificação
Edificação
Ramal predial
Ramal predial
Rua
162
3 COMPONENTES DO SISTEMA PREDIAL DE ESGOTO
SANITÁRIO
Os principais componentes de um sistema predial de esgoto sanitário são:
aparelhos sanitários, desconectores, ralos, ramal de descarga, ramal de esgoto, tubo
de queda, coluna de ventilação, subcoletor, dispositivos de inspeção e coletor predial
(Figura 3). Cada componente será abordado a seguir com maiores detalhes.
Tubo de
queda
Coluna de
ventilação
ventilação
Ramal de
Ramal de
descarga
Ramal de
esgoto
3.2 DESCONECTORES
Os desconectores são dispositivos providos de fecho hídrico que tem como
objetivo impedir a passagem de gases no sentido oposto ao deslocamento do esgoto
(NBR 8160, 1999). Como pode ser observado na Figura 4, estes dispositivos podem ser
do tipo sifão ou caixas sifonadas. Os sifões usualmente atendem apenas um aparelho,
como, por exemplo, um lavatório, e a caixa sifonada um conjunto de aparelhos sanitários
de uma unidade habitacional. De acordo com a NBR 8160 (ABNT, 1999), todos os
aparelhos sanitários devem ser protegidos por desconectores, os quais devem ter um
fecho hídrico com uma altura mínima de 50 mm.
163
FIGURA 4 - EXEMPLOS DE DESCONECTORES
Entrada
Grelha
Entrada Gases
Fecho
Hídrico
Fecho Tubulação
Hídrico
primária
Gases
De acordo com a NBR 8160 (ABNT, 1999), todo dispositivo desconector deverá
ser ventilado. Nesse sentido, a norma estabelece na Tabela 1, a distância máxima entre
o desconector e o tubo de ventilação. Nos subtópicos a seguir, o tubo de ventilação será
abordado com maiores detalhes.
3.3 RALOS
Os ralos podem ser do tipo seco ou sifonado. Os ralos secos (Figura 5a) são
dispositivos sem proteção hídrica e os ralos sifonados (Figura 5b), dispositivos dotados
de desconector, ambos com grelha na parte superior (NBR 8160, 1999). De maneira
geral, os ralos secos recebem águas provenientes de chuveiro, pisos laváveis, áreas
externas, varandas, dentre outros. Contudo, este tipo de ralo não deve receber efluentes
de ramais de descarga (CARVALHO JÚNIOR, 2017).
164
FIGURA 5 - EXEMPLO DE RALO SECO (A) E RALO SIFONADO (B)
IMPORTANTE
O ramal de descarga da bacia sanitária deve ser ligado diretamente no
tubo de queda (Figura 6) ou diretamente à caixa de inspeção no caso de
edificação térrea.
Tubo de queda
Bacia
sanitária
Ramais de Ramal de
descarga ventilação
Ramal de esgoto
165
3.6 RAMAL DE VENTILAÇÃO
O ramal de ventilação é a tubulação que interliga o desconector, ou ramal de
descarga, ou ramal de esgoto de um ou mais aparelhos sanitários a uma coluna de
ventilação, como pode ser observado na FIGURA 3 (NBR 8160, 1999).
Cobertura
LV
BS
RS
3° Pavimento
i=2%
LV
BS
RS
2° Pavimento
i=2%
LV
BS
1° Pavimento RS
i=2%
Térreo
Subcoletor
3.9 SUBCOLETORES
Os subcoletores são tubulações horizontais que recebem os efluentes de um
ou mais tubos de queda ou ramais de esgoto. Nesse contexto, de acordo com Carvalho
Júnior (2017), os subcoletores devem preferencialmente ser construídos na parte não
edificada do terreno. Já em edifícios compostos por diversos pavimentos, usualmente
são fixados sob a laje de cobertura do subsolo, através de braçadeiras (Figura 9).
167
• a distância entre dois dispositivos de inspeção não deve ser superior a 25,00 m;
• a distância entre a ligação do coletor predial com o público e o dispositivo de inspeção
mais próximo não deve ser superior a 15,00 m;
• os comprimentos dos trechos dos ramais de descarga e de esgoto de bacias sanitárias,
caixas de gordura e caixas sifonadas, medidos entre os mesmos e os dispositivos de
inspeção, não devem ser superiores a 10,00 m.
168
NOTA
A utilização de caixas de gorduras pode ser exigida por códigos sanitários
estaduais e municipais. Entretanto, quando não for exigida por órgão
público componente, a sua utilização fica a critério do projetista. A sua
utilização em restaurantes, hospitais e indústrias é obrigatória em todo o
território nacional (CARVALHO JÚNIOR, 2017).
Tubo de ventilação
Última caixa
de inspeção
Esgoto
secundário Esgoto pr Coletor público 1,50 m
imário
Caixa sifonada
Coletor pr
edial
Máximo 15 m
4 DIMENSIONAMENTO
O dimensionamento das tubulações de um sistema predial de esgoto sanitário
é feito com base na contribuição de cada um dos aparelhos sanitários existentes no
sistema. Essa contribuição é representada pela Unidade Hunter de Contribuição (UHC).
Isto posto, cada aparelho sanitário possui um valor específico de UHC, que será utilizado
para fins de dimensionamento. Estes valores de UHC são estabelecidos pela NBR 8160
(ABNT, 1999). Desta forma, o diâmetro das tubulações é feito com base no número total
de UHC associadas aos aparelhos sanitários a que servirem.
169
Nesse contexto, o dimensionamento das tubulações de esgotos é feito trecho
a trecho. Tendo isto em vista e considerando que as UHC vão se acumulando à medida
que aumenta o número de aparelhos sanitários contribuintes no trecho, conforme
indicado na Figura 13, a ordem do dimensionamento corresponde ao sentido do fluxo
do esgoto sanitário, ou seja, inicia no ramal de descarga e, após isso, é realizado nos
demais trechos de tubulação do sistema predial.
170
TABELA 2 – UHC DOS APARELHOS SANITÁRIOS E DIÂMETRO MÍNIMO DOS RAMAIS DE DESCARGA
171
4.3 TUBO DE QUEDA
O diâmetro nominal dos tubos de queda é determinado a partir do número
de pavimentos da edificação e do somatório das UHC das tubulações contribuintes,
como pode ser observado na Tabela 4. Isto posto, como o tubo de queda deve possuir
diâmetro constante, considera-se no dimensionamento o somatório das UHC de todos
os aparelhos sanitários dos ramais de esgoto conectados ao tubo.
IMPORTANTE
No dimensionamento do tubo de queda é importante considerar que
(CARVALHO JÚNIOR, 2017):
• O diâmetro do tubo de queda não pode ser inferior ao diâmetro dos
seus ramais contribuintes;
• Para o tubo de queda que recebe efluentes de pias de cozinha, o
diâmetro mínimo deve ser de 75 mm.
172
TABELA 5 – DIMENSIONAMENTO DO COLETOR E SUBCOLETOR PREDIAL
IMPORTANTE
O coletor predial deve ter diâmetro nominal mínimo de 100 mm. Além
disso, para o dimensionamento do coletor predial e dos subcoletores de
prédios residenciais, deve ser considerado apenas o aparelho de maior
descarga de cada banheiro para o somatório de UHC. Entretanto, nos
demais casos devem ser considerados todos os aparelhos contribuintes
para o cálculo do número de UHC (NBR 8160, 1999).
173
4.6 COLUNA DE VENTILAÇÃO
Por fim, o diâmetro nominal das colunas de ventilação pode ser determinado a
partir da Tabela 7. Verifica-se que o diâmetro das colunas é função do somatório das UHC,
do diâmetro do tubo de queda ou ramal de esgoto e do comprimento da tubulação de
ventilação. De maneira geral, o comprimento da tubulação é estimado a partir da altura da
edificação. Para facilitar a compressão, vamos realizar um exemplo de dimensionamento
da coluna de ventilação de um tubo de queda com diâmetro de 100 mm (somatório de
UHC = 120) de um prédio com 15 andares. Desta forma, considerando um pé-direito
de 3 m, a altura total do edifício é de 45 m. Inicialmente na Tabela 7 identifica-se as
linhas correspondentes ao diâmetro do tubo de queda de 100 mm e, posteriormente,
determina-se qual a linha que mais se aproxima do valor de UHC = 120, que no caso
desse exemplo é o valor de UHC = 140. Nesse sentido, recomenda-se sempre adotar o
valor imediatamente superior, uma vez que, se for adotado o limite inferior, pode ocorrer
um subdimensionamento da tubulação. Posteriormente, considerando que a altura da
edificação é de 45 m, o valor de comprimento imediatamente superior é o valor de 61 m.
Por fim, obtém-se que o diâmetro da coluna de ventilação deve ser de 75 mm.
174
250 4000 - - - - 24 94 293 -
250 7200 - - - - 18 73 225 -
250 11000 - - - - 16 60 192 -
250 15000 - - - - 14 55 174 -
300 7300 - - - - 9 37 116 287
300 13000 - - - - 7 29 90 219
300 20000 - - - - 6 24 76 186
300 26000 - - - - 5 22 70 152
FONTE: NBR 8160 (1999, p. 12)
Exemplo de dimensionamento:
Dimensionar os ramais de descarga, ramal de esgoto, tubo de queda (TQ), ramal de
ventilação, coluna de ventilação e subcoletor que recebe o TQ de um edifício residencial
com 12 pavimentos, com 1 apartamento por pavimento e 1 banheiro por apartamento.
Considerar que cada banheiro é composto por 1 bacia sanitária, 1 chuveiro e 1 lavatório.
Além disso, adotar uma declividade de i=1%.
• Ramais de descarga:
O dimensionamento dos ramais de descarga da bacia sanitária, do chuveiro e do
lavatório é feito a partir da Tabela 2.
D bacia sanitária = 100 mm
D chuveiro = 40 mm
D lavatório = 40 mm
• Ramal de esgoto
Conforme anteriormente mencionado, o ramal de descarga da bacia sanitária deve ser
ligado diretamente ao tubo de queda. Desta forma, o ramal de esgoto do banheiro que
estamos dimensionamento receberá contribuições apenas do chuveiro e do lavatório.
Para o dimensionamento do ramal de esgoto, primeiro é necessário determinar o
somatório dos aparelhos de utilização ligados a este ramal. As UHC do chuveiro e do
lavatório também é determinada a partir da Tabela 2.
UHC chuveiro = 2
UHC lavatório = 1
ƩUHC = UHC chuveiro + UHC lavatório = 2 + 1 = 3
O dimensionamento do ramal de esgoto é feito a partir da Tabela 3.
Para ƩUHC = 3 – D ramal esgoto = 40 mm
• Tubo de queda
O tubo de queda será dimensionado considerado a contribuição de todos os aparelhos
de utilização de todos os andares do edifício.
Inicialmente determina-se o somatório de UHC por andar. Neste caso a bacia sanitária
também é considerada no cálculo.
175
ƩUHC andar = UHC chuveiro + UHC lavatório + UHC bacia sanitária = 2 + 1 + 6 = 9
Como a edificação é composta por 12 pavimentos, a contribuição total dos aparelhos
corresponde:
ƩUHC total = 12 x 9 = 108
Por fim, o dimensionamento do tubo de queda é feito a partir da Tabela 4.
ƩUHC total = 108 e edificação ˃ 3 andares - D tubo de queda = 100 mm.
• Subcoletor
Para o dimensionamento do subcoletor de um prédio residencial, deve ser considerado
apenas o aparelho de maior descarga de cada banheiro para o somatório de UHC. Desta
forma, para este exemplo, será considerado no cálculo apenas a bacia sanitária de cada
banheiro.
UHC bacia sanitária = 6
ƩUHC total = 12 x 6 = 72
O dimensionamento do subcoletor é feito a partir da Tabela 5.
i = 1% e ƩUHC total = 72 – D subcoletor = 100 mm.
• Ramal de ventilação
ƩUHC andar = UHC chuveiro + UHC lavatório + UHC bacia sanitária = 2 + 1 + 6 = 9
O dimensionamento do ramal de ventilação é feito a partir da Tabela 6.
ƩUHC andar = 9 e grupo com bacia sanitária – D ramal de ventilação = 50 mm
• Coluna de ventilação
D tubo de queda = 100 mm
ƩUHC total = 108
Considerando que o edifício possui 12 pavimento e cada andar tem um pé-direito de 3
m, a altura total do edifício é de 36 m.
O dimensionamento da coluna de ventilação é feito a partir da TABELA 7.
D tubo de queda = 100 mm - ƩUHC = 108 – Comp. = 36 m – D coluna de ventilação = 75 mm
5 MATERIAIS UTILIZADOS
Os materiais usualmente utilizados para as tubulações e conexões de sistemas
prediais de esgotos sanitários são o PVC (série normal e reforçada), o ferro fundido e a
manilha cerâmica. O PVC é o material mais utilizado, em decorrência da sua flexibilidade
e leveza. As tubulações de ferro fundido são incombustíveis, possuem alta resistência
contra choques mecânicos e elevada resistência à produtos químicos e a altas
temperaturas. Em função destas características, esse material geralmente é aplicado
em instalações aparentes, principalmente em garagens de subsolos. Já as manilhas
cerâmicas de maneira geral são empregadas em sistemas de esgoto de efluentes
industriais. Além disso, possuem elevada resistência à ação de solos agressivos
(CARVALHO JÚNIOR, 2017).
176
6 PROJETO DE INSTALAÇÃO PREDIAL
Em relação aos projetos de instalações prediais de esgoto sanitário, a Figura 14
apresenta as simbologias usuais para representação das tubulações, caixas e ralos deste
tipo de sistema predial. De maneira geral, as tubulações de esgoto são representadas
por linhas contínuas e as tubulações de ventilação por linhas tracejadas. Além disso, o
tubo de queda é representado pela sigla TQ e a coluna de ventilação pela sigla CV.
Esgoto sanitário
Ventilação Caixa de inspeção de esgoto
177
tratamento compatível com o seu custo e forma de funcionamento. Como pode ser
observado na Figura 15, estes dispositivos são câmaras destinadas a reter o esgoto
por um determinado período, permitindo a sua sedimentação e a retenção de material
graxo, como óleos e gorduras (JORDÃO; PESSÔA, 2011).
Onde:
V – volume útil da fossa séptica (L);
N – número de pessoas ou unidades de contribuição;
C – contribuição de despejos, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x dia (Tabela 8);
T – tempo de detenção (dias), consultar Tabela 9;
K – taxa de acumulação de lodo digerido em dias, equivalente ao tempo de acumulação
de lodo
fresco (Tabela 10);
Lf - contribuição de lodo fresco, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x dia (Tabela 8).
178
TABELA 8 – CONTRIBUIÇÃO DIÁRIA DE ESGOTO (C) E DE LODO FRESCO (LF) POR TIPO DE PRÉDIO
E DE OCUPANTE (EM LITROS)
Contribuição
Contribuição
Prédio Unidade lodo fresco
esgoto (C)
(Lf)
1 - Ocupantes permanentes
Residência
padrão alto pessoa 160,0 1,0
padrão médio pessoa 130,0 1,0
padrão baixo pessoa 100,0 1,0
Hotel (exceto lavanderia e cozinha) pessoa 100,0 1,0
Alojamento provisório pessoa 80,0 1,0
2 - Ocupantes temporários
Fábrical em geral pessoa 70,0 0,3
Escritório pessoa 50,0 0,2
Edifícios públicos ou comerciais pessoa 50,0 0,2
Escolas e locais de longa permanência pessoa 50,0 0,2
Bares pessoa 6,0 0,1
Restaurante e similares refeição 25,0 0,1
Cinemas, teatros e locais de curta
lugar 2,0 0,02
permanência
bacia
Sanitários públicos 480,0 4,0
sanitária
FONTE: NBR 7229 (1997, p. 4)
Tempo de detenção
Contribuição diária (L)
Dias Horas
Até 1500 1,00 24
De 1501 a 3000 0,92 22
De 3001 a 4500 0,83 20
De 4501 a 6000 0,75 18
De 6001 a 7500 0,67 16
De 7501 a 9000 0,58 14
Mais que 9000 0,50 12
FONTE: NBR 7229 (1997, p. 5)
179
TABELA 10 – TAXA DE ACUMULAÇÃO TOTAL DE LODO (K) EM DIAS, POR INTERVALO ENTRE LIMPEZAS
E TEMPERATURA DO MÊS MAIS FRIO
Exercício de dimensionamento:
Determinaremos o volume de uma fossa séptica que recebe o esgoto de uma residência
de alto padrão, habitada por 7 pessoas. Consideraremos que a temperatura do mês mais
frio é de 17 ⁰C e que a limpeza da fossa será realizada de 5 em 5 anos.
180
Posteriormente determinamos a taxa de acumulação de lodo digerido em dias (K), a
partir da Tabela 10.
t = 17 ⁰C e tempo de limpeza = 5 anos – K = 225 dias
181
NOTA
A demanda bioquímica de oxigênio (DBO) indica a quantidade de oxigênio
necessária para degradação da matéria orgânica. É o parâmetro mais
empregado para avaliar a poluição. Desta forma, quanto maior o valor do
DBO de um efluente, maior o impacto no corpo receptor.
RESUMO
Para relembrar, a Tabela apresenta todas as normas citadas neste tópico.
Norma Título
Sistemas prediais de esgoto sanitário -
NBR 8160 (ABNT, 1999)
Projeto e execução
Projeto, construção e operação de
NBR 7229 (ABNT, 1997)
sistemas de tanques sépticos
FONTE: A autora (2021)
182
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O dimensionamento das tubulações de esgoto é feito com base nas Unidades Hunter
de Contribuição (UHC) dos aparelhos sanitários.
183
AUTOATIVIDADE
1 Os ramais de esgoto são as tubulações que recebem os efluentes dos ramais de
descarga ou a partir de um desconector. Tendo isso em vista, dimensionar o diâmetro
de um ramal de esgoto que receberá contribuições dos ramais de descarga de uma
banheira, um chuveiro e um lavatório de uma residência.
a) ( ) D = 40 mm.
b) ( ) D = 50 mm.
c) ( ) D = 75 mm.
d) ( ) D = 100 mm.
a) ( ) D = 50 mm.
b) ( ) D = 75 mm.
c) ( ) D = 100 mm.
d) ( ) D = 150 mm.
a) ( ) D = 75 mm.
b) ( ) D = 100 mm.
c) ( ) D = 150 mm.
d) ( ) D = 200 mm.
1 INTRODUÇÃO
Os sistemas prediais de esgoto pluvial têm como objetivo a captação e o
escoamento da água das chuvas, evitando assim alagamentos e erosões no solo. Além
disso, visam proteger a edificação do contato com umidade excessiva, que pode ocasionar
diversas manifestações patológicas, principalmente infiltrações. Nesse contexto, o
sistema de esgoto pluvial deve ser destinado exclusivamente à coleta e condução da
água das chuvas, não sendo permitido interligações com outras instalações prediais,
como a rede de esgoto sanitário (CARVALHO JÚNIOR, 2017).
Como pode ser observado na Figura 17, o sistema predial de esgoto pluvial é
composto por calhas, condutores verticais e horizontais e demais dispositivos responsáveis
por captar a água da chuva e conduzi-la a um destino adequado. As calhas coletam a água
de chuva que cai sobre o telhado e a encaminha aos condutores verticais (prumadas de
descida). Posteriormente, essa água é conduzida até os coletores horizontais, que têm a
finalidade de recolher as águas pluviais dos condutores verticais ou da superfície do terreno
e conduzi-la até os locais permitidos pelos dispositivos legais.
Calha
Calha platibanda
beira
Condutor
Deságua vertical
na guia
Condutor horizontal
185
A norma brasileira que estabelece as exigências e critérios necessários aos
projetos das instalações de drenagem de água pluviais é a NBR 10844 (ABNT, 1989), a
qual visa garantir níveis aceitáveis de funcionalidade, segurança, conforto, durabilidade
e economia. Isto posto, este tipo de projeto de instalação predial deve ser concebido de
forma a atender as seguintes exigências: a condução da vazão até os locais permitidos,
estanqueidade, possibilitar a limpeza e desobstrução, não provocar ruídos excessivos e
resistir às pressões a que podem estar sujeitas.
2 CONCEITOS
Nos subtópicos a seguir serão abordados alguns conceitos que são fundamentais
para a concepção de projetos de esgoto pluvial.
186
2.2 INTENSIDADE PLUVIOMÉTRICA
A intensidade pluviométrica corresponde ao quociente entre a altura
pluviométrica precipitada num intervalo de tempo e este intervalo (NBR 10844, 1989).
Esse parâmetro será utilizado para o cálculo da vazão de projeto, a qual é utilizada
no dimensionamento de calhas e condutores verticais e horizontais, conforme será
apresentado nos subtópicos seguintes.
187
FIGURA 19 – EXEMPLOS DA DETERMINAÇÃO DE ÁREAS DE CONTRIBUIÇÃO
A=a.b A = (a + h/2) .b
A = ((a + b)/2) + (c . d)
A = a + b + (A1)2 + (A2)2
A = ((a + b)/2) + (c . d)
Como pode ser observado na Figura 19, são apresentadas diversas equações
para o cálculo da área de contribuição de uma cobertura para diferentes configurações.
Para uma superfície plana horizontal, basta multiplicar as duas dimensões da cobertura
para obtenção da área de contribuição. Além disso, existem configurações em que há
contribuição das superfícies verticais, as quais também englobadas no cálculo da área
de contribuição, visto que conduzem água e devem ser levadas em consideração no
dimensionamento de calhas e condutores verticais e horizontais.
Equação 2
188
Onde:
Rh – Raio hidráulico (m);
S – Área molhada (m²);
P – Perímetro molhado (m).
3 DIMENSIONAMENTO
Como pode ser observado na Figura 21, o dimensionamento de sistemas
prediais de esgotos pluviais envolve basicamente seis etapas. Inicialmente é necessário
determinar os fatores meteorológicos do local da edificação, a área de contribuição da
cobertura e a vazão de projeto. Posteriormente é feito o dimensionamento das calhas
e condutores verticais e horizontais. Nos subtópicos a seguir cada uma dessas etapas
será detalhada.
189
3.1 FATORES METEOROLÓGICOS
190
18 - Catalão / GO 132 174 198
19 - Caxambu / MG 106 137 -
20 - Caxias do Sul / RS 120 127 218
21 - Corumbá / MT 120 131 161
22 - Cruz Alta / RS 204 246 347
23 - Cuiabá / MT 144 190 230
24 - Curitiba / PR 132 204 228
25 - Encruzilhada / RS 106 126 158
26 - Fernando de Noronha / FN 110 120 140
27 - Florianópolis / SC 114 120 144
28 - Formosa / GO 136 176 217
29 - Fortaleza / CE 120 156 180
30 - Goiânia / GO 120 178 192
31 - Guaramiranga / CE 114 126 152
32 - Iraí / RS 120 198 228
33 - Jacarezinho / PR 115 122 146
34 - João Pessoa / PB 115 140 163
35 - Juaretê / AM 192 240 288
36 - km 47 - Rodovia Presidente Dutra / RJ 122 164 174
37 - Lins / SP 96 122 137
38 - Maceió / AL 102 122 174
39 - Manaus - AM 138 180 198
40 - Natal / RN 113 120 143
41 - Nazaré / RE 118 134 155
42 - Niteróis / RJ 130 183 250
FONTE: NBR 10844 (1989, p. 11)
191
3.3 VAZÃO DE PROJETO
A vazão de projeto dos componentes dos sistemas prediais de esgoto pluvial
pode ser determinada a partir da Equação 3.
Equação 3
Onde:
Q – Vazão de projeto (L/min);
I – Intensidade pluviométrica (mm/h);
A – Área de contribuição (m²)
Adicionalmente, a NBR 10844 (ABNT, 1989) define que quando a saída de água
de calhas em beiral ou platibanda, estiver a menos de 4 m de uma mudança de direção,
conforme representado na Figura 22, a vazão de projeto deverá ser multiplicada pelos
coeficientes apresentados na Tabela 14.
Exemplo de dimensionamento:
Qual a vazão de contribuição do condutor vertical de um telhado com 2 águas de 95 m²
cada, representado na Figura 23? Considerar no cálculo uma intensidade pluviométrica
de I = 174 mm/h.
192
FIGURA 23 – EXERCÍCIO PARA DETERMINAÇÃO DA VAZÃO DE CONTRIBUIÇÃO DE UM CONDUTOR
VERTICAL
95 m2
95 m2
Vazão na calha:
Equação 4
Onde:
Q – Vazão de projeto (L/min);
S – Área molhada (m²);
Rh – Raio hidráulico (m);
i – Declividade da calha (m/m);
ᶯ - Coeficiente de rugosidade, determinado pela TABELA 15 em função do tipo
de material;
K = 60.000.
Material
Plástico, fibrocimento, aço, metais não-ferrosos 0,011
Ferro fundido, concreto alisado, alvenaria revestida 0,012
Cerâmica, concreto não-alisado 0,013
Alvenaria de tijolos não-revestida 0,015
FONTE: NBR 10844 (1989, p. 6)
193
Para simplificar o cálculo do raio hidráulico da seção da calha, também é possível
utilizar a Tabela 16 para dimensionamento das calhas. A tabela em questão é válida para
calhas semicirculares, como coeficiente de rugosidade de ᶯ = 0,011. Os valores de vazão
que constam na Tabela 16 foram calculados a partir da fórmula de Manning-Strickler,
considerando uma lâmina de água igual à metade do diâmetro interno.
Exemplo de dimensionamento:
Determinar o diâmetro de uma calha semicircular de PVC para atender uma vazão de
projeto de 250 L/min. Considerar uma declividade de 1%.
Considerando que se trata de uma calha semicircular de PVC (ᶯ = 0,011), podemos utilizar
a Tabela 16 para o dimensionamento. Basta consultar a Tabela 16 para a determinação
do diâmetro da calha. Uma calha com diâmetro de 100 mm possui uma capacidade de
vazão de 183 L/min. Desta forma, precisaremos de um diâmetro maior. Analisando um
diâmetro de 125 mm, verificamos que o mesmo possui uma capacidade de vazão de 333
L/min, atendendo o valor de projeto de 250 L/min. Desta forma, para este exemplo, a
calha deve apresentar D=125 mm.
194
Cálculo do raio hidráulico:
195
FIGURA 25 – ÁBACO PARA A DETERMINAÇÃO DO DIÂMETRO DE CONDUTORES VERTICAIS COM CALHA
COM FUNIL DE SAÍDA
Exemplo de dimensionamento:
Qual o diâmetro do condutor vertical para escoar 1400 L/min em um condutor com 3
metros? Considerar calha com funil de saída.
Como pode ser observado na Figura 26, inicialmente entra-se com o valor da vazão
em L/min no eixo horizontal do ábaco. Posteriormente, prolonga-se a linha até que a
mesma intercepte a curva correspondente ao compirmento (L=3 m). Por fim, obtem-se
de maneira direta o diâmetro da calha (D = 90 mm). O diâmetro comercial mais próximo
ao valor calculado é D = 100 mm.
196
Na Tabela 17, Carvalho Júnior (2017) apresenta um método simplificado para
o pré-dimensionamento de condutores verticais que leva em consideração a área da
cobertura e a seção do condutor. Compo pode ser observado, a tabela indica a relação
entre o diâmetro do condutor e a área máxima da cobertura que pode ser drenada pelo
mesmo. Para o pré-dimensionamento, inicialmente fixa-se o diâmetro do condutor e
determina-se o número de condutores necessários, considerando a área máxima de
cobertura que cada tubulação poderá escoar.
Área máxima de
Diâmetro (mm) Vazão (l/s)
cobertura (m²)
50 0,57 14
75 1,76 42
100 3,78 90
125 7,00 167
150 11,53 275
200 25,18 600
FONTE: Carvalho Júnior (2017, p. 221)
Exemplo de dimensionamento:
Calcular o número de condutores verticais necessário para o escoamento de águas
pluviais de um telhado cuja área de contribuição é 300 m². Considerar diâmetro de 100
mm para os condutores e seção circular.
Equação 5
197
3.6 DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES HORIZONTAIS
No que tange ao dimensionamento dos condutores horizontais de sistemas
prediais de esgoto pluvial, a norma NBR 10844 (ABNT, 1989) define que os mesmos
devem ser projetados sempre que possível com declividade uniforme, com valor mínimo
de 0,5%. O dimensionamento dos condutores horizontais pode ser realizado através da
Tabela 18. A tabela em questão é válida para condutores de seção circular, considerando
um escoamento com lâmina de altura igual a 2/3 do diâmetro interno do tubo. Como
pode ser observado, o dimensionamento é função do coeficiente de rugosidade do
material, da declividade adotada e da vazão de projeto (L/min).
150 602 847 1190 1690 552 777 1100 1550 509 717 1010 1430
200 1300 1820 2570 3650 1190 1670 2360 3350 1100 1540 2180 3040
250 2350 3310 4660 6620 2150 3030 4280 6070 1990 2800 3950 5600
300 3820 5380 7590 10800 3500 4930 6960 9870 3230 4550 6420 9110
Exemplo de dimensionamento:
Qual deve ser o diâmetro do condutor horizontal circular de PVC para escoar uma vazão
de 1200 l/min? Suponha declividade de 2%. Como pode ser observado na Figura 27,
incialmente entra-se com a rugosidade do PVC (ᶯ = 0,011) e com a declividade adotada
(2%). Posteriormente, verifica-se qual valor atende à vazão de 1200 L/min, que no caso
do exemplo é o valor de 2570 L/min. Por fim, obtém-se de maneira direta o diâmetro do
condutor horizontal (D = 200 mm).
198
FIGURA 27 – EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO CONDUTOR HORIZONTAL
199
FIGURA 29 – EXEMPLO DE PROJETO DE ESGOTO PLUVIAL DE UMA RESIDÊNCIA
GIO
Para relembrar, a Tabela 19 apresenta todas as normas citadas neste tópico.
Norma Título
200
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
201
AUTOATIVIDADE
1 Previamente ao dimensionamento das calhas e condutores verticais e horizontais
de um sistema predial de esgoto pluvial é necessário determinar a vazão de projeto.
Tendo isto em vista, determine qual a vazão de projeto de uma residência localizada
em Curitiba (PR), que terá uma área de contribuição de 210 m². Considerar um período
de retorno de 5 anos.
a) ( ) 714 L/min.
b) ( ) 823 L/min.
c) ( ) 867 L/min.
d) ( ) 902 L/min.
2 Dimensionar o diâmetro de uma calha de seção semicircular que irá conduzir uma
vazão de projeto de 150 L/min. Considerar que o material da calha será de PVC.
Adotar uma lâmina de água igual à metade do diâmetro interno da calha e uma
declividade de 1%.
a) ( ) D = 100 mm.
b) ( ) D = 125 mm.
c) ( ) D = 150 mm.
d) ( ) D = 200 mm.
3 Dimensionar o diâmetro de uma calha de seção semicircular que irá conduzir uma
vazão de projeto de 426 L/min. Considerar que o material da calha será de PVC.
Adotar uma lâmina de água igual à metade do diâmetro interno da calha e uma
declividade de 2%.
a) ( ) D = 100 mm.
b) ( ) D = 125 mm.
c) ( ) D = 150 mm.
d) ( ) D = 200 mm.
202
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
INSTALAÇÕES PREDIAIS DE PREVENÇÃO
CONTRA INCÊNDIO E DE DISTRIBUIÇÃO
DE GÁS COMBUSTÍVEL
1 INTRODUÇÃO
É evidente a importância de sistemas e instalações adequadas de prevenção e
combate ao incêndio para garantir a segurança e integridade da edificação e de seus
usuários. No Brasil, após a ocorrência do incêndio da Boate Kiss em Santa Maria (RS), que
resultou na morte de centenas de vítimas, evidenciou-se a importância de um sistema
adequado de combate e prevenção à incêndios e a importância do atendimento das
normativas pertinentes. Além das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), cada estado possui uma legislação de segurança contra incêndio e pânico
distinta, que também deve ser atendida pelos projetistas (CARVALHO JÚNIOR, 2017).
NOTA
As instruções normativas do Estado de Santa Catarina contra incêndio
podem ser consultadas no link a seguir: https://dsci.cbm.sc.gov.br/index.
php/pt/cidadao/instrucoes-normativas-in
203
Além disso, neste tópico também abordaremos sobre o sistema de distribuição
de gás combustível. Nessa conjuntura, devem ser seguidos os requisitos estabelecidos
pela NBR 15526 (ABNT, 2016). A referida norma se aplica para o projeto e execução de
redes de distribuição interna de gases combustíveis em instalações residenciais que
não excedam pressão de operação de 150 kPa e que são abastecidas por canalização
de rua ou por uma central de gás, sendo o gás conduzido até os pontos de utilização
através de um sistema de tubulações. A norma possui aplicação para os seguintes
gases combustíveis: gás natural (GN), gases liquefeitos de petróleo, como o GLP,
propano, butano, e em mistura ar-GLP. Tendo isso em vista, será apresentado o método
de dimensionamento de um sistema de distribuição de gás, conforme estabelecido pela
NBR 15526 (ABNT, 2016).
204
3 MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO
Os métodos de extinção do fogo podem ser classificados em: extinção por
resfriamento, extinção por abafamento e extinção por isolamento.
205
4.1 MEDIDAS ATIVAS DE PROTEÇÃO
As medidas ativas de proteção são aquelas que entrarão em ação na ocorrência
de um incêndio. Podem ter acionamento através de sistemas manuais ou automáticos
(CARVALHO JÚNIOR, 2017). Nos subtópicos a seguir serão apresentados alguns
exemplos das medidas ativas de proteção.
FONTE: <https://www.sistemasdeincendio.com.br/imagens/mpi/alarme-de-incendio-01.jpg>
Acesso em: 21 jun. 2021.
206
desligar automaticamente após o seu retorno. A Figura 31 exemplifica uma luminária de
emergência destinada a este fim. Quanto à alimentação deste sistema, o mesmo pode
ser realizado por grupos motogeradores, por central de baterias ou por baterias de bloco
autônomo (CARVALHO JÚNIOR, 2017).
IMPORTANTE
A NBR 10898 (ABNT, 2013) estabelece diversas características a
respeito do sistema de iluminação de emergência.
207
4.1.4 Sistema de proteção por extintores
Os extintores têm por finalidade realizar o combate imediato e rápido de
pequenos focos de incêndio (SIMIANO; BAUMEL, 2013). São constituídos por substâncias
com diversas características tais como: água, espuma, neblina de água, gás carbônico,
pó carboquímico, dentre outras. O tipo de extintor mais adequado para cada situação é
definido com base na classificação do incêndio, conforme pode ser consultado na Tabela
21. Como pode ser observado na Figura 33, os extintores podem ser do tipo portáteis ou
sobre rodas, também conhecidos como extintores sobre carretas.
IMPORTANTE
A seleção e instalação de extintores de incêndio deve ser realizada de
acordo com a NBR 12693 (ABNT, 2021).
208
Quanto ao posicionamento dos extintores, os mesmos devem estar
localizados em regiões de fácil acesso, visíveis aos usuários e protegidos contra
choques mecânicos. Estes componentes não devem ser localizados em escadas e
em locais que possam ser bloqueados pelo fogo em caso de incêndio. Além disso,
devem estar acompanhados de sinalização de emergência, conforme previamente
apresentado (CARVALHO JÚNIOR, 2017).
NOTA
Quer saber mais sobre o funcionamento dos sprinklers?
Assista o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=govqI5kqh54
209
Além das Instruções Técnicas cabíveis em função da localização da edificação, a
elaboração dos sistemas de proteção por sprinklers também deve atender as especificações
da NBR 10897 (ABNT, 2020). Esta norma estabelece os requisitos para instalação de
sistemas de proteção por chuveiros automáticos, bem como aspectos como características
de suprimento de água, seleção dos tipos de chuveiros e todos os materiais necessários.
A NBR 10897 (ABNT, 2020) também fornece critérios para determinação do espaçamento,
localização e área de cobertura dos chuveiros automáticos.
IMPORTANTE
A NBR 13714 (ABNT, 2000) fixa as condições exigíveis para dimensionamento,
instalação, manutenção, aceitação e manuseio, bem como as características,
dos componentes de sistemas de hidrantes e de mangotinhos para uso
exclusivo de combate a incêndio.
210
4.2 MEDIDAS PASSIVAS DE PROTEÇÃO
Já as medidas passivas são independentes da ação do incêndio, ou seja, são
consideradas no projeto arquitetônico da edificação. Como exemplo cita-se a previsão de
saídas de emergência, a compartimentação, tempo de resistência ao fogo da estrutura,
controle dos materiais de acabamento e revestimento, dentre outras (CARVALHO
JÚNIOR, 2017). Nos subtópicos a seguir serão abordadas com maiores detalhes duas
medidas, sendo estas: separação entre as edificações e compartimentação.
4.2.2 Compartimentação
A compartimentação de uma edificação pode ser do tipo horizontal e vertical.
A compartimentação horizontal visa impedir a propagação de incêndios para outros
ambientes no mesmo plano horizontal. Paredes e portas-fogo (Figura 37), registros
corta-fogo nos dutos, afastamentos horizontais entre as aberturas, dentre outras
soluções se enquadram nessa categoria. Nesse contexto, destacam-se as portas
corta-fogo que também asseguram o isolamento e proteção das rodas de fuga em
situações de incêndio. Intuitivamente, a compartimentação vertical é destinada a
impedir a propagação de incêndios entre pavimentos. Alguns exemplos deste tipo de
compartimentação são: pisos corta-fogo, enclausuramentos de poços de elevadores e
escadas, dentre outros.
211
FIGURA 37 – PORTA CORTA-FOGO
212
QUADRO 1 – CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES
C Comercial Comércio com média Edifícios de lojas de departamentos, magazines, armarinhos, galerias comerciais,
C-2 e alta carga de supermercados em geral, mercados, bebidas destiladas, brinquedos, calçados,
incêndio drogarias, artigos em couro, artigos esportivos, livrarias, têxteis, móveis e outros
Local para prestação Escritórios administrativos ou técnicos, instituições financeiras (que não estejam
de serviço profissional
D-1 ou condução
incluídas em D-2), repartoções públicas, cabeleireiros, centros profissionais e
assemelhados, agências de correios, processamento de dados
de negócio
• a ocupação ou uso;
• a área total construída;
• a altura ou número de pavimentos;
• a carga de incêndio;
• a capacidade de lotação;
• os riscos especiais.
Nesse contexto, a IN 4 (CBM, 2020) define carga de incêndio como a soma das
energias caloríficas que podem ser liberadas pela combustão completa de todos os
materiais combustíveis no interior da edificação, inclusive os revestimentos de: paredes,
divisórias, pisos e tetos. Já a carga de incêndio específica pode ser compreendida como
o valor da carga de incêndio dividido pela área de piso do espaço considerado. Os valores
da carga de incêndio específica podem ser calculados pelo método determinístico
expresso pela Equação 6 (IN 3, 2020).
213
Equação 6
Onde:
qfi - valor de carga de incêndio específica, em megajoule por metro quadrado de área de
piso considerado para o cálculo (MJ/m²);
mi - massa de cada componente i do material combustível, em quilograma (kg);
Hi - potencial calorífico específico de cada componente do material combustível,
conforme QUADRO 2;
Af - área do piso considerado para o cálculo, em metro quadrado (m²).
Exemplo de cálculo:
Um armazém com 800 m² de área construída possui os seguintes materiais: 15 ton. de
celulose, 1,5 ton. de madeira e 20 ton. de plástico. Calcularemos a carga de incêndio
específica da construção.
Inicialmente é necessário determinar o potencial calorífico de cada material (QUADRO 2).
Celulose – 16 MJ/kg;
Madeira – 19 MJ/kg;
Plástico – 31 MK/kg
Cálculo da carga de incêndio:
215
6 INSTALAÇÕES PREDIAIS DE DISTRIBUIÇÃO DE GÁS
COMBUSTÍVEL
De acordo com Macintyre (1990) as instalações de distribuição de gás
combustível são aquelas destinadas a distribuir o gás no interior de uma edificação, para
fins de aquecimento e para consumo em fogões, aquecimento de água e equipamentos
industriais. Nesse contexto, conforme previamente mencionado, a norma que fornece
os requisitos para redes de distribuição interna de gases combustíveis é a NBR 15526
(ABNT, 2012), a qual será utilizada como base neste tópico do livro.
216
6.1 MATERIAIS EMPREGADOS
Quanto ao material das tubulações, a NBR 15526 (ABNT, 2012) cita tubos de aço-
carbono, de cobre rígido e flexível e de polietileno. As tubulações de polietileno devem
ser utilizadas em trechos enterrados e externos à edificação. Em locais suscetíveis a
choques mecânicos, quando as tubulações forem aparentes, devem ser devidamente
protegidas. Além disso, deve ser prevista proteção contra a corrosão das tubulações,
principalmente para materiais metálicos.
INTERESSANTE
De acordo com a NBR 15526 (ABNT, 2021), a rede de distribuição interna
aparente deve ser identificada através de pintura da tubulação na cor
amarela, como exemplificado na Figura 40a. Em fachadas e no interior das
residências a norma permite a pintura da tubulação na cor da fachada ou
com cor adequada, desde que a tubulação e os suportes de fixação sejam
identificados com a palavras gás no máximo a cada 10 m. Já a rede de
distribuição interna enterrada deve ser identificada através da colocação de
fita plástica de advertência por toda a sua extensão (Figura 40b).
6.2 DIMENSIONAMENTO
Para o dimensionamento do sistema de distribuição de gás deve ser levantado
o perfil de consumo de gás da edificação, ou seja, quais os aparelhos de gás que serão
utilizados. O dimensionamento da tubulação de gás deve ser realizado de modo a
atender à máxima vazão necessárias para alimentar os aparelhos a gás, considerando
a pressão adequada para sua operação. Isto posto, cada trecho de tubulação deve
ser dimensionado através da soma das vazões dos aparelhos a gás por ele servidos
e a perda de carga máxima admitida. Nessa conjuntura, para o dimensionamento das
tubulações devem ser observados os seguintes aspectos (NBR 15526, 2012):
217
• A pressão máxima da rede de distribuição interna deve ser 150 kPa;
• A pressão da rede de distribuição interna de unidades habitacionais deve ser limitada
a 7,5 kPa;
• A perda de carga máxima admitida para cada trecho de rede que alimenta diretamente
um aparelho a gás deve ser de 10 % o valor da pressão de operação;
• A perda de carga máxima admitida para cada trecho de rede que alimenta um
regulador de pressão deve ser de 30 % o valor da pressão de operação;
• A velocidade máxima admitida na rede é de 20 m/s.
Potência
Potência nominal
Aparelho a gás Características nominal média
média (kW)
(kcal/h)
Fogão duas bocas Portátil 2,9 2494
Fogão duas bocas De bancada 3,6 3096
Fogão quatro bocas Sem forno 8,1 6966
Fogão quatro bocas Com forno 10,8 9288
Fogão cinco bocas Sem forno 11,6 9976
Fogão cinco bocas Com forno 15,6 13390
Fogão seis bocas Sem forno 11,6 9976
Fogão seis bocas Com forno 15,6 13390
Forno De parede 3,5 3010
Aquecedor de passagem 6 L/min 10,5 9000
Aquecedor de passagem 8 L/min 14 12000
Aquecedor de passagem 10 - 12 L/min 17,4/20,9 15000/18000
Aquecedor de passagem 15 L/min 25,6 22000
Aquecedor de passagem 18 L/min 30,2 26500
Aquecedor de passagem 25 L/min 41,9 36000
Aquecedor de passagem 30 L/min 52,3 45500
Aquecedor de passagem 35 L/min 57 49000
Aquecedor de acumulação 50 L 5,1 4360
Aquecedor de acumulação 75 L 7 6003
Aquecedor de acumulação 100 L 8,2 7078
Aquecedor de acumulação 150 L 9,5 8153
218
Aquecedor de acumulação 200 L 12,2 10501
Aquecedor de acumulação 300 L 17,4 14998
Secadora de roupa 7 6020
FONTE: Adaptado de NBR 15526 (2012)
Equação 7
Onde:
A – Potência adotada (kcal/h);
F – Fator de simultaneidade (adimensional);
C – Potência computada (kcal/h).
Equação 8
Onde:
Q – Vazão de gás, expressa em normal metros cúbicos por hora (Nm³/h);
A – Potência computada (kcal/h);
PCI – Poder calorífico inferior do gás (kcal/m³). Adotar o valor de 8 600 kcal/m³ para o
gás natural (GN) e de 24 000 kcal/m³ para o gás liquefeito de petróleo (GLP).
219
Equação 9
Onde:
V – Velocidade (m/s);
Q – Vazão de gás (Nm³/h);
P – Pressão manométrica de operação (kgf/m²);
D – Diâmetro interno da tubulação (mm).
Diâmetro
Cotovelo 90⁰ Cotovelo 45⁰ Tê
nominal (mm)
15 1,1 0,4 2,3
22 1,2 0,5 2,4
28 1,5 0,7 3,1
35 2 1 4,6
FONTE: Adaptado de NBR 15526 (2012)
NOTA
Perda de carga localizada: perdas ocasionadas por conexões, válvulas,
registros, dentre outros (CARVALHO JÚNIOR, 2014). Usualmente é expressa
através de um comprimento de tubulação equivalente.
Exemplo de cálculo:
Determinaremos a vazão de gás da rede de distribuição interna de uma residência
que contêm os seguintes aparelhos a gás: fogão de 6 bocas com forno, aquecedor de
passagem com vazão de 10 L/min e secadora de roupa. Iremos adotar a utilização de
gás natural.
220
Inicialmente é necessário determinar a potência nominal de cada aparelho a partir da
Tabela 22.
Fogão de 6 bocas com forno – 13.390 kcal/h
Aquecedor de passagem (10 L/min) – 15.000 kcal/h
Secadora de roupa – 6.020 kcal/h
221
LEITURA
COMPLEMENTAR
PARÂMETROS PARA GARANTIA DA QUALIDADE DO PROJETO DE SEGURANÇA
CONTRA INCÊNDIO EM EDIFÍCIOS ALTOS
Rosaria Ono
(a) precaução contra o início do incêndio: o único composto de medidas de prevenção que
visam a controlar eventuais fontes de ignição e sua interação com materiais combustíveis;
(b) limitação do crescimento do incêndio: composto de medidas de proteção que visam
a dificultar, ao máximo, o crescimento do foco do incêndio, de forma que este não se
espalhe pelo ambiente de origem, envolvendo materiais combustíveis presentes no
local e elevando rapidamente a temperatura interna do ambiente;
(c) extinção inicial do incêndio: composto de medidas de proteção que visam a facilitar a
extinção do foco do incêndio, de forma que ele não se generalize pelo ambiente;
(d) limitação da propagação do incêndio: composto de medidas de proteção que visam
a impedir o incêndio de se propagar para além do seu ambiente de origem;
(e) evacuação segura do edifício: visa a assegurar a fuga dos usuários do edifício, de
forma que todos possam sair com rapidez e em segurança;
(f) precaução contra a propagação: visa a dificultar a propagação do incêndio para outros
edifícios próximos daquele de origem do fogo; (g) precaução contra o colapso estrutural:
visa a impedir a ruína parcial ou total da edificação atingida. As altas temperaturas, em
função do tempo de exposição, afetam as propriedades mecânicas dos elementos
estruturais, podendo enfraquecê-los, até que provoquem a perda de sua estabilidade; e
(h) rapidez, eficiência e segurança das operações: visa a assegurar as intervenções
externas para o combate ao incêndio e o resgate de eventuais vítimas.
As medidas de proteção contra incêndio podem ser, por sua vez, divididas em duas
categorias: as medidas de proteção passiva; e as medidas de proteção ativa. As principais
medidas de proteção passiva e ativa são apresentadas no Quadro 1, classificadas em função
dos objetivos da proteção definidos pelos elementos propostos por Berto (1998).
222
Verifica-se, conforme mostrado no Quadro 1, que as medidas passivas de
proteção contra incêndio têm papel destacado na segurança contra incêndio das
edificações. Dessa forma, é importante garantir que tais medidas apresentem o
desempenho desejado numa situação de incêndio.
223
A possibilidade de acesso da via até pelo menos uma das fachadas do edifício
atingido utilizando os equipamentos dos bombeiros é sempre desejável, pois permite
que intervenções de combate ou salvamento pelo exterior sejam viabilizadas.
(a) radiação térmica, emitida pelo edifício incendiado, através de: aberturas existentes na
fachada; da cobertura; chamas que saem pelas aberturas na fachada ou pela cobertura;
e, ainda, chamas desenvolvidas pela própria fachada, quando esta for composta de
materiais combustíveis; e
(b) convecção, quando os gases quentes emitidos pelas aberturas existentes na fachada
ou pela cobertura do edifício incendiado atingem a fachada do edifício adjacente.
(a) paredes corta-fogo para subdivisão de grandes áreas de pavimento, do piso ao teto
ou à cobertura;
224
(b) portas corta-fogo, nas aberturas das paredes corta-fogo destinadas à circulação de
pessoas e de equipamentos; e
(c) registros corta-fogo, nos dutos de ventilação e nos dutos de exaustão, entre outros,
que transpassam as paredes corta-fogo; e
(d) selos corta-fogo, nas passagens de cabos elétricos e em tubulações por paredes
corta-fogo.
(a) fachadas cegas, abas verticais e abas horizontais com resistência ao fogo sob as
aberturas na envoltória do edifício, que dificultam a propagação de chamas e dos gases
quentes pelas aberturas nos pisos consecutivos da fachada;
(b) enclausuramento de caixas de escadas através de paredes e portas corta-fogo, pois
estas intercomunicam vários pavimentos, podendo se tornar um meio de propagação
vertical de chamas, calor e fumaça internamente ao edifício;
(c) registros corta-fogo, nos dutos de ventilação, dutos de exaustão, entre outros, que
intercomunicam os pavimentos;
(d) entrepisos corta-fogo; e
(e) selos corta-fogo, nas passagens de cabos elétricos e em tubulações entre os pavimentos.
225
(b) isolamento térmico: permite avaliar se o calor transmitido por radiação e condução
através da superfície do elemento construtivo pode ameaçar a segurança das pessoas
e dos objetos que se encontram na face não exposta ao fogo aos efeitos do incêndio; e
(c) estabilidade: permite avaliar se o elemento ou sistema construtivo não perde seu
caráter funcional (seja este portante ou simplesmente de vedação), ou seja, não
apresenta ruína durante o tempo de ensaio.
226
As rotas de fuga ou saídas de emergência são projetadas para garantir a saída
dos ocupantes de edifícios em situações emergenciais, de forma segura e rápida, de
qualquer ponto até um local seguro, normalmente representado por uma área livre e
afastada do edifício. Um projeto adequado deve permitir que todos abandonem as áreas
de risco num período mínimo através das saídas.
Quanto maior o risco, mais fácil deve ser o acesso até uma saída, pois, dependendo
do tipo de construção, das características dos ocupantes e dos sistemas de proteção
existentes, o fogo e/ou a fumaça podem impedir rapidamente sua utilização. Para evitar tal
inconveniência, a provisão de duas saídas independentes é fundamental, exceto onde o
edifício ou o ambiente em questão apresentam dimensões tão pequenas ou são arranjados
de tal forma que uma segunda saída não aumentaria a segurança dos ocupantes.
Além de permitir o abandono seguro dos edifícios pelos seus ocupantes, um bom
projeto de saídas de emergência deve, também, proporcionar às equipes de salvamento
e combate ao fogo um fácil acesso ao interior do edifício. Disso pode depender o sucesso
das operações dessas equipes em salvar vidas e reduzir perdas patrimoniais.
227
A avaliação da combustibilidade de materiais assim como da quantidade de calor
liberado na sua combustão é realizada por meio de ensaios laboratoriais mundialmente
conhecidos e denominados genericamente de Ensaio de Incombustibilidade e Ensaio de
Determinação do Poder Calorífico, respectivamente.
FONTE: https://seer.ufrgs.br/ambienteconstruido/article/view/3731
RESUMO
Para relembrar, a Tabela 25 apresenta um resumo de todas as normas
citadas neste tópico.
Norma Título
Edificações habitacionais — Desempenho - Parte 1: Requisitos
NBR 15575-1 (ABNT, 2013)
gerais
NBR 10898 (ABNT, 2013) Sistema de iluminação de emergência
228
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A classificação dos incêndios é feita com base nas características dos combustíveis;
229
AUTOATIVIDADE
1 Os incêndios são comumente classificados nas classes A, B, C, D e K de acordo com
as características dos combustíveis que os originam. Tendo isto em vista, assinale a
alternativa CORRETA a respeito da classe de incêndio das seguintes situações:
a) ( ) 470 MJ/m².
b) ( ) 585 MJ/m².
c) ( ) 612 MJ/m².
d) ( ) 775 MJ/m².
231
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR (CBM). IN 4 – Terminologia de segurança contra
incêndio. Santa Catarina, 2020.
GUIDO, L. M. M.; NETO, S. A.; SOUZA JUNIOR, F. N.; IZQUIEREDO, I. S.; SERRA, S. M. B.
Tecnologia BIM aplicada a compatibilização de projeto na construção civil. In: XXV
Simpósio de Engenharia de Produção, Bauru, 2018.
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ANOTAÇÕES
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