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A PERIODIZAÇÃO TÁTICA NO TREINAMENTO DE FUTSAL

GUILHERME AMORIM DE MORAES CRUZ1


IBERÊ CALDAS SOUZA LEÃO 2

RESUMO

Este trabalho tem como finalidade demonstrar a importância da utilização da


periodização tática (PT) no treinamento de equipes, em particular com a modalidade
futsal. Trata-se de uma pesquisa que teve como objetivo principal Demonstrar a
importância da utilização da periodização tática (PT) no treinamento de equipes, em
particular com a modalidade futsal. Torna-se necessário ressaltar que neste trabalho
não procuramos entender a quadra como sendo o único local apropriado e
reservado para o treinamento, mas procuramos observá-la e analisá-la como um dos
locais que são mais frequentados e utilizados pelos treinadores e atletas desta
modalidade esportiva durante a realização de suas atividades práticas e
treinamentos, principalmente no futsal. Quanto aos procedimentos metodológicos,
foi realizada uma pesquisa de caráter bibliográfico. Sendo utilizada para coletas de
dados, artigos e livros de professores e treinadores que se dedicam ao estudo e
desenvolvimento do futsal e que são também relacionados à Educação Física, bem
como, foi feita a análise de alguns artigos, utilizados para a sugestão e implantação
da periodização tática, dentro das aulas e treinamentos do futsal. Desta forma,
acredita-se que através da PT os atletas poderão se desenvolver cada vez mais,
tanto na modalidade futsal como em outros aspectos relevantes que estão inseridos
nas diversas capacidades da modalidade.

Palavras-chave: Atletas, Futsal, Periodização Tática (PT), Princípio e Treinamento.

1
Graduado em Educação Física Licenciatura pela Universidade Federal de Sergipe; Pós-Graduado em Educação
Física Escolar com ênfase em Esportes Individuais e Coletivos pela Faculdade São Luiz de França; Pós-
Graduado em Treinamento Desportivo pela Faculdade Uniasselvi. e-mail: guibagage@hotmail.com.
2
Graduação em Educação Física pela Universidade Federal de Pernambuco; Mestrado em Ciências do Desporto
pela Universidade do Porto; Doutorado em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento pela Universidade
Federal de Pernambuco; Atualmente é professor efetivo da Universidade Federal de Pernambuco; Professor
titular da Universidade Federal de Pernambuco; Professor adjunto do Centro Acadêmico de Vitória. e-mail:
iberecaldas@gmail.com.
2

THE PERIODIZATION TACTICS IN FUTSAL TRAINING

ABSTRACT

This work aims to demonstrate the importance of the use of tactical periodization
(PT) in team training, in particular with the futsal modality. It is a research that had as
main objective the accomplishment of the sport practice of futsal in school
institutions, clubs, inside the schools and futsal training, through the tactical
periodization being offered to the athletes. It is necessary to emphasize that in this
work we do not try to understand the court as the only appropriate and reserved
place for the training, but we try to observe it and analyze it as one of the places that
are most frequented and used by the coaches and athletes of this modality during
their practical activities and training, especially in futsal. As for the methodological
procedures, a bibliographic research was carried out. Being used for collecting data,
articles and books of teachers and coaches that are dedicated to the study and
development of futsal and that are also related to Physical Education, as well as, it
was done the analysis of some articles, used for the suggestion and implantation of
the cognitive games within futsal classes. In this way, it is believed that through PT
the athletes will be able to develop more and more, both in futsal mode and in other
relevant aspects that are inserted in the diverse capacities of the modality.

Keywords: Athletes, Futsal, Tactical Periodization (PT), Principle and Training.

1.1 OBJETIVOS DA PESQUISA


1.1.2 – Objetivo Geral
• Demonstrar a importância da utilização da periodização tática (PT) no
treinamento de equipes, em particular com a modalidade futsal;

1.1.3 – Objetivos Específicos


• Pensar o futsal dentro das práticas de treinamento através da
Periodização Tática;

• Contribuir para o desenvolvimento dos atletas através de treinamentos


e princípios voltados para a Periodização Tática no futsal.

1.2 – JUSTIFICATIVA
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Esta pesquisa apresenta os jogos cognitivos dentro da aula de futsal


como fator importante para a prática esportiva e para as aulas de Educação Física.
Desta forma, vem mostrar e propor que não se pode trabalhar o futsal sem se
pensar na formação cognitiva desses alunos, apenas o rolar a bola ou o fazer por
fazer. É necessário que se tenha uma boa estrutura e que os professores tenham
uma formação de nível superior adequada, para que eles possam desenvolver todo
o processo de aprendizagem desses alunos, durante as aulas de Educação Física,
através do futsal com os jogos cognitivos. “A criança, nas aulas de futsal, deve
pensar sobre o que fez ou fará”. (SANTANA, 2002, p. 01).

1.3 – TIPO DE ABORDAGEM


Esta pesquisa se utiliza de uma abordagem que possibilita o processo de
realização do trabalho e vem a facilitar o desenvolvimento do mesmo. Para a
execução e a conclusão deste trabalho foi utilizado o método de pesquisa
bibliográfico. No que diz respeito à abordagem bibliográfica, pode-se dizer que:

A pesquisa bibliográfica, como qualquer outra modalidade de pesquisa,


desenvolve-se ao longo de uma série de etapas. Seu número, assim como
seu encadeamento, depende de muitos fatores, tais como a natureza do
problema, o nível de conhecimentos que o pesquisador dispõe sobre o
assunto, o grau de precisão que se pretende conferir à pesquisa etc. Assim,
qualquer tentativa de apresentar um modelo para desenvolvimento de uma
pesquisa bibliográfica deverá ser entendida como arbitrária. Tanto é que os
modelos apresentados pelos autores que tratam desse assunto diferem
significativamente entre si. (GIL, 2012, p. 01).

Segundo Severino (2002, p. 38-39) as fichas de documentação


bibliográfica organizam-se de acordo com um critério de natureza temática. Assim o
livro é fichado, tendo em vista a área geral e especifica dentro da qual se situa. O
fichário de documentação bibliográfica constitui um acervo de informações sobre
livros, artigos e demais trabalhos que existem sobre determinados assuntos, dentro
de uma área do saber. Sistematicamente feito, proporciona ao estudante rica
informação para seus estudos.
Buscando conhecer assim as contribuições que podemos encontrar nas
várias referências utilizadas para o estudo do problema a ser analisando, a exemplo,
de livros e artigos científicos. “O material consultado na pesquisa abrange todo
referencial já tornado público em relação ao tema de estudo, desde publicações
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avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, entre


outros”. (RAUPP e BEUREN, 2006, p. 87).

2 - PORQUE A PERIODIZAÇÃO TÁTICA (PT)!?


A periodização tática busca a realidade do jogo nos seus treinamentos, o
jogo tem que ser o objetivo principal do treinamento, sendo através dele que se deve
buscar a desempenho esperado e preparar os atletas para o melhor do seu
rendimento. Buscando segundo Pedro Junior (2015):

Movimentação de finta, drible, passe simular situações de jogo reais isso


possibilita que o atleta tome decisões mais rápidas e dinâmicas durante
uma partida de futebol. Praticando o futebol ele aprende e evolui seu
futebol, esta é à base da Periodização Táctica.

Periodização tática é uma forma de dividir o treino, organizar todas as


suas especificidades de acordo com a modalidade. Com o decorrer dos tempos, e a
evolução do treino houve uma reflexão, e observaram-se mudanças ocorridas nas
equipes durante os treinamentos e jogos, sendo observado a influencia e reflexo da
PT. Sendo as estruturas dos treinos tradicionais nos modelos prontos e acabado e
passando a ser organizado e estruturado de forma mais dinâmica e integrado, com a
inserção da bola diretamente como aspecto fundamental em toda a preparação do
jogador.
Assim, se encontrou através do Jogo e da preparação no treino através
desta especificidade uma forma de treinar que preserva a sua integridade e, por
conseguinte, a sua riqueza. Em uma citação de José Mourinho apud Oliveira et. al,
(2006) “um pianista que vai tocar piano ao se preparar não corre em volta do piano”.
A periodização busca sua base na tática, aonde a mesma vai da o
suporte para o treinamento e juntando a essa base às demissões táticas,
aprimorando a mesma com a técnica, o físico, entre outros. Ao utilizar do modelo de
jogo, o que deve ser analisado inicialmente é a cultura dos atletas e ai procurar unir
essa cultura com as ideias do treinador, sendo também representada pela cultura do
clube, cultura dos jogadores, dos outros membros da comissão e etc. Segundo
Pedro Junior (2015), Treinar o objetivo mediante a característica do atleta usando
ações técnicas e táctica possibilita melhoria na leitura do jogo e ainda respeita se a
individualidade ou especificidade do atleta chamou de princípio de propensões, são
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exercícios que queremos que o atleta realize através da vivência. De maneira


prática, podemos realizar situações de superioridade numérica 6×5 ou 4×2 em
espaço reduzido propondo momentos reais do jogo.
Indo nesse caminho o treinador deve buscar planejar seus treinamentos
jogo a jogo, ou seja, o ciclo semana, gerindo todo o rendimento da sua equipe,
unindo as suas ideias e ações no jogo. Sendo essa concepção que faz do seu treino
como um processo de ensino/aprendizagem, não apenas momentos de exercitação
dos atletas ali inseridos. “A importância desse modelo de jogo é colocar a equipe
para jogar segundo a ideia do treinador, não é possível pensar na Periodização
Táctica sem pensar no modelo de jogo. Assim, deve-se sempre colocar a forma de
treinar mais próximo da competição”. (Pedro Junior, 2015). Esse processo busca
que os jogadores adquiram com os treinamentos, conhecimentos e competências,
tanto coletivas, como individuais, através de experiências, de ir construindo uma
maneira de jogar própria. Segundo o que diz Barbanti (1997), “que treinamento é um
processo físico e intelectual determinado pela condição técnica, por tática, pela
motivação e pelas características psíquicas”.

3 - FUTSAL E PERIODIZAÇÃO TÁTICA


O futsal nos dias atuais é uma modalidade bastante praticada e
desenvolvida nas escolas, ruas, parques, condomínios, escolinhas e em clubes e
chegando ao âmbito profissional. Esporte esse que quando chega ao ambiente
formal deve ser desenvolvido e trabalho por professores e profissionais qualificados,
responsabilidade essa principalmente do professor de Educação Física.
Para ensinar, aprender e desenvolver o futsal se torna cada vez mais
exigente e complexo, pois não se aceita o treinamento tecnicista. Esse aluno tem
que ser ativo e estimulado a pensar a todo o momento, ser levado a se adequar a
situações e modelos de jogo que seu professor propõe. O professor precisa fazer
com que seu aluno conheça e reconheça o jogo enquanto realidade complexa, ou
seja, a essência organizacional, estrutural e funcional e ter uma concepção
complexa do jogo.

Não são raros os casos em que imperou (e, por vezes, continua a imperar)
a lei da “corridinha e a pelada” como método de treino primordial de uma
equipa de futebol. Em alguns casos a “corridinha” evoluiu e/ou foi
mascarada com a introdução de uma bola de forma a ser visto como um
treino “na moda” e quem o aplica ser considerado um metodólogo sempre
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atento aos fenômenos evolutivos da performance desportiva, sendo


utilizada a metodologia do treino integrado de fatores.
(CASARIN,;OLIVEIRA, 2010).

Sendo assim, o professor precisa saber qual seu modelo de jogo e


adequar o mesmo a periodização tática, não adiante exigir dos alunos/atletas
atividades, complexidade, capacidades coordenativas e habilidades motoras para o
futsal, se no final o professor não saber o que fazer, pois o mesmo não tem um
modelo de jogo pronto. Simplesmente esses alunos vão novamente jogar por jogar
sem que nada nesse treinamento melhore ou faça esse aluno evoluir dentro da
modalidade. “Assim, antes da definição de uma qualquer metodologia ou “tipo” de
treino o treinador deve ter um modelo de jogo perfeitamente definido”. (CASARIN,;
OLIVEIRA, 2010).
Com isso o professor precisa fazer com sua equipe tenha uma
característica própria de jogo, para poder treinar, competir, resolver situações
problemas, elaborar atividades e jogos que venham a evidenciar o seu modelo de
jogo, sempre estimulando seu aluno/ atleta a pensar o padrão de jogo estabelecido
por seu professor/treinador.

...pois se o objetivo é ter uma equipa organizada para competir, essa


organização só se consegue através da utilização de exercícios de jogo
pertencentes a um modelo de jogo e que permitem exacerbar um conjunto
de princípios que definem esse modelo. (Faria apud Casarin; Oliveira,
2010).

Então uma equipe ou treinamento não pode ser montado de qualquer


forma sem ter princípios, principalmente àqueles que fazem parte da periodização
tática. O professor precisa ter com esse exemplar de jogo o espelho para o seu
treinamento.

4 - PRINCÍPIOS DA PT NO FUTSAL
Na periodização tática se exigem princípios que devem ser observados e
levados em consideração para que o professor possa montar seu modelo de jogo e
suas seções diárias de treinamento com seus falando, levando os mesmo a sempre
melhorar e evoluírem dentro do jogo de futsal.
Pode-se, citar como princípios e subprincípios da PT: Princípios e
subprincípios metodológicos da periodização tática; Princípio da “desmontagem” e
hierarquização dos princípios de jogo; Princípio da especificidade; Princípio da
alternância horizontal em especificidade; Princípio da progressão complexa;
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Princípio das propensões (Subprincípio da intensidade e concentração decisional,


Subprincípios da descoberta guiada e Subprincípio da liderança).
Para conceituar os princípios e subprincípios foi utilizado de citações de
teóricos, pesquisadores e treinadores que se dedicam a utilizar da periodização
tática, procurando justificar a mesmo no seu trabalho e modelo de jogo utilizado com
seus atletas.
4.1.1 Princípio da “desmontagem” e hierarquização dos princípios de jogo
Segundo Brito apud Casarin; Oliveira (2010) os princípios de jogo são
linhas orientadoras básicas que coordenam as atitudes e comportamentos táticos
dos jogadores quer no processo ofensivo, quer no processo defensivo, bem como
nas transições.
4.1.2 Princípio da especificidade
Segundo Guilherme Oliveira (1991) deve criar situações tácticas que o
jogo da equipe requisita, implicando nos jogadores o desenvolvimento de todas as
dimensões, através do modelo de jogo adotado. Para Frade apud Oliveira (1991), o
que condiciona a especificidade é o modelo de jogo da equipe e este possui suas
particularidades de acordo com cada contexto.
4.1.3 Princípio da alternância horizontal em especificidade
Segundo Gomes (2006), esse princípio reconhece que a
operacionalização do jogar tem exigências de esforço e, portanto, consequências
específicas. Na concepção da mesma autora, é fundamental que a gestão do
processo assente numa relação de desempenho-recuperação que permita a melhor
adaptabilidade dos jogadores.
4.1.4 Princípio da progressão complexa
Segundo Guilherme Oliveira (2009), Assim procura-se “montar” e
“desmontar” os princípios e os subprincípios e hierarquizá-los durante o padrão
semanal e ao longo dos padrões semanais, consoante a evolução da equipa.
4.1.5 Princípio das propensões
Segundo Tamarit apud Casarin; Oliveira (2010), o princípio das
propensões consiste em fazer aparecer um grande número de vezes o que
queremos que os nossos jogadores adquiram, provocando assim a repetição
sistemática.
4.1.6 Subprincípio da intensidade e concentração decisional
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A grande “conquista” da PT relativamente a outros métodos de treino está


relacionada com o tipo de estímulos a que os jogadores são sujeitos durante o
padrão semanal de treino. As questões relativas á intensidade de treino são
fundamentais para quem pretende aplicar esta metodologia, pois a estes conceitos
estão inerentes ligados não apenas as questões de âmbito fisiológico, mas,
sobretudo, intensidades de concentração e de constante pressão competitiva.
(CASARIN; OLIVEIRA, 2010)
4.2 Subprincípios da descoberta guiada
Mourinho apud Casarin; Oliveira (2010) descreve o seu processo de
treino aquando da passagem por Barcelona afirmando que “jogadores com este
nível não aceitam o que lhes e dito apenas pela autoridade de quem o diz”. E
preciso provar-lhes que estamos certos. A velha história do mister ter sempre razão
não é aqui aplicável. (...) O trabalho táctico que promovo não é um trabalho em que
de um lado esta o emissor e do outro o receptor. Eu chamo-lhe a descoberta guiada,
ou seja, eles descobrem segundo as minhas pistas. Construo situações de treino
para os levar por um determinado caminho. Eles começam a sentir isso, falamos,
discutimos e chegamos a conclusões. Mas para tal, e preciso que os futebolistas
que treinamos tenham opiniões próprias. Muitas vezes parava o treino e perguntava-
lhes o que eles sentiam em determinado momento. Respondiam-me, por exemplo,
que sentiam o defesa direito muito longe do defesa central. Ok, vamos então
aproximar os dois defesas e ver como funciona. E experimentávamos, uma, duas,
três vezes, ate lhes voltar a perguntar como se sentiam. Era assim até todos, em
conjunto, chegarmos a uma conclusão. É isso que chamo de descoberta guiada”.
4.3 Subprincípio da liderança
Para Goleman et al. (2002), o objetivo central da liderança consiste em
gerar e compartilhar sentimentos positivos entre todos. Assim, o líder deve estar em
sintonia com os seus liderados, influenciando-os e motivando-os em todos os
âmbitos do treinar/jogar.
Segundo a tabela abaixo, elaborada por (CASARIN; OLIVEIRA, 2010),
mostra esses princípios e subprincípios da seguinte forma:
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Figura 1. Princípios e subprincípios utilizados na periodização tática

5 - PADRÕES SEMANAIS DO FUTSAL ATRAVÉS DA PT


Na periodização tática não realiza seus treinamentos com períodos
(preparatório, competitivo e de transição) ou com blocos (força, força rápida e
competitiva) e sim com o morfociclo de padrão semanal. Distribuído ao logo de toda
a temporada o morfociclo, buscando aperfeiçoar o modelo de jogo, já que o mesmo
não tem pico da forma esportiva e procura ter sempre o mesmo padrão. Para
Batista, 2006, a “PT tem o intuito de distribuir ao longo do ano uma estruturação
tática da equipe para jogar cada vez melhor e possuindo regularidade competitiva”.
Esse morfociclo de padrão semanal pode ser explicado através da citação de
Gomes (2006):
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• 2ª feira é Branco: Ocorre uma recuperação passiva dos atletas por causa do
jogo de domingo. O branco é formado por ausência de cor, significando que
não ocorre jogo.
• 3ª feira é Verde Claro: O trabalho ocorre na recuperação ativa, mas
acontecendo num jogo de menor complexidade (campo menor, menor
velocidade dos atletas, menor desgaste emocional etc). A junção do verde do
jogo com o branco da recuperação passiva forma o verde claro, treino de
recuperação ativa de jogo.
• 4ª feira é Azul: A sessão acontece numa escala média do jogar, exige mais
da tática coletiva dos jogadores. As tarefas do modelo de jogo proporcionam
mais desgaste emocional e da tensão muscular, a partida acontece em maior
velocidade. Neste terceiro dia de treino acontece mais no treino situacional.
Como o jogo ocorre em partes porque o treino situacional é a decomposição
de um momento da partida, a cor azul expressa bem esse dia.
• 5ª feira é Verde Escuro: O jogo ocorre de maneira mais complexa, é
exercitado ao máximo o modelo de jogo (os grandes princípios, ver adiante),
sendo similar ao da competição. Então, a tensão muscular, o estado
emocional e a velocidade são quase iguais ao da disputa. Esse dia o verde
escuro representa a junção do azul de 4ª feira com o amarelo de 6ª feira,
englobando o dia anterior e o seguinte de treino.
• 6ª feira é Amarelo: É exercitado o treino situacional em pequenas partes do
campo, ou seja, é praticado um aperfeiçoamento ou melhora de determinados
momentos do modelo de jogo da sessão anterior, ao mesmo tempo ocorre
uma recuperação ativa do treino de 5ª feira para o jogo da competição. Com
essa execução da sessão acontece menos desgaste emocional e inferior
tensão muscular, a velocidade ocorre em curtas distâncias. O amarelo é a
melhor cor para expressar esse trabalho.
• Sábado é Amarelo Claro: São lembrados os principais objetivos que foram
treinados durante a semana, podendo ser exercitado através de uma palestra
do técnico com exposição de slides ou filme da equipe, podendo também
acontecer o treino tático, onde o treinador orienta no posicionamento tático
adequado dos jogadores, mostra os pontos fortes e fracos do adversário,
aperfeiçoa as jogadas ensaiadas, realiza cobrança de pênalti e realiza outras
atividades que apronte a equipe para a disputa. Esse treino tático pode
ocorrer no treino situacional ou no jogo. Esse trabalho gera mínimo desgaste
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físico, técnico, tático e emocional do jogador porque é de baixa intensidade.


Então o amarelo claro é o resultado da junção do dia anterior com o branco
da recuperação.
• Domingo é Verde: Momento que acontece o jogo da competição, sendo
realizado pela equipe tudo que foi treinado ao longo da semana. Então, esse
verde representa a soma de todas as cores (branco + verde claro + azul +
verde escuro + amarelo + amarelo claro = verde) da semana, sendo expresso
pelo jogar. Terminado o jogo, o mesmo morfociclo é realizado na semana
seguinte. Isso ocorre até o fim da temporada.
A figura de Gomes (2006) representa o que foi citado acima sobre o morfociclo
semanal que normalmente é utilizado na PT:

Figura 2. Morfociclo padrão da periodização tática

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso da periodização tática dentro do futsal tem o intuito de melhorar e


desenvolver os atletas e em função disso o rendimento da equipe, se utilizando de
um modelo de jogo adequado e utilizado pelo seu treinador.
A PT vem ajudar o futsal a se torna um esporte cada vez mais competitivo
e levando seus atletas a patamares cada vez maiores, se utilizando da preparação
física integrada, dos princípios e subprincípios e de um padrão semanal de
treinamento.
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A periodização tática é bastante utilizada e tem mostrado seus resultados


através de treinadores renomados em todo o mundo, a exemplo, do português José
Mourinho. Comprovando e mostrando toda a eficiência da PT em seus treinamentos
e jogos.

REFERÊNCIAS

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Guilherme Oliveira, J. (1991). Especificidade, o pós-futebol do pré-futebol. Um


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SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho cientifica. São Paulo: 22º


edição: Cortez, 2002.

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