Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO

JEQUITINHONHA E MUCURI
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA
SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
KEILA APARECIDA SILVA

TRABALHO – ESPORTES DE RAQUETE

O artigo “Ensino do tênis e a prática pedagógica dos professores” fala sobre o


modelo tradicional no ensino do tênis, sendo o seu foco principal o desenvolvimento
das técnicas, onde acontece muitas repetições dos movimentos.

Um dos pontos negativos desse modelo é que ele impossibilita o entendimento


do jogo, podendo até desmotivar os alunos.

Como essa metodologia foca mais no ensino das técnicas, os alunos aprendem
mais os golpes ensinados durante exercícios e situações de treino, porém, quando se
trata das situações abertas, que possuem mais variabilidade nas tomadas de decisões,
esses alunos saem prejudicados, justamente por não ter o conhecimento adequado sobre
as táticas de jogo.

A pesquisa desenvolvida no estudo, mostrou que os professores observados, não


explicam aos seus alunos o objetivo específico de cada aula, isso pode ser considerado
uma falha do docente, posto que, o aluno se sente perdido por não saber ao certo o que
está realizando na aula, dessa forma, esses alunos só obedecem aos comandos do
professor, sem questionar ou tirar dúvidas, resultando em uma aula repetitiva e
cansativa.

Durante a pesquisa, observou-se que todos os professores de tênis seguem uma


sequência de jogo, sendo ela: conversa; aquecimento; trabalho da técnica; parte técnica-
tática; e o jogo.

Por mais que os docentes tenham uma sequência a ser desenvolvida, a mesma
não é trabalhada de forma efetiva na prática, dado que, todos os professores seguem o
método tradicional para ensinar o tênis, e optam por trabalhar mais a parte técnica do
que a tática.

Os professores entrevistados, conhecem, de forma superficial, outros métodos


para ensinar o tênis, isso nos leva a refletir sobre a importância da formação continuada.
Provavelmente, a realidade desses docentes diferiria, se os mesmos soubessem outros
modelos de ensino, pois, além de utilizar os conhecimentos já vividos, os mesmos
teriam novos recursos, adquiridos através de cursos, palestras, ente outros.

É notório a falta que faz uma formação continuada, a busca por novos
conhecimentos. Muitos docentes focam em metodologias que priorizam os padrões de
movimentos e acabam trabalhando o esporte de forma descontextualizada. Os
profissionais ensinam os alunos como se eles fossem atletas de alto rendimento,
deixando de lado outras possibilidades de ensinar o tênis, não trabalham com a
ludicidade, resultando em alunos desmotivados.

Como pontuado no artigo, o ideal é que primeiramente o aluno tenha uma


melhor compreensão do jogo, para que posteriormente, se desenvolva os aspectos
técnicos de forma contextualizada.

Para a aprendizagem do indivíduo, seria interessante que o docente, durante o


processo de ensino, trabalhasse com os alunos a parte histórico-cultural do esporte,
visando que os alunos tenham maior conhecimento sobre o esporte e possam se tornar
sujeitos críticos e questionadores, quando necessário.

Enfim, uma boa comunicação entre professor e aluno é de suma importância,


posto que , a comunicação possibilita uma melhor compreensão sobre o que será
realizado. É essencial que o docente conheça seus alunos, suas potencialidades e suas
dificuldades, para que o mesmo consiga desenvolver uma aula adequada às
necessidades do sujeito, isso de forma contextualizada e possibilitando que o sujeito
aprenda tanto as técnicas, quanto as táticas.

Por outro lado, o artigo “Iniciação esportiva ao tênis de campo: um retrato do


programa Play and Stay à Luz da pedagogia do esporte”, pontua algumas questões
citadas anteriormente, como a maior utilização da metodologia tradicional no ensino do
tênis. Para além, o estudo pontua que o tênis é considerado, para muitos, um esporte de
elite, e como essa visão do esporte pode afastá-lo do ambiente escolar, visto que, muitos
pensam ser impossível desenvolver esse esporte nas escolas. A falta de profissionais
capacitados, também faz com que esse esporte de distancie ainda mais das escolas.

Penso que, por mais que o tênis seja um esporte pouco popular, e visto por
muitos como um esporte de “elite”, é possível desenvolvê-lo nas escolas, isso pode ser
feito através de adaptações tanto dos espaços, quanto dos materiais (bola, raquete, rede).

Os modelos tradicionais muitas vezes promovem a exclusão dos alunos menos


habilidosos, dessa forma, o ideal é trabalhar com os modelos contemporâneos, que
favorecem a participação de todos. Os modelos contemporâneos desenvolvem os
conteúdos de forma contextualizada, sendo fundamental que o conhecimento tático seja
oferecido antes das habilidades técnicas.

O modelo SE (Educação Esportiva) tem o objetivo de contextualizar o jogo


enquanto lúdico. Visa a diminuição dos fatores de exclusão, sendo, o intuito desse
modelo que todos participem. Para isso, é necessário que os alunos estivessem filiados a
um grupo, para que eles pudessem interagir uns com os outros. O papel do aluno não se
limita a participação, elas têm a experiência em posições de liderança, como, treinador e
árbitro. Esse modelo ocorre de forma contextualizada, e a o longo do processo o
professor da um feedback individual para cada aluno. Esse modelo buscam formar
indivíduos esportivamente competente, cultos e entusiastas.

Enquanto o modelo TGFU (Ensino dos Jogos para Compreensão) visa


principalmente o desenvolvimento da capacidade de jogo, obtido através da
compreensão tática. São utilizados jogos reduzidos, como meio para construção do
conhecimento sendo ensinado primeiro os componentes táticos e depois os técnicos. Ele
utiliza quatro princípios pedagógicos: seleção do tipo de jogo; modificação do jogo por
representação; modificação do jogo por exagero; e ajustamento da complexidade tática.

Dentro desses modelos contemporâneos, o aluno tem um diferente papel, posto


que, o mesmo deixa de ser apenas um reprodutor, para tornar-se o principal elemento do
processo, estimulado a adotar uma postura crítica em relação a sua participação, ou seja,
o aluno se torna mais ativo durante todo o processo, tomando decisões, interagindo com
o oponente, questionando, etc.

Play and Stay (PAS), objetiva fazer com que desde a primeira aula os alunos
consigam, sacar, trocar bolas e pontuar. Esse modelo foca no jogo, em situações de
jogos reduzidos e contextualizados e na utilização de materiais adaptados (três
diferentes tipos de bolas de baixa pressão e quadras reduzidas e raquetes menores).

As bolas de baixa pressão são ideais para alunos iniciantes, dado que, o quique
da delas, se da entre a altura da cintura e do ombro, podendo evitar lesões nos alunos.
As quadras reduzidas possibilitam que as crianças cubram todo o espaço e permita a
utilização de padrões de movimentos mais realistas. Regras mais simples, com a
adaptação dos materiais é primordial para o aumento da motivação dos alunos com a
prática.

Esse modelo é muito interessante, o mesmo possibilita que o aluno jogue tênis
desde o primeiro dia de aula, isso de forma lúdica, com matérias adaptados. O modelo
em questão, proporciona também maior interação entre os jogadores, maior
aproveitamento durante o processo, e da forma que o jogo é desenvolvido, o mesmo
motiva os alunos, facilitando o processo de aprendizagem dos mesmos, tanto das táticas,
quanto das técnicas do tênis.

Referências

CORTELA, Caio Correa et al. Iniciação esportiva ao tênis de campo: um retrato do


programa play and stay à luz da pedagogia do esporte. Conexões. v. 10, n. 2, p. 214-
234, mai/ago. 2012.

GINCIENE, Guy et al. Ensino do tênis e a prática pedagógica dos professores. Pensar a
prática. Goiânia. Vol. 22, e. 45362 (2019) p. 1-12, 2019.

Você também pode gostar