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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E


MUCURI

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

KEILA APARECIDA SILVA

Disciplina: Fundamentos e Didática da Educação Física

Docente: Cláudia Mara Niquini

A primeira vídeo aula aborda a produção cultural do corpo e tem por objetivo a melhor
compreensão da influência das culturas e a função da escola na criação das identidades corporais.

Diante disso, se faz necessário as discussões sobre as concepções de movimento e suas


intervenções sobre o corpo. A primeira ideia é do movimento inspirado nas leis da física mecânica,
dado que o movimento é resultado de um sistema de alavancas, a segunda ideia citada é a do
movimento inspirado na biologia, onde o mesmo é resultado da síntese metabólica. A psicologia
também é uma influência, visto que a ideia de movimento que esta por trás, é influenciada pela
psicologia do desenvolvimento, dessa forma, o movimento é resultado da estimulação nervosa. No
entanto, para a presente discussão, nenhuma dessas ideias serão utilizadas, pois, a ideia abordada na
aula é o movimento como resultado de experiência cultural. Essa ideia explica muito sobre as
diferenças dos alunos de uma mesma escola, visto que cada sujeito cresceu em locais distintos,
podemos citar como exemplo as brincadeiras, mesmo que elas sejam iguais, elas possuem diferentes
características (regras, traços, adaptações) nos locais onde são praticadas.

O corpo é a cultura estão conectados, dado que a cultura de determinado lugar, grupo social,
grupo racial ou religião, consegue compor um corpo de diversas maneiras. O corpo pode se
apropriar das cultura e dos saberes, um exemplo interessante exposto na aula, são as micro técnicas
que os sujeitos aprendem no ensino infantil, como esses sujeitos vão se apropriando dessas micro
técnicas e como elas constroem seu corpo de estudante durante os anos escolares.
Outro exemplo relacionado ao corpo e cultura é o caso das meninas lobo, que desde bebês
foram criadas por lobos, e com o passar dos anos elas se apropriaram da cultura desses lobos. Esse
exemplo deixa explícito a construção do corpo através da cultura.

Durante a explanação são citados três fatores importantes, que nos permitem compreender o
processo de construção da identidade corporal, são eles: vivências corporais, discursos e as
experiências estéticas. Esses fatores influenciam o sujeito de formas diferentes, entretanto, os
sujeitos não lhes reagem da mesma forma, ou seja, cada indivíduo se concebe sujeito na medida que
vai interagindo com esses fatores.

O que mais reflete sobre os sujeitos são as políticas da identidade corporal, ou seja, tem-se
um discurso muito forte da produção de uma certa identidade corporal, no entanto, deve-se defender
o direito à diferença, defender que todas as identidades são legítimas, dado que a sociedade é para
todos. Enfim, é preciso defender uma escola que coloque em ação uma experiência curricular a
favor das diferenças.

A segunda vídeo aula fala sobre a produção da identidade corporal, onde é discutido como
se dá, a produção da identidade corporal com base em um campo teórico específico, o campo
teórico dos estudos culturais no seu aspecto pós-estruturalista.

O professor expôs várias imagens em seus “slides”, que mostraram as representações dos
corpos, reforçando a ideias de que todos os corpos são legítimos, revelando a variedade das formas
de existir, do ponto de vista corporal.

A citacionalidade é um conceito importante dos estudos culturais, em resumo, quanto mais


se fala de determinados discursos, determinadas representações e determinados significados,
maiores serão as hipóteses desses discursos, representações e significados influenciarem no
processo de produção das identidades.

O consumismo para alcançar uma identidade cultural pré-estabelecida é um ponto relevante.


Indivíduos se sentem representados por outros sujeitos, e a partir disso buscam ser como eles, para
isso, eles consomem muito e investem mais para alcançar seus objetivos, criam um fetiche sobre
aquela identidade.

Identidade e diferença são conceitos de que se relacionam, a identidade é aquilo que o


sujeito é, a diferença, é algo que incomoda, está do lado mais fraco, afastado. Quando se leva essas
reflexões para o contexto escolar, nota-se que a diferença é aquela criança que briga, que não faz as
tarefas e atrapalha a aula, diante disso, os demais da classe querem a afastar, ou seja, a presença da
diferença gera um desconforto. No contexto da sociedade, as identidades corporais são aquelas
estabelecidas pela mídia, e são elas que os sujeitos perseguem, dessa forma, todos os corpos que
buscam por essa identidade são as diferenças. Dito isso, conclui-se que a identidade e a diferença
caminham junta, a identidade está contida na diferença e vice-versa.

Na compreensão pós-estruturalista dos estudos corporais, a cultura atua de duas maneiras,


para os estudos culturais a cultura é um campo de lutas pela validação de significados, para os
estudos culturais a produção de significados é a produção da cultura.

Para os estudos culturais a cultura funciona de dois modos, são eles: regulação pela cultura e
a regulação da cultura. A regulação da cultura age no seguinte conjunto, ela estabelece uma
regulação normativa, sistemas classificatórios e a constituição de novos sujeitos.

A aula leva a pensar como o discurso médico, discurso pedagógico, discurso psicológico e o
discurso econômico produzem o corpo. Essa produção se da enquanto cada indivíduo interage com
esses discursos e enquanto esses discursos vãos se posicionando como sujeito de um certo modo.

O poder e o saber estão entrelaçados e as relações sociais são, na verdade, relação de poder e
saber. Os discursos citados acima, colocam em circulação uma vontade de controlar os corpos da
população, ou seja, o conhecimento  é uma vontade de controlar.

Por fim, as imagens apresentadas no início da aula são assuntos novamente, elas expõem
marcadores sócias da diferença, entre eles podemos citar a classe, raça, gênero, orientação sexual,
religião. Na sociedade, alguns desses marcadores são definidos como identidades e outros como
diferença, o que deve ser repensado se desejamos uma sociedade democrática.

Pode concluir que uma escola que prioriza uma formação democrática, é uma escola que irá
ajudar seus estudantes a entender que todos os corpos são legítimos. Dito isso, se faz necessário a
criação de um projeto que formem sujeitos que reconhecem e valorizam todas as formas de
existência.

Referências

Educação Física Cultural GPEF-FEUSP. Vídeo aula 2- A produção cultural do corpo. YouTube,
18 de setembro de 2020. Disponível em: https://youtu.be/KIPNzeXv9qoAcesso. em: 20 de jul.
2021.
Educação Física Cultural GPEF-FEUSP. Vídeo aula 3- A produção de identidade corporal.
YouTube, 25 de setembro de 2020. Disponível em : https://youtu.be/iTbmO9zQVBg. Acesso em:
20 de jul. 2021.

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