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Unidade 2
PEDAGOGIA DO ESPORTE
OBSERVAÇÃO...
Problemática
Um dos problemas evidentes nesse método é que, ao utilizá-lo prioritariamente, os professores
retardam a abordagem do jogo (método global), até que os alunos consigam realizar o
fundamento técnico. É preciso salientar que muitos alunos nesta fase não conseguirão executar
os gestos técnicos, e assim, ao insistir nesse método, o professor poderá não oportunizar outras
formas de aprendizagem gratificantes (GARGANTA, 1998).
O princípio analítico-sintético, segundo López (2002) e Paes (2009), tem como carateríticas:
Global-funcional
O princípio global-funcional apoia-se em cursos de jogos, ou seja, partindo de jogos menos
complexos o aluno experimentaria diversas situações-problema semelhantes às do jogo formal,
tendo melhores condições de interagir com sua imprevisibilidade. Nesse princípio, tanto as
questões táticas como as técnicas do jogo coletivo são aprendidas e vivenciadas por meio de
jogos (PAES, 2005).
Problemática
Assim sendo e considerando que as pessoas aprendem por meios diferenciados, não se
recomenda a escolha de um único método de trabalho, mesmo porque não há um único método
capaz de abranger a complexidade de um jogo como o basquetebol. Sugerimos que o
técnico/professor conheça os diversos métodos e compreenda seus princípios para que, de
acordo com sua filosofia de trabalho, possa criar um método que seja compatível com as
necessidades e os objetivos do grupo com o qual trabalha, considerando sua faixa etária e o nível
de compreensão do jogo, a fim de que sejam atendidas as questões técnicas e físicas do jogo,
assim como as questões cognitivas, afetivas e sociais de quem joga.
Com a compreensão sistêmica dos JECs, se altera a forma de ensino. A partir de então, não
bastam mais metodologias que proponham apenas exercícios com tarefas fechadas e repetição
de movimentos predeterminados pelo professor/treinador: o aprendiz/praticante passa a ser o
centro do processo de ensino-aprendizagem e é quem tem maior poder decisório no sistema.
Ele é quem deve ser capaz de interagir com a complexidade, instabilidade, intersubjetividade
dos demais elementos. Portanto, não só o sujeito nem só o meio são os responsáveis pela
aprendizagem e desenvolvimento esportivo, mas a interação entre estes elementos.
TÉCNICA
A técnica é uma ação motora composta por movimentos coordenados e organizados que
resultam em um gesto motor preciso e eficaz.
TÁTICA
- Tática de GRUP0 envolve ações coordenadas entre dois ou três jogadores, e é composta por
uma sequência de atos individuais conforme o objetivo e os elementos de organização do jogo.
- Tática COLETIVA são as ações de três ou mais jogadores conforme o plano de ação, de acordo
com as regras do jogo.
SE LIGA...
DEVE!!!!!!!!
A pedagogia tradicional prioriza inicialmente o aperfeiçoamento do gesto técnico através da sua
repetição isolada e descontextualizada do jogo. Por sua vez, a pedagogia moderna – que entende
o jogo como um fenômeno complexo de partes indissociáveis – organiza a prática oferecendo
situações de jogo nas quais é necessário um processo decisório que antecede a execução da
técnica (gestos/fundamentos) para resolver os problemas e alcançar as metas dos jogos.
EXEMPLO DE APLICAÇÃO
Considerando os modelos pedagógicos tradicional e moderno, reflita acerca das suas
experiências na infância e adolescência durante a aprendizagem dos JECs e veja se é capaz de
classificar qual foi o modelo pedagógico usado.
MODELOS PEDAGÓGICOS
Pedagogia da rua
Durante muito tempo a rua foi o cenário informal pedagógico dos processos de aprendizagem
dos jogos e dos esportes coletivos. Crianças e adolescentes tinham uma rotina de prática lúdica
e criativa de jogos e brincadeiras que desenvolviam habilidades e competências. Essa prática
é atualmente nomeada pedagogia da rua, termo inicialmente cunhado por João Batista Freire
(2011) em seu livro sobre o futebol brasileiro. A rua oferecia naturalmente uma diversidade de
situações-problema cuja resolução demandava espontaneidade. Como aponta Scaglia (1999,
p. 1), “as crianças cresciam jogando futebol, ou melhor brincando de bola, o que fez (e ainda
faz) muitas pessoas acreditarem que esses meninos já nasciam sabendo jogar, como um dom
herdado de um ser divino, ou de uma benção genética”.
A partir desta prática se desenvolveu a ideia de que o brasileiro tinha uma habilidade inata
para jogar futebol, quando na realidade a professora era a rua. No entanto, com o passar dos
anos a sociedade se reestruturou de uma forma que impediu a pedagogia da rua de se
manifestar, principalmente nas zonas mais urbanas. Consequentemente, estes espaços
deixaram de existir e essa prática foi pouco a pouco sendo esquecida. As ruas asfaltadas
passaram a ser vias de trânsito, terrenos baldios foram substituídos por prédios, e os poucos
locais que ainda existem para estas práticas, geralmente nas periferias, muitas vezes sofrem com
a violência exacerbada e o tráfico de drogas.
INTERESSANTE...
Muitos estudos científicos mostram que a habilidade e a criatividade surgem na infância, para
depois serem aprimoradas. O menino precisa brincar com bola, sem compromisso, […] para
depois aprender a técnica, a tática, o jogo coletivo e as posições do campo. A liberdade de
brincar, e não os campos de terra, é que era importante. As atuais escolinhas, de clube ou não,
costumam fazer o contrário: ensinam aos meninos as regras e os comportamentos padronizados
antes mesmo de desenvolverem a habilidade e a criatividade e antes de terem um
desenvolvimento psicomotor adequado.
Os jogos da rua parecem ser uma rica atividade que contribui para a
aprendizagem de habilidades e competencias. A pratica de diversos
jogos/brincadeiras com bola, em diferentes contextos, permitira a criança
explorar muitas situaçoes de jogo, repletas de imprevisibilidade e
aleatoriedade, o que a estimula a se adaptar.
Hoje em dia abrange mais pessoas, acolhendo todo indivíduo que esteja nos
momentos iniciais da pratica esportiva, independentemente do momento
vital (infancia, juventude, adolescencia, fase adulta ou terceira idade) ou da
sua performance.
SE LIGA...
NEM TODOS OS INICIANTES SERÃO ATLETAS PROFISSIONAIS DE ALGUM
ESPORTE. MUITOS ESTÃO ALI APENAS PARA APRENDEREM UMA
MODALIDADE ESPORTIVA PARA DESENVOLVER AS SUAS CAPACIDADES
FÍSICAS E MOTORAS.
Treinamento especializado
Para o treinamento especializado, que se preocupa com a preparaçao
tecnico-tatica, a pedagogia do esporte moderna sugere um trabalho tambem
diferente daqueles praticados nos metodos analíticos. A pedagogia do
treinamento na etapa de especializaçao considera que o atleta ja escolheu
uma modalidade na qual se especializar. No entanto, ainda assim este atleta
deve receber estímulos diferenciados, em uma aprendizagem específica e
constante que ofereça um rico repertorio de situaçoes contextualizadas a
modalidade escolhida.
Por exemplo, o professor pode lançar mão dos jogos situacionais lúdicos
propostos na metodologia escola da bola em situações como o aquecimento
no treino de aperfeiçoamento ou mesmo como recurso lúdico motivacional.
Mesmo os métodos analíticos de repetição dos movimentos não precisam ser
absolutamente descartados – mas não podem dominar o tempo dedicado às
práticas, e os movimentos precisam ser contextualizados. Uma vez que sejam
feitas as adaptações necessárias, o gesto motor pode ser repetido.
Fase pré-escolar
Esta fase abrange a faixa etária dos 2 aos 5 anos de idade, dita dos movimentos
fundamentais, como cunhado por Gallahue (1982). Nesta etapa, o professor
deverá oferecer uma vivência diversificada de movimentos, sem exigir um
padrão ideal. É uma etapa totalmente aberta, na qual não há movimento
errado.
Fase universal
Abrange dos 6 aos 12 anos. É a fase mais ampla e rica da formação esportiva.
A frequência média das atividades extracurriculares esportivas não deve
ultrapassar três vezes por semana, para não interferir em outros interesses
que a criança possa manifestar. O professor deve desenvolver todas as
capacidades motoras e coordenativas da criança de forma geral, criando uma
base ampla e variada de movimentações que ressaltem o aspecto lúdico.
Fase de orientação
Esta etapa se inicia por volta dos 11-12 anos e abrange até os 13-14 anos.
Recomenda-se por volta de 3 encontros semanais para atividades
curriculares e extracurriculares sistemáticas, com duração média de 60 a 90
minutos cada. A partir deste momento grande parte dos movimentos
começam a se automatizar, liberando a atenção do praticante para a
percepção de outros estímulos simultâneos à ação que está sendo realizada.
Fase de direção
Inicia-se por volta dos 13-14 anos e abrange até os 15-16 anos. A frequência
de atividades extracurriculares formalmente planejadas deve ser de
aproximadamente 3 vezes por semana para não entrar em conflito com
outros interesses dos jovens. Pode-se começar com o aperfeiçoamento e a
especialização técnica em uma modalidade esportiva, mas é importante
destacar que o ideal seria que o jovem participasse de 2 ou 3 modalidades.
As técnicas podem ser trabalhadas na forma de exercícios, com diversidade
variada.
OBSERVAÇÃO:
Consideramos que no final desta fase, seja na escola, em atividades
curriculares ou extracurriculares, seja no clube, o jovem ou adolescente tera
um acervo motor que lhe permitira (conforme seus interesses) escolher a
pratica e o treinamento da modalidade visando o rendimento esportivo.
Fase de especialização
Esta etapa continua a sequência evolutiva do jovem adolescente. Inicia-se
aos 15-16 anos e abrange até os 17-18 anos, idade em que, em média, o
jovem conclui o segundo grau. A média de atividades extracurriculares,
programadas de forma sistemática para o processo de treinamento, deve
ser de três encontros semanais, cada um com 90 a 120 minutos de duração.
Abrangendo dos 18 aos 21 anos, esta fase pode ser considerada o momento
mais importante na transição do jovem para uma possível carreira
esportiva. Aqui será definido se será possível visar o esporte de alto
rendimento e a profissionalização. A fase de crescimento encontra-se quase
finalizada, ficando determinado o biótipo corporal e os traços do seu perfil
psicológico. Estes fatores somados fazem com que o momento da decisão
para o esporte de alto nível, ou o esporte de lazer ou em níveis de
rendimento, seja relativamente reduzido. Nesta fase, além do trabalho de
aperfeiçoamento e otimização das capacidades técnicas, táticas e físicas, é
importante conceder um bom tempo à otimização das capacidades
psíquicas e sociais.